São Carlos, 16/05/2016 l
Ano 1 l Edição zero l Distribuição gratuita l 8.000 exemplares
Chegamos, São Carlos, muito prazer João Miguel
Jack, um dos nossos mascotes, durante passeio na cachoeira da Graciosa, em Cajuru-SP. Siga-o no Instagran: @jackgoldog
O Jornal Bicho Amigo chega a São Carlos com 8 mil exemplares distribuídos gratuitamente pela cidade. Esse projeto nasce muito do carinho dessa equipe por seus amigos animais e da vontade de falar mais sobre eles, os cuidados, as curiosidades, dicas para tornar essa relação ainda melhor, levando informação e uma leitura agradável para você. Nessa primeira edição, destacamos o curso de Medicina Veterinária da UNICEP e a futura inauguração do hospital veterinário da universidade. Fomos ao Canil Municipal e mostramos como os animais são tratados por lá. Personagens como Laíde, Fernando e Aline, pessoas que lutam pela vida dos animais, serão apresentadores a você, leitor. As histórias de ‘seu’ João, responsável por uma associação de pássaros, e de Benvindo, dedicado companheiro das pombas, também são relatadas em nossa edição de estreia. Claro, não poderíamos esquecer de Jack, um Golden retriever que se adaptou muito bem à mudança de lar. E mais: animais de estimação incomuns, saúde e direito animal. Esperamos que você goste. Boa leitura.
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Chegamos, São Carlos, muito prazer, somos o jornal Bicho Amigo. Nossa pretensão é informar, formar opinião, entreter, gerar negócios e prestar serviços. Com matérias exclusivamente voltadas para nossos bichinhos de estimação, esperamos caminhar de mãos dadas com o leitor, sempre abertos para críticas e sugestões. Neste nosso projeto, o leitor tem papel fundamental, nos dando dicas de histórias de pessoas com animais de ontem ou de hoje. O leitor tem espaço garantido do seu pet na nossa coluna “sociau”, gratuitamente. Nossa tiragem e distribuição gratuita, em diversos pontos da cidade, vai fidelizar o leitor e dará ao anunciante uma grande oportunidade para oferecer seus produtos e serviços a uma clientela seleta. Obrigado por nos receber.
Nesta edição: JORNAL BICHO AMIGO é uma publicação mensal da Editora Santa Rosa de Viterbo Ltda. - ME Redação: rua Santa Isabel, 250 - sala 2 Santa Isabel CEP: São Carlos-SP Fone (16) 3368 3435 Tiragem de 8 mil exemplares Distribuição gratuita Periodicidade mensal Circulação em São Carlos
Páginas 4 e 5
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Editor: André Moussa Mtb 34286 redacao@jornaldobichoamigo.com.br Comercial: Rodrigo Almeida cel.99340.8008 comercial@jornaldobichoamigo.com.br Freelancer: Marta Eliza Antonio Julião, Michael Dias Barbosa Colaboradores: Fernando Simões de Vicente e Aline Becaro Artigos assinados são responsabilidade de seus autores, não representando necessariamente a opinião do jornal. Página19
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Ainda jovem, curso de veterinária da UNICEP aguarda Hospital para ser um dos maiores do Estado
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antido pela Associação de Escolas Reunidas, o Centro Universitár io Central Paulista - UNICEP, desde 1972, vem , a cada dia, ampliando suas atividades para dar maior oportunidade aos seus alunos. A criação de novos cursos, como o da Medicina Veterinária, é um exemplo disso, pois consolidou a UNICEP como uma das melhores e mais conceituadas instituições de ensino superior da região cen tral paulista e do Estado de São Paulo. O Curso de Medicina Veterinária do Cen-
tro Universitário Central Paulista tem apenas 3 anos, mas pela quantidade de alunos e a ampla infr aestrutura, qu e se complementará com a inauguração do Hospital Veterinário, faz do curso um dos mais completos a região. O professor doutor Fabrício Gonçalves Corrêa, coordenador do curso de Medicina Veterinária diz que o sucesso do curso se deve a vários fatores. "A infraestrutura física conta com salas confortáveis, amplos espaços de apoio ao ensino e à pesquisa, equi-
pamentos e laboratórios modernos com equipamentos atualizados, de última geração. A biblioteca é comunitária, abre diariamente, inclusive aos sábados e domingos, com acervo especializado, salas de estudo, leitura e pesquisa, base de dados e internet", explica Corrêa. Ele diz qu e to da essa estrutura funciona por causa da qualidade do corpo docente, que é formado por profissionais altamente qualificados, ap to s a desempenh ar suas funções no ensino e desenvolver pesquisas.
Professor doutor Fabrício enalteceu a qualidade do corpo docente
Divulgação
Campanhas - Alunos participaram frequentemente de diversas ações como mutirões de castrações em Porto Ferreira-SP e as campanhas de vacinação em Américo Brasiliense-SP (foto) e toda a região.
Divulgação
Clínica veterinária - Dra. Érica no Pronto Atendimento Veterinário, que atende das 8h30 às 11h30 e das 14h às 17h, no campus Miguel Petroni.
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Visitas - Regularmente os alunos visitam órgãos e entidades ligadas ao curso, como Siltomac, Agrindus, fábricas de rações em Descalvado e a EMBRAPA (foto).
OBRAS A ‘TODO VAPOR’ Diagnóstico, Tratamento e Prevenção de Doenças
Hospital Veterinário UNICEP O Hospital Veterinário da UNICEP, a ser inaugurado, contará uma estrutura administrativa e profissional, constituída por: Corpo Administrativo, Corpo de Médicos Veterinários (Docentes do Curso), Corpo de Funcionários Especializados e Corpo de Estudantes em fase de aprendizagem teórico-prática, supervisionados pelos Docentes do Curso. A Organização Didática Pedagógica está fixada em estratégias, objetivos, metas e ações, a serem alcançadas, durante a fo rmação dos estudantes do Curso de Graduação em Medici-
na Veterinária, em consonância com o planejamento global e com as diretrizes curriculares e princípios expressos no Projeto Pedagógico do Curso em consonância com o Projeto de Desenvolvimento Institucional ( PDI) e co m Pr ojeto Pedagógico Institucional (PPI) do Centro Universitário Central Paulista UNICEP. A Estrutura Curricular do Curso de Grad uação em Med icin a Veterinária está formulada para que os estudan tes, como agen tes do aprendizado, venham a desenvolver um programa de estudos coe-
rente, integrado e flexível, com sólida formação básica e profission al, para que estejam aptos a enfrentar os desafios das rápidas transformações da sociedade, do mercado de trabalho e das condições de exercício profissional. A in stalação d o Hospital Veterinário da UNICEP, que atenderá o Curso de Graduação em Medicina Veterinária, com excelência no atendimento à saúde animal, o torna, também, um órgão prestador de serviço à cidade de São Carlos e Região. O funcionamento do Hospital será das 7h30 às 17h30.
Máquinas trabalham no novo Hospital Veterinário UNICEP
Serviços que serão oferecidos Os serviços que o Hospital Veterinário da UNICEP irá disponibilizar serão: Prática do Diagnóstico, Tratamento e Prevenção de Doenças. Os serviços que o Hospital Veterinário irá oferecer e constará na sua infraestrutura será: 1. Serviço de anatomia patológica; 2. Serviço de anestesiologia veterinária; 3. Serviço de clínica cirúrgica de grandes animais; 4. Serviço de clínica cirúrgica de pequenos animais; 5. Serviço de clínica médica de grandes animais; 6. Serviço de clínica médica de pequenos animais; 7. Serviço de diagnóstico por imagem; 8. Serviço de patologia clínica; 9. Serviço de reprodução e obstetrícia veterinária.
Participação Efetiva dos Estudantes
O Hospital Veterinário fica às margens da rodovia Washington Luís
Os estudantes participarão ativamente de atividades no Hospital Veterinário durante suas aulas práticas, bem como em Programas de Extensão, além do Plantão Hospitalar, obrigatório para os estudantes do 3º ano do curso de Medicina Veterinária, fazendo que os futuros profissionais apresentem um perfil diferenciado no exigente mercado de trabalho. Além da prestação de serviço que será oferecido a cidade de São Carlos e região.
