Mala-Direta Oficina Brasil - Outubro 2018

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ANO XXVIII NÚMERO 332 OUTUBRO 2018

LANÇAMENTO

Eclipse Cross

Saiba tudo sobre o mais novo SUV médio da Mitsubishi que chega ao mercado

EM BREVE NA SUA OFICINA

90 FIAT CRONOS

Veja como os reparadores independentes avaliaram o modelo da marca italiana,recém chegado ao mercado

DO FUNDO DO BAÚ

CADERNO PREMIUM

40

96 HONDA CIVIC

O destaque deste mês é o luxuoso e renovado sedan da marca japonesa, que fez sucesso nas oficinas

GOL L 1980

Relembre o Volkswagen Gol L 1980,destaque da década e cada vez mais atual dentro da montadora alemã


4

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Trabalho com 4x4 há 16 anos e conheci os filtros MTech esse ano na Feira Autopar em Curitiba. Gostei muito da preocupação com os detalhes nas peças que são específicos para cada picape, facilitando meu trabalho. - Oficina Tamakki

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MALA-DIRETA

w w w . o f i c i n a b r a s i l . c o m . b r DIRETOR GERAL Cassio Hervé DIRETOR COMERCIAL Marcelo Gabriel REDAÇÃO Caique Silva – Jornalista (MTB 83318/SP) PUBLICIDADE Aliandra Artioli – Gerente de Contas Carlos Souza – Executivo de Contas Fernanda Bononi – Executiva de Contas ADMINISTRAÇÃO Mariana R. Tarrega – Gerente FINANCEIRO Junio do Nascimento – Gerente Rodrigo Castro – Assistente QUALIFICAÇÃO DE ASSINANTES Átila Paulino – Analista de BI ARTE J1 Agência Digital de Comunicação PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO Oceano Indústria Gráfica e Editora

Envie sugestões de pauta para: redacao@oficinabrasil.com.br FALE CONOSCO ATENDIMENTO AO LEITOR Talita da Silva Assis Aline Nascimento leitor@oficinabrasil.com.br De 2ª a 6ª, das 8h30 às 18h Tel.: (11) 2764-2880 PUBLICIDADE anuncie@oficinabrasil.com.br ONLINE site@oficinabrasil.com.br RH RH@oficinabrasil.com.br FINANCEIRO financeiro@oficinabrasil.com.br CINAU cinau@oficinabrasil.com.br CARTAS Rua: Joaquim Floriano, 733 – 4º andar São Paulo-SP - CEP: 04534-012 Fax: (11) 2764-2850

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O aftermarket é pujante e com um futuro promissor, mas não para todos Há muitos anos que vimos alardeando nosso entusiasmo com o mercado de reposição e nossa motivação não é ufanista ou tola, mas se baseia única e exclusivamente na constatação fática dos números e tendências de mercado. Constantemente recebemos comentários, positivos e negativos, sobre o teor dos editoriais (que bom saber que as pessoas leem o editorial) e um exame cuidadoso das razões pelas quais os comentários negativos são feitos apenas reforçam nossa fé inabalável no poder do Aftermarket, como fica evidenciado pela aquisição de um grande grupo nacional de autopeças por um fundo de investimentos, em meio às oscilações do dólar e da bolsa de valores às vésperas de uma eleição que polarizou duas formas de enxergar o mundo, e por consequência, de gerir o Brasil. O que essa aquisição pode nos ensinar? Que há questões conjunturais e estruturais a se levar em conta no mundo dos negócios. Conjunturalmente estamos diante de um redemoinho de informações verdadeiras e falsas sobre candidatos e partidos, impulsionadas pelo fácil acesso e disseminação via redes sociais, e que nos desconcentra e faz perder o sono ao pensar o que será de nossas empresas, nossas famílias, dado o cenário A, ou o cenário B ou mesmo uma terceira via, ainda que não vislumbrada. Mas estruturalmente o Brasil oferece um ambiente mais estável que nossos vizinhos, embora a Colômbia, o Chile e o Paraguai tenham feito suas lições de casa e comecem a atrair investimentos, não têm escala para justificar movimentos maiores, e nossa vizinha Argentina anda às voltas com mais uma de suas crises, que parecem não ter fim. Assim, estruturalmente a aquisição do grupo nacional por um fundo de investimentos é um sinal positivo do

Oficina Brasil é uma publicação (mala-direta) do Grupo Oficina Brasil (ISSN 2359-3458).Trata-se de uma mídia impressa baseada em um projeto de marketing direto para comunicação dirigida ao segmento profissional de reparação de veículos. Circulando no mercado brasileiro há 29 anos, atinge de forma comprovada 70% das oficinas do Brasil. Esclarecemos e informamos aos nossos leitores, e a quem possa interessar, que todos os conteúdos escritos por colaboradores publicados em nossa maladireta são de inteira e total responsabilidade dos autores que os assinam. O Grupo Oficina Brasil verifica preventivamente e veta a publicação de conteúdo, somente no que diz respeito à adequação e ao propósito a que se destina, e quanto a questionamentos e ataques pessoais, sobre a moralidade e aos bons costumes. As opiniões, informações técnicas e gerais publicadas em matérias ou artigos assinados não representam a opinião deste veículo, podendo até ser contrárias a ela. Nós apoiamos: Filiado a:

que podemos esperar do nosso país. Se já perdemos o grau de investimento e a proeminência como mercado, as mesmas oportunidades de investimento em áreas de domínio estatal que já se provaram mais de uma vez ineficientes continuam à disposição de investidores internacionais. Uma desregulamentação e flexibilização da economia liberaria as travas do crescimento, pois numa metáfora esportiva, o Brasil é como o atleta que faz aquele exercício de corrida mas com uma corda segurando-o. Se já andamos milhares de quilômetros com a roda presa, imagine num ambiente mais propício aos negócios, aonde chegaríamos. Esta edição do Oficina Brasil Mala Direta traz a cobertura da Automechanika Frankfurt 2018 e o relato de dois eventos que ocorreram durante a feira: o 1° Workshop Brasil Aftermarket e o encontro global da campanha “Right to Repair”, duas pautas de enorme interesse a quem atua no mercado de reposição e que suportam nossa compreensão sobre a pujança deste mercado. Mas que fique um alerta: o futuro no mercado não é para todos. As fusões, aquisições e consolidações estão na pauta do mercado internacional e vão nos alcançar aqui no Brasil, bem mais depressa do que imaginamos. O mercado funciona assim e remunera com alegria aqueles que entendem sua lógica e sua dinâmica. Estejamos sempre um passo adiante para conduzir e não sermos conduzidos pelas mudanças. Uma boa leitura a todos. © Can Stock Photo / csuzda

EDITORIAL

Marcelo Gabriel Diretor

DADOS DESTA EDIÇÃO • Tiragem: 57.000 exemplares. • Distribuição nos Correios: 55.400 (até o fechamento desta edição) • Percentual aproximado de circulação auditada (IVC): 97,2% COMPROMISSO COM O ANUNCIANTE - GARANTIAS EXCLUSIVAS NO MERCADO DE MÍDIA IMPRESSA Oficina Brasil oferece garantias exclusivas para a total segurança dos investimentos dos anunciantes. Confira abaixo nossos diferenciais: 1º. Nossa base de assinantes é totalmente qualificada por um sistema de “permission marketing” que exige do leitor o preenchimento de cadastro completo e que prove sua atuação no segmento de reparação; 2º. Atingimos, comprovadamente, 53 mil oficinas, o que equivale a 70% dos estabelecimentos da categoria no Brasil; 3º. Possuímos Auditoria permanente do IVC (Instituto Verificador de Circulação), garantindo que a mala direta está chegando às mãos do assinante qualificado; 4º. Registro no Mídia Dados 2016 como o “maior veículo do segmento do País”; 5º. Único veiculo segmentado que divulga anualmente o CUSTO DE DISTRIBUIÇÃO. Este número é auditado pela BDO Brasil e em 2017 o investimento em Correio foi de R$ 1.522.508,00 (hum milhão quinhentos e vinte e dois mil, quinhentos e oito reais), para garantir a entrega anual em nossa base qualificada de oficinas; 6º. Estimulamos nossos anunciantes à veiculação de material do tipo “Call to Action” para mensuração do retorno (ROI); 7º. Certificado de Garantia do Anunciante, que assegura o cancelamento de uma programação de anúncios, a qualquer tempo e sem multa, caso o retorno do trabalho (ROI) fique aquém das expectativas do investidor. Para anunciar ou obter mais informações sobre nossas ações de marketing direto fale com o nosso departamento comercial pelo telefone (11) 2764-2852 ou pelo e-mail anuncie@oficinabrasil.com.br


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ÍNDICE

6

8

EM FOCO Fique por dentro das principais novidades do setor da reparação automotiva

18

EVENTOS Veja tudo sobre os principais eventos do setor neste mês

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LANÇAMENTO Nosso destaque do mês é o Eclipse Cross, o mais novo SUV da Mitsubishi

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GESTÃO Em sua Aula 23, Pedro Luiz Scopino fala sobre a importância do fluxo de caixa de sua oficina

40

FUNDO DO BAÚ Relembre uma das versões do Gol, o ‘xodó’ dos brasileiros e destaque na década de 80

49

ROTA DO REPARADOR Fique por dentro das palestras do mês em mais 12 cidades

60

REPARADOR DIESEL Confira uma matéria completa sobre a importância do Diesel e muito mais!

66

ENTREVISTA Veja uma entrevista exclusiva com Sérgio Lisbão de Carvalho, presidente da Fras-le

86

MOTO E SERVIÇOS Confira uma análise completa sobre moto elétrica e energia renovável

88

TECNOLOGIA HÍBRIDA Conheça a Drive-E, a nova geração de motores da Volvo

90

EM BREVE O Fiat Cronos, recém-chegado ao mercado, foi avaliado nas oficinas independentes. Confira como ele se saiu!

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CADERNO PREMIUM Levamos a versão topo de linha do Honda New Civic para ser avaliada pelos reparadores independentes e ele agradou

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EVENTO

No último mês aconteceu a Feira de Veículos Elétricos em São Paulo. Saiba tudo o que aconteceu no evento:

28 Pág. 73

CONSULTOR OB Veja como a eficiência no diagnóstico é importante em uma oficina

112

TÉCNICA Confira as análises do mês de outubro com nossos colaboradores técnicos

125

DIRETO DO FÓRUM Fique por dentro das principais dicas do mês!

:: Números CAL

(Central de Atendimento ao Leitor)

CONTATO Cartas.....................................................................0 E-mails............................................................ 27 Telefonemas...........................................43 Fax...................................................................0 Site..............................................................222 Total...........................................................292 SOLICITAÇÕES Assinaturas....................................................122 Alterações de cadastro..........................100 Outras.................................................131 Total..................................................353 Dados referentes ao período de 1º/09 a 30/09/2018

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AUTOMECHANIKA

CONSULTOR OB

TECNOLOGIA HÍBRIDA

Fique por dentro de tudo o que rolou no maior evento do mercado automotivo mundial, que contou com mais de 136 mil visitantes, em Frankfurt

Confira a última da série de matérias sobre teste de compressão de motores de combustão interna com nosso colaborador Diogo Vieira

Saiba tudo sobre a nova geração de motores da Volvo, a Drive-E, composta pela versão turbo T5 e a versão turboalimentada e sobrealimentada do T6



EM FOCO

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EM FOCO

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Alfatest lança App Smart Assist Auto Service que promete facilitar os diagnósticos das oficinas

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a era dos apps, a Alfatest acaba de disponibilizar uma inovadora solução que promete ajudar os seus clientes a gerenciar todos os diagnósticos eletrônicos realizados na oficina. O Smart Assist Auto Service vai agregar transparência e profissionalismo aos serviços oferecidos, um jeito atual e moderno de se relacionar com o proprietário do veículo. Graças ao uso de tecnologias, ao conectar o Scanner Automotivo Alfatest Kaptor V3 ou Kaptor V3S, via Bluetooth, em um celular com o Smart Assist instalado, é possível visualizar uma listagem com todos os

diagnósticos realizados. A partir desse momento o cliente Alfatest terá acesso ao melhor assistente para soluções em serviços de reparação automotiva do mercado. Com o Smart Assist, o reparador poderá gerar relatórios personalizados - com os dados da oficina e do cliente, detalhando as falhas encontradas nos diversos sistemas eletrônicos de um veículo e as respectivas soluções aplicadas. Tudo isso na palma da mão, sem complicações, através de um celular com sistema operacional Android, e sem nenhum custo adicional. O uso do Smart Assist é totalmente gratuito. Além disso, é possível com-

Divulgação

Já disponível para celulares Android, o aplicativo possui diversas funções para auxiliar reparadores independentes e clientes a armazenar informações de diagnóstico e solucionar defeitos com maior facilidade

partilhar o relatório gerado com o cliente por e-mail ou por aplicativos de comunicação, como

WhatsApp, Google Hangouts, Telegram e outros. Os relatórios podem ser transmitidos através

de uma mensagem de texto ou em um arquivo do tipo PDF. Para não ocupar espaço na memória do seu celular, as informações são armazenadas nas nuvens, fazendo com que ao trocar de celular tudo esteja salvo e à disposição no próximo aparelho. Todas as soluções de falhas registradas no aplicativo poderão ser utilizadas como orientação na realização de futuros serviços de diagnóstico do mesmo veículo ou de outros veículos, tornando o Smart Assist um verdadeiro e potente assistente para os serviços de reparação automotiva. O Smart Assist já está disponível na Play Store.



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ZF Brasil completa 60 anos de atuação com marcas expressivas A empresa que possui o Programa “Amigo Bom de Peça” e outras ações voltadas ao mercado do aftermarket brasileiro atinge a expressiva marca de atuação no País para veículos comerciais, agrícolas e de construção). A ZF After market segue reforçando sua atuação na área de pós-vendas no mercado de reposição da América do Sul. Além do suporte técnico presencial e por telefone, a empresa disponibiliza uma série de canais de comunicação digital, além de uma equipe de técnicos de campo responsáveis pelo suporte com visitas, treinamentos e palestras. AFTERMARKET A empresa aposta na comunicação digital com seu público

Divulgação

C

ompletando a importante marca de 60 anos de Brasil, a ZF Aftermarket também se faz presente em outros 40 países, com mais de 650 pontos de serviço. A u n id a de de negócio possu i 8.485 colaboradores em 120 localidades. Na América do Sul, está presente com as marcas: Lemförder (componentes de suspensão e direção para veículos comerciais), Sachs (e mbr e age n s pa r a veíc u los comerciais e de passeio), TRW (freios, direção, suspensão e amortecedores com foco maior em veículos de passeio) e ZF (peças de transmissão e eixos

para oferecer treinamento e informação técnica. Um exemplo bem sucedido foi a criação

do Programa de treinamento “A migo Bom de Peça”, que possui um portal na internet

com mais de 22 videoaulas e uma página no Facebook com mais de 45 mil seg uidores, além da emissão de mais de 14 mil certificados a reparadores de todo o Brasil. O Programa será compartilhado em todos os países onde a ZF está presente no aftermarket. Na América do Sul, já em 2018, o programa foi lançado na Argentina com o nome “Mas Mecánico”. Além do Programa “Amigo Bom de Peça”, a ZF Brasil possui no after market local outras ações como o “Promotor Bom de Peça”, a solução digital Openmatics e a parceria junto à startup TruckPad.


Escolha viver. Decida pelo trânsito seguro


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Magneti Marelli lança linha de velas de ignição para veículos quatro rodas A empresa passa a investir no mercado de velas agora também para carros, ampliando seu portfólio e apostando no reconhecimento conquistado no segmento de motocicletas Divulgação

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epois do g rande sucesso de mercado alcançado pelas velas de ignição para motocicletas, a Magneti Marelli Cofap Aftermarket amplia sua participação no segmento com o lançamento da linha de velas de ignição voltada para veículos de quatro rodas. Com 59 códigos e cobertura superior a 90% da frota ci rculante, os componentes complementam o portfólio da marca para o sistema de ignição, que já conta com cabos e bobinas. Os produtos serão oferecidos nas versões Standard, Resistive, V-For m, Multi-E,

As velas de ignição Magneti Marelli para veículos quatro rodas serão oferecidas ao mercado em sete versões

Platinum, Iridium e Iridium-Platinum com diferentes tecnologias para atender às diver-

sas demandas dos motores a combustão utilizados no Brasil. A vela de ig n içã o é u m

dos componentes vitais para o funcionamento do motor e trabalha em conjunto com os cabos e as bobinas de ignição. Ela é a responsável pela geração da centelha que vai inf lamar a mistura ar-combustível dentro da câmara de combustão, depois de receber, através dos cabos, a corrente de alta tensão gerada pelas bobinas. A aplicação das velas deve respeitar as características indicadas pelo fabricante do veículo, o que contribui signif icativamente para o adequado consumo de c ombu st ível e, c on se que ntemente, para a redução nos índices de emissões.

A Magneti Marelli Cofap Aftermarket possui uma das mais tradicionais equipes de atendimento aos clientes do mercado de reposição brasileiro e disponibiliza para seus d ist r ibu idores u m cat álogo ilustrado completo, permitindo que o consumidor encontre rapidamente as características dos produtos desejados, além de informações e orientações sobre aplicações e manutenção. Todas as linhas de produtos com as marcas Cofap e Magneti Marelli podem ser encontradas em todo o território nacional. Mais informações em www. mmcofap.com.br.

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EM FOCO

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

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companhando as demandas do mercado, a empresa lança novos produtos e novas aplicações de filtros de cabine, de ar, de combustível, desumidificador entre outros. “Estamos sempre ouvindo o que o mercado precisa e buscamos acompanhar essa necessidade, seja através de informações, de palestras e de novas peças e aplicações. Em breve teremos Veículo GM - Astra e Vectra Land Rover - Range Rover Daf - XF e CF Ford Focus e Volvo V40 VW Amarok CD Motor Perkins 1103 A/C/D Iveco Stralis MB - Accelo, Axor e Atego BMW G-310

muitos outros itens, além de novidades de fornecimento para o mercado” comenta Thuanny Castro, Supervisora de Marketing da Wega Motors. Para detalhes de aplicação destes e todos os demais 3.000 itens Wega, consulte o catálogo eletrônico offline ou online do novo site ou baixe o aplicativo gratuito para smartphones com sistemas Android e IOs.

Produto Filtro de cabine flexível com carvão ativado Filtro de combustível Filtro desumidificador (freio) Filtro de cabine flexível com carvão ativado Filtro de óleo ecológico Filtro de combustível Filtro separador de ar e óleo Filtro do Arla 32 Filtro de óleo

Código AKX-35264/CF FCD-2081 DAF-700 AKX-3594/CF WOE-681 FCG-0950 WEOD-003 WEA-009 JFO-0B01

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linha de peças automotivas multimarcas da Ford anuncia o lançamento de três novos produtos para o mercado de reposição: fluido de freio e duas novas viscosidades de óleo, o 10W40 semissintético e o 5W40 sintético. “Desde o seu lançamento, a Omnicraft vem se consolidando como uma opção multimarcas de alta qualidade para atendimento das oficinas independentes e lojas de autopeças através As novidades chegam ao mercado para dos distribuidores Ford. Os complementar a linha de produtos novos produtos fazem parte da es- Omnicraft, recém-lançada no país tratégia de ampliação progressiva da linha”, diz Jorge Cavalcanti, 15W40, discos de freio, pastisupervisor de Marketing de Peças lhas de freio e filtros de óleo, de combustível, de ar e de cabine e da Ford. Além destes itens recém- terá mais lançamentos até o final -lançados, a linha Omnicraft já é do ano, totalizando 13 peças de formada por: óleo semissintético reposição.

Divulgação

Wega anuncia lançamentos Omnicraft amplia sua linha de produtos e para o mercado anuncia mais três novidades O fluido de freio Omnicraft, com especificação DOT 3, foi desenvolvido para atender aos requisitos de desempenho em veículos de diferentes marcas. Já os novos óleos 10W40 semissintético e 5W40 sintético têm formulação balanceada para limpar e proteger o motor contra o desgaste causado pelo acúmulo de impurezas. No novo site Reparador Ford – www.reparadorford.com.br – é possível conhecer o portfólio e aplicações das peças Omnicraft e Motorcraft, usando o filtro de busca. O portal reúne também informações institucionais e todo o conteúdo do site anterior, como consulta e download de informações técnicas de veículos, livro sobre injeção eletrônica e promoções.

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EM FOCO

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

Fatores que prejudicam o sistema de suspensão e a estabilidade do veículo A Nakata traz dicas sobre a importância de ser ter uma atenção especial com o sistema de suspensão no momento da reparação e quais as principais causas dos danos nos componentes Divulgação

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sobrecarga no veículo, t rafegar em r uas esburacadas e falta de alinhamento da direção e balanceamento podem interferir na durabilidade dos componentes da suspensão. O sistema de suspensão, composto por diversos componentes, ent re eles, amortecedores, molas, batentes, coxins e bandejas, é responsável pelo conforto e segurança do motor ista e passageiros. Também garante estabilidade e até ajuda a manter a vida útil do veículo, já que estes itens absorvem os fortes impactos de pisos irregulares. Por isso,

Jair Silva, gerente de qualidade e ser viços da Nakata, reco-

menda especial atenção com o sistema de suspensão na hora

da manutenção. “Os amortecedores e outros componentes da suspensão, com o tempo, podem ser danif icados pelo tráfego em ruas esburacadas, em valetas em alta velocidade ou por não respeitar o limite de carga do veículo, bem como podem sofrer desgaste natural”, comenta o gerente. Ele explica que isso acontece devido ao constante atrito das peças em movimento que acaba desgastando e criando folga entre as partes móveis que compõem os amortecedores. A falta de alinhamento da direção e balanceamento das rodas também podem afetar as

peças do sistema de suspensão. Molas cansadas ou quebradas, buchas, batentes ou coxi ns danif icados também podem comprometer amortecedores e outros componentes do veículo. REVISÃO É IMPORTANTE Após os 40.000 km rodados, a recomendação é fazer revisão no sistema de suspensão a cada 10.000 km. Para isso, é recomendável que a revisão seja feita em uma oficina especializada e com um reparador independente de sua confiança, afinal estamos falando de um sistema muito importante.



EVENTO

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Especial Automechanika Frankfurt 2018: negócios e oportunidades no aftermarket Em sua 25ª edição a Automechanika Frankfurt, maior evento mundial do mercado automotivo, reuniu mais de 136 mil visitantes, de 181 países diferentes em 5 dias de atividade Fotos: Divulgação

Da redação

T

udo na Automechanika impressiona. Ao longo dos ú lt i mos 20 a nos foram poucas as vezes em que, nos anos pares, não estivemos presentes neste que é o maior evento mundial do mercado automotivo e a cada ocasião a sensação é sempre a mesma: que mercado vibrante estamos inseridos! Nesta edição foram 12 pavilhões de exposições, e em muitos deles há 3 ou 4 andares com expositores, aliás mais de 5 mil deles, de todas as partes do globo. São cores, rostos, idiomas, roupas e cost umes diferentes, mas uma mesma vocação: realizar negócios. Seja na compra e venda de produtos, seja na reparação e manutenção de veículos, que sempre dispõe de vários pavilhões para ferramentas e equipamentos, um paraíso terrenal para quem está no dia-a-dia das oficinas.

Não há momento melhor para ser reparador do que agora, pois a estratégia global das grandes empresas multinacionais é valorizar o profissional independente e fornecer informações relevantes E p or fala r e m of ici n a s mecânicas, nunca o reparador independente esteve tão pre-

meiro Workshop Brasil Aftermarket traz justamente este enfoque, com temas caros ao mercado nacional: inteligência de mercado, consolidação de mercado, transformação digital e compliance.

Michael Johannes

sente no ambiente da feira, principalmente junto aos grandes expositores que, cada um à sua maneira, apresentaram suas soluções para conectar a de m a nd a , for m a d a p elos reparadores independentes, à oferta, composta pelos agentes comerciais nos mais variados desenhos de canal. Não há momento melhor para ser reparador do que agora, pois a estratégia global das grandes empresas multinacionais é valorizar o profissional independente e fornecer informações relevantes. Ainda temos muitas filiais brasileiras dessas multinacionais que não estão alinhadas com essa tendência global, mas é uma questão de tempo para mudarem. Se não o f izerem como inteligência de mercado, terão que fazer por pressão das matrizes e aí ficará pior a emenda que o soneto. Como dizem por aí: #ficaadica. Para trazer uma perspectiva

de quem conhece o mercado europeu sobre a Automechanika Frankfurt 2018, convidamos Oliv ier Leg r a nd , con su ltor especializado no Aftermarket, a apresentar seu ponto de vista sobre essa edição da feira, confira no box “Ponto de Vista”. WORKSHOP BRASIL AFTERMARKET Ideali zado pela A N DA P e com o apoio das entidades representativas do setor, foi realizado no dia 12 de setembro o 1° Workshop Brasil Aftermarket (WBA), com a presença de mais de 100 altos executivos do setor, e tendo como objetivo incentivar e promover as relações empresariais além de propiciar um fórum de alto nível para a discussão dos temas de interesse que impactam o cenário competitivo local e global do After market automotivo e a consequente criação de uma agenda positiva para o setor.

Rodrigo Carneiro

Ao dar as boas-vindas aos presentes, o presidente da Andap, Rodrigo Carneiro, salientou que o mu ndo passa por g randes mud anças tecnoló gicas e que sem inteligência, informação e monitoramento contínuos todos os desafios, presentes e f ut uros, f icarão ainda mais complexos e que a agenda proposta para o pri-

Falando em nome da Messe Frankfurt, proprietária da marca Automechanika, o CEO da empresa Michael Johannes compartilhou com os presentes a satisfação da Messe Frankfurt em acolher este primeiro evento no ano em que a feira comemora sua 25ª edição com números recorde de expositores e público e se prontificou a que em todos os eventos Automechanika pelo mundo o espaço estará a disposição das entidades brasileiras para a realização de workshops sobre o mercado. Inteligência de Mercado foi o tema da palestra do Diretor Técnico da Central de Inteligência Automotiva – CINAU, Marcelo Gabriel, que apresentou aos executivos presentes os desafios da gestão da informação para a transformação estratégicas de seus negócios, principalmente ao considerar que a matéria-prima do Aftermarket é a frota e que toda a


SERFORTE ´

EOMELHOR

CAMINHO

Nas oficinas, distribuidores, lojas e estradas, os fortes podem contar com a força de Spicer.

Há mais de um século, Spicer é sinônimo de soluções de transmissão e suspensão, fornecendo às montadoras e ao mercado de reposição a mesma qualidade e resistência. Somos a força que está ao seu lado, sempre que precisar. Spicer, você ainda mais forte.


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EVENTO

Marcelo Gabriel

Hughes Archambault

demanda nasce nas oficinas, cujos reparadores tomam decisões diariamente sobre produtos e marcas. Para Gabriel “o recurso mais precioso do mercado não é mais petróleo, mas dados, e a gestão estratégica pode transformar esses dados em informação para tomada de decisão, insights, conhecimento e, até mesmo, sabedoria. E atualmente estas informações já existem e estão disponíveis para quem queira promover esse alinhamento estratégico”.

Hughes Archambault, sócio da The Bridge Corporate Finance, empresa especializada em fusões e aquisições, trouxe aos participantes um panorama atual sobre os movimentos no Aftermarket automotivo europeu relativos à consolidação de mercado, bem como as tendências de internacionalização dos negócios, com o avanço de empresas dos dois lados do Oceano Atlântico, comprando e vendendo. Para falar sobre compliance e seus impactos no mercado de reposição nacional, o advogado Giovani Saavedra dissertou sobre o que é fato e o que é mito em relação às práticas de compliance, com base na legislação brasileira e no direito internacional, salientando que ainda há muito desconhecimento e que algumas decisões que são tomadas como corretas pensando em compliance são exageradas e acabam por prejudicar o bom andamento dos negócios. Ao final das apresentações

“O recurso mais precioso do mercado não é mais petróleo, mas dados, e a gestão estratégica pode transformar esses dados em informação para tomada de decisão, insights, conhecimento e, até mesmo, sabedoria.”

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

Palestrantes e representantes do Sindipeças, Sincopeças, Andap, Sindirepa e Sicap

o presidente da Andap, Rodrigo Carneiro, lamentou o falecimento do Dr. Carlos Consonni, presidente da Platinum S.A. que sempre foi uma liderança ativa

“O primeiro evento foi um grande sucesso e devemos repeti-lo nos próximos eventos internacionais do setor para ampliar o conhecimento dos executivos internacionais sobre o mercado brasileiro e estimular o debate sobre o futuro do setor.” Rodrigo Carneiro

Reparadores de Goiás presentes ao evento

do setor e exemplo de empreendedorismo. Para Carneiro, a visão de negócios de Consonni inspirou e inspirará muitos dos atuais executivos do setor. Na opinião dos presentes, o primeiro Workshop Brasil Aftermarket foi um sucesso ao reunir num ambiente internacional de negócios os principais executivos ligados ao mercado brasileiro para uma discussão

em alto nível sobre os desafios atuais e os que estão a alguns passos de ocorrer. Para Carneiro “o primeiro evento foi um grande sucesso e devemos repeti-lo nos próximos eventos inter nacionais do setor para ampliar o conhecimento dos executivos internacionais sobre o mercado brasileiro e estimular o debate sobre o futuro do setor.”

Marcelo Gabriel

Kevin Ardilla, Diretor da Yandeh, trouxe para os presentes casos reais sobre transfor mação digit al em vár ios setores da economia brasileira e como as formas de fazer negócios estão se transformando em velocidade exponencial, no mesmo ritmo e volume com que os dados circulam pela Internet.

Kevin Ardilla, Rodrigo Carneiro e Giovani Saavedra

Visão geral dos participantes do Workshop Brasil Aftermarket



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EVENTO

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

GLOBAL RIGHT TO REPAIR MEETING Já no dia 13 de setembro outro evento internacional esteve no centro das atenções da Automechanika Frankfurt: o encontro global do Direito à Reparação (numa tradução livre). Organizado pela Federação Europeia dos Distribuidores da Reposição Automotiva (FIGIEFA) e pela Autocare.org, entidade norte-americana que congrega os diferentes elos do mercado de reposição, o evento contou com representantes da Austrália, Brasil, Canadá, China, União Européia, África do Sul e Estados Unidos, que apresentaram o cenário atual em cada região sobre o movimento “Right to Repair” (direito à reparação), que busca influenciar os formuladores de políticas públicas sobre a necessidade de acesso universal às informações relativas à manutenção automotiva, dando aos donos de carro o direito de escolha sobre qual prestador de serviço prefere para efetuar a reparação: a concessionária ou a oficina independente. Ainda que cada região apresente suas especificidades legais e específicas, a principal questão levantada pelos presentes pode ser sintetizada pela campanha australiana cujo mote principal é: “seu carro, sua escolha” (ou your car, your choice, numa tradução livre). Cabe lembrar que o consumidor (neste caso o dono do carro) é soberano em suas decisões e no Brasil já é regra que mais de 80% das manutenções veiculares são realizadas nas oficinas independentes e podemos afirmar que a escolha já foi feita. Cabe agora às montadoras a opção de escolher entre tratar as oficinas como clientes ou como concorrentes. As mais inteligentes já fizeram essa escolha.

