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O ESTADO Ano VI Edição No 399 Fortaleza, Terça-feira, 28 de Ceará, Brasil julho de 2015
Terra 2.0. Tem gente que não acredita mas a Nasa descobriu que o nosso planeta tem um primo-irmão, é o Kepler-452b, o primeiro, realmente, similar e que pode até vir a ter água. Será? PÁGINA 3
A cidade que invejamos
Para a arquiteta e urbanista Maria Emília Schettini, “na ânsia de parecermos modernos e civilizados, destruímos nosso patrimônio histórico e ambiental”. PÁGINA 8
Parklets, a nova varanda urbana
Nove anos depois de sua invenção, já é uma realidade em todo o mundo e em Fortaleza, também. Por aqui, são poucos, mas decreto municipal já regulamenta o novo equipamento público. PÁGINA 12
PLS 425/2014
Prorrogado o fechamento dos lixões
Senado já fechou a questão e enviou o projeto para a Câmara. Por enquanto, o meio ambiente vai perdendo e os municípios vão ganhando tempo para tratar questão. Páginas 6 e 7
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VERDE
Drones
A partir de agosto, a equipe de auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro usará cinco aparelhos voadores não tripulados, os drones, para a fiscalização no estado. Outro equipamento será doado à Polícia Rodoviária Federal (PRF), que segundo o chefe de Planejamento da Seção de Segurança e Saúde no Trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Rio de Janeiro, Raul Vital Brasil, PRF é a principal parceira do órgão nas operações de combate ao trabalho análogo ao de escravo. Acredite, mas o uso de drone até agora não foi regulamentado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Uma pena, a tecnologia já poderia estar sendo usada para vigiar nossas fronteiras , assim como desmatamentos, queimadas e ocupações irregulares. Sem contar, o tráfico de drogas. Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), mostra que cerca de 80% das empresas de transporte rodoviário de cargas do país monitoram algum indicador relacionado à gestão ambiental. Entre os indicadores monitorados estão os que controlam o consumo de combustível, o uso de água, a geração de resíduos, o uso de energia elétrica e a emissão de fumaça. E ainda segundo a CNT, as empresas têm também metas para reduzir o uso dos recursos relacionados com o meio ambiente. Esta é uma boa notícia! Dilma disse que está “perseguindo o reequilíbrio das contas públicas, que é parte essencial para que a economia se recupere”. Se o Brasil está mesmo perseguindo esta meta, deve, primeiramente, cortar ministérios e cargos de confiança. Esta é a carne que deve ser cortada, mas não, cortar na nossa carne [povo], impedindo-nos, inclusive, de comer carne. Até aí, menos mal, já que ser vegetariano é mais saudável. O problema é que nem para comprar verduras e hortaliças, está dando: quase R$ 7,00 o quilo do tomate. O povo está cortando tudo, mas o Governo, sequer, corta uma dessas secretarias com status de ministério. Corta Dilma. Saul Leblon, genial, em artigo publicado na Carta Maior, disse que , a alternativa de Dilma é o “velho arrocho neoliberal, que aplicado nos últimos seis meses, resultou em esférico fracasso”. Ele afirma que não se trata de uma crítica, mas, de fatos:
“O ministro Joaquim Levy não apenas deixou de entregar o que prometeu, como aprofundou desequilíbrios existentes e criou outros novos”. “É transferência de renda direto na veia do mercado financeiro. Enquanto o governo economizava R$ 18 bi em direitos trabalhistas e na previdência social para reforçar o superávit, as despesas com juros atingiriam R$ 85 bilhões... Dezenas de Lava Jatos canalizadas gentilmente aos endinheirados brasileiros, fazendo a dívida bruta aumentar em R$ 227,8 bilhões, apenas no primeiro trimestre.” Ainda de acordo com Leblon, “a genialidade neoliberal é vender como ciência uma geringonça ideológica em que o acelerador do ajuste aciona o freio da economia e faz a sociedade capotar.” É isso, estamos capotando. Aonde vamos parar? Os números são insustentáveis. Segundo o Banco Central, em março de 2005 a família brasileira destinava 19,3% da renda ao pagamento de dívidas, enquanto em abril de 2015, 46,5%. Natura. Quinta-feira (30),porta-voz de sustentabilidade da marca vai conversar com a imprensa sobre a nova linha de Ekos e a relação desta com o meio ambiente. Reflexão: “Siga o seu destino e o universo irá abrir portas para você onde antes só haviam muros.” Joseph Campbel, estudioso norte-americano de mitologia.
28 de Julho Dia do Agricultor Quando o alimento chega à nossa mesa, muitas vezes ignoramos que os agricultores são os responsáveis, especialmente a agricultura familiar que, responde por 70% pela produção brasileira. Se hoje batemos recordes agrícolas de produção de grãos, devemos a esses homens e mulheres que levantam cedo para cuidar da lavoura, seja ela de grande ou de pequeno porte. São 25 milhões de trabalhadores rurais no Brasil. Diferentemente de outros profissionais, o agricultor interage com a natureza e dela tira o próprio sustento e o nosso, também. Não é por menos que o Dia do Agricultor é tão importante quanto os outros que comemoramos no Brasil e o mundo, como o Dia do Meio Ambiente da Água. 30 de Julho - Dia Internacional da Amizade Data criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro, para celebrar a amizade. Primeiramente adotado em Buenos Ayres, na Argentina, através de um decreto, a data, gradualmente, foi sendo adotada em outras partes do mundo e atualmente, quase todos os países comemoram o dia. 30 de Julho - Entrega do Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo O Prêmio Banco do Nordeste de Jornalismo em Desenvolvimento Regional será entregue no próximo dia 30, durante evento realizado na sede do Banco, em Fortaleza (Av. Dr. Silas Munguba, 5.700. Passaré), às 17h30.Na oportunidade, serão conhecidos os vencedores das premiações nacionais e regionais nas categorias Mídia Impressa – Texto, Mídia Impressa – Foto, Mídia Eletrônica – Rádio, Mídia Eletrônica – TV e Mídia Eletrônica – Internet.
Serão concedidos, também, prêmio especial pra trabalho produzido em cidades com menos de 100 mil habitantes e prêmios universitários. Até 31 de Julho - Inscrições para edital Juventude Rural foram prorrogadas Projetos que estimulem o protagonismo da juventude rural, a promoção da igualdade de gênero, o fortalecimento de práticas sustentáveis e de cultivo agroecológico e da agrobiodiversidade têm até 31 de julho para participar da seleção pública lançada pela Fundação Banco do Brasil, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A proposta é apoiar iniciativas que visam estruturar empreendimentos econômicos coletivos de grupos de jovens rurais de 15 a 29 anos. O investimento social total será de R$ 5 milhões. Para saber mais acesse www. fbbb.org.br/quem-somos/licitaçoes/.
