A Divindade de Cristo

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SUB-CAPA



PREFÁCIO O presente material tem por objetivo apresentar de maneira compacta e simplicada o que o Espírito de Profecia e a Bíblia dizem com respeito à Divindade de Cristo. Em cada tópico o leitor encontrará textos de Ellen White e no nal as referencias bíblicas que comprovam as declarações inspiradas dela. Como são muitos os textos dela sobre o tema, apresentamos apenas alguns com o sincero desejo de que cada irmão siga nas buscas e pesquisas em cima deste precioso tema. Deus vos abençoe. O Autor



SUMÁRIO Fusão de duas naturezas ............................................................ 5 Cristo como Deus .......................................................................... 7 Divindade Revestida da Humanidade ...................................... 10 A Divindade irrompe através da humanidade ......................... 12 Possui Vida em Si Mesmo .............................................................

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Filho de Deus é Divindade ........................................................... 14 O Que Ele deixou de lado ........................................................... 15 Atributos Divinos ............................................................................ 17 Possuía Poder Divino ..................................................................... 18 Cristo Criador ................................................................................. 20 Desenvolveu o Caráter e não nasceu com ele pronto ........... 21 Sua Tentação era Maior .............................................................. 22 Pré-existência (no dicionário:uma existência antes de outra) ......................... 23 Textos bib ́ licos ................................................................................ 25 TRADUÇAO ̃ LIVRE DO COMENTAR ́ IOBIB ́ LICO ADVENTISTA, VOL.7A DE ELLEN WHITESOBRE JOAO ̃ 1 ...................................... 28

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Fusão de duas naturezas: "A plenitude da divindade em Jesus Cristo foi-nos mostrada [por Waggoner] com beleza e encanto." Review and Herald, 27 de maio de 1890

A natureza humana do Filho de Maria, foi trocada pela natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas se mesclaram misteriosamente em uma só pessoa: o homem Cristo Jesus. Nele morava toda a plenitude da divindade corporalmente. Quando Cristo foi crucicado, sua natureza humana foi a que morreu, a Divindade não diminuiu nem morreu; isto teria sido impossível... Este é um grande mistério que não será compreendido plena e completamente, em toda sua grandeza, até que os redimidos sejam transladados... Mas o inimigo tem decidido que esta dádiva seja obscurecida até o ponto de que que reduzida a nada. CBA 7a 232 Sendo participantes da natureza divina podemos permanecer puros, e santos e incontaminados. A Divindade não Se tornou humana, e o humano não foi deicado pela fusão das duas naturezas. ME III 131 [João 1:14] Quando se contempla a encarnação de Cristo na humanidade, camos desconcertados ante um mistério insondável que a mente humana não pode compreender. Quanto mais pensamos nele, mais admirável nos parece. Quão amplo é o contraste entre a divindade de Cristo e o desamparado bebezinho do estábulo de Belém! Como podemos compreender a distância que há entre o poderoso Deus e um bebê desamparado? E, no entanto, o Criador dos mundos, Aquele em quem estava toda a plenitude da Divindade corporalmente, se manifestou no indefeso bebê do estábulo. Muito mais exaltado que qualquer dos anjos, igual ao Pai em dignidade e glória e, no entanto, levando a vestidura da humanidade! A divindade e a humanidade foram misteriosamente combinadas, e o homem e D e u s s e t o r n a r a m u m . ( S T 3 0 - 7 - 1 8 9 6 ) . A Divindade de Cristo| Página 5


Contemplando-O em Sua humilhação, quando andava entre os homens, não penetraram o mistério de Sua encarnação, a dualidade de Sua natureza. Seus olhos estavam empanados, de maneira que não reconheciam plenamente a divindade na humanidade. DTN 507 Texto bíblico que comprova essa fusão: Mateus 1:18, 20, 23; Lucas 1:26-35; João 1:1, 14. Maternidade humana e paternidade divina.

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Cristo como Deus Antes de serem criados homens ou anjos, a Palavra [ou Verbo] estava c o m D e u s , e e r a D e u s . O mundo foi feito por Ele, "e sem Ele nada do que foi feito se fez". João 1:3. Se Cristo fez todas as coisas, existiu Ele antes de todas as coisas. As palavras faladas com respeito a isso são tão positivas que ninguém precisa deixar-se car em dúvida. Cristo era, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre. O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Era Ele a excelente glória do Céu. Era o Comandante dos seres celestes, e a homenagem e adoração dos anjos era por Ele recebida como de direito. Isto não era usurpação em relação a Deus. ME I 247-248 Por Sua humanidade, Cristo estava em contato com a humanidade; por Sua divindade, rma-Se no trono de Deus. Como Filho do homem, deu-nos um exemplo de obediência; como Filho de Deus, dá-nos poder para obedecer. Foi Cristo que, do monte Horebe, falou a Moisés, dizendo: "EU SOU O QUE SOU.... Assim dirás aos lhos de Israel: EU SOU me enviou a vós." Êxo. 3:14. Foi esse o penhor da libertação de Israel. Assim, quando Ele veio "semelhante aos homens", declarou ser o EU SOU. O Infante de Belém, o manso e humilde Salvador, é Deus manifestado "em carne". I Tim. 3:16. A nós nos diz: "EU SOU o Bom Pastor." João 10:11 "EU SOU o Pão Vivo." João 6:51 "EU SOU o Caminho, a Verdade e a Vida." João 14:6 "É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra." Mat. 28:18. EU SOU a certeza da promessa. SOU EU, não temais. "Deus conosco" é a certeza de nossa libertação do pecado, a segurança de nosso poder para obedecer à lei do Céu. DTN 24-25 "Dou a Minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém a tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar A Divindade de Cristo| Página 7


a tomá-la." João 10:18. Conquanto como membro da família humana fosse mortal, como Deus era Ele a fonte da vida para o mundo. Poderia haver detido os passos da morte e recusado car sob seu domínio; mas voluntariamente entregou a vida, a m de poder trazer à luz a vida e a imortalidade. DTN 484 [Cita João 13:33-37]... Até então Pedro conhecera a Cristo segundo a carne, como muitos O conhecem hoje; mas não mais deveria estar assim limitado. Não O conhecia como antes, em sua convivência com Ele na humanidade. Amara-O como homem, como mestre enviado pelo Céu; amava-O agora como Deus. Estivera a aprender a lição de que para ele Cristo era tudo em todos. Agora estava preparado para partilhar da missão de seu Senhor, missão de sacrifício. DTN 815-816 Adão vos dirá: É a semente da mulher que há de esmagar a cabeça da serpente. Perguntai a Abraão, ele vos armará: "É Melquisedeque, Rei de Salém" (Gên. 14:18), Rei de Paz. Dir-vos-á Jacó: É Siló, da tribo de Judá. Isaías vos declarará: "Emanuel" (Isa. 7:14), "Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Isa. 9:6. Jeremias vos há de armar: O Renovo de Davi, "o Senhor, Justiça Nossa". Jer. 23:6. Armar-vos-á Daniel: É o Messias. Oséias vos dirá: É "o Senhor, o Deus dos Exércitos; o Senhor é o Seu memorial". Osé. 12:5. Exclamará João Batista: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." João 1:29. O grande Jeová proclamou de Seu trono: "Este é o Meu Filho amado." Mat. 3:17. Nós, Seus discípulos, declaramos: Este é Jesus, o Messias, o Príncipe da vida, o Redentor do mundo. E o príncipe das potestades da trevas O reconhece, dizendo: "Bem sei quem és: o Santo de Deus." Mar. 1:24. DTN 578-579 O Deus que andou com Enoque foi o nosso Deus e Salvador Jesus Cristo. Era a luz do mundo como o é agora. TS III 43 Que humildade foi esta! Maravilhou aos anjos. A língua humana nunca poderá descreve-la; a imaginação não pode compreende-la! O Verbo eterno consentiu em fazer-se carne! Deus se fez homem! Foi uma humildade A Divindade de Cristo| Página 8