Participantes do Global Right to Repair Meeting

Algumas das empresas participantes na Automechanika Frankfurt

Grupo Schaeffler

Delphi

Mann Filter

Magneti Marelli

Grupo ZF

MTE-Thomson

Elring

Dayco

Dana

Mahle

NGK

KS Motorservice

BRASIL AUTOPARTS Organizado pelo Sindipeças com o apoio da APEX Brasil, novamente o pavilhão brasileiro foi destaque na Automechanika Frankfurt. Foram 38 fabricantes nacionais que receberam mais de 1.600 visitantes de 33 países



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EVENTO

PONTO DE VISTA Olivier Legrand*

Não importa o que aconteça, a Automechanika Frankfurt ainda é vista como o lugar ideal para se fazer negócios no mercado de reposição automotivo e se queremos ter uma visão geral do que está acontecendo nesse setor. A feira deste ano, sua 25ª edição, provou mais uma vez que é a única feira verdadeiramente internacional de autopeças existente na Europa, atraindo expositores e visitantes de todas as partes do globo. Como em muitos outros casos, os fatos falam por si. Não só este evento é de longe o maior da indústria, com seus 315.000 m2, 12 pavilhões que receberam mais de 5.000 expositores, atraindo mais de 130.000 visitantes, mas consegue manter o mesmo nível de interesse elevado, atualizando sempre seu modelo. Este ano, além de conferências sobre as tendências do setor, uma seção foi destinada às empresas que atuam no ramo de carros clássicos e colecionáveis e, pela primeira vez, a feira sediou a feira de negócios “Reifen”, trazendo a indústria de pneus para junto das autopeças e dos equipamentos. A inovação continua a ser um ponto focal não apenas com os prêmios de inovação, mas também com o claro esforço de não colocar apenas os holofotes nas “gigantes multinacionais”, valorizando empresas menores criativas e com conferências e workshops específicos sobre novas tecnologias, como a impressão 3D E, como sempre, os expositores empenham grandes esforços para mostrar seus produtos e serviços da melhor forma possível. Então é um evento grande, informativo, dinâmico, e como de costume os grandes do setor estão lá por razões de imagem e relacionamento ... eles não descobrem novos clientes (e, como em todas as edições, eles orgulhosamente afirmam que “é a melhor edição de todos os tempos” ... até o próximo, é claro!). Assim, o aspecto de “prospecção” da feira funciona para os recém-chegados ou empresas nacionais que visam o desenvolvimento internacional. Mas, se dermos um passo para trás e analisar a feira por um minuto, quais são os artigos genuínos desta edição? Em geral, a sensação é de que a feira esteve um pouco menos lotada, e isso pode ser apenas percepção ou que um número estável de visitantes (136.000 em comparação com 133.000 em 2016 e 138.000 em 2014) com mais pavilhões pode levar a uma certa diluição. Claramente alguns corredores estavam desfrutando de um nível satisfatório de tráfego, mas alguns outros estavam, de longe, menos ocupados. O efeito das estratégias dos fornecedores torna-se cada vez mais visível, independentemente do que eles afirmam oficialmente. Vemos cada vez mais uma divisão entre os fornecedores: de um lado, o que investiu claramente no futuro, desenvolvendo verdadeiramente novos produtos ou serviços alavancando a tecnologia (realidade aumentada, carros conectados...) e os outros apenas vendendo “o mesmo pacote de

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Programa Brasil Autoparts

produtos ”. É evidente que alguns estão comprometidos no longo prazo ... alguns outros um pouco menos e isso é cada vez mais visível. A boa notícia é que a estratégia para investir e inovar não tem nada a ver com o tamanho da empresa. Não há necessidade real de estar lá para saber o que está acontecendo: o evento continua ótimo para se (re)conectar com as pessoas, mas se torna menos relevante quando se trata de descobrir coisas novas. Com o poder das ferramentas de informação de hoje (sem mencionar internet!) você é informado “ao vivo” de novos produtos e serviços. Até mesmo os produtos que receberam os prêmios de inovação já estavam no mercado há meses. A consolidação do setor está se acelerando. É claro que essa tendência é óbvia para as pessoas ativas nessa indústria, mas é realmente impressionante quando você vê isso “ao vivo”. Um grupo de fornecedores gigantes globais surgiu recentemente após a Tenneco adquirir a Federal-Mogul. Será muito interessante ver quem melhor aproveitará sua estratégia no futuro entre empresas de portifólios, oferecendo uma ampla gama de produtos e apostando em sinergias e massa crítica, e as empresas de mono produtos apostando em um foco melhor em uma única linha, e em especialização. Pois bem, tivemos outra edição interessante da Automechanika e um desafio contínuo para a a organizadora (Messe Frankfurt) para manter sua atratividade neste setor justamente num ponto de mudança: - Em uma indústria com mudanças aceleradas, promovidas pela fluidez das ferramentas de informações fluidas que mantêm você atualizado diariamente, como permanecer relevante sendo um evento que ocorre a cada dois anos? - Em uma indústria em consolidação, que modelos eles precisam desenvolver pensando que terão menos expositores a cada ano? - Em uma indústria globalizada (tanto de fornecedores quanto de clientes) como sustentar a atratividade sendo “apenas” europeus? * Olivier Legrand é diretor da OL Consulting. Durante dez anos desenvolveu sua carreira na indústria de alimentos (Danone) antes de ingressar na Federal-Mogul e no mercado de reposição em 2006. Na Federal-Mogul ele foi Diretor de Marketing para Europa, Oriente Médio e África (e América do Sul entre 2010 e 2012) e Vice-Presidente de Aftermarket para a Europa, Oriente Médio e África. Desde 2017 Olivier é um consultor independente que trabalha com empresas do Aftermarket automotivo a redesenhar suas estratégias na Europa e auxiliando empresas que estejam buscando aquisições no mercado de reposição europeu.



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Ford realiza encontro com reparadores independentes em Ribeirão Preto-SP Fotos: Divulgação

CESVI Brasil promove workshop sobre reparo

EVENTO

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CESVI Brasil (Centro adequada, produtos de qualidade de Experimentação e e a tecnologia correta, ambos os Segurança Viária) reali- tipos de reparação otimizam o zou no último mês, em sua sede, tempo nos processos de conserto em São Paulo (SP), a 18º edição e geram uma melhor performance do CERTA (Centro de Referência no serviço aplicado no veículo”. Técnica Automotiva), com o tema Na segunda palestra do dia foi “Reparo Rápido”. Desta vez, além a vez dos apoiadores e parceiros das palestras de profissionais do do evento de apresentarem produmercado automotivo, o evento tos como insumos para pintura, contou com demonstrações práti- abrasivos, tintas, equipamentos cas e teste de produtos na oficina de precisão, entre outros, prómodelo do Centro de Pesquisas. prios para reparação rápida e Com foco no diálogo com ofi- ultrarrápida. cinas, seguradoras e montadoras, Por fim, Misael Sousa, esa edição contou com mais de 80 pecialista em reparo do CESVI/ convidados. Em sua abertura, MAPFRE, encerrou o evento com Emerson Feliciano, superinten- a palestra “Como montar uma esdente técnico do CESVI/MA- trutura para reparo ultrarrápido”, PFRE, comentou que o CERTA que apresentou as oportunidades é referência para quem busca do setor automotivo, modelos informações sobre o mercado de de negócio para reparação, méreparação. “Com profissionais dia de investimento e estrutura qualificados, conteúdos técnicos necessária para quem pretende de qualidade e parceiros estraté- empreender neste nicho de mergicos experientes, o evento ganha cado. “Maior produtividade e cada vez mais credibilidade den- rentabilidade são apenas alguns tro do setor automotivo”, afirmou. dos ganhos que as oficinas podem A primeira palestra do evento adquirir ao apostar nesses tipos foi ministrada por Francisco Car- de reparação”, concluiu. los, analista em pesquisa e tecnologia do CESVI / M A PFR E , que destacou as vantagens do reparo rápido e ult r a r r ápido. “Com a cap a c i t a ç ã o O evento foi realizado na sede do CESVI/MAPFRE

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Ford realizou neste mês em Ribeirão Preto um evento com reparadores independentes de veículos, visando a estreitar o relacionamento da marca com os profissionais do setor e gerar oportunidades de negócios para todos os elos da cadeia de reparação. O Encontro de Capacitação e Tecnologia Ford & Sindirepa reuniu as principais lideranças do setor, com a presença de Edison Simon, coordenador de Atividades Técnicas do SENAI, e Luiz Sérgio Alvarenga, diretor executivo do Sindirepa Nacional e Relações Governamentais do Sindirepa SP, além de executivos do distribuidor Ortovel e times de Serviço ao Cliente e Vendas da marca. Mais de 100 reparadores independentes participaram do evento, no qual além da oportunidade de relacionamento puderam assistir a uma palestra técnica exclusiva sobre o motor EcoBoost e conhecer as novidades das linhas de peças de reposição Motorcraft e Omnicraft. Os participantes também receberam orientação sobre como se cadastrar no novo site Reparador Ford para se atualizar sobre lançamentos e oportunidades. No final, todos receberam um certifi-

cado de participação, que também dá direito a ofertas especiais no distribuidor Ortovel pelo período de 30 dias. “Um dos resultados do encontro será a intensificação do Fórum de Debate, unindo reparadores independentes, o Sindirepa regional, o escritório regional e distribuidores da Ford para discussão das necessidades específicas da região, com sugestões para melhorias do mercado e desburocratização dos processos, ampliando as oportunidades comerciais”, diz Marco Giovanella, supervisor regional de Pós-Vendas da Ford.

PROGRAMA NACIONAL O Encontro de Capacitação e Tecnologia Ford & Sindirepa é um programa de âmbito nacional. Além dos eventos já realizados em São Paulo, Goiânia e Ribeirão Preto, ele tem mais uma edição programada este ano, em Porto Alegre, RS, em 22 de novembro. As regiões foram criteriosamente selecionadas, levando em consideração o parque circulante e a concentração de oficinas independentes, além da presença de distribuidores Ford e de Sindirepas atuantes.

O evento que aconteceu no SENAI da região, no interior de São Paulo, contou com a presença de profissionais do setor e reparadores independentes



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EVENTO

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Mobilidade elétrica no Brasil - Feira de veículos elétricos reúne expositores de todos os segmentos De bicicletas até ônibus, é o cenário elétrico e híbrido que representa o presente e não mais o futuro da mobilidade no Brasil e o que há de incomum é a utilização em ambiente tipicamente urbano Fotos: Gaspar

Antonio Gaspar de Oliveira

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o Transamérica Expo Center em São Paulo foi realizada a Feira de Veículos Elétricos nos dias 17, 18 e 19 de setembro de 2018, que permitiu conhecer a diversidade da mobilidade elétrica, além dos produtos, novidades e soluções das mais de 50 marcas que mostraram suas tecnologias. Marcas de veículos bem conhecidas no nosso setor e outras que complementam o segmento da mobilidade elétrica como Toyota, Lexus, Volvo, Mercedes, Renault, BYD, Siemens e Eletra, apresentaram seus modelos híbridos e elétricos puros. O que tornou este evento mais atrativo foi a divulgação de informações deste segmento através de palestras realizadas por especialistas brasileiros e estrangeiros no Congresso da Mobilidade e Veículo Elétrico (C-MOVE). (Fig.1) Estudo inédito sobre os veículos elétricos no Brasil e no mundo mostra as perspectivas para os próximos 12 anos com a projeção de que, até 2030, de 15% a 30% dos veículos vendidos no país conterão algum tipo de eletricidade. “O Brasil vende dois milhões de carros por ano, e apenas 3.000 são elétricos. Fabricantes como a Toyota investem muito neste segmento e o Prius híbrido flex é o primeiro

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1 protótipo do mundo, mesmo em fase de teste, que demonstra ser possível tornar um veículo menos poluente usando tecnologia híbrida com um motor que utiliza combustível de fontes renováveis como o etanol de cana de açúcar. (Fig.2) O motor a gasolina de 1,8 litro VVT-i3 16V DOHC4 com quatro cilindros desenvolve uma potência de 98 cavalos a 5.200 rpm, enquanto motor elétrico gera até 72 cavalos, somados chega a 170 cv. (Figs. 3 e 4)

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Encontrar um ônibus na feira chamou a atenção pelo tamanho e mais ainda quando o compartimento do motor foi aberto e não tinha motor. Na verdade este ônibus possui dois motores, um em cada roda do eixo traseiro. As baterias ficam no compartimento de bagagens e os componentes eletrônicos estão dispostos no espaço que era do motor a combustão. (Fig.7) (Fig.8)

No Prius, a energia cinética gerada nas frenagens é transformada em energia elétrica pelo motor elétrico, que atua como um gerador, e esta energia elétrica ge-

rada carrega a bateria do sistema híbrido. Tudo isso sem precisar carregar na tomada. Atrativos como a isenção do rodízio na cidade de São Paulo e devolução de 40% do valor do IPVA em SP, são bons argumentos utilizados pela Toyota para promover as vendas deste modelo. Uma pergunta muito frequente é sobre as baterias e a Toyota garante um tempo de vida de 10 anos e estrategicamente ela fica instalada sob o banco traseiro, o que permite uma distribuição de peso do carro bem equilibrada. (Fig.5)

5 Toda bateria quando está sendo carregada se aquece e isso pode prejudicar o seu desempenho e tempo de vida útil, mas o Prius possui um sistema de ventilação nas baterias através de dutos que proporcionam uma troca de calor eficiente e este sistema também retira os gases gerados durante os períodos de carga. (Fig.6)

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8 Como a energia armazenada nas baterias fornece uma corrente contínua, ela precisa ser transformada em corrente alternada (1) que depois é enviada para uma central de distribuição de energia (2) para o ônibus inteiro e também para dois controladores (3) (4) que alimentam os dois motores que estão montados nas rodas do eixo traseiro. A direção poderia ser elétrica mas neste caso não é, este ônibus ainda usa direção hidráulica e por este motivo é utilizado um motor elétrico para acionar o sistema hidráulico (5), lembrado que todos os motores elétricos deste ônibus são de corrente alternada. O sistema de freio e suspenção são pneumáticos e precisam de ar comprimido que é fornecido por motor elétrico (6) que movimenta um compressor de ar. (Figs. 9 e 10) Na cidade de São Paulo tem um ônibus totalmente elétrico em fase de testes que foi montado com uma carroceria Caio e na

cidade de Campinas tem mais seis ônibus circulando. A Volvo realiza grandes investimentos nos carros híbridos e para esta feira trouxe os modelos XC90 e o XC60. Pode não parecer mas o XC60 é um carro projetado para uso urbano que utiliza um motor de quatro cilindros de 2 litros que gera 320 cavalos com o auxílio de um turbocompressor, quando somado ao motor elétrico de 87 cavalos, disponibiliza uma potência total de 407 cavalos. Em velocidades de até 45 hm/h, o XC60 só utiliza o motor elétrico, que é muito apropriado nas grandes cidades que têm um trânsito lento. (Fig.11)

11 Para satisfazer o cliente Volvo, a montadora disponibiliza três modos de recarga das baterias; 1 - Regenerativo, quando aciona o freio, a energia é armazenada


EVENTO nas baterias. 2 - Ativando um botão no painel, um gerador acoplado ao motor a combustão gera energia. 3 - Ao chegar em casa, no condomínio, no shopping ou mesmo na estrada, e possível carregar as baterias na tomada. No para-lama dianteiro esquerdo tem uma porta que dá acesso à tomada de recarga das baterias. (Fig.12)

12 As bicicletas de uso compartilhado deram início a um novo estilo de mobilidade e isso está espalhando para motos/scooters e também para os carros. Através do uso de um aplicativo de scooters elétricas compartilhadas que terá início em novembro de 2018 na capital paulista, por apenas R$0,59 centavos o minuto de uso, o usuário terá a comodidade para se deslocar de forma mais rápida pela cidade. (Fig.13)

baterias existe e é importante que as pessoas estejam cientes disso, que podem utilizá-las sem fazer mal ao meio-ambiente”. Empresas como a Toyota possuem programas de reciclagem das baterias de veículos híbridos e se utilizam de empresas como a Umicore para finalizar o proces-

14 seminação e incentivo de serviços e componentes que auxiliam no avanço dessa realidade, como as soluções de carregamento e a reciclagem de baterias. A Eletric Mobility Brasil levou ao seu estande todas as soluções para recarga, desde os residenciais até os modelos de carregamento rápido para rodovia, que levam em torno de 30 minutos para carga completa. “A maioria das pessoas possuem dúvidas sobre como será o gasto da energia em casa, se a rede irá aguentar, mas é mais simples do que se imagina. O carregador residencial básico, por exemplo, consome a mesma energia que um chuveiro elétrico. A Siemens investe em sistemas de recarga de baterias e

13 Seguindo esta tendência, encontramos um carro elétrico da BMW que através de um aplicativo pode ser utilizado pagando um valor em torno de R$1,00 real por minuto. Parece que estamos no futuro mas já é realidade e as grandes cidades que sofrem com as dificuldades no trânsito permitem o surgimento de soluções que há alguns anos pareciam um sonho distante. (Fig.14) A viabilidade do uso dos veículos elétricos depende da dis-

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em novos modelos de negócios a partir da mobilidade elétrica no Brasil e no mundo. As expectativas para 2030 são de aproximadamente 138 milhões de carregadores para veículos elétricos, sendo 90% de carregadores privados. (Fig.15) Carregador nível 1 ou nível 2 Fácil instalação e utilização; Perfeito para residências, empresas, hotéis; Operação em “Horário fora

de ponta”; Acesso remoto através de entrada/saída digital. Carregador nível 2 Possibilidade de controlar o consumo e realizar cobranças pelo kWh; Para condomínios, estacionamentos, shoppings; Acesso remoto através de entrada/saída digital. Carregador nível 3 Postos de carregamento rápido; Perfeito para estradas e postos de abastecimento. A Umicore, multinacional belga, presta o serviço de recolhimento de baterias para reciclagem, que acontece em seu país sede. A unidade recebe material dos centros de coleta, presentes em todos os continentes. Por ano são recicladas 7.000 toneladas de bateria. “Quando chegam na unidade de reciclagem, as baterias são desmontadas e suas células são fundidas em altas temperaturas, formando um concentrado metálico. Após essa etapa, é feita a separação dos metais que voltam a ser matéria-prima útil. A solução para o descarte das

16 so. (Fig.16) A evolução dos veículos é contínua e não faz muito tempo que os carros utilizavam o carburador que depois abriu espaço para a injeção eletrônica, agora temos os carros com sistema que desliga e liga sozinho quando para, denominados Start & Stop, temos os híbridos e finalizando esta etapa evolutiva, temos também os carros elétricos. Esse avanço é acompanhado por normas técnicas que são de grande importância para o setor automotivo e inclusive na reparação desta nova geração de veículos, para isso a ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas - desenvolveu uma série de normas. Nor mas publicad as pela CE03:069.001 - Comissão de Estudos Veículos Elétricos Rodoviários e Industriais ABNT NBR IEC 61434 Células e baterias secundárias contendo eletrólitos alcalinos ou outro não-ácido - Guia para designação da corrente em normas de células e baterias secundárias alcalinas ABNT NBR IEC 62660-1 Células de lítio-íon secundárias

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para propulsão de VEs - Parte 1: Ensaios de desempenho ABNT NBR IEC 62660-2 Células de lítio-íon secundárias para propulsão de VEs - Parte 2: Ensaios de confiabilidade e abuso ABNT NBR IEC61851-1 Sistema de recarga condutiva para VEs - Parte 1: Requisitos gerais ABNT NBR IEC61851-21 Sistema de recarga condutiva para VEs - Parte 21: Requisitos de VEs para a conexão condutiva a uma alimentação em c.a. e c.c. ABNT NBR IEC61851-22 Sistema de recarga condutiva para VEs - Parte 22: Estação de recarga em c.a. para VEs ABNT NBR IEC 62196-1 Plugues e Tomadas Fixas e Móveis para VEs - Recarga Condutiva para VEs - Parte 1: Requisitos gerais ABNT NBR IEC 62196-2 Plugues e Tomadas Fixas e Móveis para VEs - Recarga Condutiva para VEs - Parte 2: Requisitos dimensionais de compatibilidade e de intercambiabilidade para os acessórios em c.a com pinos e contatos tubulares ABNT IEC/TR 60783 Fiação e conectores dos veículos elétricos rodoviários - Normas publicadas pela CE05:110.021 - Comissão de Estudos Veículos Propelidos a Eletricidade ABNT ISO TR 8713 Veículos rodoviários propelidos a eletricidade – Vocabulário ABNT NBR 16567 Veículos rodoviários híbridos elétricos leves - Medição de emissão de escapamento e consumo de combustível e energia - Métodos de ensaio (SAE J1711:2010) MERCADO DE REPOSIÇÃO Diante do que foi apresentado na feira, é possível vislumbrar uma ampliação do mercado de manutenção e peças para as necessidades dos veículos elétricos e devemos aproveitar as oportunidades para oferecer novas opções de serviço. Com a publicação de normas ABNT, já é possível buscar treinamentos em escolas qualificadas e assim poderemos acompanhar a evolução do carros, fazendo as manutenções que atendam este elevado nível de tecnologia.


Por: Lorenzo Picolli Diretor executivo - Tecnomotor

Desafios U

Colocar-se como proprietário de uma oficina, analisar todas essas tendências e afirmar o que irá acontecer é muito mais complexo do que possa parecer.

m dos grandes desafios com todas as informações sobre futuro – que são inúmeras – é tangenciar, é reconhecer e validar o que irá realmente impactar o nosso negócio, a nossa profissão. Como vimos na coluna do mês passado, foram 65 tendências de futuro estudadas e mapeadas: 10 megatendências, 15 tendências comportamentais, 18 tendências de negócios e 22 tendências emergentes. Mas qual delas irão impactar o negócio de reparação automotiva, qual poderá acontecer primeiro ou mais rapidamente? É um grande desafio dizer com convicção o que irá acontecer e, a partir daí, ajudar as oficinas de reparação. Colocar-se como proprietário de uma oficina, analisar todas essas tendências e afirmar o que irá acontecer é muito mais complexo do que possa parecer. Para trazer uma segurança e, de certa forma, apresentar às oficinas o que acredito que vá realmente impactar os negócios, tenho me baseado em diversas formas e fontes de conteúdo e informação. A primeira é na cultura e história da empresa em que trabalho. A TECNOMOTOR e seus 38 anos de relacionamento com o mercado de reparação sempre buscou entender e estrar muito próxima do reparador. Seus fundadores chegaram a possuir uma oficina para vivenciar as necessidades e buscar desenvolver soluções para o mercado. Utilizaram essa oficina e uma pesquisa feita juntamente com a Universidade. 100% das oficinas de São Carlos, cidade sede da empresa, foram mapeadas em suas necessidades e desafios. A partir dessas informações foi criada a Rede Ecocar de oficinas. Diante do grande desafio tecnológico da injeção eletrônica, a empresa não só buscou desenvolver equipamentos, mas levou ao reparador materiais técnicos extremamente didáticos, que até hoje as oficinas lembram e valorizam. Palestras, treina-

mentos e sempre muito relacionamento com as oficinas sempre foram a base cultural da TECNOMOTOR. Ter sido gestor da Rede Ecocar por 10 anos e conviver com mais de 200 oficinas me ajudou muito a entender e a me colocar no lugar do proprietário de uma oficina para ajudar no sucesso de seus negócios. Orgulho-me muito de ver o sucesso que a grande maioria dessas oficinas alcançou e continua alcançando. Relacionamento com pessoas de diversas empresas do setor também sempre foi muito importante. O Mercado Brasileiro tem exemplos maravilhosos de empresas que buscam ir muito além de vender um produto, mas sim ajudar o setor de reparação a crescer e evoluir. É complexo citar nomes pois são muitas, mas duas em especial valem um destaque: o jornal Oficina Brasil que na pessoa do Sr. Cassio não mede esforços para levar informação aos reparadores e a MTE Thompson em que João e Alfredo fazem ações admiráveis para todo o setor. A estrada percorrida, pessoas realmente diferenciadas e muito relacionamento com as oficinas dão uma base importante para analisar todas essas tendências e sugerir aquelas que terão um impacto nas oficias. Muitas tendências irão impactar as oficinas e o mercado, impactar em forma de grandes oportunidades e ao mesmo tempo em grandes desafios. Escolhi dois grandes desafios amparados por diversas tendências que acredito terão um grande impacto: 1. Economia compartilhada, carro compartilhado e 2. Veículos elétricos e autônomos, novo paradigma automotivo. Nas próximas colunas vamos destrinchar esses desafios e buscar desenhar um caminho para enfrentar e aproveitar esse futuro.

Grande abraço e até a próxima!


a versĂŁo 15 do scanner lĂ­der de mercado


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LANÇAMENTO

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Com motor inédito, Eclipse Cross chega para completar a gama de SUVs da Mitsubishi Fotos: Divulgação

Posicionado entre o ASX e o Outlander, o modelo desembarca no Brasil com muitas novidades e o potente motor MIVEC Turbo 1.5L Por Caique Silva

A

gora é oficial: o Eclipse passou de um esportivo cultuado na década de 90 para se transformar em um SUV e ganhar mercado também nesta categoria. Produzido sobre a mesma plataforma do Outlander e o ASX, o Eclipse Cross chega ao mercado em duas versões para acirrar ainda mais a briga com outros modelos da categoria. Entre seus principais concorrentes podemos destacar os modelos Hyundai New Tucson, que possui as mesmas dimensões do modelo da Mitsubishi, Kia Sportage, Jeep Compass, BMW X1, Audi Q3 e o Volvo XC40. MOTOR E TRANSMISSÃO O novo motor MIVEC Turbo 1.5L de alumínio com dupla injeção tem 165cv de potência e 25,5kgfm de torque. A nova tecnologia gera um torque robusto em uma faixa de velocidade baixa do motor. Aliado ao motor, o Eclipse Cross possui a nova transmissão CVT de oito velocidades, com sistema INVECS III, que se adapta ao modo de dirigir de cada motorista. Além disso, a transmissão possui o modo Sport com Paddle Shifters que também estão presentes no Lancer Evolution, outro modelo de muito sucesso da montadora dos três diamantes. A novidade fica por conta da opção de mudança manual de marcha através da famosa “borboleta” ou da alavanca presente no câmbio. TECNOLOGIA Além do botão Start Stop (OSS) para partida, o Eclipse Cross conta também com diversas

outras funções e recursos: BSW (Blind Spot Warning) – Aviso sonoro e de luz nos espelhos retrovisores indicando região de ponto cego. UMS (Ultrasonic Misacceleration Mitigation System) – Sistema de prevenção de aceleração involuntária, que reduz as chances e o perigo de atingir obstáculos a até quatro metros, na frente ou atrás do veículo, caso o motorista

pressione fortemente o acelerador por engano com o carro parado ou até 10km/h. RCTA (Rear Cross Traffic Alert) – Sistema de aviso de tráfego traseiro, que ajuda a evitar colisões ao sair de uma vaga em marcha a ré. SpeedLimiter – Limita uma velocidade pré-estabelecida pelo motorista. ASC (Active Stability Con-

trol) – Controle ativo de estabilidade, evitando escorregamento em curvas. ATC (Active Traction Control) – Controle Ativo de Tração, que atua em pisos de baixa aderência. ACC (Adaptative Cr uise Control) – Piloto automático inteligente de nova geração, que diminui e acompanha automaticamente a velocidade do veículo à frente. FCM (FowardCollisionMitigation) – Sistema de frenagem autônoma, que ajuda a prevenir colisões frontais identificando veículos ou pedestres por meio de câmeras e radar. LDW (Lane DepartureWarming) – Aviso de saída de faixa de rolamento. Além desses recursos, o modelo ainda é equipado com Freio de Estacionamento Eletrônico

(EPB) com Auto Hold. Depois de estacionar o veículo, basta acionar um simples botão para ativar os freios. Já o Auto Hold é prático para o dia a dia. Quando acionado, o carro irá ativar automaticamente os freios de estacionamento em qualquer parada, até mesmo em ladeiras, facilitando e dando mais segurança para o dia a dia. Para destravar, basta voltar a acelerar. O sistema TPMS que também se faz presente no Eclipse Cross é o monitoramento da pressão dos pneus, que emite um alerta no painel caso haja necessidade de calibragem. SEGURANÇA O Eclipse Cross é equipado com freio a disco nas quatro rodas, ventilados na dianteira, e um gerenciamento eletrônico de alta



LANÇAMENTO tecnologia, com ABS, EBD e BAS. Além disso, o modelo conta com uma proteção extra, o BOS, um sistema que monitora constantemente os pedais. Caso o freio seja acionado junto com o acelerador e configure uma situação de emergência, as rotações do motor são reduzidas gradativamente até a parada total e controlada do veículo. O SUV é equipado também com o HSA (Hill Start Assistant), um assistente de partida em rampa que pode ser usado tanto para mover o veículo para frente, como em manobras em marcha a ré. O veículo foi projetado sob o conceito RISE de deformação controlada e equipado com o sistema Full Airbags (com 9 airbags: dianteiros, cortina, laterais e de joelho

para o motorista). E Eclipse Cross comprovou seu alto nível de segurança após receber a mais alta classificação de cinco estrelas nos mais renomados institutos (Euro NCAP, ANCAP e LatinNCap) antes mesmo de seu lançamento. DIREÇÃO E SUSPENSÃO O Eclipse Cross possui direção elétrica. Já a suspensão dianteira do modelo é independente Mc Pherson com barra estabilizadora e a traseira é independente Multi-Link, com molas helicoidais e barra estabilizadora.

VERSÕES O Eclipse Cross está disponível em duas versões: Eclipse Cross HPE-S S-AWC e Eclipse Cross HPE-S. O consumidor poderá escolher entre as opções de tração 4x2 ou 4x4. Na versão topo de linha (HPE-S-S-AWC), o consumidor poderá escolher entre as opções de trações 4x2 ou 4x4 através do botão (s-awc-eclipe-cross.jpg) localizado ao lado do câmbio. Já na sua versão de entrada (HPE-S), não há a presença deste dispositivo, ou seja, a única opção de tração disponível do modelo é 4x2. Essa é a única e grande diferença entre as duas versões, que possuem uma mecânica exatamente igual e todos os recursos tecnológicos.

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GESTÃO

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Aula 23 - Administrando a sua oficina mecânica: O importante fluxo de caixa! Para a correta gestão da oficina mecânica temos que ter fôlego financeiro para as contas diárias, semanais e mensais. Fique atento a duas datas importantes no fluxo de caixa, saiba o Porquê

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omo está o f luxo de caixa de sua empresa hoje? Qual a projeção do f luxo de caixa para esta semana, este mês ou mesmo para este semestre? Está difícil saber das respostas? Então é hora de saber melhor o que é f luxo de caixa e fazer a gestão da sua empresa! Mas calma, vou ajudar com toda experiência como mecânico de automóvel profissional e gestor de uma oficina mecânica de quase 50 anos de existência, e posso afirmar que professores e consultores há muitos no mercado brasileiro, agora um professor que tenha oficina e possa dar as dicas reais na prática, só aqui na coluna mensal da sua Mala Direta Oficina Brasil. SAÍDAS - COMO FAZER: P r i mei r o r eg i s t r a r t u d o que é pago pela empresa, e lembrem-se, estou falando do C N PJ, separe cont as PF de PJ (Pessoa Física de Pessoa Jurídica). Aquele combustível que é colocado no carro do cliente que na hora do teste de rodagem acendeu a lâmpada de reserva. Aquela abraçadeira que espanou no momento do aperto final, o papel higiênico do sanitário dos colaboradores, a pasta de lavar as mãos, os EPIs, etc. Toda saída deve ser registrada devidamente, antigamente no livro caixa diário (era assim antigamente!) ou agora nos sistemas de gestão ou planilhas em Excel. Fique atento a duas datas importantes no f luxo de cai-

xa, primeira semana do mês e semana do dia 20 de cada mês. Por quê? São datas de saída de grandes valores do f luxo de caixa, semana do quinto dia útil, da qual saem os pagamentos dos colaboradores e geralmente o aluguel, e semana do dia 20, em que temos o adiantamento dos colaboradores e pagamento de alguns importantes e “caros” impostos.

Fotos: Scopino

Pedro Luiz Scopino scopino@automecanicascopino.com.br

ENTRADAS - COMO FAZER: Fluxo de Caixa mês de agosto 2018 - software da Ultracar

Para compor u m cor reto f luxo de caixa, toda entrada deve ser bem registrada. Novamente fica a dica de registrar tudo no sistema de gestão ou planilhas em Excel, ou os mais antigos no famoso livro caixa, o importante é registrar as entradas. Mais uma dica importante, no f luxo de caixa deverá deixar bem claro todos os possíveis descontos, como para o pagamento à vista desconto de 5% (por exemplo), ou as taxas aplicadas nos cartões de crédito ou soluções em pagamento com antecipação de valores parcelados.

Atenção à taxa mensal da máquina de cartão de crédito que entra no seu custo fixo mensal Atenção à taxa mensal da máquina de cartão de crédito que entra no seu custo f ixo mensal, as taxas descontadas nos valores do parcelamento ou antecipação de cartões de crédito devem ser descontadas nas entradas do seu f luxo de caixa.