O Estado Verde (OeV) é uma iniciativa do Instituto Venelouis Xavier Pereira, com o apoio do jornal O Estado, para fomentar o desenvolvimento sustentável no Ceará. EDITORA Tarcilia Rego CONTEÚDO Equipe OeV. JORNALISTA Katy Araújo DIAGRAMAÇÃO E DESIGN Rafael F.Gomes TELEFONES (85) 3033.7500/3033 7505 E (85) 8844.6873 ENDEREÇO Rua Barão de Aracati, 1320 — Aldeota, Fortaleza, CE — CEP 60.115-081. www.oestadoce.com.br/o-estado-verde
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KEPLER-452B Cientistas da Nasa anunciaram a descoberta de um planeta primo irmão do nosso. É um mundo rochoso que orbita uma estrela semelhante ao Sol, e pode ter água
Será que agora temos uma segunda Terra? POR TARCILIA REGO do OeV
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ocê acredita que existam outros planetas com vida semelhante a que conhecemos aqui na Terra? Não, responde o jornalista Rodolfo Oliveira. Mas a Agência Espacial Norte Americana (Nasa) anunciou dia 23 de julho, a descoberta de um novo planeta na chamada “zona habitável”, e de acordo com a agência espacial, a descoberta, já denominada de Kepler 452b, é bem maior do que a Terra, mas muito semelhante ao nosso planeta, e por isso, já está sendo chamado de Terra 2.0. Pela primeira vez, os cientistas encontraram o que parece ser um mundo rochoso que orbita uma estrela semelhante ao Sol e a quase exatamente, a mesma distância que a Terra orbita o nosso Sol. Enquanto outros planetas, potencialmente habitáveis, foram encontrados antes, este é o primeiro que, realmente, poderia vir a ser outra Terra. Será? O jornalista Rodolfo disse que não acredita que o Kepler, possa ser, por exemplo, habitado, como a Terra. E por que não? Somos especiais? Segundo ele, “sob o ponto de vista biomolecular, somos quase um milagre.
“Acredito que haja vida primitiva fora da Terra, mas a probabilidade desse arranjo bioquímico de compostos e moléculas que fez surgir a vida no nosso planeta, não acredito que tenha acontecido, em outro ponto do universo”. O analista de dados do centro de pesquisa em Moffett Field, Califórnia, Jon Jenkins, que liderou a equipe que fez a descoberta, disse que todos os ingredientes e as condições de vida necessárias devem existir nele. “Podemos pensar no Kepler-452b como um primo maior e mais velho da Terra, o que proporciona oportunidade para entender e refletir sobre o ambiente em evolução dela”, disse. Quem ficou feliz com a novidade, foi a moradora da Praia de Iracema, Tereza Tavares Gondim. Ela acredita que existe vida em outros planetas, assim como por aqui. “Aliás, acho que melhor”, disse a funcionária pública, aposentada que frequenta um centro espírita, aonde, segunda ela, “lá”, as pessoas, na grande maioria, acreditam na existência de “seres em outros planetas”. “Eu penso que o Kepler 452b é mais um passo para compreendermos a existência de muitos outros planetas habitáveis que estão fora do nosso sistema
e que ainda serão descobertos. Se não fosse assim, não se investiria tanto nas pesquisas espaciais”.
Sobre o Kepler-452b
Kepler 452b, encontrado pelo telescópio espacial Kepler, da Nasa, está localizado 1.400 anos-luz de nós, situado na constelação do Cisne. Ele orbita uma estrela que tem 4% mais massa e é 10% mais brilhante do que o nosso Sol. O planeta em si é 1,6 vezes o tamanho da Terra - tornando-se uma super Terra,
mas os cientistas estão certos de que ele é um mundo rochoso, devido ao seu tamanho e pelo tipo de estrela que orbita. De acordo com os pesquisadores da Nasa, o telescópio Kepler - que se encontra há seis anos a procura de planetas semelhantes à Terra, fora de nosso sistema solar, conclui que o Kepler 452b temo uma temperatura ideal para a existência de água líquida. Também, que o novo planeta é mais antigo que a Terra, tendo mais de seis milhões de anos do que o planeta onde vivemos.
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VERDE barrosalvesdireito@gmail.com
ARTIGOJanguiê Diniz Reitor da UNINASSAU
Poluição atmosférica leva morte às metrópoles
A conclusão de recentes pesquisas desenvolvidas ao longo dos últimos vinte anos por universidades europeias, dá conta de que o maior assassino nos grandes centros urbanos é a poluição atmosférica. O crescimento desordenado das cidades, a deseducação das populações e, sobretudo, o desenvolvimento industrial que coloca no ar toneladas de poluentes, estão na raiz desse mal até aqui insanável, que infelicita a sociedade moderna. Todos protestam contra a situação, mas ninguém deixa, por exemplo, de comprar um veículo automotor, por necessidade ou por mera vaidade. As nações se revezam em cúpulas de discussão sobre poluição atmosférica, mas as nações que mais poluem, como China e Estados Unidos são as primeiras a se negarem a assinar acordos que definam padrões mínimos de emissão de poluentes. O famoso Protocolo de Kyoto é um exemplo claro de que as nações industrialmente desenvolvidas e mais poluidoras sempre exigem que os países em desenvolvimento façam sua parte sem que elas, no entanto, façam o seu dever de casa.
Padrões de qualidade Segundo determina a Organização Mundial da Saúde – OMS, os “Padrões de Qualidade do Ar (PQAr) variam de acordo com a abordagem adotada para balancear riscos à saúde, viabilidade técnica, considerações econômicas e vários outros fatores políticos e sociais, que por sua vez dependem, entre outras coisas, do nível de desenvolvimento e da capacidade nacional de gerenciar a qualidade do ar. As diretrizes recomendadas pela OMS levam em conta esta heterogeneidade e, em particular, reconhecem que, ao formularem políticas de qualidade do ar, os governos devem considerar cuidadosamente suas circunstâncias locais antes de adotarem os valores propostos como padrões nacionais. Níveis toleráveis
No Brasil os padrões de qualidade do ar foram estabelecidos pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente e seguem divisão em padrões primários e secundários. São padrões primários de qualidade do ar as concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e médio prazo. São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e a flora, aos materiais e ao meio ambiente em
geral. Podem ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo prazo.