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maravilhosa! CBA 7 245 Mas ainda que a glória divina de Cristo esteve por um tempo velada e eclipsada porque Ele assumiu a natureza humana, no entanto, não deixou de ser Deus quando se fez homem. O humano não tomou o lugar do divino, nem o divino o do humano. Este é o mistério da piedade. As duas expressões – “humano” e “divino” – eram estreita e inseparavelmente uma em Cristo, e, no entanto, tinham uma individualidade diferente. Ainda que Cristo se humilhou a si mesmo para fazer-se homem, a Divindade ainda lhe pertencia. Sua Divindade não podia perder-se enquanto permanecesse el e constante em sua lealdade... Houve ocasiões quando Jesus, estando em carne humana, se manifestou como o Filho de Deus. A Divindade fulgurou através da humanidade, e foi vista pelos sacerdotes e magistrados que estavam caçoando... Quando fulgurava a glória interna de Cristo, era por demais intensa para que sua humanidade pura e perfeita a ocultasse a inteiramente. CBA 7 247 [João 20:24-29] Jesus, revelado em seu amor e misericórdia como o Salvador crucicado, arrancará de muitos lábios que uma vez estiveram indispostos, o reconhecimento de Tomé: “Senhor meu, e Deus meu!” (3SP 222).

Textos bíblicos no tópico “Textos Bíblicos”.

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Divindade Revestida da Humanidade Para que a pudéssemos contemplar e não ser destruídos, a manifestação de Sua glória foi velada. Sua divindade ocultou-se na humanidade a glória invisível na visível forma humana. (...)Da mesma maneira Cristo devia vir no "corpo abatido" (Filip. 3:21), "semelhante aos homens". Aos olhos do mundo, não possuía beleza para que O desejassem; e não obstante era o encarnado Deus, a luz do Céu na Terra. Sua glória estava encoberta, Sua grandeza e majestade ocultas, para que pudesse atrair a Si os tentados e sofredores. (...)Estendeu Sua tenda ao lado da dos homens, para que pudesse viver entre nós, e tornar-nos familiares com Seu caráter e vida divinos. DTN 23 Mesmo antes de Se revestir da humanidade, vira toda a extensão da estrada que devia trilhar, a m de salvar o que se havia perdido... tudo Lhe foi exposto antes de deixar de lado a coroa e as vestes reais, e descer do trono para revestir Sua divindade com humanidade. DTN 410 A inimizade posta entre a semente da serpente e a Semente da mulher foi sobrenatural. Com Cristo a inimizade era em certo sentido natural; em outro sentido foi sobrenatural, visto combinarem-se humanidade e divindade. ME I 254 Assumindo a humanidade, Cristo tomou a parte de todo ser humano. Era Ele a Cabeça da humanidade. Ser divino e humano, com Seu longo braço humano podia enlaçar a humanidade, enquanto com Seu braço divino podia alcançar o trono do Innito. ME I 252 O substituto e penhor do homem tinha de ter a natureza do homem, ligação com a família humana a quem devia representar, e, como embaixador de Deus, devia participar da natureza divina, ter ligação com o Innito, a m de manifestar Deus ao mundo, e ser mediador entre Deus e o homem. .. Estas qualicações só se encontravam em Cristo. A Divindade de Cristo| Página 10


Revestindo de humanidade a Sua divindade, veio Ele à Terra para ser chamado Filho do homem e Filho de Deus. ME I 257 A obra de Cristo era reconciliar o homem com Deus mediante Sua natureza humana, e reconciliar Deus com o homem mediante Sua natureza divina. ME I 273 Cristo não poderia ter vindo à Terra com a glória que tinha nos átrios celestiais. Os seres humanos pecadores não poderiam ter suportado o espetáculo. Ele velou sua divindade com a vestidura da humanidade; mas não se desprendeu de sua divindade. Como Salvador divinohumano veio para estar como cabeça da raça caída, compartilhando suas experiências desde de sua infância até a varonilidade. (RH 15-6-1905). CBA 7a 246 Cristo não havia trocado sua divindade pela humanidade; Ele revestiu a sua divindade com a humanidade. (RH 29-10 1895). CBA 7 246

Textos bíblicos: Colossenses 2:9; I Tim. 3:16; Fil. 2:5-8; João 8:28, 58; Êxo. 3:2-6, 14.

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A Divindade irrompe através da humanidade Sua oração é ouvida. Ao achar-Se curvado em humildade sobre o pedregoso solo, o céu repentinamente se abre, descerram-se de par em par as portas de ouro da cidade de Deus, e uma santa irradiação baixa sobre o monte, envolvendo a gura do Salvador. A divindade interior irrompe através da humanidade, encontrando-Se com a glória vinda de cima. Erguendo-Se da prostrada posição em que Se achava, Cristo apresenta-Se em divina majestade. DTN 421 Sacerdotes e principais, fariseus e gentios, olhavam com surpresa e respeito para Aquele que Se achava diante deles com a majestade do Rei do Céu. A divindade irrompeu da humanidade, revestindo Cristo de uma dignidade e glória que jamais manifestara. Os que se achavam mais próximos dEle afastaram-se o mais que lhes permitia a multidão. DTN 591 Por um momento a divindade de Cristo irrompeu através do invólucro humano. O sumo sacerdote recuou diante do penetrante olhar do Salvador. Aquele olhar parecia ler-lhe os pensamentos ocultos, e arder-lhe no coração. Nunca, no resto de sua vida, esqueceu aquele perscrutador olhar do perseguido Filho de Deus. DTN 707 Herodes cou convicto. Os últimos raios de misericordiosa luz incidiam sobre seu coração endurecido pelo pecado. Sentiu que Este não era um homem comum; pois a divindade irradiara através da humanidade. Ao mesmo tempo que Cristo estava cercado de escarnecedores, adúlteros e homicidas, Herodes sentiu estar contemplando, um Deus sobre Seu trono. DTN 731

