OJORNAL 24/10/2010

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Exemplar de assinante Yvette Moura

O JORNA L Maceió, domingo, 24 de outubro de 2010 | Ano XVII | Nº 32 | www.ojornalweb.com

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ALAGOAS

R$ 2,00

Violência assusta Marechal Deodoro Na Grande Maceió, cidade histórica é onde mais se mata; tráfico é responsável pelo índice de mortes

A violência que se instalou em Marechal Deodoro fez com que um bairro simples fosse apelidado de “Iraque” devido às constantes mortes que ocorrem no local. O bairro é dominado pelo tráfico, e a polícia não pode fazer muito para coibir o crime. Páginas A9 e A10

Ufal não usará mais corpos humanos nas aulas de anatomia Página A17

SPORT x CSA

Marco Antônio

Campanhas no 2º turno entram na reta final A disputa pelo governo do Estado no segundo turno das eleições entra na reta final hoje. Falta uma semana para a disputa. As assessorias dos dois concorrentes ao Executivo mantêm sigilo sobre estratégia. Páginas A2 e A3

“Poderíamos chegar aos 2%”, afirma Plínio

Grande time feminino no combate ao câncer

“Acreditamos que poderíamos chegar aos 2%”. As palavras são do ex-deputado federal por São Paulo Plínio de Arruda Sampaio, que disputou a presidência da República nas eleições deste ano pelo PSOL, em entrevista a O JORNAL. Página A4

Milena Toscano festeja o sucesso de “Manuela”

O CSA enfrenta hoje o Sport Atalaia, às 17h, no Rei Pelé, na finalíssima da Segunda Divisão. Os times empataram por 0 x 0 na primeira partida das finais, e, se outro resultado igual for registrado hoje, o campeão será conhecido nos pênaltis. Esportes

O projeto Aribama e as suas ações ambientais

Sai hoje o campeão da Série B do Alagoano

Centro vira uma ótica ao ar livre Foi-se o tempo em que as pessoas tomavam alguns cuidados antes de usar óculos escuros. Hoje, o acessório pode ser encontrado em qualquer esquina do Centro e a preços baixíssimos. Os riscos aos olhos ficaram comprovados. Página A15

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O JORNAL

Política A2

Pauta Geral pautageral@ojornal-al.com.br

À BEIRA-MAR Como aconteceu no primeiro turno das eleições, a orla marítima de Maceió foi o cenário escolhido pelos dois candidatos ao governo que estão no segundo turno para iniciar a reta final das campanhas. Ronaldo Lessa (PDT) fará sua caminhada a partir do trecho em frente ao clube do CRB, na Pajuçara. Já a de Teotonio Vilela Filho (PSDB) terá, para a concentração, a parte em frente ao Corredor Vera Arruda, na Jatiúca. O final de ambas as movimentações é nas proximidades do antigo Alagoinhas, na Ponta Verde.

NA REDE

Domingo, 24 de outubro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: politica@ojornal-al.com.br

Disputa do 2º turno para governo entra na reta final a partir de hoje Assessorias mantêm segredo sobre estratégia para última semana de campanha Alexandre H. Lino Repórter

Reta final da campanha para o governo estadual: falta exatamente uma semana para os candi-

datos tentarem conquistar os votos dos eleitores alagoanos. O governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) terminou o primeiro turno na frente com 39% dos votos, enquanto o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) conseguiu entrar na disputa obtendo 29% dos votos válidos. O tucano ainda está na frente nas

pesquisas, mas enfrenta uma tendência de crescimento do adversário, que chegou até mesmo a aparecer em empate técnico, em levantamentos feitos por institutos de pesquisa. O JORNAL analisou fatores que podem ser decisivos nestes últimos dias da campanha. Foi tentado contato com as

assessorias dos dois candidatos, para saber algo sobre os últimos movimentos da campanha. Contudo, ambos os lados preferiram manter segredo sobre as táticas. Para marcar a reta final, tanto Lessa como Vilela promovem hoje caminhadas na orla marítima de Maceió.

Por falar na campanha eleitoral deste ano, defensores dos dois candidatos ao governo do não poupam munições quando o “campo de batalha” é a Internet. Seja por e-mails ou por redes de relacionamento como orkut ou twitter, por exemplo, a corrida em busca de votos é intensa.

NA TV Pegando gancho nessa situação, o programa Expressão Nacional, da TV Câmara, que será exibido na próxima terça-feira, vai discutir o tema “Internet nas eleições”. Participam do debate o deputado federal Paulo Henrique Lustosa (PMDB-CE); Flávio Testa, cientista político e sociólogo especializado em comunicação política; e Regina Helena Alves da Silva, professora de História e coordenadora do Observatório das Eleições, trabalho de pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O programa vai ao ar às 21h30 (horário de Brasília, às 20h30 em Alagoas).

Na Virgem dos Pobres, Lessa fez atividade de campanha esta semana

Na agenda de Vilela dos últimos dias, visita a Santana do Ipanema

RODAS O presidente da Câmara Municipal de Maceió, Dudu Holanda (PMN), vai homenagear, em sessão especial, o empresário Robson Rodas. Ele receberá o título de Cidadão Honorário do município de Maceió pelo destaque de suas atuações em prol do desenvolvimento econômico do Estado de Alagoas, especialmente da capital. Rodas é o administrador do Maceió Shopping e dono de 3% de suas ações, sendo ainda um dos sócios de outro shopping center que está sendo construído em Arapiraca. Ainda não há data definida para a homenagem.

“FICHA LIMPA” 1

“FICHA LIMPA” 2

O site Congresso em Foco está promovendo um abaixo-assinado na Internet para cobrar do Supremo Tribunal Federal (STF) uma posição imediata sobre a validade ou não da lei complementar 135/2010, a “Lei do Ficha Limpa”, nas eleições deste ano. Segundo o site, mais de 5 mil pessoas já aderiram ao abaixo-assinado. Entre os signatários estão o senador Pedro Simon (PMDB-RS), os deputados federais Chico Alencar (PSOL-RJ) e Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA) e o juiz Márlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE).

A indefinição decorre de empate em cinco votos a cinco no julgamento de recurso movido pelo ex-candidato ao governo do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), que teve o registro barrado na Justiça Eleitoral por conta da lei. Diante do impasse, o presidente do STF, Cezar Peluso, não soube como proclamar o resultado e adiou a decisão para uma sessão seguinte. Nesse intervalo, Roriz renunciou à candidatura. Por conta da renúncia, o STF considerou o julgamento prejudicado e não deliberou sobre se a lei valia ou não.

“FICHA LIMPA” 3 O empate aconteceu porque o STF está com dez ministros desde a aposentadoria de Eros Grau, em agosto. A tendência hoje no STF é aguardar a escolha do 11º ministro da corte pelo presidente Lula. E não há previsão de quando isso vão acontecer. A “Lei do Ficha Limpa” deve voltar ao plenário na próxima quarta-feira, quando os ministros devem julgar recurso extraordinário do deputado Jader Barbalho (PMDB-PA), que também teve a candidatura barrada pela norma.

E DEPOIS? Com o fim do segundo turno das eleições no próximo domingo, o foco do mundo político deve se voltar, basicamente, a dois assuntos: a definição do secretariado do próximo governo – principalmente se vencer a oposição; e a votação do Orçamento do Estado e de Maceió para o próximo ano.

DIRETAS E o episódio envolvendo uma suposta agressão ao candidato a presidente da República José Serra (PSDB) que se deu esta semana gerou uma nova “febre” na Internet. Há um jogo virtual bem-humorado em que o presidenciável tucano pode ser acertado por bolinhas de papel... Nem acabou a eleição deste ano e há quem já pense na disputa de 2012. Um pouco cedo, não é?

Guia eleitoral segue agitado com troca de acusações Lessa e Vilela fazem a maior troca de ataques no guia eleitoral desde a eleição de 1990, quando Renan Calheiros foi para o segundo turno contra Geraldo Bulhões - que terminou vencendo as eleições. Desta vez, os dois concorrentes passam mais tempo se acusando do que mesmo apresentando propostas. O eleitor que assiste ao guia viu Vilela chamar o ex-governador de mentiroso. E também viu Lessa culpar o governador

pelo crescimento da violência e a explosão do crack. Ambos tomaram para si a responsabilidade pela criação do Hospital Geral do Estado (HGE) ou pela promessa de implantação das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), bem como os dois trocaram críticas pela falta de inauguração do Hospital de Santana do Ipanema. Sem contar que em toda a campanha, os dois divergiram na apresentação de nú-

meros. Seja, na situação financeira que Lessa (na verdade Luís Abílio, que morreu no começo do ano) deixou para Vilela, seja nos números de empregos gerados, empresas atraídas, casas construídas, rodovias pavimentadas ou até mesmo de obras entregues. Todos os números foram divergentes. As duas campanhas traçaram estratégias diferentes para a semana decisiva. Os tucanos preferem exaltar a candidatura como proposi-

tiva e em crescimento. Já o pedetista vai reforçar o discurso de oposição apontando defeitos que fizeram “Alagoas parar no tempo”. Lula vai ser a principal estrela do PDT, enquanto o PSDB deve terminar a campanha sem mostrar uma única vez o presidenciável José Serra no guia eleitoral. As caminhadas de hoje na orla prometem gerar imagens empolgantes, admitem as duas equipes de marketing político.

Lessa conta com o apoio pessoal do presidente Lula O presidente Lula pode até ram no segundo turno e pasnão ter estado em Alagoas, saram a participar no dia a dia mas entrou de cabeça na cam- da candidatura do pedetista, panha de Ronaldo Lessa. Ele imprimindo um ritmo maior gravou três vídeos pedindo de encontros e reuniões com apoio e votos para o pedetista, eleitores e outras lideranças a quem considera “o melhor políticas. nome para conduzir o Lessa também fez crescimento do Estaa maior bancada de do”. Além disso, fez federais, que com João ataques indiretos ao Lyra formam a maioCandidato ria. Renan Filho PSDB e ao governador do PDT fez (PMDB) - o mais votaTeotonio Vilela. Sem contar a política de do para federal, ula maior bastidores, com a prea casa bancada de trapassando sença de ministros dos 140 mil votos e deputados imprimindo um repedindo votos pessoalmente em favor de corde - até mesmo federais Lessa. gravou um vídeo diO ex-governador zendo que pretende também tem outros trabalhar pelo ex-govapoiadores de peso em ernador em Brasília, caso ele sua campanha. Os três princi- seja eleito. Sem contar a banpais são o deputado federal cada de estaduais que conta eleito João Lyra (PTB) e os com os campeões de voto senadores Fernando Collor Sérgio Toledo, Isnaldo Bu(PTB) e Renan Calheiros lhões, ambos do PDT, e Ricar(PMDB)). Lyra e Collor aderi- do Nezinho (PTdoB).

Deputado federal eleito, Renan Filho gravou vídeo apoiando Lessa

ARAPIRACA - Outro nome que aparece reforçando a campanha de Lessa é o prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), que disputa o posto de mais bem avaliado em Alagoas. O prefeito venceu em todos os cargos na disputa do primeiro turno, com exceção

do governo, onde enfrentou a derrota de Lessa para Vilela. No entanto, o eleitor arapiraquense dividiu votos e manteve a boa votação de Fernando Collor no município. Essa situação pode ser capilarizada para o pedetista no próximo dia 31 de outubro.

Vilela conta com o apoio da maioria dos prefeitos O governador largou na frente e fechou desde o primeiro turno a chapa com o apoio da maioria dos prefeitos. Inicialmente 60 nomes ficaram ao lado do tucano na campanha. Desde 1998 o candidato que contou com essa vantagem terminou derrotado na corrida eleitoral. Entre todos os candidatos, Vilela conseguiu fazer a maior campanha desde o primeiro turno. Ele visitou todos os municípios até o final de setembro e focou os últimos 20 dias nos principais centros urbanos e nas cidades onde obte-

ve as melhores votações proporcionais. Além disso, o tucano também soube costurar um acordo com alguns prefeitos que apoiaram Fernando Collor e que agora estão ao seu lado na campanha. Outro ponto forte da campanha do tucano é a vitória de Benedito de Lira para o Senado. Sem contar também que o tucano está do lado do deputado estadual mais votado: o ex-prefeito de Teotônio Vilela, Joãozinho Pereira (PSDB) - uma das principais surpresas da eleição. (Continua na página A3)

Aliado do tucano, Joãozinho Pereira foi o mais votado para Assembleia

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Política

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Contexto Roberto Vilanova - bobvilanova@hotmail.com

CUIDADO Até hoje, o voto é obrigatório, mas o próprio eleitor vai torná-lo facultativo independente do Congresso Nacional – e isto é grave, porque quando o povo faz a lei é porque não confia nem respeita os seus representantes no Parlamento. O exemplo é a lei do “Ficha Limpa”, que deveria ter sido uma iniciativa do Congresso Nacional e não foi. Quem apresentou a lei do “Ficha Limpa” foi a plebe sem mandato e órfã dos políticos. Na eleição no segundo turno, o número de abstenção será recorde e, em Alagoas, deverá ultrapassar 500 mil. Na segunda-feira, 1º, é dia de Todos os Santos, e na terça-feira é Dia de Finados. Será um feriadão como nunca se viu. Ora, para curtir esse feriadão, o eleitor ausente paga apenas R$ 3,50. E ele acha que fez bom negócio deixando de votar. Porque mau negócio pior é ficar ouvindo o sujo falar do mal lavado no “guia eleitoral”. Senhores parlamentares, tenham muito cuidado, porque a plebe está legislando por conta própria. E, se a moda pegar, o Legislativo perderá a razão de existir.

NA VEZ

EITA

O vereador Dudu Holanda se elegeu deputado estadual, e a vaga dele será preenchida pelo irmão Fernando. E o vereador Chico Holanda, tio de Dudu, vai lançar o filho – que tem o mesmo nome, para vereador em 2012.

A Câmara de Vereadores de Maceió, que hoje cobra a suplementação do duodécimo, no ano passado devolveu R$ 1,3 milhão de lucro. Será que o excesso este ano não se deveu aos gastos com a campanha de deputado?

SAINDO PELO LADRÃO Até hoje a secretária municipal de Finanças, Marcilene Costa, quer entender esse “superávit” da Câmara Municipal em 2009, mas em vão.

MENTIRA 1

MENTIRA 2

A Câmara de Vereadores de Maceió enganou o Ministério Público, a imprensa e o povo. O tal de “Termo de Ajuste de Conduta” (TAC) para enquadrar a contabilidade da Câmara é tão real quanto uma nota de R$ 3,00.

A imprensa, irresponsavelmente porque não investigou, noticiou que a verba de gabinete dos vereadores foi reduzida para R$ 9 mil, e é mentira. Cada vereador em Maceió recebe R$ 25 mil de verba de gabinete.

Pedetista foca discurso propositivo em crescimento Criticado pelo adversário desde o início da campanha, o ex-governador focou seu discurso propositivo no crescimento econômico. Para ele, Alagoas não acompanhou o ritmo do restante do Brasil, muito menos do Nordeste, que avançou com taxas de 7% a 9%, enquanto o Estado ficou com apenas 3%. O

culpado? Vilela, apontado várias vezes na campanha como “incompetente, mentiroso e preguiçoso”. As propostas de Lessa são todas baseadas na boa relação com o governo federal, contando com a vitória de Dilma Rousseff, e na possibilidade de ampliar os investimentos no Estado, como

Isto quer dizer que o Ministério Público não foi levado a sério. A verba de gabinete dos vereadores de Maceió continua a mesma. Ou seja: não houve redução nenhuma.

PERDEU

ALERTA

O prefeito de Arapiraca, Luciano Barbosa (PMDB), já admitiu que perdeu a disputa para o viceprefeito Rogério Teófilo. Ele tem confessado a amigos íntimos que é difícil reverter o quadro, mas exige cair em pé.

Cada vereador em Maceió, além do subsídio (salário), recebe 1 mil e 300 litros de gasolina por mês, dois carros locados e pagos pela Câmara, e mais R$ 1 mil. Somando tudo, cada vereador recebe R$ 25 mil por mês.

campanha foi sua boa relação com o funcionalismo público e com os movimentos sociais. Durante todo o guia eleitoral, Lessa apresentou eleitores dentro destas duas categorias: prometendo reajustes e novos concursos públicos; e ampliando conquistas nas áreas de Direitos Humanos.

Tucano garante que saneou contas da máquina Desde o início da campanha, o governador Teotônio Vilela fez o discurso de que encontrou as contas do Estado com um suposto rombo de R$ 480 milhões. Ele então responsabilizou todos os problemas do início da gestão – que chegou a enfrentar uma greve de três meses dos professores e servidores da Saúde e

Educação – a falta do dinheiro em caixa. Este foi o principal ponto do discurso do tucano que responsabilizou Ronaldo Lessa, inclusive tendo cobrado investigações nas contas do pedetista. A partir deste argumento Vilela mostrou que nos últimos dois anos de gestão conseguiu colocar a máquina para fun-

cionar e com isso teve avanços na área de saúde como a implantação de programas sociais e a aquisição de viaturas reforçando a segurança pública. Além disso, ele bateu forte na questão do Canal do Sertão, reivindicando para sua gestão a construção de 45 km de obras, mas sem nunca falar da participação do governo

federal. Os recursos obtidos para todas as obras apresentadas foram oriundos do Governo Lula. Teotônio Vilela não se cansou também de atacar o antecessor. Ele mostrou que encontrou menos de 50 viaturas de polícia e o serviço do Samu praticamente sem funcionar.

“Operação Navalha” vira principal arma Lessa foi quem primeiro usou. Depois veio Vilela, que usou também. A “Operação Navalha” virou um dos principais assuntos do segundo turno. Deflagrada em 2007 pela Polícia Federal, a investigação prendeu empresários, servidores públicos e secretários estaduais do atual governo acusados de participação em um mega desvio de R$ 14 milhões. O alvo eram obras públicas feitas no Nordeste. No caso de Alagoas em especial a macrodrenagem do Tabuleiro. O empresário Zuleido Veras, dono da construtora Gautama, foi preso. E depois começaram a aparecer nomes de personalidades influentes, entre elas, do governador Teotônio Vilela – que precisou receber, no voto, a proteção da Assembleia Legislativa que não permitiu a continuidade do

processo contra o tucano. O nome dele aparece como réu na página no Superior Tribunal de Justiça. Mesmo assim, o governador afirmou que seu nome não aparece no processo. Vilela, inclusive, passou a utilizar no guia, todos os dias, a afirmação de que era Lessa quem figurava entre os investigados. O motivo: a obra onde a irregularidade foi encontrada foi aditada no governo anterior. Nos últimos dias de campanha, o tucano evitou falar do assunto, enquanto Ronaldo Lessa reafirmour o envolvimento do adversário no esquema. O guia inclusive mostrou imagens de reportagens nacionais que apontam a presença do assessor tucano Enéas Alencastro como um dos responsáveis pelo escândalo.

Debate será decisivo para definir votos

PAPO FURADO

aconteceu em Pernambuco, Bahia e Sergipe – que aproveitaram o canal estreito com Lula para melhorar os indicadores econômicos. No discurso de Lessa, Alagoas também foi privilegiado, mas não soube colher frutos destes investimentos. Outro ponto que o ex-governador procurou explorar na

No primeiro turno os debates da campanha em Alagoas ganharam projeção nacional. E não foi por conta da participação de Teotônio Vilela ou de Ronaldo Lessa, nem mesmo do senador Fernando Collor. Quem roubou a cena foi o até então desconhecido Tony Cloves (PCB). O “Obama do Sertão” teve uma presença marcante e terminou indo parar – por duas vezes – nos dez assuntos mais falados do Twitter no Brasil. Tony fez críticas diretas a todos os candidatos e virou uma personali-

dade do mundo virtual. Essa situação demonstra bem a força dos debates. Um candidato pode ganhar uma disputa em um debate. E no segundo turno essa arma termina ainda mais valorizada, é tanto que o número de entrevistas diminui. Um exemplo é a que TV Pajuçara não realizou o debate como fez no primeiro turno e a TV Gazeta agendou para próxima quintafeira o encontro dos dois candidatos. Em cima da eleição, a discussão pode ser decisiva para influenciar o voto dos indecisos.

O QUE PODE E O QUE NÃO PODE ESTA SEMANA Para acompanhar a semana decisiva da eleição, a Justiça Eleitoral montou um esquema para fiscalizar desde os abusos na propaganda até a possibilidade de crimes eleitorais ligados ao uso do poder político e econômico. O Tribunal Regional Eleitoral estará funcionando em regime de plantão até o domingo dia da eleição. Abaixo segue o calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com as principais atividades que podem ser realizadas pelos candidatos, além das ações que serão vetadas nos próximos dias. Há desde a data-limite para o uso de certos tipos de propaganda até a proibição de prisões de candidatos e eleitores próximo ao período decisivo das eleições, ressalvandose as exceções. O CALENDÁRIO Terça-feira, 26/10/2010 (5 dias antes) - Data a partir da qual e até 48 horas depois do encerramento da eleição nenhum eleitor poderá ser preso ou detido, salvo em flagrante delito, ou em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável, ou, ainda, por desrespeito a salvo-conduto. Quinta-feira, 28/10/2010 (3 dias antes) - Início do prazo de validade do salvoconduto expedido pelo juiz eleitoral ou presidente da mesa receptora; - Último dia para propaganda política mediante reuniões públicas ou promoção de comícios e utilização de aparelhagem de sonorização fixa, entre as 8 horas e as 24 horas; - Último dia para o juiz eleitoral reme-

ter ao presidente da mesa receptora o material destinado à votação. Sexta-feira, 29/10/2010 (2 dias antes) - Último dia para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão; - Último dia para a divulgação paga, na imprensa escrita, de propaganda eleitoral, no espaço máximo, por edição, para cada candidato, partido político ou coligação, de um oitavo de página de jornal padrão e um quarto de página de revista ou tablóide; - Último dia para a realização de debates; - Último dia para propaganda eleitoral em páginas institucionais na Internet; - Data em que o presidente da mesa receptora que não tiver recebido o material destinado à votação deverá diligenciar para o seu recebimento. Sábado, 30/10/2010 (1 dia antes) - Último dia para a propaganda eleitoral mediante alto-falantes ou amplificadores de som, entre as 8 horas e as 22 horas; - Último dia para a promoção de carreata e distribuição de material de propaganda política. Domingo, 31/10/2010 (Dia da eleição) - Às 8 horas: início da votação - Às 17 horas: encerramento da votação; - Depois das 17 horas: emissão do boletim de urna e início da apuração e da totalização dos resultados.

FIAT LUX O prefeito de Rio Largo, Toninho Lins, disse que, ao assumir a Prefeitura, encontrou 79 postes de luz apagados em cada 100 postes existentes na cidade.

DIGAM

LIVRES

O superintendente da Sima, Max Trindade, pediu o apoio da população para alertá-lo sobre as vias públicas mal iluminadas. “É necessário que a comunidade alerte sobre os postes sem iluminação”, recomendou Max Trindade.

De cada 10 postes sem iluminação pública em Maceió, ou seja, de cada 10 postes apagados, 7 foram alvos de vândalos que agem por pura pirraça. “Não é fácil controlar todo o sistema, e peço o apoio da comunidade”, disse.

APAGUE A LUZ O débito da Assembleia Legislativa de Alagoas com a Eletrobras é de R$ 1,7 milhão, acumulado há 10 anos.

EXPRESSAS Existem em Maceió 70 pessoas com hanseníases. Considerando que cada uma contamina duas pessoas, então são 140 maceioenses contaminados. A penalidade para quem não votou e não vai votar é de apenas R$ 3,50. Para muita gente, vale a pena. “Façamos a revolução antes que o povo faça” – disse o mineiro Antônio Carlos, em 1929, mas a frase é atualíssima. Presidente da Câmara Municipal de Maceió, Dudu Holanda, lembra que avisou com bastante antecedência sobre a caótica situação que a Casa se encontra. “Não temos condições para mais nada, a partir de novembro” – disse Dudu Holanda.

TRE reforça a fiscalização contra crimes eleitorais no interior de AL Gilson Monteiro

no final de semana, passando a tarefa, a partir de amanhã para os juízes eleitorais das respectivas zonas. “Ficamos no interior fazendo esse trabalho até domingo [amanhã], e daí em diante essa tarefa caberá aos juízes eleitorais, que estarão atentos a denúncias e a qualquer tipo de irregularidades”, conclui o magistrado.

Repórter

A Justiça Eleitoral reforçou no final de semana a fiscalização de crimes eleitorais e propaganda eleitoral irregular no interior do Estado. Desde a última sexta-feira, duas equipes estão trabalhando simultaneamente no Sertão e no Litoral Sul; e um segundo grupo visita cidades do Norte do Estado. O trabalho de fiscalização preventivo está sendo feito por equipes compostas por juízes do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e das Policias Civil e Militar. Na manhã da última sexta, a equipe capitaneada pelo corregedor do TRE, juiz Raimundo Alves de Campos, flagrou várias casos de propaganda eleitoral irregular nas cidades de Japaratinga, Coruripe e Maragogi, além de crimes eleitorais de maior peso. O magistrado evitou dar detalhes. “Viemos para um trabalho preventivo, e mesmo sem receber denúncias, a própria comunidade nos apontou algumas irregularidades, crimes eleitorais mesmo, que estavam ocorrendo

Campos disse que trabalho de fiscalização é, de início, preventivo

nesses municípios, e realmente constatamos, e vamos tomar as providências cabíveis. Apesar de que no segundo turno a demanda de trabalho reduz, mas a disputa fica mais acirrada, então não podemos deixar de fazer esse trabalho”, afirma o juiz Raimundo Alves de Campos, informando que as irregularidades mais comuns encontradas até o momento dizem respeito à propaganda em pontos comerciais.

“Temos duas equipes, uma no Sul e outra no Norte do Estado, fazendo um trabalho pedagógico de orientação do eleitor, e o que mais temos encontrado é propaganda em locais públicos, pontos comerciais que não deveriam fazer isso. Mas estamos fazendo esse trabalho preventivo, orientando as pessoas”, ressaltou o magistrado. Segundo o corregedor do TRE, as equipes ficam no interior

OAB - A Comissão de Combate à Corrupção Eleitoral da seccional alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Alagoas, também prossegue com o combate aos crimes eleitorais durante a campanha do segundo turno. “O volume de trabalho realmente reduz nesse segundo turno, visto que são apenas dois candidatos, mas o nosso número de denúncias permanece ativo, e faremos o mesmo plantão que fizemos no dia 3 de outubro, com o telefone pronto para receber denúncias 24 horas, no dia do pleito”, garante o advogado Geraldo Galvão, membro da comissão. A OAB Alagoas recebe denúncias de crimes eleitorais pelo telefone 2121-3207.

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ENTREVISTA/PLÍNIO DE ARRUDA SAMPAIO

“Acreditava que chegaríamos aos 2%” Gilson Monteiro Repórter

o próximo dia 7 de novembro, o PSOL se reúne para decidir, entre outras coisas, que rumo tomar após o desligamento da vereadora Heloísa Helena da presidência nacional do partido. Mesmo, em princípio, recusando a tarefa, um dos possíveis nomes nessa disputa interna será Plínio de Arruda Sampaio, recém saído

N

- O senhor esperava uma vo- [Silva, candidata a presidente da tação maior do que os 886 mil República pelo PV]. votos obtidos em 3 de outubro? - Confesso que es- Em que momenperava um pouco to o discurso da mais. AcreditávaHeloísa pode ser mos que chegaríaconsiderado “desmos aos 2%. Mas politizado”? com o discurso que - No momento tínhamos, forte, claem que se afasta das ro, sabíamos que decisões da coletivinão poderíamos ter dade, sobretudo do uma votação maior. partido. É necessáMas o mais imporrio ouvir, tomar detante é que o recado cisões, respeitando foi dado. Tenho hoje a todos. mais de 60 mil jovens me seguindo - Esse comporno twitter. Na im- “Tenho hoje tamento também prensa, foi invejável mais de 60 mil contribuiu para a o tratamento que rederrota dela nas cebemos, nos colo- jovens me urnas na disputa cando como um canpelo Senado? seguindo didato distinto dos - Claro. Essa demais. postura individuano Twitter” lista dela. AHeloísa - A vereadora Heloísa Hele- está muito distante do partido. na se afastou da presidência do Teve uma votação brilhante na PSOL. Qual o reflexo disso para disputa para vereadora, não quis o partido e para o senhor, a ser candidata a presidente e ficou quem ela sempre fez oposição aí em Alagoas, sem aceitar debainterna? ter com o partido. O PSOL perde - Esse afastamento já era es- muito com essas disputas interperado. Arigor, ela já estava afas- nas. Mas tem também o poder tada do partido, como ela pró- dos caciques políticos aí de pria ressaltou em carta ao parti- Alagoas que é fortíssimo, e isso do. A Heloísa tem um discurso tem a ver também. despolitizado, muito centralizado na figura dela, individuali- Heloísa Helena chega a ser zado demais, sem debater com um desafeto? a coletividade, sem participar da - Não, não. Milito na política vida do partido como deveria. há 60 anos, e nunca arrumei um Outra questão foi o fato de ela desafeto. Tenho adversários, denão pedir voto para o partido no safetos não. primeiro turno. Isso foi uma estratégia que a prejudicou muito. - As derrotas de Heloísa para O partido não pode girar em o Senado e Luciana Genro para torno de uma personalidade. a Câmara dos Deputados são Esse foi o erro da Heloisa. Primei- golpes duros no partido, sobrero, se recusou a ser candidata a tudo na força da legenda no presidente [da República], de- Congresso Nacional? pois quis partir para a Marina - São perdas que nos com-

prometem muito sim. O caso da Luciana foi uma questão do partido, pois ela teve uma votação estrondosa, com 130 mil votos, mas acabou prejudicada pelos cálculos das regras da proporcionalidade. Ela agora deve seguir para uma vaga de vereadora em Porto Alegre, onde deverá ser bem sucedida. Mas eleições são assim mesmo: é impossível prever derrotas ou vitórias.

da corrida pela presidência da República representando o partido. Nesta entrevista exclusiva, por telefone, a O JORNAL, Plínio analisou as perdas do PSOL no primeiro turno das eleições, com derrotas letais para o partido, como a deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Luciana Genro, que não conseguiu se reeleger; e a vereadora Heloísa Helena, que foi candidata ao Senado. Plínio avalia ainda que as eleições de 2010 deixam a esquerda brasileira ainda mais enfraquecida. “O PSTU poderia ter feito a façanha de eleger um deputado federal pela primeira vez em sua história”, avalia.

correta seria segurar nosso discurso, com base em nosso programa tão bravamente defendido pela nossa candidatura à presidência da República. E um contrasenso o PSOL agora indiretamente incentivar o voto na candidata Dilma Roussef. Essa postura vai de encontro a tudo o que pregamos no primeiro turno.