Parâmetros regulamentados
A supramencionada Resolução do Conama que prevê a aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido. A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a classificação das áreas, os padrões aplicáveis serão os primários. Os parâmetros regulamentados pela legislação ambiental são os seguintes: partículas totais em suspensão, fumaça, partículas inaláveis, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e dióxido de nitrogênio. A mesma resolução estabelece ainda os critérios para episódios agudos de poluição do ar. Ressalte-se que a declaração dos estados de Atenção, Alerta e Emergência requer, além dos níveis de concentração atingidos, a previsão de condições meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes.
Lei de poluentes
Posteriormente, em 1993, como reflexo das exigências da conferência sobre meio ambiente ocorrida no Rio de Janeiro, em 1992 (ECO-92), o governo Itamar Franco propôs definições legais que foram editadas na Lei 8.723, a qual “dispõe sobre a redução de emissão de poluentes por veículos automotores e dá outras providências”.
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O empreendedor de sucesso
mpreender não é fácil e nem simples. Enganam-se aqueles que pensam que para ter um negócio de sucesso basta apenas investir um valor fi nanceiro, em um determinado setor. Alcançar o sucesso empresarial é muito mais que abrir um negócio. Uma pesquisa da União Europeia realizada na região e nas maiores economias do mundo colocou o Brasil como o segundo lugar entre os países com maior tendência para o empreendedorismo – de acordo com os resultados, 63% dos brasileiros preferem trabalhar em um negócio próprio. A pesquisa incluiu os 27 membros da União Europeia e mais 13 nações, entre elas, China, EUA, Rússia, Índia e Japão. O primeiro lugar ficou com a Turquia, com 82%. Empreender é a força do fazer acontecer, em qualquer área, seja de forma inédita ou não. É o envolvimento de pessoas e processos. É o principal fator promotor do desenvolvimento econômico e social de um país. É identificar oportunidades, agarrá-las e buscar os recursos para transformá-las em negócio lucrativo. O empreendedor de sucesso é a pessoa capaz de gerar bons resultados em qualquer área de atividade, é aquele que motiva ações e cultiva ideias em prol do bem estar comum. O empreendedor de sucesso é, de fato, aquele que tem um novo olhar sobre o mundo à medida que presencia a evolução. Para isso, ele precisa apresentar determinadas habilidades e competências
para criar, abrir e gerir um negócio, gerando resultados positivos. As características técnicas de um empreendedor de sucesso envolvem a habilidade em saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações. Além de ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe. Para a segunda categoria, classificamos as características gerenciais envolvidas na criação e gerenciamento da empresa. O conhecimento em marketing, administração, fi nanças, operacional, produção, tomada de decisão, planejamento e controle. Finalizando as categorias, o empreendedor de sucesso precisa ser extremamente disciplinado, assumir riscos, ser inovador, ter ousadia, persistência, ser visionário, ter iniciativa, coragem, humildade e principalmente ter paixão pelo que faz. Claro que existem outras características como criatividade, autoconfiança, pró atividade, otimismo e senso de oportunidade que complementam o perfi l. E mesmo quando os aspirantes a empreendedores tem as características citadas acima, por vezes uma regra básica é esquecida: é preciso conhecer o mínimo a respeito da atividade que se pretende desenvolver e do mercado no qual quer se envolver. Familiarizar-se com aquilo que se deseja vender, seja o que for, é essencial. E completando, é claro que o sucesso empresarial tem uma boa dose de sorte. No entanto, atribuir o sucesso dessas pessoas, única e exclusivamente ao f a t o r sorte, é um raciocínio simplista e também uma injustiça com elas. Vale lembrar que errar também faz parte da vida de qualquer empreendedor. No entanto, no segundo caso, o mais importante é aprender com o erro e jamais cometê-lo novamente. O segredo é transformar seus erros e fracassos em lições.
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Banco do Nordeste realiza Fórum de Desenvolvimento no próximo dia 31
“O
papel do banco de desenvolvimento na economia do século XXI” é o tema do XXI Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento, que acontece dia 31 de julho, na sede da instituição em Fortaleza (Av. Dr. Silas Munguba, 5.700, Passaré), a partir das 8h30. O evento comemora os 63 anos da maior instituição fi nanceira de desenvolvimento regional da América Latina, e tem o objetivo de mobilizar a classe empresarial e política, governos, comunidade acadêmica e terceiro setor, em torno de questões relevantes para o desenvolvimento regional. A programação contempla três painéis temáticos: “A promoção da inclusão social”; “Produtividade, competiti-
vidade e inovação: perspectivas para o Nordeste”; e “Desafios do fi nanciamento à infraestrutura”. Além dos painéis, também haverá a entrega da Comenda Banco do Nordeste de Desenvolvimento Regional e lançamento do Selo “10 Anos de AgroAmigo”. Participarão do fórum representantes de instituições parceiras como Ministério da Fazenda, BNDES, Confederação Nacional da Indústria (CNI), Sebrae e Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia. Também estarão presentes executivos da iniciativa privada, autoridades políticas, professores, economistas, ONGs e promotores de políticas de desenvolvimento em âmbito regional, nacional e internacional
Prefeitura apresenta Lei de Incentivos Fiscais para estimular o surgimento de novos negócios
D
urante almoço com lideranças empresariais, o prefeito Roberto Cláudio, acompanhado do secretário do Desenvolvimento Econômico de Fortaleza, Robinson de Castro, apresentou a nova Lei de Incentivos Fiscais nº 205/2015, dia 24, na Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Aprovada na Câmara Municipal e sancionada pelo prefeito, a Lei de Incentivos Fiscais prevê atração de investimentos para cidade por meio da concessão de benefícios fiscais às empresas instaladas em locais com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), além do apoio ao desenvolvimento de Parques Tecnológicos no Município. Com a proposta de desconcentrar a instalação de novas empresas e desenvolver um ambiente propício aos negó-
cios, a Lei nº205/2015 favorecerá novas vocações econômicas no município, além de gerar empregos qualificados. A nova lei cria o Programa de Desenvolvimento Econômico do Município de Fortaleza (Prodefor), que incentiva o desenvolvimento econômico e social do município de Fortaleza, a partir da concessão de incentivos fiscais às empresas instaladas nos bairros com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e o Programa de Apoio a Parques Tecnológicos e Criativos de Fortaleza (Parqfor) para incentivar o desenvolvimento de parques tecnológicos e criativos na cidade e, como consequência, promover investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além da geração de empregos formais mais qualificados.
