OJORNAL 26/09/2010

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Maceió, domingo, 26 de setembro de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: Acao@ojornal-al.com.br ou Igor93279039@hotmail.com

Evento desperta a consciência ecológica

Tráfego tranqüilo com medidas simples Ações no transito da cidade de Bogotá na Colômbia pode ajudar a desafogar o congestionamento aqui em Maceió.


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ISO 26000: Norma foi aprovada e será publicada no final do ano Neste mês, aconteceu a votação final do documento ISO 2600, primeira norma mundial não-certificável sobre Diretrizes de Responsabilidade Social, que poderá ser aplicada por qualquer tipo de organização. Sua publicação está programada para até o final deste ano, com possível versão em português. Foram oito anos de discussões que resultaram no texto final da norma International Organization for Standardization (ISO) 26000, de Diretrizes de Responsabilidade Social. Segundo representantes da Comissão Brasileira da norma, a partir de agora, ocorre à etapa de divulgação para facilitar a implementação das orientações propostas no documento, que deverão ser aplicadas de acordo com as diferentes realidades regionais das organizações. O conteúdo obteve a aceitação de 93% dos países-membros da ISO (atualmente mais de 160, sendo 112 em desenvolvimento), que envolvem diversos stakeholders (consumidores, governos, ONGs, representantes dos setores industriais e de serviços, entre outros). Os países que votaram contra a aprovação foram EUA, Cuba, Índia, Luxemburgo e Turquia. Apesar de a China ser uma das mais resistentes, durante todo o processo, no final, votou a favor. Para chegar à redação atual, houve a participação de cerca de 450 especialistas de 99 países associados à ISO e de 210 observadores. O Brasil teve papel de destaque, ao participar da liderança das negociações, desde o início. Por ter caráter não-certificável, a estratégia de sensibilização é considerada fundamental nesta fase, a fim de que empresas, ONGs - organizações não-governamentais e governos, entre outros segmentos ou partes interessadas (stakeholders) possam se aprofundar no conteúdo, com mais de 100 páginas e sete capítulos. A norma trata de temas complexos, divididos em sete grandes eixos (direitos hu-

manos, envolvimento comunitário e desenvolvimento, governança organizacional, meio ambiente, práticas leais de operação, e de trabalho, questão dos consumidores). Segundo Eduardo São Thiago, co-secretário do Grupo de Trabalho Internacional da ISO 26000 e representante da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, a norma deverá ser comercializada, a menos que se encontre uma solução por meio de patrocínio. "O conteúdo será revisto a cada três anos, prazo que hoje é praticado com as demais normas", esclarece. A coordenadora do Relatório de Sustentabilidade da Petrobras e representante da Indústria, na delegação brasileira da ISO 26000, Ana Paula Grether, explica que não há diretrizes para avaliação ou auditoria obrigatória da aplicação da norma ou algum tipo de selo para atestá-la. "O que existe é uma cobrança implícita da sociedade e a orientação para que as organizações realizem monitoramento. Elas poderão fazer auto-declarações ou apresentar os resultados por meio dos relatórios de sustentabilidade", diz. De acordo com Ana Paula, a difusão entre o setor industrial, será realizada com rodadas de seminários de divulgação, nas cinco regiões brasileiras, com a parceria das confederações das indústrias, entre outros. A especialista considera que a participação de cerca de 40 redes e organizações internacionais na formatação da norma, como a Comissão Européia, a OIT - Organização Internacional do Trabalho e do Pacto Global, é uma sustentação importante para a sua credibilidade. "Anorma também vai influenciar pontos de discussão, como o tema do desenvolvimento comunitário e da Agenda 21, na Rio +20 (evento de balanço de 20 anos da ECO-92), que acontecerá no Rio de Janeiro, em 2012", conclui.