- O que o senhor acha das táticas dos candidatos José Serra - Mas, no geral, o saldo che- e Dilma Rousseff durante a ga a ser positivo? campanha do segundo turno? - Sim. No Senado, devere- Lamentável, um atraso. Os mos ficar com duas vagas, e, na fundamentalistas estão pagando Câmara, a Luciana [Genro] saiu, um pedágio em uma discussão mas tivemos outros eleitos, além que não tem nada a ver com o de deputados estaduais. Em re- momento político. Não era para sumo, a bancada ficou mais ou ser essa a discussão. O momenmenos igual à anterior. Acho que to é para as propostas, e não para o resultado do PSOL nestas elei- confundir o eleitor. Onde estão ções de 2010 poderia ter sido me- os programas de governo dos lhor sim, mas nos mantivemos dois candidatos? Enquanto isso num bom patamar. travam esse duelo desviando o foco da disputa por - O senhor declanão terem, nenhum rou voto nulo no sedos dois, um conteúgundo turno, discordo programático dando da postura que satisfação os an“Nenhum voto a seios do povo brasiSerra”. O senhor leiro. Esse debate em acha que essa decitorno do aborto, resão da Executiva ligião, não pode ser Nacional pode pretravado dessa forma. judicar o partido Estão ambos equivoainda mais? cados, e desinfor- Fui contra esse mando a sociedade posicionamento, e brasileira, que precinisto estou de acordo sa e merece candicom a Heloísa Hele- “Eleições são datos que se aprena. O partido teve a assim mesmo: sentem com clareza maturidade de libepara o eleitor. Só rar o voto, mas ado- é impossível assim seria possível tou essa postura de para socieprever derrotas colocar “Nenhum voto a dade as opções para Serra”, que dá pano ou vitórias” a presidência de mapra manga com reneira honesta, clara. lação a apoiar a candidatura da Dilma [Rousseff, presidenciável - A vereadora Heloísa Heledo PT]. Acho que nossa postura na acredita que se o PSOL ti-

vesse apoiado o PV na disputa tivemos essa projeção agora na do primeiro turno, talvez a campanha à presidência da Marina Silva tivesse ido para o República. Mas essa nova taresegundo turno. A sua fa de presidir o particandidatura foi o do vai ser amplamelhor caminho mente discutida no para o PSOL neste dia 7, levando em momento? consideração o mo- Se apoiássemos mento que o PSOL o PV, o nome da Maestá vivenciando. rina seria o mesmo Tudo depende do desastre do Serra ou que for debatido na da Dilma. A Marina coletividade do paré seguinte: ela toma tido. decisões mais consensuais, aí ela opina, se - O PSOL encomostra. Mas quando lheu no Congresso a coisa pega, como Nacional. Não teria agora no posiciona- “Cumpri com sido mais inteligenmento do segundo uma tarefa te uma “coalizão de turno, ela dá o voto esquerda”, unindo plebiscitário, tira o ao aceitar a os partidos menocorpo fora e deixa que res, como PSOL e candidatura os outros decidam. PSTU? Na verdade, o vice à presidência” - Fiz uma força dela é quem manda danada para isso. no partido, é quem decide. No debate, na disputa interna do PSOL, tentamos segurar essa - No próximo dia 7, a dire- ideia de coligação entre os parção nacional do PSOL se reúne tidos ‘nanicos’, mas não foi pospara decidir se optará ou não sível. O que foi uma pena, pois, por um novo presidente para o o PSTU, por exemplo, se tivespartido. O senhor tem preten- sem nos apoiado teria feito a fasões de comandar o PSOL? çanha de eleger um deputado - Não tenho esse desejo, mas federal pela primeira vez em sua claro que, se o partido apontar história. E, nos Estados, teríamos com essa proposta, poderia acei- eleito estaduais. Seria uma união tar sim, pois antes de tudo sou que certamente iria fortalecer a um militante do PSOL. No par- esquerda brasileira. Mas não foi tido, temos tarefas. Cumpri com possível, infelizmente. uma tarefa ao aceitar a candidatura à presidência da Republica. - O senhor acompanhou, mesmo de longe, a disputa ma- Mas seu desempenho na joritária em Alagoas? O que sedisputa eleitoral deste ano o cre- nhor acha dos candidatos ao godencia para o cargo... verno do Estado que se enfren- Sim. Mas é justamente isso tam no segundo turno? que falei no início da entrevista. Acompanhei pela mídia. O O partido não pode ser guiado que vi foi uma campanha suja por uma personalidade. O par- contra a Heloísa. Mas não acomtido é um coletivo, com ações e panho a disputa pelo governo decisões colegiadas. Claro que do Estado.

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Domingo, 24 de outubro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: nacional@ojornal-al.com.br

Ex-prefeitos serão 19% no Congresso Bancada de ex-administradores, se unidos, só perderá para o PT, na Câmara, e será a maior no Senado Congresso em Foco Todos os anos, os prefeitos realizam uma marcha a Brasília, na qual discutem seus problemas e apresentam suas reivindicações. Embora jamais sejam ignorados, nem sempre os prefeitos conseguem, porém, tudo o que pedem. A partir do ano que vem, a força dessas reivindicações junto ao Congresso Nacional deverá ser reforçada. Na próxima legislatura, o Congresso Nacional terá 112 parlamentares que já foram prefeitos de seus municípios. O número corresponde a 1/5 de todos os parlamentares (19%). Na Câmara dos Deputados, 87 eleitos já estiveram à frente de prefeituras de pequenas, médias e grandes cidades. Destes, 46 assumem seu primeiro mandato na Casa. Se unida, a bancada dos prefeitos seria praticamente igual à maior de todas na Câmara. O PT, partido que terá a maior bancada, elegeu 88 deputados. Também no Senado a bancada de ex-prefeitos será a maior. São 15 novos exprefeitos, que se juntarão aos nove que prosseguirão no mandato por mais quatro anos. Esses 24 senadores somados superam os 21 parlamentares que formarão a bancada do PMDB, a maior no Senado. No Senado, a bancada dos ex-administradores municipais corresponderá a 25% do total. O levantamento sobre os ex-prefeitos eleitos para a Câmara e o Senado foi feito pela Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). De acordo com o presidente da FNP e prefeito de Vitória (ES), João Coser, o número demonstra que a força dos municípios se faz presente no Congresso a cada novo mandato. “Desde que a Constituição de 88 foi promul-

João Coser afirma que, a cada nova eleição, o municipalismo ganha mais força no Congresso Nacional

gada, lutamos para que o municipalismo se fortaleça. A prova de que isso tem acontecido é a eleição desses gestores. A pauta de interesse dos municípios deve ser defendida no Congresso Nacional. Nada melhor que representantes com experiência nos problemas das prefeituras para lutar por isso”, acredita. REIVINDICAÇÕES - Em maio, durante a Marcha dos

Prefeitos, as reivindicações dos administradores municipais foram apresentadas aos candidatos à Presidência da República. A Confederação Nacional dos Municípios (CMN) chegou a fazer uma sabatina com os três principais candidatos, Dima Rousseff, do PT; José Serra, do PSDB, e Marina Silva, do PV. Aos candidatos, foi entregue uma agenda, onde a principal reivindicação era a aprovação do

projeto 306/2008 do senador e governador eleito do Acre, Tião Viana (PT). O projeto regulamenta a Emenda 29, que define percentuais de recursos que os Estados e municípios obrigatoriamente têm de usar para saúde. A Emenda 29 fixou em 12% e 15%, respectivamente, os percentuais dos estados e municípios. Mas a parcela da União não foi regulamentada. É o que faz o projeto de Tião Viana.

Tanto a CMN como a FNP defendem a aprovação do projeto, pois avaliam que, sem ele, os municípios estão tendo de suprir a parcela que falta da União. Uma estimativa da CMN aponta que o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha perdido cerca de R$ 50 bilhões sem o aporte da União, e que os municípios tenham gasto cerca de R$ 25 bilhões por conta dessa ausência. Outra discussão que deve-

Partidos de médio porte ganharão força na nova legislatura

rá mobilizar os prefeitos na próxima legislatura diz respeito à distribuição dos royalties da exploração do petróleo na camada do pré-sal. Em maio, eles engajaram-se à emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), modificada depois pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), que busca distribuir nacionalmente os recursos que hoje são concentrados nas cidades onde estão as reservas de petróleo. Com a emenda de Simon, o tema voltou para a Câmara. A Frente Nacional dos Prefeitos incorporou reivindicações específicas na Marcha dos Prefeitos, como financiamento do governo em projetos de transporte urbano nas cidades que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014. João Coser acredita que o grupo de ex-prefeitos no Congresso terá sensibilidade para avaliar as pautas de preocupações dos administradores municipais. Entre os eleitos para a legislatura 2011-2014 estão exprefeitos de capitais e grandes cidades como São Paulo (Marta Suplicy, senadora eleita pelo PT), Salvador (Antonio Imbassahy, deputado eleito pelo PSDB), Belo Horizonte (Eduardo Azeredo, ex-senador, deputado eleito pelo PSDB), Boa Vista (Teresa Jucá, deputada eleita pelo PMDB), Joinville (Marco Tebaldi, deputado eleito pelo PSDB), Recife (João Paulo, deputado eleito pelo PT), Diadema (José de Fillipi, deputado eleito pelo PT) . “A boa gestão desses prefeitos em suas cidades faz com que os cidadãos acreditem no seu potencial para o Congresso Nacional. A ex-prefeita de São Paulo e uma das fundadoras da FNP, Luiza Erundina, é um desses exemplos”, disse Coser.

Apenas 35 deputados se elegeram sozinhos

Agência Câmara O resultado das eleições deste ano para a Câmara dos Deputados evidencia a tendência, já apontada por especialistas, de crescimento dos partidos médios e também do número de legendas. Em 2006, os partidos grandes, que conquistaram pelo menos 10% das vagas na Câmara cada (PMDB, PT, PSDB e DEM), somaram 303 cadeiras, ou seja, 59% do total. Em 2011, esse grupo (PT, PMDB, PSDB) caiu para 220 vagas (42,9% do total). Os partidos médios, por sua vez, ganharam força. As legendas intermediárias – com menos de 10% das vagas, mas com direito a terem líderes de bancadas (entre 6 e 51 deputados) –, elegeram 197 deputados em 2006 (38,4% do total). Neste ano, o grupo subiu para 275 eleitos, ou 53,6% da Câmara. Já os partidos pequenos, com menos de 1% da Câmara, conquistaram 13 parlamentares em 2006 e 14 neste ano. Há quatro anos, 19 partidos tinham pelo menos um representante na Câmara. Em 2011, serão 22. Esse quadro pode sofrer alterações até o fim do ano, já que a Justiça ainda deve julgar os casos de candidaturas indeferidas com base na Lei da Ficha Limpa. Após essa definição, contudo, a distribuição das vagas ficará estável ao longo do próximo mandato, em razão da regra da fidelidade partidária, que estabelece que o mandato do parlamentar pertence ao partido e que o

Levantamento do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) indica que, segundo o resultado preliminar das eleições, apenas 35 dos 513 deputados federais eleitos alcançaram individualmente o quociente eleitoral nos seus estados. Em 2006, 32 foram eleitos ou reeleitos com os seus próprios votos, sem precisar dos votos das suas coligações. Bahia, Pernambuco e Minas Gerais elegeram cinco parlamentares cada nessa situação. Ceará, Goiás, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo têm dois eleitos cada. Acre, Distrito Federal, Piauí, Paraná, Rondônia e Roraima contam com um representante cada. Considerando os partidos, PT e PMDB elegeram sete cada; PSB, cinco; PR, quatro; PSDB, DEM e PP, dois; e PTB, PPS, PDT, PSC, PSol e PCdoB, um.

deputado que mudar de legenda pode perder o cargo. Segundo o analista político do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) Antônio Augusto de Queiroz, o crescimento dos partidos médios nos últimos anos é resultado natural do cenário político brasileiro: “Os partidos intermediários, ao contrário dos grandes, têm conseguido se oxigenar, criar novos quadros, com novas lideranças. Além disso, a sociedade tem ficado cada vez mais exigente e procurado alternativas em razão das denúncias contra os caciques do grandes partidos”.

Já para o deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), o voto dos eleitores pouco influi na “pulverização de partidos”. De acordo com ele, a possibilidade de formação de coligações para a disputa das eleições é a principal causa para o aumento da quantidade de partidos na Câmara: “Nas eleições, o número de correntes ideológicas é relativamente pequeno, de três a cinco. Cada corrente reúne diversas pequenas e médias legendas”. BLOCOS PARTIDÁRIOS - Queiroz aponta que a tendência natural para os pequenos e médios partidos

é formar blocos partidários na Câmara, após a posse dos deputados. Os partidos se reúnem em grupos porque as vagas da Mesa Diretora da Câmara e das presidências das comissões são proporcionais ao número de deputados dos blocos ou partidos. A Mesa Diretora é a responsável pela direção dos trabalhos legislativos e dos serviços administrativos da Câmara. Ela é composta pelo presidente da Casa, por dois vice-presidentes e por quatro secretários, além dos suplentes de secretários. Cada secretário tem atribuições específicas, como administrar

o pessoal da Câmara (1º secretário), providenciar passaportes diplomáticos para os deputados (2º), controlar o fornecimento de passagens aéreas (3º) e administrar os imóveis funcionais (4º). Segundo Queiroz, contudo, a possibilidade de formar blocos partidários não refreia o aumento de partidos individuais: “A manutenção das legendas é uma questão de vaidade, de os líderes preservarem sua identidade, terem a prerrogativa de negociar em nome de um grupo, ou seja, de manter uma fatia de poder que seria perdida caso as legendas se fundissem”.

EXCEÇÕES - O humorista Tiririca, que conquistou 1,3 milhão de votos pelo Partido da República em São Paulo, teve votos suficientes para ajudar a eleger mais 3,5 deputados de sua coligação. Por outro lado, deputados com votação expressiva não foram eleitos. No Rio Grande do Sul, a deputada Luciana Genro (Psol) não conseguiu ser reeleita, apesar de ter recebido 129 mil votos - a deputada não eleita mais votada do Brasil. Para o líder do Psol na Câmara, deputado Ivan Valente (SP), o sistema atual cria distorções “monstruosas” quando se trata de coligações partidárias, porque nem sempre o candidato “puxado” segue a mesma ideologia do mais votado.

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Fontes de energias renováveis “O uso dos biocombustíveis ajuda e reduz as emissões associadas aos combustíveis fósseis” Alder Flores Alder Flores, advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia e Gestão Ambiental, auditor Ambiental A opção pelas fontes renováveis é, há muito tempo, viável técnica e economicamente. Os equipamentos e os processos atualmente estão em um elevado estágio de confiabilidade e qualidade e sua implementação é rápida e fácil. Entretanto, é importante que seja realizada uma análise detalhada das situações e características da região antes da instalação de quaisquer plantas de geração bioenergética, em razão da análise prévia contribuir para a decisão mais correta e apropriada objetivando o aproveitamento do seu potencial. As usinas hidroelétricas são atualmente responsáveis por mais de 77% da energia elétrica produzida no Brasil. Para gerar energia, essas instalações dependem das águas dos rios em níveis adequados em suas represas. Entretanto, apesar de ser uma fonte de energia renovável e não emitir poluente, a energia hidrelétrica não está isenta da geração de impactos ambientais e sociais. Dentre os impactos ocasionados estão a destruição de extensas áreas de vegetação natural e matas ciliares, ou desmoronamentos das margens, o assoreamento dos leitos dos rios, prejuízos à fauna e à flora locais e alterações no regime hidráulico dos rios, possibilitando a transmissão de doenças e a extinção de algumas espécies de peixes. A energia solar (fotovoltaica) é abundante e pode ser aproveitada de várias maneiras, sendo limpa e renovável. Existem três formas para utilização desse tipo de energia: a fotovoltaica, quando a luz solar é diretamente transformada em energia elétrica; os captadores planos ou coletores térmicos, que em um lugar fechado aquecem a água e a compressão do vapor move turbinas ligadas aos geradores; e os espelhos côncavos refletores, que mantêm a energia do sol e aquecem a água a mais de 100 graus em tubos, que com a pressão, movimentam turbinas ligadas ao gerador. E nosso país, devido à alta insolação nas suas cinco regiões, pode ser considerado uma futura potência na geração de energia solar térmica. Essa previsão tem por premissa o fato de que, além dessas condições naturais, o país é detentor de matérias primas necessárias à fabricação e equipamentos para geração desse tipo de energia (cobre, alumínio, vidro, termoplástico e aço inoxidável). A energia eólica é decorrente da ação dos ventos que fazem girar hélices que movimentam turbinas. Até o ano de 2009, existiam 36 tanques eólicos e fazendas distribuídas no Nordeste, Sul e Sudeste. Não são muitas as localidades que tem condições propícias ao aproveitamento dessa forma de energia. Portanto, neste sentido, o seu potencial é mais efetivo no período de junho a dezembro em decorrência do menor período de chuvas. No Brasil, a geração de energia a partir da biomassa representa 27% da nossa matriz energética. O uso dos biocombustíveis ajuda e reduz as emissões associadas aos combustíveis fósseis, e essa forma de geração de energia pode ser produzida a partir de diversas matérias primas, tais como gordura animal, óleos e vegetais e fluidos residuais.

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Tráfico cruel Soam como verdadeiras armadilhas – ou sentenças de morte – as apelações da polícia alagoana para que a população desprotegida “colabore com as investigações” denunciando a criminalidade. Mas falta a garantia da vida e da integridade física para essas pessoas. Muita gente que não tem nada a ver com o crime morre à toa. O ideal seria que todos pudessem participar do processo – denunciando crimes e criminosos –, mas que continuassem vivos. E que também não houvesse riscos para quem quer se aventurar em ajudar a polícia nesta ou naquela investigação. Na semana que passou, o tráfico de drogas mostrou que não está para brincadeira, e quem se atravessar em seu caminho morre. Pode ser mulher ou menino. Neste caso, foi uma mulher. Inconformada com o tráfico de drogas em seu bairro, a mulher – mãe de uma menina de 13 anos – acionou a polícia para coibir o tráfico em sua rua. A polícia esteve no local, deu umas buscas na

região, mas não conseguiu prender ninguém. A visita serviu apenas para expor a vida da mulher que fez denúncia. A mulher dormia com sua filha em casa, no Conjunto Selma Bandeira, quando três homens armados com facões derrubaram a porta de sua casa e invadiram o imóvel no meio da madrugada. Os “justiceiros” arrastaram a mulher pelo cabelo até a calçada da casa e a mataram com vários golpes de facão e faca-peixeira. No ataque de fúria, os criminosos chamavam a indefesa mulher de alcaguete, o popular “cabueta”, aquele que entrega à polícia. O mais curioso nisso tudo é que os envolvidos no crime são conhecidos dos vizinhos da vítima e, nem assim, se preocuparam em esconder o rosto. Cometeram o crime no meio da rua e de caras limpas, como forma de intimidar os demais moradores. E conseguiram. Dezenas de pessoas viram o crime, mas todas disseram à polícia que não viram nada e que nem sabiam que tinha ocorrido um brutal assassinato na vizinhança.

Ponto de vista

Aborto: não depende do presidente “Como incorporar à Previdência Social os milhões de brasileiros que não são abrigados pelo sistema? João Baptista Herkenhoff Livre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, professor pesquisador da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha e escritor / jbherkenhoff@uol.com.br / www.jbherkenhoff.com.br O debate entre os presidenciáveis corre o risco de perder todo o seu significado político, no caso de continuar este embate tolo sobre questões que não são da competência do presidente da República. O aborto, pela atual legislação é crime, salvo dois casos: primeiro – gravidez resultante de estupro; segundo – aborto para salvar a vida da parturiente. A descriminalização do aborto dependerá de lei, a ser discutida e votada pelo Congresso. Dada a relevância do tema, não é matéria para ser decidida a toque de caixa, mas deve suscitar um amplo debate da sociedade. Ao Congresso Nacional é que caberá decidir. Agirá o Congresso com sabedoria se, na oportunidade dessa discussão, franquear sua tribuna para que ali compareçam médicos, sociólogos, psicólogos, juristas, educadores, jornalistas, organizações feministas, representantes das diversas crenças religiosas que têm seguidores em nosso país. Todas as vozes devem ser ouvidas, todas as opiniões devem ser entendidas e respeitadas, a boa vontade deve imperar, estamos numa Democracia conquistada a duras penas. Quando das recentes eleições para deputado federal e senador, seria perfeitamente honesto indagar dos candidatos sua posição à face do aborto e questões semelhantes. Não vimos este debate nas eleições legislativas. No segundo turno da eleição presidencial, fazer do aborto uma questão central é uma mentira e um engodo que a consciência cívica deve repudiar com energia. A agenda do futuro presidente não vai incluir como itens: ser a favor ou contra o aborto, a favor ou contra a união homossexual etc. Todas estas matérias são constitucionais ou legislativas, não está nas mãos do Presidente decidir sobre elas porque, felizmente, não estamos vivendo numa ditadura, onde o ditador é que manda em tudo. Há questões gravíssimas sobre as quais o povo tem o direito de saber qual será o comportamento dos presidenciáveis diante delas. É sobre essas questões que deve girar o debate. Nenhum dos dois candidatos afastou energicamente o tema do aborto e de outras questões morais, dizendo o que tinham o dever de dizer: esta matéria compete ao Congresso Nacional, depende de discussão no Congresso com participação de todas as forças e segmentos sociais, o presidente da República não tem poder para liberar o aborto, legalizar a união homossexual, etc. Felizmente um outro tema tolo pode ser descartado: cobrar a biografia da adolescência; investigar quem foi e quem não foi comunista na quadra universitária; um não pode acusar o outro de ter pretendido fazer omelete de criancinha no passado. Os dois candidatos tiveram militância radical, o que deve ser creditado ao currículo deles, por ser uma glória ter querido virar o mundo de pernas para o ar nos verdes anos (aurora da minha vida que os anos não trazem mais, como poetou Casimiro de Abreu). A idade madura pode conduzir a posições de maior equilíbrio, pode ensinar a transigir no acidental sendo fiel no essencial, pode convencer de que Roma não se fez em um dia, mas como é bom conservar na pele o batismo de fogo dos ideais transformadores e jamais trair o sonho e acomodar-se na capitulação. Como julgar cada um dos candidatos neste item? Seleciono dez assuntos que realmente competem ao futuro primeiro mandatário: 1) que iniciativas do governo atual e de governos anteriores serão aprimoradas, pois o que foi feito de bom nunca deve ser abandonado; 2) que será feito para melhorar o atendimento nos hospitais públicos? 3) que medidas pretendem os postulantes implementar para melhorar a educação e acabar de vez com o analfabetismo funcional? 4) como vai cada um dos candidatos, se eleito, melhorar o sistema de segurança pública, em colaboração com as unidades federativas? 5) como cada um pretende encaminhar a reforma tributária? 6) como avançar na luta pela redução das desigualdades sociais, que foram diminuídas, mas ainda são grandes demais; 7) como incorporar à Previdência Social os milhões de brasileiros que não são abrigados pelo sistema? 8) como enfrentar o desafio de não deixar uma única criança, em todo o território nacional, em situação de abandono; os Estados e municípios não podem fazer isto sozinhos, a União tem de ajudar; 9) como melhorar a situação dos idosos? 10) que linha de conduta o candidato compromete-se a adotar para que o relacionamento do Poder Executivo com o Congresso seja baseado em princípios éticos?

Ser ou não ser?

San

Responsabilidades do País com os novos consumidores “Produtos que tenham qualidade, preço acessível e atrativos quanto a moda, tendências, tecnologia e design” João Francisco Salomão Presidente da Federação das Indústrias do Estado do Acre FIEAC salomao@fieac.org.br Ante o vigoroso crescimento da classe C, constituída por famílias com renda de 1.115 a 4.808 reais, que passaram a representar 52% da população brasileira, surgem novas responsabilidades para o setor público e a iniciativa privada, de maneira a consolidar essa significativa transformação na pirâmide socioeconômica nacional. Nesse sentido, uma das prioridades é rever a carga e o modelo relativo à cobrança de impostos. Como se sabe, a tributação sobre o consumo no País é altamente regressiva. Ou seja, como as alíquotas do ICMS e do IPI são inerentes aos produtos, o imposto pago pelos indivíduos em qualquer compra é proporcionalmente mais oneroso quanto menor for sua renda. É premente corrigir essa distorção, que somente pode ser reparada por meio da realização da reforma tributária, há tanto reivindicada pela sociedade e os setores produtivos. Rever esse modelo regressivo de cobrança de impostos aumentaria ainda mais o poder de compra da ascendente classe média, mas também teria impacto positivo no âmbito dos 19,3 milhões de brasileiros que saíram da linha da miséria nos últimos cinco anos. Segundo Marcelo C. Néris, economista da Fundação Getulio Vargas e autor do trabalho A nova Classe Média, o crescimento da renda per capita dos pobres no Brasil, entre 2001 e 2008, foi de 72%, alcançando quase 10% ao ano. As princi-

pais causas desse positivo fenômeno foram o aumento da renda do trabalho, responsável por quase 33% da melhora; o programa Bolsa-Família (17%); e a Previdência (15%). Além de se mobilizar no sentido de contribuir para o debate e defender a reforma tributária, os setores produtivos também têm relevante responsabilidade nesse processo de transformação socioeconômica pelo qual passa o Brasil. A ascensão de milhões de habitantes à sociedade do consumo nos últimos oito anos exige a oferta, a esse grande contingente de pessoas, de produtos que tenham qualidade, preço acessível e atrativos quanto a moda, tendências, tecnologia e design. A indústria, de maneira mais específica, deve estar cada vez mais preparada para atender à nova demanda do mercado consumidor, não apenas em respeito a esses indivíduos ascendentes, como pelo fato de eles representarem parcela muito expressiva do volume total dos produtos comercializados no Brasil. Respeitar a inexorável lei de mercado é fundamental para se estabelecer um círculo virtuoso na economia, multiplicar empregos e conferir sustentabilidade a esse processo de inclusão socioeconômica dos brasileiros. Os avanços são muitos, mas é preciso continuar trabalhando com grande empenho no sentido de promover o constante aumento da renda e o crescimento sustentado do PIB nacional.

O JORNAL Diretor-Executivo Sálvio de Taine Maciel salviomaciel@ojornal-al.com.br

Professor Parece-me ter sido Ferreira Gullar que opinou ser desnecessário um ministério para a cultura. A questão motivou o artigo Cidadania Cultural, sob a égide de O Poder da Cultura, uma rede de agentes culturais dispostos a desenvolver ferramentas para superar desafios de maneira lúcida e condizente com a realidade; desenvolvendo conceitos e propostas contemporâneas, abrindo espaço ao surgimento de perspectivas inovadoras. O blog Quiprocó, em boa hora, repercutiu o assunto. O texto afirma que participar da vida política é um ato cultural e que o poder público, indo além do paliativo, deve estimular essa participação. Sugere, ainda, que todos os segmentos de governo, em ações transversais, devem comprometer-se com a dimensão cultural. No entanto, questiona se abrir mão de um ministério próprio seria uma atitude adequada. No penúltimo debate entre os que pleiteiam o inquilinato do Palácio dos Palmares, a primeira pergunta formulada versou sobre o que havia em termos de política cultural a ser posto em prática. O questionado, ato contínuo, uniu o segmento cultural à Educação; enquanto o inquisidor o juntou com o Turismo. Foi estimulador, pois o tema cultura quase que não é lembrado nos embates televisionados, mas os contendores ainda ficaram em débito, esquecendo que uma política pública de cultura, em termos de desenvolvimento humano, pode englobar Meio Ambiente, Saúde, Ação Social e vários outros setores. Voltando, no entanto, à questão ministerial, vê-se que, embora a cultura tenha diversos vieses e significações, seu potencial seria desperdiçado se a colocarmos apenas sustentada em outras práticas, pois a cultura tem, sim, seu papel próprio, carecendo, portanto, de ações específicas. “A transversalidade é premissa comum, a exemplo de conceitos como ética, cidadania e respeito, que devem estar presentes em níveis individuais, sociais, corporativas e governamentais, num complexo de direitos e deveres para todos e por todos”. Vista dessa forma, ação cultural é, também, responsabilidade compartilhada, mas, nos momentos que esteve a reboque da Educação e do Turismo, sempre foi relegada a segundo plano. O MinC, criado em 1985, mercê de um movimento que envolveu diversas unidades federativas, em busca de amenizar eternas carências, muito foi depreciado nos anos 90/92, quando arroubos neoliberais quase o desmontaram. No período 92/2002, virou mera banca de intermediação de patrocínios, para o deleite do marketing das grandes empresas. A partir de 2003, reorganizando-se, estruturando-se, vem ganhando força, através de um consistente processo de discussão do papel do Estado como indutor de políticas públicas. Retroceder, jamais! Cartas à Redação: opiniao@ojornal-al.com.br

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Nacional

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Domingo, 24 de outubro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: nacional@ojornal-al.com.br

STF retoma debate sobre Ficha Limpa Ministros analisam na próxima quarta-feira recurso de Jader Barbalho, que teve candidatura ao Senado negada Agência Senado O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, disse na última sextafeira acreditar que os ministros daquela corte poderão sair do impasse em relação à aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano. O assunto será apreciado em sessão do STF na próxima quarta-feira, no julgamento de recurso interposto por Jader Barbalho (PMDB), candidato ao Senado pelo Pará, que teve o registro de sua candidatura negado pela Justiça Eleitoral. “Possibilidade teórica sempre tem (de continuar empatado). Eu não saberia fazer uma avaliação hoje. Se ninguém mudar de posição, fica tudo como estava, mas pode ser até que o tribunal encontre uma solução não alvitrada até agora”, disse Peluso durante visita à Central do Cidadão do STF. Em setembro, no primeiro julgamento relativo à Lei da Ficha Limpa, envolvendo o então candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz, a votação no STF terminou num empate em cinco a cinco, depois de 11

Peluso diz ser possível um novo empate para a questão

horas de discussão. O caso de Roriz é semelhante ao de Jader Barbalho: ambos tiveram os registros negados por terem renunciado a mandato eletivo para escapar de processo de cassação.

Cezar Peluso, que no recurso de Roriz manifestou-se contra a aplicabilidade imediata da Lei da Ficha Limpa, não quis comentar se poderia mudar seu voto desta vez.

O presidente do Supremo considera a possibilidade de os ministros do STF se reunirem para discutir o caso, antes da sessão de quarta-feira. Apesar de ter o registro ne-

gado, Jader Barbalho foi o segundo candidato mais votado para o Senado no Pará. Caso o STF reverta a decisão da Justiça Eleitoral, ele ocupará a vaga atualmente da senadora eleita

Marinor Brito (PSOL). O relator do recurso de Jader é o ministro Joaquim Barbosa, que, na ação de Roriz, votou pela aplicação da Ficha Limpa neste ano.

PLANOS DE SAÚDE

ANS quer ampliar as regras de portabilidade

Novo CPC terá relatório votado em novembro Agência Senado

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) inicia na última quinta-feira uma consulta pública sobre a proposta de ampliação das regras para a portabilidade de carências nos planos de saúde. Toda a sociedade poderá contribuir para a definição da norma nos próximos 30 dias. A possibilidade de mudar de plano de saúde levando consigo os períodos de carência já cumpridos é uma realidade desde abril de 2009, quando entrou em vigor a Resolução Normativa nº 186. De 15 de abril de 2009 a 19 de outubro de 2010, 2.111 beneficiários fizeram a mudança de plano sem novos períodos de carência. Atualmente, as condições para o exercício da portabilidade de carências são: a) ser beneficiário de plano individual ou familiar contratado após 1/01/1999 ou adaptado à Lei nº 9.656/98; b) estar em dia com a mensalidade do plano de origem e apresentar cópia do comprovante de pagamento dos três últimos boletos vencidos; c) estar há pelo menos 2 anos na operadora de origem ou 3 anos, caso tenha cumprido a cobertura parcial temporária ou nos casos de doenças e lesões pré-existentes. Apartir da segunda portabilidade, o

prazo de permanência passa a ser de 2 anos para todos os beneficiários; e, d) solicitar a portabilidade no período entre o mês de aniversário do contrato e o mês seguinte. Aproposta que está em consulta pública foi definida pela Câmara Técnica criada este ano para debater o tema, que reuniu técnicos da ANS, representantes de operadoras de planos de saúde, de órgãos de defesa do consumidor, do Ministério Público Federal e do Ministério da Fazenda. As mudanças sugeridas são: extensão da portabilidade para os beneficiários de planos coletivos por adesão para planos individuais; criação da portabilidade especial: válida para beneficiários de operadoras que não conseguiram encontrar empresas interessadas em absorver seus beneficiários quando tiveram a transferência de carteira compulsória decretada pela ANS; redução do período mínimo de permanência no plano de origem para um ano, a partir da segunda portabilidade; ampliação prazo para o exercício do direito de portabilidade de dois para quatro meses, a partir do mês de aniversário do contrato; e, mais informação para o beneficiário: a operadora do plano de origem deverá

comunicar a todos beneficiários a data inicial e final do período estabelecido para a solicitação da portabilidade de carências. Essa informação deve constar do boleto de pagamento do mês anterior ao referido período ou em correspondência enviada aos titulares dos contratos nos casos em que não lhes seja enviado boleto. As operadoras deverão divulgar na carteirinha do plano, por qualquer meio hábil ao atendimento da obrigação, o registro da operadora e o do produto na ANS, a segmentação assistencial, o tipo de contratação, o padrão de acomodação, o fator moderador e o número do Disque-ANS, nos seguintes prazos máximos: I - A partir de 30 de março de 2011, para as novas contratações; II Para os atuais beneficiários: até o dia 31 de dezembro de 2011. As contribuições podem ser enviadas até 20 de novembro por meio de formulário específico no sítio da ANS em Transparência/Consultas Públicas ou por via postal, para a sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar: Rua Augusto Severo, n° 84, 12° andar, Glória - Rio de Janeiro/RJ, CEP 20021-040, com indicação do assunto “Consulta Pública n° 341-Extensão da Portabilidade”.