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Benvindo, Benvindo, dos pombos e dos cães dos pombos e dos cães Ele transformou praça em atração turística
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m dos maiores exemplos de amor aos animais na cidade de São Carlos é dado pelo funcionário público aposentado Benvindo Raphael Girro, 73. Depois de passar mais de 30 anos cuidando dos pombos da praça Coronel Salles, ele passa os dias em casa, no bairro Vila Isabel, ao lado de sua cuidadora e de quatro cadelas. Apesar dos problemas de saúde, o anão, que ficou conhecido como o "Homem das Pombas" mostra-se ainda bastante lúcido e grato aos bichos . "É melhor viver no meio de animal do que da maldade do ser humano", afirma. A história de Benvindo começa por volta de 1969, quando trabalhava como engraxate na praça localizada no centro da cidade e, por amor, começou a alimentar al-
guns pombos que havia no local. Um padre franciscan o pr esen ciou a cena e sugeriu que Benvindo assoviasse enquanto colocava o milho, a fim de chamar os animais, como fizera São Francisco. A técnica deu certo e a quantidade de aves só fez aumentar, atraindo a atenção das pessoas. Benvindo, os pombos e a praça viraram uma espécie de atração turística, já que muitas famílias iam ao local para vê-los e tirar fotografias com eles. A fama rendeu um convite do prefeito de Ribeirão Preto à época para que o engraxate fosse cuidar de um importante espaço público daquela cidade: a Praça XV de Novembro. Temendo perder o cidadão famoso, o então prefeito de São Carlos, José Bento Carlos Amaral, o contratou para a função que ele
Benvindo foi convidado para cuidar da praça XV em Ribeirão
exerceu até ser aposentado por invalidez. O auge da fama de Benvindo ocorreu em 1971, quando mereceu destaque num programa de televisão apresentado por ninguém menos do que Sílvio Santos. "Se eu não tivesse ficado doente, estaria lá, fazendo a mesma coisa até hoje", comenta. Após sofrer dois infartos, equilibrado em muletas e driblando as dores provocadas por problemas no nervo ciático, restou-lhe dedicar
seu amor à Bibi, Hana, Filó e Faísca -duas poodle e duas viralatas pouco acostumadas e nada à vontade diante das câmeras fotográficas - que cria na casa simples, mantida com sua aposentadoria. A história do Homem das Pombas, tido como um personagem folclórico da cidade, já foi retratada em vídeo, livro e várias matérias de jornal, revista e site. As últimas, revelam um Benvindo chateado por ter sido esquecido e precisan do de
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apoio financeiro. Ele garante que não falta comida na mesa, mas confessa que sofre na hora de sair de casa. Sem carro e com dificuldades para se locomover, ele depende de ajuda quando precisa, por exemplo, ir a uma consulta médica ou a uma farmácia. Divorciado e pai de um casal de filhos, Benvindo conserva a simpatia e demonstra poucos arrependimentos sobre a vida que levou. Diz que o contato com os pombos não
trouxeram nenhuma doença e revela, aos risos, que teve sua fase de excessos de feijoada e cachaça. Lúcido, Benvindo aproveita a oportunidade de dar mais uma entrevista para deixar uma mensagem. "Pensamos melhor do que os animais, no entanto, agimos pior do que eles." Quem quiser oferecer algum tipo de auxílio a Benvindo Girro pode entrar em contato com ele através do telefone 3032 3123.
COMPORTAMENTO
Higiene e limpeza de seu gato
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s gato s são an imais extremamente limpos, mas mesmo o mais meticuloso dos gatos poderá se beneficiar de uma pequena ajuda com a higiene, sobretudo se ele tiver pelo longo. Escovar seu gato também é uma excelente maneira de se relacionar com ele, além de ser uma boa oportunidade para verificar se ele apresenta alterações na pele ou pelagem.
seu gato regularmente, pois isto não só manterá a pelagem limpa e saudável, como também reduzirá a formação de tricobezoares.
É u ma bo a id eia acostumar seu gato a ser esco vado e p en tead o desde a mais tenra idade. Isto evitará os nós nos pelos e removerá os pelo s mortos. Escove
Do que você precisará - Existem utensílios de higiene especialmente concebidos para gatos de pelo longo, mas você precisará de pelo menos um pente e uma
Com que frequência? - Se o seu gato tem pelo longo, ele deve ser penteado uma vez por dia ou pelo menos duas vezes por semana. Os gatos de pelo curto precisam ser escovados apenas uma vez por semana.
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boa escova. Se o seu gato tiver pelo curto, você só precisará de uma escova recomendada pelo veterinário. Esc ovação do pelo - Se o seu gato não estiver embolado demais, simplesmente lhe dê uma boa escovada. A escovação dos pelos não deve demorar mais do que 15 minutos. A maioria dos gatos adora ser escovada, mas se o seu não gostar, solte-o e tente novamente mais tarde. Os gatos de pelo longo às vezes ficam emaranhados. Se você notar massas de pelo emaranhado ou nós em seu pelame, precisará de tempo para escoválo com cuidado e paciência. Segure o pelo logo abaixo do nó durante a escovação p ara evitar que o arrancamento de pelos pela raiz. Caso o pelo esteja realmente incontrolável, leve seu gato a um serviço de banho e tosa profissional. Procure também encontrar o alimento correto para ajudar a reduzir a queda de pelos. Hora do banho Os gatos de pelo curto não precisam tomar banho, a não ser que estejam muito sujos ou apresentem alergias. Os gatos de pelo longo, no en-
tanto, podem tomar um banho de vez em quando para ajudar a manter o pelo em boas condições e evitar o acúmulo de oleosidade. Seu veterinário ficará contente em recomendar um xampu especial para gatos. Pre paro para o banho - A maioria dos gatos não gosta de se molhar, mas se você estiver com o xampu e a toalha por perto, o banho será mais fácil e rápido. Para facilitar as coisas, peça ajuda a outra pessoa — assim, um poderá segurar o gato enquanto o outro cuida do banho. - Antes de tudo, escove todo o pelo de seu gato para livrar-se dos nós. Isto evitará que eles encolham e fiquem ainda mais apertados quando molhados. - Se você estiver dando banho em seu gato dentro de uma banheira, encha-a de água antes de trazer seu animal. Quanto menos barulho e movimentação houver durante o banho, melhor. - Não encha a banheira completamente: o nível da água deverá ficar na altura da barriga de seu gato. Verifique a temperatura da água para certificar-se de que não está quente demais. Você
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não precisa ter uma banheira: duas bacias funcionarão bem da mesma forma. Você pode usar uma com água e sabão para ensaboar e outra apenas com água para enxaguar. - Quando o banho estiver preparado, entre com seu gato no banheiro e feche a porta — você não vai querer um gato ensaboado correndo pela casa! Coloque bolas de algodão dentro das orelhas para ajudar a evitar que entre água. Em seguida, coloque seu gato delicadamente dentro da água e tranquilize-o com palavras suaves e contato físico constante. - Molhe o pelo delicadamente com o auxílio de uma caneca ou de uma flanela molhada. Não jogue água diretamente sobre a cabeça nem tente mergulhar o gato na água. - Depois de iniciado o banho, seu gato poderá protestar com miados prolongados. Não se preocupe: isto é completamente no rmal e seu gato está bem, só está um pouco nervoso. - Espalhe o xampu suavemente em todo o pelo, tomando cuidado com a face, orelhas e olhos. Quando tiver terminado de ensaboar, enxague-o completamente, pois o resíduo de xampu
é irritante para a pele. Caso você esteja enxaguando seu gato com um chuveirinho de mão, mantenha-o bem próximo ao corpo do animal para reduzir o ruído e o jato. Enrole o gato para que ele fique aquecido - Assim que você tirar seu gato da água, enrole-o em uma toalha e seque seu pelo delicadamente. Se o seu gato tem pelo longo, é particularmente importante ser delicado na hora de secar com a toalha para evitar a formação de nós e emaranhados. Você não conseguirá secar seu gato completamente com a toalha, por isso é importante que você mantenha seu gato dentro de casa até que ele esteja completamente seco. E resista à tentação de usar um secador de cabelos, pois o ar quente poderá queimar a pele de seu gato. Corte de unhas Os gatos arranham coisas para manter suas garras aparadas, mas você também precisa dar uma ajuda. Acostume-o desde cedo a ter as unhas aparadas para facilitar esta tarefa ao longo da vida. Peça para seu veterinário demonstrar a técnica correta e indicar os cortadores de unha adequados para o seu gato.
COMPORTAMENTO
Entenda a importância de banho e tosa em cachorros Saiba de que maneira o banho e a tosa podem ajudar a manter a saúde do seu pet e em que fatores prestar atenção na hora da higienização canina
Q
ue os cães de vem ser mantidos limpos e higienizados todos sabem. No entanto, muitos donos de pets ainda ficam com dúvidas na hora de mandar seus amiguinhos para o banho e tosa, principalmente em relação à frequência que esse tipo de limpeza deve ser feita. A verdade é que cada raça de cão tem suas próprias particularidades e, por isso, cada caso deve ser analisado isoladamente – já que a necessidade e constância dos banhos e tosas serão determinadas, justamente, por estas características. Cães com pelagem mais vasta e longa, por exemplo, precisam de muita escovação nos pelos além do banho e da tosa, pois os fios emba-
raçados podem ser o ambiente perfeito para o acúmulo de sujeira e o aparecimento de problemas como a dermatite (também causada pela falta de banhos e higiene, em geral). Além da pelagem, conhecer os hábitos do cão em questão também é fundamental para definir a hora do banho, já que um cão que vive em ambientes externos ficará muito mais sujo do que um que vive a maior parte do tempo dentro de um apartamento. De modo geral, a recomendação é de que os cães tomem um banho a cada 15 dias, sendo que os que se sujam mais podem reduzir este tempo pela metade. Escovar seu pet antes da água também é algo importante e, caso você mesmo vá dar
o banho no cão, deve utilizar produtos próprios para eles – e aproveitar para higienizar áreas importantes, como dentes e ouvidos (lembrando-se de colocar um algodão no local para que não entre água). No caso da tosa, a quantidade de pelagem também é um fator determinante, e deve ser observada – já que, ao contrário do que muitos pensam, a tosa não é um processo que serve apenas para deixar o seu pet mais bonito e, sim, algo que pode evitar acidentes e ajudar a manter a saúde do animal. Para manter seu pet longe de complicações, o mais indicado é que ele seja levado para uma tosa higiênica mensalmente
em algum local com profissionais de confiança; e não é uma boa ideia arriscar fazer o processo sozinho – até porque, cortar as unhas dos bichinhos é uma tarefa delicada, e se isso não for feito na maneira correta, o seu pet pode acabar saindo machucado. Mais focado na saúde do que na estética do animal, a tosa higiênica apara os pelos em excesso de partes determinadas do corpo do animal; incluindo barriga, patas, região íntima e ânus - garantindo que o cachorro não escorregue pelo acúmulo de pelagem nos coxins (almofadinhas da sola das patas) e não fique sujeito a doenças por resíduos de fezes ou sujeiras nas áreas íntimas.