Textos bíblicos: Marcos 9:2-13; Mat. 17:1-8; Luc. 9:28-36; João 18:4-7. A Divindade de Cristo| Página 12


Possui Vida em Si Mesmo [Cita João 1:4] Aqui não se especica a vida física, mas a vida eterna, a vida que é propriedade exclusiva de Deus. O Verbo, que estava com a Deus e era Deus, possuía essa vida. CBA 7 248 Com solene dignidade, respondeu Jesus: "Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse Eu Sou." João 8:58. Fez-se silêncio na vasta assembleia. O nome de Deus, dado a Moisés para exprimir a ideia da presença eterna, fora reclamado como Seu pelo Rabi da Galileia. Declarara-Se Aquele que tem existência própria, Aquele que fora prometido a Israel, "cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade". Miq. 5:2. DTN 469-470 Ainda procurando dar a verdadeira direção à sua fé, Jesus declarou: "Eu sou a ressurreição e a vida." Em Cristo há vida original, não emprestada, não derivada. "Quem tem o Filho tem a vida." I João 5:12. A divindade de Cristo é a certeza de vida eterna para o crente. DTN 530 Quando foi ouvida a voz do anjo que dizia: “Teu Pai te chama”, Aquele que havia dito: “Eu dou a minha vida, para voltar a toma-la”... “Destruí este templo, e em três dias o levantarei”, saiu da tumba pela vida que estava em si mesmo. A Divindade não morreu. A humanidade morreu; mas Cristo agora proclama sobre o sepulcro aberto de José: “Eu sou a ressurreição e a vida”. Por sua divindade Cristo tinha poder para romper as ataduras da morte. Declarara que possuía vida em si mesmo para dar vida a quem quisesse. “Eu sou a ressurreição e a vida”. Somente a Divindade pode usar esta linguagem... Somente Aquele que é o único que tem a imortalidade, que mora na luz e vida, podia dizer: “Tenho poder para dá-la, e tenho poder para toma-la novamente”. CBA 7a 232 Textos bíblicos: João 1:4; 10:17-18; 11:25. A Divindade de Cristo| Página 13


Filho de Deus é Divindade Às palavras do Salvador: "Crês tu?" Marta respondeu: "Sim, Senhor, creio que Tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo." João 11:27. Ela não compreendia em toda a sua signicação as palavras proferidas por Cristo, mas confessou sua fé na divindade dEle, e sua conança em que Ele era capaz de efetuar qualquer coisa que Lhe aprouvesse. DTN 530 Mas muitos dos que chamavam Jesus Filho de Davi não reconheciam Sua divindade. Não compreendiam que o Filho de Davi era também o Filho de Deus. DTN 609 Texto bíblico: João 11:27

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O Que Ele deixou de lado [Fil. 2:5-8] O apóstolo quer que nossa atenção se aparte de nós mesmos e se foque no Autor de nossa salvação. Nos apresenta as duas naturezas de Cristo: a divina e a humana... Revestiu sua divindade com humanidade. Ele sempre havia sido como Deus, mas não apareceu como Deus. Velou as manifestações da Divindade que teriam produzido a homenagem e originado a admiração do universo de Deus. Foi Deus enquanto esteve na Terra, mas se despojou da forma de Deus, e em seu lugar tomou a forma e a gura de um homem. Andou na Terra como um homem. Por causa de nós se fez pobre, para que por sua pobreza pudéssemos ser enriquecidos. Deixou de lado sua glória e majestade. Era Deus, mas por a um tempo se despojou das glórias da forma de Deus. CBA 7 245 Deu-lhes em vez disso um exemplo que nunca esqueceriam. Seu amor a eles não se alterava nem esfriava facilmente. Sabia que o Pai entregara todas as coisas em Suas mãos, e que viera de Deus e ia para Deus. Tinha plena consciência de Sua divindade; mas pusera de lado a coroa real e as régias vestimentas, e tomara a forma de servo. DTN 645 Admirado de sua falta de compreensão, Cristo perguntou com dolorosa surpresa: "Estou há tanto tempo convosco e não Me tendes conhecido, Filipe?" Será possível que não vejas o Pai nas obras que Ele faz por Meu intermédio? Não crês que vim testicar do Pai? "Como dizes tu: Mostra-nos o Pai?" "Quem Me vê a Mim vê o Pai." João 14:7-9. Cristo não deixara de ser Deus ao tornar-Se homem. Conquanto Se houvesse humilhado até à humanidade, pertencia-Lhe ainda a divindade. Unicamente Cristo podia representar o Pai perante a humanidade, e essa representação haviam os discípulos tido o privilégio de contemplar por mais de três anos. DTN 663-664 Deus manifestou-Se em carne. Humilhou-Se. Que assunto para o pensamento, para profunda e sincera contemplação! Tão innitamente grande que era a A Divindade de Cristo| Página 15


Majestade do Céu, e contudo desceu tão baixo, sem perder um átomo de Sua dignidade e glória! ME I 253

Textos bíblicos: Fil. 2:5-8; Col. 2:9; I Tim. 3:16.

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Atributos Divinos Agora Cristo repete a advertência: "Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes Me negarás. " Mas Pedro apenas "disse com mais veemência: Ainda que me seja necessário morrer contigo, de modo nenhum Te negarei. E da mesma maneira diziam todos também". Mar. 14:29, 30 e 31. Em sua conança de si mesmos, negaram a repetida declaração dAquele que é Onisciente. DTN 673 [João 10:17-18] Nenhum dos anjos poderia ter se convertido na garantia da raça humana: sua vida pertence a Deus; não podiam entrega-la. Todos os anjos levam o jugo da obediência. São os mensageiros colocados por Aquele que é o comandante de todo o céu. Mas Cristo é igual a Deus, innito e onipotente. Ele podia pagar o resgate pela liberdade do homem. Ele é o eterno Filho, existente por si mesmo, sobre quem não se havia posto nenhum jugo; e quando Deus perguntou: “A quem enviarei”, pode responder: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Podia rmar o compromisso de converter-se na garantia do homem, pois podia dizer o que o anjo mais exaltado não podia dizer: tenho poder sobre minha própria vida: “poder para dá-la, e... para voltar a toma-la” (YI 21-6-1900).

Textos bíblicos: João 10:17-18; 1:1-3; Heb. 1:1-4; Mat. 9:4; 12:25.