DECRETO

Secretaria nacional vai cuidar da saúde indígena Agência Senado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na última quarta-feira decreto que cria a Secretaria Nacional de Saúde Indígena, subordinada ao Ministério da Saúde. O decreto regulamenta artigo da Lei 12.314, de agosto deste ano, o qual estabelece que o Executivo deverá dispor sobre a criação da secretaria. A Lei 12.314 é resultante de medida provisória (MP 483/2010), que, modificada pelo Congresso Nacional, foi aprovada como o projeto de lei de conversão (PLV 8/2010). A aprovação da matéria foi

defendida por diversos grupos indígenas, que se mobilizaram para acompanhar sua tramitação na Câmara e no Senado. O projeto foi aprovado pelos senadores em agosto último. O novo órgão assume as atribuições do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e será responsável pelas ações de saneamento básico das áreas indígenas. Outra atribuição do órgão será implementar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Para isso, o decreto determina a divisão da secretaria

em três áreas: Departamento de Gestão da Saúde Indígena, Departamento de Atenção à Saúde Indígena e Distritos Sanitários Especiais Indígenas. O decreto também dá autonomia aos 34 distritos sanitários especiais indígenas, que vão funcionar como unidades de gestão descentralizadas, responsáveis pelo atendimento de saúde e saneamento em cada território indígena. Agora, o Ministério da Saúde e a Funasa terão o prazo de 180 dias para efetivar a transição da gestão do subsistema de Atenção à Saúde Indígena para o Ministério da Saúde.

O relator-geral do novo Código de Processo Civil, senador Valter Pereira (PMDBMS), pretende apresentar ainda na primeira quinzena de novembro seu relatório, que será votado pela comissão especial que analisa o tema e, depois, pelo Plenário do Senado. A intenção do senador é reservar tempo hábil para votação nos dois colegiados ainda neste ano. Depois, o projeto seguirá para a Câmara dos Deputados. O senador tem o apoio de um grupo técnico para consolidar e analisar as contribui- Valter Pereira analisa as 106 emendas e 665 sugestões populares ções recebidas pela internet e também nas dez audiências balho a análise de 70 projetos diência dos operadores do públicas realizadas nos esta- de lei que já vinham tramitan- Direito e da sociedade. A comissão que trabalha dos, além das sediadas em do no Senado, com objetivo de com o relator-geral é composBrasília. Há 106 emendas de reformar o atual CPC. Segundo o relator, restam ta pelo ministro aposentado senadores e 667 sugestões populares recebidas pela inter- poucos “pontos de estrangula- do STJ Athos Gusmão Carnet, além de documentos com mento” no relatório. A propos- neiro; o jurista Cássio Scaranálises mais abrangentes en- ta em discussão é fruto de an- pinella Bueno; o desembarcaminhadas por diferentes ins- teprojeto elaborado por uma gador Dorival Renato Pavan, tituições do campo do Direito, comissão de especialistas coor- do Tribunal de Justiça do como tribunais superiores, denada pelo ministro Luiz Fux, Mato Grosso do Sul; e o adMinistério da Justiça e univer- do Superior Tribunal de Justiça vogado Luiz Henrique Volpe sidades. É parte ainda do tra- (STJ), também com prévia au- Camargo.

Honorários advocatícios terão regras Motivo de permanente insatisfação dos advogados, os honorários recebidos em causas ganhas contra a Fazenda Pública devem ter regras objetivas de cálculo no novo Código de Processo Civil (CPC). A promessa é do relator-geral do projeto (PLS 166/10), senador Valter Pereira (PMDB-MS), que atualmente estuda as sugestões apresentadas por advogados, instituições jurídicas e pela sociedade em geral nas dez audiências públicas realizadas nos estados e por meio da internet. “Não quero antecipar a solução, mas posso adiantar que vou enfrentar esse problema e dotar o projeto de critérios objetivos”, salienta. Como regra geral, informa o senador, os juízes condenam quem perde uma causa a pagar os serviços do advogado da parte vencedora, os chamados honorários de sucumbência. Os magistrados costumam determinar o pagamento de, no mínimo, 10% e, no máximo, 20% sobre a quantia da condenação ou, na ausência desta, sobre o valor

dado à causa. No entanto, essa regra não se aplica quando a parte vencida é a Fazenda Pública, detentora dos bens da União, estados ou dos municípios. Nesses casos, afirma o relator, o juiz aplica a chamada “apreciação equitativa”, resultado de “sua livre apreciação”. “Se o advogado levou de duzentas a quatrocentas horas dedicado a provar o direito do cidadão e a Fazenda Pública perde a causa, mesmo se a lide envolver milhões, o juiz poderá entender que os honorários correspondem a uma quantia mínima, quase simbólica. Mas há também casos raros e inexplicáveis de valores exorbitantes”, comparou o senador. ACESSO À JUSTIÇA - O novo CPC está sendo elaborado com a finalidade de ampliar e baratear o acesso à Justiça, simplificando os ritos processuais. Entre outras medidas, a reforma pretende valorizar a mediação e a conciliação como alternativas para a solução de conflitos, o que

evitaria a abertura do contencioso judicial em muitos casos. “A mediação e a conciliação são fundamentais para desafogar o Judiciário - afirma o senador, ao lembrar que aproximadamente 90 milhões de processos se acumulam hoje na Justiça em todo o país”, destaca. Durante as audiências, diversas vozes do Judiciário foram contrárias à ideia, defendida pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de reservar a advogados com registro na instituição o papel de mediador de conflitos. Para a OAB, mesmo para a formalização de um acordo extrajudicial, apenas os advogados conhecem o suficiente das leis e do Direito para assessorar a partes. Nos entanto, outros segmentos acreditam que o mais importante seria a habilidade do negociador, independentemente da formação, sobretudo em questões de fundamento psicológico e social. O próprio juiz que atuasse no caso poderia garantir suporte quanto aos aspectos legais.

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EUA mataram “centenas” de civis no Iraque, diz Wikileaks Site divulga arquivos secretos sobre as ações do exército norte-americano

Fundador do Wikileaks, Assange é um “incômodo” para o Pentágono

Julian Assange: um revelador incógnito ESTOCOLMO- O australiano Julian Assange, cujo site especializado em publicação anônima de dados e documentos confidenciais de empresas, governos e instituições revelou na sexta-feira informações secretas sobre a guerra no Iraque, gosta de manter sua vida em segredo. Criador e figura emblemática do Wikileaks e acusado pelo Pentágono de ser irresponsável, a última revelação do homem de 39 anos antes da de sexta-feira foram 92 mil relatórios sobre a guerra no Afeganistão, que, entre outras informações, apontavam mortes de civis não contabilizadas e o apoio do serviço secreto paquistanês ao Talibã. “Queremos três coisas: liberar a imprensa, revelar os abusos e salvaguardar documentos que fazem história”, disse Assange à agência de notícias AFP em agosto. Em pouco tempo, ele se transformou no homem que faz a CIA tremer, o revelador de abusos, mas não gosta de revelar nada sobre si mesmo. “Estamos ante organizações que não obedecem regras. Estamos ante agências de inteligência”, garante Assange sobre os governos, empresas e instituições que são alvo dos vazamentos. Ele sempre se recusa a dizer seu destino ou de onde está vindo, viaja de capital em capital se hospedando em casas de simpatizantes ou conhecidos, não dá seu número de celular, nem revela quando nasceu. Nascido em 1971, sem revelar o dia, em Magnetic Island, noroeste da Austrália, Assange teve uma infância movimentada, tendo passado por 37 escolas, segundo contagem da imprensa australiana. Em sua adolescência, ele foi um hacker habilidoso, até ser descoberto pela polícia de Melbourne. Para escapar da Justiça, teve que pagar uma

multa e jurar que manteria um bom comportamento. A polícia nunca descobriu se ele estava envolvido em um incidente em outubro de 1989, quando as telas dos computadores da Nasa foram repentinamente cobertas pela palavra “WANK” pouco antes do lançamento do foguete Atlantis. Segundo Assange, ele foi “conselheiro de segurança, fundador de uma das primeiras empresas de serviços informáticos na Austrália, assessor tecnológico, investigador jornalístico e coautor de um livro”. Em 2006, fundou o Wikileaks, com “umas dez pessoas que vinham dos âmbitos dos direitos humanos, a imprensa e a alta tecnologia”. Islândia e Suécia, onde conta com apoios e está amparado por legislações favoráveis, são escalas privilegiadas em seu constante ir e vir por todo o mundo. Na última segunda-feira, no entanto, o governo sueco negou permissão de residência a Assange, onde ele é acusado de estupro por duas mulheres. Na Islândia, ele ficou isolado durante semanas em uma casa com as persianas fechadas, para preparar com alguns parceiros sua primeira grande “exclusiva”: um vídeo gravado pela câmera de um helicóptero militar americano em Bagdá em 2007, que mostra uma incursão que matou dois empregados da agência de notícia Reuters e de cerca de dez civis. Segundo a revista americana New Yorker, foi Assange quem descodificou o vídeo militar, e qualificou a tarefa de “moderadamente difícil”. “Muitas vezes me perguntam: ‘vocês verificam suas fontes?’. O que verificamos são documentos. Perguntamos: ‘são seus esses documentos? Sim, não, talvez? E creio que se trata de uma exigência muito superior”, diz.

O Exército norte-americano autorizou a tortura e matou centenas de civis em postos militares no Iraque ao longo dos últimos anos, informou na sexta-feira a emissora panárabe de televisão Al-Jazira com base em documentos secretos dos Estados Unidos vazados pelo site Wikileaks.org. Os arquivos secretos obtidos pelo Wikileaks e repassados à Al-Jazira revelam a existência de uma ordem secreta da cúpula do exército dos EUA para que não fossem investigados os casos de tortura atribuídos a autoridades iraquianas descobertos pelas forças

norte-americanas. Os EUA também acobertaram, segundo os documentos, o fato de “centenas” de civis iraquianos terem sido assassinados em postos de controle militar operados por soldados norte-americanos depois da invasão do Iraque, em março de 2003, por forças estrangeiras lideradas por Washington em busca de armas de destruição em massa que nunca vieram a ser encontradas. Ainda de acordo com a AlJazira, os EUA“compilaram um registro de iraquianos mortos e feridos no conflito, apesar de o terem negado publicamente”.

Os documentos divulgados na sexta revelam que a guerra no Iraque matou pelo menos 109.000 pessoas entre a invasão do país árabe, em março de 2003, e o fim do ano passado, informou a emissora. Dos 109.000 mortos no período, 63% eram civis, segundo os documentos secretos norte-americanos citados pelo canal. “Eles (os documentos) mostram que houve 285.000 vítimas do conflito, das quais 109.000 morreram”, entre 2003 e o fim do ano passado, detalha a emissora, com base nos dados obtidos pelo Wikileaks.org. Em sua página na Internet,

a Al-Jazira qualifica a nova ação do Wikileaks como o maior vazamento de segredos militares da história. A emissora afirma ter sido beneficiada com acesso a quase 400.000 documentos sigilosos dos serviços secretos dos EUA sobre a guerra no Iraque. Ainda de acordo com a Al-Jazira, seus jornalistas tiveram acesso total aos documentos no decorrer dos últimos dois meses e meio. Além da Al-Jazira, jornalistas dos diários New York Times (EUA) e Guardian (Inglaterra) também tiveram acesso ao novo lote de documentos secretos.

Entre março de 2003 e o final do ano passado, 109 mil pessoas teriam sido mortas na Guerra do Iraque: 63% eram civis e os EUA esconderam

Milícias xiitas iraquianas foram treinadas no Irã NOVA YORK - O novo vazamento do site Wikileaks sobre documentos sigilosos dos EUA indica que milícias xiitas iraquianas receberam ajuda do Irã durante a guerra. Os documentos, publicados pelos jornais The New York Times, The Guardian, pela rede de TV árabe AlJazeera, entre outros, indicam que Azhar al-Dulaimi, um dos principais militantes xiitas do Iraque, recebeu treinamento da Guarda Revolucionária

Iraniana e da milícia xiita libanesa Hezbollah. “Dulaimi obteve treinamento do Hezbollah em Qom, no Irã, sob a supervisão da Guarda Revolucionária em julho de 2006”, diz o documento. Cinco meses depois, Dulaimi foi morto no bairro xiita de Sadr City, na periferia de Bagdá. Ele era apontado como responsável pela morte de quatro soldados americanos sequestrados em um quartel de Kerbala.

Durante o governo de George W. Bush (2001-2009), críticos acusavam a Casa Branca de exagerar no papel do Irã na guerra para justificar uma política externa mais agressiva contra Teerã. REAÇÃO - A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse que condena de forma veemente qualquer vazamento de documentos que “coloque em risco vidas americanas ou de seus

aliados”. Acompanhada seu colega paquistanês, Mahmood Qureshi, Hillary respondeu assim à publicação de documentos sobre a Guerra do Iraque pelo site WikiLeaks. “Tenho a firme convicção de que devemos condenar nos termos mais claros possíveis a difusão de qualquer informação, por parte de indivíduos ou organizações, que coloque em risco a vida dos soldados ou civis dos EUA e de seus aliados”, disse Hillary.

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Yvette Moura

Na periferia de Marechal, as famílias vivem com medo da violência; durante o dia, ainda há movimento; à noite, as portas são trancadas

O drama de quem vive na região mais violenta da Grande Maceió Num dos municípios mais famosos do Estado, dono de características ímpares, o tráfico tem deixado marcas e medo Láyra Santa Rosa Repórter

Maria Benedita e a história de ter de separar a família por medo dos traficantes

O medo de ver o neto, que é usuário de drogas, nas estatísticas de vítimas da violência em Marechal Deodoro, fez com que a aposentada Maria Benedita acionasse a Polícia Civil para ajudá-la. O adolescente, de 16 anos, se envolveu com traficantes do município, chegando a auxiliar na venda de entorpecentes. Pouco tempo depois, quando desejou deixar o submundo do crime, foi ameaçado de morte pelos seus antigos amigos. O caso aconteceu há cinco meses, mas para a família parece que foi ontem. Desde o dia que o adolescente teve que sair escondido da cidade, escoltado pela polícia, as vidas da avó e dos pais dele mudaram. O menino está longe do Estado, vive com alguns tios em outra cidade, mas continua com medo de morrer. Ele está em tratamento contra o vício que deixou para trás, junto com o passado de crimes. Já para os familiares, que ficaram na terra que leva o nome do proclamador da República, o temor continua. “Vivo com medo. Não ando na cidade sozinha. Deixei minha casa e minha vida para trás. O medo de morrer é muito grande. Os traficantes se revoltaram porque apoiamos meu neto

para abandonar as drogas. Por conta disso, eles ameaçaram o menino e todos que interferissem”, lembra a aposentada. “Hoje, vivo de favor na casa da minha irmã. Meus móveis estão aqui, jogados, enquanto não arrumo outro canto para ficar. Para aquela casa onde vivíamos não volto mais. A melhor decisão que podia ter tomado foi avisar à polícia o que estava acontecendo e salvar a vida do meu neto, do meu genro e até mesmo a minha”. Dona Benedita lembra, com lágrimas dos olhos, da noite que sua casa foi cercada por traficantes, sob a ameaça de matar sua família. “Foi terrível. A sorte foi que fomos avisados que eles tinham cercado a casa. Tive que dormir três noites na calçada, longe de casa para não ser morta. O pior é que o medo continua. Marechal Deodoro está muito violenta, a cidade não era assim. Hoje matam por qualquer outra coisa”, denunciou. A história da família de Maria Benedita retrata o caos que o município de Marechal Deodoro tem enfrentado nos últimos meses. Os dados apontam a cidade como sendo a da região conhecida como Grande Maceió, que mais se mata no Estado. Até julho deste ano, foram registrados 42 homicídios, além de 15 de tentativas de assassinatos.

Portas fechadas e receio de sair na rua No município onde fica localizada uma das mais belas praias do Estado e que se tornou ponto turístico pela força de sua história, os moradores da região periférica vivem com medo de sair às ruas. Durante o dia, o clima é de tranquilidade, mas ao escurecer, as tradicionais conversas de calçadas, comuns nas cidades do interior, foram suspendidas por medo da violência. A situação na cidade é tão grave que até um Conjunto Residencial, o José Dias foi rebatizado pelo apelido de Iraque. A denominação faz menção ao país do Oriente Médio alvo de guerras constantes, graças ao grande número de assassinatos cometidos no local. O bairro é ponto de ação constante do tráfico de drogas e palco de muitos homicídios, principalmente por acerto de contas. No bairro que fica na periferia de Marechal Deodoro, de ruas de barro e sem saneamento básico, a lei do silencia im-

pera. O medo é visível em toda a comunidade, que teme represálias. “É perigoso sim morar aqui. Mas não sei de quem é culpa por esses crimes não. Minha família passa mais tempo em casa do que na rua. Tenho filhos pequenos que são acostumados a brincar em casa e são assim justamente por medo da violência”, comentou o dono de uma borracharia, José Miguel dos Santos. O estudante Thiago Rodrigues dos Santos, também morador do Iraque, disse que a maior parte dos crimes no local acontecem perto de uma região de plantio de cana de açúcar e motivado por acerto de contas. “O que sabemos aqui é que a maioria dos crimes é por conta de envolvimento com o tráfico. Mesmo assim bate medo de andar principalmente a noite, já que eles matam por qualquer motivo. A violência está grande por aqui. Cansamos de ouvir tiros a noite e no outro dia ver o corpo estendido no chão”, comentou. (L.S.R.)

José Miguel diz que deixa os filhos pequenos em casa com medo da violência

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Domingo, 24 de outubro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: cidade@ojornal-al.com.br Fotos: Yvette Moura

Situação se repete em outros pontos Na Rua dos Cajueiros, outro endereço apontado pela Polícia Civil como um dos mais violentos do município a situação se repete. Os moradores da região temem sair de casa para não serem vítimas de criminosos. “Antigamente o pessoal ficava na calçada até tarde conversando. A gente podia esquecer a porta aberta que ninguém entrava. Agora se fizermos isso, corremos o risco de acordar e não encontrar mais nada dentro de casa. A violência cresceu muito. Ficar na porta a noite é coisa que não acontece mais, principalmente por causa de tiroteio e confusão. Ninguém quer correr o risco de morrer”, disse a técnica de enfermagem Marineide dos Santos. Na casa da técnica de enfermagem, uma grade proteja a família de uma possível ação dos bandidos. “A grade foi uma necessidade. Ninguém se arrisca de deixar a casa sem proteção. A situação está preocu-

pante, principalmente em relação aos homicídios. Já cansamos de ver gente morta aqui na rua. À noite e aos fim-desemana a situação piora”, contou Marineide dos Santos. “Tenho um filho adolescente que evito que ele saia à noite ou fique na calçada. Numa confusão dessas, é tiro para todos os lados e pode sobrar para qualquer um”. O medo também atinge a família da dona-de-casa Maria José Correia da Silva. Ela lembra de um passado não tão distante, quando as pessoas podiam ficar na porta de suas casas. “Antigamente a gente ficava conversando na calçada. De uns anos para cá, não tem mais condição para isso. A violência é grande. Cresceu bastante. É uma pena que a situação tenha chegado a esse ponto. A polícia tem feito rondas, mas o crime continua”, comentou a também moradora da Rua dos Cajueiros. (L.S.R.)

Marineide recorda os tempos das conversas na porta de casa: “Não acontece mais por causa dos tiroteios”

Maria José diz que a polícia tem feito rondas, mas o crime continua

Mar, sol, beleza, história e violência O município é cheio de peculiaridades. Nele pode ser encontrado o maior pólo industrial do Estado; uma indústria de açúcar; as regiões da Massagueira e da Barra Nova, que são pólos da gastronomia; a Praia do Francês, um dos destinos mais procurado pelos turistas que visitam o Estado e um dos principais cartões postais de Alagoas; sem falar da região Central, que conta a história alagoana, com sua arquitetura esplêndida. “Marechal Deodoro é, sem dúvida, um município que guarda características marcantes. Cada região tem um tipo de situação mais comum se referindo a crimes. Na região do Francês, registramos muitas ocorrências referentes à Lei Seca. Na periferia, tem o tráfico de drogas e os homicídios. Sem falar, dos casos de agressões contra mulheres, que são bastante comuns”, explicou o delegado Flávio Saraiva, titular da Delegacia de Marechal Deodoro. De acordo com ele, o município que fica vizinho de Maceió, ainda sofre com o fato de criminosos seguirem de uma cidade para outra. “Já tivemos casos aqui, como o traficante Bruxo, que arrumou uma briga no Virgem dos Pobres e veio se alojar em Marechal Deodoro. É um criminoso bastante perigoso que chegou a fazer ameaças a policiais. Felizmente conseguimos prendê-lo”, lembrou. “Sem falar que já prendemos

Delegado Flávio Saraiva: delegacia se transformou numa UTI social

aqui uma quadrilha de sequestradores e até mesmo, um homem que era conhecido como o ‘Terror do Iraque’, o Leandro da Silva é acusado de vários homicídios e queria fazer justiça com as próprias mãos. Já encontramos aqui vários tipos de crime”. Para o delegado, é preciso repensar a forma de fazer segurança pública no município, reforçando as ações de Segurança Pública na região. “Uma única delegacia não dá conta para todas as situações que encontramos em Marechal Deodoro. E esse problema vai, também, na esfera judicial. É preciso repensar a maneira de fazer segurança pública, já que o que fazemos é um trabalho cheio de limitações”, afirmou Saraiva. “Infelizmente, sem

dar conta de tudo, o sentimento que sobra para a sociedade é da insegurança e impunidade. Fazemos a nossa parte, investigando e prendendo. Mas isso não é tudo”, afirmou. Saraiva colocou, ainda, que hoje, a Delegacia de Município se transformou em uma UTI Social. “É um problema grave que acontece. Já cansamos de atender casos de pessoas que precisam fazer exame de corpo e delito e não têm documentação. Vão ao IML e voltam sem o exame. Querem denunciar, mas não podem e continuam a mercê da criminalidade. Sobra para delegacia resolver esses problemas. Nos transformamos numa UTI social. É necessário uma medida do poder público para ajudar essas pessoas”, completou. (L.S.R.)

Aumento de blitze resultou na diminuição do número de homicídios em Marechal

Rondas e blitze para coibir tráfico Desde o momento em que o município apareceu como sendo um dos mais violentos do Estado, a Polícia Militar tem reforçado o policiamento na região. “Os dados apontam que no mês de outubro houve uma redução no número de homicídios em Marechal Deodoro. Reforçamos o policiamento e estamos fazendo rondas, blitze e abordagens em vários horários do dia. A idéia é continuar mantendo o número baixo da criminalidade”, disse o tenente Djalma Torquato, subcomandante do Batalhão da Polícia Militar do município.

Diariamente, blitze fazem abordagens a motoristas e a pedestres em atitudes suspeitas. A ação faz parte do trabalho ostensivo. “A droga tem se espalhado por todo o município e é, sem dúvida, a responsável pela maior parte dos crimes cometidos em Marechal Deodoro. Durante essas abordagens que estamos fazendo, a nossa meta é coibir o tráfico e tirar de circulação armas de fogo que possam aumentar a violência na cidade. Em duas semanas, apreendemos dois revólveres encontrados em veículos”, contou o militar. Apesar do baixo número

de efetivo no quartel, a expectativa é que até o final do ano seja reforçado o número de militares em Marechal Deodoro. “Desde que o novo comando assumiu, várias medidas estão sendo feitas para melhorar a situação da Polícia Militar aqui na cidade. Trabalhamos numa área bem extensa, onde o efetivo é pequeno para dar conta de tudo. A expectativa é que até o final do ano recebamos mais policiais. Hoje temos duas viaturas que estão paradas porque não temos policiais suficientes. A situação tem mudado”, completou o tenente Djalma Torquato. (L.S.R.)

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Alagoas a um passo do surto da dengue Alerta do Ministério da Saúde foi dado; técnicos classificaram o Estado como área de maior vulnerabilidade do Brasil Valdete Calheiros Repórter

Alagoas apresenta um alto risco de sofrer uma epidemia de dengue neste final de 2010 e no primeiro semestre de 2011. O alerta foi feito pelo Ministério da Saúde (MS), que enviou técnicos a Alagoas para avaliar a situação da

doença no Estado. A equipe do Programa Nacional de Controle da Dengue do MS classificou Alagoas como uma das áreas de maior vulnerabilidade no Brasil para ocorrência de casos de dengue no período de transmissão 2010/2011. A conclusão está baseada nos próprios números apresenta-

dos pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). De acordo com a Sesau, de janeiro até agora, Alagoas notificou 47.752 casos da doença. Do total, 28.339 foram confirmados, outros 13.824 estão sob investigação e 5.589 foram descartados. Esses números podem ser ainda maiores até o final do

ano, uma vez que faltam ainda os casos que poderão surgir no restante deste mês e nos meses de novembro e dezembro. De qualquer forma, os casos de dengue em Alagoas nos primeiros dez meses de 2010 são alarmantes, já que comparado ao ano de 2009, os números cresceram assus-

tadoramente: ano passado a Sesau contabilizou 5.191 casos da doença. Desde janeiro deste ano, aconteceram 19 óbitos decorrentes de dengue. Outras 10 mortes tiveram diagnóstico descartado para a doença e outras 17 mortes estão ainda sendo investigadas para comprovar ou não a incidência da

doença. Em todo o ano passado, foram registradas três mortes. Em 2008, foram 18 óbitos. Em 2007, 19 alagoanos morreram por causa da dengue. E em 2006, ano em que foram registradas as primeiras mortes causadas pela doença no Estado, foram oito mortes.

Larissa Fontes/Estagiária

Doença concentrada em cinco municípios Cinco municípios alagoanos concentram 77% dos casos de dengue. Maceió está em primeiro lugar, com o registro de 17.163 casos. A seguir vem os municípios de Arapiraca, com 9.456; Palmeira dos Índios, com 5.311; Rio Largo com 3.126 e Santana do Ipanema, com 1.594. Do total de 102 municípios alagoanos, 63 estão em situação epidêmica, ou seja: apresentam mais de 300 casos por cada grupo de 100 mil habitantes. Outras 26 cidades alagoanas estão em alerta porque apresentam mais de 100 e menos de 300 casos a cada 100 mil habitantes. Apenas 13 municípios estão com os registros de casos de dengue sob controle e apresentam menos de 100 casos a cada 100 mil habitantes, entre eles estão Água Branca, Atalaia, Chã Preta, Feliz Deserto, Pão de Açúcar e Porto Real do Colégio. (V.C.)

Em Maceió, 48 bairros estão com epidemia

Esgotos a céu aberto: fêmea gosta de água limpa para desovar

Em Maceió, a situação é bastante alarmante. As estatísticas da Sesau mostram que dos 50 bairros da capital, apenas dois – Pitanguinha e Ponta da Terra – estão em situação de alerta. “Todos os outros bairros de Maceió encontram-se em situação epidêmica”, afirmou a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira. Na tentativa de diminuir o avanço da dengue no Estado, a Sesau elaborou o plano de contingência da dengue para 2011. O documento segue as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue. O plano de contingência engloba vários segmentos nas áreas de vigilância, assistência, comunicação e promoção à saúde. Para combater o mosquito, a Sesau conta como dois mil agentes de endemias para percorrer os 102 municípios alagoanos. Para dar conta da demanda, cada um dos agentes tem que visitar, em média, 25 casas por dia. Apesar dos números da Sesau e do Ministério da Saú-

de, a diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira, afirmou que “não há motivo para pânico por parte da população. A sociedade precisa, sim, se mobilizar e ajudar a Sesau a combater o mosquito transmissor da doença. Cada um precisa fazer a sua parte. A sociedade precisa colaborar na luta contra o mosquito da dengue. Caso contrário, todas as ações, sejam elas da Sesau ou do Ministério da Saúde serão em vão”, alertou. Cleide Moreira fez questão de dizer que a Sesau não está de braços cruzados. “A Secretaria faz um trabalho de combate sistemático de janeiro a janeiro, ano após ano. O governo do Estado atua em parceria com as prefeituras municipais. Infelizmente, há um novo panorama da doença em Alagoas, assim como no restante do Brasil. Este ano fomos surpreendidos com a volta do vírus da dengue do tipo I e do tipo II, que desde as décadas de 80 e 90, respectivamente, não apresentavam casos”, justificou. (V.C.) Continua na página A14

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Criadouros: 80% estão em residências O problema é também, em parte, por culpa dos hábitos de cada cidadão. Segundo Cleide Moreira, 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, são encontrados em domicílios, cujos proprietários não seguem as recomendações para impedir a proliferação do mosquito. “Não existem focos do mosquito Aedes aegypti na rua, nas lagoas ou em lugares sujos. A fêmea só põe os ovos em ambiente tranquilo e em água limpa. Esse é o ambiente propício para o desenvolvimento do mosquito. Esse ambiente é encontrado apenas em domicílios”, ensinou. A diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau pediu para que a população abra sua residência e permita a entrada do agente de endemia. Conforme ela, na capital alagoana, cerca de 30% dos imóveis visitados estão fechados ou o proprietário não permite a entrada do agente. No interior, essa índice de casas não visitadas é de apenas 10%. VÍTIMAS - Entre as maiores vítimas da dengue em Alagoas estão adultos entre 20 e 39 anos (32,4%); jovens entre 10 e 19 anos (22,57%); adultos entre 40 e 59 anos (19,48%); crianças entre um e nove anos (14,52%); idosos maiores que 60 anos (7,78%) e crianças menores de um ano (2,33%). A diretora de Vigilância Epidemiológica da Sesau, Cleide Moreira, disse que o Ministério da Saúde dividiu os 12 meses do ano em período epidêmico, onde o risco de contrair a doença é maior entre os meses de janeiro a junho e período pré-epidêmico, onde o risco de ter a doença é menor entre os meses de julho a dezembro. “Hoje a gente enfrenta um cenário de circulação e recirculação do vírus da dengue”. (V.C.)