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Animais, pessoas e fogos de artifício
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xiste um vínculo claro entre fogos de artifício e guerras. Comemorar estourando bombas invoca e homenageia o lado mais belicoso do ser humano. Não consigo lembrar algo que se pareça mais com tiros, bombas e artilharia pesada que os usuais fogos de fim de ano, festas juninas e finais de campeonato. Fora a deprimente e gratuita homenagem à violência, as consequências são assustadoras para pessoas e animais. Segundo o Ministério da Saúde, mais de 6 mil pessoas já foram internadas nos últimos dez anos no Brasil, com queimaduras provocadas por estes artefatos. Mais de 120 delas morreram. Quem não morreu se queimou, se amputou, perdeu a visão ou a audição. Cerca de 40% das vítimas são crianças. As autor id ad es, muito preocupadas com a questão, estranhamente recomendam cuidado no manuseio, quando deveriam propor o fim da brincadeira inútil, já que não trás beneficio para ninguém, muito pelo contrá-
rio. Pior, muitas prefeituras patrocinam as queimas de fogos em determinados eventos como festas de final de ano, como forma de agradar os munícipes e turistas. E se as pessoas sofrem, imaginem os animais. Começando pelos pássaros. São muito sensíveis ao estresse. Luzes e sons altos podem leválos a morte. Vários relatos dão conta de pássaros caídos das árvores após fogos de artifícios, mortos ou atordoados. Há notícias de 5000 pássaros mortos no Arkansas após um evento. No Brasil, uma testemunha descreveu um tapete verde, formado de periquitos caídos, após uma festa religiosa no Pará. Já os cães, nossos companheiros mais próximos, sofrem surtos de pânico. Possuidores de audição bem mais sensível que a nossa, provavelmente percebem os estouros das bombas e rojões com mais intensidade que os humanos. Os acidentes são incontáveis, e infelizmente a medicina veterinária não tem
ainda estatísticas d as ocorrências. Porém as mais comuns são os cães tentarem abocanhar bombas antes de elas explodirem, como aconteceu recentemente com a cadelinha que a mídia noticiou, que além dos ferimentos perdeu a audição. Eu já atendi muitos casos parecidos. Outro acidente comum que os fogos causam aos cães, são os ferimentos cortantes. Ao entrarem em pânico tentam pular janelas, quebram vidraças e se machucam em lanças de portões. Os resultados não precisam ser descritos, e os plantões de final
de ano nas clínicas veterinárias 24horas, como a minha, são bastante movimen tados. Os gatos normalmente se escondem, se estressam bastante também, mas se machucam bem menos. Para diminuir o sofrimento dos cães nestas situações, pouco pode ser feito. Nos animais onde a crise de pânico é intensa, o uso de calmantes pode ser considerado. Porém só podem ser receitados após um exame cuidadoso, para estabelecer a segurança do uso dos medicamentos. Outro inconveniente é que em geral a duração da sedação é de cerca de 2 ho-
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ras, e em alguns eventos a queima de fogos é bem mais que isso. Homeopatia e Florais são relatados com frequência, mas não tenho conhecimento nem experiência para confirmar se há resultado na diminuição das crises de pânico. Porém tenho experiência para dar uma orientação importante, sobre o melhor que você pode fazer pelo seu animal nos dias onde acontecem as queimas de fogos de artifício. Fique perto dele. Fique em casa. Não o deixe sozinho. Você não poderá evitar o estresse ou o pânico, mas poderá evitar diversos
acidentes e os que não puder evitar, poderá ao menos socorrer rápido, o que pode fazer muita diferença. Fora isso, resta torcer para que a nossa sociedade entenda que a busca pela Paz implica em algo mais que apenas um discurso. Implica na prática da Paz. Isso, se quisermos que o objetivo seja alcançado e não seja apenas um discurso vazio. Mais um discurso vazio.
Wilson Grassi é médico veterinário, gerente executivo do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal
Cynthia Gonçalves
Toxoplasmose: Chega de atirar o pau no gato A toxoplasmose é uma doença transmitida dos animais aos homens, uma zoonose causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii
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ur an te an os foi alimentado o mito de que o gato é o grande vilão da toxoplasmose, mas na realidade não é bem assim. Primeiramente não são todos os gatos que tem predisposição para desenvolver a doença, somente os animais que tem acesso à rua, caçadores de baratas, ratos, pássaros, os que ingerem carnes cruas ou mal passada que esteja contaminada com os cistos do toxoplasma, e que estão com seu sistema imune comprometido. Estu dos afirmam que apenas 1 em 100 fe-
linos seja portador do protozoário, e se o gato estiver contaminado, só elimina o parasito nas fezes durante 15 dias e apenas uma vez em toda a sua vida. Geralmente esta eliminação ocorre 10 dias após ter se infectado. A contaminação de pessoas a partir das fezes do gato está diretamente ligada com a falta de higiene, pois é necessário que as fezes fiquem no ambiente de 36º por, no mínimo, 48 horas, e que depois sejam ingeridas; caso contrário, o ciclo não se completa. Segundo a médica
veterinária Miriam Santos, as grávidas não precisam ter medo, muito menos abandonar seus gatos: “O simples contato com o um animal infectado, com seu pelo ou até mesmo com suas fezes ‘frescas’ não são suficientes para contrair a doença, basta haver a higiene e os cuidados necessários que tudo ficará bem. Não existe motivo para abandonar o seu gato, apenas busque informação na literatura, em fontes idôneas e converse com o médico veterinário de seu animal, que é o profissional capacitado para esclarecer
dúvidas sobre zoonoses e outras doenças que acometem os animais.” Portanto, que fique bem claro que beijar, abraçar, dormir com gatos, acariciar, levar mordidas ou arranhões do seu bichano não transmite toxoplasmose e a possibilidade de contaminação do tutor do gato pelo próprio gato é mínima. O mais comum é que a doença seja adquirida via ingestão de carnes mal cozidas, água contaminada, ingestão de verduras e legumes mal lavados e falta de higie-
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nização das mãos após o manuseio com terra. A prevenção da toxoplasmose se dá com boas práticas de higiene, tais como limpar a caixa de areia dos felinos diariamente, não ingerir alimentos crus ou mal cozidos sem prévio congelamento por 48 horas, não ingerir leite in natura e embutidos não fiscalizados, limpar cuidadosamente qualquer material que entre em contato com carnes cruas, e fazer uso de luvas ao realizar jardinagem. Além disso, evite
que seu gato tenha acesso a rua e, é claro, o animal deve ser vacinado, desverminado e examinado regularmente por um médico veterinário para que se evite qualquer doença. Na dúvid a? Faça uma sorologia, sua e do seu felino, para toxoplasmose. E por favor, não abandone seu animal doméstico. Além de ser crime previsto na lei 9.605/ 98, é também um ato desumano!
Fonte: O Taboaense
O mínimo que você precisa saber sobre a
leishmaniose A história, triste até bem pouco tempo, era o maior pesadelo de donos de cachorros em todo o país: seu melhor amigo ser diagnosticado com leishmaniose visceral canina. Sem cura possível, a recomendação do Ministério da Saúde era clara e deveria ser incentivada por veterinários de todo o país, a eutanásia. Felizmente, não precisa mais ser assim. Há cerca de cinco anos já existem no mercado nacional vacinas com mais 92% de eficiência na proteção contra o leishmania chagasi, protozoário responsável pela doença, além de coleiras que evitam a picada do flebótomo, vetor da doença popularmente conhecido como mosquito de palha. A doença Primeiramente, é preciso entender como esse protozoário se torna a leishmaniose. Tudo começa na picada do mosquito, que libera o protozoário na pele do animal, onde ele se junta às células, começando a se multiplicar em doze horas e podendo, enfim, destruir as células. A partir desse momento o cão se torna não só portador da doen-
ça, mas também seu reservatório, ou seja, caso ele volte a ser picado o mosquito passa a carregar uma versão já evoluída da doença e que pode ser transmitida para os seres humanos. Os primeiros sinais clínicos que um cão infectado apresenta são a perda de pelo e peso, o surgimento de úlceras (feridas) na pele e, em uma fase mais avançada, falência renal e crescimento an or mal das unhas. Mas, é claro, o objetivo é não deixar que as coisas cheguem até lá, então a palavra chave é prevenção!
na sua casa ou apartamento, com o devido cuidado para não infectar seu amigo. Até a idade mínima para a vacinação, o grande cuidado extra que você pode ter é o uso
reponsáveis, hoje, é a Scalibor®. Mas se o seu cão já tem quatro meses de idade, passou da hora e correr atrás da vacinação orientada pelo médico
ser dadas com datas específicas e sem atrasos. No Brasil, atualmente, duas vacinas passaram pelo devido processo de estudos e comprovação da eficácia, a Leish -
cas da doença no sudeste brasileiro, sendo até conhecida em alguns locais como "doença da Rondon [em referência à Rodovia Marechal Rondon]" e sendo a leishmaDivulgação
A prevenção Como a vacina só pode ser ministrada a partir dos quatro meses de idade, os cuidados básicos - principalmente se você tem um filhote - são com o habitat do seu cão, evitando ambientes favoráveis à proliferação do mosquito. Ou seja, cuide bem do seu quintal, se você possuir um, não deixe o matagal alto, lixo acumalado e nem locais com matéria orgânica em decomposição, como o próprio cocô do seu cachorro. Além disso, você pode utilizar inseticidas
de coleiras com u ma substância chamada deltametrina, que afasta o mosquito e pode ser encontrada em pet shops e lojas especializadas em geral. A única coleira reconhecida pelos órgãos
veterinário. O primeiro passo é a confirmação que seu animal não possui a doença, através de exames clínicos, como o de sangue. Em seguida se prossegue com as doses da vacinação, que devem
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Tec® e a Leishmune®. É necessário lembrar que, ainda que a maior incidência da leishmaniose seja no norte e nordeste do país, o interior de São Paulo é uma das regiões mais endêmi-
niose tegumentar americana, um dos tipos de leishmaniose, popularmente chamada de "úlcera de Bauru". Então, nada de brincar com a sorte e, lembre-se, quem ama cuida.