R$ 11 mi em investimentos para educação, infraestrutura e abastecimento hídrico
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overnador Camilo Santana assinou, dia 26, um pacote de investimentos para o desenvolvimento da educação básica, infraestrutura e abastecimento hídrico do município de Saboeiro, a 434 km da Capital, na região dos Inhamuns. Foram assinadas as ordens de serviços para construção do Centro de Educação Infantil (CEI), esco-
la padrão de ensino fundamental com 12 salas de aula equipadas, espaço educacional, recreativo e de lazer do Açude Público Municipal, pavimentação das estradas que dão acesso aos distritos de Malhada, Barrinha, Flamengo e Sítio Barra, além do sistema de abastecimento de água comunidades de Aroeira Ferrada e Canal.
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ARTIGO
Cybelle Borges
Socióloga
Alianças colaborativas para a sustentabilidade
A
s teorias sobre alianças e estratégias colaborativas são relativamente recentes. O que se observa ao longo das últimas três décadas é que o mundo passou por um processo de rápidas e drásticas mudanças, imprimindo uma dinamicidade jamais vista nas relações socioeconômicas de grupos sociais, empresas e países, contexto que exige mudanças organizacionais radicais, inclusive forçando as empresas e a sociedade a reverem seus paradigmas tradicionais. O presente artigo tem como objetivo principal responder à questão: Como a questão da sustentabilidade tornou-se estratégica para as empresas e de que forma alianças colaborativas contribuem para esse novo paradigma organizacional? Ferramentas de gestão como os Indicadores ETHOS de Sustentabilidade foram criadas com esse intuito, bem como a ISO 26000, norma internacional de responsabilidade social; o GRI – Global Reporting Initiative; as Metas do Milênio estabelecidas pela ONU; dentre outros. Certamente a falta de ferramentas não é o motivo principal.
O que está realmente carecendo é de crenças e valores sobre a real pertinência desse novo paradigma em que o lucro deve ser visto também sob a ótica da ética e da responsabilidade com os diversos públicos que a empresa se relaciona: clientes, fornecedores, comunidade do entorno, governo e público interno, para falar de alguns. As organizações por muito tempo percebiam apenas que eram processadoras de insumos para produzir produtos e para isso contratavam fornecedores e procuravam clientes interessados nos seus produtos. Com o título de “A Grande Ideia”, Porter & Kramer lançaram a idéia de Criação de Valor Compartilhado (CVC) em 2011. Em seu artigo “Estratégia e Sociedade: o elo entre a vantagem competitiva e responsabilidade social empresarial (RSE)”, publicado originalmente na Harvard Business Review (2006), criticam o fato de que as abordagens dominantes à RSE são tão fragmentadas e desvinculadas da empresa e da estratégia que ocultam muitas das grandes oportunidades para que a empresa beneficie a sociedade. Acredito que a nova geração de jovens, consumidores e funcionários, está demandando das empresas à adoção de um modelo gerencial que provoque mudanças positivas em todos os seus públicos de interesse e que integre a responsabilidade socioambiental ao seu contexto competitivo e assim respondemos à questão do início do artigo sobre como a questão da sustentabilidade é estratégica e necessita de uma visão e de práticas colaborativas e de valor compartilhado.
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VERDE
RESÍDUOS SÓLIDOS As capitais e municípios de região metropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com o incômodo. Segundo especialistas é preciso estabelecer metas intermediárias
Senado aprova prorrogação do prazo para lixões até 2018 FOTO EBC
POR TARCILIA REGO do OeV
Ceará A PNRS rege que cada
O
s municípios estão aliviados, terão mais tempo para extinguir os lixões, ganharam, pelo menos, mais três anos. A redação final do Projeto de Lei do Senado (PLS) 425/2014, que prorroga, de forma escalonada, prazo para os municípios se adaptarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi aprovado, em seção do dia 1º de julho, no Plenário da Casa. O Projeto seguiu para análise da Câmara dos Deputados. As capitais e municípios de região metropolitana terão até 31 de julho de 2018 para acabar com os lixões. Os municípios de fronteira e os que contam com mais de 100 mil habitantes, com base no Censo de 2010, terão um ano a mais para implementar os aterros sanitários. As cidades que têm entre 50 e 100 mil habitantes terão prazo até 31 de julho de 2020. Já o prazo para os municípios com menos de 50 mil habitantes será até 31 de julho de 2021. Para o presidente interino da Associação dos Municípios do Estado do Ceará (Aprece), Vanildo Simão, que também é prefeito de Mauriti, o PLS que altera a Lei nº 12.305/10 “é uma reinvindicação antiga”. A lei que criou a PNRS “é boa sob o ponto de vista jurídico, mas não ajudava a equacionar o problema”. O prazo original, previsto na norma, venceu em agosto do ano passado. Segundo Simão, construir aterros sanitários, além de complexo, é caro. “Entes federados devem ajudar os municípios a construírem os novos aterros sanitários, assim como fechar lixões. É impensável construir aterros e fechar li-
estado e município brasileiros tenham os seus próprios Planos de Resíduos Sólidos. No entanto, o Ceará adotou o método de regionalização de forma que uniu os 187 municípios em microrregiões, no total de 14. Segundo Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (Arce), está medida foi tomada para tornar os custos e os processos de formatações de projetos viáveis para a grande maioria das cidades cearenses. Se a Arce é a reguladora, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado (Sema), é a articuladora da construção do Plano Estadual de Resíduos. Até o fechamento desta edição não conseguimos falar com representante da Sema, sobre a decisão do Senado Federal.
Somente no Brasil são produzidos cerca de 240 mil toneladas de lixo todos os dias
xões sem recursos.”, disse à nossa reportagem, o dirigente da Aprece, que aposta nos consórcios.