Carros fumacês estão entre as estratégias usadas para o combate ao mosquito

Histórico da ocorrência no Brasil O Ministério da Saúde afirmou que entre os anos de 2000 e 2009, foram notificados cerca de quatro milhões de casos de dengue no Brasil. Os destaques foram os anos de 2002 e 2008, nos quais ocorreram as maiores epidemias registradas até o momento. A dengue é uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. O mosquito é escuro, apresenta listras brancas e é menor que um pernilongo. Tem por hábito picar a pessoa durante o dia e se desenvolve

em água parada e limpa. Os sintomas da dengue são febre alta, dores musculares e nas juntas, dor atrás dos olhos, fortes dores de cabeça, manchas avermelhadas na pele, fraqueza e falta de apetite. Pessoas que apresentam esses sintomas podem estar com dengue. No entanto, o diagnóstico deve ser feito pelo médico, após exame de sangue. A Sesau faz um alerta e pede a população que toma todos os cuidados necessários para evitar a doença. (Leia Box). (V.C.) Marco Antônio

Pneus velhos são uns dos lugares preferidos do mosquito da dengue

Cleide Moreira: hábitos do cidadão contribuem para a proliferação

Sesau reforça capacitação de profissionais Na última terça-feira, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Sesau iniciou uma capacitação sobre investigação de casos graves e óbitos por dengue, destinada aos técnicos das vigilâncias epidemiológicas municipais. O treinamento prossegue até a próxima quarta-feira, com turmas divididas por microrregiões. O objetivo do evento é discutir a vigilância epidemiológica da dengue com ênfase na investigação de casos graves e óbitos.

De acordo com a responsável técnica da vigilância e controle da dengue, Isolda Wanderley, a capacitação tem como finalidade monitorar todos os casos. “Trabalhamos na identificação, para assim achar o fator determinante desses óbitos, evitando que aconteçam outros”, disse. Todos os dias os municípios alimentam o Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) e comunicam os casos ao Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs). (V.C.)

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Fotos: Lula Castello Branco

No Centro, camelôs ignoram os riscos e vendem óculos como se fossem especialistas

Óculos a perder de vista Sem se importarem com a saúde da visão, camelôs e consumidores transformam o Centro numa grande ótica ao ar livre Mônica Lima Repórter

A venda indiscriminada de óculos de grau no Centro de Maceió está se tornando um fato corriqueiro. A busca por uma solução mais rápida e barata para resolver os problemas da visão tem levado centenas de pessoas diariamente

às bancas instaladas em diversos pontos da região do Calçadão do Comércio. O que antes ficava num canto escondido, hoje está exposto nas vitrines improvisadas nas portas das lojas, podendo ser encontrados em diversos graus e modelos variados. Os vendedores ignoram a importância da venda de ócu-

los mediante indicação médica, fornecem ao consumidor o produto, exibindo os modelos que imitam os de marcas famosas, que são adquiridos nas óticas por mais de R$ 200,00. Mas quem procura o serviço não está interessado em saber se trará benefícios ou prejuízos futuros à visão, o que importa é economizar. Afinal, as peças

são encontradas a partir de R$ 10,00 podendo chegar a R$ 20,00. Os que vão a procura de comprar óculos, se aproximam e iniciam uma conversa com o vendedor. Primeiro vão atraídos pelos esportivos de tamanhos e cores variadas, um atrativo para crianças, adolescentes, jovens e adultos. Depois se in-

teressam pelos modelos de grau, que ficam num canto da banca, para não chamarem tanta atenção, já que alguns sabem que esse tipo de venda é condenada. Com tantos modelos, o consumidor começa a provar alguns, sendo orientados pelas vendedoras, que muitas vezes chegam a sugerir um

que se adéque bem ao rosto do cliente. Nesse comércio , o que não pode é deixar de vender. Os números relativos ao grau estão numa etiqueta no canto do objeto, um, dois, um e meio e vai variando. Muitos chegam a experimentar até quatro modelos até chegar a um que satisfaça sua necessidade.

Clientes aos montes nas barracas Uma senhora aparentando uns 50 anos, inicia uma conversa com a vendedora, observa cada um dos óculos. Primeiro se interessa por um modelo infantil de pouco mais de R$ 5,00 e termina levando para filha. Num segundo momento observa os de graus. Desconfiada e sem querer se identificar diz que já comprou um óculos no camelô e não teve dificuldade. Sem ter noção da gravidade do ato de estarem vendendo um produto que pode prejudicar futuramente a visão do cliente, os vendedores vão fazendo vistas grossas e, como não existe uma fiscalização pelas entidades ligadas aos especialistas nas doenças da visão, o comércio continua livre. A camelô Eliane Nascimento, instalou o seu ponto de venda em uma das esquinas do Calçadão do Comércio. A banca bem localizada chama a atenção de quem passa e, muitos não resistem fazem questão de conferir os produtos. A vendedora perdeu a conta de quantas peças vende por dia e

Modelos e cores variadas escondem o perigo à visão dos consumidores

destaca que, os de grau são procurados com frequência. Ela faz questão de dizer que eles não fazem mal à visão, porque servem apenas para quem tem dificuldade para ler de perto. Além dos camelôs que se espalham em diversas bancas, há uma que se tornou uma referência na venda de óculos esportivos e de grau. O proprietário Edmilson Tavares, faz questão de dizer que durante

esses 34 anos de sua atividade, já tem clientes fiéis, que em qualquer necessidade recorre ao ponto de venda, ou seja, uma espécie de grade nos eles ficam expostos, para que os consumidores escolham. No espaço apertado as pessoas se aglomeram, sem se importar com o vai e vem, vão escolhendo o produto e, muitas vezes, além do modelo esportivo almejado, acabam levando um de grau. (M.L.)

Efeitos nocivos vêm com o tempo Os usuários não têm noção da gravidade do produto que estão levando para casa. Os óculos não passam de uma brincadeira, pois ignoram os exames específicos destinado a identificar o grau exato, o que é um ato exclusivo do médio. O oftalmologista César Amorim condena a prática e diz que, quem está adquirindo os óculos sem uma avaliação de um especialista está perdendo a chance de identificar algum tipo de doença na visão, que poderá causar problemas a longo prazo. Segundo o especialista, o uso de lentes inadequadas deve ser condenado a partir do momento em que não existe um exame específico, onde pode ser detectada uma série de deficiências

na visão e, até mesmo, doenças como o glaucoma. “Um profissional se preocupa em verificar a pressão ocular, os grau adequado e outros procedimentos. O que na rua não existe e, em determinado tempo, quem comprou sentirá os efeitos nocivos”, alerta. Numa única consulta com um especialista, o paciente tem acesso a outras análises para verificar a saúde ocular, como medida da pressão intra-ocular, fundamental para o diagnóstico do glaucoma. E, ainda mapeamento da retina, onde pode se diagnosticar de diabetes, hipertensão arterial sistêmica, descolamento de retina, entre outros. Muitas vezes quem usa óculos com lentes de má qualidade

e inadequadas, apresentam dor de cabeça, dor nos olhos, lacrimejamento e desconforto visual. Por tanto é importante que adquiram mediante indicação médica, comprando em óticas , onde os profissionais seguirão a indicação médica. Como não tem poder de polícia, o médicos César Amorim, informou que as entidades ligadas aos oftalmologistas fazem um trabalho de fiscalização e conscientização. Porém, cabe aos órgãos competentes a viabilização de um trabalho mais efetivo, uma vez que, os óculos comercializados são irregulares, adquiridos no Paraguai e até mesmo em mercados de Caruaru, Ceará e outros. (M.L.)

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Mais que pela saúde: estilo de vida Na contramão dos fast-foods e das mesas de carnes e derivados animais, vegetarianos seguem firmes em suas convicções Mônica Lima Repórter

Aos 14 anos, enquanto milhares de adolescentes estão frequentando os fast-foods, Diego Verdino resolveu seguir na contramão e tomou uma decisão: deixar de comer carne vermelha e qualquer outro tipo procedente de animais. Essa posição foi o primeiro passo, para que se tornasse vegetariano, passando,

anos depois, a optar pela linha considerada mais radical, a Vegan que retira da dieta todos os produtos de origem animal, como leite e ovos. Além disso, evita usar roupas, bolsas ou qualquer outro utensílios feito a base de lã ou couro. A carne era presença no cardápio diário do então adolescente, que um dia diz ter parado para fazer uma avaliação, após sentir algo estranho ao consumir o pro-

duto. A partir deste dia, o jovem passou a se preocupar com a forma como o produto chegava à mesa: uma vida tinha sido sacrificada para que outros sentissem prazer. Aideia foi ganhando força e, em pouco tempo, Diego Verdino, aboliu completamente a carne das suas refeições, sem qualquer dificuldade. “A retirada da carne foi tranquila, mas aí, comecei a pesquisar e buscar procurar aprimorar

meus conhecimentos. Foi aí que encontrei no livro ‘Libertação Animal’, de Peter Singer, respostas para algumas dúvidas”, contou. Apartir daí, Diego, por questões éticas e morais, resolveu radicalizar, retirando da sua alimentação os produtos derivados de animais, bem como tudo que seja proveniente das espécies. “Esse foi um momento difícil, onde encontrei barreiras por causa da falta de alimentos no

Diego: resistiu às dificuldades e adotou um novo estilo de vida

mercado, aqui em Maceió”, contou, afirmando que, mesmo com as dificuldades, resolveu enfrentar todas barreiras. Em casa não encontrou resistência dos pais, que se mostraram preocupados não com a alimentação, mas a saúde do jovem. “Tive apoio dos meus pais e como sempre estive envolvido no movimento punk Hard Core, as pessoas já faziam alimentos vegetarianos, então

não tive dificuldades”, contou. Na decisão que tomou, Diego Verdino encontrou apenas benefícios, principalmente para a saúde, sem contar que acabou o sentimento de culpa que sentia, quando ingeria carne animal. “Sem comer carne, sinto que estou contribuindo também com o mundo e o meio ambiente. Para cada quilo de carne, são consumidos 19kg de cereais da monocultura mundial”, contou.

Terezinha: clientes se preocupam com vida saudável

Dieta ligada à evolução dos seres humanos Na visão de Diego, a humanidade não evoluiu completamente, porque ainda admite que animais sejam mortos, para que possam alimentar os homens. “Além disso, as pessoas não despertaram para as questões do meio ambiente. Essa visão de mundo em relação aos animais é uma prova de que a humanidade não evoluiu completamente”, opinou. Nos primeiros anos, as dificuldades em manter a alimentação foi constante, segundo contou Verdino, que foi obrigado a pesquisar em busca de receitas que pudessem suprir suas necessidades. Ele descobriu diversas receitas que poderiam ser elaboradas com hortaliças simples, que são plantadas no fundo do quintal. Macaxeira, batata doce, inhame, coentro, cebolinha, soja e verduras fazem parte do cardápio rico e variado de Diego, que há oito anos não consome qualquer produto de origem animal.

O bife, que para muitos Quem optou pelo vegetanão pode faltar à mesa, está rianismo no final das últipresente na sua refeição, só mas décadas, tive problemas que preparado a base de soja. com a alimentação. O mercaOs sanduíches que fazem a do de Maceió era festa nos fast foods não escasso e praticasão mais problema, mente não havia eles também fazem estabelecimentos parte da sua dieta. especializados. A saída é está semNos últimos anos “As pessoas pre em busca de insurgiram lojas esnão formações. E, para pecializadas que despertaram isso, como em não são procurapara as Alagoas o número das apenas pelos de vegetarianos vegetarianos, mas questões do ainda é pequeno, por quem procura meio procura promover uma vida mais ambiente” eventos onde possaudável. sam discutir e enEm uma loja do contrar alternativas Centro da cidade, para os pratos. a preocupação com a Num desses enprocura dos produtos levou contros, um espea contratação de uma nutricialista de Porto Alegre e tam- cionista, que orienta os conbém adepto esteve presente e sumidores. Alguns chegam ensinou receitas a base de ve- através de reportagens ou getais que são bastante consu- anúncio de produtos. Para midas pelos integrantes do que não haja erros, a profismovimento Punk Hard Core. sional passa informações, (M.L.) conforme declarou a gerente Mercado em Expansão Terezinha Inês. Nas pratelei-

Os pratos vegetarianos aliam o sabor aos hábitos de vida saudável

ras uma infinidade de alimentos para todos os gostos. Num pequeno espaço, dividido entre loja de alimentos naturais, CDs evangélicos e um restaurante, quem procura comida saudável encontra uma variedade de pratos, que tem como base verduras, hortaliças e soja. A carne vermelha que não fazia parte do cardápio dos proprietários durante o final de semana, por questões religiosas, também não foi incluída no estabelecimento comercial. Nem de longe a proprietária Célia Praxedes, sabia que estava tornando o local, o preferido dos vegetarianos e de quem procura ter uma alimentação saudável. “Tudo que faço é com orientação divina. Nossa preocupação é com a saúde”, disse Célia, que é evangélica. Alguns clientes são especiais e fazem religiosamente a refeição no restaurante que possui apenas quatro mesas. (M.L.)

Saladas, ervas e bifes de soja fazem parte da dieta sempre colorida

VEGETARIANISMO O vegetarianismo é um regime que retira da dieta alimentar todos os tipos de carne (boi, peixe, porco, aves, frutos do mar e porco), como também seus derivados. Há casos em que é retirada da alimentação apenas a carne, podendo consumir ovo, leite e outros derivados. Há ainda os considerados radicais, onde todo produto animal é excluído, inclusive produtos oriundos, como lã e couro.

A prioridade para alguns é eliminar as carnes vermelhas: peixes valem

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A Medicina para além da tradição Mudanças nos parâmetros da Reforma Universitária substituem as aulas de anatomia com dissecação Iracema Ferro Ojornalweb.com

As novas tecnologias aplicadas ao ensino da Medicina estão colocando em risco a boa formação dos profissionais em Alagoas. Para pilotar um voo numa companhia aérea, um piloto precisa ter mais de 1,5 mil horas de vôo, sendo 200 delas em vôo noturno e comandando. Além da parte prática, o treinamento inclui 40 horas de treinamento em simulador de vôo, ou seja, um tempo ínfimo de virtualidade diante da prática. O que os pilotos de avião de linhas aéreas têm a ver com os médicos? A diferença como é tratada a parte prática entre as duas formações em duas funções em que a vida das pessoas está nas mãos dos profissionais. As aulas de Anatomia Humana na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) perderam seu caráter prático. O que servia de base para todas as outras disciplinas do curso de Medicina e agora é voltada mais para a teoria e o uso de tecnologias, como bonecos e peças prontas, ou seja, reproduções de órgãos internos e partes do corpo em materiais sintéticos, além de recursos audiovisuais. O aprendizado básico do corpo humano deixou de ser pelo método da dissecação dos cadáveres, que é parte da educação médica há milênios e onde os estudantes passavam horas a fio durante os três primeiros períodos do curso de

Agora as aulas de anatomia são feitas com bonecos que simulam o corpo humano

Medicina estudando minuciosamente cada parte do corpo humano em um corpo de verdade. De acordo com o professor Luiz Ferreira, da Ufal, a mudança se deu por causa dos novos parâmetros propostos

pela Reforma Universitária (Reuni), que visa reduzir as reprovações na educação superior e ampliar o número de alunos nas universidades. “Acontece que essa mudança no currículo não demonstra compromisso com a qualidade,

deixando de lado a anatomia sistêmica [com dissecação] e passando a estudar a anatomia topográfica, como é feito por outros cursos ligados à área de Saúde, como Enfermagem, Fisioterapia e Educação Física. Estes cursos precisam ter uma

base de anatomia, não um conhecimento aprofundado”, explica. “Nada substitui a dissecação de peças anatômicas em cadáveres humanos. Estudar apenas a anatomia topográfica é um risco para a Medicina

e vai comprometer a qualidade do profissional que chega ao mercado. Em termos práticos, os alunos treinam nos bonecos e vão aprender nos pacientes”, completa Luiz Ferreira, que além de professor é cirurgião-geral.

Ufal: dissecação até quatro anos atrás Para o presidente do Sindicato dos Médicos (Sinmed), Wellington Galvão, que exerce a profissão há 25 anos e aprendeu anatomia pelo método tradicional da dissecação, um conhecimento aprofundado de anatomia e fisiologia é essencial para um médico. “Há quem defenda o uso de peças prontas, mas eu acho que o contato com um corpo de verdade é mais instrutivo e o aluno fixa melhor o aprendizado, não esquece jamais. Para ser um bom médico, antes de mais nada, é necessário ser um bom anatomista e fisiologista”, assinala. Até quatro anos atrás, a Ufal era uma das poucas universidades brasileiras onde os acadêmicos de Medicina tinham o privilégio de dissecar cadáveres. Na maior parte das unida-

des de ensino, antes do advento das peças prontas, um grupo de mais de 20 alunos apenas observava um monitor que fazia a dissecação. Embora a Ufal tenha parado com as dissecações desde 2006, o curso de Medicina oferece ainda a disciplina optativa Anatomia Cirúrgica, ministrada pelo doutor Luiz Carlos Buarque de Gusmão, referência nacional em Anatomia e um dos defensores do ensino tradicional. Sobre a mudança no currículo, Gusmão disse que se sentia muito desgastado com todo o debate e que preferia abster-se de opinar. “Sou apenas um professor e minha opinião foi ignorada quando fizeram as mudanças. Agora estudam com bonecos ao invés de gente”, disse. (I.F.)

Opiniões divergem entre alunos e profissionais A estudante do 3º período de Medicina da Ufal, Mariana Pércia, acredita que o interesse do aluno pode sobrepujar essa carência das aulas de anatomia sistêmica. “Quem quer aprender vai atrás, estuda, participa da disciplina eletiva. Sinto falta desta parte de anatomia mais prática, mas acredito que, ao longo do curso, com as outras disciplinas clínicas, vá suprir essa lacuna. Creio que as aulas tradicionais de anatomia, que demandam muito tempo, são mais importantes para quem quer trabalhar na área de cirurgia e menos para quem quer clinicar”, opina.

A cirurgiã-geral Priscila Ferraz Batista, formada pela Ufal, discorda da mudança do método educacional. “As aulas em que os próprios alunos dissecam os cadáveres trazem maior aprendizado e mais segurança, pois fazer a dissecação é bem diferente de apenas ver, usar bonecos ao invés de corpos é um absurdo ainda maior. Não dá para comparar um boneco com uma pessoa de verdade. Absurdo”, avalia. “Como cirurgiã, em diversas oportunidades, percebi a diferença da desenvoltura dos médicos que dissecaram e dos que não tive-

ram esse tipo de aprendizado. Aqueles que não tiveram aulas de anatomia pelo método tradicional têm mais dificuldade para aprender os procedimentos cirúrgicos. Defendo a dissecação porque, além do futuro profissional aprender a encontrar as estruturas do corpo humano, ainda ajuda a conhecer os instrumentos cirúrgicos, como manipulá-los, além de procedimentos básicos como dar os pontos para fechar as incisões”, completa. Ainda de acordo com Priscila Ferraz, se justificaria o método de uso de peças

caso a Ufal não tivesse estrutura para o método tradicional. “Mas a Ufal está longe de não possuir a estrutura adequada. Quando comento com meus colegas de profissão que tive a oportunidade de dissecar cadáveres durante o curso, eles acham tão espetacular, sobretudo por minha formação ter sido no Nordeste, o que causa uma ótima impressão sobre o curso em Alagoas, despertando a curiosidade sobre as aulas e os vários aspectos da Ufal. Agora, a Ufal passa a ser apenas mais uma, perdeu um dos seus maiores referenciais”, lamentou. (I.F.)

Ecmal continua com as aulas práticas Na contramão das novas tendências, na Escola de Ciências Médicas (Ecmal), a dissecação de cadáveres continua fazendo parte do currículo básico dos estudantes de Medicina. Ainda não há como comparar os desempenhos dos profissionais formados pelas duas instituições, uma vez que a primeira turma de médicos que não fizeram aula de anatomia sistêmica só chega ao mercado em 2012. CRITÉRIOS – Nem todas as pessoas que morrem podem ter seus corpos disponibilizados para o estudo prático da anatomia. “Vítimas de mortes violentas não podem ter os corpos usados para fins científicos. A lei determina que os corpos utilizados para dissecação sejam de vítimas de morte natural e indigentes, ou pessoas cujas famílias autorizem o uso do cadáver para este fim”, explica o médico legista Luiz Fernando Barros. (I.F.)

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Arquivo Público de Pernambuco guarda grande acervo documental sobre Alagoas

Grupo de estudos da Ufal resgata o passado colonial de Alagoas Alunos de Iniciação Científica trabalham na preservação do acervo histórico O passado colonial alagoano vem recebendo grande atenção de um grupo de pesquisas do curso de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal): é o Grupo de Estudos Alagoas Colonial (Geac), que vem trabalhando na preservação do acervo histórico do Estado. Alunos do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibip) e colaboradores, coordenados pelo professor Antonio Filipe Pereira Caetano, transcrevem documentos que datam dos séculos XVII e XVIII com a intenção de disponibilizá-los ao público em portal na Internet.

As pesquisas são realizadas em diferentes localidades, mas o grupo encontra suas bases na cidade de Penedo, principalmente na Casa do Penedo, instituição considerada uma das principais fontes de guarda documental do Estado, por causa de sua localização. No mês de setembro, o Geac apresentou trabalho na cidade de Recife, no III Encontro Internacional de História Colonial, e foi descoberto, no Arquivo Público Estadual de Pernambuco, grande acervo documental sobre o Estado de Alagoas, com período entre o fim do século

XVIII e o início do século XIX. “Os conjuntos documentais remetem a ofícios, orientações para Câmara, correspondências, provisões para capitania, assuntos eclesiásticos, conflitos religiosos, enfim, uma variabilidade de temáticas que descortinam o passado local”, afirma o professor Filipe Caetano. Entretanto, ele destaca, estes jovens pesquisadores precisam “driblar” obstáculos que encontram pelo caminho, pois, problemas físicos ou relacionados ao apoio à pesquisa sempre aparecem e podem impedir o andamento dos trabalhos. “Com uma do-

cumentação mal acondicionada, desgastada e repleta de problemas, o acervo do passado alagoano tende a se perder caso iniciativas que envolvam universidades, instituições e iniciativa privada não sejam acionadas”, desabafa. Existe também um grupo que trabalha com o objetivo de estimular a estas instituições a apoiarem a atividade. O Centro de Pesquisa e Documentação Histórica (CPHIS), também do curso de História da Ufal, visa preservar, recuperar e catalogar estes documentos e ampliar a acessibilidade a essa documentação.

Grupo foi criado no ano de 2008 O Grupo de Estudos Alagoas Colonial (Geac) faz parte do curso de História da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Alocado no Instituto de Ciências Humanas, Comunicação & Artes (ICHCA), integra a área de pesquisa do Centro de Pesquisa e Documentação Histórica (CPDHis) da instituição. Sua intenção é analisar a política, a cultura, a sociedade e a identidade alagoana enquanto localidade acoplada a Capitania de Pernambuco e, consequentemente, ao Império Ultramarino Português. O GEAC foi criado em 2008 tendo como coordenador o professor Antonio Filipe Pereira Caetano. O grupo compõe o Centro de Pesquisa e Documentação Histórica (CPDHis) e busca contribuir significativamente para difusão dos estudos e análises sobre o período colonial alagoano. Isto é feito através de projetos de pesquisa, publicações científicas e atividades de extensão pensar as formações políticas locais (administração, instituição e cargos), as redes sociais pertinentes (nobreza, escravidão e outros grupos), as atividades religiosas (irmandades, inquisição e ação eclesiástica) e a instituição de uma “Alagoas Colonial”, mesmo que não seja desta maneira que o território é nomeado naquelas centúrias, mas que pelo menos geograficamente e cotidianamente os contornos do que seria o território independente de 1817 já tenha sido delineado em anos anteriores.

Grupo analisa a política, a cultura e a sociedade alagoana desde o Império Português

Meta é contribuir com a difusão dos estudos e análises do período colonial em Alagoas

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Uma análise sobre a atual cena teatral alagoana Larissa Fontes Estagiária*

O momento é de boom. Estamos num recomeço de movimentação nas artes cênicas. Novos grupos surgem e produzem cada vez mais. Ainformação teatral se multiplica e se propaga com maior intensidade, resultando em jovens atores, diretores e dramaturgos. Anova geração da atual cena teatral alagoana é ousada. Sobem em palcos de mostras e festivais locais junto com antigos e respeitados grupos. As escolhas são de bom gosto, passeiam entre Martins

Pena, Jean Paul Sartre e Caio Fernando Abreu. Há também os que encenam textos de autoria própria. O diretor Lael Correa diz que essa nova movimentação é animadora para quem já está produzindo há mais tempo. Existe uma troca de experiências, o que dá brecha para a possibilidade de comparações e, lógico, um aprimoramento do senso crítico. O público vai procurar os novos nomes para descobrir e os antigos, para rever e rediscutir. Então, quem sai ganhando com essa diversidade de propostas é mesmo a plateia. Mas, quando perguntado se concorda com uma

Centro de formação: ponto de encontro O meio artístico de Maceió conta com o Espaço Cultural da Ufal, que, além de ser sede da graduação e dos cursos técnicos de arte, é muito frequentado pelos artistas em geral, mesmo não sendo mais estudantes. É comum ver grupos e companhias teatrais reunidos lá e até ensaiando no pátio. Funciona como o centro do meio artístico, um ponto de encontro. Quando o aluno se inicia, começa a conviver e fazer parte daquilo. Isso talvez contribua para que produzam e queiram se mostrar ao público de maneira profissional. Como ex-professor do curso, Lael frisa: “O curso de Formação de Ator é uma coisa vaga, que não se prova como competente o suficiente para formar artistas”. Opinião dividida com o professor Otávio Cabral, que também já fez parte do corpo docente do Formação do Ator: “Faz muito tempo que aquele curso não forma nada. Eu lamento dizer isso”, desabafa. Otávio é um ator que ensina. É professor do curso de Teatro Licenciatura, onde leciona Literatura Dramática de maneira fascinante. Diz que tem se espantado com a quantidade de espetáculos que tem visto, com lógicas centradas no visual, sem nenhuma preocupação com o trabalho de ator e atriz, que é essencial para a arte dramática. “Eu sou partidário da ideia de que qualquer pessoa não pode fazer. A cena é para quem sabe interpretar. Para quem consegue decodificar as nuances da personagem, extrair dela a emoção e construir a ideia pré-concebida”, diz, explicando que o teatro é uma arte coletiva. Uma pessoa pode ser útil a ele de várias formas, seja numa contrarregragem, seja num trabalho de som, luz, figurino ou cenário. “Eu confesso que eu cansei. Tenho

ido pouco aos espetáculos daqui. Cansei de ver tanta gente insistindo em fazer teatro achando que é só decorar texto. Essa é uma praga que se instalou. Papagaio também fala e não interpreta. A palavra tem temperatura. Você precisa descobrir qual a temperatura da palavra para poder exatamente manifestar a intencionalidade que ela pede. E, pra isso, é preciso muito picadeiro. Isso me afastou um pouco. Tenho me sentido mal, porque eu sou um homem de teatro”, critica um Otávio tristonho com o seu próprio discurso. “Fiz teatro a minha vida inteira. Tenho 46 anos de teatro. Leio, estudo e faço teatro esse tempo todo. Então eu tenho um respeito enorme por aquilo ali. Fazer teatro é uma coisa tão séria quanto fazer uma cirurgia num paciente. É preciso muito respeito, cuidado, atenção por uma razão muito simples: a arte merece respeito”, continua. Se sente incomodado? Ele diz que não com as novas produções, mas sim com a irresponsabilidade com que elas são tratadas. É necessária a inovação, mas sem depor contra a própria arte. Construção, não destruição. RESPEITO À ARTE - Há uma admiração mútua entre esses dois homens de teatro. Já trabalharam juntos e ainda pretendem fazê-lo. Falam um do outro com verdadeiro respeito e carinho. As opiniões se divergem algumas vezes, mas, em se tratando do respeito (ou da falta de) para com a sua arte, os dois são categóricos: a arte medíocre é efêmera. Mais efêmera do que o teatro em si, que não tem replay e muitas vezes não resiste aos efeitos do tempo, que se encarregará de apagar as memórias. Ela vem e passa. O teatro fica. (L.F.)

espécie de popularização, do tipo “qualquer um faz teatro”, é bastante claro: “Aí é que existe a fonte de engano. Tem o fator ‘moda’. A arte nunca foi moda, nunca vai poder ser. Há esse equívoco. As pessoas confundem o fazer teatral com moda, e é aí onde mora o perigo. Você vê muita gente enganada, iniciando-se da forma errada, e para colaborar com esse engano, há o não exercício crítico na cidade. Não se tem comentaristas, não se tem casas de espetáculo com critérios para veicular as produções. Então, qualquer amador que possa pagar uma pauta pode ocupar um palco.

Isso torna o teatro uma ‘terra de ninguém’. É essa a palavra-chave para essas épocas de boom na arte. ‘Terra de ninguém’. Uma superpopularização da arte, mas pouca qualidade artística”, critica. Talvez essas pessoas venham da influencia de uma mídia que prega a celebridade como um ideal, uma meta a ser seguida. Um mundo onde importa muito mais a fama e a beleza do que a arte em si. “O resultado é muita gente jovem e bonita fazendo teatro, mas sem absolutamente nada pra dizer”, completa Lael. Apesar de se sentir estimu-

Perfil

lado e de ter com a nova geração uma relação de troca de informação, diz que não perde o senso crítico jamais. Está sempre ciente da “noção de distância que separa a vontade artística do saber artístico”, utilizando-se de suas próprias palavras. Ainda é seguro em dizer que poucas dessas pessoas que se vê fazendo teatro hoje em Maceió, não serão vistas em nenhum lugar ligado a teatro daqui a uns dez anos. “Em geral, elas não seguem sequer como espectadoras”. *Sob a supervisão da Editoria de Cidades

Arquivo

Otávio Cabral é ator, escritor, poeta e professor de Literatura Dramática. Quarenta e seis anos de teatro. Atuou nas montagens “O Amarelinho e o Valente Secundino”, “Mandrágora” e, recentemente, no filme “A Cartilha da Bala”, ainda não lançado.

Lael Correa é ator, diretor, crítico e dramaturgo. Vinte e oito anos de teatro. Criador do Grupo Infinito Enquanto Truque (IET), fundado em 1990. Tem uma trajetória de diversos prêmios conquistados nos palcos, dentro e fora do Estado. Dentre suas principais produções estão “Ratofuso” (1997), “A Barca do inferno” (2005) e mais, recentemente, “Madame” (2009/2010).