PEIXINHOS
Lavagem do aquário garante ambiente sempre saudável Aquário fica sujo constantemente por vários fatores e requer uma periodicidade de limpeza Comprar um aquário e escolher os peixes não significa que raramente vai ter trabalho. Ele fica sujo constantemente por vários fatores e requer uma periodicidade de limpeza. Estão enganados aqueles que acham que a limpeza é apenas questão de estética para ficar visualmente atraente, mas vale lembrar que a água do aquário é o lar
dos peixes, onde eles passam as 24 horas do dia. É nela que eles comem, respiram, dormem, nadam e deixam os dejetos. Por isso, é importante manter um ambiente sempre saudável para os peixes. No aquarismo, prevenir é o melhor remédio. Manter o aquário sempre limpo e saudável aumenta as chances de se obter sucesso nesse hobby.
Existem muitos fatores que influenciam na su jeir a d o recip iente, como a quantidade e o tamanho dos peixes. Quanto mais peixes, maior será o consumo de ração, bem como a quantidade de dejetos. A qualidade da ração também é um fator a ser levado em consideração. Rações de baixa qualidade, além de ruins para a saúde dos pei-
xes, acabam sujando o aquário, pois são pouco aproveitadas por serem pouco palatáveis. A quantidade de ração fornecida aos peixes também deve ser pensada, evitando assim as sobras, que, além de sujar o aquário, prejudicam a qualidade da água. “Então, para mantê-lo sempre limpo deve-se atentar para esses fatores e ainda con-
Maurício Rapatoni
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tar com a manutenção periódica e um sistema de filtragem bem dimensionado”, diz o aquarista Jockson Melo, graduando em ciências biológicas pela Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Ele explica que o ideal é realizar a manutenção sem retirar os peixes, pois o estresse é bem menor do que retirá-los e isso ainda previne doenças e riscos de acidentes. O sabão ou qualquer outro produto de limpeza não pode ser utilizado de maneira alguma, pois a filtragem do aquário é realizada por colônia de bactérias e é essencial preserválas sempre saudáveis para ter um aquário sadio. Por isso, o ideal é lavar os filtros a cada um ou dois meses apenas com a água do próprio aquário. “Se no filtro houver algum produto para filtragem química, como carvão ativado, é importante a substituição dele periodicamente, pois tem tempo de vida útil”, ressalta o aquarista. A principal dica para cuidar da limpeza de um aquário é realizar trocas parciais de água. A quantidade a ser trocada bem como a per iodicidade pode variar um pouco dependendo do tipo de aqu-
ário, mas em geral trocase cerca de 15% a 20% do volume de água do aquário por semana. “É importante ter o cuidado de renovar a água com os mesmos parâmetros da que foi retirada. Porém, um passo muito importante para que essa troca seja eficiente é utilizar um sifão próprio, um tipo de dispositivo para transportar um líquido de uma altura para outra mais baixa. Dessa forma, é possível retirar a água do fundo do aquário, onde se concentram a maior parte das restos de comida e dejetos dos animais”, explica Jockson. Por fim, para manter o aquário esteticamente bonito, é importante limpar os vidros para retirada das algas. “Para isso, podemos utilizar limpadores magnéticos específicos ou mesmo uma esponja macia, sem nenhum tipo de sabão”, ressalta o aquarista. Para aqueles que querem ter menos trabalho com o aquário, é bom se atentar para a escolha dos peixes. “Existem algumas espécies de peixes e invertebrados que auxiliam na limpeza, pois são comedores de algas.” (Estado de Minas)
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Legitimidade Legitimidade da defesa da defesa animal
animal
* Dr. Paulo Cesar Gracia Bernardo Filho
E
m tempos de confrontos judiciais pela custódia de animais domésticos, cães e gatos legítimos herdeiros de legados milionários, a defesa do direito à vida e integridade física desses seres indefesos é obviamente algo a ser discutido.
visando proteger de forma rigorosa a fauna e flora nacional com garantias previstas pela Constituição Federal, não existe o mesmo rigor e cuidado ao descrever qualquer forma de vida se não a humana. Basta uma br eve análise da legislação bra-
Em 1998 a lei foi recebida de forma positiva pela sociedade
Seguindo a linha de raciocínio da evolução das relações cotidianas entre homem e animais, é notória a necessidade de alterações legislativas objetivando a adequação do ordenamento jurídico as ideologias e concepções do mundo moderno. Ao mesmo tempo em que a legislação brasileira possui uma clara preocupação ambiental,
criando medidas protetivas das mais variadas formas a fim de zelar pela integridade da pessoa humana, a mesma Constituição não traz qualquer referência à dignidade e integridade da vida animal. Em paralelo, com afinco de proteger e garantir a integridade de animais seja eles silvestres ou domésticos a lei 9605/98 apresentou em seu artigo 32 o seguinte texto: Art. 32. Praticar ato
de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa. A preocupação do legislador em proteger a integridade física dos animais fica evidenciada pela criação de tipo penal com o escopo de punir eventual agente criminoso que venha a lesar ou mesmo retirar a vida do
ser tutelado pelo texto legislativo, tendo assim causa de aumento de pena prevista pelo parágrafo segundo. Em 1998 a lei foi recebida de forma positiva pela sociedade, mesmo entendendo que as sanções previstas no dispositivo resultariam em penas alternativas ou suspensões pr ocessu ais oriundas da leviandade do
d iv íd u o s , evolução essa que muda a forma de ver e entender o mundo e todos que vivem ao seu redor. De forma errônea, porém necessária em um país engessado por políticas burocráticas, o judiciário é obrigado a “legislar” de forma autônoma,
É inequívoca a preocupação da sociedade moderna com o bem-estar dos animais
sileira para entender a falta de congruência entre as garantias constitucionais, a concepção de personalidade do Código Civil e as sanções criminais do Código Penal. Enquanto a Constituição Federal de 1988 traz em seu artigo 1º, III a proteção exclusiva a dignidade da pessoa humana, proteção essa que ecoa para toda legislação
castigo. É inequívoca a preocupação da sociedade moderna com o bem-estar dos animais. Entretanto como de costume no Brasil as alterações legislativas não acompanham a evolução natural dos in-
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mudando a interpretação da legislação vigente, criando jurisprudências que se adequam a necessidade do cotidiano brasileiro. Assim ocorreu no âmbito das guardas e tutelas. O judiciário de forma absolutamente corre-
ta entendeu que o apego dos tutores por seus animais era equiparado ao vínculo existente entre pais e filhos, devendo assim ser respeitado o sentimento das partes em participar do convívio do animal. O judiciário brasileiro já divide da ideia clara que por mais que cães e gatos sejam considerados semoventes (bens que se movem por conta própria) é inegável a troca de afeto entre os mesmos e seus tutores, devendo a guarda ser compartilhada entre o casal no momento da separação. Por uma questão óbvia pode se concluir que os animais ganharam ao longo dos anos posição semelhante à de seres humanos, tendo sua vida e integridade físicas
tutela d as por legislação especial, tal qual o judiciário de fato comprovou que existe um laço afetivo entre animais e seus donos, equiparando os pressupostos de guarda compartilhada a questão. Diante de tal reflexão resta analisar o dogma previsto no artigo 25 do Código Penal: Art. 25 – “Entende-se em legíti-
previstas pelo Código Penal, excludente essa obviamente lastreada no artigo 1º, III da Constituição Federal, objetivando assim a proteção da dignidade da pessoa humana, que se encontrando em situação onde sua integridade física ou a de terceiros é ameaçada, tem a legitimidade de usar o uso moderado e proporcional da força para repelir a agressão. O referido artigo 25 pelo seu próprio texto deixa evidente a possibilidade de fazer uso dos devidos meios para a proteção do direito constitucional a vida e integridade física de terceiros, usando as palavras direito e outrem. A palavra direito traz a clara obrigação de previsão legal de um direito tutelado, devendo existir guarnição legal do bem jurídico ameaçado. É notório o direito a integrida-
Considerando animais como objetos, simples ativos de patrimônio, injustiças e atrocidades continuaram a existir ma defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. O artigo em questão é uma das claras causas de excludente de ilicitude
de física dos animais, estando comprovado pela Lei 9605/98 que evidência o pressuposto de direito previsto no texto do artigo 25 do Código Penal. Por mais branda que as penas para a lesão da integridade física de ani-
mais sejam, elas são tuteladas pelo ordenamento jurídico, podendo sim sofrer injusta agressão seja ela atual ou iminente, sendo possível assim ser repelida por outrem. Existindo um direito e uma ameaça, se torna presente a possibilidade de usar meios necessários para repelir tal injustiça. Atualmente o judiciário Brasileiro não entende que a excludente de ilicitude da legítima defesa pode ser aplicada para crimes onde a violência repelida por terceiros é contra animais, vez que o entendimento das cortes superiores é que o peso da vida humana supera a vida animal, não sendo uma equação proporcional lesar ou arrebatar a integridade humana em troca de um animal. Mesmo embrionária a tese de legítima defesa em favor dos animais tem claro embasamento jurídico. Sendo evidente que animais são titulares de salvaguarda do estado, devem por notória analogia ser protagonistas da proteção de direitos por terceiros em caso de violência ou grave ameaça. Dentro de um estado democrático de direito , on de animais tem equiparação jurídica proporcional a de um filho, tendo sua guarda compartilhada e sua proteção à integridade física tutelada de forma absoluta por legislação extrava-
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gante é inaceitável um terceiro de boa fé não se eximir da responsabilidade de um eventual fato típico por conta de uma omissão legislativa. Em um país onde jurisprudências não são respeitadas e constantemente os tribunais superiores mudam seu entendimento da água para o vinho, a melhor forma de garantir direitos aos animais e a aqueles que os protegem é através de alterações legislativas simples, mudando a forma com que o Código Civil en cara ser es não humanos. A simples alteração da natureza jurídica dos
animais já é o suficiente para estender centenas de direitos cabíveis aos mesmos. Considerando animais como objetos, simples ativos de patrimônio, injustiças e atrocidades continuaram a existir. Em um estado de direito não é aceitável e muito menos humano aceitar que animais sejam torturados e mortos perante nossos olhos e nada possa ser feito, animais não são objetos, são seres conscientes, sentem dor, criam vínculo afetivo, cabe a nós seres humanos atribuir o valor devido e legítimo para essas criaturas indefesas.