RECEBIMENTO NÃO CONSTANTE Ao analisarmos o f luxo de caixa diário teremos algumas sur presas no mercado aftermarket automotivo, pois não há um recebimento constante na maioria das oficinas brasileiras, isso ocorre principalmente devido a serviços de alta complexidade, assim teremos em uma sexta-feira, saída de vários veículos prontos, e um dia de alta entrada no f luxo de caixa. E os demais dias teremos menos entrada de dinheiro ou outros meios de pagamento. Por exemplo, posso afirmar com minha experiência, que na maioria das oficinas no Brasil a segunda-feira é um dia de captação de serviços, e baixo f luxo de entrada no caixa, ou seja, teremos entrada de carros e início de serviços, mas pouca saída de carro pronto, então segunda-feira teremos baixa entrada no f luxo de caixa. DICAS IMPORTANTES DO SEBRAE: - Prever, planejar e controlar entradas e saídas em um período determinado; - Avaliar se o recebimento

p or ve nd a s se r á s u f icie nt e para cobrir gastos assumidos e previstos; - Antecipar decisões quanto à falta ou à sobra de dinheiro; - Descobrir se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira; - Ter subsídios para ajustar o preço de venda para cima ou para baixo; - Verificar a possibilidade de realizar promoções e liquidações; - Confirmar se os recursos financeiros próprios serão suficientes para tocar o negócio ou se há necessidade de buscar dinheiro extra. CONCLUSÃO O f luxo de caixa demonstra o quanto pode ou não ser saudável a vida financeira da empresa. Quando você não sabe o que entra ou sai do caixa da empresa pode fazer qualquer negócio para sanar uma possível conta no vermelho, e isso é muito perigoso. Atenção para a frase: “Quando o empresário não sabe o fluxo de caixa, faz qualquer negócio, pois não sabe se é bom ou mal negócio!” Se não tem sistema de ges-

tão, faça em um caderno ou no livro caixa, registre tudo que entra e tudo que sai do caixa da empresa. Sempre valorize sua mão de obra, isso faz grande diferença no final do mês. E separe 100% o pessoal do jurídico de seu f luxo de caixa! Faça a gestão da sua empresa, ela é muito importante e vital para a vida da empresa! PRÓXIMOS TEMAS Aula 24

O importante Capital de Giro

Aula 25

TFA e TFE

Aula 26

Uniformes e Identificação

Abraços a todos, até o próximo mês e $UCE$$O! Apoio:

Scopino é Mecânico de Autos Profissional, Bacharel em ADM de Empresas, diretor da Auto Mecânica Scopino, professor do Umec e da TV Notícias da Oficina VW, integrante GOE, ministra treinamentos e palestras por todo o Brasil



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Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br Fotos: Leandro Bertotti

DO FUNDO DO BAÚ

Em alusão aos aviões a jato a Oldsmobile lançava em 1961 o modelo Jetfire, equipado com um V8 turbo com 215 cv

O coração do Fusca envolvo por uma carroceria moderna, a receita do primeiro Gol, que de início oferecia somente o robusto motor 1,3 litro

Volkswagen Gol L, o artilheiro que soube dar um olé na concorrência durante duas décadas Após pequenos tropeços no começo de carreira, o Gol se firmou com um verdadeiro jogador de ponta da Volkswagen Anderson Nunes

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ão popular quanto o esporte que nós brasileiros amamos, o futebol, o VW Gol é de longe um verdadeiro gol de placa da fabricante alemã que está estabelecida no país desde a década de 1950. O Gol é o modelo mais produzido, mais vendido e o mais exportado da história do mercado nacional. Realmente, nenhum outro veículo produzido no País tem marcas tão impressionantes quanto o compacto da Volkswagen. Em seus 38 anos de produção já foram fabricados mais de 8 milhões de unidades do modelo. Enfileirados, os 8 milhões de Gol seriam suficientes, com folga, para dar uma volta ao mundo ou para fazer o contorno do Brasil inteiro. Para produzir tantos Gol, a Volkswagen do Brasil conta com duas unidades produtivas: Taubaté, no interior paulista, e a planta de Anchieta, em São

Bernardo do Campo (SP). O ritmo de produção é frenético: a cada 60 segundos, um Gol é fabricado. O modelo também leva a bandeira do Brasil a outros países, já que foram exportados mais de 1,4 milhão de exemplares. A história do Gol começou a tomar forma em meados de 1975. Naquele período a filial brasileira da Volkswagen dava início aos estudos para o desenvolvimento de um modelo para substituir o Fusca. Mesmo com o êxito de vendas alçados pela Brasília, lançado em 1973, modelos mais atuais em projeto e mecânica como o Chevrolet Chevette e o Fiat 147 começaram a tirar mercado da marca alemã. Havia duas alas dentro da Volkswagen que tinham visões diferentes para o substituto do Fusca. O primeiro time acreditava que o carro ideal deveria adotar o motor dianteiro refrigerado a ar, baseado em um estudo alemão batizado de EA-276, já que o flat-4 tinha excelente fama e

continuava popular entre o público. Outra parte achava que o melhor era seguir os passos iniciado pelo Passat, lançado em 1973, com motor dianteiro arrefecido a água e tração dianteira. TIME DE PRIMEIRA Alemanha 1976. Na cidade de Ingolstadt, no estúdio da VW Audi, a equipe brasileira de design liderada por Márcio Piancastelli começava a traçar as linhas do projeto que daria origem ao Gol. O desenhista Piancastelli já havia mostrado muito competência ao criar modelos icônicos como o esportivo SP2 e a Brasília. Na Europa, trabalharam em conjunto com os alemães seguindo as diretrizes da alta cúpula da VW: o novo carro teria motor e tração dianteira, usando como base uma mistura de elementos dos projetos existentes na Europa: o próprio Passat, que havia estreado no Brasil

em 1974, mas também o Golf, do cupê Scirocco e até mesmo o Audi 50, que deu origem ao Volkswagen Polo, lançado em 1975 e posicionado abaixo do Golf. Nos três anos seguintes, a equipe brasileira da VW trabalhou para refinar o desenho do carro, primeiro na Alemanha e, a partir de 1977, no Brasil. Os brasileiros preferiam um perfil mais arrojado, e foi assim que o Gol ganhou uma silhueta mais próxima do Scirocco, um cupê esportivo tipo 2+2 desenhado por Giorgetto Giugiaro. Os detalhes estéticos foram sendo acertados aos poucos: discutiu-se bastante a respeito do formato de lanternas e faróis: os alemães preferiam seguir o estilo corporativo, com os faróis redondos e as lanternas pequenas, praticamente idênticas às do Audi 50/VW Polo. Já os brasileiros insistiram nos faróis quadrados e lanternas mais largas, também inspiradas no Scirocco. Outra diferença do modelo

nacional em relação aos similares alemães residia na mecânica. Em vez da posição transversal de motor e câmbio, a VW do Brasil optou pela consagrada disposição longitudinal. Também ficou decidido que o motor seria o refrigerado a ar de 1,3 litro do Fusca, com comando de válvulas no bloco. Inúmeros protótipos foram fotografados pelas revistas especializadas nesse período. Durante os flagras feitos nas rodovias o veículos era referidos como mini-Volks ou mini-Passat. O modelo final foi aprovado para entrar em produção no final de 1979. GOL DA VOLKS Em maio de 1980 chegava ao mercado brasileiro o Gol. O nome foi sugestão do jornalista Nehemias Vassão, que argumentou que a palavra fazia parte do cotidiano dos brasileiros, além disso, mantinha a tradição da corporação em batizar seus carros com nomes de esportes



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DO FUNDO DO BAÚ

Diferente dos primos europeus, o Gol jogou contra e trouxe faróis quadrados que o deixou com um aspecto mais agressivo

Outra “desobediência” dos projetistas brasileiros, a lanterna de grande dimensão favorecia a segurança

como Golf, Polo e Derby. O desenho atual e agradável trazia frente em cunha, boa área envidraçada, faróis e lanternas em formato quadrado de grande dimensões, além de para-choques cromados. O interior agradável combinava elementos do Passat, caso do formato dos bancos e os instrumentos retangulares em faixa horizontal, clara inspiração no painel da Variant II. O espaço para os passageiros do banco traseiro era um tanto escasso para a cabeça devido ao caimento do teto, mas o porta-malas oferecia boa capacidade, 380 litros, pois o estepe ficava junto ao motor, além de poder ampliar a capacidade de carga com o rebatimento do banco, nesse caso a capacidade era ampliada para 1.200 litros. Havia duas opções de acabamento, a básica e a L, esta podendo receber opcionais como rádio AM/ FM mono, bancos com apoio de cabeça, conta-giros e relógio, além do cinto de segurança de três pontos retráteis. O volante de dois raios tinha boa empunhadura e era leve nas manobras, como item de segurança contava com coluna com deformação programada, que em caso de colisão frontal partia-se ao meio e evitava que o volante atingisse o peito do condutor.

O desenho estilizado no centro do volante é de um lobo, homenagem ao Castelo de Wolfsburg, cidade natal da Volks, no Brasil é conhecido como raposinha

MOTOR JOGOU CONTRA Nos anúncios publicitários o Gol era apresentado como “o carro que une razão e emoção”, mas a escolha do motor boxer arrefecido a ar de 1,3 litro jogou o aspirante a atacante da VW contra a torcida, ou melhor, contra o consumidor. O trem de força, além de destoar da concepção moderna do Gol, tinha potência insuficiente para suas pretensões. VW deveria ter imaginado que o coração do Fusca envolto em carroceria atualizada manteria a legião de fãs que o besouro manteve ao longo dos anos, sobretudo no interior do país. Para o motor de 1,3 litro ocupar o cofre dianteiro a engenharia da Volkswagen fez uma série de mudanças. Devido à posição frontal do conjunto mecânico de cara foi possível eliminar o radiador de óleo presente no Fusca. No lugar da ventoinha radial, foi adotada uma ventoinha axial, de sete pás plásticas, isso permitiu um leve ganho de potência, passava de 38 cv para 42 cv e o torque de 9,1 m.kgf para 9,2 m.kfg. Também foi adotado um novo conjunto de cabeçotes, com válvulas de admissão e escape em “V”, que permitia uma melhor homogeneidade na refrigeração. Mudaram os balancins e seus eixos, consequentemente os ângulos de

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O motor 1300 cm³ era basicamente o mesmo do Fusca, a ventoinha axial e o filtro de ar eram as diferenças marcantes para equipar o Gol

Porta-malas sem estepe é uma característica que permaneceu até a chegada do motor arrefecido a água

Mesmo sendo a versão Luxo não havia porta-objetos nas portas

Nos protótipos os faróis eram redondos, mas felizmente nos carros de produção foram adotados os faróis quadrados

Outra qualidade do Gol era o bom posicionamento da alavanca de câmbio

Um dos poucos opcionais era o rádio AM/FM conservado até os dias atuais

barra estabilizadora. Os pneus eram radiais 155/80 R13; e os freios utilizavam o duplo circuito em diagonal, com freios a disco na dianteira.

1,6 litro a média ficava em 13 km/l. O novo motor estava disponível para as versões S e LS, e que agora passavam a sair de fábrica com barra estabilizadora dianteira, pneus radiais e servo freio. Algo curioso ficava por conta do posicionamento do estepe. Durante o lançamento os primeiros carros equipados com o motor álcool tiveram o estepe posicionado no porta-malas. Ao lançar a versão com o combustível vegetal os engenheiros da VW não encontraram espaço disponível no cofre do motor devido ao segundo carburador. Entretanto pouco tempo depois o presidente da VW, Wolfgang Sauer ao visitar uma concessionária da marca viu um carro adaptado com o estepe na frente. Atônito, Sauer ouviu de um mecânico: “Simplesmente viramos o estepe de cabeça para baixo. Assim, o carburador fica por dentro da parte côncava da roda, sem nenhum problema”. De volta à fábrica, Sauer determinou a modificação do estepe para dentro do cofre do motor novamente. Desse modo hoje em dia existem duas séries distintas do Gol a álcool no mercado nacional. Na época causou um prejuízo aos donos que compraram um carro com menor capacidade de carga. Já a VW investiu um dinheiro desnecessário para criar um novo

abertura e fechamento das válvulas. De forma geral, buscou evitar-se, no interior das câmaras de combustão, a presença de “pontos quentes”, deixando a mistura ar/combustível mais uniforme. Alimentação do motor era feita por um carburador de corpo simples Solex H30 PIC 2. Como opcional havia a ignição eletrônica Bosch em substituição ao arcaico platinado. Acoplado ao motor estava o câmbio manual de quatro marchas que dispensava a troca de óleo durante toda sua vida útil. O desempenho era bastante limitado: o Gol fazia de 0 a 100 km/h em cerca de 30 segundos e a velocidade máxima ficava próxima aos 130 km/h. Pouco para um carro que pesava próximo dos 800 kg. O consumo ficava na casa dos 15,8 km/l a 80 km/h constante, segundo informava a VW. Apesar da decepção com o desempenho era notável o bom acerto de chassi promovido pela Volkswagen, que permitia contornar curvas com notável agilidade e segurança para a época. A suspensão dianteira era do tipo McPherson com barra estabilizadora opcional, a geometria de direção com raio negativo de rolagem. Na traseira havia o eixo de torção de novo conceito, com braços longitudinais tubulares. Nesse esquema de suspensão o eixo trabalha em torção e atua como uma

TIME CONTRA-ATACA As vendas de início fora aquém a que Volkswagen planejou e a culpa como o esperado era do motor arrefecido a ar que não empolgou. Logo os engenheiros tiveram que trabalhar rápido para contornar a situação. Em fevereiro de 1981 chegava ao mercado o Gol equipado com o de 1,3 litro ainda refrigerado a ar, mas com dupla carburação, 51 cv e 10,5 m.kfg de torque. As respostas do acelerador tornaram-se mais ágeis. A velocidade máxima fica era de 130 km/h, mas a aceleração de 0 a 100 km/h era feita agora em 22 segundos. O consumo médio era na casa dos 10,2 km/l. Em março do mesmo ano estreava a versão equipada com motor de 1,6 litro de dupla carburação com potência de 66 cv e torque de 12,0 m.kgf. O desempenho melhorou substancialmente com velocidade máxima de 145 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 15,4 s. Devido ao maior torque o motorista não necessitava de tantas reduções de marcha para embalar o carro e com isso havia um menor consumo de combustível, que no caso da versão


A Albarus está de volta. Quem conheceu poderá matar a saudade. Quem não conhece, prepare-se para uma relação de confiança que nem o tempo pode apagar. Qualidade que marcou época e conquistou o coração do Brasil. Albarus. Qualidade que transmite segurança. albarus.com.br

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O painel de instrumentos horizontais e pequenos mostradores, uma clara inspiração na Variant II

Grandes para-choques cromados foram comuns até meados dos anos 80

O desenho das rodas aro 13 tinha como finalidade refrigerar bem os freios

O selo no vidro também comprova a originalidade do modelo com a data de 10/1980

Os ocupantes dos bancos dianteiros tinham um bom espaço para as pernas e cabeça, o motorista tinha comandos próximos as mãos

A traseira truncada era tendência nos anos 70, além de melhorar a aerodinâmica oferecia boa visibilidade traseira

estampo do porta-malas para armazenar o estepe. Neste meio tempo a família cresceu: em 1981, veio o sedã Voyage e, em junho do ano seguinte, a perua Parati — ambos com o quatro cilindros de 1,5 litro e 65 cv do irmão maior. A Saveiro, por sua vez, chegou em setembro de 1982 apenas com motor a ar. AR DE DESPEDIDA Para a linha 1984 o Gol parecia ter alcançado a maturidade. Isso porque o carro da VW havia ganhado alguns aperfeiçoamentos, não muito visíveis, mas que, no conjunto, lhe deram um aspecto de um produto mais bem acabado. Externamente foram acrescentados para-choques e grande em tom cinza-grafite. Como opcional rodas em liga-leve e pneus mais largos 175/70 R13. Internamente o painel ganhou uma nova grafia para os instrumentos (branco sobre fundo cinza) e um novo desenho do banco traseiro mais anatômico. O passo mais importante rumo ao sucesso comercial do Gol foi quando o modelo passou a disponi-

bilizar o motor 1,6 litro arrefecido a água às versões S e LS, além da Saveiro, para a linha 1985. Com potência de 81 cv e torque e 12,8 m.kgf (álcool), o progresso dinâmico era visível: a velocidade máxima era de 160 km/h e a aceleração de 0 a 100 km/h foi cumprida em 14,2 segundos. No consumo rodando a 80 km/h a versão de motor com arrefecimento a água fez média de 11,31 km/l. O visual também foi unificado com inclusão da nova frente igual à utilizada no Voyage. Já o estepe passou a ser alocado em definitivo no porta-malas. Já o modelo refrigerado a ar passava a equipar somente a versão despojada batizada de BX, esta dirigida a taxistas e aos poucos entusiastas do motor VW a ar. Esta primava pela extrema simplicidade no acabamento e detalhes estéticos como a falta da luz de ré, falta de fechadura na porta do passageiro e ausência de frisos. Internamente não havia apoio de cabeça no banco, para-sol direito, lavador de para-brisa acionado pelo pé e até ventilação interna era suprimido. A versão BX só batia por pouco

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o visual cupê do Gol teve forte inspiração no modelo Scirocco, obra do desenhista Giorgetto Giugiaro

a LS refrigerada a água no porta-malas, pela ausência do estepe, além da estabilidade e agilidade em curvas. Nesses quesitos a versão equipada com o motor boxer era superior, dada a distribuição de peso entre os eixos muito próxima de 50:50, devido ao motor mais leve (98 kg contra 124,5 kg), e o centro de gravidade mais próximo ao chão. As vendas do motor mais moderno decolaram e para 1986 haviam sido faturados mais de 66 mil unidades do Gol, ficando atrás somente do Chevrolet Monza que havia vendido naquele ano 75 mil carros. A carreira comercial do motor boxer refrigerado a ar foi suplantada em 1986. Para 1987 o Gol e seus derivados passaram pela primeira mudança visual com uma frente mais baixa, para-choques de plástico envolventes e amplas lanternas traseiras (no Gol). O painel de instrumentos manteve-se o mesmo. As versões de acabamento passaram de S e LS para CL e GL. A partir desse ano o Gol assumia a liderança do mercado, que nunca mais seria perdido em temos anuais. O compacto da VW permaneceu

Teto branco favorecia a sensação de amplitude e conforto dos passageiros

Já os passageiros de maior estatura tinham pouco espaço para a cabeça devido ao caimento do teto

O atestado de originalidade é comprovado pelo manual e nota fiscal guardados até hoje

como o carro mais vendido do Brasil durante 27 anos.

hoje, já que pertence ao primeiro ano de produção e tem como característica principal o motor boxer de 1,3 litros. “Adquiri esse Gol L de um amigo próximo que já havia feito um ótimo trabalho de restauro no carro. Em minhas mãos, eu somente refiz os bancos no padrão original. Atualmente a maior dificuldade está em encontrar bons profissionais para mexer no carro, assim como encontrar peças originais para substituir as que precisam sem trocadas”, desabafa. A originalidade do Gol pode ser vista pelos adesivos de controle de qualidade aplicados nos vidros e em algumas partes da carroceria. O proprietário também guarda os manuais e o livreto de manutenção. O carro foi faturado na concessionaria AutoMagui, na cidade de Caxias do Sul, em 6 de novembro de 1980. O valor da nota a época foi de Cr$ 347 milhões. Segundo o empresário o único ponto fraco do carro é pouco uso. “Ponto fraco é o pouco uso, pois depois de deixá-lo mais próximo de como saiu da fábrica, tenho dó de usá-lo”, diz sorridente.

COLECIONADOR DE GOLS O empresário chapecoense Leandro Bertotti, 35 anos, é um dos muitos brasileiros que cresceram vendo o Volkswagen Gol despontar em vendas ano a ano. A paixão pelos automóveis começou aos 11 anos de idade quando passou a trabalhar ao lado do pai na loja de automóveis da família. “Meu saudoso pai sempre foi um entusiasta automotivo e teve sua própria loja de carros durante mais de duas décadas. Graças a paixão dele pelos automóveis, eu aprendi e passei a também a me dedicar ao oficio que ele tanto amava. Daí o motivo de eu ter um apreço pelos veículos antigos, em especial aos Volkswagen Gol”, explica Bertotti. Em sua garagem repousam modelos de séries especiais e esportivos como um Gol Copa 1982, Gol Plus 1986, Gol GT 1986, Gol GTS 1989, Gol Star 1989 e Gol GTS 1994. Uma das suas aquisições foi o Gol L ano 1980 que ilustra essa reportagem. É um modelo muito raro nos dias de








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Outubro 2018 • rotadoreparador.com.br

Em mais uma etapa, ciclo de palestras do Programa Rota Os reparadores que marcaram presença nas escolas do SENAI receberam a oportunidade de agregar ainda mais conhecimento Por Caique Silva

O

Programa Rota do Reparador vem ganhando cada vez mais espaço e notoriedade no setor da reparação automotiva. Com mais um mês de sucesso de público e levando conhecimento aos profissionais das mais diversas oficinas do Brasil, o ciclo de palestras esteve presente nas unidades do SENAI em Aracajú, Suzano, Joinville, Porto Velho, Vitória, Piracicaba, Maringá, Maceió, Londrina, Blumenau, Boa Vista e Ponta Grossa.

Aracaju

Taubaté

Suzano

Joinville

ARACAJU No dia 4 de setembro, o SENAI de Aracaju abriu as portas para os reparadores independentes aprimorarem suas técnicas e obterem mais informações sobre peças e mercado. O reparador Cledison Santos de Melo, da DSM Oficina Mecânica, ressaltou o valor de estar em contato com as marcas para possibilitar um trabalho bem feito. “São com essas informações que conseguimos aplicar a peça de forma correta, diminuir o trabalho (na instalação dos componentes) e ter um aumento de produtividade na oficina.” Seu companheiro de oficina, Fernando Bispo, mostrou entusiasmo em participar de um evento que atende à categoria. “Foi muito importante. Porque cada vez que a gente vem em uma palestra, aprendemos cada vez mais.” Outro funcionário da empresa, Mário Barbosa, elogiou a palestra e deseja também que o evento traga informações sobre a montagem do kit de embreagem. “É importante para não ficar somente neste ciclo fechado de autopeça, porque o reparador não tem o conhecimento neste âmbito mais aberto.”

SUZANO No mesmo dia 4, o Rota do Reparador esteve com uma edição paralela em Suzano, São Paulo. Os reparadores independentes paulistas acompanharam de perto as palestras realizadas. Eder Cosme Malaquias, da empresa Malacar, acentuou a importância do projeto realizado pelo Jornal Oficina Brasil, em parceria com o SENAI. “O Oficina Brasil abriu esse leque para nós, que está sendo muito importante. Continuando assim, para nós, será melhor ainda”. Eleno Fer reira Paiva, da Eleno Reparos Automotivos, valorizou o fundamento de um projeto que leve conteúdo para a categoria. “A oficina e o reparador sem essas informações, hoje, não são mais nada. Precisamos,

todo dia, inovar”. Guilherme Gomes da Silva, trabalhador da Castelo Soluções Automotivas, participa do evento desde o ano passado e demonstra como é relevante para a sua carreira. “Todas as informações que a gente tem conhecimento sempre faz um crescimento na vida pessoal e profissional”. TAUBATÉ Ao mesmo passo de Suzano, os profissionais de Taubaté puderam conferir o Rota do Reparador na sua cidade. Cleyton Rodrigo, reparador de Taubaté, diz que recomendaria o evento aos amigos. “A gente tem que vir pra se especializar e repassar para nossos clientes”. Helder Bettin, da HB Assistência Técnica Automotiva, afir-

ma que irá aplicar o conhecimento obtido na sua oficina. “Com certeza irei usar, as informações são de extrema importância e de extrema necessidade”. JOINVILLE Neste mês, o ciclo de palestras do Rota do Reparador também fez sua passagem por Joinville, Santa Catarina. No dia 11 de setembro, o SENAI recebeu os reparadores catarinenses para um dia de muita contextualização automotiva fornecida pela Shell. Proprietário da oficina Garage 2F, Carlos Eduardo Ferreira destacou a importância de estar em contato com as novas tecnologias. “O treinamento foi ótimo. Acredito que, com as novas tecnologias, é sempre bom estar

atualizado, e uma empresa de grande porte como a Shell acaba nos trazendo essas novidades ao decorrer do ano.” Ezequiel de Souza Pereira, da Avenida Escapamentos, afirma que recomendaria para colegas de profissão a participação no evento e destaca o que mais achou interessante. “A palestra de combustível esclareceu bastante. A palestra de lubrificante, para a gente que no dia a dia faz troca de óleo na oficina, nos dá segurança e clareza para esclarecer ao cliente o produto que ele está utilizando, para que não haja problemas à oficina e cliente.” Romário Pedro Vieira, da Auto Mecânica MC, lembra da utilidade das palestras na rotina de trabalho. “Gostei pelo fato de trazer novidades para o trabalho e facilitar o dia a dia com mais


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Outubro 2018 • rotadoreparador.com.br

a do Reparador leva conhecimento para mais 12 cidades Fotos: Oficina Brasil

através das marcas Hella, Nakata, Delphi, Mann Hummel, Shell e Schaeffler do Goldschmith Auto Mecânica, aponta quais são as informações que seriam agregadoras para a Rota do Reparador. “A mecânica está tendo um desenvolvimento muito grande na parte de eletrônica. Então, quanto mais informação nós tivermos sobre isso, melhor”. MARINGÁ

Maceió

Piracicaba

Vitória

Maringá

conhecimento.” PORTO VELHO O Rota do Reparador foi para o Norte do país e desembarcou em Porto Velho no dia 13 de setembro. Lá, o encontro com os reparadores locais foi de extrema importância para sanar dúvidas e inteirar os trabalhadores sobre o mercado de peças. Bernardo Ribeiro da Silva, da Presmec Caminhões, ficou feliz por todas as informações úteis para o seu trabalho cotidiano. Além disso, fez suas ressalvas sobre o que gostaria de saber nas próximas edições. “O sistema de câmbio automático, sistema eletrônico, sempre são muito importantes para que a gente desenvolva o nosso sistema de trabalho”.

O autônomo Claudionor dos Santos aderiu ao que Bernardo apontou como necessidade e valorizou a presença do projeto na sua região. “(Eventos como este) faz muita falta para a região, que é carente de informações técnicas”. VITÓRIA No mesmo dia 13, a capital do Espírito Santo recebeu o evento organizado pelo SENAI e o Oficina Brasil. Adrián Sergio Guimarães, consultor de venda da Mastra, dá a sua opinião sobre a Rota do Reparador. “Eu venho desse segmento (reparador independente) e, realmente, é muito carente dessa parte técnica”. Luciano Dutra dos Santos, da L Car Import, mostra o porquê de

o Rota do Reparador fazer a diferença na vida do reparador independente. “São eventos como esse que trazem conhecimento sobre tecnologia e as tendências que as montadoras têm para o mercado e para o reparador”. Marcio Rampineli, da R&R Reparação Automotiva, gosta muito de participar das palestras e aponta o que pode ser melhorado. “Melhorar o material didático de algumas empresas, mas a informações teóricas do palestrante foram muito boas”. PIRACICABA O interior de São Paulo pôde receber, no dia 18 de setembro, o Rota do Reparador, que marcou ponto na cidade de Piracicaba. Geraldo Santin, da W.R Auto Center, faz o seu discurso sobre

o evento. “A gente, nessa vida, morre aprendendo. Como tudo está se atualizando, e há uma grande dificuldade, hoje em dia, das pessoas terem um ponto de apoio, ou seja, alguém que te dê a informação correta, a gente tem um norte de coisas novas, que vão entrar no nosso dia a dia”. Herminio Filho, da Herminios Motos, teceu uma análise sobre as palestras que presenciou. “Fiquei satisfeito. Inclusive, a palestra das lâmpadas, que era um pouco desconhecido para nós, trouxe uma grande informação, mostrou ser um produto de alta qualidade. A parte de juntas foi excelente, bem explicado, bem explanado o assunto. Os instrutores são sempre prontos e muito bem preparados.” Luis Fernando Goldschmith, proprietário da empresa Fernan-

No dia 18 de setembro, o público de Maringá, no Paraná, esteve em contato direto com informantes das marcas parceiras do Rota do Reparador. José Donizete, da Auto Mecânica Irmãos Teixeira, ficou satisfeito com o que viu. “Fiquei satisfeito, até mesmo porque tive bastantes informações técnicas que, no dia a dia, passam despercebidas.” Taynan Marques, da Lara Autosserviço, mostrou-se contente pelo conteúdo informativo apresentado e garantiu a sua presença nos próximos eventos. Antônio Carlos Lara, parceiro de Taynan na Lara Autosserviço, corrobora com o colega de profissão. “Estou muito satisfeito, saio com uma capacidade maior para trabalhar. Todo conteúdo que vem para nós é muito bem-vindo”. MACEIÓ Em nova passagem pelo Nordeste, o Rota do Reparador esteve no dia 20 de setembro em Maceió. Os reparadores da capital alagoana compareceram para um dia de muito aprendizado. Anísio da Silva, reparador da empresa Kid Diesel Autopeças, discursou sobre a importância de um evento como este em Maceió. “O nosso estado é muito carente dessa parte e precisamos muito de informação técnica”. Genivaldo dos Santos, da MEC Peças, destacou a importância do contato entre marcas e reparadores, e pede maior


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Setembro 2018 • rotadoreparador.com.br

conexão entre os dois elementos. “Na medida em que a tecnologia avança, poderia haver mais conhecimentos através do celular”. O reparador Guilherme dos Santos, da Impacto Pneus, analisa a importância de participar das palestras. “Muita gente, hoje em dia, está fazendo o serviço da forma incorreta, e, com o avanço da tecnologia, é necessário utilizar novas ferramentas e também novas for mas de executar o serviço, com a tecnologia que é fabricada aquela determinada peça”. LONDRINA Em passagem pelo Paraná, os reparadores de Londrina puderam acompanhar, no dia 25 de setembro, um dia cheio de apresentações preparadas pela Rota do Reparador. Carlos Pietro Castello, da ZR 1 Service, ficou muito satisfeito com o que encontrou e achou as informações muito boas e completas. Outro reparador, Luiz Carlos Vieira, da Auto Elétrica Igapo, relevou os benefícios das palestras. “Acho que a palestra foi muito boa, muito proveitosa, muito esclarecedora para nós”. Oseias Gonsalis, companheiro de empresa de Carlos, emite a mesma opinião de seu amigo de oficina e fica satisfeito com o resultado. “Acho que a palestra foi suficiente, não há o que melhorar”. BLUMENAU Também no dia 25, a Rota do Reparador esteve em Blumenau, levando aprendizado e conteúdo para os reparadores de Santa Catarina. Alessandro De Souza, da empresa Tecnocar, falou suas impressões sobre o treinamento oferecido pela Shell Helix. “Achei excelente, agregou muito no meu conhecimento e, também a parte do material didático para poder mostrar para o cliente”.

Londrina

Boa Vista

Blumenau

Ponta Grossa

Marciana Pacher, da Auto Center Velha, citou o comportamento do palestrante. “O palestrante que deu o curso agiu de uma forma descontraída que nos faz aprender muito mais”. Maycon Ribeiro Possamai, da Service Automatic, ficou contente com o que presenciou e diz que indicaria para os amigos reparadores. “O treinamento é didático, bem dinâmico e divertido, o que o torna muito melhor”. BOA VISTA Marcando nova passagem no Norte brasileiro no dia 27 de setembro, os reparadores de Boa Vista, Roraima, tiveram a oportunidade de acompanhar o evento. Alex Redman, da Redcar, está em sua terceira participação e pontua o que espera das próximas edições. “Novas tecnologias

aplicadas ao veículo, computadores de bordo e mais sistemas eletrônicos”. Luiz Garcia, da Auto Mecânica São Paulo, fala sobre as instruções que faltam aos reparadores e que chegam por meio das palestras organizadas pela Rota do Reparador. “Hoje o reparador tem que correr atrás da informação, senão ele pode tomar um prejuízo muito grande, principalmente, a respeito de marcas e qualidade”. Ricardo Corrêa Castillo, da Mr. Car, teve um grande apreço pela palestra sobre lubrificantes e se sente na responsabilidade de transferir informações aos seus clientes. “Fiquei bastante satisfeito, vou passar para os meus clientes. de um modo ou de outro, eles têm que entender. Como eu falo sempre, temos que trocar os elementos filtrantes na quilometragem correta”.

PONTA GROSSA Em Ponta Grossa, Paraná, os reparadores receberam o Rota do Reparador no dia 27 de setembro para um dia de muita informação e conhecimento. Adriano José Prado, reparador independente da região, gostou muito do trabalho apresentado e reforça o seu desejo para as próximas edições. “Essa área de mercado, venda de veículo, de produtos que, cada vez mais, estão evoluindo, então a gente precisa da informação do que está acontecendo no mercado”. Josemar Ribeiro de Souza, da Auto Mecânica Ribeiro, destacou a importância de participar do evento. “Foi muito importante porque eu vim aqui adquirir um pouco mais de conhecimento e, hoje, mais do que nunca, o tempo não para. Eu preciso es-

tar sempre atualizado quanto às novas técnicas de manutenção, qualidades e melhor atendimento ao meu cliente”. Marcio Roque de Almeida, também reparador, espera das próximas palestras algo sobre a parte eletrônica. “Uma parte de eletrônica embarcada e parte de fer ramental, fer ramentas novas”.

QUER PARTICIPAR? O programa Rota do Reparador teve 92 palestras em 2017. Se você ficou de fora de alguma, mas não quer perder em 2018, poderá se inscrever através do site www.rotadoreparador.com.br. Uma das cidades participantes pode ser a sua. Por isso corra até o site para conferir por onde a Rota do Reparador passará e não perca os nossos treinamentos. Você sabia que depois de cada palestra você recebe um certificado, garantindo que você esteve presente no treinamento? Pois é, garanta logo a sua vaga. Esperamos você!




Filtros do Óleo MANN-FILTER. Seu motor novo por mais tempo.

Origi na mont l de adora

Sabia que em grandes centros onde o tráfego de veículos é mais intenso, a atenção a manutenção dos filtros precisa ser intensificada? Quem vive em grandes cidades e metrópoles e utiliza o carro como meio de transporte tem pleno conhecimento de uma ação que ocorre diariamente nas vias: o congestionamento. Apesar da movimentação do veículo ser lenta, a atenção com a sua manutenção deve ser redobrada, principalmente com os filtros presentes no automóvel. O óleo do motor é muito mais exigido em situações de trânsito. André Gonçalves, engenheiro técnico da MANN-FILTER, explica que a temperatura do motor aumenta devido à baixa circulação do ar. Com a função de reter a entrada de impurezas no sistema de lubrificação do motor, é recomendado realizar a troca do filtro sempre que trocar o óleo. Caso a substituição do filtro não seja feita, o novo óleo colocado tem sua durabilidade reduzida, já que há uma mistura com o óleo velho contido no filtro não trocado, prejudicando o motor e causando seu desgaste prematuro. Sobre o período de troca recomendamos seguir as instruções da montadora.