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Possuía Poder Divino Achar-Se rodeado de criaturas humanas sob o domínio de Satanás, era-Lhe revoltante. E sabia que, num momento, por uma irradiação súbita de Seu divino poder, poderia reduzir a pó Seus cruéis atormentadores. Isso tornava a provação mais dura de sofrer. DTN 700 Aquele que, ante uma súbita irradiação de Sua divina majestade, poderia haver afugentado de Sua face aquela turba aterrada - Se submeteu com perfeita calma aos mais vis insultos e ultrajes. DTN 734 [Na tentação do deserto...] Poderia Cristo ter, por Sua própria conta, operado um milagre; isto, porém, não teria sido de acordo com o plano da salvação. Os muitos milagres na vida de Cristo mostram Seu poder de operar milagres em benefício da humanidade sofredora. Por um milagre de misericórdia alimentou Ele de uma vez cinco mil, com cinco pães e dois peixinhos. Portanto, tinha Ele poder de operar um milagre para satisfazer Sua fome... Tinha Satanás esperança de incutir dúvidas quanto ao amor de Seu Pai, as quais encontrassem guarida na mente de Cristo, e que sob a força do desalento e da fome extrema Ele exercesse Seu poder milagroso em Seu favor, retirando-Se das mãos do Pai celestial. Isto foi na verdade uma tentação para Cristo. ME I 275 Disse que, se era Cristo de fato o Filho de Deus, o Rei do Céu, teria poder igual a Deus, e poderia dar-lhe prova disso, operando o milagre de transformar em pão a pedra que se achava a Seus pés, aliviando assim a Sua fome. ME I 276 Cristo estava sofrendo como os membros da família humana sofrem sob a tentação; mas não era a vontade de Deus que Ele exercesse Seu poder divino em Seu próprio favor. ME III 129 Cristo não fez milagres em benefício próprio. Esteve rodeado de debilidades, mas sua natureza divina soube o que era ser homem... A Divindade de Cristo| Página 18


Impediu-se que seus atributos divinos aliviassem a angústia de sua alma ou suas dores físicas. CBA 7a 242 Não empregava o poder divino de que dispunha para aliviar os próprios fardos ou diminuir a própria lida. DTN 72

Textos bíblicos: Mateus 4:3-4; João 18:4-7.

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Cristo Criador Quanto mais pensamos sobre o ato de Cristo tornar-Se um bebê aqui na Terra, tanto mais admirável isso parece ser. Como pode suceder que a indefesa criancinha na manjedoura de Belém ainda é o divino Filho de Deus? Conquanto não possamos compreendê-lo, podemos crer que Aquele que criou os mundos, por nossa causa tornou-Se um indefeso bebê. Embora fosse mais elevado do que qualquer dos anjos, embora fosse tão grande como o Pai sobre o trono do Céu, Ele tornou-Se um conosco. Nele Deus e o homem passaram a ser um, e é neste fato que encontramos a esperança de nossa raça decaída. Olhando para Cristo na carne, olhamos para Deus na humanidade, e vemos nEle o resplendor da glória divina, a expressa imagem de Deus, o Pai. ME III 128 Filho de Deus, era no entanto impotente criança. Criador dos mundos, a Terra era possessão Sua, e todavia cada passo de Sua existência foi assinalado pela pobreza. DTN 88 Pois "todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez". João 1:3. Uma vez que Ele fez todas as coisas, fez também o sábado. Este foi por Ele posto à parte como lembrança da criação. Mostra-O como Criador tanto como Santicador. DTN 288 Ao sobrevir-Lhe a agonia da alma, "Seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão". Luc. 22:44. Os ciprestes e as palmeiras foram as silenciosas testemunhas de Sua angústia. Dos folhudos ramos caía denso orvalho sobre Seu corpo prostrado, como se a Natureza chorasse sobre seu Autor sozinho em luta contra os poderes das trevas. DTN 689

Textos bíblicos: João 1:1-3; Col. 1:15-17; Heb. 1:1-3.

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Desenvolveu o Caráter e não nasceu com ele pronto De Sua elevada posição, Cristo, o Rei da glória, a Majestade dos Céus viu o estado dos homens. Teve compaixão dos seres humanos, em sua fraqueza e pecaminosidade e veio à Terra para revelar o que Deus é para os homens. Deixando Sua corte real, revestindo Sua divindade com os véus da humanidade, veio pessoalmente ao mundo para desenvolver em nosso favor caráter perfeito. TS III 383 Em Sua vida na Terra, Cristo desenvolveu um caráter perfeito; Ele prestou perfeita obediência aos mandamentos de Seu Pai. ME III 133

Textos bíblicos: Heb. 2:17-18; 4:15.

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Sua Tentação era Maior O Filho de Deus colocou-Se em lugar do pecador, e passou pelo terreno em que Satanás caiu, e suportou a tentação no deserto, a qual era cem vezes mais forte do que aquilo que já incidiu ou virá a incidir sobre a raça humana. ME III 136 A natureza humana só pode suportar até certo limite a prova e a aição; o homem nito só pode levar sobre si uma medida limitada de sofrimentos, e a natureza humana sucumbe. Mas a natureza de Cristo tinha uma capacidade maior para sofrer, pois o humano existia dentro da natureza divina, e assim se criava uma capacidade maior para sofrer e suportar o resultado dos pecados de um mundo a perdido. CBA 7 222

Textos bíblicos: (ver tópico “Possuía Poder Divino”).

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Pré-existência (no dicionário: uma existência antes de outra) Ao Falar de Sua preexistência, Cristo retrocede mentalmente a idades sem data. Nos assegura que não houve um momento quando Ele não a haja estado em íntima comunhão com o Deus Eterno. CBA 7 438 Aqui Cristo lhes demonstra que, ainda que eles podiam rastrear sua vida e armar que não chegava aos cinquenta anos, sua vida divina não podia medir-se mediante cômputos humanos. A existência de Cristo antes de sua encarnação não se pode medir por meio de cifras. (ST 2-8-1905) CBA 7a 438 [Texto repetido apenas para frisar este ponto] Antes de serem criados homens ou anjos, a Palavra [ou Verbo] estava com Deus, e era Deus. O mundo foi feito por Ele, "e sem Ele nada do que foi feito se fez". João 1:3. Se Cristo fez todas as coisas, existiu Ele antes de todas as coisas. As palavras faladas com respeito a isso são tão positivas que ninguém precisa deixar-se car em dúvida. Cristo era, essencialmente e no mais alto sentido, Deus. Estava Ele com Deus desde toda a eternidade, Deus sobre todos, bendito para todo o sempre. O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, como pessoa distinta, mas um com o Pai. Era Ele a excelente glória do Céu. Era o Comandante dos seres celestes, e a homenagem e adoração dos anjos era por Ele recebida como de direito. Isto não era usurpação em relação a Deus. ME I 247-248 "Antes que os montes nascessem, ou que Tu formasses a Terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, Tu és Deus." Sal. 90:2. "O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou." Mat. 4:16. Aqui se apresentam a preexistência de Cristo e o propósito de Sua manifestação ao mundo, como raios vivos de luz do trono eterno. ME I 248 Textos bíblicos: Miq. 5:2; Gên. 1:26; João 1:1-3; Col. 1:15-17; Apoc. 22:13. A Divindade de Cristo| Página 23


