17/05/2021 Edição 24052

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O ESTADO  Fortaleza, Ceará, Brasil  Sáb., dom. e segunda-feira, 17 de maio de 2021

NACIONAL

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Luto. Pelas redes sociais, políticos de diversos matizes partidários lamentaram a morte precoce do prefeito. Guilherme Boulos, do PSOL, que enfrentou Covas no segundo turno das eleições municipais de 2020, disse: “Tivemos uma convivência franca e democrática. Minha solidariedade”.

BASTIDORES CLÁUDIO HUMBERTO PODER, POLÍTICA& com ANDRÉ BRITO E TIAGO VASCONCELOS

Aneel multa as vítimas pelo apagão no Amapá

estratégia dos senadores de oposição será tentar tirar o general do sério.

Prepara o martelo Ministro Tarcísio Freitas, comemorando que o Porto de Santos está pronto para a desestatização

550 dias na gaveta

A

agência reguladora Aneel aplicou mul ta de R$5,7 milhões na população por causa do apagão no Amapá em novembro. O multado, oficialmente, é o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), mas, como se trata de órgão público, seus burocratas são protegidos por uma legislação absurda que transfere à população, que a rigor são as vítimas, o pagamento da multa. Até impostos pagos pela população amapaense, que ficou no escuro, serão usados para bancar a multa milionária.

Prazo fatal

Encerra-se nesta segunda-feira (17) o prazo para que a ONS recorra da multa imposta pela agência reguladora Aneel.

Nenhuma tensão

Não há tensão entre burocratas da ONS: se o recurso for negado pelos colegas da Aneel, a conta será paga pelos contribuintes otários.

Nem um pedacinho?

Recebendo salários três vezes maiores que o limite constitucional do STF, os dirigentes da ONS bem que poderiam ajudar a pagar a multa.

Como marajás

O diretor-geral ONS recebe R$90 mil por mês, mais que o dobro de Bolsonaro, e seus demais diretores embolsam R$65 mil.

Melhor que antes

No acumulado de janeiro a abril, foram US$

Exportações para UE são as maiores desde 2014 As exportações brasileiras para União Europeia estão no maior patamar dos últimos sete anos e mostram, além da recuperação econômica, que as críticas políticas são tão somente isso e não contaminam as relações comerciais. Segundo o Siscomex, o Brasil exportou US$3,5 bilhões para países membros do bloco europeu apenas no mês de abril, aumento de 37% em relação ao mesmo mês de 2020 e melhor resultado desde 2014. 10,8 bilhões exportados para os europeus, resultado melhor que o obtido em 2019, antes da pandemia

Apenas palavras

Emmanuel Macron e Jair Bolsonaro trocaram duras críticas nos últimos dois anos, mas as exportações para França dispararam 21,5% este ano.

Cliente importante

Maior economia do bloco, a Alemanha segue o caminho da França. As exportações subiram 33,5 % este ano e voltaram ao patamar pré-covid.

Paciência é a chave

A chave do depoimento de Pazuello será a paciência, e esta nunca esteve entre suas principais características. O governo aposta que a

Manifesto das bancadas do Podemos na Câmara e no Senado cobra a votação de propostas que restabelecem a prisão após condenação em segunda instância. Estão há 550 dias na gaveta.

Explica aí

Após o embaixador da China negar qualquer crise política e diplomática com o Brasil, a direção do Butantan precisa explicar, afinal, se questões contratuais com o laboratório privado Sinovac provocam o atraso do IFA.

Aécio com a China

Presidente da Comissão das Relações Exteriores da Câmara, o tucano Aécio Neves (MG) garantiu que tem a mesma posição do governo chinês e defende “flexibilizar” patentes a Organização Mundial do Comércio.