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REPARADOR DIESEL

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Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

Diesel - A importância do combustível que movimenta a economia brasileira Alison Flamino de Aguiar

M

esmo sabendo que os motores diesel são responsáveis por boa parte do transporte de materiais e pessoas dentro do nosso país, vale a pena destacar que no geral foram consumidos 59 bilhões e 509 milhões de litros de óleo diesel somente em nosso país no ano de 2015 segundo dados do Balanço Energético Nacional de 2016, relatór io desenvolvido anualmente pelo Ministério de Minas e Energia. Esses números impressionam e dão uma dimensão da importância que estes incríveis propulsores movidos a óleo têm para o desenvolvimento do Brasil e consequentemente do mundo. No gráfico abaixo é possível visualizar mos de que for ma estes 59 bilhões e 509 milhões de lit ros foram consumidos de acordo com o segmento. (Fig.1)

é possível visualizar como este consumo é desproporcionalmente muito maior no transporte rodoviário. (Fig.2)

horas em trabalho por dia, condição de funcionamento mais severa e maior consumo médio entre outros. (Fig.3)

Obs.: o valor indicado no gráfico deve ser multiplicado por 1.000.000 (1 milhão) Fig. 3 – Consumo por tipo de combustível

Obs.: o valor indicado no gráfico deve ser multiplicado por 1.000.000 (1 milhão) Fig. 2 – Consumo de diesel por tipo de transporte

No próximo gráfico foi traçado um comparativo entre os volumes de diesel, gasolina e etanol comercializados no Brasil no ano de 2015 e fica evidente que mesmo possuindo uma frota de automóveis e motocicletas muito

Obs.: o valor indicado no gráfico deve ser multiplicado por 1.000.000 (1 milhão) Fig.1 – Consumo de diesel por segmento

Perceba que aproximadamente 78% do diesel foi consumido por meios de transporte, que podem ser divididos em rodov iá r ios, h id rov iá r ios e ferroviários. No gráfico abaixo

Fotos e Ilustrações: Alisson

Um país que concentra mais de 65% do transporte de matérias-primas e processadas através de caminhões tem sua produção comprometida pela deficiência nas malhas rodoviárias e custo elevado do diesel.

maior que de veículos a diesel, o consumo de diesel representou aproximadamente 54% de todo o combustível comercializado no país em 2015 devido a vários fatores como maior número de

Para todos estes valores de óleo diesel utilizados nos 2 gráficos acima foram somados os valores de biodiesel fabricados e consumidos. COMO OCORRE A FORMAÇÃO DE ÓXIDO DE NITROGÊNIO (NOx) - O NOx é venenoso e contribui para a formação do nevoeiro fotoquímico e para o ozônio ao nível do solo e também para a eutrofização e acidificação. Na atmosfera encontramos aproximadamente 78% de nitrogênio e 21% de oxigênio e quando o ar admitido pelo motor é sujeito a temperaturas altas, o nitrogênio e o oxigênio presentes no ar reagem e são transformados em óxidos de nitrogênio. Com o objetivo de reduzir a emissão destes óxidos de nitrogênio o fabricante é obrigado a tomar algumas medidas como: 1 - Baixar a temperatura de combustão. 2 - Reduzir a quantidade de oxigênio durante a combustão. Para que seja possível essa redução da temperatura na câmara de combustão pode-se refrigerar o

ar admitido através do intercooler ou aftercooler ou realizar a recirculação de gases de escape através do sistema EGR (recirculação dos gases de escape) que em vários casos recebe inclusive um radiador para baixar esta temperatura. Inicialmente pode parecer estranho colocar uma parcela dos gases de escape na admissão a fim de “refrigerar” a câmara de combustão, já que os gases de escape saem do motor a uma temperatura aproximada de 800 graus Celsius, mas devemos lembrar que a combustão gera temperaturas de até 2.500 graus Celsius. Portanto este é sim um meio eficaz e muito utilizado para reduções de NOx. A realização de pós-injeções também é uma alternativa para baixar a temperatura da câmara de combustão. Esta estratégia eletrônica exigiu aperfeiçoamentos no Software e Hardware dos módulos de controle de injeção além de injetores com acionamentos cada vez mais rápidos. Inclusive nos motores EURO 5, que possuem filtros de partículas, o sistema realiza a regeneração do filtro em alguns momentos através da pós-injeção de combustível (abordaremos esta situação mais detalhadamente no capítulo destinado à NORMA

EURO 5). Atrasar o tempo de injeção de combustível na câmara de combustão do motor, redesenho do formato da câmara de combustão e pistões também são alternativas para esta redução de temperatura. Vale destacar que alguns dos métodos citados acima para reduzir os óxidos de nitrogênio também reduzem a eficiência do motor e levarão ao consumo elevado de combustível, que por sua vez leva à produção elevada de dióxido de carbono (CO2). Chegamos a esta conclusão pelos princípios termodinâmicos que mostram que a potência representará o fluxo de calor por unidade de tempo, representado pela equação abaixo: Simplificando: Quanto mais

POT=Q/T Onde: POT= Potência Q=Calor T=Tempo potente for o motor, maior é a temperatura gerada na câmara de


REPARADOR DIESEL combustão do motor. A NORMA EURO 6 A 6ª etapa da norma EURO tem como objetivo a redução ainda maior da emissão de poluentes pelos gases de escape dos veículos movidos a diesel e para isso utilizará a junção dos sistemas SCR e EGR com filtro de partículas. Ao compararmos a emissão de poluentes entre as normas EURO 5 e 6 foram obtidas os seguintes resultados: (Fig.4) Portanto compreender perfeitamente o funcionamento dos sistemas SCR e de EGR com filtro de partículas e o catalisador de

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11 Aquecimento de Arla 32 12 Sensor de pressão diferencial A Saída dos gases de escape B Gases de escape pós-oxidação C Arla 32 D Injetor de Arla E Redução catalítica seletiva (SCR) F Gases de escape pós-filtragem (pós FAP) e redução catalítica G Ligações elétricas H Rede CAN Na figura a seguir é possível identificar as reações químicas que ocorrem em cada uma das 04 etapas do sistema de escapamento sendo: DOC = Catalisador de oxidação DPF – Filtro de partículas SCR – Catalisador do sistema de LIMITES

TIPOS DE MOTOR

CO

HC

NOx

MP

EURO 5

1,5

0,46

2

0,02

EURO 6

1,5

0,13

0,4

0,01

Fig. 6 – Arquitetura básica do sistema EURO 6 - PSA

Fig. 4 – Emissões Norma 5 e 6

oxidação lhe garantirá condições de compreender, diagnosticar e reparar os motores diesel que se adequam a esta norma. Na figura a seguir é possível identificar a disposição dos componentes para que estes níveis de emissões sejam obtidos. (Fig.5) Existe também a possibilidade de uso do FAP após o catalisador SCR de acordo com o projeto de cada montadora. Lembre-se que o desenvolvimento interno dos motores e de seus subsistemas também são pontos importantes de um projeto, porém não serão abordados nesta matéria por não fazerem parte do objetivo. (Fig.6) 1 – Módulo de gerenciamento do motor 2 Módulo/ Bomba de Arla 32 3 Reservatório de Arla 32 4 Injetor de ARLA 32 5 Sonda NOx 6 Catalisador SCR + FAP 7 Sensor de temperatura pré-catalisador 8 Catalisador de oxidação 9 Sensor de temperatura pós-catalisador 10 Tubulação de Arla 32

pós-tratamento de gases (injeção de ARLA 32) ASC – Filtro para tratamento dos vestígios de amônia que não reagiram no SCR É possível visualizar também a localização dos sensores de NOx, temperatura e de pressão diferencial (Delta P) presentes no sistema. (Fig.7).

O desenvolvimento interno dos motores e de seus subsistemas também são pontos importantes de um projeto

Fig. 7 – Reações químicas na Norma Euro 6 - Autor

Alison Flamino de Aguiar é Orientador de Prática Profissional na Escola Senai Conde José Vicente de Azevedo e autor do livro Gerenciamento Eletrônico de Motores Diesel e seus Subsistemas, publicado pela SENAI-SP Editora Fig. 5 – Arquitetura básica do sistema EURO 6

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REPARADOR DIESEL

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Bico injetor Diesel recondicionado quebra a ponta e danifica o bloco, pistão e o cabeçote Toyota Hilux 2014 equipada com motor Diesel 3.0 D4D recebeu uma manutenção inadequada no sistema de injeção onde o preço do serviço foi mais importante do que a qualidade Fotos: Gapsar

Antonio Gaspar de Oliveira

P

ara um fabricante de automóveis homologar um componente é preciso muito tempo de testes severos e exigir que o fornecedor da peça atenda todos os requisitos necessários para garantir o bom funcionamento. Tudo isso tem um custo que é pago pelo consumidor final mas, tem um elemento muito importante que compõe esse custo que é a tranquilidade e a segurança que a peça vai funcionar e sem causar prejuízo aos demais componentes do veículo. No me rca do aut omot ivo temos peças de procedências diferentes, qualidade de vários tipos e quando somado ás dif iculdades econômicas ou opor t unidades que parecem va nt ajosa s, é i n icia d a u ma aventura que pode terminar em um verdadeiro desastre. Este caso que envolve um cliente que comprou uma Hilux para usar no trabalho e também no laser, imaginando que pela quilometragem de 90 mil quilômetros rodados, estaria tranquilo porque um motor diesel é feito para durar muito. O que ele não sabia é que o carro já havia passado por uma “oficina” e a unidade injetora do segundo cilindro tinha sido trocada por uma recondicionada. No segundo mês de uso do carro, estava viajando quando percebeu um barulho no motor e uma quantidade enorme de fumaça branca invadiu a estrada. O motor disparou e mesmo no desespero foi possível desligar. Assustado com a situação, ligou para uma oficina SÉRIA que logo re c ome ndou pa r a

Temos duas evidencias que a unidade injetora foi substituída, uma delas está na cor dos terminais dos fios que entram na unidade e a outra está no for mato da ponta do injetor que mesmo quebrado é possível verificar que é diferente ou esta ponta ficou deformada com a ruptura provocada pela haste que saiu sob pressão. (Fig.5) (Fig.6)

que negou qualquer problema no motor da Hilux, depois de muita discussão, ele confessou que trocou um injetor e colocou outro mas, foi uma peça recondicionada isso comprovou o que era suspeito. Voltando para o carro que estava parcialmente desmontado na oficina e era necessário remover o motor para desmontar e verificar quais foram os danos causados pela pequena e dura haste de aço. (Fig.8)

5 1 não ligar o motor e acionar o transporte em um guincho plataforma. Chegando na of ici na foi iniciado um diagnóstico para identificar a causa do barulho e da fumaça branca que já é um indicador que pode estar relacionado com o sistema de injeção de diesel. (Fig.1) Re move ndo a a s q u at r o unidades injetoras foi possível perceber que tinha alguma coisa errada. A ponta de um dos injetores estava quebrada e é uma pequena parte de apenas alguns milímetros mas, atrás desta ponta quebrada tinha uma haste que abre e fecha conforme recebe o pulso da injeção eletrônica que permite a injeção do diesel na câmara de combustão. (Fig.2) (Fig.3)

8 6 3 Foi esta haste que fez todo o estrago no cabeçote, válvulas, pistão e danificou um cilindro com um risco na camisa. Podemos af ir mar que foi esta haste porque ela deixou várias marcas estampadas nas peças danificadas com o mesmo desenho e tamanho dela. (Fig.4)

Falando em pressão, este sistema de injeção utilizado p ela Toyot a , t r a ba l h a c om 1350 bar e para quem trabalha com injeção f lex ou gasolina que funciona em torno de 3 a 7 bar e toma um susto quando desconecta uma mangueira de combustível, imagine a força que exerce uma pressão de 1350 bar. (Fig.7)

7 2

4

Diante deste cenário nada agradável para o dono do carro, ele ligou para o dono anterior

Depois de remover todos os periféricos do motor, foi possível realizar a remoção do cabeçote e já foi possível ver o estrago feito e em seguida remover o bloco e desmontar os pistões e bielas e o virabrequim. (Fig.9)

9 Antes de limpar o pistão danificado, foi possível observar uma ponta que é uma parte da haste da unidade injetora que ficou cravada na parte superior do pistão. (Fig.10) Com t udo desmont ado e limpo, foi possível ver realmente o estrago feito dentro do motor. O pistão foi picotado pela haste de aço e as bordas ficaram deformadas e provocaram riscos no cilindro que aparente-


REPARADOR DIESEL

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e desta vez comprar e aplicar uma unidade injetora Denso que é a marca original aplicada pela Toyota neste motor D4D. (Fig.14)

10 mente parecia não ser profundo e que um brunimento poderia resolver mas, examinando com mais atenção foi possível confirmar a presença de um risco mais fundo que condenou o cilindro. (Fig.11) (Fig.12)

outras partes do cabeçote e no que restou do pistão. (Fig.13) Descoberta a causa do problema e a revelação dos danos ge r a dos pelo defeito, rest a agora elaborar um plano para realizar a manutenção do motor

11

12 A biela por ser bem robusta, não foi afetada e como o pistão sofreu danos na parte superior e isso impediu que fragmentos pudessem chegar no cárter o que poderia afetar o virabrequim. O cabeçote sof reu muito e comprometeu a câma ra e empenou as quatro válvulas. Na superfície da válvula ficou estampado o desenho da haste do injetor que são de materiais bem duros, e estas marcas também ficaram estampadas em

13

Em teoria os proprietários de veículos diesel deveriam procurar as oficinas tradicionalmente especializadas em diesel mas, não é o que acontece na pratica pois estamos lidando com um carro que é grande quando comparado com um carro de passeio compacto Em teoria os proprietários de veículos diesel deveriam procurar as oficinas tradicionalmente especializadas em diesel mas, não é o que acontece na pratica pois estamos lidando com um carro que é grande quando comparado com um carro de passeio compacto. Quando comparado com um caminhão a Hilux é muito pequena e além disso o proprietário destes modelos de picapes está acostumado a levar seus carros em oficinas de carros de passeio e não importa o tipo de serviço que deverá ser feito. Pode ser uma troca de óleo

15 ou uma troca de pastilhas de freios e chegando ao extremo de até remover um motor e desmontar para descobrir o estrago feito por um componente que custou barato no início mas que ficou muito caro no final. Para as oficinas devidamente capacitadas com equipamentos e equipe treinada, não tem serviço difícil mas, pode ficar muito complicado para quem não conhece e se atreve a fazer sem a competência necessária. Somado a isso temos os clientes que buscam apenas preço

sem considerar a importância da qualidade do serviço e dos componentes utilizados na reparação do defeito. Para quem fica na linha de frente na oficina atendendo os clientes tem a missão de filtrar alguns clientes e sempre lutar para manter o padrão de serviço adequado que é o verdadeiro cartão de visitas. Antonio Gaspar de Oliveira é Tecnólogo agaspar@hotmail.com

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ENTREVISTA

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ENTREVISTA

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Fras-le mostra positividade para o restante do ano e importância do reparador em seus negócios

O

ficina Brasil Mala Direta: Conte um pouco sobre a sua trajetória profissional Sérgio Carvalho: Sou graduado em Física pela Universidade de São Paulo – USP. Desde março de 2017 assumi o cargo de COO da Divisão Autopeças das Empresas Randon e também a função de CEO (Diretor Presidente) da Fras-le. Em minha trajetória profissional destaco a passagem pela empresa Meritor como Vice-Presidente e Gerente Geral. Também exerci o cargo de CEO e Presidente da Unidade de Negócios On-Highway na Nelson Global Products, fui Diretor Presidente na Fuwa Heavy Industries e Fundador e Diretor Presidente da AXN Heavy Duty. Fiquei 25 anos fora do Brasil nos EUA, antes de me juntar ao Grupo Randon. OB: Fale um pouco sobre o trabalho na área de pós-venda da empresa SC: Temos uma equipe de engenheiros cobrindo todo o

OB: Fale um pouco das principais conquistas da empresa e quais os desafios para os próximos anos SC: Estamos num momento

ótimo na empresa, com o crescimento orgânico significativo em todas as linhas de produtos e também com muitos projetos de aquisições, parcerias e fusões. Para você ter uma ideia, nos últimos doze meses inauguramos uma nova fábrica na China, compramos duas operações importantes na Argentina, uma no Uruguai, assinamos contratos com duas joint-ventures (JV), sendo uma no Brasil com a Federal Mogul para a fabricação de pastilhas para a linha leve e a outra na Índia para o desenvolvimento, produção e comercialização de lonas e pastilhas de freio para a linha pesada. Além destas, abrimos um centro de distribuição na Colômbia para nos aproximar dos países do norte da América do Sul. E mais recen-

temente, no mês de agosto, compramos integralmente as ações da empresa Jofund S/A, detentora da marca Fremax, adicionando 2.500 referências de discos de freios para atendimento dos mercados nacional e internacional. À parte destas aquisições e parcerias, selamos importantes acordos comerciais e tecnológicos na América do Norte e Asia. A Fras-le vive a maior fase de expansão de sua história. OB: Quais as estratégias usadas pela empresa para enfrentar o momento difícil que o mercado enfrentou nos últimos anos? SC: Nossa principal estratégia se baseou no modelo diversificado de negócio (montadoras, Júlio Soares

Da redação

território nacional. Estes estão sediados em todas as regiões do Brasil e atendem diretamente o cliente final. Seja ele um frotista, oficina mecânica, varejista e até mesmo alguns usuários finais que têm dúvidas quanto à aplicação ou uso dos nossos produtos. A missão desta equipe de pós-vendas é promover os produtos e sua correta aplicação, através de visitas técnicas, seminários ou palestras. Este modelo de sucesso estamos replicando em algumas outras regiões fora do Brasil.

Fotos: Jefferson Bernardes

Em mais uma entrevista exclusiva ao Oficina Brasil Mala Direta, falamos com Sérgio Lisbão de Carvalho, Diretor-presidente da Fras-le e COO Divisão Autopeças das Empresas Randon, que nos contou sobre a importância do reparador independente para a empresa, as perspectivas para o restante do ano, as participações da Fras-le nos mais diversos eventos do setor e muito mais! Confira:

reposição e exportação) que temos. Apoiado por um grupo de gestores altamente capacitados, ele minimiza os impactos negativos de uma crise e permite que a gente passe por uma crise com menos dor do que uma empresa que esteja focado em um só segmento. Para exemplificar, não apenas como Fras-le, mas como Grupo Randon, nós temos 45% do faturamento provindos de montadoras, 28% de exportação ou receita de fora do Brasil e 26% de reposição. Ter uma empresa atuante em mais de um segmento é fundamental, porque se a economia do país está indo bem, os negócios de montadoras também vão bem, você produz veículos novos, carros e caminhões, mas se a economia passa por uma crise ou algo desta natureza, a produção de veículos cai, então o percentual da sua receita nesta área também terá uma queda significativa. Em contrapartida, se você também estiver engajado com os negócios na reposição, o seu faturamento no ramo irá crescer. Em tempos de crise você deixa de comprar veículos novos para preservar o seu caixa e começa a utilizar cada vez mais o seu veículo usado, necessitando cada vez mais de manutenção. Na exportação, com a economia deteriorada a moeda se desvaloriza, então seu negócio passa a ser mais lucrativo devido ao câmbio ser impactado. Você ganha competitividade para aumentar ainda mais o seu volume de exportação. Por isso eu digo que nosso modelo de negócio é muito robusto, por atuar nesse tripé, com parte do faturamento em montadoras, parte na reposição e outra grande fatia na exportação. Falando apenas de Fras-le, nós temos 55% do faturamento em exportação ou receitas fora do país. OB: Quais as perspectivas da empresa para este segundo semestre? SC: Em termos práticos, o


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68 segundo semestre está praticamente garantido e com bons resultados, levando-se em consideração o modelo diversificado que temos. As incertezas políticas podem sim vir a afetar o ano de 2019, porém temos confiança em nosso modelo de negócios. Na parte de montadora nós já temos o ano garantido, com a programação de fabricação cumprida. A segunda parte, das exportações e produções fora do país, nos mercados que atuamos, como Ásia, China, Índia, Estados Unidos, Europa e América do Sul, também estamos muito bem. O único ponto crítico, em um mercado muito importante para nós, é o momento vivido na Argentina, que não está nada fácil, mas os demais mercados estão indo tão bem que acabam suprindo as dificuldades enfrentadas nos negócios do nosso país vizinho. Em um âmbito geral as perspectivas são muito positivas também na exportação. Já a reposição no Brasil nós vivemos mês a mês, mas estamos cumprindo bem todas as metas e não há motivos para prever que tenhamos dificuldades neste segmento. De uma forma geral estamos muito positivos. OB: Quais os principais lançamentos e novidades da empresa neste ano? SC: Para manter a liderança nos segmentos que atuamos, mantemos um constante programa de lançamentos de produtos para o complemento do portfólio. Além disso, lançamos recentemente a linha CERAMAXX, que consiste em uma linha de pastilhas cerâmicas, para veículos premium. Isto é resultado de um complexo trabalho da nossa engenharia para lançar produtos de maior valor agregado, oferecendo ao cliente uma ótima relação de custo-benefício. Adicionalmente lançamos a linha de pastilhas e sapatas para motos até 300 cilindradas e uma completa linha de discos de freio, com a marca Fremax. OB: Quais eventos do setor a empresa participou ou participará neste ano? Pode nos falar sobre a importância

ENTREVISTA

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br tir na marca significa obter o reconhecimento dos padrões de qualidade de nossos produtos por nossos usuários. Os nossos programas de treinamentos são realizados com o objetivo de preparar e atualizar nossa força de vendas e pós-vendas. Com tal capacitação, nossos consultores estão aptos a prestarem o melhor serviço e orientação aos clientes.

“As incertezas políticas podem sim vir a afetar o ano de 2019, porém temos confiança em nosso modelo de negócios”

destes eventos e o saldo final para a empresa? SC: A estratégia comercial e de marketing da empresa é estar presente nos principais eventos profissionais especializados no Brasil e no exterior. Feiras como a Automec, Autopar, Autop, Salão das Motopeças e tantos outros no Brasil. Já no exterior, temos participado de todas as edições da Automechanika, na Alemanha, em Dubai, China e Argentina, bem como outras feiras em outros países, como Estados Unidos, Colômbia e México entre outros. Além disso, patrocinamos eventos esportivos como a principal categoria do automobilismo brasileiro, a Stock Car e Mercedes Benz Challenge. Estes eventos são muito importantes para a empresa, pois nos aproximam dos clientes e usuários dos nossos produtos. No caso da Stock Car, temos a oportunidade de aproveitar a nossa participação como fornecedor oficial de pastilhas para todos os carros que estão competindo para desenvolver e aprimorar nossos produtos e uso em condições severas. OB: Qual é a política de fidelização da empresa? Como vocês convencem o reparador a utilizar o produto? S C: Te m o s

programas de marketing e incentivos de vendas dedicados, mas acreditamos que podemos fidelizar o cliente através da disponibilidade e qualidade dos produtos e serviços ofertados. Pois desta forma garantimos ao reparador que ele estará oferecendo o melhor produto do mercado ao seu cliente. OB: Como os produtos da empresa chegam aos reparadores interessados? SC: Os reparadores recebem a visita dos nossos engenheiros de pós-vendas, estes promovem os produtos e os treinam. Além disso, a empresa tem programas de visitas à fábrica em Caxias do Sul para conhecer a fabricação de lonas e pastilhas de freio e ainda interagir com nossa engenharia para sanar dúvidas e além de nos ajudar a ouvir os comentários quanto ao uso dos nossos produtos. As vendas para estes são feitas pelos canais convencionais, isto é, via varejo ou

distribuidores. OB: Do ponto de vista global, como a empresa enxerga o reparador independente? SC: O reparador é uma grande fonte de informações sobre a aplicação e uso dos nossos produtos, além de ser um dos mais importantes decisores para a escolha da marca a ser utilizada. Por isso, nos mantemos próximos deles, com visitas e contatos regulares e temos ainda programas e ações dedicados a este público. OB: A empresa possui algum tipo de treinamento voltado aos reparadores independentes? SC: Esses treinamentos existem e nós temos uma equipe regional, ou seja, em cada estado temos representantes técnicos e representantes comerciais que visitam todos nossos clientes finais, as oficinas, para oferecer apoio e divulgar nossos programas de treinamentos periodicamente. Uma das forças da Fras-le é poder comandar as vendas da empresa não somente em uma central em Caxias do Sul, mas ter uma equipe técnica em cada estado, próximo dos clientes que pre cisa m do nosso apoio. Para nós, inves-

OB: Vocês têm noção de quantas oficinas independentes trabalham com os produtos da empresa? SC: Essa medição exata é muito complicada de ser fazer, mas temos certeza que estamos presentes na grande parte das mais de 75 mil oficinas espalhadas pelo Brasil, pois nossos produtos estão disponíveis na maioria dos grandes distribuidores nacionais e regionais do país. Hoje estamos presente em cerca de 750 pontos de distribuição no país. OB: Quais os próximos passos para aproximar ainda mais a empresa dos reparadores independentes? Quais as próximas novidades? SC: Possuímos canais diretos com a fábrica através de telefone (SAC), internet (site) e mídias sociais (Facebook e LinkedIn), que disponibilizam informações de nossos produtos, especificações técnicas, entre outras. Além disso, nossos consultores de vendas e técnicos estão à disposição para sanar todo e qualquer tipo de dúvidas. Temos um blog (blog.fras-le.com) onde constantemente geramos conteúdo e postamos informações relevantes para os mecânicos, como por exemplo, dicas de manutenção, informações técnicas, dicas das melhores práticas para gerenciar uma oficina, etc. Adicionalmente, temos uma série de vídeos técnicos com dicas de instalação, manutenção e detecção de falhas no sistema de freio, que podem ser acessados através do nosso canal no Youtube. Dentro dos nossos programas de marketing de conteúdo, além do blog temos os e-books e o aplicativo para tablets e smartphones com o nosso catálogo eletrônico.







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Moto elétrica e energia renovável não são termos populares, mas o futuro está na tomada Paulo José de Sousa pajsou@gmail.com

M

obilidade elétrica é a “bola da vez” para o leitor do caderno Motos e Ser viços do Jor nal Of icinaBrasil, escrevi sobre scooter elétrico em 2010 e recentemente tenho percebido no mercado alguns novos veículos, por isso resolvi da uma repaginada na matéria e retomar o assunto trazendo um conceito básico de motor elétrico. Por t a nto o re pa rador de motocicletas deverá acompan ha r a tecnologia , sabendo dessa mudança quem sair na frente levará vantagem junto aos novos clientes. Tanto carro quanto moto é só uma questão de tempo para o consumidor perceber a comodidade e a economia no bolso. Ao preço que anda o combustível, ficar livre do posto de gasolina é o ideal de cada um de nós. Presente nas motocicletas, scooters e também em patinetes, o propulsor é uma tendência global, graças às emissões nulas. O motor elétrico possui muitos atributos: carrega suas baterias na tomada, não emite fumaça, possui baixa emissão de ruídos e o torque do motor aparece instantaneamente. Mesmo em um scooter de baixa potência não é necessário abrir todo o acelerador, nem tão pouco esquentar o motor para sair, diferente do motor de combustão interna o rendimento do elétrico é bem alto.

Um módulo eletrônico gerencia o f u nciona mento do motor com base em informações de interruptores e sensores, assim algumas estratégias visam economia de carga das baterias e proporcionam segurança ao condutor, por isso na pilotagem quando é interrompida a aceleração ou aciona-se o freio, o motor é desligado imediatamente. Vão estranhar aqueles que tem o “cacoete” de ficar acelerando a motocicleta (gasolina/ álcool) em neutro (ponto morto) quando estão parados no trânsito, no elétrico parece que o veículo está morto, o lado bom é que ao girar a manopla do acelerador a resposta aparecerá imediatamente, dependendo da potência do motor a sensação pode ser surpreendente. Ao condu zi r u m scooter elét r ico a impressão é bem diferente do veículo de motor 4 tempos, não há marcha lenta, freio motor nem pensar, aqui “jaz” o escapamento. Tudo é uma questão de hábito, vale a

Fig.1 - Sensores do estator (bobinas)

pena investir na qualidade do ar que respiramos. Não só por uma questão ambiental, mas também pela evolução, aos poucos o motores elétricos se impõem diante de olhares que o observam com uma certa estranheza. Por aqui, até o momento os g ra ndes fabr ica ntes não colocaram em suas linhas de produção as motocicletas elétricas, mas os importadores há algum tempo já estão trazendo os pequenos veículos de duas rodas, não pensem que é “moda passageira”.

Fotos : Paulo José de Sousa

O setor de veículos de duas rodas vem acompanhando a evolução e aos poucos os veículos elétricos estão chegando, em breve vão estar em sua oficina; e você, está preparado para realizar as manutenções? roda e o estator é equipado com 3 sensores (foto) do tipo Hall, eles dão a referência em forma de sinal PWM (sinal modulado por largura de pulso). (Fig.1) Um ponto positivo do motor elét r ico quando comparado com o motor de combustão interna está no rendimento, normalmente o elétrico supera os 70%, já no motor de ciclo Otto há muitas perdas de energia pelo atrito e calor, por isso não alcança 30% de rendimento.

Em nosso estudo utilizaremos como exemplo um motor de scooter. O compacto propulsor elétrico é alimentado por uma tensão de 48V e está localizado no interior da roda traseira. (Fig.2) (Fig.3) Princípio básico de funcionamento do motor de corrente contínua - A atração e a repulsão dos campos magnéticos é o que move o motor. A energização das bobinas gera o campo que por sua vez se opõe

MOTOR BRUSHLESS O nome pode ser “estranho”, mas o motor surpreende, a novidade deve ser encarada com simplicidade pelo reparador de motocicletas, trata-se de um motor de corrente contínua do tipo “brushless” (motor sem escovas) ou motor BLDC (brushless DC) nele não há contato mecânico. O rotor é composto de imãs no próprio cubo da

Fig. 2- Aro de roda traseiro com motor interno (lado esquerdo)

Fig.3 - Aro de roda traseiro – cubo do sistema de freio a tambor (lado direito)


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ao magnetismo dos imãs, tendo como resultado o movimento. (Fig.4) (Fig.5)

realizar o controle da velocidade de deslocamento do motor e também colaborar para proteger

O sensor de ângulo de abertura do acelerador - O gerenciamento de potência e torque no motor é dado pelo controlador em função do movimento do acelerador, para cada posição da manopla de aceleração é fornecida uma tensão que oscilará de 0,9 a 4,0 Volts. CONVERSOR

PONTOS FORTES

PONTOS FRACOS

Emissão zero de gases

Falta de mão de obra qualificada para reparação

Baixo nivel de emissão de ruidos

Baixa autonomia das baterias

Consumo zero de lubrificantes e combustível

Ausencia de eletropostos na cidade

Carrega as baterias na tomada

Outro componente importante no sistema elétrico é o conversor DC/DC que transforma os 48V vindos das baterias em 12V, tensão necessária para alimentar o sistema de iluminação, buzina, etc. BATERIAS Fig.4 - imãs do motor

Embaixo do assento quatro baterias do tipo MF – (livre de manutenção) de 12V/35 Ah ligadas em série totalizando 48V são responsáveis pelo desempenho. Os cuidados são os mesmos para as bateria MF das demais motociclet as, mas u m fator importante para assegurar vida longa a elas é manter o conjunto sempre carregado e livre de oxidações nos terminais e conectores. (Fig.6)

Alto rendimento

o sistema elétrico. O controlador também desempenha outras funções: Proteção contra sobrecorrente: um dispositivo limita automaticamente a saída de amperagem. Realiza r o desligamento automático do motor durante a frenagem. Também realiza proteção contra subtensão desligando o motor quando os níveis de tensão das baterias estiverem abaixo do especificado. A potência do motor também pode ser programada pelo condutor, no g uidão há u m botão com 3 opções de performances de pilotagem.

,

Menos peças em movimento

processo é praticamente o mesmo de dar carga no aparelho celular, dependendo do modelo de motocicleta ou scooter é só levantar o banco e conectar o carregador em uma tomada especial e em seguida conectar o plug do carregador na tomada da rede elétrica em casa ou no trabalho e quem sabe em um futuro próximo nos “eletropostos” espalhados pela cidade. E quando o led do carregador ou o painel indicar carga plena o veículo estará pronto para andar. Naturalmente o tempo de carga será proporcional à condição das baterias e o ideal que estejam sempre completas.

Fig.5 - Estator do Motor elétrico (Bobinas)

O impulso contínuo que gira a roda traseira do scooter ocorre pela mudança de polarização das bobinas em função de um comando do controlador. (módulo eletrônico do motor) Sistema elétrico e o módulo do motor (controlador) - O sistema é protegido por um fusível de 10 A e um par de disjuntores. Os 48 V vindos do conjunto de 4 baterias são gerenciados pela central eletrônica composta por uma fonte elétrica, circuitos de potência e controle, cujo o nome é controlador. Basicamente a alimentação do motor é em função do sinal vindo do sensor do acelerador. Outra atividade da central é

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Fig. 6 - Compartimento de baterias

PROCESSO DE CARGA DAS BATERIAS

FUNÇÕES DE PAINEL

Para o reparador de moto assim como para o consumidor, o ato de carregar as baterias não exige muito conhecimento, o

Há u m amper ímet ro que possibilita ao usuário o gerenciamento do consumo das baterias.