* Dr. Paulo Cesar Gracia Bernardo Filho é sócio do Gracia Bernardo Filho Advogados, pós graduado em direito penal e direito processual penal, atuante na justiça criminal e ativista da causa animal. Atua há alguns anos de forma pro bono em causas criminais que existam interesse ou defesa dos animais.
Canil: lar (nem sempre), doce lar
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nimais soltos pela rua sempre chamam a atenção de quem é apaixonado por pet. Nas redes sociais, é fácil encontrar fotos com pedidos de ajuda, denúncias e apelos para adoção ou abrigo temporário para bichinhos qu e vagam sem a companhia dos donos. Parte deles acaba sendo abrigada no Canil Municipal, órgão que exerce um papel importante dentro das políticas públicas de bem-estar animal, mas que desperta diferentes sentimentos
na população. Atualmente, o Canil abriga cerca de 250 cães e 140 gatos; faz uma média de 80 doações ao mês, além de oferecer, gratuitamente, em torno de 2.500 castrações e 3 mil consultas ao ano. Segundo o diretor do Departamento de Defesa e Controle Animal da Prefeitura de São Carlos, Jilverson de Moraes, o atendimento segue critérios bem definidos, que levam em consideração o que é melhor para o animal e o que prevê a
legislação. Ele garante que todas as solicitações que chegam ao setor são registradas e avaliadas e o atendimen to é feito seguindo uma ordem de prioridades. A conscientização da população - feita por meio e orientação e fiscalização - é uma das principais missões do departamento chefiado por Moraes, que afirma que o recolhimento é seletivo. "O Canil não é um depósito, mas um abrigo para animais que estejam em risco ou colocan-
do alguém em risco", esclarece. Ele explica que há casos de animais que vivem soltos e estão em boas condições, por isso não são abrigados. Diz ainda que não consegue suprir todas as necessidades de um animal recolhido que, embora tenha abrigo, água, comida e atendimento veterinário adequado no Canil, muitas vezes, sucumbe por sentir a falta do carinho dos antigos donos ou não se adaptar à vida nova. Um dos críticos do Gabriel Carmelo Caldas
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trabalho do Canil é o engenheiro de produção Fernando Simões de Vicente, que contesta a superlotação das baias e a falta de triagem dos animais que chegam, o que acarretaria brigas entre eles e até mortes. Há um ano ele acabou se comovendo com a história de um cão sem raça definida, abandonado pelos v er d adeiro s do n o s e que, segund o ele, até hoje chora muito devido ao trauma que passou ao ser levado para o Canil e colocado num espaço modesto, junto com outros 15 animais. Vicente reconhece que há coisas que funcionam bem no abrigo, como averiguação de denúncias e a oferta de castração, mas acha que é preciso melhorar. Sugere, por exemplo, o aumento no número de baias e que o órgão adote um sistema para divulgação diária dos animais resgatados e dos que estão para adoção, o que considera uma medida fácil e de baixo custo. Também engenheira, Thamiris Chinalia Pomponio, aprova o trabalho do canil, mas cobra mais eficiência. No mês passado, ao ajudar uma amiga que testemunhou um cão sendo abandonado em uma rua movimentada, foi informada que o abrigo estaria lotado e
que, por ser sábado, deveria tentar conseguir vaga para o animal na segunda-feira. Para ela, deveria haver mais vagas e disponibilidade. "Que as autoridades façam a sua parte e as pessoas sejam conscientes e cuidem dos bichinhos". Ap esar d e nem sempre contentar a todos, o responsável pelo Departamento de Def esa e Controle Animal garante que São Carlos é referência em proteção animal para outros municípios e considera a vontade política e a união de esforços de vários setores em defesa da causa animal como um diferencial que a cidade possui. A população pode entrar em contato com o Canil, de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h, através do telefone 3374 3239. Denúncias também podem ser encaminhadas à Secretaria de Serviços Públicos, que funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 12h e das 14h às 17h, e atende pelo telefone 3362 1302. Interessados em escolher um animal para adoção podem visitar o Canil em qualquer dia da semana, das 13h às 16h 30. O abrigo fica na Estrada Côn ego Wash in gto n José Pera, s/nº, mais conhecida como Estrada da Água Fria.
O importante trabalho das associações de amigos dos bichos Gob, Peppa, Ameixa, Lobinho e Fred. Udi, Sushi e Boy. Costelinha, Carambola e Luna. Parece escalação de time de futebol, mas são os cães que estão para adoção na O NG Cachorro Ajuda. Ao todo são 15 animais para adoção nesta ONG que é mantida graças ao trabalho voluntário de pessoas com a Aline Becaro, 34, farmacêutica, que doa boa parte do seu tempo na ajuda aos animais geralmente abandonados. As associações fazem o trabalho bem parecido com o do Canil Municipal, só que mais humanizado. A “Cachorro Ajuda”, que nasceu em 2011, centraliza suas ações em uma casa no bairro São Carlos 2 e suas atividades são divulgadas através de duas páginas no facebook. A casa prima pela limpeza. Os comedouros limpíssimos em um ambiente de muito amor, onde cada ajuda é muito bem recebida. Aline conta que a ONG tem diretoria e 15 voluntários ativos, que sobrevive graças a doações. “Nossos colaboradores são fiéis e sem eles este trabalho não seria possível”, agradece Aline. Voluntários também ajudam oferecendo suas
casas como lares temporários aos “aumiguinhos”. “A gente tem cinco animais em lares temporários”, conta Aline. Mas o processo de adoção não é simples. O animal só é liberado quando vacinado, castrado e vermifugado. O pretendente passa por uma entrevista e se for apto, assina um termo de responsabilidade para levar o animal. “Com esse rigor, a chance do animal retornar é pequena”, explica. E todos os bichinhos ali tem uma história interessante, como a da Peppa, de um ano, que foi criada em um chiqueiro e até pouco tempo ela se achava uma porquinha. “Ela tinha e ainda tem os hábitos de um porquinho e que agora estão mudando. Até latir ela começou”, conta Aline. Seja um colaborador da Cachorro Ajuda. Faça sua oferta nas páginas do facebook da entidade. Patrulha Animal Outro grupo de amigos que faz um trabalho interessante no resgate e readaptação de animais é o Patrulha Animal, uma discidência da Cachorro Ajuda. Segundo o engenheiro Fernando Simõesde Vicente, um dos seis voluntários do grupo, eles fazem o resgate de ani-
mais atropelados, doentes, no cio, abandonados, cuidam e depois encontram um lar definitivo. O grupo foca em todos os tipos de animais. “Já resgatamos tartarugas, papagaios, pombas e muitos outros”, conta Fernando. O grupo não tem sede. Estes animais resgatados ficam em lares temporários, geralmente dos próprios voluntários. “O qu e temo s é uma edícula, emprestada, que usamos como berçar io . Não é bem uma sede”, explica Fernando. O financiamento do grupo é na maioria das vezes feito pelos próprios voluntários, e que encontram em empresas como a Academia Crossfit e Let’s Pizza parcerias que geram renda para a associação. Fernando conta que a paixão por animais começou em 2013, quandosurgiu a oportunidade de sua casa ser um lar temporário. Hoje ele tem vários bichos em casa, todos ado tados, inclusiv e o “Francisco”, cachorro bem velhinho, resgatado no dia de São Francisco de Assis. “É um trabalho gratificante e que a gente arruma muitos amigos. Cada pessoa que adota vira um amigo”, conta. No tempo em que
Aline, esquerda, explica a ONG Cachorro Ajuda: “Somos uma ONG protetora de animais em São Carlos, que resgata, conscientiza, castra, vacina e busca um lar definitivo e responsável para os nossos peludinhos. Recebemos doações de ração, trabalho voluntário, em dinheiro, compra dos nossos produtos, lar temporário e mensalistas. Visite nossa página no facebook e nos ajude a fazer a diferença”
participa, Fernando já acompanhou mais de 70 adoções. “Tem casos muito legais de adoção como a de uma república de estudantes que era lar temporário, e tinha uma estudante do Pará, que se
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apaixonou pelo cãozinho. Mas a aluna ganhou uma bolsa de estudos em Portugal, e ela só foi para o exterior depois que sua família mandou buscar o cachorro e levou para a sua casa lá no Norte do país”, conta.