Troféu triste

O recuo do STF sobre prisão após a 2ª instância, beneficiando Lula, fez do Brasil o único país, entre os 194 da Organização das Nações Unidas (ONU), que não admite a prisão

Derrotado na disputa pelo governo do Ceará, em 1990, o ex-ministro Paulo Lustosa resolveu percorrer o Estado agradecendo os votos. Nos cafundós, pelas 3h da madrugada, muito cansado, pediu abrigo na casa de um agricultor. O homem, sonolento, atendeu Lustosa com simpatia, sem saber com quem estava falando. O político não

FOTO DIVULGAÇÃO

Bruno foi advogado, economista e político, sendo que, em 2010, foi reeleito com a maior votado para a Assembleia de SP

Nunes

Com a morte do prefeito Bruno Covas, o vice, Ricardo Nunes, assume em definitivo a prefeitura de São Paulo. O combate à pandemia e a revisão do plano diretor do município estão entre os principais desafios de Nunes, que é filiado ao MDB. Ele havia assumido a prefeitura interinamente em 2 de maio, quando Covas se licenciou, a princípio por 30 dias, para tratamento do câncer. Covas morreu às 8h20 deste domingo (16), aos 41 anos, em decorrência do câncer da transição esôfago-gástrica e complicações

do tratamento. Em ato formal, com base na Lei Orgânica do Município, a Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo reuniu-se às 11h20 para declarar a extinção do mandato do prefeito Bruno Covas. Nunes decretou luto oficial de sete dias pela morte de Covas. O empresário tem 53 anos, é casado e foi eleito para a Câmara de Vereadores de São Paulo pela primeira vez em 2012 e novamente em 2016. É filiado ao MDB desde os 18 anos. Ele declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) patrimônio de mais de R$ 4,8 milhões. Ricardo Nunes foi presidente da Associação Empresarial Região Sul (Aesul) e fundador da Associação das Empresas Controladoras de Pragas do Estado de São Paulo (Adesp). Além disso, é voluntário, há mais de 20 anos, na Sociedade Beneficente Equilíbrio de Interlagos (Sobei). De perfil político mais conservador, Nunes, no mandato de vereador, tentou barrar menções a termos de gênero do

A “agência reguladora” de energia elétrica Aneel, que mais parece um sindicato dos distribuidores de energia, altera as próprias decisões para encarecer a energia solar. A trama é para impedir que as contas de luz reduzam até 90% para quem investe em energia distribuída no Brasil.

Mais moderno

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) foi mais um a comemorar os leilões de concessão de aeroportos. A avaliação do parlamentar é que os novos contratos vão melhorar a infraestrutura e tornar o serviço dinâmico

Pandemia gera lucro

Se a maioria das categorias funcionais está sofrendo com a pandemia, o mesmo não se viu no setor de segurança privada. Com contratações de hospitais, farmacêuticas e hipermercados, o faturamento subiu até 5%.

Pensando bem...

...se a CPI ganha mais atenção que a pandemia, a notícia deve ser boa.

O homem dos bigodes

Prefeito de São Paulo morreu ontem, aos 41 anos de idade, em decorrência do câncer da transição esôfago-gástrica e complicações do tratamento

tado estadual na Assembleia Legislativa de São Paulo e reeleito para o mesmo cargo em 2010, com mais de 239 mil votos, sendo o mais votado d aquele ano. No ano seguinte, assumiu a Secretaria Estadual do Meio Ambiente no governo de Geraldo Alckmin, permanecendo no cargo até 2014, quando foi eleito deputado federal para o mandato 2015-2019.

Trama contra o Sol

O PODER SEM PUDOR

Morre o prefeito de São Paulo, Bruno Covas O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, morreu às 8h20 deste domingo (16), aos 41 anos, em decorrência do câncer da transição esôfago-gástrica e complicações do tratamento. O corpo do prefeito foi levado para o hall do Edifício Matarazzo, sede da prefeitura paulistana, onde foi feita uma homenagem restrita a amigos e familiares, devido à pandemia. Em seguida, o corpo de Bruno Covas segui em carro aberto, em cortejo, pela Avenida Paulista, pelo Viaduto do Chá e Largo Paissandu e pelas avenidas São João e Ipiranga, além da Rua da Consolação e outras vias. O corpo será sepultado na cidade de Santos, terra natal do prefeito, em cerimônia também restrita à família. Licenciado do cargo no início deste mês, Bruno Covas estava em tratamento no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Filho de Pedro Lopes e Renata Covas Lopes e pai do jovem Tomás Covas, Bruno nasceu em Santos, no litoral paulista, no dia 7 de abril de 1980, e foi advogado, economista e político brasileiro. Mudou-se para a capital paulista em 1995 e, dois anos depois, filiou-se ao PSDB, seguindo os passos do avô, o ex-governador Mário Covas (1930-2001), sua grande inspiração e influência política . No partido, chegou a ser presidente estadual e nacional da Juventude do PSDB e ocupou cargos na Executiva Estadual. Sua carreira na política começou em 2004, quando se candidatou a vice-prefeito de sua cidade natal. Dois anos depois, foi eleito depu-

após sentença em segunda instância.