Consórcio: caminho do diálogo
“É impensável, para cada um dos
cinco mil municípios construírem um aterro. Se tiver cooperação entre os três poderes, daremos um passo grande para resolver o impasse dos lixões. O caminho do diálogo é via os consórcios.” Encerra. O PLS prevê que a União
vai editar normas complementares sobre o acesso a recursos federais relacionados ao tema. A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), afirma que em 2014, quando da realização , em Brasília, do 11° Seminário Nacional de Resíduos Sólidos (veja documento do encontro em http://abes-dn.org.br/eventos/seminario_residuos_solidos/pdf/CARTADEBRASILIA. pdf), posicionou-se contrária ao adiamento, como uma medida para forçar municípios e estados, juntamente com o Governo Federal, a encontrar saídas para a questão. Mas, de acordo com o presidente nacional da Abes, Dante Ragazzi Pauli, o
VERDE que falta é capacidade técnica e financeira para solucionar as questões de resíduos sólidos e de saneamento em geral. “Os municípios, principalmente os menores, não tiveram e não têm capacidade técnica e f i na nceira para lidar com as questões dos resíduos sólidos”, afirma. Dante Ragazzi acredita que “se o governo resolve dar novos prazos, pelo menos tem que estabelecer metas intermediárias, para que o município não seja totalmente prejudicado, sem acesso a recursos. Por outro lado, o município precisa apresentar avanços na elaboração dos seus documentos oficiais. A experiência em nosso país tem mostrado que somente estabelecer um prazo não resolve o problema”, analisa o dirigente que Ele concorda que a implementação de consórcios pode ser uma alternativa para encaminhar as questões dos resíduos. “A Lei de Consórcio é uma lei muito inteligente, muito interessante para o Brasil. Temos que levar em conta que o Brasil é um país muito grande, com 5700 municípios, com realidades sociais e econômicas muito díspares, com regiões ainda muito pobres. E às vezes há uma mistura de falta de interesse político com falta de conhecimento da legislação. É uma pena que pouquíssimos consórcios tenham sido formados no Brasil até agora.”
Palavra final
O presidente do Sindicato das Empresas de Reciclagem de Resíduos Sólidos
Domésticos e Industriais do Estado do Ceará (Sindiverde/CE), Marcos Albuquerque, disse que passados os quatro anos estipulados para a implantação da PNRS, muito pouco foi feito. “E agora, o Senado Federal, já deu a palavra final sobre o assunto e aprova a prorrogação do fechamento dos lixões”. Albuquerque, que também preside o Conselho Temático de Meio Ambiente (Cotema) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), destaca que, por não ter sido implantada a PNRS, em Fortaleza e no Ceará, a indústria recicladora local continua a importar resíduos de outros estados do Nordeste. “Além de desperdício de matéria-prima, isto tem custo elevadíssimo para o setor”, frisa. Somente no Brasil são produzidos cerca de 240 mil toneladas de lixo todos os dias, sendo que apenas 2% de tudo isso segue para reciclagem. O resultado é uma enorme quantidade de resíduos que precisa de uma nova destinação após sua vida útil.
Decisão política
O engenheiro civil, Francisco Humberto de Carvalho Jr., considera a decisão do Senado, lamentável, e afirma que o adiamento não vai resolver o proble-
ma, que segundo ele, “não é financeiro, mas é de decisão, de vontade política”, e questiona: “Por que tem recursos para contratar cantores e bandas de forró e não tem para o saneamento público?” Para Carvalho Jr. o que falta, além da vontade política, é projeto. Acrescenta ainda que a solução é simples, passa também, pela contratação de um engenheiro [civil, ambiental, sanitário], que custa apenas 8 salários mínimos e meio, e ajudaria o município a resolver a questão e ainda colaboraria para a captação de mais recursos. “Esconder o lixo sob o tapete não vai resolver, muito menos adiar o fechamento dos lixões, é preciso planejar”, encerra. Segundo o engenheiro, apenas cinco municípios do Estado em um total de 184, possuem aterros licenciados. A criação de planos de gestão de resíduos sólidos, seja estadual, municipal, é a condição para que os estados e municípios possam ter acesso aos recursos da União ou recebam os benefícios por incentivos e/ou financiamentos de entidades federais de crédito. Os documentos devem contemplar a coleta seletiva, inclusão de catadores, educação ambiental, mercado para recicláveis, respeito às normas ambientais e de sustentabilidade econômica.
Resultados significativos
Para o Ministério do Meio Ambiente (MMA), em quatro anos, a PNRS produziu resultados significativos, segundo publicação no portal do órgão. “Um pouco mais da metade dos resíduos sólidos urbanos coletados no Brasil já tem disposição final ambientalmente adequada, em aterros sanitários. Entre 2010 e 2014, o Governo Federal, por meio do MMA, Ministério das Cidades e Fundação Nacional de Saúde (Funasa) destinou R$ 1,2 bilhão para implantar a PNRS e o número de municípios atendidos dobrou”. Em 2008, a disposição final ambientalmente adequada era uma realidade apenas em 1.092 dos 5.564 municípios então existentes, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já no final de 2013, esse número, de acordo com levantamento do MMA junto aos estados, era de 2,2 mil municípios.
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SAIBA MAIS - Aterro Sanitário: Técnica de disposição de resíduos sólidos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais (IPT, 1995). - Plano de Resíduos Sólidos: Documento que atende a Lei Federal 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), planeja metas para um período de 20 anos com o objetivo de minimizar os problemas da área ambiental e da saúde pública, beneficiando, assim, a qualidade de vida da população. - Lixão: Área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Institucionalizados ou clandestinos, esses locais recebem volumes diários de lixo que são amontoados um por cima do outro. População civil e, em alguns casos, a própria prefeitura, são responsáveis por jogar o lixo coletado no local.
Programa de Recolhimento de Embalagens percorre os municípios do Ceará Minimizar os impactos ambientais causados pelo descarte ou queima das embalagens indevidamente, bem como melhorar a saúde da população, são os principais objetivos do programa de Recolhimento Itinerante de Embalagens Vazias de Agrotóxicos. Trata-se de uma ação iniciada ano passado e que diante dos resultados está sendo renovada e ampliada. O primeiro município a receber o programa nesta edição será Viçosa do Ceará, no dia 10 de agosto. O procedimento deve ser feito por agricultores com a tríplice lavagem da embalagem após seu uso, guardando-a em local adequado para fazer a sua devolução. É importante que os agricultores façam a devolução das embalagens de agrotóxicos obedecendo às leis federais 7802/89 e 9974/00 e evitando problemas e multas com a fiscalização realizada pela Adagri e Semace. Informações através do telefone (85) 3565.0116 ou acesse http://aprece.org.br/wp-content/ uploads/2015/07/AQUI.pdf e conheça o cronograma de visitação do Recolhimento Itinerante nos municípios.