“É mu ito gratificante quando dá certo”, finaliza. Para adotar e colaborar com a Patr ulha Animal, en tre em sua página pelo facebook e faça sua of er ta. Será muito bem-vinda.
O convívio entre crianças e gatos rão de ser tomados alguns cuidados para que seja proporcionado o bem-estar a ambos e para que a sua convivência seja pacífica, mas não é uma tarefa difícil ou impossível. Por norma os gatos domésticos são animais sociais e completamente capazes de criar laços com crianças ou adultos, mas não devemos esque-
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em sempre é vista com bom olhos a convivência entre crianças e gatos. O medo
do animal magoar a criança muitas das vezes fala mais alto e evita-se o contato entre eles. Le-
vando até a comportamentos extremos de se abandonar o felino. Obviamente que te-
cer que que são inseguros e assustadiços por instinto, pelo que se deverá ter em atenção situações
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de stress para os felinos. Mu itas v ezes as brincadeiras das crianças po dem ser altamente energéticas e provocar situações de stress para o gato, mas lembre-se que o gato tem o instinto de fugir, e só atacará se estiver completamente encurralado e sem forma de fugir. O ato de ten tar agarrar o gato é intrínseco das crianças, pois estas tendem a confundir os pequenos felinos com brinquedos, cabe-lhe a si ensinar-lhes que um gato não é um brinquedo, e que não devem tentar agarrálo ou tratá-lo mal. Ensinar a criança a chamar o gato com tranquilidade, possivelmente tentan do captar a sua atenção com uma guloseima ou um brinquedo que o animal goste particularmente, é uma das tarefas mais árduas, mas uma vez conseguida a convivência entre ambos será prazerosa.
Não deverá esquecer que os gatos possuem unhas afiadas e dentes. As brincadeiras dos felinos passam muitas vezes por ferrar o dente em mão alheia ou tentar “caçar” um pé descalço, o que poderá provocar alguns arranhões incômodos. Uma forma de evitar estes percalços é encontrar brincadeiras para a criança e o gato que não envolva muito contacto direto. Por exemplo, bolas que saltam ou outros objetos que o gato consiga perseguir são bons brinquedos para entreter crianças e gatos. Quanto mais entretidos estiverem com estes jogos, menos probabilidade existe de a criança tentar agarrar o gato à força ou deste tentar caçar uma perna desprotegida. A convivência entre crianças e gatos é possível e fácil, cabe-lhe a si proporcionar bom ambiente para que se possam relacionar.
Laíde:
a voz e a vez dos animais N
ão há como falar so br e amor aos animais na cidade de São Carlos sem mencionar o nome de Laíd e das Graças Simões. Aos 63 anos - metade deles dedicados aos amigos de quatro patas ela se desdobra entre as atividades parlamentares na Câmara Municipal, onde exerce o qu arto mandato de vereadora, e os cuidados com os 12 cães e 13 gatos que mantém em casa. Em sua trajetória, coleciona histórias de resgate e recupe-
para a criação de políticas públicas que se tornaram referências para outros municípios. Laíde herd ou da mãe o amor aos animais e a coragem para lutar por eles, mas foi só em 1984, ao acompanhar o parto de uma cadela, em casa, que deu início ao que considera sua missão. Militou durante anos para co nseguir estrutura e atendimento adequado para cães e gatos abandonados, participou da instalação do núcleo local da UIPA (União Interna-
Os animais se adaptam fácil ao meio em que vivem e à rotina de seus
ração de animais em risco, algumas críticas, várias lutas contra o preconceito e um grande orgulho: o de ter conseguido dar voz aos bichos, mudar o comportamento das pessoas e colaborar
cional de Proteção aos Animais) e da ONG Arca de São Francisco e enfrentou dificuldades para conscientizar e convencer pessoas da necessidade de tratar, castrar, acolher e acima de tudo, respei-
tar os bichos. Viu na política um instrumento para fazer com que suas lutas recebessem atenção e valorização. Se, por um lado, conseguiu maior visibilidade, por outro, atraiu também as críticas, coisa que ela parece tirar de letra, ao reconhecer que avalia as feitas por pessoas que conhecem o trabalho. "Considero normal, partindo de pessoas que desconhecem o que realmente é feito. Acredito que quem acompanha e vive próximo da minha rotina diária, sabe o que é feito, como e porque", pondera. Quem pensa que esta apaixonada por pets escolheu os 25 companheiros pela beleza ou temperamento, está enganado. Os animais que ela possui em casa são idosos, doentes, mutilados e debilitados, que precisam de atenção especial e que, de uma forma ou de outra, acabam sendo encaminhados a ela. Além de bancar os custos e dar carinho, a rotina de Laí-
de inclui tarefas práticas como banho, limpeza das instalações e preparo da alimentação, coisas que precisam ser feitas todos os dias. "Não tem Natal nem feriado!", comenta. Mas nem só de desafios é feita a história de Laíde. Uma das passagens mais marcantes e comoventes de sua vida teve final feliz. "Foi sobre um cãozinho de pequeno porte que eu avistava na
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região da Avenida Sallum, diariamente, quando descia para o Canil Municipal. Tentava pegar e ele, arisco, fugia. Um dia parei com minha Brasília, abri a porta e ele subiu no banco do passageiro e me adotou", conta se referindo a Loirinho, que morreu em junho de 2009. "Viveu comigo 10 anos e tivemos muitos momentos pitorescos, pois me acompanhava nos atendi-
mentos diários", recorda. O legado de Laíde será o seu trabalho. "A criação das políticas públicas relacionadas ao assunto, é minha mais importante conquista, pois possibilita o atendimento amplo e coletivo aos animais. Apesar das dificuldades e limitações (elas) têm funcionado satisfatoriamente, tornando-se referência no Estado de São Paulo", finaliza.
Animais exóticos x silvestres: você sabe a diferença? Tráfico e criação de animais selvagens em casa são proibidos e podem dar cadeia. Confira quais os animais permitidos por lei e que procedimentos são necessários para adquirí-los
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t u a l me n t e , muitas pessoas têm escolhido bichos excêntricos em vez de pets como cães, gatos ou aves. Porém, ainda há muita confusão sobre as diferenças entre animais exóticos, silvestres e domésticos. No caso dos exóticos, eles tem autorização para serem criados em casa como os ferrets (foto), a lebre-européia, o
esquilo da mongólia, a tartaruga-mordedora, a tartaruga-japonesa, a cacatua, a arara da patagônia, o sagui e o porquinho-daÍndia – de acordo com o número de registro correto do animal e a emissão de nota fiscal comprovando que tudo está dentro da lei. Já os animais silvestres ou selvagens são encontrados em florestas,
rios e oceanos brasileiros. Exemplo: o lobo-guará, a onça-pintada, o micoleão-dourado, a piranha, o boto, o curió e a capivara são animais silvestres nativos. Existem também os animais silvestres exóticos de outros países: o leão, o tigre, o elefante, o pavão e o canguru. Não é per mitido manter em cativeiro animais silvestres. Somente zoológicos, entidades científicas e outras exceções, com a autorização do IBAMA ou de autoridade competente são permitidas a realizarem esse tipo de prática. É considerado tráfico de animais pessoas que retiram os bichos selvagens de seus ambientes naturais para vendê-los, o que acaba prejudicando o próprio animal e causando um desequilíbrio em ecossis-
temas naturais. De acordo com a “Lei de Crimes Ambientais”, quem tem ou vende um animal silvestre está sujeito a prisão de seis meses a um ano, além de multa. O tráfico é o terceiro maior negócio ilegal do mundo, atrás do tráfico de drogas e de armas. Segundo dados da ONG PEA (Projeto Esperança Animal), estima-se que ele movimente mundialmente cerca de US$ 10 bilhões por ano. No Brasil, 10% a 15% do comércio mundial, o equivalente a US$ 1 bi a 1,5 bilhão por ano, e cerca de 100 mil animais silvestres apreendidos anualmente, representam, infelizmente e somente uma pequena parcela do que é traficado.