Volt í met ro - i nfor ma ao usuário a tensão das baterias e por último o Indicador de carga que Informa a condição de carga das baterias. Eletricidade e componentes eletrônicos não combinam com água - O motor e os demais elementos eletrônicos são bem vedados, mas não toleram a presença de água. Durante a lavagem da motocicleta ou scooter proteja todos as peças com um plástico, não direcione jato d’água de alta pressão no motor e demais componentes. Evite travessia de ruas alagadas, enchentes e riachos. Quadro comparativo dos pontos fortes e fracos do motor elétrico - Não é necessário ser “profeta” para saber que o futuro do motor de ciclo Otto está ameaçado. A engenharia trabalha dia e noite fazendo melhorias para “quem sabe” o motor de combustão interna ten ha uma sobrevida, nisso sabemos que há controvérsia. O motor elétrico é uma oportunidade de negócio que timidamente ganha espaço no mercado, porém as fábricas ainda não cederam ao apelo sustentável a fim de popularizar essas motocicletas. Os protótipos estão aí, até as grandes marcas vivem testando os seus produtos, alguns nem sempre realistas. Ao reparador a “pegada” verde é a “luz no fim do túnel”.

Paulo José de Sousa é Consultor de Gestão de Pós-Venda, Jornalista e Professor

TODOS OS CONTEÚDOS ESCRITOS POR COLABORADORES PUBLICADOS EM NOSSO VEÍCULO SÃO DE INTEIRA E TOTAL RESPONSABILIDADE DOS AUTORES QUE OS ASSINAM.


TECNOLOGIA HÍBRIDA

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Drive-E é a nova tecnologia Volvo dos motores compatíveis com o sistema híbrido Projetar um motor e adicionar um turbocompressor não é o suficiente para atingir os resultados desejados, devido às exigências atuais, o motor precisa ter uma combinação de desempenho com economia.

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Volvo desenvolveu um m ot o r q u e c o mbi n a esses atributos em uma nova linha denominada de motores Drive-E, iniciando com um motor de quatro cilindros com um deslocamento de 2,0 litros identificado pelo código VEP4. Estes são os novos motores T5 que substituem os motores mais potentes da geração anterior, no T6 foi adicionado um supercharger que atua em conjunto com o turbocompressor para oferecer maior desempenho em todos os regimes de rotações e priorizando a redução do consumo de combustível. A nova geração de motores Drive-E é composta pela versão turbo T5 com 240 cavalos de potência e a versão turboalimentada e sobrealimentada do T6, que produz 302 cavalos de

híbrida de plug-in do motor Drive-E chamado T8. A tecnologia Drive-E foi desenvolvid a pa ra for necer potência responsiva, eficiência limpa, uma dirigibilidade acima dos padrões e com a mais recente tecnologia de motor con f ig u r a d a pa r a at u a r em conjunto com o motor elétrico. A pretensão da montadora é que até o ano 2025 tenha até um milhão de veículos eletrificados rodando pelas estradas, sendo que o primeiro car ro totalmente elétrico estará disponível em 2019. POTÊNCIA RESPONSIVA Os novos motores de quatro cilindros possuem tecnologia avançada de impulsionamento que fornece potência quando desejada, através do uso combinado do turbocompressor e do supercharger. (Fig.2)

de quatro cilindros melhoraram a eficiência de combustível em até 35% em comparação com linha de motores anterior e com redução de peso de até 45 Kg. A ELETRIFICAÇÃO É O FUTURO XC90 T8 tem a tecnologia de motores duplos – elétrico e de combustão, que o torna um veículo híbrido. Tecnologia de motores a gasolina – Supercharger e Turbo - O supercharger oferece torque abaixo de 3.500 rpm que funciona em conjunto com o turbocompressor, já nos regimes de funcionamento do motor acima de 3500 rpm, apenas o turbo é aplicado.

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1 potência, podendo chegar a 316 cavalos. (Fig.1) Os motores Drive-E também podem acomodar motores elétricos adicionais para ainda mais desempenho e eficiência. O modelo XC90 é uma versão

EFICIÊNCIA LIMPA Esses motores são projetados para melhorar a economia de combustível e reduzir as emissões e nas configurações

Fotos: Gaspar

Antonio Gaspar de Oliveira

Com acoplamento eletromagnético, o supercharger é um dos mais rápidos e fornece potência comparativa de um motor de 6 cilindros quando necessário e uma economia de combustível de um motor de 4 cilindros. Quando o motor está funciona ndo na velocid a de de cr uzeiro, a embreagem elet romag nética do supercharger permanece desativada. A embreagem eletromagnética é ativada por um sinal do módulo da injeção eletrônica, quando o motorista solicita a aceleração pressionando o pedal do acelerador. (Fig.3)

3 A p r oveit a nd o a r e s e r va de torque do virabrequim enquanto aumenta o f luxo de ar e momentaneamente retardando o avanço da ignição, isso permite mais ganho de potência e o tempo de acoplamento do supercharger é inferior a 350 milissegundos. A razão de giro da polia foi aumentada para sete-para-um (quase o dobro da relação convencional), significando que o supercharger, no pico, atinja a rotação de quase 24.000 rpm tornando-o um dos compressores mais rápidos em produção.

• Torque em rotações mais baixas. (Fig.4)

COMBUSTÃO AVANÇADA O sistema de combustão concebido para motores a gasolina é composto pela vela de ignição e pelo injetor de combustível montados e centralizados na câmara de combustão, fornecendo uma mistura homogênea ar-combustível e uma queima completa. Esta técnica de injeção direta centralizada proporciona: • Início estratificado e um aquecimento ef icaz do catalisador, resultando em baixo consumo de combustível e em conformidade com as emissões Euro6 e LEVIII.

4 TECNOLOGIA DE MOTORES DUPLOS Híbridos - Definição de motor duplo - A tecnologia de motores duplos é essencialmente a combinação de um motor de combustão interna e outro motor movido a energia elétrica. A energia elétrica da rede pode ser armazenada em uma bateria de alta tensão e esta tecnologia é mais comumente conhecida como Plug-in Hybrid.


TECNOLOGIA HÍBRIDA TECNOLOGIA PHEV Um veículo elétrico híbrido plug-in (PHEV) é um veículo no qual a bateria pode ser recar regada conectando-o a uma fonte externa de energia elét r ica, bem como por seu motor e gerador a bordo. O gerador e o motor de arranque são integrados ao virabrequim e desempenham as funções de carregar a bateria, acionar a partida do motor de combustão e suportar o motor de combustão com carga elétrica. (Fig.5) A tecnologia foi projetada

cionalidade elétrica de tração nas quatro rodas e executa a recuperação de energia do freio. (Fig.7) O motor elétrico traseiro é montado com ímã permanente, gera uma potência de pico de 65

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COMPONENTES DO SISTEMA HÍBRIDO A bateria é um dos elementos mais importantes em um veículo híbrido e a função da bateria de

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9 7 5 para oferecer a experiência de três carros em um. • Puro - onde o carro funciona somente com energia elétrica. • Híbrido - onde uma combinação ideal do motor de combustão e o motor elétrico impulsionam o carro de uma forma equilibrada e sustentável. • Potência - onde toda a energia disponível é usada para fornecer desempenho máximo. Os carros com a configuração híbr ida têm a bater ia de alta tensão instalada sob o console no túnel, para máxima segurança e também melhor distribuição de peso que dá uma condução melhorada devido ao centro de gravidade mais baixo. (Fig.6)

kW com um torque de pico de 240 Nm, possui um sistema de troca de calor que resfria o estator com água e esta unidade pesa apenas 34Kg. (Fig.8) MOTOR ELÉTRICO NO EIXO DIANTEIRO O motor elétrico dianteiro também é montado com ímã permanente, gera uma potência de pico de 34 kW com um torque de pico de até 240 Nm, refrigerado a água e pesa apenas 18Kg. (Fig.9)

alta tensão é armazenar energia. Ela recebe energia da rede elétrica de carga quando ligada a uma tomada ou carregador, também recebe energia da frenagem regenerativa do veículo e a terceira fonte de energia é o gerador que é integrado com o motor de partida. Com a bateria de alta tensão carregada, ela fornece energia para acionamento elétrico puro do carro e também para o funcionamento do ar-condicionado elétrico para pré-climatização do habitáculo. (Fig.10)

MOTOR ELÉTRICO NO EIXO TRASEIRO A combinação de uso de motor a combustão e motor elétrico permite a instalação de um motor elétrico diretamente no eixo traseiro, tornando o veículo um 4x4, sendo que no eixo dianteiro tem a combinação híbrida. Nesta configuração o sistema fornece torque elétrico e potência durante a aceleração, fornece fun-

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EM BREVE NA SUA OFICINA

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Fiat Cronos Precision 1.8 convence reparadores que sedans compactos ainda resistem à febre dos SUVs Derivado do hatch Argo, sedan lançado pela montadora de Betim (MG) no início do ano mostra nas oficinas que tem bala na agulha para se manter entre as opções do segmento – só falta fazer o mesmo nas lojas e concessionárias... Fotos: Antônio Edson

Antônio Edson

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m um mercado no qual o avanço dos SUVs parece não ter limites, esses veículos invadem o espaço de alguns segmentos e ameaçam de extinção modelos consagrados. Aqui e em duas das maiores economias mundiais. Nos Estados Unidos, 20% dos americanos não abrem mão de seus utilitários esportivos. Na China, 40%. A trincheira de resistência finca o pé no bloco europeu, onde os utilitários esportivos ainda não prevalecem. Alemanha e Suécia, com ênfase para a Volvo e sua tradição na DADOS TÉCNICOS DO MOTOR, MECÂNICA E MEDIDAS Cilindrada: 1747 cm³ Combustível: Flex Motor: Instalação Dianteiro Aspiração: Natural Disposição: Transversal Número de cilindros: 4 em linha Diâmetro dos cilindros: 80,5 mm Número de válvulas: 4 por cilindro (16) Curso dos pistões: 85,8 mm Alimentação: Injeção multiponto Comando de válvulas: Simples no cabeçote, corrente Tuchos: Hidráulicos Taxa de compressão: 12,5:1 Variação do comando: Admissão Potência: 139 cv (e) e 135 cv (g) a 5.750 rpm Potência específica: 79,56 cv/litro Torque específico: 11,05 kgfm/litro Torque máx:19,3 kgfm (e) 18,8 kgfm (g) a 3.750 rpm Peso/potência: 8,98 kg/cv Peso/torque: 64,66 kg/kgfm Velocidade máxima: 198 km/h Aceleração: 0-100 km/h 9,2 s Transmissão: mecânica de 5 velocidades Tração: dianteira Direção: assistência elétrica Suspensões: independente, MacPherson (d), eixo de torção (t) Freios: disco ventilado (d), tambor (t) Porta-malas: 525 litros Tanque: 48 litros Peso: 1.248 kg Altura: 1.516 mm Comprimento: 4.364 mm Largura: 1.726 mm Distância entre-eixos: 2.521 mm Pneus: 195/55 R16 (d/t) Bitola dianteira: 1.465 mm Bitola traseira: 1.498 mm

produção de station wagons, mostram que o sol nasceu para todas as carrocerias. No Brasil, um pouco menos. Enquanto SUVs ganham mercado, sedans decaem entre os consumidores. Em 2017, os médios detinham 8,5% do mercado. Este ano, no primeiro semestre, 7,2%. Em julho apenas 6,2% dos emplacamentos foram para os três-volumes. Já as peruas... Bem, essas, em breve, só serão vistas em lojas de seminovos. A última sobrevivente, a Fiat Palio Weekend, foi descontinuada este ano, seguindo o caminho sem retorno da minivan Idea e da van multiuso Doblò. Lançamentos recentes da indústria nacional, no entanto, demonstram que ela ainda não quer ver os sedans compactos tendo o mesmo fim das peruas. Atestam a boa vontade os novos Yarus Sedan, compacto premium global da Toyota; Volkswagen Virtus e o Cronos, lançado pela Fiat em 2017 – os dois últimos, pela ordem, derivados do Polo e do Argo. O

Cronos, em especial, é a aposta da montadora de Betim (MG) para fazer frente aos líderes GM Prisma e VW Virtus. Em agosto, com 20.653 unidades comercializadas, o três-volumes da Fiat estava em sexto lugar no ranking das vendas do segmento e atrás, também, do Ford Ka Sedan, Hyundai HB20S e do VW Voyage. Mas com quase o dobro de vendas do Nissan Versa. Produzido na planta industrial de Córdoba (Argentina), o Cronos carrega no porta-malas a responsabilidade de continuar a tradição bem-sucedida de sedans compactos da Fiat e que marcaram época no Brasil, como o Oggi, o Prêmio e o Siena, baseados, respectivamente, no Fiat 147, Uno e Palio. Conseguirá? Só as futuras planilhas de vendas poderão dizer. O que se pode aferir aqui e desde já são a reparabilidade e as qualidades mecânicas do veículo. E, para tanto, a montadora cedeu à reportagem do Oficina Brasil Mala Direta uma versão do Fiat Cronos Precision 1.8, 16 válvulas e com câmbio manual de cinco velocida-

des, modelo 2018 – R$ 64.754,00 segundo a Tabela Fipe de setembro de 2018 –, e com cerca de cinco mil quilômetros rodados. O objetivo: levá-lo à avaliação de três oficinas da cidade de São Paulo (SP) que fazem parte do Guia de Oficinas on Line Brasil. As escolhidas desta edição foram o Centro Automotivo Piarulli, no bairro da Bela Vista, o antigo Bixiga; a Ro Pneus, no Ipiranga; e a Pneus Lopes, na Vila Nova Conceição. Nelas, o novo sedan da Fiat foi examinado pelos seguintes profissionais: Cristina Piarulli de Souza (e) e Luís Carlos Fante (d), (foto 1). Cristina está há 14 anos no comando do Centro Automotivo Piarulli, localizado à rua Manoel Dutra 319, na Bela Vista,

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e vizinho à oficina de funilaria e pintura de seu marido, Victor Tolosa Vera. O casal tem em comum histórias de vida ligadas aos automóveis. “Aprendi a gostar de carros com meu pai e sempre trabalhei em empresas ligadas ao setor, como a VDO do Brasil. Conheci o Victor quando eu estava em uma empresa de guincho mecânico. Depois do casamento, resolvemos partir para a reparação, tanto com funilaria como mecânica”, lembra a empresária, que tem no reparador Luís Carlos, de 61 anos, um colaborador experiente. “Comecei aos 11 anos na oficina de meu irmão Hélio, que trabalhava com ônibus e caminhões. Depois segui para a mecânica leve e passei por várias oficinas autorizadas da Volks, Ford e Fiat. Nos anos 1990, fui um dos primeiros reparadores de São Paulo a fazer um curso sobre injeção eletrônica”, garante Luís, que realizou um número incontável de cursos. Ivar Marconi de Oliveira (e) e Jonas Ramos (d), (foto 2). Há 10 anos trabalhando na Ro Pneus, na Avenida Nazaré 1891, no Ipiranga, o reparador Jonas Ramos, 50 anos, acumula 34 anos de experiencia profissional em oficinas independentes. Começou a trabalhar aos 11 anos no

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EM BREVE NA SUA OFICINA

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4 foi um aspecto musculoso. A diferença maior, obviamente, vem após a coluna C da carroceria. A distância entre-eixos – 2.521 mm– é igual à do hatch e os 36,6 centímetros a mais do porta-malas se traduzem em 525 litros de capacidade (foto 5) – um dos maiores da categoria. O único problema se deve aos dois braços em forma de pescoço de ganso que sustentam a tampa e que, ao ser fechada, tendem a prensar a bagagem.

3 estabelecimento do irmão mais velho Orlando Aparecido Ramos, em Campo Grande (MS), mas se preocupou em também se preparar teoricamente. Fez o curso de Mecânica Automotiva durante dois anos no Senai do Ipiranga, além de outras capacitações que, ainda hoje, fazem parte do seu dia a dia. “O último curso que participei foi na semana passada, sobre juntas de motores modernos”, afirma. Seu colega Ivar Oliveira, natural de Miranda do Norte, Maranhão, de 46 anos e há 26 anos na Ro Pneus, igualmente cursou o Senai do Ipiranga – curso de carburador e injeção – e acabou se especializado em alinhamento e suspensão. Sérgio Correia de Souza (e), Amaury Donizete de Oliveira (c) e Caio Mião (d), (foto 3). Fundada em 1988, a rede Pneus Lopes conta com duas lojas na capital paulista – Moema e Vila Nova Conceição –, duas na Grande São Paulo e outra no interior – São Bernardo, São Caetano e Limeira. Filho do proprietário Márcio Antônio Mião, o administrador Caio Mião tem a mesma idade da rede, 30 anos. “Nasci praticamente dentro da oficina e hoje o negócio faz parte da família”, conta o executivo, no momento sem planos de expandir a rede.

“O tempo é de manter o que foi conquistado. Mas tenho certeza que quem sobreviver à crise sairá dela mais forte”, projeta. Dois de seus colaboradores são o vendedor Amaury Donizete, 41 anos e há 25 no ramo, e o reparador Sérgio Correia, 41 anos e desde os 13 em oficinas. “Desde cedo sabia o que queria da vida: fiz o curso de mecânica no Senai com 13 anos. A influência do meu pai, líder aposentado da Volkswagen, foi decisiva na escolha da minha profissão”, recorda Sérgio, que há 14 anos trabalha na loja da Avenida Hélio Pelegrino 848.

5 O interior do Cronos pouco difere do Argo. A faixa horizontal que separa o painel frontal não é vermelha, mas marrom (foto 6). No banco de trás, o encosto foi afastado em 10 mm para melhorar o conforto dos passageiros. “É visível o emprego extensivo de plástico duro, mas não há como fugir disso quando o objetivo é dar leveza e resistência ao interior do carro. Esse plástico ainda é o

PRIMEIRAS IMPRESSÕES Fruto do projeto conhecido como X6H nos bastidores da Fiat, o Argo é montado sobre a plataforma MP1 do Argo, enquanto o Cronos está sobre a variante MPS. Há diferenças de estilo entre os irmãos, a começar pela grade dianteira, capô e para-choques (foto 4) do três-volumes. O capô exclusivo e que avança mais em relação às grades traz vincos laterais. A grade, formada por ondas senoidais, é mais fina e alongada, pois não divide espaço com os faróis auxiliares, posicionados mais nas laterais e abaixo dos faróis principais. O resultado

6 material mais eficiente para essas funções”, analisa Sérgio Correia. “Ao menos esse acabamento tem bom efeito visual ao imitar fibra de carbono”, completa Luís Carlos. Já Jonas Ramos admirou as linhas “modernas da carroceira que resultam em melhor aerodinâmica” do Cronos, mas fez reparos ao porta-malas e às lanternas traseiras (foto 7). “A capacidade volumétrica é excelente, mas sua boca poderia ser maior porque

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7 vai dificultar a entrada de objetos maiores. O conjunto ótico traseiro deveria ser embutido e menos saliente para evitar acidentes em pequenas manobras”, conclui. AO VOLANTE No teste dinâmico realizado a bordo do Fiat Cronos Precision 1.8 com câmbio mecânico de cinco velocidades, os reparadores puderam sentir o ponto alto do veículo: o equilíbrio entre conforto e estabilidade. Apresentando, no limite, inclinação a sair de frente nas curvas fechadas, o sedan acusou, no geral, comportamento neutro. Com molas e amortecedores recalibrados em relação ao Argo e bitolas ligeiramente mais largas – 1.465 mm na dianteira e 1.498 mm na traseira, contra, respectivamente, 1.461 e 1.496 mm do hatch – em razão do maior comprimento e peso do veículo – 1.248 kg contra 1.229 do Argo –, o três-volumes exibiu um rodar suave, embora o motor E.torQ 1.8 de 139 cavalos pudesse demonstrar mais desempenho. A arrancada não provocou elogios dos reparadores, ao contrário do silêncio interno que foi quebrado apenas nos picos de giro de rotação do motor. A montadora garante que se trata do veículo mais silencioso da categoria, o que torna sua sensação de dirigir agradável. A média aferida foi de 69,8 decibéis. Pelas ruas estreitas do Bixiga, em São Paulo, o Cronos mostrou “conforto típico de sedan urbano”, segundo Luís Carlos. Entenda-se por isso um carro não muito grande a ponto de dificultar as manobras em espaços pequenos nem tão compacto para causar desconforto a condutor e passageiros. “A regulagem de altura e de profundidade do volante (foto 8) ajuda a logo encontrarmos a melhor posição para dirigir e os instrumentos do painel têm excelente leitura (foto 9)”, con-

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9 fere o reparador. “Sim, o painel é rico em informações, algumas imprescindíveis para os reparadores, como a tensão da bateria (foto 10), horas de funcionamento do motor (foto 11), temperatura do óleo (foto 12) e pressão dos pneus (foto 13). Destaco ainda a ergonomia, os bancos anatômicos que não deixam escorregar as costas do condutor e a visibilidade eficiente”, analisa Sérgio Correia. Jonas Ramos confirmou a facilidade de leitura do painel de instrumentos e a boa visibilidade proporcionada por retrovisores e vigia traseira, mas estranhou a chave presencial do veículo. “Pessoalmente, não aprovo porque é fácil de a esquecermos no bolso ao deixar o carro em uma oficina, posto de serviços etc”.

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14 13 MOTOR E.TORQ 1.8 O atual propulsor do Cronos, tanto o da versão 1.3 quanto o da 1.8, será mantido até 2020. A expectativa é que, até lá, o grupo Fiat Chrysler interrompa a produção do motor E.torQ na planta industrial de Campo Largo (PR) e a substitua pela do motor 1.3 de 16 válvulas e turbo com, provavelmente, duas opções de potência. Esse motor poderá chegar a 160 cavalos em uma versão apimentada e, em uma configuração branda, com cerca de 140 cavalos, ser usado por Argo e Cronos. A mudança promete reverter ou amenizar a defasagem do E.torQ. A maior queixa é que ele exige um giro alto, elevando o consumo, para apresentar bom rendimento. Uma forma encontrada pela Fiat para deixá-lo mais econômico – como no caso do Cronos Precision 1.8 com câmbio manual – foi dotar o veículo com o sistema start-stop. O motor é desligado automaticamente quando o veículo se encontra em ponto morto. Para religá-lo, basta pisar no pedal da embreagem. Apresentado em 2010, o motor E.torQ 1.8 – 1.747 cm³ reais – de quatro cilindros e 16 válvulas do Cronos (foto 14) é mais ruidoso do que o 1.3 Firefly. Se seu ronco é pouco perceptível isso se deve a uma manta acústica antirruído instalada na parte interna do capô (foto 15). Sua configuração dispensa o tanquinho auxiliar para partida a frio – foi trocado por um sistema eletrônico que aquece

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15 o combustível automaticamente quando a temperatura ambiente está abaixo dos 16 graus e há mais de 70% de etanol no tanque. Uma corrente metálica substituiu a correia dentada e aciona a distribuição enquanto um tensor eletrônico acerta o ponto do carro automaticamente. Com comando de válvulas simples (em que pese o cabeçote multiválvulas) e sem variação, o motor entrega 139 cavalos de potência (e) a 5.750 giros e 19,3 quilos de força e torque (e) a 3.750 giros. Ele vai de zero a 100 km/h em 9,2 segundos e chega a 198 km/h. O rendimento urbano é de 8 km/l (e) a 11,6 km/l (g) e o rodoviário, de 9,6 km/l (e) a 13,8 km/l (g). Consumo Gasolina Etanol Ciclo 11,6 km/l 8 km/l urbano Ciclo 13,8 km/l 9,6 km/l estrada Classificação na categoria: sedan compacto

Entre os reparadores, um sinal visível de que o E.torQ 1.8 do Cronos entrou na reta final de sua vida útil é a constatação de que seu bloco ainda é fabricado em ferro fundido, quando todos os seus concorrentes já aderiram aos motores inteiramente de alumínio. “Sim, propulsores modernos são basicamente fundidos em alumínio. Esse bloco de ferro aponta que o Cronos está na contramão

da história”, surpreende-se Jonas Ramos. “Estranho mesmo, pois é uma tendência irreversível. O alumínio, hoje, é termicamente estável e não sofre dilatação. As ligas de alumínio também tendem a ser tão ou mais resistentes do que as de ferro porque são materiais melhor preparados para trabalhar sob altas temperaturas. Sem falar que lubrificação de um motor de alumínio já atingiu um nível de excelência”, opina Luís Carlos. “Os carros novos, de alto desempenho, demandam blocos de alumínio porque precisam ser mais leves para otimizarem o desempenho e o rendimento do motor”, arremata Sérgio Correia. Apesar disso, o E.torQ goza de conceito satisfatório nas oficinas independentes e em sua folha corrida não constam, geralmente, intercorrências graves. “Temos feito apenas manutenções preventivas. É um motor que dá pouco trabalho, ainda mais com corrente de comando no lugar da correia dentada”, relata Luís Carlos. Sérgio Correia considera o E.torQ como um motor de primeira linha, pois ele representou uma “evolução” na linha Fiat por ter menos massa. “Antigamente, um motor com a mesma cavalaria exigia mais pistões e mais biela para ser potente. Hoje um motor pequeno em tamanho, como esse, tem um desempenho equivalente”, compara. “Ele tem dado pouca manutenção, embora saiba de alguns casos de superaquecimento em que foi necessário mexer no cabeçote”, completa Jonas Ramos, para quem a tampa de válvula (foto 16) e o sensor do respiro do óleo, ambos de plástico, não chegam

a ser problema. “Cumprem bem a função de vedação e não tem influência direta no desempenho ou funcionamento do motor”, considera. Luís Carlos avaliou que as dimensões do cofre e do motor favorecem a intervenção descomplicada do reparador. “Veja, o motor, que já não é dos maiores, foi colocado em uma disposição que permite o acesso a várias partes. O coxim (foto 17) está fácil de trabalhar e, pela aparência, deve ser hidráulico. Para chegar às velas, bicos (foto 18) e bobinas, que estão sob o filtro, será ainda necessário remover o coletor (foto 19) e isso pode levar até uma hora de oficina. Mas não chega a ser complicado”, calcula. “Está bem mais fácil do que no Fiat 500, cujo cofre tem pouco respiro”, compara Jonas Ramos. “Esse motor está entre os mais fáceis de mexer. Para chegar ao cabeçote basta tirar o coletor. Para alcançar o corpo de borboleta (foto 20) nem isso é preciso. O espaço (foto 21) entre o eletroventilador e o motor é excepcional. Isso ajuda na hora de trabalhar com o radiador (foto 22), motor de arranque (foto 23), ar-condicionado e seu compressor (foto 24)”, define Sérgio Correia.

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23 17 TRANSMISSÃO Equipado com um câmbio mecânico de cinco velocidades, a versão testada do Fiat Cronos

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Precision 1.8 está fadada a vender menos do que a versão equipada com a caixa automática de seis velocidades produzida pela japonesa Aisin – há ainda a opção com câmbio automatizado GRS (Gear Smart Ride), mas com motor 1.3 de oito válvulas. Mas isso não é exclusividade do sedan da Fiat. Uma pesquisa realizada em 2017 pela consultoria Jato confirmou que o brasileiro prefere cada vez menos veículos sem o pedal de embreagem. Entre os sedans médios a preferência chega a 96,4% e entre os compactos o índice oscila entre 45,5% a 68,5%. Ainda assim, o investimento da montadora em uma versão mecânica – por enquanto – vale a pena, já que contemplará uma parcela de motoristas que ainda prefere a transmissão manual, por gosto ou condição financeira. A versão automática do Cronos Precision 1.8 custa a partir de R$ 71.582,00 ou R$ 7 mil a mais do que a manual. Nos testes dinâmicos, a caixa mecânica do sedan passou desapercebida, que é o melhor a se esperar de um câmbio manual. Quem melhor descreveu seu desempenho foi Luís Carlos. “Plenamente satisfatório, com engates precisos e macios, sem arranhões. As posições estão certas, as marchas são curtas e isso aumenta a economia. Há muito tempo a transmissão deixou de ser o ponto fraco da linha Fiat”, conceitua.

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nâmica do sedan. Com isso foi possível se chegar a um acerto macio de suspensão. Como já foi expresso no item “Ao volante”, o comportamento da suspensão, de modo geral, agradou aos reparadores, mostrando um equilíbrio entre firmeza e maciez. Os pneus dianteiros e traseiros apresentam as mesmas medidas – 195/55 R16 – e o Cronos realiza manobras com um diâmetro de giro de 10,5 metros. Segundo Sérgio Correia, o exame no undercar do Cronos mostrou um carro simples, de fácil manutenção e com novidades pontuais. “A parte dianteira não difere muito da família Palio, sem novidades significativas. O que mudou, e para melhor, ganhando em robustez, foi o eixo traseiro. O material empregado parece ser mais espesso e reforçado nos pontos de solda. A Fiat está tentando reverter a fama de carros com suspensão traseira propensa à quebra”, acredita. A percepção positiva foi dividida com Jonas Ramos. “Sim, a suspensão traseira ganhou um reforço de estrutura, algo que a linha Fiat não tinha. O sistema de buchas (foto 30) está mais encorpado. Só acho que a suspensão dianteira poderia ter recebido um tratamento semelhante”. Já Luís Carlos descordou um pouco do colega, apontando para as bandejas (foto 31) com duas chapas sobrepostas, “sinônimo de robustez”. “Aparentam ser

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32 ELÉTRICA, ELETRÔNICA E CONECTIVIDADE Entre os principais equipamentos do Cronos Precision 1.8 constam os controles eletrônicos de tração (TC) e estabilidade (ESC), além do sistema Hill-Holder ou assistente de partida em rampas. A central multimídia com tela de sete polegadas (foto 33) é idêntica à da versão Drive 1.3 e traz conexão Apple CarPlay e Android Auto. O computador de bordo segue o pad rão do empregado em outros modelos da família Fiat Chrysler, como a Toro e o Jeep Renegade, com várias funções e telas já apresentadas no item “Ao volante”. O sedan ainda conta com alarme antifurto, retrovisores com ajuste elétrico, sensor de estacionamento traseiro, vidros elétricos nas

quatro portas com função “um toque” e uma segunda porta USB para quem viaja no banco traseiro. S é r g io C o r r e i a c h a m o u atenção para a bateria de 60 amperes e 12 volts. “O CCA, ou a corrente de arranque a frio, da bateria precisa ser potente para aguentar a demanda do sistema star-stop. Pouco adianta o alternador funcionar bem e a bateria estar 100% carregada se ela não tiver arranque”, avisa. Segundo Jonas Ramos, os vários acessos da bateria (foto 34) se prestam à instalação de acessórios. “Às vezes o proprietário quer instalar um sistema multimídia mais potente e, para não pegar a alimentação direta do chicote, que pode interferir no funcionamento da injeção eletrônica, usa um acesso já pronto”, acredita. Para Sérgio Correia, esses acessos evitam casos de curto-circuito, provocados quando, inadvertidamente, alguém encosta na lataria do carro uma chave conectada ao pólo positivo. “Pode-se queimar um módulo ou danificar a rede CAM, que faz a comunicação entre eles”, alerta.

FREIO, SUSPENSÃO E DIREÇÃO A plataforma MP-S, originária do Punto, teve 70% de sua estrutura desenvolvida para o Cronos. Para torná-la mais rígida, a engenharia empregou 55% de aços de alta resistência, 25% de aços de ultrarresistência, 10% de aços moldados a quente e 10% de aços comuns. O sedan dispõe de direção de assistência elétrica com caixa mecânica (foto 25), freios a disco ventilados (foto 26) à frente e tambor (foto 27) na traseira, além de suspensão dianteira independente do tipo MacPherson e eixo de torção atrás. Molas (foto 28) e amortecedores (foto 29) são exclusivos do Cronos, calibrados para se adequar à massa e di-

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fortes. Os amortecedores podem ser trocados mexendo-se em três parafusos. Está tudo muito prático, assim como o filtro de óleo que não é blindado e dispõe de um refil (foto 32)”, descreve.