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Unidade de Responsabilidade Social Empresarial do SESI implanta várias ações Com o objetivo de não desperdiçar copos descartáveis e reduzir os impactos sociais e ambientais, diminuindo custos e incentivando a cultura da responsabilidade socioambiental, esta semana o SESI/AL, por meio da Unidade de Responsabilidade Social Empresarial e do Comitê de Responsabilidade Socioambiental, realizou a distribuição das 'Canecas Ecossustentáveis' com os colaboradores do Sistema Fiea. Outra grande ação desenvolvida nesta semana, 20 a 24 de setembro, é a elaboração do Plano de identificação dos aspectos e tratamento dos impactos sociais e ambientais do SESI,

onde cada unidade de negócio está fazendo seu levantamento junto ao Comitê de Responsabilidade Socioambiental do SESI/AL e de um consultor do SENAI/SC, cuja atividade faz parte do critério Sociedade do Modelo de Excelência da Gestão-MEG que vem sendo implantado em todo o SESI. No dia 16 de outubro deste ano, será realizado um Encontro Técnico na RPPN em São José da Laje, onde será realizado o plantio de 500 mudas de plantas nativas da mata atlântica, e participarão além de colaboradores do SESI, 30 colaboradores da empresa PETROBRÁS. O objetivo é disseminar co-

Medidas

ante tráfego Com o alto número de veículos nas rodovias e principais vias brasileiras, especialistas apontam algumas medidas para harmonizar a relação dos veículos nas cidades e campo com o meio ambiente. Por esta razão, eles apontam algumas medidas antitráfego, até para desafogar o grande número de congestionamentos. Bom para o meio ambiente, que recebe menos poluentes, bom para os motoristas que conseguem trafegar com menores dificuldades. O aumento do número de corredores de ônibus é uma das medidas apontadas. Com viabilidade média de dar certo, a idéia é reservar faixas exclusivas para ônibus em praticamente todas as vias de grande tráfego da cidade. Como primeira consequência, haveria a redução do espaço para os motoristas e o aumento dos

congestionamentos. O que deixará de ser um problema quando o público que anda de carro passar a ver o corredor como um benefício. Um exemplo é o programa Transmilênio, implantado em 1998 por Bogotá, na Colômbia: faixas exclusivas com pontos de ultrapassagem entre os ônibus e cobrança de bilhete único nas estações, para não haver demora no embarque. Lá, os coletivos têm capacidade para até 240 pessoas, passam a cada quatro minutos e andam à velocidade média de 27 quilômetros por hora. Segundo a prefeitura de Bogotá, um em cada cinco motoristas adotou o ônibus. O custo do quilômetro de um bom corredor fica em torno de 90 milhões de reais. É um quarto do valor do quilômetro do metrô e não leva muito tempo para ficar pronto.

nhecimentos acerca da temática da Responsabilidade Social e do desenvolvimento sustentável para os stakeholders (agentes envolvidos) da instituição. Um grande evento será realizado no dia 28 de setembro, na Casa da Indústria, às 8h, será a mesa redonda "O que as grandes Empresas esperam de seus fornecedores", cuja ação faz parte do projeto de parceria entre SESI/SEBRAE/PETROBRÁS junto a cadeia produtiva do petróleo, pvc, gás e energia nos municípios petrolíferos do Estado de Alagoas. A Unidade de Responsabilidade Social Empresarial do SESI também

realizará consultoria em três empresas fornecedoras da PETROBRÁS no produto Gestão da Responsabilidade Social Corporativa, onde serão aplicados os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social e apresentado o Relatório de Diagnóstico com os pontos fortes, as oportunidades de melhoria e ações recomendadas para implantar uma gestão socialmente responsável. O produto SA 8000 com foco na preparação para certificação também será implantado na TV Pajuçara, que é a empresa pioneira em Alagoas a implantar esta norma de responsabilidade social.


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Com o foco so

pretende conscien Hoje, dia 26, está acontecendo o grande evento ecológico e esportivo BRASKEM ECO RUN - MACEIÓ – 2010 na orla de Maceió. O evento tem início às 8 horas da manhã, na Praça Multieventos, na praia da Pajuçara. O Circuito EcoRun – etapa Maceió, que acontece sob qualquer condição climática, é uma corrida com a participação de populares - que realizaram as inscrições antecipadamente - e, o grande foco é a conscientização da proteção ao meio ambiente e a sustentabilidade. Com muito sucesso em outros Estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador e Porto Alegre, além de Maceió. O objetivo do evento é despertar a consciência ecológica e a sustentabilidade, pois o circuito verde acredita na enorme aderência do corredor com a preocupação ambiental. Com muito verde e intervenções planejadas para causar o mínimo de impacto e inspirar práticas social e ambientalmente responsáveis, o BRASKEM ECO RUN MACEIÓ – 2010 utiliza materiais reciclados e recicláveis em grande parte de sua arena e visa o máximo reaproveitamento dos mesmos. Toda a emissão de carbono resultante da realização do circuito é auditada e compensada por meio do