Andressa Monteiro
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Denuncie Caso você encontre um animal silvestre perdido e/ou machucado, ligue para um zoológico, uma entidade de defesa e proteção animal, ou para a prefeitura de seu município e peça ajuda à Secretaria de Meio Ambiente ou ao departamento responsável pela Vigilância Sanitária. Além disso, não toque no animal, pois você pode, sem querer, machucá-lo. Deixe para um profissional realizar o trabalho de resgate e primeiros socorros. Se você souber de alguém vendendo ou mantendo um animal silvestre preso e sem autorização, denuncie pelo órgão “Linha Verde”. O atendimento é 24 horas e o telefone de contato é: 0800-618080. Outra opção é a Rede Nacional de Controle de Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) – E-mail: renctas@renctas.org.br. Tenha em mente que comprar um animal por pena apenas servirá de incentivo para que os criminosos adquiram ainda mais novos animais para venda, incentivando ainda mais o tráfico.
O que eu preciso saber antes de ter um
PORCO Se for comprar, ele pode custar até 2 mil reais
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m 1995 um porquinho ganhou as telas do cinema e, além de sete indicações ao Oscar e mais de 250 milhões de dólares em bilheteria, o filme Babe, o porquinho atrapalhado chamou a atenção para a inteligência e carisma dos porcos (estudos indicam que os porcos estão em terceiro no ranking da inteligência animal, perdendo apenas para os macacos e os golfinhos). Mais recentemente, celebridades como Paris Hilton e Miley Cyrus encheram seus Instagrams posando com seus porcos de estimação. Junte isso aos recentes avanços nos cruzamentos de raças que permitiu o surgimento de linhagens de mini porcos e você tem o mais novo sucesso do mundo dos pets, os porcos! Mas se você gosta da ideia de ter um amigo de estimação um pouco diferente, será que o porco é uma boa ideia? Por ser um animal que faz parte da alimentação de boa parte das pessoas, os porcos sofrem com vários estigmas e
preconceitos. É preciso saber, primeiramente, que o fedor associado aos porcos é fruto do fato de que, como eles não transpiram, precisam se refrescar, o que, em criações para abate, se acontece na lama, que se mistura com urina, fezes e ração. Então, dando uma pequena piscina (daquelas infláveis), por exemplo, para o porco e mantend o seu a mb ie n t e limpo, não h á co m o que se preocupar. Porcos tr ad icio nais podem chegar a pesar 100 quilos, logo precisam de muito espaço. Os mini porcos pesam entre 20 e 30 quilos, e são uma boa opção para pessoas que moram em casas menores ou apartamentos razoavelmente espaçosos. É preciso lembrar, também, que porcos podem chegar a viver trinta
anos, se apegam ao dono e criam laços sólidos com humanos, então não são bichinhos descartáveis e abandonar um porco (ou um por-
Cuidar de um porco também, não é uma ideia barata. A pele, que é bem parecida com a nossa, é sensível e exige cuida-
quinho) por não conseguir lidar com suas necessidades não é menos reprovável do que fazê-lo com gatos ou cachorros.
dos como o uso de protetor solar se o animal for passar o dia exposto ao sol e o banho deve ser f requente e dado com xampu neutro.
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A alimentação também é uma questão importante, como co nta Giov an a Hayworth, 23, terapeuta ocupacional e dona de uma porca de estimação chamada Coca, "tem que preparar toda a comida, não existe ração balanceada como de outros pets, só tem ração de engorda, de cr iação , sab e?", o u seja, frutas, le gu me s, grãos e sementes com variedade e boa quantidade. Mesmo o pr eço, n o caso de mini porcos, pode ser um problema, já que eles podem chegar a custar até 2 mil reais. Um ponto delicado sobre ter um porco em casa é que a maior parte das legislações municipais hoje em dia proíbe a criação em perímetro urbano, mas não diz nada sobre ter um porco como ani-
mal de estimação ou sobre os mini porcos, então pode ser uma boa ideia consultar os órgãos responsáveis da sua cidade e, se for o caso, do seu condomínio, para evitar problemas. Por outro lado, é importante ressaltar que porcos são ótimas companhias e muito inteligentes, até mais fáceis de adestrar do que os cachorros. Facilmente você pode ensinar seu porquinho a fazer xixi e cocô em local determinado e desenvolver várias brincadeiras com ele, como conta Giovana, "é bom sempre olhar pro porquinho com os olhos de quem vê um ser que é companheiro, brincalhão e que oferece amor, que tem uma alma mesmo. Eles são seres bem sensitivos (...) eles até se reconhecem no espelho!". Então, se você quer um amigo para uma vida e tem condições de dedicar o tempo, esforço e o carinho necessário, ter um porco pode não ser uma ideia tão estranha assim.
Quero um pássaro, será que dou conta? Confira o que você precisa saber para escolher o seu pássaro
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uando alguém faz a escolha de ter uma ave como seu fiel companheiro, o primeiro passo é descobrir qual pássaro é o ideal. A variedade de espécies é imensa, e essa etapa é um desafio por si só. Escolher pela beleza? Pelo canto? Ou por algo que talvez você tenha visto em um filme e achou interessante? A realidade é que você deve pesquisar bastante, pois cada pássaro irá construir um relacionamento diferente com seu dono.
Aves da familia das araras e papagaios, por exemplo, são muito inteligentes. Podem aprender a falar, realizar truques e certamente serão muito carinhosas com seus donos. No entanto são caras: uma Arara pode chegar a custar 70 mil reais, um Papagaio Africano Cinzento dificilmente sairá por menos de 12 mil reais. São extremamente inteligentes e cativantes, além de serem lindos, e serão companheiros de seu dono por muitos anos,
pois a média de vida dessa familia de aves é de 60 anos. Então, é um compromisso para a vida toda. Se optar por pássaros como o Cardeal, ou o até canários e periquitos, os cuidados serão outros, as vantagens, como o canto e a beleza, e desvantagens serão outras. Calopsitas e Cacatuas também são bastante populares quando o assunto é pássaro de estimação. São lindas, inteligentes e divertidas, mas também requerem muitos cuidados. Por isso, antes de escolher qual será a espécie eleita, pesquise bastante, converse com donos experientes e, se resolver, inclusive, optar por várias espécies e construir um viveiro bem alegre, lembre-se de checar o temperamento dos bichinhos que pretende colocar lá, já que algumas espécies podem ser altamente territorialistas e agressivas, enquanto outras só serão realmente felizes se tiverem um par. Se quiser um pássaro que cante lindamente, a escolha é uma, se quiser um verdadeiro amigo que interaja com v o cê e até mesmo aprenda truques a escolha é outra.
Veja aqui algumas caracteristicas básicas de alguns dos mais populares pássaros de estimação: Ca ná rios - são mais comuns, a maioria sendo amarela e medindo entre 12,5 e 13,5 cm. É um pássaro resistente que se adapta a temperaturas quentes e frias. Seu canto é considerado um dos mais belos. Preferem ser os únicos da gaiola. Não precisam de muita atenção e nem sentem falta de brincadeiras. São capazes de cantar por um longo período do dia e proporcionar momentos p razero so s e inesquecíveis. Periquitos - são boas aves de estimação, pequenos e fáceis de cuidar. São bem comuns e, justamente por serem pássaros silenciosos e dóceis, gostam muito de brincadeiras. Podem até imitar a fala humana e outros sons, como barulhos da casa. São encontrados em diversas cores, medem em média cerca de 13 cm a 17 cm e vivem cerca de cinco a sete anos, podendo facilmente ultrapassar os 10 anos. São ótimos com crianças, pedem carinho e dão bi-
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cadinhas bem fraquinhas para d emon strar seu amor. Aga po rnes - o nome pode ser pouco conhecido, mas essas aves de origem africana são encontradas nas mais variadas colorações e existem oito espécies, sendo as mais comuns o fisher, o personata e o roseicoles, que são os mais fáceis de se tornarem boas aves de estimação, pois são mais dóceis do que as outras duas espécies. Os agapornes medem em torno de 13 a 16 cm. São aves mais temperamentais se comparadas com as Calopsitas e os Periquitos. É melhor não misturá-los com outros pássaros e garantir apenas um macho dentro do viveiro, pois podem ser bem agressivos e territorialistas. Calopsitas - são praticamente pequenas cacatuas e talvez vivam na companhia do homem há mais tempo do que todas as demais aves. Medem cerca de 30 a 35 cm e existem em doze cores. Vivem cerca de 12 anos e, se bem tratadas, podem chegar aos 20 anos. Uma excelente companhia para famílias e pes-
soas sozinhas, pois são aves que interagem bem com seus proprietários. São ótimas com crianças e, além de carinhosas, são bastante inteligentes e podem aprender vários truques. Papag aios - são várias as espécies de papagaios, a mais procurada no Brasil como animal de estimação é o Papagaio do Brasil, também conhecido como "Verdadeiro", que é considerada a ave mais inteligente que existe, podendo até imitar a voz humana. Ele consegue tal f açanha por apresentar a língua como a nossa, ou seja, carnosa, além de uma estrutura peculiar conhecida como "siringe modificada". São animais de vida longa, podem chegar facilmente até os 80 anos, mas, muitas vezes, devido à alimentação errada, morrem prematur amente. Machos e fêmeas só podem ser distinguidos com exames especiais. Pode medir de 80 a 85 cm e pesa em torno de 400 g. Sua plumagem é predominantemen te v er de, com traços de amarelo e azul, as cores do Brasil, e o bico preto. Fonte: AgendaPet
Pássaros nativos se destacam entre os pets Torneios especializados reúnem criadores profissionais e levam em consideração a boa relação entre a ave e o dono