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Textos bíblicos “E todo o povo viu os trovões e os relâmpagos, e o sonido da buzina, e o monte fumegando; e o povo, vendo isso retirou-se e pôs-se de longe. E disseram a Moisés: Fala tu conosco, e ouviremos: e não fale Deus conosco, para que não morramos.” Êxodo 20:18-19 “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, mesmo de eternidade a eternidade, tu és Deus.” Salmos 90:2 “Porque um menino nos nasceu, um lho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.” Isaías 9:6 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus (...) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1:1-2 e 14 “Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou.” João 8:28 “Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu!” Joao ̃ 20:27-28 “Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.” Romanos 9:5 “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele.” Colossenses 1:16 A Divindade de Cristo| Página 25


“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.” Colossenses 2:9 “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo.” Tito 2:13 “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a puricação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas; Feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles. Porque, a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, Hoje te gerei? E outra vez: Eu lhe serei por Pai, E ele me será por Filho? E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem. E, quanto aos anjos, diz: Faz dos seus anjos espíritos, E de seus ministros labareda de fogo. Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino.” Hebreus 1:1-8 “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” 1 João 5:20 “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo.” 2 Pedro 1:1

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TRADUÇÃO LIVRE DO COMENTÁRIO BÍBLICO ADVENTISTA, VOL. 7A DE ELLEN WHITE SOBRE JOÃO 1 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:1-3). Provérbios 8:22-27; Romanos 9:5; Filipenses 2:6; Colossenses 1:15-17; Hebreus 1:8.

A Eternidade de Cristo Se Cristo fez todas as coisas, existiu antes que todas as coisas [existissem]. As palavras que se referem a este tema são tão conclusivas que não há porque car com dúvidas. Cristo foi Deus essencialmente e no máximo sentido. Esteve com Deus desde toda e eternidade; Deus sobre todas a s c o i s a s ; b e n d i t o p a r a s e m p r e . O Senhor Jesus Cristo, o divino Filho de Deus, existiu desde a eternidade, uma pessoa em si e, no entanto, uma com o Pai. Era a glória máxima do céu. Era, por direito próprio, o comandante dos seres celestiais inteligentes, e recebia a homenagem de adoração dos anjos. Com isto em nada usurpava a Deus [cita-se Provérbio 8:22-27]. Há luz e glória na verdade de que Cristo era um com o Pai antes que se pusesse o fundamento do mundo. Ele é a luz que brilha em um lugar escuro, iluminando-o com glória divina e original. Esta verdade, innitamente misteriosa em si mesma, explica outras verdades misteriosas que, de outra maneira, são inexplicáveis, tanto que essa verdade está guardada em luz inacessível e incompreensível (RH, 05/04/1906). A Divindade de Cristo| Página 28


“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:1-3). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14). Filipenses 2:5-8; Colossenses 2:9; Hebreus 1:6, 8; 2:14-17. Ver EGW com Marcos 16:6. Comentário bíblico de Marcos 16:6 (há uma referência para que se veja o comentário bíblico de Marcos 16:6) “Ele, porém, lhes disse: Não vos atemorizeis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucicado;; ele ressuscitou, não está mais aqui;; vede o lugar onde o tinham posto.” (Marcos 16:6).

A Divindade não morreu. A natureza humana do Filho de Maria foi trocada pela natureza divina do Filho de Deus? Não. As duas naturezas se mesclaram misteriosamente em uma só pessoa: o homem Cristo Jesus. Nele morava toda a plenitude da Divindade corporalmente. Quando Cristo foi crucicado, sua natureza humana foi a que morreu. A Divindade não diminuiu e morreu; isto seria impossível. Cristo, o imaculado, salvará a cada lho e lha de Adão que aceita a salvação que se lhe oferece, que consinta em converter-se em lho ou lha de Deus. O Salvador comprou à raça caída com seu próprio sangue. Este é um grande mistério, um mistério que não será compreendido plena e completamente, em toda sua grandeza, até que os redimidos sejam trasladados. Então, compreender-se-ão o poder, a grandeza e a ecácia da dádiva de Deus para o homem. Todavia, o inimigo decidiu que está dádiva seja obscurecida até o ponto que seja reduzida a nada (Carta 280, 1904).

O Salvador divino-humano

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O apóstolo quer que nossa atenção seja tirada de nós mesmos e seja dirigida ao Autor de nossa salvação. Apresenta-nos as duas naturezas de Cristo: a divina e a humana. Esta é a descrição da divina: “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus.”. Ele era o “resplendor de sua glória e a expressão exata do seu ser”. Agora a [natureza] humana: “assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em gura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte.” Voluntariamente tomou a natureza humana. Foi um ato seu e por seu próprio consentimento. Revestiu sua divindade com humanidade. Ele sempre havia sido como Deus, mas não apareceu como Deus. Velou as manifestações da Divindade que haviam produzido a homenagem e originada a admiração do universo de Deus. Foi Deus enquanto esteve na terra, todavia se despojou da forma de Deus e em seu lugar tomou a forma e a gura de um homem. Andou na terra como um homem. Por nossa causa se fez pobre, para que, por sua pobreza, pudéssemos ser enriquecidos. Pôs de lado sua glória e sua majestade. Era Deus, mas por um tempo se despojou das glórias da forma de Deus. Ainda que tenha andado como pobre entre os homens, repartindo suas bênçãos por onde quer que fosse, à sua ordem legiões de anjos teriam rodeado seu Redentor e lhe teriam rendido homenagem. Entretanto, andou na terra sem ser reconhecido, sem ser confessado por suas criaturas, salvo poucas exceções. A atmosfera estava contaminada com pecados e maldições no lugar de hinos de louvor. O quinhão de Cristo foi pobreza e humilhação. Enquanto ia de um lado a outro cumprindo sua missão de misericórdia para aliviar os enfermos, para reanimar aos deprimidos, apenas se uma voz solitária o chamou bendito, e os mais elevados da n a ç ã o o p a s s a r a m p o r a l t o c o m d e s p r e z o . Isto contrasta com as riquezas de glória, com a imensidão de louvor que ui de línguas imortais, com as milhões de preciosas vozes do universo de Deus em hinos de adoração. Mas, Cristo se humilhou a si mesmo e tomou sobre si a mortalidade. Como membro da família humana, era mortal; todavia, como Deus, era a fonte de vida para o mundo. Em sua pessoa divina poderia sempre ter resistido aos ataques da morte e ter-se negado a submeter-se ao seu domínio. No entanto, voluntariamente entregou sua vida para poder dar vida A Divindade de Cristo| Página 30