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INFORMAÇÕES TÉCNICAS A página da Fiat na internet dirigida aos reparadores independentes – www.reparadorfiat.com.br – tem boa audiência nas oficinas. Afinal é através dela que muitos profissionais têm acesso a informações técnicas diretamente da montadora. É o caso, por exemplo, de Jonas Ramos que consulta a página regularmente. “Trata-se de um excelente canal de informação, mas não me limito a ele. Os fóruns que reúnem reparadores também podem for necer algumas dicas preciosas, assim como a troca de informação entre colegas, a network, e o nosso Sindirepa. É fundamental ter várias alternativas porque quem depende apenas de uma pode ficar sem nenhuma”, avisa. É o caso, também, de Sérgio Correia que, por trabalhar em uma rede de oficinas, tem a sorte de contar com vários scanners e enciclopédias automotivas. “Sim, como a rede Pneus Lopes dispõe de cinco pontos de atendimento há uma variedade de programas que são periodicamente atualizados. A cada dois meses, por exemplo, a Bosch me manda um CD para as atualizações”, comenta. Essas facilidades, no entanto, não fazem parte da realidade da maioria das oficinas independentes. Luís Carlos tem à disposição um scanner que, quando eventualmente não consegue atender às necessidades

de algum reparo, ele aciona um prestador de serviço para fazer a leitura do defeito e apontar a solução. “É prat icamente impossível uma oficina independente dispor de todos os sistemas oferecidos no mercado. Então procuramos uma vez ou por ano, ou na medida em que

“É praticamente impossível uma oficina independente dispor de todos os sistemas oferecidos no mercado. Então procuramos uma vez ou por ano, ou na medida em que são lançados muitos carros no mercado, fazer uma atualização do sistema que temos” Luís Carlos

são lançados muitos carros no mercado, fazer uma atualização do sistema que temos. Mas já aconteceu de estarmos com ele atualizado e ainda assim não conseguir fazer a leitura de um veículo lançado anos antes. Isso pode acontecer quando a montadora não disponibiliza as informações. Nesse caso leva-

mos o carro até a concessionária, porque a nossa proposta é nunca deixar de atender um cliente”, define. PEÇAS DE REPOSIÇÃO Peças específicas do Cronos não serão encontradas tão cedo em distribuidores independentes. Isso porque, normalmente, elas começam a aparecer no mercado paralelo um ou dois anos após o lançamento do veículo – o sedan surgiu no início deste ano. Como, porém, muitas peças são comuns entre ele e o Argo, lançado em 2017, esse tempo pode encurtar. “Nesse início o fornecimento de peças estará sujeito às concessionárias e isso significa custo maior de manutenção. Em teoria, pois a montadora dá três anos de garantia e pode adotar um preço fixo de revisão”, pondera Sérgio Correia. Quanto aos carros da linha Fiat que circulam há tempos, o reparador afirma não ter dificuldade na obtenção de componentes. “Uma forma de fugirmos das peças falsificadas é preferir aquelas homologadas pela montadora, que podem ser encontradas em lojas de autopeças ou dist r ibuidores independentes. Quando isso não acontece, partimos para as concessionárias”, relata. Luís Carlos está satisfeito com a oferta de peças da linha Fiat, que tem feito o preço se est abili za r em u m pat a ma r aceitável e a manutenção ser

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rápida. “Como a concessionária trabalha com um valor 40% acima em relação aos distribu idore s prefe r i mos e sse s. Mas como nem tudo se acha ali, em 20% das vezes recorremos às autorizadas. Nossa regra de ouro, porém, é fugir das peças de segunda linha,

“Nesse início o fornecimento de peças estará sujeito às concessionárias e isso significa custo maior de manutenção. Em teoria, pois a montadora dá três anos de garantia e pode adotar um preço fixo de revisão” Sérgio Correia

sem tradição e com má fama”, dita o reparador. Jonas Ramos concorda. “Encontramos peças da linha Fiat com facilidade em autorizadas ou fora delas. Logo, a gente prefere, quando a qualidade atende, peças de distribuidores por praticarem preço mais acessível. Sendo peça de primeira linha é tranquilo. Para o cliente, procuramos o melhor custo-benefício. Em 90% das ocasiões somos abastecidos por

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distribuidores independentes”, calcula. RECOMENDAÇÃO Levando em conta todos os fatores detalhados acima, os reparadores atribuíram um conceito satisfatório ao Fiat Cronos Precision 1.8 com transmissão mecânica. “Posso recomendá-lo pela qualidade geral, pela manutenção que promete ser pouca para o proprietário, desde que esse seja atento à prevenção, e até pela facilidade de encontrar peças. A reparabilidade é fácil e rápida em vários sentidos. Em 15 minutos um reparador experiente consegue, por exemplo, tirar a caixa da direção. Um bom lançamento da Fiat”, determina Sérgio Correia. Jonas Ramos classif icou como “excelentes a dirigibilidade, o conforto, a ergonomia e o espaço interno” do Cronos. “Também aprovo a reparabilidade e a manutenção promete ser descomplicada. A única observação, repito, é quanto à suspensão dianteira que merecia um tratamento igual à traseira, ou seja, ser reforçada. Mas, no geral, é um lançamento recomendável”. Já Luís Carlos recomenda o Cronos sem ressalvas. “Levo em consideração a boa reparabilidade, a manutenção descomplicada e o bom custobenefício para o proprietário. Esse sedan promete dar a ele longos anos de tranquilidade”, assegura.


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Civic EXL busca o equilíbrio entre a modernidade de sua carroceria e a tradição da mecânica Honda Apesar do design arrojado que deu adeus ao estilo tiozão, versão com motor 2.0 aspirado do sedan da montadora japonesa mostra desempenho comportado e conserva a fama de mecânica confiável. Novidades são pontuais Fotos: Antônio Edson

Antônio Edson

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Divulgação

ançada no Brasil em 2016, a 10a geração do Honda Civic passará por seu primeiro facelift em 2019 ou, quando muito, 2020. Em setembro, a mont a dor a japonesa divulgou imagens da próxima temporada do sedan médio produzido para o mercado norte-americano (foto 1). O carro ganhou discretas mudanças na dianteira, onde o cromado do para-choque e da grade DADOS TÉCNICOS DO MOTOR, MECÂNICA E MEDIDAS Cilindrada: 1.997 cm³ Combustível: flex Motor: instalação dianteira Aspiração: natural Disposição: transversal Número de cilindros: 4 em linha Válvulas por cilindro: 4 Número de válvulas: 16 Diâmetro dos cilindros: 81 mm Curso dos pistões: 96,9 mm Alimentação: injeção multiponto Comando de válvulas: simples no cabeçote, corrente Tuchos: mecânicos Taxa de compressão: 11:1 Variação do comando: admissão Potência máxima: 155 cv (e), 150 cv (g) a 6.300 rpm Potência específica: 77,62 cv/litro Torque específico: 9,76 kgfm/litro Torque máx: 19,5 kgfm (e), 19,3 kgfm (g) a 4.800 rpm Peso/potência: 8,33 kg/cv Peso/torque: 66,21 kg/kgfm Velocidade máxima: 195 km/h Aceleração: 0-100 km/h em 10,9 s Transmissão: CVT de 7 marchas Tração: dianteira Direção: assistência elétrica Suspensões: Independente, MacPherson (d), Independente multibraço (t) Freios: Discos ventilados (d) e sólidos (t) Porta-malas: 519 litros Tanque: 56 l Peso: 1.291 kg Altura: 1.433 mm Comprimento: 4.637 mm Largura: 1.799 mm Distância entre-eixos: 2.700 mm Pneus: d/t 215/50 R17 Bitola dianteira: 1.543 mm Bitola traseira: 1.557 mm

1 cedeu lugar ao acabamento preto brilhante. As evoluções mais significativas ficaram pa r a o pa cot e elet rôn ico, com o sistema de condução semiautônoma com assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo, alerta de colisão frontal com frenagem automática de emergência, frenagem pós-colisão e controle automático do farol alto. Com elas, o quarto veículo mais vendido no mundo em 2017 – 819.005 unidades – terá recursos que o deixam mais competitivo frente aos concorrentes. Já o powertrain permanece com os motores aspirado 2.0 de 16 válvulas com 160 cavalos e o turbo 1.5 com 173 cavalos, e a transmissão CVT de sete velocidades virtuais ou a manual de seis. A Honda precisa mesmo aplicar logo as mudanças no Brasil se quiser continuar bem na fita dos sedans. Até

agosto, no acumulado do ano, o Civic era o segundo mais vendido entre os médios, com 17.557 unidades, menos da metade do campeão Toyota Corolla, com 38.158, mas com vários corpos de vantagem sobre o terceiro lugar, o Chevrolet Cruze, com 13.010. O quadro, no entanto, pode mudar. Insatisfeita com o quinto posto do Jetta – 2.803 unidades entre janeiro a agosto –, a VW deu um banho de loja no sedan. Já o Corolla não se acomoda à liderança, pois a Toyota anuncia uma nova geração para 2020 com mudanças radicais. Some-se à movimentação uma espécie de crise de meia-idade no segmento, cuja participação declina no geral das vendas. Tudo indica que o público consumidor de modelos três-volumes, conservador e basea do na f idelid a de às marcas, não está se renovando, enquanto há uma migração de novos compradores para os SUVs. Entre os sedans médios

o momento parece ser o de discutir a relação com o mercado. Em plena meia-vida de sua 10ª geração, o Honda Civic, no Brasil, divide opiniões. Seu design que combina – ou mistura, para alguns – linhas de sedan com as de cupê dificilmente passa desapercebido e quase sempre provoca reações que variam do elogio ao estranha-

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mento. Foi com uma versão 2018 do Civic, a EXL 2.0 AT, 16 válvulas, transmissão CVT com sete marchas vi r t uais, cotada em R$ 105.849,00 pela tabela Fipe, que a reportagem do Oficina Brasil Mala Direta visitou três oficinas da cidade de São Paulo (SP) credenciadas no Guia de Oficinas on Line Brasil. O veículo for necido pela montadora teve seu motor, transmissão, suspensão, parte elétrica e outros recursos cuidadosamente analisados pela Autofix Serviços Automotivos, no bairro do Brooklin Paulista; Brandini Serviços Automotivos, no Ipiranga, e Luizinho Reparações Automotivas, no Jardim Tremembé. Os profissionais que colaboraram nesta matéria foram... Wagner Gimenez (foto 2). Há 26 anos instalada na Rua Guararapes 1.697, quase esquina com a Avenida Luís Carlos Berrini, no bairro do Brooklin Paulista, a Autofix Serviços Automotivos é dirigida desde sempre pelo empresá r io Wag ner Gi menez , 52 a nos. Contabilista formado e com a graduação em Economia por concluir, Wagner é leitor atento

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foi de 15%”, enumera. Ricardo conta com três colaboradores: Valdenir Lima, 47 anos e que há 25 trabalha com reparação automotiva; Luís Alves, 36 anos e há 19 anos como reparador; e Sérgio Mattiazzo, 75 anos e que desde os 13 trabalha com mecânica e funilaria. PRIMEIRAS IMPRESSÕES

4 do Oficina Brasil Mala Direta, participa de reuniões e pesquisas promovidas por este veículo e fez diversos cursos no Senai, em montadoras e indústrias de autopeças. Sua paixão pelos automóveis se manifestou ainda na infância, quando, durante as férias escolares, ia à oficina de um tio no bairro de Pirituba, na zona noroeste da cidade, para sujar as mãos de graxa. Sua oficina conta com três colaboradores, faz mecânica leve em geral e serviços de funilaria. Luiz Carlos Bailone (foto 3). Reparador com mais de 40 anos de vivência no ramo, Luiz Carlos, ou Luizinho como é con hecido no seg mento, dá continuidade à empresa fundada pelo pai, Sérgio Bailone, localizada há 53 anos na Avenida Sezefredo Fagundes 2.789, Jardim Tremembé, zona norte da capital paulista. Em 2002, com Sérgio aposentado e su a for mação técn ica em eletrônica concluída, Luizinho assumiu o negócio familiar e o direcionou exclusivamente para a mecânica leve. Em sua gestão, o empresário ajudou

a f u ndar o GOE (G r upo de Of icinas Especializadas) e, recentemente, o Premium Automotive Specialists – leia mais em Informações Técnicas. Valdenir Silva de Lima, Sérgio Mattiazzo, Luís Alves da Silva Jr e Ricardo Brandini, da esquerda para a direita (foto 4). Fundada há mais de 20 anos no bairro do Cambuci, a Brandini Serviço Automotivos transferiu-se para a Rua Bom Pastor 318, no Ipiranga, em dezembro passado. Segundo o administrador de empresas Ricardo Brandini, 42 anos, a mudança foi para melhor em todos os sentidos. “Saímos de um espaço de 400 metros quadrados para outro de mais de 500, com pé direito elevado, fachada ampla e melhor iluminação natural. Ainda aproveitamos a mudança para nos reestruturarmos, com elevadores revisados, scanners atualizados, novo quadro de ferramentas e nova recepção. Como resultado, os clientes antigos têm migrado para cá e vamos conquistando outros novos, da região. Creio que, em número de tickets, o aumento

Em relação à versão anterior, a 10ª geração do Honda Civic ganhou 45 milímetros de largura (agora são 1.799, sem contar retrovisores), 30 mm de entre-eixos (2.700 mm) e 112 m m de compr imento (4.637 mm). Também está cerca de 40 mm mais baixo (1.433 mm). De acordo com os engenheiros da montadora, a estrutura do sedan ficou 25% mais rígida e 22% mais leve, o que contribuiu para um melhor comportamento dinâmico do veículo. Números à parte, o que mais se destaca no sedan é mesmo a ousadia de suas linhas musculosas, em especial a curva decrescente do teto (foto 5) que lhe conferiu a silhueta de um cupê quatro portas. Entre os reparadores, a impressão provocada ainda é de estranhamento, embora o veículo esteja circulando desde

5 2016. Isso porque, a Honda oferece três anos de garantia e, assim, a esmagadora maioria dos novos Civic hoje frequenta mais a rede de concessionárias autorizadas da montadora do que as oficinas independentes. “Achei bem diferente do modelo anterior, mudou bastante. Deixou de ter aquele ar de tiozão e ficou mais jovial. Em especial a dianteira. Já a traseira é bem estranha com essa lanterna de led que mais parece um bumerangue (foto 6). Ainda não me acostumei a ela”, admite Luís Alves. “Opinião sincera? Essa traseira f icou

6 horrível! No começo até pensei que a tampa do porta-malas abr isse ju nt o com a ja nela traseira, como naquele antigo Passat. A Honda parece ter ficado indecisa entre desenhar um sedan e um cupê e fez algo que não é uma coisa nem outra”, despacha Wagner Gimenez. O ponto de vista, felizmente para a montadora, não é unânime. “Achei fantástico. O leiaute segue tendências europeias. Claro que não se pode olhar apenas o lado estético, porque deve ter havido aí um estudo aerodinâmico. Quando se coloca esse carro em um túnel de vento, por exemplo, o arrasto provocado pela inclinação do teto provavelmente é mínimo”, completa Luizinho Bailone. No seu interior, o Honda Civic EXL se mostrou menos polêmico. O acabamento sóbrio (foto 7) agradou de modo geral aos reparadores. “O lado de dentro é melhor do que o de fora: bastante conforto, painel com informações detalhadas, excelente posição de dirigir com boa ergonomia. A visibilidade traseira não é prejudicada pela inclinação do teto e da vigia”, elogia Wagner Gimenez. “O painel (foto 8) emborrachado e com uma textura mais dura

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8 de plástico em baixo é agradável ao toque, de bom gosto e

com bons encaixes. Também tem uma leitura mais direta do que aquele painel de dois andares da versão anterior”, compara Ricardo Brandini. “O espaço interno é excelente e mostra que o veículo aproveitou bem o entre-eixos de 2,7 metros. A gente logo encontra uma posição agradável de dirigir e os bancos de couro são confortáveis (foto 9). Mas poderia ter, para o motorista, uma regulagem elétrica do banco ao invés dessa velha regulagem ma nu al”, obser va Lui zi n ho Bailone.

9 AO VOLANTE Em um tempo em que se privilegia uma posição alta de dirigir e existe uma relação direta entre isso e uma pretensa sensação de segurança, fruto da hegemonia dos SUVs, o novo Honda Civic trafega na contramão e aposta em um cockpit onde se tem a impressão de estar rente ao chão. Nem por isso o sedan padece de complexo de inferioridade. Ao contrário, segundo os reparadores, sua dirigibilidade agrega prazer ao dirigir, conforto e esportividade. O silêncio na cabine só é rompido nas ext remas rotações e, assim mesmo, em algumas reduções de marcha, ultrapassagens ou retomadas de velocidade, resultado da intervenção da transmissão CVT. A suspensão independente nas quatro rodas e as bitolas mais largas em relação à versão anterior do sedan ajudam a filtrar as imperfeições do piso e a carroceria a ter um comportamento estável nas curvas. Em uma sexta-feira chuvosa, pelas r uas est reitas e congestionadas do Brooklin, Wagner Gimenez pode observar que a transmissão CVT deixa o trabalho do motorista menos penoso. “É um alívio


PREMIUM não precisar trocar as marchas manualmente. Só acho que essas borboletas atrás do volante (foto 10), que são a opção do uso manual do câmbio, são desnecessárias no trânsito urbano. Talvez tenham aplicação mais útil em uma estrada”, pondera. Lu ís A lve s apont ou o bom rendimento do sedan no modo Econ (foto 11), que, sem reduzir

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desejar. “O carro demora um pouco a acordar, mas é uma situação normal em motores aspi rados. Em u ma est rad a deve ter melhor desempenho”, indica. Luizinho Bailone, que teve a opor t u n id a de de test a r o Civic no trecho urbano da Rodovia Fernão Dias, confirmou o bom desempenho do sedan em pistas livres. “Excelente e com fôlego nas retomadas. No modo Econ, ele tem, claro, um comportamento mais contido, mas no Drive e, principalmente, no Sport, o carro é perfeito. Na sétima marcha, a 115 km/h, o conta-giros fica um pouco abaixo dos dois mil rpm. As borboletas, atrás do volante, deixam o carro mais esperto nas ultrapassagens. O isolamento acústico do motor está aprovado, pois só se ouvem os pingos da chuva sobre o teto. Esse sim poder ia receber o mesmo tratamento do cofre”, sugere o reparador. MOTOR

11 demais a potência do veículo, faz o motor trabalhar em uma rotação mais baixa, diminuindo o consumo de combustível e a emissão de gases. “Com ele, o car ro pode funcionar perfeitamente no trânsito urbano sem prejuízo do desempenho”, acredita. Já Ricardo Brandini relatou que o torque do Civic, em baixas rotações, deixa a

Se a car rocer ia do novo Honda Civic estabeleceu uma inf lexão na história do sedan lançado há 45 anos, o motor de suas versões Sport, EX e a testada nessa edição, a EXL, se contentou com menos. Enquanto a versão Touring vem equipada com o propulsor 1.5 turbo de 173 cavalos, os demais modelos mantêm sob o capô um velho conhecido dos reparadores e que equipa também o utilitário CR-V: o motor 2.0 (foto 12) i-VTEC FlexOne, de 16 válvulas, que entrega entre 150 (e) e 155 (g) cavalos de potência a 6.300 rpm, e 19,3 (g) e 19,5 (e) kgfm de torque a 4.800 rpm. Com ele, o Civic EXL, quando abastecido apenas com etanol, arranca de zero

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no radiador e no tanque de expansão. Agora a tampa (foto 15) do vaso expansor está no reservatório e o radiador é lacrado”, confere Luizinho Bailone.

12 a 100 km/h em 10,9 segundos e chega a uma velocidade máxima de 195 km/h. Com a transmissão automática CVT de sete velocidades, o motor rende 7,2 a 10,6 km/l em circuito urbano, e, no rodoviário, 8,9 a 12,9 k m / l, respect ivamente com etanol e gasolina. Embora alguns proprietários do veículo ga rant am obter rendi mento maior – até 19,5 km/l em estrada –, o registrado é considerado satisfatório. O Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular concedeu ao sedan notas A na categoria e B no geral. Consumo Gasolina Etanol Ciclo 10,6 km/l 7,2 km/l urbano Ciclo 12,9 km/l 8,9 km/l estrada Nota do Inmetro-Classificação PBEV ( Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular): A (categoria), B (geral) Classificação na categoria: sedan médio

Na análise dos profissionais das oficinas, o motor ratificou sua fama de praticidade. “Até melhorou em relação ao modelo antigo, pois antes era necessário desmontar a churrasqueira para acessar os bicos injetores que ficavam na parte de trás do motor. Agora está tudo à vista

do reparador. Velas, bobinas (foto 13), bicos, f lauta e corpo de borboleta não têm nenhum coletor acima para desmontar em caso de reparação, troca

13 de peça, limpeza de bico etc”, descreve Luizin ho Bailone. “Isso significa menos tempo de oficina, maior giro para o reparador e economia para o cliente”, calcula Luís Alves. “O motor tem uma arquitetura horizontal, isto é, sem muitas peças sobrepostas, e isso facilita a leitura. O que vejo de diferente é a posição do tanque de expansão (foto 14) que ficou mais distante do radiador”, indica Wagner Gimenez. “Sim, antes tínhamos dois acessos,

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15 Ainda quanto ao sistema de arrefecimento do Honda Civic foi obser vado que ele conta com apenas um eletroventilador (foto 16), enquanto o mesmo motor, em outros modelos da montadora, tem à disposição duas ventoinhas. Longe de significar uma economia de peças por parte da Honda, os reparadores acreditam em um aperfeiçoamento do gerenciamento do sistema. “Essa ventoinha é grande e, provavelmente, pilotada, o que vale dizer que sua velocidade é variável, isto é, aumenta ou diminui conforme a necessidade da ventilação do motor ou do condensador do ar. E isso dispensa a necessidade de uma segunda unidade”, interpreta Luizinho Bailone. “É um peso a menos para o carro e, para nós e seus proprietários, uma peça a menos para quebrar, gerar manutenção ou trocar”, completa Wagner Gimenez.

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Os reparadores foram unânimes ao relatar que um dos pontos fracos do motor i-VTEC FlexOne, nos últimos anos, tem sido o seu coxim principal (foto 17), devido ao estresse a que a peça é submetida para conter

17 a vibração dos 1.997 cm³ de massa do propulsor. “Some-se a isso o próprio peso do motor, a buraqueira de nossas pistas e o trânsito urbano travado com aquele anda e para constante”, lembra Luís Alves. De fato, com o tempo e a quilometragem, o coxim, que é hidráulico – preenchido por um gel oleoso – e não maciço ou elastomérico, arreia e é preciso substituí-lo. “Já troquei o coxim de um Civic com 20 mil km, quando o normal seria fazê-lo com mais de 80 mil. Se fosse um coxim maciço possivelmente duraria mais. Porém, aí, teríamos outro problema: a grande vibração do motor passaria para a cabine. O coxim hidráulico é o preço a se pagar pelo conforto”, analisa Wagner Gimenez. Menos mal que, para Luizinho Bailone, a aparência do coxim at ual sugere robustez. “Ele agora está acoplado a uma carcaça de alumínio e aparenta maior resistência. Vamos dar à peça o benefício da dúvida para ver se ficou mais resistente. O tempo dirá”, projeta. O que os reparadores, instantaneamente, não tiveram dúvida ao examinar o motor do Civic, com pouco mais de 6.600 km (foto 18) rodados, cedido pela mont adora , foi um vazamento de óleo (foto

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19) oriundo de um parafuso do cárter, próximo ao suporte do semieixo. É bem provável, segundo os reparadores, que o problema seja de fábrica e o carro tenha saído dela já com vazamento, pois a quilometragem e o tempo de rodagem do sedan não indicam que o óleo foi trocado. E mesmo que tenha sido o parafuso em questão não é utilizado para o esgotamento do lubrificante. “Não é normal um vazamento desse tipo. Podemos suspeitar de um defeito de fabricação”, cogita Wagner Gimenez. “Esse não é um parafuso que você solta ou aperta em uma troca de óleo, mas só se você for remover o cárter. É quase certo, portanto, que o carro saiu assim da fábrica”, acred it a Lu i z i n ho Bailone. Resta torcer para que a intercorrência seja um caso isolado e não um problema crônico.

19 TRANSMISSÃO A transmissão automática C V T, c omo a ut i l i z a d a no Honda Civic EXL, é, possivelmente, a preferida por nove entre 10 reparadores devido à sua simplicidade, eficiência e pouca manutenção. Sem falar que o mais for te argumento a seu favor é a economia de combustível em comparação à transmissão automática convencional. Quanto à esportividade e a rapidez na troca das marchas, porém, a transmissão continuamente variável come poeira principalmente para os câmbios automatizados tipo DSG, de dupla embreagem. Essa é a razão pela qual a Honda já estuda substituir a caixa de transmissão CVT de seu sedan mais vendido por uma automatizada. A nova caixa de

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embreagem dupla, já em teste, conseguiu reduzir em 8% o consumo e melhorar em 15% o desempenho do sedan, mas ainda não tem data para entrar em escala de produção. O at u al câ mbio CV T de sete velocidades virtuais do Civic se esforça para mostrar um comportamento dinâmico. Isto porque, segundo fontes da montadora, sua engenharia programou seu mecanismo para simular virtualmente as trocas de velocidade entre as sete posições em um limite próximo aos seis mil giros, quando há então uma redução para cinco mil. A estratégia confere mais esportividade ao desempenho do veículo, tirando o ritmo monótono apresentado pela maioria das transmissões continuamente var iáveis. No modo manual essa sensação tor na-se mais prazerosa ainda, pois existe a alternativa de se cambiar manualmente as velocidades através das borboletas ou dos paddle shifters localizados através do volante. As borboletas podem ser utilizadas tanto no modo Drive como no Sport. “ Ten ho preferência pela transmissão CVT porque ela e nt rega a s m a rch a s s u ave mente, sem t ranco. Oferece ao veículo um rodar macio e agradável. Um eventual delay ou atraso, o que muitos conhecem como patinada, não chega a comprometer sua eficiência”, interpreta Luizinho Bailone, que ainda não viu maiores dificuldades na possibilidade de uma eventual intervenção na caixa de transmissão. “O agregado ou quadro da suspensão não precisa ser removido se precisarmos baixar a caixa (foto 20). A manutenção do coxim tensor ou inferior do câmbio (foto 21) ig ualmente parece t ranquila”, completa. “Sim, também aprovo a transmissão CVT porque ela é bastante efi-

21 ciente, tem mostrado avanços e a manutenção é supersimples em relação às outras. Na maioria das vezes basta trocar o óleo no período indicado pelo fabricante e ela está nova”, confirma Wagner Gimenez. “Não é um câmbio esportivo, mas me agrada pelo seu comportamento discreto. Destaco a boa empunhadura da alavanca, bem curta, e visibilidade das posições na grelha (foto 22). Não dá para confundir”, aponta Ricardo Brandini.

22 FREIO, SUSPENSÃO E DIREÇÃO O Honda Civic EXL 2.0 AT traz suspensão independente nas quatro rodas. Na dianteira ela é do tipo MacPherson com multibraço e buchas hidráulicas (foto 23) e, na traseira, independente do tipo multilink (foto 24). O sedan oferece freios a discos ventilados na frente e sólidos atrás, além de direção

24 com assistência elétrica e caixa mecânica (foto 25). Acionado por uma tecla no console (foto 26) e não por alavanca, o freio do estacionamento eletrônico herdado do utilitário HR-V e com função brake hold (foto 27) – mantém o carro parado em subidas ou descidas até o motorista pisar no acelerador – dispensa o emprego de cabos. Ele funciona através de dois pequenos ser vomotores (foto 28) que fecham e abrem as pinças das rodas traseiras. “A visão undercar agrada. Há espaço para as mãos entre a ventoinha e o catalisador (foto 29) e isso facilita o acesso a várias peças, como o compressor do ar-condicionado (foto 30). A bandeja é reforçada e traz pivô parafusado (foto 31) e não rebitado, o que torna mais fácil sua substituição. Amortecedores (foto 32) e molas também são de fácil manutenção”, analisa Luizinho Bailone.

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“A suspensão é bem articulada, o que explica o conforto


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32 mais conforto, maleabilidade e molejo para o carro. E, também, obviamente, mais manutenção”, ju st if ica Wag ner G i menez. Q u a nt o à ma nut e nçã o, al iás, os reparadores dedicaram especial atenção ao facão da suspensão traseira (foto 33), outro calcanhar de Aquiles do Honda Civic. “Houve um tempo em que sua bucha estourava direto. Depois, melhorou. Essa aqui lembra a do Civic antigo. Tenho dúvidas se aguentará o nosso piso”, questiona Luís Alves. Mais otimista, Luizinho Bailone prevê dias melhores. “A suspensão antiga do Civic, de fato, causava esse desgaste prematuro. Nesta configuração creio que não teremos problema, pois eles tiraram aqueles bracinhos articulados, os mais problemáticos. De qualquer forma, o relevo de nosso piso, ruim, é uma tortura para qualquer suspensão. Contando com a s d a su sp e n sã o d ia nt ei r a , temos aqui pelo menos 16 buchas”, calcula o reparador.

ma, assistente de permanência em faixa, controles eletrônicos de cruzeiro adaptativo e farol alto, alerta de colisão frontal, f renagen s de emergência e de pós-colisão automática –, muitos concorrentes serão ultrapassados. Isso porque o atual pacote eletrônico de itens de série do Civic já traz, entre outros recursos, alarme antifurto perimétrico, controles de tração e estabilidade, multimídia compatível com Android Auto e Car Play com tela de sete polegadas, sistema de vetorização de torque, freios ABS com EBD, luzes de frenagem de emergência, câmara de ré, luzes de neblina, ar-condicionado automático digital, travamento central das portas, controle de velocidade de cruzeiro, retrovisores com luzes de setas em leds e sensor crepuscular. Na unidade testada, os reparadores não conseg uiram acionar o GPS no sistema multimídia, o que leva a acreditar que o serviço não está disponível no Civic EXL. Também foram registradas as ausências do teto solar, retrovisor eletrocrômico, regulagem eletrônica no banco do condutor e difusores do ar-condicionado para o banco traseiro, além do sistema keyless, ou de chave presencial, itens esperados para um veículo cujo valor já passou dos seis dígitos. Uma unanimidade entre os reparadores foi a má impressão causada pela imagem gerada pela câmera de ré (foto 34): escura, mesmo durante o dia. “Sua resolução dei xa a deseja r. A i magem gerada, provavelmente, é de

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35 480 pixels e não em HD, alta def inição”, acredita Wagner Gimenez. O Civic conta ainda, entre seus itens de série, com airbags frontais, laterais e de cortina, além de Isofix. INFORMAÇÕES TÉCNICAS Produzindo automóveis no País desde 1997, a Honda tem um atraso a tirar em relação às primeiras montadoras que se instalaram no Brasil. Isso porque algumas delas estão mais adiantadas no que se refere à comunicação com os reparadores, seja pela internet ou outros meios. Para suprir a falta de informações das montadoras, a estratégia encontrada tem sido a união entre as oficinas. É o caso do Premium Automotive Specialists (PAS), coletivo de 22 oficinas paulistanas criado no início do ano com objetivo de trocar experiências, promover a capacitação continuada de

33 31 do sedan e sua estabilidade em curvas. Só na traseira contei 12 buchas. Quanto mais buchas

ELÉTRICA, ELETRÔNICA E CONECTIVIDADE A se confirmar no Civic nacional as novidades que o sedan norte-americano receberá em 2019 – condução semiautôno-

seus membros (foto 35) e estreitar o relacionamento com montadoras e fábricas de autopeças. “Em breve teremos também um centro técnico avançado para promover aulas práticas com veículos”, adianta Luizin ho Bailone, um dos fundadores do grupo. Segundo Luizinho, as fábricas de autopeças têm contribuído com cursos de capacitação e informações técnicas. “Recentemente tivemos um treinamento sobre osciloscópio e interpretação de seus sinais. Os conhecimentos são partilhados pelo Whatsap, Facebook, site – premiumspecialists.com.br – e outros canais. Há, ainda, uma racionalização na compra de equipamentos, como scanners, cujo uso é dividido entre os membros. Essa troca, claro, inclui informações atualizadas sobre os carros, como o Civic e outros. Isso faz com que nossas necessidades técnicas sejam atendidas”, narra o reparador. “A atualização dos programas e, se possível, o acesso a mais de um equipamento ou fonte de informação é fundamental para a oficina prestar um serviço rápido e eficaz”, completa Wagner Gimenez, que conta com pelo menos três alternativas de scanners. PEÇAS DE REPOSIÇÃO

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Segundo Wagner Gimenez, da Autofix, as peças de reposição para a linha Honda, tanto


FIAT DOBLO / PALIO/ SIENA 1.3 16V Fire 02/... VW GOL/ PARATI 1.0 8V AT 96/02 - VW FOX/ CROSSFOX/ SPACEFOX 1.0/ 1.6 8V 03/... GOL 1.0 8V / 96/... POLO/ GOLF 1.6 8V abr/01 ...

RENAULT SCENIC/ CLIO/ MEGANE/ DUSTER / OROCH /SYMBOL/ KANGOO/ LOGAN / SANDERO 1.6 16V 98/... NISSAN LIVINA 10 / 14

VW GOL/ PARATI 1.0 16V AT/ TURBO 97/01 - POLO CLASSIC 1.0 16V 01 SEAT IBIZA 1.0 16V 01/ 03

FIAT PALIO / DOBLO / IDEA / SIENA / STRADA / UNO 1.4 8V 09/ 11

VW GOL/ PARATI POWER 1.0 16V 02/... / POLO 1.0 16V 03/... SEAT - CORDOBA - 1.0 16V - POWER 02/....

CITROEN C3/ PICASSO/ XSARA/ BERLINGO/ 1.6 16v 01 /... PEUGEOT 206/ 207/ 307/ PARTNER 1.6 16V 01/...