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OPINIÃO Por Maria Emilia Schettini, Arquiteta e urbanista, membro do Movimento Pró-árvore
A Cidade que Invejamos A cidade de Fortaleza teima em construir uma imagem de cidade acolhedora, agradável, que atrai turistas o ano inteiro. A “Loura Desposada do Sol”. Eles vêm, sim, às carradas, porém estão sempre de passagem entre um passeio e outro para as belas praias fora da cidade. Ocupam os hotéis, sim, que funcionam na qualidade de entreposto. Conhecem a área turística (o clássico pacote Feirinha da Beira Mar/Mercado Central/Monsenhor Tabosa) e se mandam para outras paragens, aqui não há mais nada a se ver. Essa não é a Fortaleza do cidadão local e uma cidade acolhedora deve (ou deveria) priorizar seus habitantes. O acolhimento aos visitantes seria uma consequência. Nos últimos anos, a cidade de Fortaleza tem se tornado extremamente hostil à sua gente e o pior é que nos acostumamos a isso. Acostumamo-nos a permanecer trancados dentro de nossas casas e carros, isolados do convívio em sociedade, porque sair à rua tornou-se uma aventura desagradável e perigosa apesar da luta e das tentativas de muitas pessoas de negar e reverter esse processo. Cidade acolhedora tem gente nas ruas, personagens variados que compõem o magnífico e belo mosaico do ir e vir da vida cotidiana. Na cidade acolhedora seus habitantes têm um sentimento de pertença, de identidade, de amor ao lugar. Como amar o que não conhecemos? Como conhecer se não existe me-
FOTO ROGERS TABOSA
mória? Estamos sempre buscando identidade em outros lugares porque não conhecemos nem valorizamos o que é nosso: nossas tradições, nossa história, nossa natureza, nosso povo. Bom e bonito é acolá. Civilizado é aquele povo. “Aquele povo”, chega aqui e pergunta: “ Onde estão as pessoas? Por que todas as construções são muradas? Por que uma cidade tão quente tem tão poucas
Fóssil de cobra com 4 patas da Chapada do Araripe está em museu alemão Notícia publicada no O Estadão, informa que cientistas descobrem fóssil de cobra com 4 patas, que pode ter sido roubado do Brasil, Pesquisa foi feita na Europa, com fóssil de um museu alemão. Cientistas brasileiros acreditam que a peça, originária da Chapada do Araripe, no Nordeste, tenha saído ilegalmente do País. Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) vai pedir investigação. Apesar de o fóssil ser patrimônio
brasileiro, os autores da pesquisa são todos estrangeiros, e não está claro como a peça saiu do País. A lei brasileira proíbe, desde 1942, a exploração e retirada de fósseis do território nacional por estrangeiros sem autorização do poder público. Os autores do trabalho dizem que a peça estava “há várias décadas” em uma coleção particular e que não há informações sobre como, quando ou por quem ela foi coletada.
árvores? Por que tantos carros? Por que as vias têm mão única? Não enxergam que os carros gastam mais combustível, dando voltas e voltas, poluem mais e as pessoas ficam mais estressadas e estão sempre atrasadas? Por que não terminam as obras do metrô, se já gastaram dinheiro?” Difícil dar respostas convincentes, porque elas não existem. Na ânsia de parecermos modernos e
civilizados destruímos nosso patrimônio histórico e ambiental. Tudo é ultrapassado e velho; que venha o novo, o concreto, o aço e os vidros azuis e espelhados e as palmeiras e aquela grama sempre verdinha. Ah, as palmeiras... Árvores despejam folhas e flores e frutos pelo chão, eles sujam e incomodam. Quem precisa delas? Pra que sombra, se ninguém anda a pé? Temos nossos carros com ar-condicionado e estacionamos na sombra do vizinho que não se importa de varrer sua calçada. Admiramos e elogiamos prédios antigos e bem cuidados espalhados pelo mundo e passamos o trator por cima do nosso patrimônio histórico. Não percebemos que nossa identidade depende da nossa referência afetiva, da nossa história. Não percebemos que nossa existência neste mundo depende completamente da natureza e dos serviços por ela prestados a nós. Seguimos numa busca infinita pelo progresso, mas não buscamos o desenvolvimento verdadeiro, com uma sociedade justa e em equilíbrio com o meio-ambiente. Precisamos nos enxergar com olhos estrangeiros para perceber que nos dirigimos para um futuro em que não gostaremos de viver e deixamos uma herança que nos envergonhará perante as futuras gerações. É nossa responsabilidade construir a cidade que invejamos.
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FORMAÇÃO Ele atribui a conquista ao incentivo encontrado junto aos professores
Ex-aluno do Senai/CE estudará Arquitetura no MIT
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FOTO DIVULGAÇÃO
ex-aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/CE), Michel Silva das unidades Barra do Ceará e Jacarecanga, passou em uma seleção feita pela Fundação Getúlio Vargas e vai estudar Arquitetura no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), em Boston, Estados Unidos. O estudante de 23 anos, com viagem marcada para setembro, atribui a conquista pessoal e profissional, ao incentivo encontrado junto aos professores do Senai após ter feitos os cursos de Programador Visual Gráfico, Edificações, Tecnologia da Informação e Segurança do Trabalho.
Projeto
Durante os próximos três anos que estudará no MIT, Michel terá que desenvolver os protótipos do projeto de um bairro planejado com soluções inovadoras aplicáveis em qualquer cidade do mundo. Para conseguir êxito na aprovação do projeto na seleção, Michel recebeu ajuda dos seus professores do Senai e da Universidade Federal do Ceará (UFC). O ex-aluno do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial acredita que não há uma cartilha pronta para inovar e empreender. “Arrisque-se, tente.
Cada pessoa pode e deve encontrar o seu potencial de inovador e empreendedor. O cearense é um empreendedor por natureza”, aconselha. O jovem montou com sócios uma
COMO SE CANDIDATAR A UMA VAGA NO MIT Segundo notícia publicada em março, no portal O Globo (http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015), este ano, o número de estudantes brasileiros aceitos pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, de acordo com os representantes do instituto no Brasil, foi recorde. O MIT é uma das instituições de ensino superior, mais prestigiadas e concorridas do mundo. Para entrar na instituição, o aluno precisa passar por um processo de aplicação onde constam: - ensaios escritos pelos jovens com temas definidos pelo Instituto - dois exames específicos (matemática, física, química e biologia) chamados de SATII - duas cartas de avaliação (uma de um professor da área de exatas e outra de um professor da área de humanas) - entrevista - histórico escolar do ensino médio - preenchimento de dados biográficos e menção a trabalhos desenvolvidos na comunidade, nas áreas humana e científica - prêmios obtidos, medalhas conquistadas em competições nacionais e internacionais, entre outras conquistas do candidato. O MIT já teve 77 ganhadores do Prêmio Nobel (incluindo graduados e professores) e 52 vencedores de medalhas nacionais de ciências. Atualmente, possui em seu corpo docente oito professores vencedores do prêmio.
pequena empresa de projetos em Arquitetura e Design com foco na Construção Civil.