e tirar da luz a imortalidade. Levou os pecados do mundo e sofreu o castigo que se acumulou como uma montanha sobre sua alma divina. Entregou sua vida como sacric ́ io para que o homem nao ̃ morresse eternamente. Nao ̃ morreu porque estivesse obrigado a morrer, senao ̃ que por seu livre-arbit́ rio. Isto era humildade. Todo o tesouro do ceu ́ foi derramado em uma dad ́ iva para salvar ao homem caid ́ o. Cristo reuniu em sua natureza humana todas as energias vitais que os seres humanos necessitam e devem receber. Admirável combinação de homem e Deus! Cristo poderia ter ajudado sua natureza humana para que resistisse às incursões da enfermidade derramando nela vitalidade e vigor perdurável de sua natureza divina. Mas, se rebaixou [ao nível da] natureza humana. Fez isto para que se cumprissem as Escrituras; e o Filho de Deus se amoldou a esse plano ainda que conhecesse todos os passos que havia em sua humilhação, os quais devia baixar para expiar os pecados de um mundo que, condenado, gemia. Que humildade foi esta! Maravilhou os anjos. A língua humana nunca poderá descrevê-la; a imaginação não pode compreendê-la! O Verbo eterno consentiu em fazer-se carne! Deus se fez homem! Foi uma maravilhosa humildade! Mas, ainda se rebaixou mais. O homem [Jesus] devia humilhar-se como um homem que suporta insultos, reprovações, vergonha, acusações e ultrajes. Parecia não haver lugar para ele em seu próprio território. Teve que fugir de um lugar para outro para salvar sua vida. Foi traído por um de seus discípulos; foi negado por um de seus mais zelosos seguidores; se escandalizaram dele. Foi coroado com uma coroa de espinhos; foi açoitado; foi obrigado a levar a carga da cruz. Não era insensível a este desprezo e a esta ignomínia. Submeteu-se, mas, ai!, sentiu a amargura como nenhum outro poderia senti- la. Era puro, santo e incontaminado e, no entanto, foi processado criminalmente como um delinquente! O adorável Redentor baixou desde a mais elevada exaltação. Passo a passo se humilhou até a morte, e que morte! Era a mais vergonhosa, a mais cruel: a morte na cruz como um malfeitor. Não morreu como um hero i ante os olhos do mundo, cheio de honras como os que morrem na batalha. Morreu como um criminoso condenado, suspenso entre os céus e a terra; morreu após lenta agonia de vergonha, A Divindade de Cristo| Página 31


exposto aos vitupeŕ ios e afrontas de uma multidao ̃ relaxada, envilecida e carregada de crimes! “Todos os que me veem zombam de mim; afrouxam os lab ́ ios e meneiam a cabeça.” (Salmo 22:7). Foi contado entre os transgressores. Expirou em meio de deboches; e seus parentes segundo a carne o renegaram. Sua mae ̃ contemplou sua humilhaçao ̃ e ele se viu forçado a ver a espada que atravessava o coraçao ̃ dela. Suportou a cruz menosprezando a vergonha. Todavia, o reputou por pouco, pois pensava nos resultados que buscava, nao ̃ somente em favor dos habitantes deste pequenino mundo, senao ̃ de todo universo, de cada mundo que Deus havia criado. Cristo tinha que morrer como substituto do homem. O homem era um criminoso condenado à morte pela transgressão da lei de Deus; um traidor, um rebelde. Portanto, o Substituto do homem devia morrer como um malfeitor, porque Cristo estava no lugar dos traidores, com todos os pecados acumulados por eles sobre sua alma divina. Não era suciente que Jesus morresse para satisfazer completamente as demandas da lei quebrantada, mas que morresse uma morte de opróbrio. O profeta apresenta ao mundo as palavras de Cristo: “Não escondi meu rosto de injúrias e escárnio.” Tendo em conta tudo isso, podem os homens conservar uma partícula de exaltação própria? Enquanto reconstroem a vida, os sofrimentos e a humilhação de Cristo, podem eles levantar a orgulhosa cabeça como se não tivessem que suportar provas, vergonha ou humilhação? Digo aos seguidores de Cristo: olhem ao Calvário e quem vermelhos de vergonha por suas ideias arrogantes. Toda esta humilhação da Majestade do céu foi por causa do homem culpado e condenado. Cristo desceu mais e mais em sua humilhação, até que não havia maiores profundidades onde pudesse chegar para elevar o homem, tirando-o de sua contaminação moral. Tudo isto foi por vocês que lutam pela supremacia, pelo orgulho, pelo engrandecimento humano; que temem não receber toda esta atenção, este respeito do conceito dos humanos, que pensam que os corresponde. É isto parecer-se com Cristo? “Haja, pois, em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus.” Morreu em expiação e para converter-se em modelo de A Divindade de Cristo| Página 32


todo aquele que deseje ser seu discip ́ ulo. Acariciareis egoiś mo em vosso coraçao ̃ ? Elevarao ̃ os vossos meŕ itos os que têm diante de si Jesus como modelo? Nao ̃ tendes meŕ ito algum, salvo os que recebeis mediante esus Cristo. Acariciareis orgulho depois de haver contemplado a Divindade que se humilhava, e que depois se rebaixou como homem até que nao ̃ houve nada mais baixo para onde pudesse descer? “Espantai-vos, ceu ́ s”, e assombrai-vos, habitantes da terra, porque assim se recompensará a nosso Senhor! Que desprezo! Que maldade! Que formalismo! Que orgulho! Que esforços feitos para elevar o homem e gloricar ao eu, quando o Senhor da gloŕ ia se humilhou a si mesmo e por noś agonizou e morreu uma morte de oprob ́ rio na cruz! (RH, 04/09/1900). Cristo não poderia ter vindo à terra com a glória que tinha nos átrios celestiais. Os seres humanos pecadores não poderiam suportar o espetáculo. Ele velou a sua divindade com as vestes da humanidade; todavia, não se desprendeu de sua divindade. Como Salvador divino-humano veio para estar à cabeça da raça caída, compartilhando suas experiências desde a infância até a varonilidade (RH, 15/06/1905). Cristo não havia trocado sua divindade pela humanidade, mas revestiu sua divindade com humanidade (RH, 29/10/1895). Capítulo 14:30; Lucas 1:31-35, I Coríntios 15:22, 45; Hebreus 4:15. Sede cuidadosos, sumamente cuidadosos na forma em que vos ocupais da natureza de Cristo. Não o apresenteis diante das pessoas como um homem com tendência ao pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado como um ser puro e sem pecado, sem uma mancha de pecado sobre ele; era a imagem de Deus. Podia cair, e caiu pela transgressão. Pro causa do pecado, sua posteridade nasceu com tendências inerentes à desobediência. Todavia, Jesus Cristo era o unigênito Filho de Deus. Tomou sobre si a natureza humana, e foi tentado em todo sentido como é tentada a natureza humana. Poderia haver pecado; poderia haver caído, mas em nenhum momento houve nele tendência alguma ao mal. Foi assediado pelas tentações no deserto como o foi Adão pelas tentações no Éden. Evitais toda questão que se relacione com a humanidade de Cristo A Divindade de Cristo| Página 33