plantio de árvores. O evento é o pilar da parceria entre O2 e WWF, por meio do qual R$1 de toda inscrição realizada nos mais de 80 eventos anuais é repassada a ONG. A Corrida será disputada nas distâncias de 5 km e 10 Km, nas categorias individual masculino e individual feminino,com percurso aferido pela Confederação Brasileira de Atletismo. A prova terá a duração máxima de duas horas e a supervisão técnica da Federação Alagoana de Atletismo, com organização da Empresa Vetor Esportes. Segundo Milton Pradines, gerente de marketing da Braskem Maceió, o Circuito EcoRun tem tudo a ver com as preocupações relacionadas a qualidade de vida e meio ambiente. Pois, é um evento que tem como apelo a competição saudável e a participação de todos. Além de ser uma ação de informação a respeito dos temas ambientais. Pradines ressalta que nas arenas onde as provas são disputadas, existem painéis com informação sobre água, reciclagem, a utilização de materiais de reciclagem em toda a montagem, a compensação dos créditos de carbono após as provas, o recolhimento do lixo – que é destinado a cooperativas de reciclagem, como a Coopreal, em Alagoas. Pradines explica que o evento apóia entidades como a WWS, Ong de projeção internacional, e a Cut verde, uma marca


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cioambiental, o evento

ntizar atletas e entusiastas de produtos orgânicos produzidos dentro das melhores práticas. “Tem tudo a ver com a nossa visão de negócios, com o nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável. A escolha de Maceió está relacionada a essas questões, inclusive com o incentivo ao esporte. É um evento que une a preocupação com a qualidade de vida, que está presente nas nossas diretrizes coorporativas, e onde existe toda uma preocupação que está relacionada com a nossa política de saúde, segurança e meio ambiente internamente com nossos integrantes e, que é exteriorizada através desses eventos”, salienta. Pradines afirma que Alagoas é um Estado que tem os maiores índices de sedentarismo do Brasil. Por esta razão é preciso que se promova a qualidade de vida. E o esporte é uma forma de se antecipar aos problemas que o sedentarismo pode causar e seus efeitos na saúde das pessoas, que termina afetando os orçamentos públicos, os investimentos públicos. “Trabalhar pela qualidade de vida é uma ação que, efetivamente ajudará para que Maceió fique mais bonita e mais feliz. A orla de Maceió e a beleza natural é um apelo para a gente poder falar sobre educação ambiental. Já que temos projetos muito fortes e voltados para isso. A exemplo, do Cinturão Verde e do Instituto Água Viva, duas iniciativas voltadas para a educação ambiental, por isso não

poderíamos ficar de fora do circuito que tem a pretensão de discutir essas questões”, observa. Os organizadores do BRASKEM ECO RUN - MACEIÓ – 2010 farão cálculos de quanto carbono será emitido durante a prova, e a Braskem vai reverter em plantio de árvores através da parceria com a Secretaria Municipal de Proteção ao Meio Ambiente – Sempma. “A Sempma, através de Ricardo Ramalho, é um grande parceiro. E a idéia é compensar, através do plantio de coqueiros na orla, o que foi gasto de carbono provocado pela prova, o transporte, o som. Por isso, os especialistas irão calcular isso, para neutralizar as ações através do plantio”, informa. Mas, de acordo com Pradines, o maior impacto do evento é a educação ambiental, é a idéia através do esporte de conscientizar as pessoas. “O esporte tem essa característica de abrir portas e sensibilizar as pessoas. A expectativa é que a gente ultrapasse 1200 inscritos que teve o ano passado. É um número muito audacioso. Apesar de Maceió ser a capital brasileira do sedentarismo, a gente precisa vencer essas barreiras. A prova é linda, a arena e o circuito são muito interessantes e a integração das pessoas é muito forte. Teremos uma festa muito bonita neste domingo e o objetivo é que este evento fique definitivamente no calendário da cidade”, comemora.