GM CORSA 1.0 / 1.4 / 1.6 8V 96/ 01 / CELTA 1.0 / 1.4 8V 01/ 06 (MPFI) GM CORSA / WAGON 1.0 16V / 1.6 16V 95 / 02 (MPFI) GM CORSA 1.8 8v 05... MERIVA 1.8 8v 05 /... MONTANA / 1.8 8V 05/...- SPIN / COBALT 1.8 8v 13/... FIAT IDEA / PALIO / STRADA / PUNTO / DOBLO / SIENA / STILO 05 / 10 (1.8 8v motor GM todos FLEX)

RENAULT CLIO / KANGOO / TWINGO 1.0 8V 98/... / 1.2 8V 93/... RENAULT CLIO / KANGOO / LOGAN / SANDERO 1.0 16V 00/... NISSAN March 1.0 16V 12 / 15 - PEUGEOT 206 / 207 1.0 16V 01/... RENAULT CLIO 1.6 8V 96/02 KANGOO 1.6 8V 00/ 07 - EXPRESS / MEGANE 1.6 8V 98/00 LOGAN / SANDERO 1.6 8V 07 / 11 - SYMBOL 1.6 8v 2011

GM ASTRA 1.8/ 2.0 8v 95/... / VECTRA 1.8 / 2.0 / 2.2 8v (MPFI) 94/... KADETT/ MONZA 96/98 - ZAFIRA 2.0 8V 01/ 12 - OMEGA 2.0 / 2.2 93 /96 - S10 2.2 96 / 99

GM CELTA / COBALT / CORSA / MERIVA / PRISMA / MONTANA / ONIX -1.0 / 1.4 8v (VHC/ Econoflex) - 02/....

GM CORSA/ MERIVA 02/ 04 GAS

FIAT IDEA / PALIO / SIENA / STRADA / UNO / PUNTO 1.3 8V / 1.4 8V FIRE 03 / 10

FIAT DOBLO/PALIO/ STILO - 1.8 / 8v 02/ 04

GM ASTRA/ZAFIRA 2.0 16V 99/...

FIAT PALIO / SIENA / UNO 1.0 8V FIRE 01/ 08

GM VECTRA 2.0 16V 96/98

FIAT PALIO / SIENA / UNO 1.0 8V FIRE 09/ 11


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PREMIUM aquelas mais específicas como as de giro rápido e utilizadas nas revisões periódicas – filtros, pastilhas, discos etc –, são encontradas facilmente tanto na rede de concessionárias autorizadas como nos distribuidores independentes ou lojas de autopeças. “Pode-se fazer uma cotação de preço e escolher o fornecedor, mas o recomendável é que a qualidade e a procedência também sejam critérios de escolha ou de eliminação. Um bico injetor ou um coxim do motor, por exemplo, você até acha eventualmente no mercado paralelo e por um preço mais em conta. No entanto, o mais seguro é que esse tipo de peça tenha a garantia da montadora”, alerta o reparador, que em aproximadamente 70% das compras opta por distribuidores independentes. Na oficina de Ricardo Brandini, no Ipiranga, a receita é a mesma. “Havendo a segurança da procedência da peça e se sua marca for confiável, o mercado paralelo pode abastecer as necessidades”, confirma. Para Luizinho Bailone, por mais que o distribuidor independente prometa qualidade o reparador precisa ter experiência suficiente para saber que isso nem sempre é garantia suficiente. “Em certas situações, como na necessidade de trocar um coxim do motor, uma junta ou até um amortecedor é bom evitar riscos e optar por peças genuínas”, recomenda. Uma criteriosa cotação de preço, segundo ele, é fundamental, pois pode-se encontrar valores mais

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em conta nas concessionárias. “Eventualmente o distribuidor independente pode oferecer um preço menor, mas também um produto de qualidade inferior”, explica Luizinho. RECOMENDAÇÃO A fama de inquebrável dos veículos Honda, ou de qualque r out r a mont a dor a , nã o resiste a uma investigação tipo pente-fino. Isso porque nenhum veículo funciona bem por um tempo indeterminado sem passar por revisões preventivas periódicas. E, mesmo assim, intercorrências podem acontecer. A prova foi o Honda Civic EXL 2.0 AT analisado nesta matéria. O sedan entrou nas oficinas ostentando a condição de carro inabalável e essa foi descontruída à medida que os reparadores observavam alguns de seus detalhes: coxim do motor, facão da suspensão traseira, vazamento de óleo através de um parafuso do cárter etc. Apesar disso...

“Claro que o Honda Civic EXL 2.0 AT é recomendável. Ele está sujeito a quebrar como qualquer outro veículo, mas está longe de ser uma má compra. A única observação que faço é em relação a seu preço. Um veículo que passa dos R$ 100 mil reais deveria ter mais itens de conforto e segurança”. Wagner Gimenez “Recomendo porque o Honda Civic sempre nos surpreende pela excelente dirigibilidade, boa reparabilidade e exigir pouca manutenção. O conforto é show de bola. Procedendo-se às manutenções preventivas é carro para muito tempo”. Ricardo Brandini “O resultado no teste dinâmico em trânsito urbano e rodoviário mostrou uma entrega muita boa, por isso apoiaria uma decisão de compra. Mas deixo claro que o preço cobrado pelo veículo é alto demais pela quantidade de itens oferecidos. Ele precisaria custar menos ou, então, proporcionar mais”. Luizinho Bailone.



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Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

Teste de compressão relativa de motores de combustão interna com o auxílio da eletrônica. A análise da pressão máxima de compressão pode ser feita tanto via software pela central eletrônica que gerencia o motor ou por alguns osciloscópios analisadores de motor. Ilustrações: Diogo Vieira

Diogo Vieira

C

oncluindo a série de matérias que trata do teste de compressão relat iva , ou seja , t e st e s de c ompr e s s ã o de mot or e s de combustão interna analisando a queda de tensão nos bornes da bateria. Se o reparador não vem acompan hando as matér ias, corre lá no portal Oficina Brasil na internet, acesse as edições passadas e f ique por dentro deste incrível teste que ajuda muito os nossos diagnósticos. Mas antes de prosseguir, faremos uma pequena revisão. Veremos no quadro a seguir a diferença entre o teste que mede o balanceamento de cilindro (método PS – Edição Julho de 2018) e o teste de compressão relativa.

1 Os resultados que aparecem na tela do osciloscópio quando fazemos ambos os testes precisam de uma análise criteriosa nos valores de picos e vales da onda. (Fig.1) Esta análise pode parecer simples para o reparador, entretanto ao mostrar o teste para o cliente, este poderá ter dificuldades para interpretar o sinal. Pensando nisso, elaboramos um procedimento que deixará este

Balanceamento de cilindro - PS

Compressão relativa

O que testa?

Tensão do alternador na marcha lenta

Tensão bateria na partida

Captura do sinal

Bornes de bateria

Bornes de bateria

Usa filtro antirruídos?

Sim

Sim

Regime do motor

Motor em marcha lenta

Motor na partida

Possíveis defeitos

Baixa compressão, falha em injetores, falha ignição, falha no cabeçote

Baixa compressão, falha no cabeçote,

Configuração no Hantek

50mV x 100mS

50mV x 500mS

teste em uma forma fácil de entender e consequentemente ajudando o reparador a vender este serviço. Tudo que precisamos é do programa Excel, um famoso aplicativo do Sistema operacional Windows. VAMOS COMEÇAR? O passo a passo a seguir será feito no osciloscópio Hantek, o mais usado pelos repara-

dores do fórum Oficina Brasil. 3º PASSO 1º PASSO Capture o sinal de compressão relativa, pausando o sinal na tela (Fig.2). Na bar ra de ferramentas superior, clique no botão de CURSOR CRUZADO mostrado pela seta. (Fig.3)

De posse das informações, abra o Excel do Windows. Na pr i mei ra li n ha, digite cad a valor encont rado nos vales, mas atenção!! Se por acaso os valores estiverem negativos, não coloque o sinal de menos na tabela! (Fig.5)

2º PASSO Depois de ter selecionado o cursor, vamos medir quantos Volts tem da parte superior da tela até cada parte baixa do sinal (setas pretas). (Fig.4) Para isso, posicione o cursor exatamente na parte mais alta possível e arraste o cursor pontilhado para cada vale do sinal. Na barra inferior, indicada pela seta verde, os valores são mostrados. Anote cada valor de vale num papel à parte.

Na barra inferior, indicada pela seta verde, os valores são mostrados. Anote cada valor de vale num papel à parte

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4º PASSO

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Clicando em I NSER IR o menu superior, selecione GRÁF ICOS R ECOM E N DA D OS (setas vermelhas). O Excel te indicará um gráfico, entretanto você poderá escolher outros tipos em “TODOS OS GRÁFICOS” (caixa de diálogo à direita). (Fig.6)

Como já foi dito em muitas ocasiões, o osciloscópio automotivo tem o seu software dedicado ao trabalho do técnico na oficina.

5º PASSO

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Depois de ter clicado em ok, você pode alterar o título do gráfico escrevendo “gráfico de compressão do Corsa” ou ainda

8 mudar o design da tabela, deixando mais bonita, (Detalhe em vermelho). Imprima a tabela ou envie por e-mail ao seu cliente, um toque requintado na apresentação do seu serviço. (Fig.7) O OSCILOSCÓPIO AUTOMOTIVO Como já foi dito em muitas ocasiões, o osciloscópio automotivo tem o seu software dedicado ao trabalho do técnico na oficina. Analisaremos abaixo o mesmo teste de compressão relativa, que tem inserido no programa do osciloscópio as barras gráf icas que representam as compressões do cilindro. Mais facilidade para o reparador! Em um veículo Fox 1.0 2014, fizemos a análise de compressão relativa. Desliga mos os i njetores para que o veículo não entrasse em funcionamento, ligamos os cabos e realizamos o procedi-

mento que foi pedido na tela do newtecnoscópio. Obtivemos a imagem em que fica claro que todos os cilindros possuem uma compressão semelhante. (Fig.8) Espera mos que tod as as informações tenham sido úteis aos colegas reparadores. O fórum Oficina Brasil é a vanguarda quando o assunto é diagnóstico avançado com osciloscópio e transdutores. Faça parte também desta história. Acesse agora o Casos de Estudo e fique por dentro do que há de mais moderno no diagnóstico automotivo.

Baixe o leitor de QR CODE, fotografe o código ao lado e leia esse e outros casos de estudo em nosso Fórum. Se preferir, acesse www.oficinabrasil.com. br/forum/16-casos-de-estudo/

Diogo Vieira é Sócio-proprietário da Empresa Automotriz Serviços Automotivos, Fortaleza-CE, Técnico especializado em injeção eletrônica. Formação Senai - Mecânico de aeronaves com CCT células. Instrutor automotivo

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ATENDIMENTO NA REDE PITSTOP: SUA REDE PARA LINHA PESADA

“Consultor OB” é uma editoria em que as matérias são realizadas na oficina independente, sendo que os procedimentos técnicos efetuados na manutenção são de responsabilidade do profissional fonte da matéria. Nossa intenção com esta editoria é reproduzir o dia a dia destes “guerreiros” profissionais e as dificuldades que enfrentam por conta da pouca informação técnica disponível. Caso queira participar desta matéria, entre em contato conosco: redacao@oficinabrasil.com.br

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Eficiência no diagnóstico automotivo reduz o tempo na reparação melhora o faturamento Apresentaremos algumas técnicas e ferramentas da qualidade aplicadas ao setor de reparação a fim de proporcionar conhecimento sobre a condução de procedimentos de diagnóstico Laerte Rabelo

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Fotos: Laerte Rabelo

e s t a m at é r ia va mo s explorar um assunto bastante pertinente aos técnicos do setor automotivo que desejam realizar diagnósticos de forma mais rápida e eficiente, promovendo a fidelização dos clientes e, consequentemente, aumentando sua rentabilidade. (Fig.1)

- As ferramentas que usamos para nossos diagnósticos ou reparos devem ser apropriadas para os

bastante competitivo como o de reparação automotiva. A figura 2 simboliza a relação entre o serviço prestado e a gestão do tempo. (Fig.2) Alguns poderão afirmar que o técnico não poderá se queixar de falta de conhecimento, justificando que nos dias atuais as informações estão por todos os lados, tendo como principal meio de comunicação as redes sociais, assim como a facilida-

1 Por fim, mostraremos um caso real de diagnóstico de falhas, em que foram aplicadas as técnicas e ferramentas da qualidade exemplificando sua eficácia e vantagens sobre o método de tentativa e erro. Você, caro amigo reparador, real mente percebeu qu a nto tempo perde em sua profissão? Já parou para pensar no tempo desperdiçado naquele serviço, no qual o veículo passou 4,5 ou até 10 dias na oficina sem ter gerado nen hu m retor no financeiro? E se pensou, provavelmente, chegou à conclusão que vários fatores como, más decisões, mau treinamento ou falta de equipamentos contribuíram para que isso acontecesse. Isto, invariavelmente, nos faz ficar para trás, em um setor

de de filtrar dados e informações. (Fig.3) Entretanto, esquecem-se de levar em consideração as circunstâncias de cada situação da manifestação das falhas, quem

selecionar as que se aplicam a sua realidade, checar se a fonte é confiável, digeri-la, e finalmente, aplicá-la no dia a dia da oficina. É importante salientar que, a questão de diagnosticar um veículo corretamente vai além do que um mecânico, eletricista ou especialista em injeção eletrônica pode fazer com o simples conhecimento de sua área de atuação. Atualmente você tem que combinar todas as habilidades possíveis para ter um resultado bem-sucedido, deixando o cliente satisfeito e fidelizado. O TRIPÉ DO DIAGNÓSTICO Conhecimento empírico - Como técnico, você precisa reunir um amplo conhecimento de mecânica, eletricidade e eletroeletrônica automotiva, a figura 4 exemplifica esses conhecimentos. (Fig.4) Informação ou base de dados sobre o veículo ou sistema - As diferentes fontes de informação que existem nos dias atuais

3 está passando esta informação, se essa informação é rentável ou não dá o fruto que queremos. Desta forma, para que esta informação seja realmente útil, o técnico precisa ter bastante critério para

4 nos permitem ter muitas opções para escolher onde consultaremos o conhecimento técnico para realizar nosso reparo. (Fig.5) Ferramentas de diagnóstico

na qual são realizados exercícios mentais com a finalidade de resolver problemas específicos.

5 sistemas com os quais trabalharemos, já que muitas ferramentas não têm o escopo necessário para entrar em todos os sistemas e funções. (Fig.6) TÉCNICAS E FERRAMENTAS DA QUALIDADE

Em outras palavras, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa de um indivíduo ou de um grupo - criatividade em equipe - colocando-a a serviço de objetivos pré-determinados. A figura 8 simboliza este processo criativo. (Fig.8) Há 3 principais partes no brainstorming: • Encontrar os fatos;

6 5W1H - É um plano de ação que permite considerar todas as tarefas a serem executadas ou selecionadas de forma cuidadosa e objetiva, assegurando sua implementação de forma organizada. Utiliza-se de acrônimos em inglês, que representam as principais perguntas que devem ser feitas, e respondidas, ao investigar, e relatar, um fato ou situação, sendo aplicável em diversas áreas profissionais. (Fig.7) O acrônimo referência às perguntas que se iniciam (em inglês) por: • Who? (Quem?) • What? (O quê?) • Where? (Onde?) • When? (Quando?) • Why? (Por quê?) • How? (Como?) Brainstorming (Tempestade de ideias) - É o nome dado a uma técnica grupal – ou individual –

8 • Geração da ideia; • Encontrar a solução. Da busca dos fatos na resolução de um problema existem duas subpartes: • Definição do problema; • Preparação. Inicialmente, define-se o problema. Poderá ser necessário subdividir o problema em várias partes. A técnica de Brainstorming funciona para problemas que têm

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CONSULTOR OB muitas soluções possíveis tal como a geração de ideias para o seu diagnóstico. Depois é necessário colher toda a informação que pode relacionar-se com o problema. Geração de ideias por brainstorming, busca da solução, avaliar e selecionar as melhores ideias. Diagrama de Ishikawa (Diagrama de Causa de Efeito) - O Diagrama de Ishikawa, também conhecido como Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama Espinha de peixe, é um gráfico cuja finalidade é organizar o raciocínio em discussões de um problema prioritário, em processos diversos. Originalmente proposto pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa em 1943 e aperfeiçoado nos anos seguintes, o diagrama foi desenvolvido com o objetivo de representar a relação entre um “efeito” e suas possíveis “causas”. Esta técnica é utilizada para descobrir, organizar e resumir conhecimento de um grupo a respeito das possíveis causas que contribuem para um determinado efeito. (Fig.9) Para exemplificar a aplicação destas técnicas no setor automotivo, suponhamos que o proprietário de um veículo chegue em sua oficina com a seguinte reclamação: Luz indicadora de direção no painel

pisca com uma frequência maior que o normal. A partir desta reclamação, o técnico deve elencar todas as perguntas com objetivo de coletar o máximo de informações acerca da anomalia. (Fig.10) Realizada as perguntas e obtendo as devidas respostas, deve-se montar uma tabela com todas as

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12 10 informações a fim de iniciar o procedimento de diagnóstico. (Fig.11) Após obter estas valiosas informações, o reparador deve elencar todas as possíveis causas que podem gerar este tipo de anomalia, veja as principais causas escolhidas. (Fig.12) O próximo passo a ser executado será justificar o porquê da escolha dos itens listados no processo de brainstorming. A figura 13 apresenta a justificativa de cada item. (Fig.13) Para visualizar, sistematicamen-

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te, as causas e subcausas através do diagrama de causa e efeito, a fim de escolher quais os primeiros itens as

serem analisados, inicia-se dos mais simples para os mais complexos. A figura 14 apresenta este diagrama

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com suas principais informações. (Fig.14) Observe que diante das perguntas direcionadas ao proprietário e com as devidas respostas, ficou mais fácil realizar o brainstorming, ou seja, criar uma lista com as possíveis causas da reclamação do cliente. Outro ponto fundamental para a análise de falhas em veículos é a utilização do diagrama de causa e efeito, pois organiza de forma sistemática todas as causas e subcausas que porventura provocariam a anomalia, viabilizando a construção do plano de ação referente aos testes que serão realizados nos componentes ou sistemas. Um item bastante pertinente nesse tipo de anomalia são as perguntas referentes aos últimos reparos que foram feitos no veículo, assim como o local onde foram executados. Em nosso exemplo, a instalação do guincho para reboque poderia, facilmente, ter ocasionado a falha no circuito das luzes indicadoras do veículo, devido ao fato de ao instalar o guincho também é necessário montar a tomada para o circuito das luzes de freio, luzes de estacionamento, e luzes indicadoras de direção para as lanternas do reboque, caso esta instalação seja realizada de forma inapropriada, poderia gerar um mau contato, ou curto-circuito, por exemplo.Até a próxima! Professor José Laerte Rabelo Nobre Filho é Instrutor do SENAICE, técnico em manutenção automotiva, Instrutor Técnico da parceria General Motors e SENAI-CE, Instrutor técnico da parceria Baterias Heliar e SENAICE,e sócio proprietário da oficina L.Rabelo

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Monitor do Sensor dos Gases de Escape de veículos equipados com motores do ciclo Diesel Ilustrações: Humberto Manavella

Este monitor tem por função verificar as operações dos sensores de NOx/O2 e de material particulado, utilizados no sistema de pós-tratamento diesel. Os sensores de NOx/O2 são utilizados com catalisadores SCR Humberto Manavella humberto@hmautotron.eng.br

C

o m o e xe m plo a s e r ut ili za do na a nálise da funcionalidade do monitor, a figura 1a apresenta u ma conf ig u ração genér ica de pós-tratamento diesel com catalisador SCR e f ilt ro de mater ial par ticulado. Nesta primeira parte será apresentada a funcionalidade do sensor de NOx/O2. MONITOR DO SENSOR DE NOX/O2 A título de exemplo para a análise a seg uir, a f ig u ra 1b apresenta o esquemático simplif icado do sensor que é controlado por um módulo eletrônico que troca as informações com a UC do motor através de uma rede CAN dedicada. Basicamente, as informações trocadas são: 1) concentrações de NOx e O2 dos gases de escape e 2) falhas OBDII. Basicamente o que é relevante para a análise a seguir é que o módulo ajusta as correntes Ip1 e Ip2 de forma tal que: O valor instantâneo de Ip2 está correlacionado com a concentração de NOx (câmara 2) e o de Ip1 com a concentração de O2 (câmara 1). O módulo de controle se comunica com a UC do motor através de uma rede CAN dedicada (não compartilhada com out ros d isp osit ivos) e consiste de: - Microcont rolador. Que gerencia a operação do sensor e a comunicação com a UC do motor. - Memória RAM. Para ar-

1A mazenamento de dados temporários obtidos do sensor durante a operação. - Memória EEPROM/ROM. Para armazenamento de dados de calibração obtidos durante o processo de fabricação. - Circuito de controle das correntes Ip1 e Ip2. - Circuito de controle do aquecedor. - Circuito de controle da massa vir tual VM. Sinal de tensão variável utilizado para manter o equilíbrio de O2 na câmara 1. - Sensor de temperatura. Para compensação da dependência de componentes com relação à temperatura. Os sensores de NOx [1] e [2] têm por objetivo o ajuste correto da dosagem de ureia na proporção estequiométrica. Ou seja, injetar a quantidade de ureia para: 1) obter máxima eficiência de conversão de NOx e 2) obter níveis mínimos de amoníaco na saída do catalisador SCR. Em particular, é o sensor de NOx [2] que permite controlar a injeção de ureia em malha fechada. O sensor de NOx pode estar integrado com o sensor de O2 de banda larga num único dispositivo que fornece simultaneamente, a concent ração de oxigênio e dos óxidos de nitrogênio.

CONTROLE DA INJEÇÃO DE UREIA Em função de ser o amoníaco um composto altamente tóxico, o controle da injeção de ureia, na relação estequiométrica, é de fundamental importância. Este controle pode ser feito: - Em malha aberta. Neste caso não há monitoramento da presença de amoníaco na saída do catalisador SCR. Em função disto, a UC, com base na informação de sensores (massa e temperatura do ar admitido e concentração de óxidos de nitrogênio) estima o f luxo de gases de escape e injeta ureia com uma margem de segurança. Isto faz com que a eficiência de conversão de NOx caia para 65%. - Em malha fechada. Neste caso há monitoramento da presença de amoníaco na saída do catalisador SCR. Isto permite ajustar a dosagem d a soluçã o de u reia (Ad Blu e , DE F, A rl a 32) n a relação estequiométrica com o NOx presente nos gases de escape, de forma que, na saída do catalisador, não se verifique nem excesso de NOx nem de amoníaco ( N H3) acima dos limites fixados pela legislação. Ou seja, em teoria, todo o amoníaco é utilizado para reduzir todo o NOx, restando na saída do catalisador, só N2, água e

CO2. Para o controle em malha fechada pode ser utilizado o sensor de NOx ou o de amônia, se presente. Controle de NH3 com sensor de NOx pós-catalisador SCR - O controle é indireto, ou seja, é feito sem medir a concentração real de amoníaco dos gases na saída do SCR. Por outro lado, a interferência produzida pelo amoníaco sobre a capacidade de detecção do sensor de NOx faz com que não seja possível obter a máxima eficiência de conversão oferecida pelo SCR. A estratégia consiste em alterar ciclicamente a dosagem de ureia, aumentando e diminuindo o volume injetado. Os efeitos destas variações são detectados pelo sensor de NOx, a partir do que a UC consegue calcular a concentração aproximada de amoníaco. FUNÇÕES DE MONITORAMENTO 1. Monitoramento de Plausibilidade do Sensor Pré-catalisador - O monitor roda uma vez a cada ciclo de condução, após u m cor te int r usivo da válvula EGR durante a marcha lenta. A figura 2a mostra a evolução da concentração de NOx. - Em função do efeito da recirculação de gases, antes do teste, a concentração de NOx é

baixa e começa a aumentar após o corte de EGR. - Após um retardo de 4 seg. começa o monitoramento que dura 7 seg.; este é o tempo máximo para que a concentração medida supere o limite mínimo. Caso não supere o limite, o código DTC é gravado como “pendente” no primeiro ciclo de condução. No segundo ciclo consecutivo é gravado como “confirmado” e a LIM/MIL é acesa. - O limite mínimo é calculado com base na quantidade i njet a d a e a t empe r at u r a e pressão ambiente. Outro monitoramento realizado é o de faixa de sinal. Continuamente, o monitor verifica os valores máximo e mínimo do sinal de concentração de NOx. O código DTC correspondente é gravado se o valor de concentração informado está fora da faixa determinada pelos valores máximo e mínimo de calibração, durante um tempo máximo permitido. 2. Monitoramento dos Fatores de Adaptação - Os fatores de adaptação para ambos os sensores são calculados durante as desacelerações quando a concent r ação de NOx deve atingir um mínimo. O fator de adaptação é a diferença entre a concentração informada pelo sensor e 0%. O código de falha é gravado se o fator de adaptação está fora da faixa de calibração. 3. Monitoramento da Comunicação ent re Sensor e UC - Este monitoramento tem por função detectar falhas de comunicação entre os sensores e a UC do motor. Continuamente, a UC verifica a freqüência das mensagens recebidas dos sensores. O DTC correspondente é gravado se o tempo entre mensagens sem erro ultrapassa


TÉCNICA

2A o limite de calibração. Neste caso, o código gravado é do tipo Uxxxx. 4. Monitoramento do Tempo de Resposta do Sensor Pós-catalisador - A função do monitor é avaliar como evolui a concentração de O2 com relação à diferença com 21% de O2, na transição da condição de carga estabilizada à condição de desaceleração com cor te de combustível (freio motor)

(fig.2b). O monitor opera na situação em que não está em andamento a regeneração do filtro de particulado. A diferença considerada é: 21% de O2 - Concentração de O2 sob carga. A concentração sob carga é a do ponto A (início da desaceleração). O monitor calcula a concentração de O2 com base na injeção de combustível, a taxa de sobrealimentação e a taxa

de EGR. A concentração de O2 medida é avaliada com base na carga do motor e massa de ar admitida. O código DTC é gravado se a concentração medida está fora da faixa determinada pelo valor calculado mais o fator de adaptação, e o valor calculado menos o fator de adaptação. Os fatores levados em consideração pelo monitor são: 1) t30: É o tempo necessário para que a concentração de O2 medida atinja 30% da diferença. 2) t60: É o tempo necessário para que a concentração de O2 medida atinja 60% da diferença. O código DTC correspon-

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br se o valor de concent ração informado está fora da faixa determinada pelos valores máximo e mínimo de calibração, du ra nte u m tempo má x i mo permitido. Por outro lado, é realizado o monitoramento passivo do nível de atividade do sensor durante a injeção de ureia. Se um pico de aumento de NOx é detectado pelo sensor pré-catalisador, deve ocorrer um aumento no valor de NOx pós-catalisador. O código DTC correspondente é gravado se o valor não atinge o limite mínimo de aumento esperado, i ndicando sensor travado ou com baixa atividade. 6. Monitoramento do Aquecedor - O aquecedor é

1B

2B

dente é gravado se: - O tempo t30 resulta superior a 6 seg. - O tempo t60 resulta superior a 11 seg. - O tempo para passar da concentração de 30% da diferença à de 60% da diferença for superior a 5 seg. 5. Monitoramento de Plausibi l idade do Sensor Pós -catalisador - Continuamente, o monitor verifica os valores máximo e mínimo do sinal de concentração de NOx. O código DTC correspondente é gravado

controlado com um sinal PWM pa r a ma nt e r a t empe r at u r a do sensor na faixa de 780OC a 820OC. A temperatura do sensor é estimada em função da corrente IVM que circula pelo circuito da massa virtual VM. (fig.1b) A UC do mot or e nv ia a mensagem para a ativação do aquecedor quando a temperatu-

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ra dos gases de escape supera a temperatura de orvalho. Por outro lado, o módulo de controle verifica o circuito do aquecedor quanto a falhas elétricas e de desempenho e encaminha o resultado para a UC do motor através da rede CAN dedicada. Para isto, o módulo de controle consegue avaliar a resistência do aquecedor através da corrente que o circula e assim detectar falhas elétricas. Por outro lado um código de falha é gravado se a UC do motor não recebe a mensagem, com a indicação de que foi atingida a temperatura de operação, num tempo máximo de calibração após ter sido ligado o aquecedor (por exemplo, 9 seg.). 7. Monitoramento de Falhas do Módulo de Controle - Este monitoramento permite detectar falhas no módulo de controle, as quais são comunicadas à UC do motor através da rede CAN. São falhas de desempenho, de mensagem inválida recebida da UC do motor ou do valor de calibração do sensor com erro de checagem. 8. Monitoramento do Circuito do Sensor - Este monitoramento tem por objetivo verificar o circuito elétrico do sensor. As falhas detectadas pelo módulo de controle são informadas à UC do motor, através da rede CAN. São falhas no circuito de conexão entre o controlador e o sensor, falha de faixa/desempenho no sensor de NOx, falha no circuito de alimentação e falha de faixa/ desempenho no sensor de O2.

Humberto José Manavella é formado em engenharia eletromecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade de Buenos Aires e Diretor Técnico da HM Autotrônica

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Redes de Comunicação veicular: Princípios de funcionamento e leituras de sinais! Fotos: André Miura

Diagnósticos em falhas de comunicação, quais sinais elétricos você deverá encontrar e quais equipamentos usar nesses testes, veja os fundamentos das comunicações com scanner e entre módulos mais utilizados

André Miura andremiura@chiptronic.com.br

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iagnósticos em falhas de comunicação, quais sinais elétricos você deverá encontrar e quais equipamentos usar nesses testes, veja os fundamentos das comunicações com scanner e entre módulos mais utilizados Com os avanços da tecnologia nos veículos, os objetivos que sempre se quis alcançar são melhor controle da combustão, maior conforto para o condutor e redução de falhas nos componentes. Para se ter melhor controle da combustão, tornou-se necessário que cada vez mais módulos eletrônicos no veículo tivessem acesso rápido às informações de periféricos, como por exemplo, os sensores. E para contribuir com sistemas que visam ao conforto do condutor, os diversos módulos precisam trocar informações de maneira confiável e rápida. Porém, tais objetivos trariam aumento na quantidade de cabos e conectores. Por isso, os sistemas de comunicação mais modernos diminuíram a quantidade de cabos e conectores que são fonte de grande parte dos defeitos nos veículos. (Fig.1) Além dessas necessidades, todas essas informações precisam ser visualizadas em um scanner de diagnóstico para que seja possível o diagnóstico e soluções de problemas. Devido a todas essas necessidades, as montadoras desenvolveram diversos sistemas e protocolos de comunicação entre Módulos que evoluíram e sofreram muitas mudanças no passar dos anos. Nessa matéria, abordaremos apenas dois sistemas que são bem conhecidos e que se ouve falar bastante no dia a dia da oficina: a linha K e a rede CAN.