que possa ser mal interpretada. A verdade e a suposição possuem não poucas semelhanças. Ao tratar da humanidade de Cristo necessitais ser sumamente cuidadosos em cada armação, para que vossas palavras não sejam interpretadas fazendo-as dizer mais do que o que disse e, dessa forma, percais ou obscureçais a clara percepção da humanidade de Cristo combinada com sua divindade. Seu nascimento foi um milagre de Deus, pois o anjo disse: “Eis que conceberás e darás à luz um lho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá m. Então disse Maria ao anjo: Como será isto, pois na tenho relação com homem algum? Respondeu-lhe o anjo: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus.” Estas palavras não se referem a nenhum ser humano, exceto ao Filho do Deus innito. Nunca deixeis, de forma alguma, a mais leve impressão nas mentes humanas de que uma mancha de corrupção ou uma inclinação sobre ela repousou sobre Cristo ou que, em alguma maneira, se rendeu à corrupção. Foi tentado em tudo como o homem é tentado e, no entanto, ele é chamado o “Santo Ser”. Que Cristo pudesse ser tentado em tudo como o somos e, no entanto, ter sido sem pecado, é um mistério que não foi explicado aos mortais. A encarnação de Cristo sempre foi um mistério e jamais deixará de sê-lo. O que foi revelado é para nós e nossos lhos. Entretanto, que cada ser humano permaneça em guarda para que não faça a Cristo completamente humano, como um de nós, porque isto não pode ser. Não é necessário que saibamos o momento exato quando a humanidade se combinou com a divindade. Devemos manter nossos pés sobre a Rocha Cristo Jesus, como Deus revelado na humanidade. Percebo que há perigo em tratar de temas que se referem à humanidade do Filho do Deus innito. Ele se humilhou quando viu que estava em forma de homem para poder compreender a força de todas as tentações que molestam o ser humano. A Divindade de Cristo| Página 34


O primeiro Adão caiu; o segundo Adão se apegou a Deus e à sua Palavra diante das circunstâncias mais angustiantes, e sua fé não vacilou nem por um momento na bondade, misericórdia e amor de seu Pai. “Está escrito” foi sua arma de resistência, e esta é a espada do Espírito que deve usar todo ser humano. “Ja não falarei muito convosco, porque aí vem o príncipe do mundo;; e ele nada tem em mim”: nada que responda à tentação. Em nenhuma ocasião houve uma resposta às muitas tentações de Satanás. Cristo não pisou nenhuma vez no terreno dele para lhe dar alguma vantagem. Satanás não encontrou nele nada que o animasse a avançar (Carta 8, 1895).

Mateus 27:54; I Timóteo 3:16. Mas ainda que a glória divina de Cristo esteve velada por um tempo e eclipsada porque ele assumiu a natureza humana, no entanto, não cessou de ser Deus quando se fez homem. O humano não tomou o lugar do divino, nem o divino do humano. Este é o mistério da piedade. As duas expressões – “humano” e “divino” – eram estreita e inseparavelmente uma em Cristo e, no entanto, tinham uma individualidade diferente. Ainda que Cristo tenha se humilhado a si mesmo para fazer-se homem, a Divindade ainda lhe pertencia. Sua Divindade não podia perder-se enquanto permanecesse el e constante em sua lealdade. Ainda que rodeado de dor, sofrimento e corrupção moral, desprezado e rechaçado pelo povo a quem havia sido conado os oráculos do céu, Jesus ainda podia falar de si mesmo como o Filho do homem no céu. Esteve pronto para tomar uma vez mais sua glória divina quando terminou sua obra na terra. Houve ocasiões quando Jesus, estando em carne humana, se manifestou como o Filho de Deus. A divindade fulgurou através da humanidade, e foi vista pelos sacerdotes e magistrados que o escarneciam. Foi reconhecida? Alguns reconheceram que ele era o Cristo, mas a maior parte daqueles que, nessas ocasiões, foram obrigados a ver que era o Filho de Deus, se negaram a recebê-lo. Sua cegueira correspondeu com sua rme resolução de não se deixarem convencer. Quando a glória interna de Cristo fulgurava era demasiada intensa A Divindade de Cristo| Página 35


para que sua humanidade pura e perfeita a ocultasse inteiramente. Os escribas e fariseus nao ̃ reconheciam a Cristo com suas palavras, mas seu od ́ io e inimizade restavam frustrados quando resplandecia a majestade de Jesus. A verdade, obscurecida como estava por um veu ́ de humilhaçao ̃ , falava a cada coraçao ̃ com inconfundiv́ el evidência. Isto produziu as palavras de Cristo: “Voś sabeis quem eu sou.”. Sua refulgente gloŕ ia persuadiu aos homens e aos demônios a confessar: “Verdadeiramente, este era Filho de Deus”. Assim se revelou Deus; assim foi gloricado Cristo. (ST, 10/05/1899). Cristo deixou seu lugar nas cortes celestiais e veio a esta terra para viver a vida dos seres humanos. Fez este sacrifício para mostrar que é falsa a acusação de Satanás contra Deus, isto é, que é possível que o homem obedeça às leis do reino de Deus. Cristo, sendo igual com o Pai, honrado e adorado pelos anjos, se humilhou por nós e veio a esta terra viver uma vida de humilhação e pobreza; veio para ser um varão de dores, experimentado em quebranto. No entanto, o selo da divindade estava sobre sua humanidade. Veio como um Mestre divino para elevar os seres humanos, para aumentar sua eciência física, mental e espiritual. Não há nada que possa explicar o mistério da encarnação de Cristo. Contudo, sabemos que veio a esta terra e viveu como um homem entre os homens. O homem Cristo Jesus não era o Senhor Deus Todo-Poderoso, no entanto, Cristo e o Pai são um. A Divindade não desapareceu diante da angustiante tortura do Calvário, no entanto, não é menos certo que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Satanás procurou evitar, em todas as formas possíveis, que Jesus se desenvolvesse dentro de uma infância perfeita, uma idade viril irreprovável, um ministério santo e um sacrifício imaculado; mas, foi derrotado. Não pôde induzir a Cristo a pecar. Não pôde desanimá-lo nem apartá-lo da obra que havia vindo fazer nesta terra. A tormenta da ira de Satanás o açoitou desde o deserto até o Calvário; todavia, quanto mais implacável era tanto mais rmemente se apegou o Filho de Deus às mãos de seu Pai, e avançou pelo caminho ensaguentado (MS, 140, 1903). A Divindade de Cristo| Página 36