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A vez do ensino profissionalizante Chegada de empreendimentos estimula o surgimento de cursos técnicos de curta duração em Arapiraca Fotos: Eduardo Almeida

Eduardo Almeida Repórter

ARAPIRACA - Impulsionado pela chagada de novos empreendimentos no município, o ensino profissionalizante se tornou o filão da vez em Arapiraca. A instalação de redes nacionais e a mudança de perfil das empresas são apontadas como as responsáveis pelo surgimento de novas demandas no mercado. Nesse cenário, destacam-se cursos técnicos com curta duração, voltados para as áreas de gestão, informática e moda. O gerente regional do Senac, Carlos Alberto Marques, explica que as redes nacionais transformaram o mercado local. Se até pouco tempo as empresas apresentavam perfil familiar, ou seja, empregavam pessoas ligadas aos proprietários dos negócios, agora têm planejamento definido e buscam profissionais qualificados, que atendam as expectativas e consigam superar as metas impostas pelas gerências regional e nacional. “Não existe mais relação de protecionismo entre empresários e funcionários. Agora, as empresas analisam o mercado, investem no negócio e buscam retorno financeiro. Para isso, necessitam de pessoas qualificadas. Quem se propõe a procurar emprego, precisa ter curso de informática e noção de um segundo idioma, pois isso não é mais

diferencial competitivo entre os concorrentes. É algo comum”, acrescentou Maques. Estatísticas do Senac em Arapiraca mostram que cerca de 4 mil pessoas participaram de cursos técnicos profissionalizantes no ano de 2009. A expectativa da instituição para o próximo ano é a de que esse número salte para 5 mil. Um crescimento de 25% em doze meses. O Senac oferece cursos voltados para as necessidades do comércio, nas áreas de gestão, artes e design, idiomas, informática, moda e educação à distância. “Com a construção do shopping, no início do próximo ano, a procura por qualificação profissional deve aumentar. As empresas, que antes precisavam importar mão de obra, agora aproveitam as pessoas do município – inclusive pela questão da responsabilidade social com as comunidades. Além disso, a população entendeu que o mercado mudou e que existem novas regras para se conquistar um emprego”, observou. De acordo com a Secretaria de Indústria e Comércio de Arapiraca, estudos realizados com os dois setores revelam que as principais demandas do mercado giram em torno das áreas de vendas, atendimento, tecnologia da informação, beleza, corte e costura, culinária e serviços gerais e domésticos. Asecretária Dayana

Cursos de Informática e Gestão de Negócios registram maior procura na unidade do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, em Arapiraca

Ferreira garante que, nesse contexto, o município tem estimulado o ensino profissionalizante. “Em parceria com entidades capacitadoras e graças a convê-

nios com o governo Federal, capacitamos 1.500 jovens, com idade entre 16 e 29 anos, e inserimos mais de 500 destes no mercado de trabalho. Além disso,

está sendo executado o Projeto ‘Comércio Ativo’, que objetiva capacitar colaboradores e empreendedores do Comércio de Arapiraca, bem como preparar

profissionais para suprir as demandas de contratação nos meses em que as vendas se aquecem no município”, ressaltou a secretária.

Gestão e Informática têm maior procura Dados do Senac em Arapiraca revelam que os cursos Gestão de Negócios e Informática são os mais procurados no município. Aexplicação para isto está no fato de que os dois são considerados requisitos básicos para se conquistar um emprego. Em seguida, está o curso de Moda, devido ao número de pequenas indústrias ligadas ao setor de confecções e de móveis – pois a cidade é considerada pólo moveleiro no Estado. “Quem disputa uma vaga no comércio ou em pequenas indústrias necessita entender do ramo em que pretende atuar, por isso a grande procura pelos cursos Gestão de Negócios e Informática. Hoje, não é mais diferencial saber gerir ou entender de computação. É requisito básico. Ou você tem, ou estará em desvantagem em relação ao concorrente. O curso de moda se justifica pelo pólo de movelaria”, informou Marques. Conforme o gerente, não há como definir um único perfil dos estudantes. Ele afirma que os cursos atendem a todas as classes sociais e faixas etárias. “Nós recebemos o jovem que quer se preparar para o mercado de trabalho, mas também aquele aposentado que quer uma ocupação. Temos cursos de Informática para a maturidade, Corte e Costura e Confecçção de Colchas,

que atendem a faixa mais velha”, ressaltou. Além dos cursos oferecidos pela iniciativa privada, a Secretaria de Indústria e Comércio de Arapiraca desenvolve capacitação gratuitas, a partir de pesquisas que apresentam as necessidades do mercado local. Um desses programas, o Motiva Ação, visa a formação de jovens ou desempregados que queiram iniciar uma profissão. “O Programa Motiva Ação atende a sete comunidades rurais do município. São elas: Balsamo, Batingas, São José, Fernandes, Pau Ferro, Vila do Padre e Carrasco. O objetivo é incentivar as potencialidades locais, capacitando os adolescentes e adultos. Arapiraca está em expansão e o ensino profissionalizante assume uma importância, garantindo melhores condições de desempenho”, explicou a secretária Dayana Ferreira. Ela ressaltou que o mercado necessita de profissionais com habilidades múltiplas, que vão além de saber fazer diversas atividades. “Os clientes estão cada vez mais exigentes e a elevação da qualificação profissional, sem dúvida nenhuma, favorece a inserção no mercado de trabalho que necessita de serviços diferenciados para atendimento da demanda”, acrescentou a secretária. (E.A.)

Carlos Alberto Marques explica que perfil do mercado mudou

Alunos afirmam que buscam atender às expectativas do mercado

Qualificação para atender a novas exigências O estudante Harlley Kelvin, de 18 anos, não tem dúvida quando questionado sobre os motivos que o levaram a procurar um curso técnico de curta duração: a nova dinâmica do mercado de trabalho. Preocupado em atender às exigências profissionais, ele é um dos 25 alunos da turma Aplicativos de Informática, oferecida pelo Senac em Arapiraca há aproximadamente um mês. “O mercado de trabalho está mais exigente e nós precisamos estar preparados para atendera

às expectativas. Se não tivermos conhecimentos básicos em informática, por exemplo, estaremos excluídos do mercado, pois tudo gira em torno da computação. E não adianta só saber, é preciso comprovar que tem conhecimento. As empresas querem o melhor”, avaliou Harlley. A servidora pública Luzia Gomes de Souza, de 42 anos, explica que a procura por qualificação profissional, no seu caso, está relacionada à necessidade de atualização. Ela afirma que pretende melhorar seu de-

sempenho como professora a partir da utilização de novas tecnologias. Luzia se diz surpresa com o volume de informações que conseguiu aprender e fala em superação. “É difícil alguém com mais de 40 anos voltar para a sala de aula na condição de aluno e acompanhar a evolução tecnológica. Eu consegui e estou me surpreendendo com o volume de informações que aprendo a cada dia. Os jovens deveriam aproveitar as oportunidades para evitar subem-

pregos”, ponderou. POP - Com o objetivo de facilitar o contato entre empresas e candidatos, o Senac desenvolve o Programa de Oportunidades Profissionais, o POP, que consiste no encaminhamento de ex-estudantes para vagas de empregos disponíveis em empresas parceiras. Os interessados devem entregar um currículo e cópia do certificado de conclusão de curso na sede de qualquer unidade da instituição. (E.A.)

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Comunidades poderão produzir alimentos sem o uso de agrotóxicos

AGRICULTURA

Sertão aposta na produção autossustentável Comunidades da região vão receber unidades do programa de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável Da Editoria de Municípios Alguns municípios do Sertão estão incluídos no programa de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (Pais), vincu-

lado ao Programa Alagoas Mais Alimentos. Assim, as comunidades vão receber unidades Pais para produção de alimento saudável, sem uso de agrotóxicos, com o objetivo de garantir a se-

gurança alimentar das famílias e também a comercialização. Por meio da ação dos técnicos extensionistas, os agricultores do Sertão podem fazer a adesão ao Programa Garantia Safra,

do governo federal, que concede um seguro em caso de perda de 50% da plantação provocada pela seca ou pelo excesso de chuva. Este ano, segundo o gerente da Secretaria de Estado da

Agricultura (Seagri) em Santana do Ipanema, houve perdas na plantação de feijão pelo excesso de chuvas. "Nos municípios onde a prefeitura também fez a adesão, os

agricultores vão receber um seguro de R$ 600, mas antes os técnicos vão fazer o levantamento de perda e emitir os laudos", garantiu o gerente da Seagri da região, Miguel Angelo Oliveira.

PAA é alternativa para comercialização Quem já está produzindo e deseja comercializar a produção também pode recorrer à Seagri, que disponibiliza os técnicos para orientar os agricultores. É isso o que já ocorre em Santana do Ipanema. "A prefeitura compra produtos de 150 agricultores para incluir na merenda escolar, e os extensionistas da Seagri acompanham e organizam todos eles", destacou Miguel Angelo Oliveira. Aprefeitura de Santana do Ipanema compra mel, bolos, cocada, farinha, frutas, queijos e doces, num total de 40 produtos diferentes. Outro caminho para comercialização da produção do agricultor familiar sertanejo é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Compra Direta Local com Doação Simultânea. "As prefeituras da região estão fazendo a adesão. A partir daí, a gente vai comprar e doar os produtos para entidades como escolas, creches e hospitais do próprio município", frisou Josemário de Medeiros, coordenador do PAA. AUTONOMIA - Uma das

ações que visa promover a autonomia do agricultor sertanejo é a formação dos bancos comunitários de sementes e dos bancos comunitários de ferramentas. Em 2010, além das sementes, a Seagri concedeu para uso às associações e cooperativas de todo o Estado 77 batedeiras, 60 balanças, 616 arados de aço, 40 peneiras vibratórias e 6 mil plantadeiras manuais. Em todo o Sertão, estão sendo implantados 76 bancos comunitários de ferramentas, que vão beneficiar cerca de 7,6 mil agricultores. Juntos, os municípios da Bacia Leiteira, Médio e Alto Sertão receberam em 2010 quase 370 toneladas de sementes de feijão, algodão, sorgo, milho e arroz. Boa parte desses municípios está cadastrada no Programa Alagoas Mais Ovinos, que vai reestruturar a cadeia produtiva da ovinocaprinocultura no Estado, em parceria com o Arranjo Produtivo Local (APL), e as cooperativas de pequenos produtores que já produzem leite, carne e couro.

Produtores comemoram surgimento de associação

Fruticultores buscam produção integrada na região Agreste Da Editoria de Municípios A fundação da Associação dos Produtores de Pinha do Agreste é uma das novas a serem adotadas pelo Arranjo Produtivo Local (APL) Fruticultura no Agreste. A associação vai favorecer a obtenção de recursos para o projeto de produção integrada dessas frutas, a fim de aumentar a quantidade e melhorar a qualidade dos produtos. Através da produção integrada, é possível produzir frutas de alta qualidade, com boas técnicas de manejo e mecanismos economicamente sustentáveis, assegurando uma

agricultura viável em longo prazo. Promovidas pelo APL, as consultorias tecnológicas e capacitações em temas que envolvem a segurança fitossanitária da produção e, também, dos trabalhadores envolvidos na atividade são ferramentas fundamentais para conseguir a certificação de Produção Integrada de Frutas (PIF). O selo do certificado garante que a produção foi realizada com boas práticas, como cultivo correto, condições trabalhistas, não agressão ao ambiente e uma série de regras exigidas, que garantem a qualidade final do produto aos con-

sumidores. Para garantir o selo de certificação nos três municípios que compõem o APL Fruticultura - Estrela de Alagoas, Igaci e Palmeira dos Índios - foi criado um comitê gestor da Produção Integrada de Anonáceas (PIA). Junto ao comitê, a Embrapa, a Secretaria de Estado da Infraestrutura (Seinfra), Secretaria de Estado do Planejamento e do Orçamento (Seplan), a Cooperativa de Palmeira dos Índios (Carpil), a Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária do Estado de Alagoas (Adeal) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) atuam em suas

respectivas áreas para a emissão do certificado. "Acertificação garante o acesso dos produtores aos mercados mais exigentes. Além de abranger as possibilidades de mercado, a certificação ampliará a produtividade nos pomares da região", explica o gestor do APLFruticultura, Guilherme Belmont. As normas técnicas de certificação das anonáceas são estabelecidas pelo PIA, junto à Embrapa de São Paulo, Ceará e Bahia. A iniciativa partiu da Embrapa do Ceará, através do pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Raimundo Braga, nomeado pelo Mapa como coordenador geral do PIAno Brasil.

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Grand

Monde Por Aroldo Marques

E-mail: harold_marques@hotmail.com

Ivana Braga, Doris, Erika Pessoa e Cristiane Nascimento, felizes o Criaça de Ouro 2010

FESTIVAL DE COMÉDIA Acoluna Grand Monde, juntamente ao SESI de Arapiraca e a CIA Paraibana de Teatro, juntos irá movimentar a vida cultural de Arapiraca com o advento " Festival de Comédia Rir é o Melhor Remédio" trazendo no mês de dezembro três peças teatrais de comédia; Branca de Calvão e as sete Nevinhas, Pastoril Profano "Voltas as Aulas" e AS Coroas, em reapresentação. O Festival de Comedia - Rir é o Melhor Remédio vai acontecer nos dias 7, 8 e 9 de dezembro no teatro do SESI de Arapiraca.

NIVER Uma figura muito querida no rol dos seus amigos e amigas é a Vivi, Virginia Mayara, que agora trabalha como assistente da amiga empresária Rose Carrel, já recebeu até o codinome de Carrelzinha. A queridíssima Vivi, é a aniversariante do dia 28 de outubro, quando receberá muitas felicitações de sua idade nova. Nossos votos de sucesso e felicidades mil!!

ESCRITÓRIO COMEDORIA O empresario da gastronomia

A empresária Rose Carrel ladeada pelo prefeito Marcos Madeira e o filho Marquinho Madeira, brindão idade nova

idade do colunista Aroldo Fábio Rodrigues acreditando e investido no social arapiraMarques, o prefeito de S A N TE LH A S S quense, inaugurará A Maragogi Marcos Madeira, R T S POP mais um point na capiora de TV teve como surpresa a comead nt se re ap ite da tal metropolitana do na Pires, a conv pinho de folga e sai para pasa moração do seu aniversário Su riz at A tem agreste alagoano, claro es, aproveita o em Arapiraca numa festa Fernanda Pont a atriz Chirstin ! a de falo de Arapiraca, lo a, ge am promovida por sua namorano m ar de tin contra o câncer barrigão de 5 desta vez o Escritório da Rose Carrel, com direito Após a luta rie Samantha Who? Exibe sé Comedoria, Fabinho afira bolo e show pirotécnico na Appiegate da sna a, ! or es Fl Angel a filha ma que antes do fianl do meses em Los orla do Lago da Perucaba, i oficialmente! Su A família muito pa pa u ro vi no mês de novembro o resste do Rio! oe Mateus Sola na zo ou melhor, o jantar foi serna a gund taurante que terá serviço ceu na ultima se pom te vido na 1000 Graus Pizza va no ra ranha pa feliz! self-service abrirá suas pora fantasia de A Ricardo waddington, us onde este colunista recebeu a m Li da an Fern tas para sociedade da grandirigido por seus convidados em "on the seu programa, Marques! do da ra de city... Parabéns!!! André ca Bin irá an de Bi ão r aç rock´s" o convidado anipo ip ic da rt ta terpre com pa inua... Fátima in cello Antony, em Passione! versariante Marcos E a trama cont ar M CRIANÇA filha de Gerson, morrer em Passione?O adMadeira, que veio escoltaa descobrir que é o !!! im ha óx em o pr testemun DE OURO 2010 do de uma grande comis Quer saber qu ! E mais , Melina será a única ba m sa de cola ha vogado Noron são das Costas dos Corais va Rainha da es el, a apresenem vai ser a no Como o mês de outu Advinha qu rá a mesma de Gaviões da Fi junto o seu filho Se bro é dedicado às crianças, de Vila Isabel? to! Marquinho Madeira, deSa a in tadora Sabr o Residencial Ouro Verde putado estadual eleito de Arapiraca estendeu as coleite por alagoas. Parabéns!!! memorações e no último doque será doada a uma entidade somingo dia 17, realizou o Criança de cial. Festa que recebeu assinatura da PPS ARTICULA SUCESSÃO Ouro 2010, uma festa de muita cor e Comissão Verde Festas a ornamenta- MUNICIPAL EM ARAPIRACA alegria, tendo como ponto alto o des- ção e animação da equipe Sonho de file da loja infantil Kite Kids do casal Criança. Parabéns! O Partido Popular Socialista de empresário Leane Magalhães e PPS já iniciou as articulações com Jaime Campos. O evento foi bastante BABADO vistas a sucessão municipal em prestigiado e teve caráter filantrópiArapiraca em 2012. O nome mais Convidado para brindar a nova cotado para encabeçar essa chapa, co, pois a entrada exigiu uma lata de

segundo Regis Cavalcante, é o do atual Secretário de Estado da Educação, Rogério Teófilo. "O Teófilo é uma de nossas grandes lideranças no Agreste e um nome de confiança para governar a segunda maior cidade de Alagoas", disse Regis.

PPS ARTICULA 2 Ainda de acordo com o presidente do PPS, a eleição de Marcos Barbosa e Severino Pessoa para a Assembléia Legislativa fortaleceu ainda mais o partido em Alagoas. "Saímos bastante fortalecidos do último pleito eleitoral, onde o PPS conseguiu cerca de 100 mil votos, além de eleger dois deputados estaduais", frisou. O nome de Rogério Teófilo é de consenso de vários grupos empresariais e políticos do Agreste, assegurou Regis Cavalcante.

PPS ARTICULA 3 Outro nome que vem sendo colocado na disputa pela sucessão em Arapiraca é do primeiro suplente de deputado estadual Alves correia (PTdoB) e do deputado estadual reeleito Ricardo Nezinho (PTdoB) que seria o candidato da situação apoiado pelo prefeito Luciano Barbosa (PMDB).

COMENDA TOBIAS GRANJA A Associação Alagoana de Imprensa - AAI, vai outorgar a comenda Jornalista Tobias Granja para 20 expressões da cultura alagoana. A solenidade será realizada em Maceió em local e data que será anunciada em breve pelo presidente da instituição, jornalista e professor universitário Laurentino Veiga. Após a solenidade haverá um show com o cantor Guilherme Arantes. O jornalista e radialista Roberto Gonçalves será um dos premiados com a importante comenda.

ASA INVENCÍVEL

André Fon e a socialite Perla em entrevista para o programa Planeta Fashion

A elegante Rose Carrel e sua assessora Virginia Mayara preparando seu niver

Leane Magalhães, com o esposo Jaime Campos e do lindo filhinho David

AAgremiação Sportiva Arapiraquense - Asa é o orgulho do futebol de Alagoas e vivencia uma das suas melhores fases dos últimos anos. De parabéns a equipe técnica, diretoria e aos atletas, principalmente Ciel, que está com sua estrela brilhando no cenário do futebol de Alagoas do Nordeste e do Brasil. Parabéns Asa Gigante força e muito sucesso na Série B.

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Fotos: Jorge Barboza

Instalações provisórias do Ifal funcionam em prédio cedido pela Prefeitura Municipal de Maragogi

Estudante de Hospedagem, Wiallis Veríssimo, de Porto Calvo: pegando carona no ônibus de Matriz

Ifal amplia instalações em Maragogi Instituição abre inscrições para os cursos de Agroecologia e Hospedagem; são oferecidas 160 vagas Jorge Barboza Repórter

MARAGOGI – Inaugurado no dia 13 de setembro deste ano, o Instituto Federal de Alagoas (Ifal), Campus Maragogi, comemora o sucesso do empreendimento educacional e realiza inscrições para novas turmas dos cursos de Agroecologia e Hospedagem. Funcionando provisoriamente nas instalações da Fundação Costa dos Corais (Fundec), na rodovia AL-101, a escola se equipa com ar condicionado split, data show e quadros negros modernizados. “As nossas duas salas serão climatizadas. O padrão é top mesmo. Até o quadro negro, daremos um revestimento de vidro, pois fica mais fácil de apagar e higienizá-lo, basta lavá-lo com água. O conforto não é para os diretores, mas para alunos e professores”, afirmou o diretor

do campus Maragogi, Dácio Camerino. Atualmente, o Ifal Maragogi conta com 130 alunos, divididos em turmas matutinas e vespertinas. Uma evasão de 30% dos estudantes é justificada por Camerino. “Mesmo convocando alunos que estavam na lista de espera, ainda assim, tivemos essa evasão escolar. Alguns alunos precisam deixar de estudar para trabalhar. Outra questão é o transporte. Uma parte dos nossos estudantes mora em fazendas, nos ‘sítios’como eles costumam chamar. Adificuldade é enorme. Eles precisam pegar ônibus do sítio para a cidade, e de lá até o campus aqui em Maragogi.” Em algumas cidades, as barreiras que o estudante precisa transpor são ainda maiores. É o caso de Porto Calvo, cuja prefeitura não disponibilizou ônibus para a estudantada do Ifal. “Mais da metade dos alunos de Porto

Estudantes do curso de Hospedagem fizeram exames na última quinta-feira

Calvo desistiram”, atestou o reitor, contabilizando o prejuízo. “Restaram oito alunos.” Um desses resistentes portocalvenses, Wiallis Veríssimo, de 17 anos, aluno do curso de

Dácio Camerino e o professor de Desenho Daniel Andrade anunciam que outros cursos virão

Hospedagem, pega carona no ônibus disponibilizado pela prefeitura de Matriz do Camaragibe para poder assistir às aulas do Ifal, em Maragogi, no período da manhã. Volta para casa para

o almoço e, à tarde, faz o Magistério na Escola Professor Guedes de Miranda, lá mesmo em Porto Calvo. Ele diz que esteve com a secretária de Educação do município, Ana Eurico Leão. “Ela falou que não tinha como disponibilizar transporte para nós, porque os ônibus da prefeitura já fazem o transporte do pessoal dos engenhos e, à tarde, levam os estudantes universitários para Maceió. E disse também que já era final de ano, portanto, não havia como arrumar esse ônibus.” De acordo com o jovem Veríssimo, o ônibus de Matriz tem sempre um lugar para ele, exceto quando o veículo quebra. “Foi o que aconteceu hoje (quinta-feira). Não teve outro jeito, tive de pagar o ônibus normal.” Dácio Camerino afirma que, das cidades da Costa dos Corais, em que o Ifal está inserido, Porto Calvo é a única que, até aqui, não

colaborou com a nova escola profissionalizante da região. “A prefeitura de Maragogi é uma grande parceira. Foi ela que nos cedeu este espaço na Fundec e – essa era a condição para a escola se estabelecer no município – arrumou um terreno para a construção do campus que é extraordinário, próximo à rodovia, em área de assentamento que é perfeito para o curso de Agropecuária. Temos tido apoio, também, das secretarias de Educação dos municípios de Matriz do Camaragibe, Japaratinga, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras. Mas Porto Calvo nada. Desde que iniciamos o curso, fizemos vários pedidos de transporte para os alunos, encaminhamos ofício, mas, infelizmente, não tivemos êxito.” Em diversas tentativas pelo telefone, na última quinta e sextafeira, a secretária do município, Ana Eurico Leão, não foi encontrada para falar sobre o assunto.

Cássio Hartmann (de camisa vermelha): programa para combater doenças coronarianas entre jovens

Inscrições para concurso terminam hoje Extensão trabalhará com reabilitação MARAGOGI – As inscrições para as novas turmas dos cursos de Agropecuária e Hospedagem encerram hoje, pela internet. Os estudantes interessados devem acessar HTTP://exame.ifal.edubr. Para se inscrever, são exigidos documentos como CPF e carteira de identidade e uma taxa no valor de R$ 10. As provas acontecerão no dia 21 de novembro, nas instalações provisórias da escola na Fundec, em Maragogi. Para fazer qualquer um dos dois cursos, cuja duração é de quatro anos, o estudante deve já ter completado o ensino fundamental. Tanto para Agropecuária como para Hospedagem, estão sendo disponibilizadas 40 vagas para o período da manhã e 40 para o período da tarde. Ao todo,

o Ifal está oferecendo 160 vagas. NOVOS CURSOS – Outros cursos regulares e de extensão estão sendo discutidos pelo corpo docente do Ifal e, segundo, o diretor do campus Dácio Camerino, as sugestões são bem vindas. “As pessoas têm me falado muito de Gastronomia. É um curso que seria importante nessa região, pois há uma grande demanda para essa área. Provavelmente, será um dos novos cursos que implantaremos.” Por enquanto, segundo Camerino, ainda são idéias e sugestões. “Primeiro precisamos construir o campus, cuja obra deverá estar pronta em setembro de 2011. Teremos mais ofertas de vagas e mais professores para os cursos”, afirmou o diretor do

campus do Ifal em Maragogi, acenando para algumas possibilidades de cursos, como Rádiojornalismo, Eletrônica, Informática, Mecânica de Automóveis, Mecânica em Equipamentos Agrícolas, Gestão de Varejo, Bartender e Camareira. “Estamos visando o ano de 2012. Cursos como esses seriam de modalidade ‘subsequente’, ou seja, podem ser concluídos num período médio de dois anos, em quatro módulos. De qualquer modo, nossa preocupação é atender a demanda da região. Se fizermos uma audiência pública, o que mais ouviríamos em termos de pedidos seria Informática. É uma área que está inserida em todas as profissões, todos precisamos, de um modo ou de outro, utilizar o computador.” (J.B.)

MARAGOGI – Um programa de extensão do Ifal, que já está sendo preparado e deverá ser aprovado em novembro, segundo o professor Cássio Hartmann, de Educação Física, é voltado à fisiologia e reabilitação física. Com três pós-graduações em Medicina de Esporte, e atualmente fazendo um doutorado sobre o tema, Hartmann espera que a extensão seja aprovada em, no máximo, 15 dias. A partir daí poderá estudar o perfil epidemiológico de adolescentes, em Maragogi, dos 14 aos 18 anos, detectando níveis de obesidade ou desnutrição. “Esses níveis de obesidade são de primeiro e segundo grau e até obesidade mórbida. Precisamos saber se o

adolescente maragogiense e seus pais têm propensão a problemas cardíacos e a doenças coronarianas e se tem hipertensão ou é diabético. É um programa para ser concluído em cinco anos. Ele contribuirá para a prevenção e para o tratamento dessas patologias. Mas para a sua realização, precisamos contar com uma participação ativa da prefeitura e também do Programa Saúde da Família (PSF), do governo federal”, explicou o professor Hartmann, afirmando que, para a realização do projeto, contará, ainda, com os serviços de médicos, nutricionistas e assistentes sociais. “Além dos meus próprios alunos, que serão treinados para esse le-

vantamento de dados.” O programa, segundo Cássio Hartmann, atingirá os adolescentes de Maragogi, mas se estenderá, também, aos pais, avós e tios dos jovens. “Há três anos, venho trabalhando esse programa em outros municípios do Estado. A minha intenção é envolver toda a comunidade de Maragogi, que é muito carente e sente falta de informação.” As pesquisas epidemiológicas, de acordo com o professor do Ifal, deverão ser publicadas em revistas nacionais e internacionais. “É mais uma maneira de Maragogi aparecer nacionalmente e internacionalmente”, afirmou. (J.B.)

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DÓLAR EM QUEDA

Consumidores já sentem vantagens Produtos que dependem de importação refletem a variação cambial e se tornam ainda mais atrativos G1 Comprar televisão, computador e telefone celular – os chamados bens duráveis – está mais barato no Brasil graças à queda do dólar. Entre janeiro e setembro deste ano, o dólar acumula queda de 2,93%. Neste período, os aparelhos de videogame, por exemplo, ficaram 9,67% mais baratos, segundo uma pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), feita com base no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Ainda de acordo com a pesquisa da FGV, tiveram reduções maiores que a desvalorização do dólar no período os televisores (-8,23%), os celulares (-5,19%) e os aparelhos de som (-3,97%). No mesmo período analisado, a inflação pelo IPC acumula alta de 3,82%. “Isso (a queda de preços) é visível em produtos que têm importação maior, como celulares, laptops, tevês de alta tecnologia, videogames. Estes itens de fato estão ficando mais baratos”, explica André Braz, economista

da FGV. Ele destaca, porém, que não é só o câmbio que influencia o preço de um produto. O mercado é regido pela lei da oferta e da procura. É isso que justifica, por exemplo, o fato de o pãozinho francês, o macarrão e bolachas estarem mais caros ainda que sejam produtos que levam em sua composição o trigo, que é, em grande parte, importado. A seca em importantes regiões agrícolas, no entanto, reduziu a oferta do cereal no mercado, pressionando para cima o valor desses produtos. “Parte deste aumento poderia ter sido ainda maior se não fosse a valorização do real”, lembra o economista da FGV. “A apreciação do real está contribuindo para evitar um avanço da inflação”, diz a economista Ariadne Vitoriano. Braz, da FGV, diz que o câmbio não representa um problema para a inflação em 2010, nem em 2011. “No caso da inflação, não há possibilidade de haver pressão por conta de câmbio.”

Nas lojas, um dos artigos que já refletem os efeitos do dólar em queda são os componentes eletrônicos, como as TVs de alta definição

Estoque retarda repasse ao preço Quando o dólar se desvaloriza, a queda nos preços nem sempre é sentida de maneira tão automática também por outro motivo: o estoque. “Demora para acontecer o repasse porque tem estoques que foram feitos com o preço antigo”, diz Braz. Embora o governo venha tomando medidas para evitar a valorização do real frente o dólar, o economista acre-

dita que a tendência seja a moeda americana manter-se no patamar de R$ 1,70 ou até um pouco abaixo. “O País está crescendo, a taxa de juros é interessante, passou a ser credor do Fundo Monetário, tem toda uma condição que favorece a valorização do real.” Se esta cotação se confirmar num período mais longo, a tendência, na opinião

de Braz, é o consumidor assistir a preços cada vez mais baixos. A economista Ariadne lembra que a queda do dólar é sentida primeiramente nos preços ao atacado. “O varejista pode escolher se ele vai repassar isso para o consumidor ou não. Em caso de incerteza se a queda vai se manter, ele pode escolher não repassar”, diz.

Viagens internacionais mais baratas Outro segmento também favorecido pela queda do dólar é o de viagens internacionais, lembra o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Roberto Vertamatti. “Quem quiser hoje viajar para os Estados Unidos tem dificuldade [em encontrar passagens, devido à alta demanda]. O preço está altamente atraente”, diz. “É mais barato que viajar para o Nordeste, por exemplo.” Não recomendo nenhuma intervenção heterodoxa no dólar. Nossa economia vem

estruturada. (...) Mexer na moeda vai desequilibrar nossa economia” Roberto Vertamatti, vice-presidente de Finanças da Anefac. O lado negativo da queda do dólar é o fato de tornar os produtos brasileiros menos competitivos no exterior. Cerca de 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do País vêm das exportações, segundo André Braz. No caso de máquinas e equipamentos, está mais fácil importar do que produzir aqui dentro. Vertamatti teme que isso possa provocar a substituição da produção

local pela importação. “O Brasil está transferindo a mão de obra lá para fora.” O economista explica que além do cenário interno neste momento favorecer a depreciação do dólar, há ainda uma componente internacional. A moeda americana está desvalorizada no mundo, em comparação com várias outras moedas. “Isso preocupa porque este desequilíbrio pode prejudicar os países em desenvolvimento, em especial o Brasil. A China não deixa sua moeda flutuar e isso desequilibra o sistema no mundo inteiro.”

Intervenções têm efeito paliativo Para tentar diminuir a entrada de dólares no Brasil e, assim, frear a valorização do real, o governo tem anunciado uma série de medidas. O Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), por exemplo, subiu de 2% para 4% para investimentos estrangeiros em renda fixa. Na quarta-feira, o Tesouro ganhou permissão para comprar mais dólares no mercado. Na quintafeira, uma nova resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) criou um mecanismo para impedir que os estrangeiros migrem da renda variável para a renda fixa, como forma de fugir da nova taxação do IOF. Para Vertamatti, todas essas medidas funcionam como “paliativos”. O Brasil, na análise do executivo, precisa lidar com questões mais estruturais. “O que o Brasil precisa fazer – e isso é a médio e longo prazo – é baixar os juros, que são um dos mais altos do mundo. Tem que mexer no gasto público que está muito alto, precisa fazer as reformas Fiscal e Previdenciária”, avalia. “Não recomendo nenhuma intervenção heterodoxa no dólar. Nossa economia vem estruturada. (...) Mexer na moeda vai desequilibrar nossa economia”, conclui Vertamatti.