1 LINHA DE COMUNICAÇÃO K A comunicação K line, embora mais limitada do que o sistema CAN, ainda é utilizada em vários veículos para a comunicação com scanner de diagnóstico. Essa finalidade combina bem com as características de K line, que trabalha com princípio Master / Slave, no qual uma unidade eletrônica trabalha como “mestre”, fornecendo informações que coletou de uma comunicação entre módulos, e enviando essas informações para uma unidade “escrava” que recebe os dados que solicitou, apenas quando houver essa solicitação. Como exemplo, pode-se considerar a comunicação entre um Módulo do motor (Mestre) e um scanner de diagnóstico (escravo). (Fig.2) A comunicação K line é feita com apenas um fio. De maneira simples, podemos definir como principal diferença

entre a comunicação K e outras mais modernas como a CAN o fato de que para que existam pacotes de dados trafegando em uma comunicação K deve haver uma solicitação, ou seja, uma pergunta. Somente assim haverá uma reposta. No exemplo a seguir, consideraremos um veículo diesel que trabalha com linha CAN entre módulos mas que usa K line para comunicação com scanner de diagnóstico.

maneira no veículo, no conector de diagnóstico e devem ser medidos com o auxílio de um osciloscópio. Perceba que apenas com solicitações de leituras teremos “pacotes” de dados trafegando, tornando essa comunicação de baixa velocidade e permitindo uma quantidade de dados menor. Tais “pacotes” de dados são recebidos pelas placas eletrônicas envolvidas como medidas de tensão. Partindo de uma tensão positiva contínua, devemos ter quedas que chegam a 0V, caracterizando sinais digitais sempre em positivo máximo ou 0V. Tais sinais digitais são conjuntos de infor mações solicitadas que serão interpretadas em 0s e 1s binários, porém precisam ser conver tidos em medidas de tensão para trafegar em um fio elétrico. (Fig.3) (Fig.4)

A comunicação entre os diversos módulos do veículo através da rede CAN torna possível a coleta de dados de diversos sensores e atuadores pelo Módulo do motor. Por sua vez, ao solicitarmos essas informações ao Módulo do motor, ele transmitirá o que recebeu da CAN entre módulos pela comunicação K com scanner. LINHA DE COMUNICAÇÃO CAN A linha CAN é muito utilizada na comunicação entre módulos. Com o desenvolvimento da CAN, é possível que vários módulos se comuniquem entre si, “jogando” em uma rede comum informações que cada um recebeu de seus respectivos sensores e periféricos, para que todos os módulos possam ter acesso a

TESTE PRÁTICO DOS SINAIS DE LINHA K Para esse teste em bancada usaremos um simulador de centrais (para que o Módulo do motor aja como o “mestre”) e um scanner de diagnóstico conectado a ele para as solicitações de leituras. O módulo utilizado é um EDC7 com diversas aplicações na linha diesel. Os sinais que foram coletados podem ser observados da mesma

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TÉCNICA essas informações se forem necessárias a eles. Assim, diferente da linha K, a linha CAN funciona com princípio “Multimaster”, em que todas as unidades eletrônicas agem como mestres e podem adicionar ou coletar informações

magnéticos gerados por outros componentes, etc. Esses dois fios são denominados CAN H (High) de nível lógico alto e a CAN L (Low) de nível lógico baixo. Após a ignição ligada e todos os módulos energizados, temos to-

5 da rede de acordo com sua prioridade e utilidade. (Fig.5) A linha de comunicação CAN é composta por dois fios trançados para oferecer proteção contra interferências elétricas vindas de outros fios, campos

das as informações já trafegando na rede de maneira bidirecional, ou seja, tanto High quanto Low têm pacotes de dados saindo e entrando dos diversos módulos. Para que seja possível transmitir tantas informações por

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apenas dois f ios de maneira bidirecional em cada um deles, as informações precisam ser em forma de códigos binários, sendo um bit a unidade mínima de informação que pode ter o valor de 0 ou 1. Para que códigos binários sejam transmitidos por um fio elétrico eles devem ter um valor em tensão. Realizar essa conversão é a função do transceptor ou decodificador de CAN. Esse componente está presente em cada Módulo eletrônico conectado à rede. Por isso, quando realizamos as medições na rede CAN com um osciloscópio, é possível enxergar medidas de tensão que estão sempre em tensão máxima positiva ou em 0V, o que caracteriza um sinal digital. (Fig.6) O que define a velocidade dos pacotes de dados na rede, as prioridades desses sinais e os tamanhos de cada pacote de dados é o Protocolo da rede. Diferentes protocolos podem ser usados pelas montadoras e podemos

também encontrar diferentes protocolos em um mesmo veículo. Um exemplo de protocolo muito conhecido é o SAE J1939. TESTE PRÁTICO DOS SINAIS DE CAN Vejamos um teste prático utilizando um osciloscópio, novamente nas mesmas condições do teste anterior. Porém, veremos agora os sinais de comunicação CAN entre módulos com dois canais do osciloscópio. O sinais da CAN são de alta velocidade, bem maior do que a comunicação K. Portanto, devemos regular o osciloscópio na escala de tempo de microssegundos, para que seja possível visualizar de maneira clara os pacotes de dados dos sinais digitais. (Fig.7) Diferentemente da linha K, a CAN possibilita informações trafegando na rede apenas com a ignição do veículo ligada e sem a necessidade do scanner realizar “perguntas” para gerar “respostas”. Os módulos da rede trocam informações constantemente. O teste correto da CAN é feito com um osciloscópio, devemos analisar a conformidade da rede (deve ser es-

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pelhada) e se existem os dois sinais sem interferências ou deformidades. Para identificar a CAN High ou CAN Low, basta analisarmos as amplitudes de tensão dos sinais, sendo que a CAN High deve ser mais alta que a CAN Low. No exemplo, a High teve aproximadamente 4V e a Low 2,5V, perfeitamente espelhadas. A regulagem de tempo para que os sinais fossem bem visíveis foi de 20 ms. Conclui-se que as linhas de comunicação K são limitadas em relação à CAN, porém ainda são utilizadas para funções mais simples como as de comunicação com scanner de diagnóstico. Porém, vale lembrar que a grande maioria dos veículos modernos utiliza a comunicação CAN não apenas para comunicação entre módulos mas também para comunicação com scanner de diagnóstico. Isso possibilita maior confiabilidade nas leituras e maior número de informações possíveis por pacote. Reparador automotivo, invista em conhecimento na área de eletrônica embarcada e equipamentos de medição avançados para efetuar diagnósticos mais precisos e confiáveis!

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André Miura é Diretor e proprietário da Chiptronic Tecnologia Automotiva

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AR-CONDICIONADO

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Lavagem e Limpeza do Sistema do Sistema de Ar-Condicionado precisa ser feito com frequência Uma vez que um sistema de climatização tenha sido contaminado ou tenha sofrido uma reparação, a parte mais importante do serviço para restaurar o desempenho do ar-condicionado é a limpeza Antonio Gaspar de Oliveira agaspar@hotmail.com

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lavagem é realizad a para remover toda a contaminação (sujeira) do sistema. A menor partícula de contaminação pode causar restrição e problemas para um bom funcionamento do novo compressor. Basta uma quantidade mínima de detritos para rest r i ngi r complet amente o f luxo do gás refrigerante e óleo no sistema do ar-condicionado. O compressor deve ser lubrificado em todos os momentos e é a única parte móvel no sistema inteiro e esta é a única razão para o óleo no sistema. O óleo fica circulando em todo o sistema, isso significa que todos os componentes (condensador, mangueiras, tubos, evaporador, secador, acumulador) têm algum revestimento de óleo internamente. Se alguma sujeira, detritos ou contaminação ocorreu no sistema todos os componentes são afetados. Removendo o óleo e o f ilme de óleo dentro dos componentes, toda a contaminação do sistema será eliminada. É o óleo que atrai e retém contaminantes dentro do sistema. Removendo o óleo antigo, estará removendo também a contaminação. O sistema do ar-condicionado deve ser lavado sempre que

o compressor for substituído ou removido e sempre que houver i ndicação de cont am i nação dentro do sistema. Crie o hábito de remover e inspecione o tubo de orifício (se o sistema estiver equipado). A tela do filtro de entrada do tubo do orifício revela a condição do sistema. Qualquer detrito ou material estranho encontrado no tubo de orifício, sugere procurar outras indicações de contaminação. (Fig.1)

vel limpar corretamente e pode ser substituído. (Fig.6)

4 2

Nunca lave o compressor. (Fig.5)

(Fig.2) 2. Secadores e acumuladores: Secadores e acumuladores devem ser substituídos quando lavar o sistema (Fig.3)

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1 Como lavar: 1. Remova o gás refrigerante; Recupere todo o refrigerante de acordo com as exigências legais; 2. Desmonte o sistema e remova os componentes que não estão sendo lavados. Componentes que nunca devem ser lavados 1. Válv ulas de Expansão Convencionais e Tipo Bloco: A válvula tipo bloco nunca deve ser lavada e se houver uma restrição nesta válvula, terá que ser substituída por uma nova.

3 3. Tubo de orifício Os tubos de orifício existem em cores diferentes, dependendo da aplicação. Nota: nem todos os sistemas estão equipados com tubo de orifício. O tubo de orifício deve ser substituído sempre que o sistema for lavado. (Fig.4) 4. Compressor

Desmontar os componentes do sistema que serão lavados Para obter o melhor resultado, cada um dos componentes do sistema deve ser lavado individualmente. Fa ze ndo isso, for ne ce r á melhores resultados e será realmente mais rápido. Lavar a parte mais alta do sistema e as mangueiras conectada ao compressor. Portanto, lave o seguinte: 3.1. Mangueira do compressor para o condensador (se esta mangueira incluir um conjunto de silenciador, o silenciador deve ser substituído) 3.2. Condensador, a maioria dos modelos pode ser lavada. Dependendo da contaminação e dos detritos dentro do condensador, pode ser impossí-

6 Para melhores resultados ao lavar um condensador, remova-o do veículo. Adicione quantidades suficientes de produto de limpeza e balance o condensador para ajudar a lavagem e soltar o óleo e contaminantes em todo o condensador. Depois deste procedimento, verifique se removeu todos os contaminantes. 3.3. Mangueira do condensador para o secador e, em seguida, a mangueira do secador para a válvula de expansão ou para o tubo de orifício. Isso vai depender do modelo do sistema. Se for uma contaminação severa (óleo escuro ou preto), recomenda-se também lavar o evaporador. Lavar também a mangueira de sucção ligada ao compressor. 3.4. Evaporador. Ao lavar o evaporador (somente em casos extremos de contaminação grave), é necessário remover do veículo de modo que o componente possa ser manipulado para mover o solvente durante todo o proces-


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AR-CONDICIONADO so e permitir a drenagem completa de todo o óleo e solvente de limpeza. Devido ao modelo e conf igurações de evaporadores, é quase impossível “soprar” todo o óleo e lavar quando estão montados no veículo. Após lavagem vigorosa, deixe o evaporador aberto para a atmosfera por pelo menos 24 horas. Deixando um f luxo aberto de gás pressurizado (ar ou nitrogênio) que passa pelo evaporador, ajudará a evaporar qualquer solvente que possa estar preso. Sempre que lavar o evaporador, planeje aspirar o sistema por pelo menos 2 ou 3 horas. (Fig.7)

7 4.Iniciando a limpeza Dependendo da maneira utilizada, comece por colocar um pouco do agente de lavagem no componente. Use gases pressurizados (ar seco ou nitrogênio) para empurrar o agente de lim-

peza no componente. Certifique-se de executar o mesmo procedimento de limpeza em ambas as direções, várias vezes em cada componente. Depois de lavar um componente, deixe-o aberto ao ar por pelo menos 1 hora para ter certeza de que o agente de lavagem foi evaporado. Em caso de dúvida, lave novamente o componente em ambas as direções. 5. Remontagem / substituição de componentes Remontar todos os componentes. Secadores ou acumuladores de reposição devem ser instalados por último, pouco antes do vácuo. Utilizar anéis de vedações novos ou juntas pa r a ca d a conexã o que foi desmontada. Ao instalar novos anéis ou gaxetas, não use óleo PAG ou ESTER para lubrificação do selo. Estes óleos são muito higroscópicos (atraem umidade) e aplicá-los a vedações em uma junta pode causar fer r ugem ou cor rosão nessa junta. Sempre use lubrificantes projetados para vedar os anéis. 6. Purgar o sistema Para obter os melhores resultados, uma vez que o sistema é montado, mas antes de ser

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completamente selado, pu rgar o sistema com nitrogênio. Usando uma pistola de ponta de bor racha com a pressão de nitrogênio ajustado entre 5,0 - 7,0 bar, sopre nitrogênio através do sistema. Isso ajudará a eliminar qualquer umidade que ficou no sistema após a lavagem, e também ajuda a reduzir a quantidade total de tempo necessária para atingir o vácuo profundo. (Fig.8)

8 7. Vácuo, teste de vazamento e recarga Com o sistema completamente montado, inicie o vácuo. Vácuo profundo deve ser puxado por pelo menos uma hora em qualquer sistema que tenha sido lavado. Quando o evaporador for lavado, recomenda-se

aspirar por pelo menos 2 horas. Uma vez que o vácuo tenha sido atingido, um método rápido que pode usar para o teste de vazamento é verif icar se o sistema possui vácuo. Este método não é 100% confiável porque muitos vazamentos nos sistemas vazarão sob pressão, mas não sob vácuo, só é necessário o vácuo por um curto período de tempo e observe os medidores. Se houver uma redução de vácuo, é possível que ainda haja umidade no sistema ou haja vazamento. Q u a ndo o vá cuo est ive r concluído, inicie a carga de gás refrigerante. Realize um teste de vazamento em todas as juntas que foram desmontadas. Pode usar u m det e ct or de va z a me nt o eletrônico ou detergente para mostrar a menor bolha no ponto do vazamento. Ao recarregar, use sempre as especificações para quantidades de gás refrigerante. Uma vez recarregado, antes de ligar o ar-condicionado, gire manualmente a embreagem do compressor pelo menos 10 vezes. Isso garantirá que qualquer líquido (gás refrigerante e óleo) seja removido lentamente do

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Cuidado! Sempre use proteção para os olhos ao realizar manutenção em sistemas de arcondicionado compressor, e não sofrerá um calço hidráulico quando ligar. É importante monitorar as leituras do manômetro quando o sistema for ligado. 8. Óleo Use somente o óleo recomendado pelo fabricante do veículo. Cuidado! Sempre use proteção para os olhos ao realizar manutenção em sistemas de ar-condicionado. O gás refrigerante no sistema de ar-condicionado está sob pressão. A liberação acidental ou prolonga d a de qu alquer gás refrigerante pode causar ferimentos pessoais ou danos materiais. Antonio Gaspar de Oliveira é Tecnólogo agaspar@hotmail.com

TODOS OS CONTEÚDOS ESCRITOS POR COLABORADORES PUBLICADOS EM NOSSO VEÍCULO SÃO DE INTEIRA E TOTAL RESPONSABILIDADE DOS AUTORES QUE OS ASSINAM.

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AR-CONDICIONADO

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Segurança na manutenção do ar-condicionado é uma exigência obrigatória durante o serviço Fotos: José Martins Sanches

Não basta conhecer os serviços desenvolvidos na oficina, é preciso também ter a conscientização do uso de equipamentos de proteção individual e saber o grau de risco ao utilizar produtos inflamáveis José Martins Sanches www.climaq.net.br

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ecentemente vimos postagens sobre mais dois incidentes nas redes sociais e um deles foi a explosão de um Fox no distrito Federal no qual estavam fazendo higienização com estas “granadas” comumente vendidas no mercado. (Fig.1) A outra foi a explosão de uma gar rafa destas de fazer f lushing em ar-condicionado, o mecânico usava um compressor de geladeira para fazer a pressurização. (Fig.2) O uso de EPIs como óculos de segurança, luvas e principalmente obser var as reco mend a ções dos fabr ica ntes dos equipamentos e produtos são f u nd a ment ais pa ra que evitemos acidentes que além de causar danos materiais pode causar ferimentos em pessoas, podendo até ser fatais. (Fig.3)

1 A seguir daremos alguns exemplos de procedimentos que são comuns em algumas oficinas, durante os quais estamos correndo riscos de acidentes sérios: Uma prát ica comu m é a higienização com produtos químicos que são nebulizados nos dutos de ventilação do veículo e a grande maioria contém álcool ou algum produto inf lamável.

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O perigo é que o motor destes ventiladores internos utiliza coletor e porta-escovas que ficam expostos e dependendo do estado deste motor, caso esteja com folga no eixo, escovas muitos gastas ou problemas no enrolamento, pode provocar faíscas em excesso podendo ocorrer um arco voltaico. (Fig.4) Diante deste cenário já podemos imaginar o que pode

4 ocorrer, pois temos um veículo fechado, cheio de produto inf lamável em forma de uma névoa e uma fonte de ignição. Estes higienizadores em spray são mais perigosos ainda pois têm também o propano como propelente, que é altamente inf lamável. Particularmente não me arrisco a usar estes tipos de produtos em minha oficina, mas

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para aqueles que mesmo com estes alertas querem continuar usando, recomendo deixar frestas nos vidros e alguma porta só encostada sem estar nem na primeira trava de fechadura para que caso ocorra a ignição deste produto a expansão dos gases da combustão não destrua o veículo e também evitar ficar perto do veículo enquanto faz o procedimento. Uma boa opção é usar produtos que não tenham na sua composição elementos inflamável na sua composição e outra opção muito usada hoje é o uso da oxisanitização (higienização feita com o ozônio) muito eficiente e totalmente ecológica, sem risco para o meio ambiente e para as pessoas. Outra prática comum é de pressurizar o sistema de ar-condicionado com ar compri-


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AR-CONDICIONADO mido em busca de vazamentos e a Dupont, que é um dos maiores fabricantes de gás refrigerantes do mundo, condena esta prática na sua ficha técnica de segurança do gás refrigerante R134a. Veja o que está na ficha com relação a isto: “Esta substância não é inflamável no ar a uma temperatura ATÉ 100°C (212°F) em pressão atmosférica. No entanto, misturas desta substância com altas concentrações de ar a pressão e/ ou temperatura elevada podem se tornar combustíveis na presença de fonte de ignição. Esta substância também pode se tornar combustível em um ambiente enriquecido de oxigênio (concentrações de oxigênio maiores do que o ar). Se uma mistura contendo esta substância e ar, ou esta substância em uma atmosfera rica em oxigênio, se tornar combustíveis depende da inter-relação de temperatura, pressão e proporção de oxigênio na mistura. Em geral, não se deve permitir a existência desta substância com o ar acima da pressão at mosférica ou em altas temperaturas, ou em um ambiente rico em oxigênio. Por exemplo, esta substância não deve ser misturada com o ar sob pressão para teste de vazamento ou outros fins.” Como sabemos, mesmo depois de realizada a remoção do gás refrigerante, o sistema ainda libera um pouco de gás que está impregnado principalmente no óleo lubrificante, além da recomendação de não usar o ar comprimido pela umidade que tem no ar atmosférico. Tem alguns mecânicos que trabalham com ar-condicionado que usam filtros secadores para reter a umidade do ar para não contaminar o sistema em que está sendo feita a manutenção

mas, pelos testes que eu f iz com medidores de umidade, foi constatado que dependendo da época e com a quantidade de umidade no ar, tem que trocar o filtro secador com mais frequência, o que torna mais caro que a utilização do nitrogênio, sendo que uma das reclamações para não utilizar o nitrogênio é justamente o custo dele. Pa r a q u e m q u e r me s mo a ssi m c ont i nu a r u s a ndo a r comprimido para este fim, recomendamos efetuar um vácuo no sistema de no mínimo 30 minutos para que evapore todo resíduo do gás refrigerante que possa ter dentro do sistema antes de pressurizar. Vejo também que usam estes motores de geladeiras para este fim sem reguladores de pressão e sem uma válvula de segurança, ficando este controle da pressão toda para o operador do equipamento que em um descuido qualquer, pode exceder a pressão e causar algum dano ao veículo ou ao equipamento e até mesmo causar acidentes. (Fig.5) Aqueles mecânicos que querem continuar usando compressores de geladeira, recomendamos que adaptem pulmões (reservatório de ar), pressostato e uma válvula de segurança. O cilind ro de nit rogênio também nunca poderá ser utilizado sem um bom regulador de pressão, pois dentro destes cilindros temos pressões que podem chegar próximas de 200 bar quando cheios e os reguladores oferecem toda segurança necessária. Outra prática que não podemos mais fazer nos veículos atuais é pressurizar o sistema com pressões às vezes que passam de 350 psi, temos de tomar cuidado porque as culturas de manutenção de alg uns anos atrás não se aplicam mais nos

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5 veículos modernos e um dos motivos é que hoje os evaporadores têm formatos não tubulares como os antigos e paredes que chegam a ter menos de 0,4mm, o que os tornam muito frágeis e facilmente deformáveis sob pressões elevadas. (Fig.6) Sem contar que testar estes

6 evaporadores fora do veículo com pressões tão elevadas pode causar acidentes e não vejo a razão do uso de pressões tão elevadas nestas porque no sistema a pressão mais alta que este componente recebe é quando o ar-condicionado está parado e para ela chegar próximo de 120 psi tem de estar um dia muito quente e se houve vazamento no evaporador ela ocorreu a uma pressão inferior a esta. Dois motivos para usarmos uma pressão mais baixa em testes de vazamentos: 1) Outro componente pode ser danificado como as válvulas de expansão tipo block, pois

esta pressão na linha de baixa ataca diretamente a membrana da câmara termostática dela, fazendo com que ela deforme e perca a calibração de fábrica, tornando deficiente ou mesmo até inoperante. 2) O selo do compressor é um componente que às vezes só vaza com pressão bem menor pois quanto mais pressão em cima dele mais comprime os retentores contra o eixo, fazendo que ele pare de vazar, pois normalmente vaza dinamicamente quando a pressão da câmara dianteira de compressor está com pressões abaixo de 40 psi. A l i n h a de alt a pre ssã o está preparada para receber pressões mais que 450psi, mas vamos raciocinar... se tiver vazamentos vai vazar em qualquer pressão, só vai demandar mais tempo para percebermos a queda de pressão, minha recomendação é que use uma pressão mais baixa, aqui em nossa of icina padronizamos 120 psi, é uma pressão segura, economiza nitrogênio e não corre o risco de danificar nada, principalmente os manifolds que estamos usando para fazer testes, já que no manômetro

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de baixa na maioria deles tem graduação até 120 psi. (Fig.7)

7 Quando comprar garrafas de aplicação de produtos para flushings procure verificar no manual delas a pressão que você pode estar aplicando e dê preferência por garrafas que tenham válvulas de segurança e nunca usar elas em uma fonte de geração de pressão seja qual for, sem um controle preciso de pressão, porque em algum momento alguém pode se descuidar e provocar um acidente. (Fig.8) As botijas de gás refrigerante ou de 141b sempre devem ser armazenadas em locais ventilados e livres da exposição solar e manipular sempre com luvas e óculos de segurança e nunca em locais confinados.

8 José Martins Sanches é Técnico eletrônico (CREA 0681934404) e Proprietário da empresa Climaq

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SERVIÇOS E UTILIDADE



INFORME PUBLICITÁRIO

ADITIVOS PARA RADIADORES Aditivos para Radiadores Koube são os componentes principais do líquido que circula nos sistemas de arrefecimentos automotivos promovendo a troca térmica. A solução arrefecedora apresenta duas funções específicas: a primeira é a modificação das temperaturas de congelamento e fervura do fluido. A segunda é uma completa proteção anticorrosiva das partes metálicas, podendo ser Sintética ou Orgânica. Alteração das temperaturas de congelamento e fervura do fluido A água, como toda substância pura, apresenta propriedades físicas constantes, por exemplo, ponto de fusão (congelamento) a 0 ºC e ponto de ebulição (fervura) a 100 ºC. A adição de qualquer substância não volátil a esse solvente altera essas temperaturas, são as chamadas propriedades coligativas da matéria. Os aditivos para radiadores automotivos possuem em sua composição glicóis, que são substâncias inertes e estáveis que promovem uma acentuada melhora nas propriedades coligativas do fluido, reduzindo a temperatura de fusão (congelamento) de 0ºC para cerca de -30ºC e elevando a temperatura de ebulição (fervura) de 100ºC para temperaturas superiores a 165ºC. Essas características asseguram

sua qualidade e eficiência em diversas condições de operação. Proteção Anticorrosiva dos componentes metálicos do sistema Os Aditivos para Radiadores Koube promovem uma proteção efetiva para todo o sistema de arrefecimento automotivo contra a corrosão, cavitação, oxidação do conjunto de partes metálicas, evitando também o ressecamento de partes não metálicas, tais como reservatórios, mangueiras, entre outros, prolongando com isso a vida útil dos motores. Para isso contam com os chamados Pacotes Anticorrosivos, que são um conjunto de substâncias que

têm a propriedade de impedir a troca de elétrons entre os metais e o meio, evitando a oxidação espontânea dos mesmos. Além de manter uma reserva alcalina estável, o que não permite variações de pH (acidez ou alcalinidade) na solução, dando estabilidade química à mistura. Os aditivos Koube contam com pacotes anticorrosivos exclusivos e fabricados através da tecnologia de Reatores de Alta Temperatura e Pressão que nos oferece o pacote exclusivo Inotech K-18H para aditivos Orgânicos e Inotech K-18S para aditivos Sintéticos. Os anticorrosivos Koube são substâncias químicas inertes de alta tecnologia e última geração que têm a capacidade de se interpor em forma de película nanométrica, formando um revestimento protetivo entre os metais e o meio aquoso em que se encontram, impedindo a troca eletrônica e conseqüente oxidação dos materiais. São capazes de permitir uma completa proteção dos diferentes metais e outros compostos que compõem os sistemas de arrefecimentos automotivos atuais. Portanto consideramos os Aditivos Koube como a melhor tecnologia química para a proteção do seu veículo.




#JUNTOSRESOLVEMOS

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O

Fórum do Jornal Oficina Brasil se consagra entre os reparadores como o maior sistema de troca de informações entre profissionais do país! São mais de 130 mil profissionais cadastrados debatendo, dando dicas e sugestões para resolver os problemas mais complicados. Participe você também! Para tanto, basta cadastrar-se em nosso site (oficinabrasil.com.br). Um dia você ajuda um colega e no outro é ajudado! Confira abaixo os casos que mais se destacaram neste mês.

Fotos: Divulgação

Tucson automática Fluence não liga ao acionar a ignição apresentando códigoP-0743

a ocorrer. A segunda suspeita seria do sensor de temperatura de óleo estar danificado. Dessa forma, faria com que o TCM (módulo de controle de transmissão) desligasse o solenoide de quarta marcha e o defeito se apresentasse. No tópico do Fórum aberto pelo reparador, um companheiro de profissão comentou que já pegou um Renault Fluence com o mesmo código de falha, acusando conversor de torque. Depois de realizar diversos testes, ele descobriu que o defeito estava na sonda lambda, pois, os sensores do motor têm influencia no conjunto Powertrain do veículo. Foi um ótimo comentário, mas infelizmente não se tratava do mesmo defeito do Tucson. Solução: Após quatro dias com o veículo na oficina, o reparador resolveu substituir o módulo do controle de transmissão como teste e concluiu que o defeito havia sido sanado. O real defeito era o módulo. Após a reprogramação do mesmo pelo profissional de eletrônica, o veículo foi entregue ao cliente. “Este canal Fórum é extremamente importante para nós reparadores. Precisamos aumentar a divulgação dos nossos serviços por aqui, pois, só temos a ganhar com as informações postadas.” Disse o reparador do Fórum depois das belas dicas recebidas.

possui uma tecnologia chamada Keyless, um sensor instalado na região próxima à porta do motorista. Este sensor reconhece o código que está na chave por meio de ondas do rádio emitidas a partir de um pequeno gerador. O motorista se aproxima do veículo e o destravamento das portas acontece assim que ele puxa a maçaneta. Para ligá-lo, o painel conta com um botão específico para esta ação chamado de Start/Stop. Ao apertá-lo, um novo reconhecimento da chave é feito automaticamente, ligando o automóvel. Portanto, são necessários conhecimentos específicos deste sistema. Solução: Antes de realizar as últimas dicas sugeridas, o reparador já havia solucionado o caso. Ele decidiu substituir a trava elétrica do volante e realizar a codificação da mesma, ele viu este procedimento por meio do Youtube. Depois da codificação o veículo voltou a funcionar.

Polo 2.0 com aceleração incorreta Defeito: Este modelo da Volkswagen, equipado com o motor 2.0, chegou à oficina com um defeito intermitente. Segundo o cliente, o veículo acelera sozinho e às vezes morre quando está em movimento. Tem dias que o veículo não apresenta nenhum defeito. Diagnóstico: De cara o reparador suspeitou do corpo de borboleta danificado, porém, antes de substitui-lo decidiu acessar o sistema do carro com o scanner e verificar se havia falhas. Nenhuma avaria foi apresentada. Mais um indício que poderia ser o corpo de borboleta o problema. Antes de comprar um novo componente decidiu testar outros componentes para ter certeza, pois, se tratava de um item custando 1.500,00 reais.

Divulgação

Defeito: O cliente levou seu veículo para a oficina pelo fato de apresentar alguns sintomas bem estranhos nos últimos dias. “Meu carro de vez em quando trava o câmbio em terceira marcha, só consigo continuar meu trajeto desligando a ignição e ligando novamente”. Disse ele. Diagnóstico: Segundo o reparador, o veículo atinge a terceira marcha e entra em modo de segurança, o câmbio trava e gera o código P–0743 (Circuito de embreagem do conversor de torque). O câmbio já foi todo revisado, efetuada a troca de óleo, portanto, não se trata de um problema mecânico. A suspeita inicial dita pelo reparador seria do conector de chicote que entra para o câmbio e os solenoides estarem danificados. Depois da verificação pelo teste de continuidade constatou que estava tudo em ordem. Com o multímetro, ele conferiu o módulo de transmissão e concluiu que estava cortando os 12 v que alimentam o solenoide da quarta marcha e por isso ocorre o travamento da terceira. Quando o defeito ocorre, basta desligar a ignição, aguardar cinco segundos para ligá-la novamente, e o funcionamento volta ao normal. Porém, alguns minutos depois conduzindo o veículo, o defeito volta

Defeito: Equipado com motor 2.0, este veículo chegou à oficina guinchado, pois, não dava partida. Segundo o proprietário, o veículo demonstrou este sintoma do dia para noite. Ao inserir o cartão de ignição e acionar a partida por meio do botão star stop, o carro não dá sinal de partida. Apenas aparece a mensagem no painel “vire a direção + start”. Diagnóstico: O reparador iniciou os testes verificando cada fusível e rele de ignição, mas nada fora do comum foi apresentado pelo

multímetro. À procura de mais dicas para chegar até a solução, resolveu acessar seu Aplicativo Fórum Oficina Brasil e abrir um tópico sobre a situação do veículo. Um colega de profissão comentou que já pegou o mesmo veículo com o mesmo defeito, e se deparou com o fusível danificado ao lado da bateria. Ótima dica, porém nesta situação todos os fusíveis estavam bons. Outro reparador sugeriu que ele checasse a tensão da bateria, porém, se tratava de uma bateria seminova e os parâmetros pelo multímetro estavam normais. Após a realização dos testes, só ficou pendente analisar as centrais e conectores elétricos, pois a suspeita é de estar com mau contato ou em curto. Outro colaborador do Fórum relatou que este modelo da Renault

Alguns usuários do Fórum sugeriram a verificação do sensor de velocidade e também os aterramentos. Outros colegas de profissão relataram que geralmente este defeito ocorre por conta de mau contato no chicote e no sensor de rotação. Depois de todos os testes no sistema elétrico nada incomum foi

apresentado. Solução: O reparador conseguiu uma TBI emprestada e decidiu substitui-la para teste. Nas partidas e testes de rua o carro se manteve estável e ótimo para a condução. Realmente o defeito estava neste componente e foi necessária a compra de um novo.


DIRETO DO FÓRUM

Outubro 2018 • oficinabrasil.com.br

Ford Ka 2010 sem aceleração Fotos: Divulgação

Volvo XC60 fervendo ao pegar trânsito

Divulgação

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Defeito: O dono deste veículo chegou à oficina às pressas, pois, reparou que sempre ao pegar um trânsito intenso aparece a mensagem de superaquecimento no painel. Andando normal o carro não entra em superaquecimento, somente no trânsito. Diagnóstico: O reparador iniciou o reparo fazendo o teste de vazão nos cilindros, e checando as velocidades das ventoin has. Estavam dent ro dos parâmetros e funcionando normalmente. Porém, o defeito ocorria constantemente. Para ter certeza, ele decidiu substituir a válvula termostática e aparentemente o defeito havia se resolvido, mas, 20 minutos depois ocorreu novamente.

Em busca de mais dicas sobre este fenômeno, decidiu relatar este caso no Fór um Of icina Brasil. Alguns reparadores sugeriram a verificação do sistema de arrefecimento inteiro. Se o fluido estava limpo e com aditivo. Se a própria tampa do radiador não estava com defeito, etc. Essas falhas geralmente ocorrem em radiadores com impurezas. O reparador complementou que realizou a limpeza geral do sistema, colocou aditivo de qualidade, verificou a bomba d´água e aplicou a limpeza. Após esses reparos, o carro ficou ligado na oficina até esquentar e não demonstrou mais a falha, porém, ao sair da oficina

e pegar um trânsito leve, voltou a ferver. Solução: De pois de ssa s ações, ele conversou com o cliente, e explicou os riscos de apresentar este sintoma. Foi decidido substituir o conjunto inteiro do radiador. O módulo das ventoinhas estava entrando em curto, devido puxar muita carga e não ter resultado, as ventoinhas estavam “cansadas”. E se fizesse a troca somente do módulo, queimaria novamente por conta das ventoinhas. Após a instalação do novo conjunto, as ventoinhas ligaram em velocidade máxima, no anterior só permanecia na primeira. Portanto, problema resolvido.

Defeito: Este modelo da Ford chegou à oficina com o cliente alegando que de vez em quando fica sem aceleração na primeira partida do dia. Tem situações que o veículo chega até a desligar na marcha lenta. Depois de alguns minutos de insistência e com motor aquecido, tudo normaliza. Nenhum código de falhas foi apresentado pelo scanner. Diagnóstico: Primeiramente o reparador verificou se havia gasolina no famoso “tanquinho”, componente que facilita nas partidas com o carro frio. Tinha gasolina, mas resolveu completar. Também verificou a pressão da bomba de combustível, que estava em torno de 3,2 bares. Efetuou a limpeza dos bicos injetores, substituiu o plug eletrônico e o regulador de pressão. Mesmo depois desses testes e a substituição de alguns componentes, o defeito continuou. Alguns reparadores do Fórum sugeriram a verificação do sensor de temperatura, que geralmente dá muito defeito nesses veículos. E também como a sonda lambda estava trabalhando. Após as verificações confirmou-se que os componentes estavam bons. Outro colega de profissão orientou fazer um teste com o carro totalmente frio, antes de tentar ligar o veículo diversas vezes. É importante checar com scanner a temperatura da água e também a temperatura do ar, que devem marcar iguais. Com variação no máximo de um ou dois graus.

Solução: Antes mesmo de realizar o último teste sugerido pelo colega reparador (temperatura ar / água) pelo scanner, o reparador notou que o plug eletrônico estava bom, porém, os conectores e fios da central estavam oxidados. Ao realizar a substituição do terminal de encaixe e fazer uma breve limpeza o defeito desapareceu. Cliente satisfeito pelo belo trabalho exercido em apenas três dias.

Participe! Estas matérias, extraídas de nosso fórum, são fruto da participação dos reparadores que fazem parte da grande família chamada Oficina Brasil. Acesse você também o nosso Fórum e compartilhe suas experiências com essa comunidade. Lembre-se, o seu conhecimento poderá ajudar milhares de reparadores em todo o Brasil. Saiba mais em www.oficinabrasil.com.br


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