Plano Municipal de Educação, argumentando que sexualidade não deveria ser tema nas salas de aula.

Denúncias

Reportagens do jornal Folha de S.Paulo apontam Ricardo Nunes como citado em investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) para apurar relação de políticos com entidades e também aluguéis de imóveis das creches terceirizadas. Segundo o jornal, o político é “próximo de entidades gestoras de creches terceirizadas e de donos de empresas locadoras dos imóveis onde funcionam as escolas ligadas a essas instituições. Ainda de acordo com a Folha, Nunes foi alvo de boletim de ocorrência em caso de violência doméstica, ameaça e injúria registrado por sua mulher, Regina, em 2011. A Agência Brasil tentou contato com o MPSP e com a assessoria do prefeito, mas não houve retorno até a publicação da reportagem. (todas as matérias são da Agência Brasil)

perderia a chance: “Diga-me, moço, em quem vocês votaram para governador?” O homem gritou o para dentro de casa: “Mulher, em quem a gente votou?” Ela devolveu o grito: “Foi naquele moço de bigode, o Lustosa!” O político cofiou os bigodes e se apresentou: “Eu sou o Lustosa e andei a noite inteira para vir aqui agradecer a vocês...”

Políticos de todo o País lamentam morte de Covas Aliados e adversários políticos manifestaram pesar pela perda do prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas, na manhã deste domingo (16), no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista. Em sua conta no Twitter, o presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade à família e aos amigos de Covas e citou a longa batalha do prefeito licenciado contra o câncer. Por meio das redes sociais, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse lamentar profundamente a morte de “um jovem talento na política, que travou com coragem e otimismo uma árdua batalha”. Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgou nota de pesar em que cita uma carreira vitoriosa, tristemente interrompida. “Em nome do Congresso Nacional, expresso os meus profundos sentimentos de pesar ao seu filho, à sua família e à população de São Paulo.” Diversos ministros também se manifestaram nas redes sociais. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse lamentar profundamente o falecimento de Bruno Covas. Em seu perfil no Twitter, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou que São Paulo “perde um líder jovem e comprometido”. Já o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, citou a admiração por Covas, enquanto o ministro das Comunicações, Fábio Faria, lembrou do período em que trabalhou com o prefeito licenciado na Câmara dos Deputados.

Doria

O governador do estado, João Doria, agradeceu,

em nota, a dedicação de Bruno Covas à população paulistana e manifestou solidariedade à família pela morte do prefeito, que estava licenciado do cargo desde o dia 2 deste mês. O prefeito morreu hoje, às 8h20, em consequência do agravamento de um câncer diagnosticado em outubro de 2019. “Sua garra nos inspira e seu trabalho nos motiva”, escreveu Doria. Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também postaram mensagens no Twitter. Zema destacou que Bruno Covas Brasil foi “um gestor público jovem, competente e compromissado com o país”. Eduardo Leite ressaltou a alegria, o trabalho, a serenidade e dedicação de Covas “por uma política feita com respeito e equilíbrio”. O Poder Judiciário de São Paulo também destacou a luta de Covas pela vida. “Encerrou, no dia de hoje, uma trajetória que nos deixará exemplos de coragem e bravura frente à doença que precocemente o fez deixar a vida terrena”, diz o texto publicado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP). “Destacava-se pela delicadeza de trato, que aproximava as pessoas e permitia, com isso, soluções aos problemas mais críticos enfrentados no dia a dia”, afirmou o presidente do TJSP, desembargador Geraldo Francisco Pinheiro Franco. O diretório estadual e municipal do PSDB, partido do prefeito, destacou que Covas foi um quadro da política “formado na militância partidária que valorizava o diálogo e a construção de consensos”.


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