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ABAV 2010

Turismo Rodoviário pede legislação Encontro abre espaço para discussão sobre a regulamentação da modalidade, com criação de “cruzeiro” Dentre as discussões temáticas realizadas durante o 38º Congresso ABAV 2010, o turismo rodoviário teve uma atenção especial. Amesa foi coordenada pelo diretor do Departamento de Estruturação, Articulação e Ordenamento Turístico do Ministério do Turismo Ricardo Moesch e contou com a presença da representante da Gerência de Transporte Fretado da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Thaís Godoy, da Conselheira Nacional da Abav, Ana Carolina Medeiros, do Diretor de Transportes da Abav Rio, Cezar Deterling, além dos proprietários de agências de viagens José Mauricio Gomes, da ABC Viagens de Minas Gerais e Luiz Carlos do Valle da Terra Nobre de São Paulo. O assunto principal tratado no encontro foi a criação do Cruzeiro Rodoviário, que, para ser viabilizado, precisa de mudanças na Resolução 1.166/2005 da ANTT (que dispõe sobre a regulamentação da prestação do serviço de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros, sob o regime de fretamento). Segundo a representante da agência, o grupo de trabalho criado já começou a identificar dificuldades e a definir linhas de ações. Para ela, o Cruzeiro Rodoviário deverá incluir: regime de fretamento em circuito anel, viagem associada a outros serviços turísticos – como guias profissionais – e a vendas de pacotes de pelo menos três pernoites (para não concorrer com o transporte regular de passageiros). O desembarque ainda deverá, obrigatoriamente, acontecer em estado diferente ao do embarque. “Essas são algumas ações resultantes das reuniões do Grupo de

Trabalho, que teve a ultima reunião em São Paulo e terá a próxima em Belo Horizonte”. Os profissionais do turismo teriam ainda que obter uma autorização especial da ANTT para fazer o cruzeiro. O itinerário precisará ser aprovado pela agência, contendo uma lista com o nome de todos os passageiros, com locais de desembarque de cada um deles. Ainda segundo Godoy, o processo está evoluindo. “A Superintendência de Transporte de Passageiros e a Procuradoria, ambos da agência, já deram pareceres favoráveis às mudanças na resolução. Já tivemos uma primeira audiência pública onde surgiram algumas sugestões, mas nada de concreto. Será preciso uma reavaliação das características junto ao trade”. Os próximos passos são mandar os autos para Procuradoria pedir novamente uma outra audiência, revisar o texto da resolução com as mudanças e a criação de um novo sistema informatizado de controle. As alterações ainda não são definitivas e estão sendo discutidas com o MTur. Algumas sofrerão modificações, como a obrigatoriedade de dois ao invés de três pernoites. O roteiro terá que ser aprovado também pelo ministério e poderá ser cancelado qualquer momento. A venda será somente como pacote de viagem. Exigência da idade do ônibus e uma identificação com o selo do programa Cruzeiro Rodoviário serão necessárias. Para Ricardo Moesch, as perspectivas são as melhores. “Com o cruzeiro poderemos oferecer produtos diferenciados e com isso fortalecer o turismo nacional. Vamos priorizar regiões com dificuldades de demanda turística durante o ano, principalmente

Para a devida regularização do chamado turismo rodoviário, são propostos várias regras e serviços que devem ser discutidos e aprovados

as 65 indutoras do MTur”. PROBLEMAS DO SETOR - Para Cezar Deterling, algumas coisas poderiam ser mudadas para a criação do cruzeiro. “O roteiro poderia acontecer nos dois sentidos do anel, fazendo ida e volta. Isso possibilitaria a diminuição dos custos. Ainclusão dos receptivos para atender os turistas também é importante.”, disse. “O turismo não é concedido nem permissionado como as linhas comuns e, por isso, tem que ter tratamento diferente”, declarou. Outra reclamação de Deterling foi sobre o seguro obri-

gatório feito pelas agências. “É preciso repensar os seguros porque, ao contrario dos permissionados, nós não somos tarifados, não vendemos passagem. Por isso, deveria haver um seguro especifico para os transportes turísticos terrestres”. Para João Maurício, da ABC Viagens, há muita burocracia nas relações com a ANTT. “A agência podia ter uma visão diferenciada. É complicado chegar às alterações necessárias, pois as informações não são levadas até a um órgão de comunicação oficial. Essas mudanças precisam ser comunicadas logo e os prazos para adequação dilatados”.

Para ele, esses problemas travam o crescimento. “O turismo rodoviário está sendo impedido de crescer pela agência. As portarias e normas têm que ser previamente discutidas com o setor, sem imposições.” De acordo com Luiz Carlos Valle, da empresa Terra Nobre, o setor precisa de uma legislação de transporte turístico especifica, diferente da atual que inclui fretamento e transporte interestadual. Ana Carolina Souza, da Abav Nacional concorda com o empresário. “Não pode haver uma mesma regulação para todos, já que são transportes diferentes”. Para ela, os interessa-

dos precisam se unir. “Ministério do Turismo, Abav e a ANTT precisam conversar numa só língua.” Os profissionais que assistiram à sala temática também puderam expor suas duvidas e reclamações e fizeram coro, pedindo diferenciação na legislação atual para o transporte turístico. Fiscalizações, pedágio e balança, foram outras demandas. Para Ricardo Moesch, algumas situações poderiam ser evitadas. “Ônibus de turismo não precisa passar em balança. Não tem por quê. É por isso que o transporte turístico tem que ser identificado”, disse.

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Papel Moeda Marco Aurélio Mello - marcoaurelio@ojornal-al.com.br

UM POUCO MAIS DE PACIÊNCIA A expectativa era que no final deste mês, no máximo, Alagoas ganhasse seu primeiro shopping center no interior, mas precisamente em Arapiraca. Mas, os consumidores da região vão ter que esperar um pouco mais. Mais um ano, na verdade, já que o projeto, desde que foi lançado, tem atraído interesses comerciais dos principais grupos varejistas do País. Tanto que antes a idéia inicial era um mall com 114 lojas, sendo duas delas chamadas âncoras. Segundo o empresário Robson Rodas, com a procura por espaços comerciais, o projeto do Pátio Arapiraca foi ampliado. Ao abrir as portas em outubro de 2011, serão 212 lojas, sendo seis delas âncoras, mega lojas reservadas para grandes grupos como C &A, Riachuelo, Marisa e Guido, por exemplo. Espaços que vão de 1.200 m² a mais de 2.600 m². Rodas informa ainda que no Pátio haverá um supermercado da rede GBarbosa com 3.900 m². A estimativa é que o empreendimento gere ao todo 2.500 empregos diretos. “O investimento inicial previsto era de R$ 30 milhões. Com as modificações que fizemos no projeto, agora, serão aplicados no novo mall alagoano, algo em torno de R$ 62 milhões”, anuncia o empresário. Ainda segundo ele, mais do que um simples shopping no interior do Estado, o Pátio Arapiraca será um centro de compras regional, pronto para atender uma demanda crescente por consumo e que extrapola os limites de Alagoas. É só aguardar.

CRUZEIROS A temporada de cruzeiros marítimos que está começando no Brasil este mês contará com mais benefícios para os trabalhadores brasileiros a bordo. O governo federal, juntamente com o Ministério Público do Trabalho (MPT) elaborou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) que garantirá um conjunto de novos direitos, visando oferecer a esses trabalhadores condições mínimas de trabalho decente. O acordo irá valer para os navios de cruzeiro que ficam na costa brasileira por período corrido superior a 30 dias.

Missões comerciais levam empresas aos EUA e à Europa Empresários participam de feiras de alimentos e buscam diversificar exportações BRASÍLIA - Empresários brasileiros que atuam no setor de alimentos e produtos agropecuários terão, nesta semana, a oportunidade realizar novos negócios e incrementar os números de exportações do país. Duas missões comerciais organizadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terão representantes de 33 companhias em feiras nos Estados Unidos e na Espanha. O intuito é promover os produtos brasileiros nos mercados das Américas do Norte e Central e na Europa. Entre hoje e a próxima quinta-feira, governo e empresários estarão em Miami, para participar da Americas Food and Beverage 2010. O evento reunirá 350 expositores de 27 países e tem grande relevância para o público latino que reside nos EUA e para países da América Central e Caribe. A 14ª edição da feira terá 20 pavilhões internacionais e a previsão dos organizadores é de que circulem 6,5 mil visitantes de mais de 60 países. O estande do Brasil terá 252 metros quadrados e abrigará 24 empresas de setores diversificados, como café, sucos, vi-

Um produto bem brasileiro, o café tem a oportunidade de ampliar a participação no mercado mundial

nhos, produtos regionais - guaraná, açaí e castanhas - alimentos industrializados prontos para consumo, óleos vegetais e confeitos. Serão realizadas rodadas de negócios e visitas técnicas a pontos de comércio para analisar os hábitos de consumo local. Outro grupo, também apo-

iado pelo Ministério da Agricultura vai à cidade de Reus (Espanha), onde representantes de nove empresas de commodities agrícolas participarão da feira European Commodities Exchange Day, no dia 29 de outubro. O evento é parte das atividades da 50ª edição da Bolsa de Comércio Eu-

ropeia, encontro anual e itinerante de negócios, em que são comercializados produtos como grãos, milho, soja, trigo (pão, massas e ração), cevada, farelos de soja, girassol e canola. Pela primeira vez, o Mapa organiza a participação de companhias nacionais na tradicional mostra.

MINHA CASA

Programa é alvo dos investidores O programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida está realmente no centro de atenções dos investidores estrangeiros. Esse interesse pôde ser constatado durante a esta semana. O evento realizado pela ADIT Brasil reuniu cerca de 100 empresários espanhóis que estavam interessados em saber quais os trâmites burocráticos para investir no Brasil, e, principalmente, quais seriam os passos para apostar neste programa residencial voltado para a população de baixa e média renda. Segundo o diretor de investimentos da ADIT, Luiz Lessa, esse interesse pelo programa Minha Casa, Minha Vida se deve a vários fatores. O financiamento facilitado e a certeza de um investimento seguro e com bom retorno, devido à liquidez do mercado, são alguns dos fatores que tornam o Minha Ca“O Brasil sa, Minha Vida mais está repleto atraente pade bons ra os invesnegócios” tidores estrangeiros. “Muitos dos investidores tinham muitas dúvidas a respeito desse tipo de mercado residencial no Brasil. Deixamos claro que a melhor forma de apostar neste setor é fazer parcerias com empresários locais, que já possuam projetos já estruturados. Aproveitamos o momento para apresentar alguns projetos da carteira da Agência de Investimentos da ADIT voltado para esse público”, afirmou. Para Ramón Sevilla, do grupo espanhol Pryconsa, o Brasil tem muitas oportunidades de investimentos, especialmente na área de construção dentro do programa Minha Casa, Minha Vida. José Galindo, presidente da Associação de Incorporadores e Construtores da Espanha (APCED), concorda com Sevilla. “O Brasil é um produto de transformação, repleto de oportunidades de negócios”.

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Imóveis.com Theodomiro Jr.

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PERGUNTA DO LEITOR O leitor Cláudio Moreira Sandes comprou um imóvel na Pajuçara e pelo menos dois itens prometidos na publicidade não foram cumpridos. Ele pergunta se um simples folder é prova suficiente para se entrar na Justiça? Sim. Os compradores de imóveis na planta ou prontos de construtoras devem ter muitos cuidados com a propaganda. Quando você vai comprar seu imóvel, milhares de promessas são feitas, de forma verbal ou mesmo nos panfletos e propagandas, entretanto na hora da entrega do imóvel nem todas se concretizam. José Geraldo Tardin, presidente do IBEDEC, explica que “O Código de Defesa do Consumidor estabelece que toda propaganda vincula o fornecedor. Daí a importância de colocar na proposta de compra e venda e no contrato de compra e venda, minuciosamente, tudo que fora prometido ou contratado com os vendedores, bem como guardar todas as propagandas, anotações e orçamentos feitos, pois se não forem cumpridas, o consumidor possa mover ação judicial específica para lhe exigir o cumprimento”. É obrigação da empresa que vende os imóveis e da própria construtora, colocar no anúncio de forma clara e ostensiva: A metragem do imóvel, especificando o que é área privativa (interna do imóvel mais sacada) e a área comum; Número do Memorial de Incorporação da Obra e em qual cartório está registrado; se mostrar uma unidade decorada na propaganda, deve mencionar se os móveis na imagem compõem ou não o contrato, bem como o nº da unidade mostrada, sua metragem e preço; se oferecer parcelamento, deve indicar a quantidade de meses, índice de correção e taxa de juros.

PONTE AÉREA A ponte aérea Maceió-Arapiraca já está firmada. Um dos mais assíduos a transitar entre as duas cidades é ninguém menos que o corretor e empresário Emmanuel Soares Nobre. Explica-se: ele, assim como outros parceiros da Contrato Engenharia, abriu uma filial da Soares Nobre na capital do fumo. Resultado: as vendas do Espace Residencial estão bombando.

ESPACE RESIDENCIAL E por falar em Arapiraca, o centro da cidade recebeu um estande de vendas do Espace Residencial. É o know how da Soares Nobre chegando ao Agreste.

MASTER ADEMI O maior evento de estimulo à excelência profissional do setor imobiliário alagoano - o Prêmio Master Ademi - chega à sua 13ª edição. Este ano, a grande festa será realizada no dia 11 de novembro e às empresas afiliadas à Ademi/AL que ainda não se inscreveram devem apressar-se, pois a entrega da documentaçãotermina nesta segunda-feira.

CORRENDO CONTRA O TEMPO A premiação seguirá o mesmo regulamento do ano passado, contemplando as categorias Destaque, Master e Personalidade. Segundo os organizadores, a avaliação das peças que estarão concorrendo será efetuada entre 08 e 09 de novembro. Ao que parece o final de semana será de muito trabalho para terminar a apresentação de cada empreendimento.

NO FORNO Ainda falando em Ademi-AL, está saindo do forno o manual de garantias da entidade para o mercado alagoano. O documento é atualizado de acordo com as novas regras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O projeto fornecerá informações detalhadas sobre os materiais aplicados na construção de empreendimentos imobiliários e seus prazos de garantia, além de oferecer dicas para sua correta utilização.

EM FOCO

O presidente da Associação dos Notários e Registradores de Alagoas (Anoreg/AL), Iran Malta, contestou o levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça que listou 243 cartórios em Alagoas, dos quais pelo menos a metade deverá mudar de mãos após a realização de concurso público. O CNJ está refazendo o levantamento.

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ENTREVISTA / PAULO SAFADY

Cidades vêem surgirem minibairros longe do centro encarecimento e a escassez de terrenos destinados à construção de moradia popular nas regiões metropolitanas empurram os conjuntos habitacionais das classes de baixa renda para áreas cada vez mais distantes. Essa transferência de grandes quantidades de trabalhadores para periferias longínquas exigirá dos governos maior capacidade de planejar a infraestrutura urbana e o transporte, na formação de minibairros. A avaliação é do presidente

O

da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, que em recente passagem pela capital alagoana comentou sobre o “boom” do mercado imobiliário brasileiro e a redução nos custos das obras. Ele alertou para o risco de falta de material de construção e destacou os avanços no financiamento da habitação de interesse social assumidos pelo governo federal. “Esse programa não pode acabar”, sentenciou.

O que mudou no mercado imobiliário nos últimos seis anos? Até 2004, o mercado imobiliário funcionava praticamente só com o segmento classe A, no qual as pessoas possuíam dinheiro para comprar imóveis. O crédito era escasso e o público comprador, reduzido. Depois, começaram a surgir recursos, outras classes sociais voltaram a ter condições de compra da casa própria e o mercado foi inundado com financiamentos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), com recursos do FGTS e com o atendimento à classe de interesse social. Antes, a baixa renda era esquecida. Trabalhava-se com a poupança, mas com faixas de renda média para cima. Há dois anos, falar que a poupança financiava famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos era um sacrilégio. O pessoal nem examinava porque os recursos eram reduzidos. O que levou a sessa mudança? Com a Lei nº 10.931, de 2004, houve uma mudança profunda. Melhoraram a transparência e as garantias. Mais recursos foram movimentados e, a partir disso, o mercado passou a trabalhar com todas as faixas de renda. Em 2009, por exemplo, foram R$ 34 bilhões só em recursos da poupança e, hoje, os bancos oferecem financiamento para famílias com renda de até cinco salários mínimos. Se a pessoa tem condição de pagar, há imóvel para ele. O financiamento para a classe média também aumentou muito. Como o Programa M i n h a Minha Vida entra nessa história? A novidade é que, agora, há procura pelo atendimento à moradia de interesse social. O FGTS passou a se concentrar no financiamento à população com renda familiar de até seis salários mínimos para baixo, onde o problema do deficit habitacional é maior, até porque os bancos estão atendendo a população com faixa de renda entre seis e 10 salários mínimos.

tacionais. Não tenho dúvida de que partiremos para isso. Como está hoje a inadimplência? A inadimplência dos contratos novos é baixa e está inferior a 2%. Na década de 80, chegou a quase 30%. E, antes da Lei nº 10.931, variava entre 10% e 12%. Não há interesse em se tomar o imóvel de ninguém. Se uma pessoa tem problema, o banco pode chamá-la para negociar porque a legislação também prevê isso. O banco também não tem interesse em tomar o imóvel de ninguém, ele quer é vender.

Paulo Safady preside a Câmara Brasileira da Indústria da Construção

mento atualmente? Sim. Os bancos passaram a trabalhar com essas faixas de renda, os produtos (oferta de imóveis de diferentes padrões) também melhoram, as regras ficaram mais transparentes.

Há comentários de que o Minha Casa, Minha Vida venha a sofrer alterações que mudem muito sua essência. O que o sr. acha disso? Te m o s que lutar para que esse plano não acabe. Claro que o próximo governo pode revêlo. Mas é um programa que está dando certo e cumprirá a meta inicial de 800 mil unidades. Há um ciclo de construção. Em dezembro, tínhamos 275,5 mil unidades “É preciso contratadas e, hoje, temos 600 avançar com mil. São casas calma porque em edificação diversas está faltando mão em fases. Essas 275,5 de obra qualifica- mil contratadas da e a indústria até o fim de 2009 de material está t e o r i c a m e n t e serão entregues com a capacidade no fim de 2010 e próxima de 90%. as outras, nos anos seguintes.

É mais prudente irmos com o pé no chão.”

O que aconteceu, as pessoas melhoraram de renda e têm maior capacidade de paga-

Há condições para a entrega de 2 milhões de unidades habitacionais entre 2011 e 2014? Sim. O governo cogitava

fazer mais do que 2 milhões e nós ponderamos que é preciso avançar com calma porque está faltando mão de obra e a indústria de material está com a capacidade próxima de 90% (a maioria está investindo). É mais prudente irmos com o pé no chão. Dois milhões de unidades representam 500 mil por ano e cada vez fica mais difícil porque os terrenos vão ficando mais distantes, por exemplo.

Por que o Minha Casa, Minha Vida está dando certo? Foram reduzidos impostos, taxas de cartório, taxas de administração e isso provocou queda significativa dos custos marginais das obras. Os impostos federais caíram de 7% para 1% e isso levou muitos municípios a mexerem no ISS (Imposto sobre Serviços). Os gastos com cartório também foram reduzidos, chegando, em alguns casos, a zero. Os juros tiveram uma diminuição dramática, juntamente com as taxas cobradas pelas prefeituras. Na faixa de renda até três salários mínimos, a cobrança do seguro foi eliminada e, agora, há um fundo para garantir a inadimplência. Ele é mantido com 0,5% do valor da prestação e funciona. Tudo isso deixou o custo total da obra e criou um subsídio no Orçamento da União, sem o qual não seria possível atender famílias de baixa renda.

A CBIC apresentou Qual o uma proposi m pacto ta que foi d e s t e aceita na se“boom” gunda fase imobiliádo Programa rio na vida de Aceleradas famíção do Creslias? cimento, o Um esPAC . Quais tudo das os detalhes? Nações PropoUnidas mos trabamostra a lhar com pladiferença nejamento, da evoluporque os ção dos joconjuntos vens cujas serão mais famílias distantes. possuem Faltam áreas casa própara conspria em compatrução nos gran“O próximo go- ração com aquedes centros, e, por isso, será ne- verno poderá até les que não possuem. O que se cessário infraesrever o Minha constatou foi trutura, transporte, creche, es- Casa, Minha Vida, que os jovens que crescem em cola, posto de mas temos que casa própria têm saúde. Na verdade, é o planeja- lutar para mantê- um lugar para estudar, um enmento de minilo. É um progra- dereço fixo e não bairros. E, dois, precisam ficar na ma que está teremos que ter rua. Quando esestrutura educadando certo e sa casa possui cional para cumprirá a meta saneamento e orientar os moradores a viver em de entregar 800 água tratada, a evolução na condomínio. mil moradias.” saúde fica clara. Propomos que o É impressionangoverno contrate como faz difete uma administração privada para ensinar os moradores a rença, esse jovem possuir uma gerenciar condomínios habi- residência própria.

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Reprodução/Yvette Moura

Foto retocada do pintor Rosalvo Alexandrino de Caldas Ribeiro. Quadro, de autoria de Ranulpho, pertence ao Instituto Histórico e Geográfico de AL

Momento de redescobrir

ROSALVO RIBEIRO Respeitado no Brasil e no resto do mundo, pintor alagoano é desconhecido em sua terra natal. Atualmente, alguns exemplares da sua obra pertencem a museus nacionais, além de colecionadores particulares. Em Alagoas, peças da coleção do Museu Marechal Floriano Peixoto (Mupa) estão sendo restauradas. Ação que revigora e destaca a importância do artista, considerado um mestre da pintura brasileira PÁGINAS B2, B3, B7 E B8.

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“A Leitura” é um dos quadros que, desde o último dia 4, passam por ações de restauro em um ateliê montado no Museu Marechal Floriano Peixoto (Mupa)

Marcas da influência francesa na arte e na cultura brasileira Alessandra Vieira Editora de Cultura

1888 e, em Maceió, Rosalvo Ribeiro não pensa em outra coisa. Seu único objetivo e paixão: a arte pictórica. Ele até canta, toca piano, violino, bandolim, compõe valsas e óperas e também aprende línguas. Mas sua exclusiva preocupação é mesmo a pintura. Agosto do mesmo ano. Rosalvo Ribeiro parte para a França. Lá, destaca-se na Academia Julien e, em breve, no Salão de Paris. Era o início de uma trajetória que es-

É

creveria o nome do alagoano, nascido em Marechal Deodoro, na história da arte brasileira. Caminho marcado pela composição de uma obra vasta, hoje espalhada pelo Brasil, somando os acervos do Museu Nacional de Belas Artes, do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e de coleções particulares. Em Alagoas, peças da coleção pertencem ao Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (IHGAL), à Fundação Pierre Chalita e ao Museu Marechal Floriano Peixoto (Mupa). Preciosos exemplares de um mestre da pintura brasileira.

São retratos, pinturas militares (marcas da influência francesa na arte e na cultura no Brasil), paisagens, pinturas “De Genre” e nus. De várias épocas e estilos. Desde o dia 4 deste mês, 21 dessas obras - pertencentes ao acervo do Mupa - passam por um processo de restauro. A iniciativa refaz com perfeição os traços, recupera as cores e os danos dos exemplares, que se encontram danificados por fatores ambientais ou temporários. (A.V.) CONTINUA NAS PÁGINAS B3, B7 E B8.

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Lula Castello Branco

Restaurador Mário Swenson comanda a equipe, formada por técnico e estudantes de Arquitetura

Instrumentos de cirurgião, técnicas de alquimista As ações de restauro são feitas por uma equipe - formada por um auxiliar de restauro, o técnico Anderson Nascimento, e mais estudantes de Arquitetura da Universidade Federal de Alagoas e do Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac) - que segue, de segunda a segunda, sob a batuta do restaurador Mário Swenson. Nas mãos e na linguagem, instrumentos e termos de cirurgião (bisturi, espátula, limpar e suturar) e técnica que (para leigos) mais parece de alquimista: imunização de chipógrafos (cupins e traças), limpeza mecânica com pincéis ou por processo químico, aplicação de policromia, envernizamento das telas. Sempre respeitando a originalidade da obra. “São peças antiquíssimas e é natural que, com o tempo, elas sejam danificadas. Nessas obras, os problemas basicamente são rasgos nas telas e desprendimento da camada pictórica”, conta

Mário. Antes de utilizar os produtos, as telas passam por uma criteriosa avaliação do profissional. “Cada tela tem sua própria personalidade”, diz. “A Coleção Rosalvo Ribeiro consta de trabalhos produzidos pelo artista alagoano durante sua estada em Paris, no fim do século XIX e início do XX. Foram doadas ao governo do Estado em agradecimento a uma bolsa concedida pelos alagoanos. Em boa hora, a Secretaria de Estado da Cultura, em parceria e com patrocínio da Caixa Econômica Federal, disponibilizou recursos superiores a R$ 60.000,00 para a restauração das telas e das molduras”, esclarece Fernando Lobo, diretor do Mupa. O prazo para a entrega das obras está previsto para o dia 15 de dezembro. (A.V.) CONTINUA NAS PÁGINAS B7 E B8.

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UMAS POUCAS PALAVRAS

Uns sertões e uma editora

Sávio de Almeida

Sertão Glocal foi publicado pela Editora da Universidade Federal de Alagoas, localizada no Campus A. C. Simões. Pode ser adquirido também pela Internet no site www.edufal.com.br. A editora pode ser contactada no seguinte endereço: contato@edufal.com.br. Trata-se da mais importante iniciativa editorial já vista em Alagoas, no que se tem de parabenizar a Universidade pelo que tem realizado, o que Espaço realiza homenageando Sheila Maluff e, evidentemente, toda a alta cúpula administrativa da UFAL. O que é bom merece ser reconhecido por toda a comunidade. A EDUFAL marca a história cultural de Alagoas, inclusive por abrir mercado para nossos livros até para o exterior. Então, queremos homenagear nesta edição, a Professora

Dra. Sheila Diab Maluf a quem sugerimos que pense com urgência na abertura de um posto de venda no centro da cidade, para facilitar o acesso aos que não freqüentam o Campus. A UFAL e a Professora Sheila realizam o que poderia ser considerado como obra cultural de base em Alagoas, o que se pode facilmente constatar quando se lê o Catálogo 2010 da edição. A Professora é também Diretora da Região Nordeste da Associação Brasileira das Editoras Universitárias. Continuamos a publicar o texto de Nepomuceno Agra sobre Santana, continuidade da homenagem que Espaço presta ao sertão alagoano. O Jornal vem fazendo acontecer dois anos de publicação de Espaço. E é bom verificar que no mês do aniversário, tanto se fala sobre os sertões.

Passa boi, passa boiada, pas Virgílio Wanderley Nepomuceno Agra erto dia aconteceu que uma grande quantidade de carros de bois estava descendo ao mesmo tempo a ladeira de acesso à cidade e, como os carros de bois carregados costumam "cantar", o som de tantos carros chamou a atenção de todos. De repente, alguém voltou-se para o ceguinho e disse: - Nezinho, você "num" disse que cada carro de boi tem um tom diferente do outro? Eu duvido você me dizer quantos carros "tão" descendo a ladeira. Seu Nezinho pediu silêncio, apurou o ouvido e após algum tempo disse quantos carros compunham aquele comboio. Imediatamente os homens correram para a entrada da cidade para contar quantos carros passariam. Contaram de um por um até que finalmente o último passou e faltava apenas um para inteirar a conta dada pelo cego. Apesar da relativa aproximação, não faltou alguém que aproveitasse a oportunidade para "tirar uma onda". - Ê Nezinho! Você "num" disse que era o bom? Pois você errou. Faltou um carro na sua conta. Seu Nezinho, sem se abalar, insistiu na sua contagem inicial. Impressionado com a firmeza da resposta, um grupo de amigos procurou um dos últimos carros do comboio e perguntou se havia mais algum carro naquele grupo e qual não foi a surpresa de todos quando souberam que um dos carros havia quebrado e ficara parado no meio da ladeira. Uma vez chegando a Pão de Açúcar os carros eram descarregados e ficavam aguardando os vapores que chegavam normalmente aos sábados ou domingos, trazendo mercadorias provenientes de Penedo, em Alagoas, ou Própria, em Sergipe. Eram então novamente carregados e iniciavam a viagem de retorno às segundas-feiras, chegando a Santana às quartas-feiras. A feira da cidade sempre foi aos sábados, no entanto, a chegada daquelas cargas às quartas induziu o surgimento de uma pequena feira neste dia da semana de modo que, mesmo hoje, décadas após terminada a época dos comboios de carros de bois, esta feira menor ainda se realiza no mesmo dia. As mercadorias trazidas eram bem variadas, mas em sua maioria era sabão, coco, esteira de piripiri, bacalhau, sal, arroz e um pouco de tecidos. O sabão comprado vinha para substituir aquele produzido em casa, feito à base de sebo e cinzas. O coco sempre foi um ingrediente muito apreciado na culinária nordestina, no entanto, não era produzido no sertão. Na região existe uma espécie nativa de palmeira, o ouricuri, que produz um cacho com muitos frutos. Mas, como sua amêndoa é muito pequena, havendo necessidade da quebra de dezenas de coquinhos para que se produza leite ou polpa suficiente para o preparo de uma única receita de comida, o coco-da-baía era tratado como uma verdadeira especiaria. O piripiri, por sua vez, é uma espécie de capim nativo de regiões pantanosas

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ou alagadas. Como àquela época camas e colchões eram verdadeiros artigos de luxo, as esteiras fabricadas com eles eram muito populares. Da região de Águas Belas chegava um outro tipo de esteira, confeccionada com palha de ouricuri pelos índios Fulniôs, e por este motivo chamada de esteira de caboclo. A esteira de caboclo era da espessura da própria palha da palmeira e quem nela se deitava podia sentir todas as irregularidades do chão, já a esteira de piripiri, por ser confeccionada com os caules deste capim permitia um "relativo conforto" aos seus usuários. O bacalhau tinha naquela época um preço muito baixo e por isso era um alimento bastante popular e, por causa da grande quantidade de sal, dispensava cuidados com a sua conservação. O sal por sua vez era usado não apenas para temperar os pratos, mas principalmente para a conservação das carnes e para a salga dos couros dos animais. Os carros de bois tinham a vantagem de poder transportar uma maior quantidade de cargas de uma só vez, no entanto, como os burros eram animais mais ágeis, quando as distâncias eram maiores e a carga podia ser neles transportada, estes animais eram sempre preferidos. Seu Hilário, o pai de Seu Antônio Hilário, que era almocreve, costumava transportar mercadorias de Pão de Açúcar até Mata Grande, cobrindo uma distância duas vezes maior que a percorrida até Santana do Ipanema. Mas, dependendo da conveniência, os carros de bois também podiam fazer viagens longas.