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Inmetro e Ibama fecham acordo para uso do ARLA 32

Aditivo para motores a diesel reduz emissão de gases poluentes terá certificação compulsória O Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) assinaram hoje, 13 de setembro, o Termo de Cooperação Técnica para a regulamentação da produção, comercialização e uso do ARLA 32, aditivo para motores a diesel que reduz as emissões de gases poluentes. A parceria foi assinada pelos presidentes das entidades, Abelardo Bayma Azevedo, do Ibama, e João Jornada, do Inmetro. O ARLA 32 será introduzido no mercado brasileiro com base na Instrução Normativa nº 23/2009 do Ibama. Trata-se de uma solução aquosa de ureia técnica, não tóxica, produzida em laboratório, que reduz as emissões de óxido de nitrogênio (NOx) dos veículos equipados com motores

a diesel. Esta redução ocorre por meio de uma reação química entre a ureia e o gás do motor decorrente do funcionamento. "É muito importante para o Inmetro estar engajado em um projeto de grande importância, sobretudo que atenda à preocupação da sociedade com a questão do meio ambiente. Vamos definir os padrões e atuar na regulamentação dos detalhes técnicos, além de acompanharmos a fiscalização em todo o país. O produto que não estiver em conformidade não poderá ser comercializado", comentou Jornada. O ARLA 32 está classificado na categoria dos fluidos transportáveis de baixo risco, pois não é explosivo nem nocivo ao meio ambiente. A partir de 1º de janeiro de 2012, todos os veículos novos classificados como comerci-

ais leves, pesados, semipesados e ônibus terão de usar o Arla 32. O produto estará disponível em postos de abastecimento, concessionárias e até mesmo em supermercados. A certificação será obrigatória e, portanto, o produto deverá apresentar selo do Inmetro e do Ibama. "Sem esta solução o veículo não vai andar ou vai andar em condições bem precárias. A proporção é de que a cada cinco tanques de diesel será preciso usar um de ureia. É uma solução barata, que não vai impactar no preço do diesel. Nossa expectativa é uma significativa redução de NOx. A indústria já sabe das mudanças há um ano e prepara as adaptações para atender às exigências", explicou Paulo Macedo, coordenador de resíduos e emissões do Ibama.

A Diretoria de Metrologia Científica e Industrial do Inmetro trabalha na definição do material de referência do Arla 32, assim como a Diretoria da Qualidade se encarrega do planejamento desde o processo de certificação até a fiscalização do produto. O acordo entre o Inmetro e o Ibama viabilizará a implementação das atividades de regulamentação, registro e fiscalização do ARLA 32, além da utilização da infraestrutura do Inmetro para análises técnicas a serem realizadas para a liberação da produção e da comercialização do agente. Devido à alta inovação tecnológica, a produção do ARLA 32 vai causar impacto em diversos setores da economia, incluindo as indústrias automobilística, química e de derivados de petróleo e combustíveis.

Da fritura da batata ao combustível O projeto nacional de transformar óleo de fritura em combustível na rede Mc Donald's, pode ser adotado pela matriz, nos Estados Unidos. Atualmente, cerca de 3 milhões de litros de óleo de cozinha são utilizados na fritura de batatas e empanados nos 580 restaurantes da rede McDonald's no Brasil. O resíduo, que antes virava sabão, transforma-se em biodiesel, para abastecer os caminhões de entrega da rede. O projeto, em caráter experimental em 20 lojas, já produz entre 2 000 e 3 000 litros de biodiesel por mês. No próximo ano, deverá ser adotado em todas as lojas do grupo. Segundo José Augusto Rodrigues dos Santos,

executivo da Martin-Brower - empresa que é responsável pela idéia pioneira - existe um potencial de produzir até 2 milhões de litros de biodiesel por ano quando o programa for estendido para toda a rede. Cinco caminhões de entrega fazem seu trabalho normal e também recolhem o óleo de cozinha do projeto. Eles também são abastecidos com o biodiesel. Quatro deles rodam com B20 (20% de biodiesel adicionado ao diesel comum) e um com B100 (100% de biodiesel). "Caso a iniciativa realmente funcione, vamos exportá-la para a matriz, nos Estados Unidos", afirma o executivo.