Quando Jesus tomou a natureza humana e se converteu em semelhança de homem, possuía o organismo humano completo. Suas necessidades eram as de um homem. Tinha necessidades corporais que satisfazer, cansaço físico que aliviar. Por meio de orações ao Pai se fortalecia para o dever e a prova (Carta 32, 1899). “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.” (João 1:4). A vida de Cristo não era emprestada “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens.” Aqui não se especica a vida física, mas a eterna, a vida que é propriedade exclusiva de Deus. O Verbo, que estava com Deus e que era Deus, possuía essa vida. A vida física é algo que cada indivíduo recebeu. Não é eterna nem imortal, pois Deus, o Doador da vida, a toma novamente. O homem não tem controle sobre sua vida. Mas, a vida de Cristo não era emprestada. Nada podia arrebatar dele esta vida. “Eu, de mim mesmo, a dou”, disse. “A vida estava nele”: original, não emprestada, não derivada de outro. Esta vida não é inerente ao homem. Somente pode possuí-la por meio de Cristo. Não pode ganhá-la; é-lhe dada como uma dádiva gratuita se quer crer em Cristo como seu Salvador pessoal. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti só, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” (João 17:3). Esta é a fonte de vida aberta para o mundo (ST, 13/02/1912). “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1:14). Filipenses 2:6-8; Colossenses 1:26-27; 2:9; Hebreus 1:3; 2:14-18. A encarnação – Um Mistério Insondável Quando se contempla a encarnação de Cristo na humanidade, camos desconcertados ante um mistério insondável que a mente humana não pode compreender. Tanto mais reetimos nisso e mais admirável nos parece. Quão amplo o contraste entre a divindade de Cristo e o frágil bebê do estábulo de Belém! Como podemos dimensionar a distância que existe entre o poderoso Deus e um frágil bebê? E, no entanto, o Criador dos mundos, Aquele em quem estava a plenitude da Divindade corporalmente, se manifestou em uma criança indefesa do estábulo. Muito mais elevado A Divindade de Cristo| Página 37


que qualquer dos anjos, igual com o Pai em dignidade e gloŕ ia e, no entanto, levando as vestes da humanidade! A divindade e a humanidade foram misteriosamente combinadas, e o homem e Deus se tornaram um. É nesta uniao ̃ que encontramos a esperança de nossa raça caid ́ a. Contemplando a Cristo na humanidade contemplamos a Deus e vemos nele o resplendor da sua gloŕ ia, a mesma imagem de sua substância (ST, 30/07/1896). Hebreus 2:14; 3:3. A maravilhosa condescendência de Deus A doutrina da encarnação de Cristo em carne humana é um mistério, “o mistério que havia estado oculto desde os séculos”. É o grande e profundo mistério da piedade. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Cristo tomou sobre ele a natureza humana, uma natureza inferior à sua natureza celestial. Na há nada como isto, a mostrar a maravilhosa c o n d e s c e n d ê n c i a d e D e u s . . . Cristo não aparentou que tomava a natureza humana; tomou-a de verdade. Possuiu verdadeiramente a natureza humana. “Porquanto os lhos participaram da carne e do sangue, ele também participou do mesmo”. Era ele Filho de Maria;; era da semente de Davi, de acordo com sua ascendência humana. Declara-se que era homem, inteiramente o homem Cristo Jesus. Paulo escreve: “tem sido considerado [Jesus] digno de tanto maior glória do que Moisés, quanto maior honra do que a casa tem aquele que a estabeleceu.” (RH, 05/04/1906). I Timóteo 2:5; Hebreus 1:1-3. As características humanas de Jesus Jesus era o comandante do céu, igual a Deus e, no entanto, condescendeu em desprender-se de sua coroa real, seu manto real e cobriu sua divindade com humanidade. A encarnação de Cristo em carne humana é um mistério. Poderia ter vindo à terra com uma aparência notável, distinta da dos lhos dos homens. Seu rosto poderia ser brilhante de glória e seu aspecto poderia haver sido de uma graça extraordinária. Poderia ter apresentado um aspecto encantador para aquele que o contemplasse, mas isto não correspondia ao plano traçado nas cortes de Deus. Devia levar as características da família humana e da raça judia. O Filho de Deus devia ter em todo sentido os mesmos A Divindade de Cristo| Página 38


traços dos outros seres humanos. Nao ̃ devia possuir uma beleza que o destacasse entre os homens. Nao ̃ devia exibir encantos admirav́ eis com os quais atraiś se a atençao ̃ . Veio como representante da famiĺ ia humana ante o ceu ́ e a terra. Devia permanecer como substituto e garantia do homem. Devia viver a vida da humanidade de tal maneira que refutasse a armaçao ̃ que Satanaś havia feito de que a raça humana lhe pertencia para sempre e que Deus mesmo nao ̃ podia arrebatar ao homem das mao ̃ s de seu adversaŕ io (ST, 30/07/1896). A glória velada de Cristo Se Cristo viesse em sua forma divina, a humanidade não poderia haver suportado o espetáculo. O contraste haveria sido demasiado doloroso, a glória demasiada angustiante. A humanidade não poderia suportar a presença de um dos puros e brilhantes anjos de glória. Portanto, Cristo não tomou sobre si a natureza dos anjos; veio à semelhança de homem. O mundo pôde suportar ao seu Redentor somente durante trinta anos. Viveu durante trinta anos em um mundo todo degradado e destruído pelo pecado, fazendo a obra que nenhum outro jamais tinha feito tampouco pudesse alguma vez fazer (ST, 15/02/1899). Gênesis 3:15; Mateus 8:17; II Coríntios 5:21; Hebreus 4:15, I Pedro 1:19. Perfeita impecabilidade da natureza humana de Cristo Ao tomar sobre si a natureza humana em sua condição caída, Cristo não participou no mínimo pecado. Esteve submetido às debilidades e fraquezas pelas quais o homem está rodeado “para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta Isaías, quando disse: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores.” Ele se compadeceu de nossas debilidades, e em tudo foi tentado como nós o somos, “mas, sem pecado”. Ele foi o cordeiro “sem mancha e sem contaminação”. Se Satanás pudesse haver tentado a Cristo para que pecasse no menor ponto, teria ferido a cabeça do Salvador. Mas, como sucedeu, somente pôde ferir seu calcanhar. Se a cabeça de Cristo tivesse sido ferida, a esperança da raça humana teria perecido. A ira divina desceria sobre Cristo tal como desceu sobre Adão. Cristo e a igreja cariam sem esperança. A Divindade de Cristo| Página 39


Não devemos acariciar dúvidas quanto à perfeita impecabilidade da natureza de Cristo. Nossa fé deve ser uma fé inteligente que olhe a Jesus com perfeita conança, com fé plena e completa no sacrifício expiatório (ST, 09/06/1898). “Ninguém jamais viu a Deus;; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” (João 1:18). Manifestação do Pai O que é a fala em relação ao pensamento é Cristo em relação ao Pai invisível. Ele é a manifestação do Pai, e é chamado o Verbo de Deus. Deus enviou o seu Filho ao mundo, a sua divindade revestiu com a humanidade, para que o homem pudesse suportar a imagem do Deus invisível. Ele o fez saber em suas palavras, seu caráter, seu poder e majestade, a natureza e os atributos de Deus. A divindade fulgurava através da humanidade com luz suavizante e subjugante. Ele era a encarnação da lei de Deus, a qual é uma representação exata do caráter divino. (MS 77, 1899).

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