Seu Antônio Hilário contou que uma vez fez uma viagem a Garanhuns. Por estradas asfaltadas o percurso atual mede cerca de 140 quilômetros e é percorrido em aproximadamente duas horas. A viagem dele durou nove dias para ir e outros nove para voltar. A carga transportada era, de acordo com suas próprias palavras, "café em caroço". O café torrado, moído e dentro dum pacotinho foi uma invenção que só chegou ao sertão na segunda metade do século passado. E o tempo foi passando, e pelas estradas, pessoas e produtos, uns indo, outros chegando. Um dia, no céu foi vista uma coisa diferente, prateada, linda, admirável. Era um Zeppelin. Enquanto no céu deslizava uma das maiores maravilhas da tecnologia da época, levando passageiros abastados do Rio de Janeiro para a Europa, numa simples estrada de terra meu avô Virgílio, vovó Chiquinha e meu pai ainda pequeno interromperam uma viagem que faziam de carro de bois, entre o sítio Caboré e o povoado Capelinha, para admirar aquela maravilha. Foi na Capelinha, terra da minha avó, que, pela estrada e não pelo céu, um dia passou uma máquina que provocou talvez o maior rebuliço da história do povoado. Contou minha avó que, num dia calmo como tantos outros, pela estrada de terra que corta o lugarejo, entrou pela primeira vez um homem montado numa bicicleta. Quando os moradores viram aquilo o pânico foi geral. Os homens correram, os meninos choraram, as casas tive-

ram as portas trancadas e as mulheres agarradas no terço começaram a rezar, pois aquilo só podia ser o satanás entrando na Capelinha porque era impossível um homem se equilibrar em cima de duas rodas sem cair. Confirmando a máxima popular de que "tamanho não é documento", enquanto o Zeppelin causou espanto e admiração, na Capelinha uma pequena bicicleta causou correria e pavor. Apesar da grandeza do céu e do espanto do Zeppelin, eram as estradas o elemento de ligação entre a região e o resto do mundo, mas, com o passar do tempo, os carros de bois, tropas de burros e cavalos passaram a ter que dividir espaço com uma invenção que mudaria para sempre o rumo da história. A chegada do automóvel no sertão causou tamanho impacto que até o conceito de estrada foi modificado. Até a chegada dos primeiros automóveis no sertão, estrada para um sertanejo era uma via onde podia passar uma carroça ou um carro de bois. Uma via onde só era possível a passagem de pessoas a pé ou numa montaria recebia o nome de "vareda", o que equivaleria ao conceito que temos atualmente de trilha. A introdução do novo veículo exigia a adequação, ou mesmo a construção, de novas vias que, para diferenciar-se das antigas, passaram a ser denominadas de estradas de rodagem ou simplesmente rodagem. Então, no linguajar sertanejo, havia as "varedas", as estradas e as rodagens. As primeiras rodagens foram construídas com muita mão de obra e

pouco maquinário, e os operários no sertão eram chamados de "cassacos". Mais ou menos no início dos anos 40 a primeira rodagem passou a ligar Santana do Ipanema a Palmeira dos Índios, terminando seu trajeto nos arredores da cidade no ponto onde se encontrava com a estrada que vinha de Águas Belas. Logo começou a ser chamada também de Estrada Nova. Consequentemente, aquela estrada que passava pela Maniçoba, Bebedouro e Mandacaru passou a ser denominada de Estrada Velha, e gradativamente foi sendo abandonada até que o tempo e as intempéries puseram fim à sua utilização. O surgimento de estradas e o desenvolvimento do comércio também produziram reflexos na ocupação urbana. Na área central da cidade, em frente à igreja, formou-se um grande largo onde ocorriam as feiras aos sábados e quartas-feiras. Também foram construídos sobrados que tanto serviam como novos pontos comerciais e como moradia para as famílias mais abastadas do lugar. E foi graças a essa abastança que começaram a chegar a Santana do Ipanema novidades tecnológicas que tanto serviam ao bem-estar dessas famílias, como também encantavam os olhos curiosos daqueles que viam essas maravilhas pela primeira vez. Imaginem que impacto tinha, uma pessoa acostumada a ter em sua casa uma iluminação à base de candeeiro, ver na casa do Coronel Manoel Rodrigues da Rocha um lustre belíssimo e todo um sistema de iluminação a base de gás acetileno. O gás era obtido colocando-se


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Quem é Zé Marques Honra as Alagoas e os sertões

ssa história pela estrada (II)

pedras de carbureto num recipiente com água, este por sua vez era ligado a uma tubulação embutida que levava o gás aos bicos de luz produzindo uma luz branca e muito intensa. Um lavatório, naquela época, era um conjunto formado por um suporte contendo na parte de baixo uma jarra e na parte de cima uma bacia. Um encaixe para um pedaço de sabão e um gancho para colocar a toalha completavam o equipamento, que poderia ser encontrado na casa de qualquer família de razoável poder aquisitivo. Tio Alberto contou-me que certa vez, ainda garoto, vovó Jovita foi com ele fazer uma visita à casa do Dr. Acioly, o primeiro juiz de direito da comarca de Santana do Ipanema. Disse-me que este dia foi inesquecível, pois pela primeira vez na vida viu um lavatório de louça e uma torneira na parede. Quando uma pessoa girou a torneira e ele viu sair água, ficou intrigado, porque não conseguia entender como é que a água saia de dentro de uma parede. Como as crianças não podiam fazer perguntas ele esperou alguns anos até descobrir que existia um produto chamado "cano". Se lavatórios de louça era uma novidade, imagine como era uma privada naquele tempo? As casas comerciais, aquelas que ficavam de frente para a igreja e de costas para o rio, não eram dotadas de banheiro. Quando o indivíduo queria "soltar um barro", pegava um dos becos que levava até a beira do rio, descia a ladeira e, acocorando-se sobre as pedras e escondendo-se nos matos, aliviava a barriga. Em compensação, caso o problema

fosse apenas um "xixizinho", este poderia ser resolvido com ajuda de um chifre que as lojas mantinham a disposição do quadro de funcionários, todos homens, é claro. Sem precisar abandonar o local de trabalho, o interessado vertia o líquido no chifre cujo conteúdo, quando caía a noite, era atirado sumariamente à rua. O progresso também fez surgir novas ruas. Acima da Rua do Sebo e paralela a esta, uma nova rua foi aberta para permitir o melhor fluxo urbano. Por ser uma nova rua, passou a ser denominada de Rua Nova. Outras ruas foram sendo traçadas, umas na direção do Poço do Juá, outras margeando o Riacho da Camoxinga. Enquanto isso, do outro lado do riacho, atravessando uma pinguela, ficava a casa do Padre Bulhões. De lá, seguindo o traçado da estrada do Poço das Trincheiras, também formou-se uma rua. Durante a campanha de Lampião a cidade recebeu muitos refugiados provenientes da zona rural. Por motivos variados esses foram ocupar uma pequena estrada que, partindo das proximidades da casa do Padre, acompanhava o leito do Ipanema até que, atravessando-o, conduzia na direção do alto sertão. Formou-se então uma nova rua que passou a ser denominada, pejorativamente eu acho, de Rua dos Coiteiros. Talvez fosse mais justo chamá-la de "Rua dos Coitados". Com o surgimento da primeira rodagem começaram a circular os primeiros caminhões. O primeiro automóvel a circular na cidade do qual se tem notícia pertencia ao Coronel

Delmiro da Cruz Gouveia, que fizera fortuna exportando peles do sertão nordestino para os Estados Unidos. Morava no povoado de Pedra, hoje cidade de Delmiro Gouveia - AL, onde construiu sua fábrica de Linhas Estrela, e foi o pioneiro da exploração hidrelétrica do Rio São Francisco. Para poder viajar com seu automóvel do povoado de Pedra até a capital do estado, Delmiro Gouveia mandou construir uma estrada ligando aquele povoado à Vila de Santana da Ribeira do Panema. Cobrindo uma distância de cerca de 90 quilômetros, a estrada foi construída de modo que entrava em Santana passando exatamente pela Rua dos Coiteiros. Anos após a morte do Coronel pioneiro a rua pela qual ele entrava na cidade foi rebatizada com o seu nome, justa homenagem. Como eu havia citado anteriormente, a igreja de Senhora Santana havia sido construída junto a um antigo cemitério. Com a ampliação da igreja o cemitério da povoação foi transferido para outro platô da serra, ainda mais alto, surgindo, naturalmente, uma estrada que ligava o centro a este último. Nesse ponto, a estrada fazia uma curva à direita e, desviando o terreno do campo-santo, fazia a interligação com a Estrada Nova. Percebendo que o traçado da rodagem passaria por uma área por trás do cemitério, o Coronel Lucena, na época prefeito da cidade, tomou uma iniciativa que mexeria com quem estava quieto. Decidiu construir um novo cemitério, denominado Santa Sofia, e demolir o velho cemitério. Em seu lugar seria aberta uma avenida que encontraria no futuro a continui-

dade da Estrada Nova. A decisão gerou muita polêmica, primeiro por mexer com indivíduos que deveriam descansar em paz e segundo porque o translado dos restos mortais ficariam por conta das famílias dos defuntos. Como nem todos tinham recursos para pagar as custas o trato dispensado a muitos dos ocupantes do terreno apresentava-se incerto. Dona Judite Rocha, filha do Coronel Manoel Rodrigues da Rocha, fez uma carta aberta à população conclamando-a a se opor ao projeto do prefeito. Após muitas discussões sobre o assunto e diante da impossibilidade de acordo, o administrador tomou uma decisão. Reuniu seus comandados e anunciou que faria uma viagem. No meio da noite os "cassacos" deveriam ir até o cemitério e demolir a golpes de marreta todas as catacumbas, deveriam também escavar as covas e retirar os restos mortais encontrados para que pudessem ser transportados posteriormente para o cemitério de Santa Sofia. Tudo isso deveria ser feito em apenas uma noite devendo o serviço estar concluído ao amanhecer do dia. O serviço deveria ser feito sem fazer muito barulho para não chamar a atenção da população, tarefa que ficava relativamente facilitada pelo fato do cemitério ficar num lugar afastado. No dia seguinte, quando a cidade despertou e a notícia se espalhou os trabalhadores foram instados a parar o serviço, mas a resposta já estava na ponta da língua: - Só paro com "orde do coroné". Com o Coronel-Prefeito viajando o serviço não parou e quando ele retornou nada mais havia a ser feito.

Como o terreno do cemitério era maior que o espaço requerido pela avenida alguns cidadãos tiveram a ideia de construir no terreno remanescente uma igreja. Após uma campanha junto à comunidade liderada por Seu Zé Quirino, a igreja foi construída e consagrada à Sagrada Família em homenagem a todas as famílias que tiveram suas memórias afetadas pela obra. Por sua vez, no ponto onde começava a avenida havia uma capela que fora construída como um monumento à passagem do século XIX para o século XX, consagrada a Nossa Senhora da Assunção. À época da sua construção o local era um dos limites do perímetro urbano da vila. Atualmente a capela é conhecida como Igreja do Monumento e é este o nome que designa o bairro onde ela se situa. Nesta mesma avenida está construído o Grupo Escolar Padre Francisco Correia, numa homenagem àquele que foi um dos fundadores da cidade e também está situado o antigo Ginásio Santana, que antes de ser escola foi o quartel de onde o Coronel Lucena comandou a campanha contra o cangaço e nela foi vitorioso. E conforme mais estradas eram construídas mais veículos passaram a circular. Entusiasmado com as possibilidades do novo tipo de negócio meu avô, Pedro Agra resolveu investir no novo ramo e comprou um caminhão Chevrolet por volta de 1933 a 1934. Inicialmente deve ter tido algum sucesso, tanto que dentro de algum tempo vendeu o caminhão que tinha e comprou outros dois. Certo dia, transportava uma carga de algodão de Mata Grande para Santana do Ipanema quando ouviu umas cabras berrando. Era uma época de seca e os animais amontoavam-se na beira de uma cerca que fora construída ao redor de um barreiro. Um barreiro é uma espécie de pequeno açude que o sertanejo escava no chão para acumular a água da chuva. Os animais estavam com muita sede e não conseguiam beber a água devido à cerca. Vovô mandou que o motorista "Zé V8" parasse o caminhão e este, aperreado, reclamou: - Seu Pedro, por aqui tem cangaceiro, num dá certo parar não. - Pare o carro, Zé. ? falou meu avô com firmeza. O velho desceu do caminhão e dirigiu-se ao barreiro. Naquele tempo não existia arame farpado, as cercas eram feitas de estacas de madeiras fincadas no chão umas junto das outras. Pegando uma das estacas meu avô balançou-a até que ela soltou-se do chão, de modo que, pela brecha aberta, podia passar uma cabra de cada vez. As cabras beberam até encher o bucho e ele ficou apreciando sua arte durante um tempo. Em seguida embarcou no caminhão e seguiu viagem até Santana onde o algodão foi devidamente entregue.


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Hoje

Em Cartaz

Após estreia em diversos palcos do Brasil, o espetáculo A descoberta das Américas chega ao Teatro do Marista às 20h. Com texto original de Dario Fo, traduzido e adaptado por Alessandra Vannucci e Júlio Adrião, a peça leva à cena apenas um ator, que, acossado por uma cruel economia da fome que o faz engenhoso, quer sobreviver justamente para narrar sua história e dar vida a todos os personagens - índios, espanhóis, cavalos, galinhas, peixinhos, Jesus e Madalena. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (estudantes, idosos e portadores do Cartão Petrobras). Mais informações: (82) 4009-2760/4009-2788. O Projeto Maceió Viva Cultura Música vai oferecer um final de semana com opções de lazer cultural gratuita para a comunidade alagoana. Para esta edição, que acontece a partir das 19h, no Posto 7 (Praia de Jatiúca), a ação contará com a participação do Grupo Ponto Br, que esta lançando seu primeiro CD, incentivo que surgiu após de ter sido selecionado pelo Programa Petrobrás Cultural. A abertura é da alagoana Pauline Alencar. Já na véspera do show, no sábado, serão ministradas duas oficinas no auditório da FMAC (Av. da Paz): Bumba-meu-boi com os mestres Humberto de Maracanã, cantador que deu nome ao Prêmio Culturas Populares do Ministério da Cultura, e Henrique Menezes, das 9h às 12h; Maracatu com os mestres Walter Fraca, chefe do baque centenário campeão do carnaval de Recife, e Eder “O” Rocha, das 14h às 17h. Inscrições gratuitas: (82) 3221-2090 / www.culturamaceio.org.br.

Amanhã Quinteto Leão do Norte, de Pernambuco, encerra o Sonora Brasil 2010 com apresentações nestas segunda, às 19h30, no Sesc Arapiraca (Rua Manoel Cazuza, s/n, Santa Edwiges), e terça-feira, às 20h, em Maceió (Rua Barão de Alagoas, 229, Sesc Centro). O Quinteto Leão do Norte, de Pernambuco, foi formado especialmente para realizar o circuito do Sonora Brasil 2010, com o propósito de apresentar a obra de Santoro e Guerra-Peixe, composta para combinação mista de cordas e sopros. Entrada franca. Mais informações: 0800 284 2440 / (82) 3326-3133.

Sexta-feira A temática espírita chega ao centro da cidade com a encenação Morte, um portal para a vida, pelo Grupo de Teatro Bezerra de Menezes. A apresentação acontece nesta sexta-feira (às 16h) e no sábado (às 10h), na Rua do Comércio, abrindo a campanha promovida pela Federação Espírita do Estado de Alagoas (Feeal) alusiva ao Dia de Finados. Durante o evento serão distribuídos ao público panfletos com mensagens educativas sobre a vida após a morte. A campanha se estende até o dia 2 de novembro, com palestras sobre o tema no Cemitério Parque das Flores, sempre às 15h. Mais informações: (82) 32238699.

Os quatros elementos da natureza: água, terra, fogo e ar na interpretação da moda sob a luz da arte são a temática dos ensaios fotográficos do publicitário e fotógrafo Gustavo Boroni na exposição 4Fashion (foto), que acontece até o dia 27 deste mês, no Maceió Shopping. Mais informações: (82) 9381-1544/3338-0049. Todas as sextas (19h30) e sábados (17h) do mês de outubro a peça A Gota D´Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, sob direção de David Farias, está sendo encenada pelos alunos do módulo III do Curso técnico de formação do ator/atriz da Ufal. No Teatro Sala Preta, localizado no Espaço Cultural - Praça Sinimbú. Entrada Franca.

Em Breve O álbum Pequeno ensaio de um poeta em construção, do cronista e compositor paulista Rogério Noia da Cruz, tem previsão de lançamento em Maceió, em 2011. Os 14 poemas de autoria de Rogério são musicados por parceiros do autor, entre eles, o alagoano Ibys Maceioh. No último domingo, na matéria publicada aqui no Dois, erramos na foto da página B3 e colocamos, ao invés da imagem do Rogério, a de uma desses parceiros, o Elifas Andreato.


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Reproduções / Yvette Moura

A peça “Rua de Vilarejo da Bretanha”, 1894, é inspirada nas paisagens parisienses. Quadro faz parte do acervo do Palácio Marechal Floriano Peixoto

Teve uma época em que Rosalvo Ribeiro foi importante para Maceió. Tem o seu local na história. Um grande paisagista agora esquecido”. Rogério Gomes

“Quem estudar conscienciosamente e com mão larga a obra de Rosalvo Ribeiro reconhecerá que ela é das mais portentosas, mais belas e mais humanas da pintura nacional e que ele foi um mestre que se pode elevar de boa sombra à altura da gl[oria de Pedro Américo, Victor Meirelles, Almeida Júnior, Rodolpho Amoêdo... Para isso não lhe minguavam qualidades: era desenhista elegante e a primor, dos melhores que possuímos; colorista admirável, valorizando com sabedoria os seus trabalhos; compositor dos mais hábeis e felizes, impressionado pelo arranjo dos objetos e das figuras. Nos seus quadros, tudo é preciso e justo. Nem demasias nem deficiências. E neles uma palpitação enorme e profunda de poesia, de encanto, de humanismo, de vibração subjetiva e um vivo transbordamento emocional da própria individualidade”. Carlos Rubens Fonte (depoimento de Carlos Rubens): Um mestre da pintura brasileira, livro de Carlos Rubens, de 1940

Fauno (cópia de Rubens), de 1896

O pintor alagoano Rosalvo Ribeiro (1865-1915) foi um exemplar típico dos artistas ‘afrancesados’ (como, então, se dizia) do Império e da chamada ‘República Velha’. Tão ‘afrancesado’ que cultivou a ‘pintura militar’ (muito apreciada na França, mas sem tradição no Brasil) - o que acabou garantindo-lhe a posição ímpar que ocupa na História da Arte Brasileira, como bem acentuou o historiador e crítico de Arte Quirino Campofioritto. Um ‘afrancesado’, aliás, ‘hors ligne’, pois estudou e morou - por doze anos - na França e, ali, alcançou a consagração junto à crítica especializada, levantando, inclusive, duas premiações consecutivas (1897 e 1898), no prestigioso Salão de Paris - promovido, anualmente, pela ‘cole des breaux arts’. Ou seja, conseguiu vender suas obras a europeus na própria Europa”. Romeu Loureiro “Rosalvo Ribeiro deixa obra nada comum em nossa pintura. Suas telas mais destacadas são de temática militar, cenas de guerra, na França: La Charge (teve grande apreciação da crítica de Paris, quando foi exposta no Salon, de 1898), La Soummission, O Tambor do Regimento (1895) e Sentinela”. Quirino Campofioritto

Fonte: Redescobrindo Rosalvo Ribeiro, livro de Romeu de Mello Loureiro.

Avançar, de 1894

CONTINUA NA PÁGINA B8.

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Trajetória de um artista alagoano Rosalvo Alexandrino de Caldas Ribeiro nasceu em 1865, na Cidade de Alagoas (atual Marechal Deodoro), único filho varão de Felipe Ângelo Ribeiro de Britto proprietário rural abastado e proeminente o bastante para ser distinguido, pelo imperador D. Pedro II, com a patente de capitão da Guarda Nacional do Império - e de sua esposa, D. Josefina Izília de Caldas Ribeiro. Só dois anos mais tarde é que o herdeiro dos Ribeiros foi levado à pia batismal, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, matriz da cidade, constando na correspondente certidão a data de 26 de novembro de 1867 como sendo a do seu nascimento. Por a antiga capital da Província das Alagoas não dispor de colégios adequados, mudou-se com os seus pais para a cidade de Maceió, onde foi matriculado no Colégio Bom Jesus para realizar o seu Curso de Humanidades. Mas não se revelou um aluno aplicado, preferindo aos livros desenhar a “crayon”, pessoas e paisagens. Durante a adolescência costumava ficar na loja do marceneiro e torneiro Félix Pereira da Cruz, na Rua do Comércio, executando retratos a preços acessíveis. Com a criação do Liceu de Artes & Ofícios pelo então presidente da Província, dr. Henrique de Magalhães Salles, Rosalvo Ribeiro começou a estudar as técnicas da pintura. Em 1884, o governante viu o seu trabalho e encomendou-lhe o retrato - com o qual ficou tão satisfeito que propôs à Assembléia Provincial a concessão de uma pensão anual no valor de 1.200,000 réis, durante três anos, para que pudesse cursar a Imperial Academia de Belas Artes, na Corte. Encorajado pelos pais, seguiu, nos fins de 1885, para o Rio de Janeiro, onde, no ano seguinte, ingressou na Imperial Academia, logo conquistando a admiração de seus mestres e colegas. Com apenas quatro meses de estudos - segundo o historiador e crítico de arte Carlos Rubens [pseudônimo de José Hermógenes Soares Costa] - pintou o retrato do comendador Almeida Guimarães, o qual, remetido para Maceió, foi exposto na loja Dias de Moura & Cia., arrancando elogios gerais. No final do curso, a grande vitória: o primeiro lugar, com direito à Medalha de Ouro, no concurso para uma bolsa de estudos em Paris.

A “Sentinela”, 1894

Chegado à capital da França, em setembro de 1888, matriculou-se primeiro na “Academie Julien” [à época dirigida pelo consagrado pintor Jules Lefebvre]; depois, na “École des Beaux Arts”. À parte tomaria aulas com o célebre retratista Joseph-Léon Bonnat, com quem aprendeu todos os segredos da arte do retrato. Também adquiriu conhecimentos com um antigo discípulo de Ernest Meissonier, Edouard Detaille, que gozava de enorme popularidade em virtude de ter participado da

decoração artística do “Hotel de Ville” e do Phantéon, na França. Através de Detaille descobriu a “pintura militar” - que se converteria na sua grande paixão e que lhe asseguraria um lugar ímpar na História da Arte Brasileira. Com telas dessa temática, o jovem artista alagoano conquistaria, por dois anos consecutivos, prêmios no prestigioso “Salon de Paris”: em 1897, com o quadro “La Soummission”, e, em 1898, com a vasta composição “La Charge” [pertencente ao acervo do Palácio Marechal Floriano Peixoto]. A sua permanência em Paris se prolongou por 12 anos, durante a qual o artista manteve-se singularmente infenso aos movimentos de vanguarda que proliferavam na “Cidade Luz”. Em 1901 volta ao Brasil, trazendo na bagagem dezenas de telas - muitas delas depois doadas ao governo do Estado de Alagoas em retribuição à ajuda financeira recebida ao longo dos anos. Com exceção apenas de Notícia desagradável, que foi cedida ao Museu de Arte de São Paulo (MASP). Mas não encontrou em Maceió a acolhida esperada. Suas pinturas sobre temas militares não despertaram o interesse das elites locais.Também não conseguiu encontrar inspiração nas paisagens e nos tipos nordestinos para a criação de “pinturas de gênero” que agradassem aos possíveis colecionadores. Restoulhe apenas o filão da retratística. De fotografia, ou “do natural”, ía fixando nas telas figuras da velha aristocracia rural e da alta burguesia mercantil e industrial. Mas as encomendas não eram suficientes para a manutenção adequada do artista [com esposa e filho doentio], tendo que se dedicar, também, ao magistério, lecionando Francês em colégios e a alunos particulares em sua casa - no Alto da Jacutinga (hoje Farol), perto da Igreja de São Gonçalo do Amarante. Como catedrático concursado, também dava aulas de Desenho na Escola Normal. Não resistindo ao stress, ao trabalho excessivo e a possíveis más condições alimentares, faleceu de tuberculose em 29 de abril de 1915. Seu corpo foi enterrado no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, no bairro do Trapiche. Fonte: Redescobrindo Rosalvo Ribeiro, livro de Romeu de Mello Loureiro.

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O JORNAL JORNA L Domingo, 24 de outubro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: esportes@ojornal-al.com.br

Um bico na Segundona

Marco Antônio

De volta à elite, CSA tenta deixar a competição estadual com o título Páginas 4 e 5


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BatePronto Victor Mélo - jornalistavictor@gmail.com

VISÃO PARTICULAR SOBRE PELÉ Não vi Pelé defendendo a camisa do Santos. Com insuficientes 33 anos, só pude ouvir as lendas a seu respeito. Defensor desde cedo de todas as causas do esporte, fui apresentado aos feitos do maior atleta de todos os tempos ainda criança. Lembro-me ainda da capa da famosa Placar 1000, revista tão esperada pelos meninos que, como eu, dormiam abraçados com a bola de futebol, mas não tinham o amor correspondido. O Rei representava o número máximo, a maior nota já alcançada por um desportista. Quem gostava de futebol não poderia ser indiferente a suas conquistas. Em 1990, vivi a ansiedade de assistir, ao vivo, um jogo de Pelé. Aos 50 anos, ele resolveu comemorar suas glórias ao lado da nova geração da seleção brasileira. Eu e meus amigos olhávamos a TV como se nela pudéssemos encontrar todas as respostas. Havia ainda uma perfeita combinação daquele imponente camisa 10 com a bola. O tempo retirou parte de suas forças, da sincronia entre os movimentos e os comandos do cérebro, mas o toque mágico estava intacto. Ao longe, era impossível distinguir o número do homem. Ouvi com atenção nos anos que se seguiram histórias inacreditáveis a respeito de Pelé. Devorei seus filmes, li longas reportagens que tentavam, em vão, explicar seu talento através da física e me impressionei quando fui apresentado aos números de sua carreira. Para tentar decifrar os motivos do Rei, talvez seja preciso juntar palavras, razão e imagens. Acredito que a união perfeita desses três elementos consiga mensurar o que o eterno camisa 10 da seleção representou para o esporte. Pelé parou guerras, fez a torcida expulsar de campo um árbitro que lhe aplicou um cartão vermelho, desafiou os limites da física com um equilíbrio sobre-humano e deu à bola em movimento as linhas mais sofisticadas da geometria. Ele deixou ainda como legado 1.284 gols, títulos definitivos, como os três mundiais conquistados na seleção brasileira, e uma legião de fãs espalhados pelo mundo, todos ávidos por uma lembrança que os aproximasse do imortal. Ontem, Pelé completou 70 anos. O futebol o reverenciou com a ênfase dos seus tempos de glória. A bola correu desesperada pelos campos do mundo em busca de seu toque, mas, derrotada pelos ponteiros, preferiu repousar, insana, numa rede qualquer. Ele bem que poderia ter o dom de matar o tempo no peito e, com um chapéu definitivo, encobrir a lógica perversa dos relógios.

DISTRIBUIÇÃO DE JOGOS E GOLS No Santos, Pelé disputou 1115 jogos e marcou 1091 gols. No Cosmos, dos Estados Unidos, ele balançou a rede 31 vezes em 56 partidas. Na seleção brasileira, fez 95 gols em 114 jogos.

CURTO-CIRCUITO Neste ano, Pelé veio a Alagoas, reinaugurou o estádio que leva seu nome e fez as pazes com os torcedores locais. O Rei respondeu às perguntas mais ariscas com a habilidade com que driblava os zagueiros e apagou a imagem de ingrato. Hoje, a marca de seus pés repousa na calçada da fama do Trapichão.

E

Dom

Convite especial Alagoano Tiago Fernandes vai jogar em São Paulo Além do número 1 do Brasil, o Challenger de São Paulo contará com um exnúmero 1 do mundo como juvenil. O alagoano Tiago Fernandes, campeão do Australian Open para tenistas de até 18 anos, recebeu um wild card (convite) e disputará o torneio, que começa amanhã. Com 17 anos, Fernandes faz sua primeira temporada mesclando os principais torneios juvenis com vários eventos profissionais. Atualmente na 631ª posição do ranking mundial, o alagoano tem como melhores resultados uma semifinal e um Future e as oitavas no Challenger de Pequim. “Para mim é mais uma oportunidade de jogar um torneio de alto nível. Já venho jogando alguns torneios profissionais e me motiva muito receber esta chance de treinar e competir com jogadores de alto nível. Estou treinando forte e espero aproveitar bastante esta oportunidade que os organizadores estão me dando”, disse Tiago Fernandes. O torneio paulista é encabeçado por Thomaz Bellucci, número 27 do mundo e melhor tenista do país atualmente, e contará também com outros grandes atletas brasileiros, como João Souza, o Feijão, Thiago Alves, e Marcos Daniel. BELLUCCI - Em má fase no circuito internacional, Thomaz Bellucci vai tentar reencontrar a sua paz em casa. Sexta-feira, durante a apresentação do torneio, o paulista - convidado, já que sua colocação no ranking (27ª) não permite a inscrição direta em uma competição mais fraca - reconheceu que falta consistência ao seu jogo, principalmente em quadra rápida, e que ainda precisa melhorar. Rebateu as críticas, no en-

Ron

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U Aos 17 anos, Tiago disputa torneios profissionais e juvenis

tanto, seguindo em outra direção. Para o tenista, treinado há dois anos por João Zwetsch, falta qualificação aos técnicos brasileiros. “Os técnicos no Brasil são muito fracos. Falta qualificação. Nunca tivemos uma tradição de bons técnicos no País. Você pode ver que te-

mos Centros de Treinamento com um baita investimento e não sai nenhum jogador de lá. Recebem o dinheiro e não formam ninguém. Não existe outra opção. Há investimento, o comprometimento dos jogadores. O que falta não é verba, são técnicos”.

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Revolução alvirrubra ONG CRB Acima de Tudo pode, enfim, aprovar as mudanças no Estatuto do Galo Luciano Milano Repórter

O Movimento denominado CRB Acima de Tudo teve uma vitória significativa na última sexta-feira. Depois de tentar por dois anos, a ONG liderada por torcedores como Frederico Pinheiro e Dirceu Prior, entre outros, ouviu do conselheiro do clube e procurador de Justiça Dilmar Camerino que o projeto de mudança do Estatuto do clube, proposto pelo Movimento não afronta nenhum artigo do Estatuto e que pode ser posto em prática, com algumas ressalvas. De acordo com Dilmar Camerino, existe apenas uma única divergência em torno do que propôs a ONG e o que ele pensa como viável na alteração. Entre os pontos sugeridos pelo Movimento, os principais

são o acesso de 30 torcedores ao quadro de sócios, com direito a voto para eleger presidenteexecutivo; responsabilização do presidente por qualquer ato que prejudique o clube; e a proibição de conselheiro ter vínculo com jogador dentro do clube. "Analisei a proposta do Movimento CRB Acima de Tudo e, do ponto de vista legal, não vi nada que não possa ser feito. Fiz o estudo sobre a minuta que me entregaram, e sugeri que tudo seja feito por intermédio de emendas ao que já existe no Estatuto. Devolvi ao pessoal da ONG apenas com uma modificação que seria o voto dos 30 torcedores (sócios) indicando um nome para a presidência, que seria votado pelo Conselho Deliberativo, e não de forma direta como eles pretendem. No

Conselheiro Dilmar Camerino é favorável à alteração no estutato

mais, acredito que iremos entrar no entendimento", declarou Dilmar Camerino. O procurador de Justiça en-

trou no circuito para tentar apaziguar os ânimos entre o Movimento CRB Acima de Tudo e o presidente licenciado do

Conselho Deliberativo alvirrubro, empresário Kennedy Calheiros. De acordo com membros do Movimento, Kennedy teve muita má vontade em apreciar e acatar o pedido dos torcedores. Os integrantes deram entrevista, antes da entrada em cena por parte de Camerino, e disseram que Kennedy ficou por mais de dois anos com o projeto e não o colocou em apreciação. "Tudo isso faz parte do passado. O que o CRB precisa é se unir em torno de uma única causa, o bem da nossa Agremiação. Pelo o que ouvi de ambos os lados dessa contenda deduzi que houve muito leva e trás, o que acabou prejudicando o clube. Agora, precisamos dar um passo à frente e modernizar o Estatuto e, consequentemente, o CRB", declarou Dilmar Camerino.