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Planeta em equilíbrio começa pela conscientização nas escolas Para formar cidadãos conscientes, a escola deve atualizar conceitos e modificar práticas em relação às questões ambientais. Pois, a situação ambiental em diferentes regiões do planeta, revela o impacto das ações humanas sobre o equilíbrio da Terra. Esta temática já está presente nas escolas e nas salas de aula brasileiras. Porém, não basta apenas falar sobre elas, é preciso que a equipe escolar tenha informações atualizadas, alie o discurso à prática e dê oportunidades cotidianas para que os alunos, os funcionários e a comunidade incorporem novas atitudes voltadas à preservação da natureza. Muitos especialistas são unânimes em afirmar que a abordagem de tais conteúdos deve ser feita sempre de maneira contextualizada. "O professor não tem de trabalhar em sala algo discutido em termos mundiais, mas aquilo que possa fazer diferença na vida dos estu-

dantes e da comunidade", afirma Sueli Furlan, docente da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) e selecionadora da área de Geografia do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. De acordo com a docente, isso não quer dizer que nunca serão feitas abordagens mais abrangentes sobre a questão ambiental. "O desafio é pensar globalmente e agir localmente", explica. Ela ressalta que participar de um projeto de reflorestamento do entorno da escola pode tornar a discussão sobre o desmatamento da Amazônia mais significativa para crianças e adolescentes que moram no sul do país. "O problema da diminuição das áreas verdes no planeta fica, assim, mais próximo ao cotidiano dos alunos, que aprendem a importância de combatê-lo e descobrem, na prática, como ajudar", observa. Outra dica da especialista é que,

além de apostar na contextualização dos temas ambientais, é preciso estudar e manter-se atualizado - o que, vale lembrar, não é responsabilidade apenas dos professores de Ciências e Geografia. Para José Galizia Tundisi, presidente do Instituto Internacional de Ecologia de São Carlos, no interior de São Paulo, pesquisas sobre a água mostram que é preciso diminuir o consumo no curto prazo para barrar a ameaça de escassez e que mesmo o Brasil, dono de grandes reservas, precisa redobrar seus cuidados. "Há muito desperdício. A distribuição não combina com as necessidades da população e a poluição é um problema", diz. Em relação ao aquecimento global, os pesquisadores alertam que o impacto das ações humanas sobre o clima ultrapassou os limites aceitáveis e, por isso, é mais do que hora de mudar nosso estilo de vida.

O geógrafo e professor da faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Emerson Galvani alerta que, atualmente, somos 6,6 bilhões de habitantes consumindo o que existe sobre a superfície terrestre a um ritmo superior ao da capacidade de reposição do planeta. Estima-se que consumimos 25% além do que o meio ambiente consegue repor. A abordagem desses e outros assuntos em projetos implantados na escola requer alguns cuidados, como por exemplo, tratar os recursos naturais principalmente pela ótica do consumo consciente, e explicar que os fenômenos da natureza só provocam tragédias em áreas ocupadas pelo homem, em vez de mostrá-los como vilões. É preciso que o professor explique as questões ambientais de maneira interligada e não falar sobre elas isoladamente. Com isso, ele pode apresentar também, a promoção da redução do consumo e a reutilização de produtos, e não somente o processo de reciclagem (que nem sempre é vantajoso). Outra questão, é que ele deve fazer discussões com base no conhecimento científico e integrar os alunos nas decisões da escola, sem impor ações sem contexto nem significado para eles. A implantação de um projeto político pedagógico que privilegie o cuidado com o meio ambiente pode parecer uma atitude pequena diante das conseqüências que a humanidade já causou à vida na Terra, contudo provoca um grande impacto na aprendizagem dos alunos e muda a maneira como eles se relacionam com a natureza. Todas essas pequenas ações tornam-se grandes e, quando o objetivo é recuperar o equilíbrio do planeta, tudo vale a pena.


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