Vínculos
Em retribuição e gratidão, Michel foi conhecer no último dia 14 de julho, o Instituto Senai de Tecnologia Eletrometalmecânica, em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. O estudante conheceu as instalações e foi apresentado aos profissionais que trabalham lá. O propósito da visita é fortalecer vínculos e ficar por dentro do trabalho feito naquele ambiente inovador para assim se preparar melhor como profissional antes de começar os estudos no exterior. Os institutos Senai de Inovação surgiram pelo país a partir de um convênio da instituição com o MIT.
Fórum Mundial de Biodiversidade
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Cagece disponibiliza aplicativo de auxílio no combate ao desperdício O aplicativo disponibilizado pela Cagece – pode ser baixado gratuitamente – permite ao cidadão um contato direto e instantâneo com a Companhia. “A ideia é que cada um possa atuar como agente fiscalizador no combate ao desperdício e às fraudes de água”, ressalta Neurisangelo Freitas, presidente da empresa. O Cagece Mobile possui layout e usabilidade simples e intuitiva, com diversas funcionalidades. Através dele, o cidadão pode registrar uma ocorrência de falta de água, vazamentos, além de denúncias de fraudes, buracos, entre outros. As demandas são registradas imediatamente, inclusive com foto capturada no próprio aplicativo ou armazenada no smartphone. Após abrir uma ocorrência, é possível acompanhar todo o andamento através do aplicativo ou por email. É possível , também, emitir 2ª via de fatura, acompanhar dicas de como evitar vazamentos, além de conhecer mais sobre atividades realizadas pela Cagece. A ferramenta traz ainda, informações de todas as lojas de atendimento localizadas na capital e no interior e dúvidas frequentes, está disponível para IOS e Androide. Além dele, a população também pode entrar em contato com a Cagece pelas redes sociais, ou pelo telefone 0800.275.0195. A ligação é gratuita.
SAIBA COMO USAR O APLICATIVO Para registrar uma ocorrência através do Cagece Mobile basta acessar o aplicativo e escolher a opção “Registrar uma Ocorrência”. Na página de registro, o cidadão poderá escolher o tipo de ocorrência [vazamento de água, fraude, falta de água, buraco de água e esgoto, entre outros]. Após escolher a opção, o usuário deve registrar o endereço da ocorrência, um ponto de referência e uma mensagem para a Cagece. No registro, também é possível incluir imagem, feita no próprio aplicativo ou armazenada no próprio smartphone. Feito isso, basta clicar na opção “Enviar”. O aplicativo irá abrir uma ocorrência e o protocolo de atendimento é enviado instantaneamente para o email informado pelo usuário, que poderá acompanhar todo o andamento da demanda. O Cagece Mobile funciona a partir do iPhone 3GS, rodando em iOS cinco ou superior. Para iPad, poderá ser utilizado qualquer iPad que use a versão 5 do iOS ou superior. Para smartphones e tablets, que rodem Android, o aplicativo funciona com a versão 3.0 ou superior.
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EOARTE Exposição Amazônia Ocupada exibe 75 fotografias de João Paulo Farkas e apresenta histórias e conflitos da região
Amazônia e seus habitantes são temas de mostra em São Paulo
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stando na capital paulista, não deixe de visitar a exposição Amazônia Ocupada, em cartaz no Sesc Bom Retiro. A mostra, que começou no último dia 24 e termina 1º de novembro, reúne 75 imagens, a maioria delas, inéditas, feitas pelo fotógrafo João Paulo Farkas entre 1985 e 1993, na Amazônia, narram a ocupação da região. A curadoria da exposição é de Paulo Herkenhoff e a entrada é franca. As fotos foram selecionadas a partir de um amplo material produzido em nove expedições de Farkas para a região amazônica, que resultaram em um acervo de 12 mil fotos. Quinze dessas imagens foram ampliadas e expostas na rua, como relatou o fotógrafo, à Agência Brasil: “Haverá outra exposição do lado de fora, onde serão colocadas 15 imagens na rua, onde há muito tráfego de pedestres e automóveis.”
Dois lados
Segundo Farkas, entre as imagens da exposição, há também o registro de homens que compõem o outro lado dessa história: os garimpeiros. “Fomos visitar índios Uru-Eu [Uru-Eu-Wau-Wau] e eles tinham matado um garimpeiro. Os garimpeiros começaram a entrar na terra deles e eles os mataram. Então você via os dois lados da história”, contou o fotógrafo. Ele esteve na região amazônica em diversas expedições e pretende
contar um pouco do que vivenciou por lá por meio dessas imagens, direcionadas sempre ao ponto de vista humano. O pr i mei ro convite que recebeu para fotogra far a Amazônia foi feito pelos próprios garimpeiros de ouro e cassiterita, dos garimpos fechados da região onde só era possível chegar por avião. “Essa história é contada do ponto de vista humano. Há garimpeiros, agricultores, fazendeiros, comerciantes, barqueiros, seringueiros, índios, missionários, prostitutas, pilotos de avião, donos de barcos”.
Rica em histórias
ses garimpos e ficamos muito impressionados com aquilo e resolvemos, por conta própria, voltar para retratar essa ocupação que estava acontecendo na Amazônia”, disse ele. “Quando você mergulha naquela realidade onde a mata tem uma força, a chuva tem uma força, o ocupante tem outra força. E essas forças estão se digladiando e lutando lá. Então, do ponto de vista fotográfico, é muito rico”, explicou. “Aprendi que a aventura humana é sempre rica em histórias e é preciso dar voz para aqueles que fazem a história todos os dias e não apenas aos grandes fatos e grandes personagens. O brasileiro anônimo nos confins da Amazônia tem muito a nos contar sobre os destinos da região”, destaca Farkas. Toda essa história também é apresentada em um vídeo feito especialmente para a exposição.
SOBRE O FOTÓGRAFO João Paulo Farkas, que é filho do fotógrafo húngaro naturalizado brasileiro Thomas Farkas, é formado em filosofia na Universidade de São Paulo (USP). Após terminar a graduação, mudou-se para Nova York onde estudou no International Center of Photography e na School of Visual Arts.