ARAPIRACA

Prior está otimista sobre desfecho ASA vai jogar contra a O JORNAL manteve contato com o vice-financeiro da ONG CRB Acima de Tudo, Dirceu Prior. Catarinense, mas radicado em Alagoas há 16 anos, ele apaixonou-se pelo CRB depois de começar a assistir a partidas do Galo com seu ex-sogro, o saudoso radialista Antônio Avelar. Com a ONG, Prior passou a ser um dos críticos mais duros do trabalho de Kennedy Calheiros, embora hoje ele prefira não bater de frente com o presidente licenciado. "Como o Dilmar Camerino disse, isso tudo faz parte do passado, é o que esperamos. Basta dizer que ele (Camerino) ficou por 15 dias com o projeto, o analisou e já devolveu o documento com as sugestões que ele acha devem ser feitas. Passamos dois anos para tentar isso com o Conselho Deliberativo e não foi possível. Agora é ver o que pode

ser feito e seguir em frente", declarou Prior, que também comentou a posição de Dilmar Camerino sobre o que propõe a ONG. "Acredito que não haverá problema em aprovarmos o que o Dilmar Camerino sugeriu. A única diferença entre as propostas, é que ele propôs que os 30 futuros sócios elejam um nome, e esse seja apreciado pelo Conselho Deliberativo para a presidência executiva. Creio que não haverá problema quanto a isso", declarou Prior. O JORNAL quis saber se o entendimento entre o Movimento e o Conselho seria a senha para a permanência do atual presidente José Serafim, que anda dizendo à boca miúda que não fica no cargo. "O desejo do Movimento CRB Acima de Tudo é que o Serafim permaneça porque ele, do ponto de vista administrativo,

deu uma outra cara ao clube. É verdade que errou quando o assunto foi futebol principalmente porque confiou em algumas pessoas que não deveria, e acabou quebrando a cara. Em alguns momentos, nós demos o caminho, mas ele não nos atendeu. Agora, acredito que ele não permaneça", disse Prior, que, em nome da ONG, prefere que o próximo presidente não seja um político. Nas últimas semanas, nomes como dos deputados Marcos Barbosa e Alberto Sexta-feira foram citados na Pajuçara. "Não é que sejamos contra. São nomes bons e que são regatianos. Mas a ONG prefere que o próximo presidente não seja um político justamente porque queremos inaugurar novos tempos no clube. Mas esse é um assunto que deve ser discutido com mais calma, com mais cuidado", comentou Prior. (L.M.)

Portuguesa sexta-feira Arapiraca comemora 86 anos no próximo dia 30, data da Emancipação Política da cidade. Por conta da festa, a diretoria executiva do ASA solicitou à Confederação Brasileira de Futebol a antecipação para o dia 29, sexta-feira, o jogo contra a Portuguesa-SP, marcado por tabela para o Estádio Coaracy da Mata Fonseca, naquele município. O pedido foi aceito e a partida, que aconteceria às 16h, passou para a sexta, às 21h (horário de Alagoas). Contra os paulistas, o ASA se reencontrará com sua torcida, já que, com o jogo do sábado contra o Bahia, fez sua segunda partida seguida fora de casa. A outra foi contra o América-MG, quando venceu

em Sete Lagoas por 3x1. Além de voltar a jogar em casa, o ASA terá o retorno de dois importantes jogadores, que não puderam jogar contra o Bahia por motivos disciplinares. Após cumprirem suspensão automática, os meias-atacantes Ciel e Luiz Mário estarão de volta ao time arapiraquense. Ciel, inclusive, é um dos artilheiros da Série B, com 10 gols, e o maior goleador do Alvinegro. Outros que podem ficar à disposição do treinador Vica são o goleiro Paulo Musse e o lateral-esquerdo João Victor. Os dois se contundiram, estavam no Departamento Médico e foram liberados para os trabalhos físicos. (L.M.)


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Até nunca mais!

Maior detentor de títulos do Estado, CSA tenta se despedir da Segunda Divisão com a taça

Marco Antônio

Victor Mélo Editor de Esportes

O CSA pretende se despedir de vez da Segunda Divisão. A competição traz péssimas lembranças ao clube. Ela representa o período mais difícil de sua história, e os seus jogos servem de exemplo para que os futuros dirigentes evitem o retorno. Mas a despedida pode ser marcada por uma conquista. O título da Segundona não vai encher de orgulho os azulinos mais conservadores e não vai cicatrizar as feridas de uma década quase perdida; no entanto, a taça pode servir para iniciar uma mudança nos rumos do clube. Pensando dessa forma, o técnico Lino e seus comandados vão a campo nesta tarde tentando bater o Sport Atalaia e buscar o título. O jogo começa às 17h, no Estádio Rei Pelé. O adversário não é dos

mais fáceis. O CSA disputou duas partidas no campeonato contra o Sport e não venceu nenhuma. Na fase de classificação, o time de Atalaia venceu em casa por 1 x 0, e, no primeiro jogo da decisão, foi registrado um empate sem gols. Para o troféu ser entregue no tempo normal, será preciso que haja um vencedor. Outro empate levará a decisão para os pênaltis. "A pressão em cima desse grupo foi muito grande. Conseguimos voltar à Primeira Divisão superando muitos obstáculos, mas não escondemos de ninguém que nosso objetivo é a taça. Por isso, vamos ter que jogar muita bola neste domingo. O Sport é um time qualificado, que nos deu muito trabalho ao longo da competição. Espero que nossos atletas estejam num dia feliz", comentou o técnico Lino, que ajudou a montar o projeto do retorno do clube à Primeira Divisão.

Primeiro jogo da decisão entre CSA e Sport, disputado em Atalaia, terminou empatado por 0 x 0

"Enfrentei muitas desconfianças, mas, graças a Deus, estou cumprindo a minha missão. Também aprendi muito ao longo desses meses e me sinto

mais forte", completou. HISTÓRIA - Maior detentor de títulos alagoanos da Primeira Divisão, com 37 conquistas, o CSA

pode se igualar hoje aos maiores campeões da Segunda Divisão. O Corinthians-AL e o Penedense já levantaram a taça duas vezes, contra uma do Azulão.

Catanha espera renovar seu contrato O atacante Catanha recebeu o terceiro cartão amarelo no primeiro jogo da decisão da Segunda Divisão e está fora da partida de hoje. O jogador disse que já pensa em se aposentar, mas espera uma proposta de renovação para 2011. "Se o CSA não renovar meu contrato, devo parar. Vamos esperar os acontecimentos para saber quais os caminhos que vamos seguir", declarou o atacante. "Estou muito feliz por ter voltado ao clube depois de tantos anos e ter ajudado a colocálo no seu lugar, a Primeira Divisão do futebol alagoano, e entre os melhores clubes do Nordeste". Catanha ainda não se despediu do Azulão na temporada. O clube ainda vai enfrentar o ABC pelo Nordestão e também já está classificado para as semifinais.

"Vou me preparar para ajudar o CSA a buscar esse título tão importante. Neste domingo, como não poderei atuar, vou torcer muito pelos meus companheiros", disse o atacante, que é o artilheiro do Azulão na temporada, com 12 gols. PARCEIRO - Amigo de Catanha desde os tempos em que eles demoliam os adversários na década de 90, Wilson está longe da forma ideal, mas também foi decisivo na campanha do clube para voltar à elite. Ele costuma entrar no segundo tempo e, mesmo assim, é o goleador do clube na Segundona, com cinco gols. DESPEDIDA - O atacante Paulinho Macaíba e o zagueiro Toninho não estão inscritos no Nordestão e hoje se despedem da temporada. (V.M.)

As campanhas dos finalistas O CSA disputou até agora oito partidas no Alagoano da Segunda Divisão. Na primeira fase, o time terminou em primeiro lugar, com 12 pontos, vencendo quatro jogos e perdendo apenas um. Nas semifinais, bateu o São Domingos por 3 x 0 e 10 x 1, e, no mata-mata decisivo, empatou com o Sport Atalaia por 0 x 0. Ao todo, o Azulão marcou 25 gols na competição e sofreu apenas quatro, saldo de 21. O Sport Atalaia tem uma campanha parecida. O clube também fez 12 pontos na primeira fase, vencendo quatro jogos e perdendo um.

O clube só deixou escapar a Sport, comandou o primeira colocação no saldo time durante toda de gols, 9 x 6. Nas a primeira fase, semifinais, venceu mas se desenteno São Luiz por 3 x deu com os diri1 e empatou por 1 gentes e foi substix 1. No primeiro tuído por Pedro jogo das finais, emDias antes das seCSA somou patou com o CSA. mifinais. A diretomais pontos ria também disAo todo, o time que o Sport pensou o goleiro de Pedro Dias conquistou 17 pontos, Dias e apostou em Atalaia contra 19 do AzuHudson, que dislão. O Sport ainda putou a Série C marcou 12 gols e pelo CRB. Assim sofreu três, saldo de como o Azulão, o nove. Sport Atalaia já está garantido na Primeira DiCURIOSIDADE - O téc- visão do futebol alagoano em nico Coca armou o grupo do 2011. (V.M.)


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Lino conta com três “reforços” O técnico Lino ainda não definiu a equipe titular do CSA para o confronto desta tarde. O substituto do atacante Catanha pode até ser o meio-campista Marco Antônio, com o meia Everlan jogando um pouco mais adiantado. O curinga Alisson também é uma alternativa, caso o treinador queira dar um pouco mais de velocidade à equipe. Marco cumpriu suspensão e deve ser titular. Sua posição é que ainda não foi definida. Versátil, ele tanto pode jogar no meio-campo como na lateral. Recuperados de lesão, o lateral-direito Celso e o zagueiro Toninho também estão à disposição da comissão técnica. O goleiro deve continuar sendo Jeferson, com a zaga sendo formada por Sinval e Toninho. Celso e Paulinho são os laterais, e Lau, Anderson e Serginho também estão confirmados no meio-campo, assim como Paulinho Macaíba é nome certo no comando de ataque. Jogando em casa, o CSA vai tentar impor seu ritmo desde o começo do jogo. Na última quarta-feira, o time chegou a imprensar o Sport Atalaia no seu campo de defesa no pri-

meiro tempo, mas parou nas grandes intervenções do goleiro Hudson. No segundo tempo, a equipe de Lino parece ter sentido o calor e o ritmo do jogo, e tirou um pouco o pé. No final da partida, o CSA chegou a ser pressionado pelo adversário, que rondou com perigo a área de Jéferson. SPORT ATALAIA - Sem poder contar com os atacantes Peixinho (suspenso) e Da Silva (lesionado), o técnico Pedro Dias perdeu o poderio ofensivo de seu time. Conhecido por esconder as escalações antes de jogos importantes, o treinador avisa que ainda vai pensar sobre os substitutos dos atacantes. É provável que Eduardo seja o escolhido para o lugar de Da Silva, e Diogo Capela seja adiantado para o ataque, com Marquinhos sendo mantido no meio-campo. Quem está de volta à equipe do Sport é o meio-campista Gueba, que já cumpriu suspensão automática. "Estou em dúvida. O Hudson e o Selmo Lima estão lesionados e também podem não atuar. Vou esperar para definir os titulares". (V.M.)

Lino conta com o retorno de Marco Antônio, Celso e Toninho

Esperança para a prata da casa A diretoria do CSA avisou que vai abrir espaço para as revelações do clube no próximo ano. Segundo os dirigentes, jovens promessas, como Staney, Alisson, Carlos Diogo, Washington e Wellington, compuseram bem o elenco do clube nesta temporada e têm boas chances de formarem a espinha dorsal da equipe no Campeonato Alagoano da Primeira Divisão. O vice-social do clube, Hugo Moura, ressaltou a importância do trabalho feito pelo técnico Lino com as jovens revelações do clube. "É sempre complicado motivar os garotos, e isso se mul-

tiplica por três quando um time como o CSA cai para a Segunda Divisão. Não tivemos um calendário adequado neste ano, mas, mesmo assim, pudemos movimentar nossas revelações. Nesse aspecto, temos que destacar o trabalho do Lino, que deu chances aos garotos e também começou a prepará-los para assumir maiores responsabilidades na equipe profissional. Tivemos alguns destaques neste ano, como, por exemplo, o Alisson, que jogou em várias posições e foi uma grata surpresa. Ele foi muito importante nessa campanha do clube de retorno à elite", declarou.

Com um investimento de apenas R$ 3 mil por mês nas divisões de base, o CSA espera aumentar sua receita em 2011 para melhorar as condições de trabalho da garotada. Atualmente, o clube não tem concentração para as suas revelações, e os jogadores das categorias inferiores se alimentam em casa. "Isso não é o ideal. Por isso, contamos com o apoio de conselheiros e de empresários. O CSA tem boas revelações e precisa apenas de recursos para tocar os seus projetos na base. Garanto que há muitos talentos no Mutange", disse Hugo. (V.M.)

GUIA DO TORCEDOR

Quando: hoje Onde: Estádio Rei Pelé Hora: às 17h Sport Santo Antonio: Hudson, Ninho, Selmo Lima, Hitalo e Peri; Erivânio, Cícero Alagoano, Marquinhos e Gueba; Diogo Capela e Eduardo. Técnico: Pedro Dias. CSA: Jéferson; Celso, Toninho, Sinval e Paulinho; Serginho, Anderson, Lau e Marco Antônio; Everlan e Paulinho Macaíba. Técnico: Lino.


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Brasileirão 2010 Equipe 1º Cruzeiro 2º Fluminense 3º Corinthians 4º Santos 5º Internacional 6º Atlético-PR 7º Grêmio 8º Botafogo 9º São Paulo 10º Palmeiras 11º Vasco 12º Ceará 13º Flamengo 14º Guarani 15º Vitória 16º Atlético-GO 17º Atlético-MG 18º Avaí 19º Goiás 20º G.Prudente

PG 54 53 50 48 47 46 46 45 44 44 41 39 37 35 34 32 31 30 28 21

J 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30 30

V 15 15 14 14 14 13 12 10 12 10 9 9 8 8 8 9 9 7 7 5

E 9 8 8 6 5 7 10 15 8 14 14 12 13 11 10 5 4 9 7 9

D 6 7 8 10 11 10 8 5 10 6 7 9 9 11 12 16 17 14 16 16

GP 40 49 52 51 35 33 50 42 43 36 34 25 33 31 34 41 37 39 33 28

GC 28 31 38 39 31 36 37 32 43 30 32 30 32 43 40 47 51 48 50 48

ATUALIZADA ANTES DOS JOGOS DE ONTEM

SG 12 18 14 12 4 -3 13 10 0 6 2 -5 1 -12 -6 -6 -14 -9 -17 -20

% 60% 59% 56% 53% 52% 51% 51% 50% 49% 49% 46% 43% 41% 39% 38% 36% 34% 33% 31% 27%

CORINTHIANS x PALMEIRAS Hoje, Pacaembu, 15h CORINTHIANS - Problemas - Jorge Henrique (machucado), Dentinho (machucado) - Time provável (4-2-2-2) - Júlio César, Alessandro, Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf, Jucilei, Elias e Bruno César; Iarley e Ronaldo. Técnico: Tite. PALMEIRAS - Problemas - Márcio Araújo (terceiro cartão), Vítor

(machucado), Marcos (machucado), Maurício Ramos (machucado, dúvida), Gabriel Silva (terceiro cartão) - Time provável (4-2-3-1) Deola, Luís Felipe, Danilo, Fabrício e Rivaldo; Edinho e Marcos Assunção; Tinga, Valdivia e Luan; Kléber. Técnico: Luiz Felipe.

ARBITRAGEM - Héber Roberto Lopes (PR); Carlos Berkenbrock, Gílson Bento Coutinho. GOIÁS x AVAÍ Hoje, Serra Dourada, 15h GOIÁS - Problema - Rafael Tolói (machucado) - Time provável (3-4-1-2) - Harlei, Valmir Lucas, Ernando e Marcão; Douglas, Wellington Monteiro, Amaral e Wellingon Saci; Bernardo; Felipe e Éverton Santos. Técnico: Jorginho.

AVAÍ - Problemas - Émerson (terceiro cartão), Patric (machucado), Rafael (machucado) - Time provável (3-4-1-2) - Zé Carlos, Émerson Nunes, Bruno e Léo Sam; Marcos, Rodrigo, Batista e Eltinho; Caio; Roberto e Robinho. Técnico: Vágner Benazzi.

ARBITRAGEM - Leandro Vuaden(RS); Ednílson Corona, Paulo Ricardo Conceição. ATLÉTICO PARANAENSE x FLUMINENSE Hoje, Arena da Baixada, 15h ATLÉTICO PARANAENSE - Problemas - Maycon Leite (machucado, dúvida), Deivid (machucado, dúvida) - Time provável (42-3-1) - Neto, Élder Granja, Manoel, Rhodolfo e Paulinho; Chico e Vítor; Guerrón, Paulo Baier e Branquinho; Bruno Mineiro. Técnico: Sérgio Soares.

FLUMINENSE - Problemas - Deco (machucado), Fred (machucado), Mariano (terceiro cartão), Émerson (machucado) - Time provável (4-2-2-2) - Ricardo Berna, Thiaguinho, Gum, Leandro Eusébio e Carlinhos; Diogo, Diguinho, Marquinho e Conca; Rodriguinho e Washington. Técnico: Muricy Ramalho.

ARBITRAGEM - Wilson Luiz Seneme (SP); Marco Antônio Martins, Ângelo Rudimar Bechi. CEARÁ x SÃO PAULO Hoje, Castelão, 15h CEARÁ - Problema - Heleno (terceiro cartão) - Time provável (3-4-1-2) - Michel Alves, Diego Sacoman, Fabrício e Ânderson; Boiadeiro, Michel, João Marcos e Vicente; Geraldo; Magno Alves e Marcelo Nicácio. Técnico: Dimas Filgueiras. SÃO PAULO - Problemas - Alex Silva (terceiro cartão), Jean (ter-

ceiro cartão), Richarlyson (expulso), Dagoberto (tomou remédio proibido pelo antidoping e não deve viajar - Rogério, Renato Silva, Xandão, Miranda e Diogo; Rodrigo Souto; Lucas, Carlinhos e Fernandão; Fernandinho e Ricardo Oliveira. Técnico: Paulo César Carpegiani.

AGENDA

ARBITRAGEM - Marcelo de Lima Henrique (RJ); Alessandro Álvaro Rocha de Matos.

PRÓXIMOS JOGOS

SANTOS x PRUDENTE Hoje, Vila Belmiro, 17h30

Hoje 24/10 24/10 24/10 24/10 24/10 24/10 24/10 24/10 -

15h Corinthians x Palmeiras 15h Goiás x Avaí 15h Ceará x São Paulo 15h Atlético-PR x Fluminense 17h30 Santos x G. Prudente 17h30 Vasco x Flamengo 17h30 Cruzeiro x Atlético-MG 17h30 Grêmio x Internacional

32ª rodada 27/10 28/10 28/10 28/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 30/10 -

20h50 Flamengo x Corinthians 20h Fluminense x Grêmio 20h São Paulo x Atlético-PR 20h Atlético-GO x Ceará 16h Vitória x Vasco 16h Internacional x Santos 18h30 Avaí x Guarani 18h30 Palmeiras x Goiás 18h30 G. Prudente x Cruzeiro 18h30 Atlético-MG x Botafogo

33ª rodada 03/11 03/11 03/11 03/11 03/11 03/11 03/11 04/11 04/11 04/11 -

18h30 Santos x Vitória 18h30 Vasco x G. Prudente 18h30 Botafogo x Atlético-GO 18h30 Internacional x Fluminense 20h50 Cruzeiro x São Paulo 20h50 Corinthians x Avaí 20h50 Ceará x Flamengo 20h Atlético-PR x Palmeiras 20h Guarani x Atlético-MG 20h Goiás x Grêmio

SANTOS - Problemas - Pará (terceiro cartão), Paulo Henrique Ganso (machucado), Felipe (machucado) - Time provável (43-3) - Rafael, Danilo, Edu Dracena, Durval e Léo; Roberto Brum, Arouca e Alan Patrick; Neymar, Keirrison e Zé Eduardo. Técnico: Marcelo Martelott.

PRUDENTE - Problemas - Ânderson Luís (terceiro cartão), Diego (terceiro cartão), Marcelo Oliveira (machucado), Rodrigo Mancha (machucado), Hugo (machucado) - Time provável (4-2-3-1) Giovanni, Bruno Ribeiro, Flávio Boaventura, Leonardo e Arthur; Ânderson Pedra, Roberto, Sasha; Adriano Pimenta; Wesley e Wanderley. Técnico: Fábio Giuntini.

ARBITRAGEM - Marcelo Aparecido de Souza (SP); Émerson Augusto de Carvalho, Herman Brumel Vani.

VASCO x FLAMENGO Hoje, Engenhão, 17h30 VASCO - Problemas - Jumar (terceiro cartão), Ramon (machucado), Carlinhos (expulso) - Fernando Prass, Fagner, Cesinha, Dedé e Ernâni; Rômulo, Rafael Carioca, Felipe Bastos e Felipe; Zé Roberto e Éder Luís. Técnico: Paulo César Gusmão.

FLAMENGO - Problema - Correa (terceiro cartão) - Marcelo Lomba, Leonardo Moura, Wellinton, David Braz e Juan; Maldonado, Williams, Renato e Kléberson; Diego Maurício e Deivid. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.

ARBITRAGEM - Gutemberg de Paula Fonseca (RJ); Edinei Guerreiro Mascarenhas, Luís Muniz de Oliveira. CRUZEIRO x ATLÉTICO MINEIRO Hoje, Parque do Sabiá, 17h30 CRUZEIRO - Problema - Wellington Paulista (machucado) Time provável (4-3-1-2) - Fábio, Jonathan, Caçapa, Edcarlos e Diego Renan; Marquinhos Paraná, Henrique, Fabrício e Montillo; Thiago Ribeiro e Farias. Técnico: Cuca.

ATLÉTICO MINEIRO - Problemas - Fernandinho (terceiro cartão), Ricardinho (machucado) - Time provável (4-3-1-2) - Renan Ribeiro, Rafael Cruz, Werley, Réver e Leandro; Ale, Zé Luís, Serginho, Diego Souza; Diego Tardelli e Obina. Técnico: Dorival Júnior.

ARBITRAGEM - Sandro Meira Ricci (DF); Márcio Eustáquio Souza Santiago, Guilherme Dias Camilo.

GRÊMIO x INTERNACIONAL Hoje, Olímpico, 17h30 GRÊMIO - Problemas - Souza (machucado), Borges (machucado) - Time provável (4-2-2-2) -Victor, Gabriel, Paulão, Rafael Marques e Fábio Santos; Vilson, Fábio Rochemback, Lúcio e Douglas; André Lima e Jonas. Técnico: Renato Gaúcho.

INTERNACIONAL - Problema - Nei (machucado, dúvida) Time provável (4-2-3-1) - Renan, Glaydson, Bolívar, Índio e Kléber; Guiñazú e Wilson Mathias; Giuliano (Rafael Sóbis), Tinga e D’Alessandro; Alecsandro. Técnico: Celso Roth.

ARBITRAGEM - Carlos Eugênio Simon (RS); Altemir Hausmann, Roberto Braatz.

* Horários de Alagoas


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Domingo, 24 de outubro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: esportes@ojornal-al.com.br

GRE-NAL

Júnior Viçosa disputa uma vaga no ataque com André Lima O técnico Renato Gaúcho recebeu uma boa notícia na manhã de sexta-feira. O centroavante André Lima, que se lesionou no joelho após uma brincadeira com uma garrafa plástica na semana passada, treinou normalmente e marcou um gol na atividade promovida no gramado principal do Estádio Olímpico e deve começar o clássico Gre-Nal hoje, às 17h30 (de Alagoas). “O André vem evoluindo a cada dia. Estará concentrado para o jogo” adiantou o técnico, que, no entanto, só confirmará a equipe que entra em campo para o clássico minutos antes da bola rolar. Caso o camisa 9 não tiver condições de participar da partida, Júnior Viçosa, que o substituiu e marcou gol no jogo contra o Cruzeiro, será o titular. Com isso, o Grêmio deve ir completo para encarar o Internacional: Victor; Gabriel, Paulão, Rafael Marques e Fábio Santos; Vilson, Fábio Rochemback, Lúcio e Douglas; Jonas e André Lima (Viçosa). Ronaldo é a grande atração do clássico de hoje entre Corinthians e Palmeiras, que vai ser disputado no Estádio do Pacaembu

Rivais em ação Corinthians admite vantagem física contra o Palmeiras sando sua vasta experiência, o técnico Luiz Felipe Scolari afirmou após a vitória do Palmeiras sobre o Universitário de Sucre, na quarta-feira, que o Corinthians tinha todas as vantagens para o clássico de hoje, às 15h (de Alagoas): conta com a volta de importantes titulares e, de quebra, está descansado por não atuar no meio da semana. O elenco alvinegro, no entanto, tratou de afastar o favoritismo e a responsabilidade para o duelo de domingo. “O Palmeiras jogou quase 20 vezes nos últimos 60 dias”, estimou o meia Bruno César. “O Corinthians também (jogou bastante). Agora a gente descansou a semana inteira, mas sabemos que o clássico vai ser difícil. Disso não há dúvida. Acho que não tem vantagem nenhuma”,

U

afirmou o camisa 10, um dos que retorna após desfalcar a equipe por lesão. “Essa vantagem só vai valer se a gente ganhar o clássico. Vejo vantagem em não ter desgaste, mas só vamos provar isso se sairmos com a vitória no domingo”, opinou o volante Ralf, de olho na quebra da série negativa de sete partidas sem triunfo. O Palmeiras, por outro lado, tem atuado mais e melhor - a vitória por 3 x 1 na partida da Sul-americana estabeleceu sequência de nove partidas sem derrota. “No domingo vai ser 11 contra 11. Vai ganhar quem quiser jogar mais, quem estiver mais disposto dentro de campo e errar menos. Não vai ter vantagem. Quem quiser vencer, vai ter que se doar, porque é assim que se decide um jogo”, refor-

çou Bruno César. Se há um aspecto em que o Timão está em desvantagem em relação ao Palmeiras é no trabalho do treinador - Tite foi apresentado na quarta-feira e tem apenas quatro dias de preparação. Já Luiz Felipe Scolari está no Verdão desde agosto e agora começa a embalar boa sequência de resultados. “Tem de ter o diálogo, com o Adilson (Batista, ex-técnico) tinha também, mas antes de mudar tudo tem de ser conversado, dialogado. Como o Tite está chegando agora, tem clássico, vai ter que ser mesmo na base da conversa pra gente se acertar”, complementou o meia do Corinthians. A torcida agora espera que o papo do treinador seja suficiente para superar o Palmeiras no Pacaembu.

MINAS

Wellington é vetado para o jogo entre Cruzeiro e Atlético-MG O atacante Welington Paulista não enfrentará o Atlético no clássico de hoje, às 17h30 (de Alagoas), no Parque do Sabiá, em Uberlândia, pela 31ª rodada do Campeonato Brasileiro. O jogador não foi relacionado para o confronto e seguirá em tratamento no departamento médico do clube para se recuperar de uma entorse no joelho direito, sofrida no jogo contra o Grêmio, no último fim de semana. A previsão de retorno do atleta é de três semanas. Com a ausência do camisa 9, Farías será o responsável por marcar os gols celestes ao lado de Thiago Ribeiro. A outra opção do técnico Cuca para o setor é Robert. O zagueiro Caçapa está de volta após quase 10 dias afastado. O defensor sentia dores no joelho direito, mas participou normalmente dos treinamentos da semana, na Toca da Raposa II. Apesar de integrar a delegação celeste que embarca para o Triângulo Mineiro, nesta sexta-feira, no Aeroporto de Confins, o atleta prefere realizar mais um treino para conferir se não sentirá nenhum incômodo antes do clássico.

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Gigantes cariocas Flamengo enfrenta hoje o Vasco no Engenhão Daniel Zappe/VIPCOMM)

O técnico Vanderlei Luxemburgo comandou na tarde de sextafeira novo treinamento visando ao clássico diante do Vasco, hoje, no Engenhão, às 17h30 (de Alagoas), pela trigésima primeira rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador conversou bastante com os jogadores antes do início da atividade e deu ênfase à marcação na saída de bola do adversário. O comandante rubronegro praticamente definiu a equipe para o confronto. Léo Moura retorna a lateral-direita após cumprir suspensão diante do Internacional assim como o zagueiro David braz. No ataque, Deivid permanece entre os titulares ao lado do jovem Diego Mauricio. Diogo, apesar de recuperado da torção no tornozelo, ficou novamente entre os reservas. Já Petkovic, Val Baiano, Uendel e Correa realizaram um trabalho à parte na academia. O sérvio está com uma virose e foi poupado.

O lateral-direito Léo Moura é o destaque do Flamengo nesta temporada

Com isso a equipe deve entrar em campo com: Marcelo Lomba, Leonardo Moura, Welinton, David e Juan; Maldonado, Willians, Kleberson e Renato; Diego Maurício

e Deivid. Os reservas treinaram com Vinícius, Galhardo, Jean, Ronaldo Angelim e Rodrigo Alvim; Toró, Fernando, Fierro e Marquinhos; Diogo e Cristian Borja.

PC confirma Diogo na lateral Para a surpresa de todos que estavam em São Januário, o técnico PC Gusmão escalou o jovem Diogo como titular na lateral-esquerda. Antes do término da atividade, muitos se perguntavam se essa seria realmente a opção para o clássico contra o Flamengo, tendo em vista que este é o setor mais forte do rubro-negro.

Durante entrevista coletiva, pelas ausências de Ramon, Carlinhos e Max, PC Gusmão confirmou Diogo como titular na lateral-esquerda. “A tendência é o Diogo começar jogando, principalmente pelo que ele apresentou durante a semana e nos jogos do sub-23”. Pela primeira vez na história, o

Clássico dos Milhões será disputado no Engenhão. PC Gusmão espera casa cheia neste domingo. “Por tudo que o Engenhão tem, e ele tem seu charme, o estádio tem tudo para estar lotado. O torcedor tem que aprender a gostar do Engenhão, a ir ao Engenhão e torcer muito pelo seu clube. Sempre lembrando: sem violência.”

Léo Moura e Felipe viram líderes Poucos capitães re- muito grande e uma presentam tão bem os honra também para times que defendem qualquer jogador. Foi no como Felipe e Léo Mou- Vasco que dei meus prira. Rodados no mundo meiros passos no futeda bola, é sempre em bol, e poder exercer essa São Januário e na Gávea, liderança hoje dentro de respectivamente, que os campo é muto gratifidois se sentem em casa. cante. Tento Atrações no clássisempre fazer o co de hoje, às melhor para o 17h30 (de Alatime, tanto goas), os dois dentro quanto sobreviveram fora das quaEles ao desapego tro linhas”, acarregam a do futebol afirmou o atletual e entrarão ta. faixa de em campo com Ao contrácapitão a responsabilirio do rival, no clássico dade maior do Léo Moura que uma simnão foi revelade hoje ples faixa em do pelo clube volta do braço. que defenderá Felipe e Léo no Engenhão Moura repreneste domingo. sentam Vasco Isso, com o tempo, o late Flamengo. eral-direito transformou O vascaíno retornou em mero detalhe. Quem ao clube que o projetou vê o jogador com a capara reencontrar o calor misa rubro-negra pensa da torcida, algo que fal- até que ele a usou dutava no Qatar, e tenta tra- rante toda a carreira. São zer consigo as vitórias de cinco anos de dedicação sua primeira passagem. e títulos pelo time da Em campo, o jogador é Gávea. “Todos sabem do a lembrança de anos de prazer que tenho de vesglórias e a esperança das tir essa camisa. Fico novas gerações de ver o honrado por ser o capiclube novamente cam- tão do time e represenpeão brasileiro. tante dessa nação que é “Ser capitão do Vasco a torcida do Flamengo”, é uma responsabilidade disse o lateral.


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