O primeiro convite que recebeu para fotografar a Amazônia foi feito pelos próprios garimpeiros de ouro e cassiterita, dos garimpos fechados da região onde só era possível chegar por avião. “Na Amazônia há os garimpos abertos, onde qualquer um pode chegar de carro e há os fechados, aonde você só chega de avião. Os garimpos fechados ninguém conhecia. Havia toda uma realidade dos garimpos fechados que são administrados por grandes garimpeiros.” “Fomos para conhecer alguns des- Garimpeiro no garimpo aberto do Apiacás. Mato Grosso, 1986
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INFORMAÇÃO AMBIENTAL Por Paula Amanda S. do Nascimento* e Bruno Edson Chaves**
Biodiversidade vegetal em risco
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sempre crescente atividade humana contribui de forma alarmante no processo de extinção de espécies, ocasionando a redução na diversidade dos mais distintos grupos de seres vivos. Buscando reunir informações sobre a biodiversidade ameaçada, em 1963, a IUCN - International Union for Conservation of Nature (União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais) criou um inventário mundial que compila, respaldado por estudos científicos, o estado de conservação de espécies e sub-espécies de plantas, algas, protozoários, animais e fungos, conhecido por “lista vermelha da IUCN”. Posteriormente vários países, inclusive o Brasil, criaram as suas próprias listas vermelhas, seguindo as mesmas categorias analisados pela IUCN. As categorias estipuladas pela IUCN em ordem crescente quanto a sua preocupação para o risco de extinção são: pouco preocupante, quase ameaçada, vulnerável, em perigo, em perigo crítico, extinta na natureza (cujos exemplares são encontrados apenas em cativeiros) e realmente extinta. No que se refere à biodiversidade vegetal mundial a lista vermelha da IUCN de junho de 2015 considerou 5.307 espécies vegetais como vulneráveis, 3.381 plantas como em perigo e 2.199 plantas em perigo crítico. Contudo, vale destacar que das estimadas 297.288 espécies de plantas descritas para o mundo, apenas 6,7% foram inseridas neste estudo. O Brasil, considerado um país de extrema diversidade, abriga 35.638 espécies vegetais, de acordo com a lista de espécies da Flora do Brasil. Destas, 5.195 (14,57% da flora nacional) foram avaliadas pelo Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), sendo que 2.479 espécies (47,71% das espécies avaliadas) apresentam algum grau de preocupação quanto ao seu risco de extinção e compõem o “Livro Vermelho da Flora do Brasil”, publicado em 2013 pelo Ministério do Meio Ambiente e atualizado neste ano. Vinte e duas espécies da flora cearen-
FOTO BRUNO EDSON
Dentre os principais fatores que levam ao detrimento da biodiversidade no Ceará, destaca-se: a perda e degradação de habitat para a agricultura, a extração de recursos naturais pelos planos de infraestrutura e desenvolvimento, e as queimadas. se constam no Livro Vermelho da Flora brasileira, das quais onze estão como vulneráveis, oito em perigo e três em
perigo crítico. Deste grupo de espécies ameaçadas de extinção, merecem destaque treze que são endêmicas do Bra-
sil, sendo que cinco delas só ocorrem em nosso estado. Destas 22 espécies, 15 podem ocorrer no bioma Caatinga, 11 no Cerrado e 14 nos remanescentes de Mata Atlântica; assim representam 5,92%, 1,71% e 0,9% da flora ameaçada destes biomas, respectivamente. Estes números podem parecer pequenos, mas vale ressaltar que no Livro Vermelho da Flora do Brasil só foram avaliadas 283 espécies presentes no Ceará, ou seja, 9,68% de toda a flora do estado. Dentre as espécies ameaçadas no Ceará destacam-se: a catuaba (Anemopaegma arvense), o cedro (Cedrela fissilis), o jaborandi (Pilocarpus jaborandi), algumas espécies de bromélias, cactos, entre outros. No Brasil, as bromélias é o segundo grupo de espécies vegetais mais ameaçadas, entretanto, ao se trazer para o contexto do Ceará, acaba se tornando o grupo mais ameaçado, com quatros espécies na lista vermelha da flora. Dentre estas espécies Guzmania sanguinea só ocorre no Ceará, embora não seja nativa do Brasil; e apenas Guzmania monostachia ocorrem em outros estados da federação. Dentre os principais fatores que levam ao detrimento da biodiversidade no Ceará, destaca-se: a perda e degradação de hábitat para a agricultura, a extração de recursos naturais pelos planos de infraestrutura e desenvolvimento, e as queimadas. Além disso, as ações antrópicas, indiscriminadamente, estão tornando os ecossistemas cearenses e sua diversidade biológica cada vez mais vulneráveis, assim, diminuindo não só a variedade de espécies vegetais e animais, mas também, quando somado aos fatores climáticos, resultam na elevação dos riscos de desertificação de algumas áreas. Desta forma, é necessária a conservação e valorização dos recursos naturais do estado, para que assim, não haja o aumento dos riscos às espécies vegetais do Ceará. ** Aluna de graduação do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece); * Biólogo, professor do curso de Ciências Biológicas da Uece.
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CIDADANIA Novo tipo de equipamento urbano estimula a convivência cidadã e já é uma realidade no Brasil
Decreto municipal regulamenta instalação de parklets em Fortaleza
FORTALEZA
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egulamentada a instalação dos parklets em Fortaleza. A abordagem inovadora e de enorme sucesso para a gestão do espaço público, inventada em São Francisco, nos Estados Unidos, e que se espalhou pelo mundo, também, chegou a nossa Capital. Os parklets fazem parte de um movimento global crescente para fazer ruas mais centradas no ser humano, mais verdes e mais acessíveis. Para o prefeito Roberto Cláudio, o parklet será amigável para pedestres e ciclistas. “Nós estamos estimulando o uso das bicicletas, estamos fazendo diversos quilômetros de calçadas novas, implantamos o Bilhete Único e corredores de ônibus exatamente para reduzir esta dependência do veículo” disse o executivo,
durante a entrega do primeiro trecho urbanizado do Parque Rachel, dia 25, no Bairro de São Gerardo. Na ocasião, ele assinou o decreto que regulamenta a instalação dos novos espaços que estimulam a convivência urbana. Segundo o decreto, os novos equipamentos poderão ser implantados por pessoa física, jurídica ou pela própria administração pública. Quando o interessado for um particular, deverá apresentar o projeto na Secretaria Regional do bairro onde deseja instalar o parklet. Ao ter sua proposta aprovada, virará um permissionário por dois anos prorrogáveis por mais dois anos. Dessa forma, poderá fixar placa com seu nome ou logomarca, explicitando que é o responsável pela manutenção daquele espaço.
SÃO FRANCISCO, EUA
Abraçado pelos cidadãos
Nove anos depois de sua invenção, o parklet ou varanda urbana, já é uma realidade em todo o mundo. No Brasil, o movimento começou em São Paulo, foi abraçado pelos cidadãos, e provocou uma demanda por espaços amigos, levando mais pedestres às ruas da metrópole em decorrência da mudança positiva que o equipamento provoca no ambiente urbano. Em Fortaleza, as pessoas podem aproveitar este tipo de espaço na Avenida Beira-Mar, em frente ao espigão da Avenida Rui Barbosa. SÀO PAULO