A
s av es o cu pam um papel no universo pet que vai além de simplesmente fazer a alegria dos donos. Elas movimentam um vasto mercado de produtos especializados, estimulam a socialização de diferentes públicos durante os torneios e são responsáveis também por importantes ações de conscientização e preservação ambiental. Os simpatizantes desta
um segmento que reúne pelo menos 700 criadores na cidade (considerando apenas os que criam pássaros nativos). Esses grupos dedicam-se a cinco tipos específicos de aves silvestres - bicudo, canário, coleiro, curió e trinca-ferro - e seguem uma série de regras para manter a atividade de forma legal. Diferente dos clandestinos, eles possuem documentação dos animais, cri-
Há uma relação de amor do criador com suas aves
atividade não perdem a oportunidade de divulgar a prática, a fim de mudar a cultura de uma sociedade que nem sempre vê com bons olhos o ato de manter um passarinho na gaiola. Pode par ecer estranho, mas o presidente da Associação de Criadores de Pássaros Nativos de São Carlos, João Carlos Spósito, garante que há amor na relação entre o criador e suas aves. Com 40 anos de experiência e 70 pássaros em casa, ele diz que se afastar d elas ser ia como perder um braço. Spósito representa
ticam a caça e apreensão de pássaros na natureza e têm consciência sobre o impacto ambiental trazido pelo manejo. "Conseguimos, por exemplo, reinserir o bicudo, que estava quase extinto", explica Spósito, destacando que a soltura também é feita mediante estudos detalhados. Alguns criadores autorizados visam a atividade comercial. Outros ainda dedicam-se a preparar os pássaros para os torneios, que chamam a atenção pela curiosidade. Nas provas, juízes avaliam o pássaro por modalida-
des, que levam em consideração canto e fibra. Quanto mais vezes (fibra) e com melhor qualidade (canto) a ave se apresentar, melhor a sua pontuação. Para especialistas, o bem-estar da ave e boa interação com o dono fazem a diferença na hora de escolher o campeão. Spósito, que é empresário, rebate a crítica de que este seria um hobby elitizado. Segundo ele, amadores podem conseguir de graça um casal de pássaros solicitando a criadores autorizados, e criar as aves sem precisar
gastar muito com a manutenção. A coisa muda quando o interesse é se tornar um profissional. Uma boa gaiola chega a custar R$ 1500; um pacote de 8 quilos de uma ra-
sas com veterinário. O simples transporte da ave gera despesa, já que não pode ser feito sem que seja expedida a GTA (Guia de Transporte Animal), um documento que é ex-
Uma boa gaiola chega a custar R$ 1.500
ção específica sai por pouco mais de R$ 250; para participar de um torneio o gasto pode chegar a R$ 25 mil, sem contar despe-
pedido mediante recolhimento de taxa. A burocracia, considerada excessiva, é um dos pontos que coloca a
os criadores em conflito com o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Mas, se o desafio é grande, a or gan ização não fica atrás. Os criadores apostam no trabalho da Bancada PET no Congresso - que atualmente reúne 22 deputados - e nos números - que, segundo eles, mostram que o setor movimenta oito vezes mais recursos do que a indústria automobilística - para se fazer ouvir e demonstrar a força que possuem. Alguém duvida disso?
Para Spósito, perder os companheiros seria como perder um braço
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Fotos: João Miguel
Mudança de lar sem estresse Como adaptar cães e gatos à nova casa
A
o mudarmos de casa, é natural que leve um tempinho para que os bichos se acostumem ao novo lar. No novo espaço, cães e gatos podem agir de maneira diferente, porque ainda não reconhecem o local como sendo "seu novo território". Diante do ambiente desconhecido, os animais podem ficar ansiosos, o que por sua vez leva a mais uivos e/ou latidos, mordidas ou arranhões na mobília, raspagens na porta ou xixi em locais errados, por exemplo. Para tornar a mudança menos estressante para o cãozinho ou o bichano, veja como adaptá-los à nova residência seguindo as orientações dos especialistas em comportamento animal. Com estas preciosas dicas, muita paciência e carinho , você e seu(s) amigo(s) vão supe-
rar essa fase com tranquilidade! O grande dia Durante os dias que antecedem a mudança, emb or a vo cê esteja ocupado(a) com a organização e empacotamento dos objetos, é importante manter a rotina do bicho: faça os passeios, brincadeiras e refeições nos horários habituais. No dia da mudança, procure manter o cão e/ou o gato em um local tranquilo. Como na residência antiga e na nova casa haverá bastante movimentação com o entra e sai de pessoas, deixe o animalzinho na casa de um parente ou amigo com quem o pet já tenha convívio ou em uma creche e, somente após a transição, leve-o ao novo lar. No primeiro dia, leve o cão para conhecer os espaços com auxílio
da guia de passeio. Ao sentir o cheiro dos donos pela casa, o animal de estimação fica mais calmo Os primeiros dias na casa O ideal é programar a mudança para uma sexta-feira, para que no final de semana haja tempo para observar o comportamento do pet. Durante os primeiros dias na casa, restabeleça a rotina e evite trocar a ração ou fazer alterações de camas o u brinquedos nesse período, porque mais ações podem ocasionar estresse psicológico e fisiológico. No caso do bichinho ser um gato, proporcione condições para que o ambiente seja "controlado" por ele. Esta é a melhor forma de evitar a ansiedade no bichano e pode ser feita da seguinte maneira: coloque-o pri-
O Golden Retriever Jack descansa em seu novo cantinho
meiro em um cômodo, aguarde que o bicho relaxe e só então libere-o para que reconheça aos poucos os outros ambientes. Se você cria um cachorro, a dica fazer exatamente o o posto: guie-o (com a guia mes-
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mo!) em um "tour" pela residência. O acessório é importante, porque o deixará mais seguro. Nos primeiros dias, nunca isole o cão em um local longe dos moradores, pois ele adora (e precisa) ficar próximo ao seu gru-
po social, em especial, quando ainda não reconhece o lugar onde está. Os cheiros e pequenos truques Durante essa etapa de adaptação mantenha
na nova morada os objetos aos quais o pet está habituado, para que ele reconheça seu próprio odor na caminha, nos potes de água e comida e nos brinquedos e, assim, se sinta mais confortável. Para diminuir a chance do animal ficar ansioso e demarcar o território com o xixi, espalhe o cheiro dos moradores pela residência. Não, você não precisa urinar pela casa... apenas, sente-se nos tapetes e encoste roupas usadas nas paredes e móveis pelos ambientes. Parece u ma dica um tanto estranha, mas acredite: ao perceber o odor do dono pelo lar, o bichinho se sente mais confiante. Uma alternativa é aplicar nos novos espaços feromônios felinos e caninos ou adicionar florais no bebedouro, estas substâncias podem ajudar, também, a atenuar o estresse do gato ou cão. No começo, permaneça sempre junto ao animal enquanto ele estiver no quintal Os arranhadores altos são ótimas opções para a distração
dos gatos no novo lar
sintam confiantes!
De uma casa para um apê
De um apê para uma casa
Os animais de estimação são naturalmente curiosos e exploradores. Ao se mudar para um apartamento, é essencial instalar telas de proteção em todas as janelas para garantir a segurança do pet. Se a dimensão do imóvel for menor do que a da antiga moradia, no caso dos cachorros, tente amenizar a redução de espaço aumentando a frequência e o tempo dos passeios e das atividades recreativas o u, então, busque uma creche para que seu animal possa, durante o dia, co nv iv er com o utro s cães e gastar a energia acumulada. Para quem tem gato(s), enriqueça os ambientes com móveis e objetos que entretêm os bichanos: que tal pen sar em prateleiras como caminhos que ajudam os gatinhos a explorar "as alturas"? Observar o espaço a partir do topo faz com que eles se
Lemb r e-seq ue o cão gosta de ficar com seu gr upo social, por isso, caso se mudepara uma casa com quintal, não o deixe lá fora o tempo todo, porque o bicho pode se sentir abandonado. Durante o processo de adaptação, leve-o para a área externa e brinque com ele, companhe-o em um banho de sol e/ ou, simplesmente, espere-o fazer suas necessidades, para então voltar com ele para dentro da residência. Assim você reforça que não há distanciamento e o deixa seguro ante a nova situação. A frequência de passeios, todavia, pode até ser reduzida e substituída pelas brincadeiras no quintal, mas nunca deixe essa atividade de lado na rotina do cãozinho. No caso dos gatos, nos primeiros dias, atente-se: eles podem tentar fugir da recente moradia e ir atrás do lugar antigo.
Esse é mais um motivo para, no começo, restringir a mobilidade do animal
a um único cômodo. Após o reconhecimento, leve-o aos outros ambientes e só
então, depois de alguns dias, libere o acesso ao quintal.
Os passeios diários mantém Jack calmo e de ‘bom humor’
Fontes: UOL, Alexandre Rossi ("Dr. Pet"), especialista em comportamento animal; André Rosa, especialista no treinamento de animais e Cleber Santos, adestrador e especialista em comportamento animal da ComportPet.
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Lhasa apso
Você já viu esse simpático cachorrinho da foto, certo? Mas você conhece a história por trás de uma das raças mais adoradas e procuradas da atualidade, o lhasa apso? Existem referências ao lhasa que remontam a mais de dois mil anos atrás na região do Tibete e, inclusive, os lhasas são considerados animais sagrados e símbolo de boa sorte entre os budistas tibetanos, tendo sido usados como guardiões dos templos devido ao seu temperamento calmo e atenção aguçada. Os lhasas são tão respeitados entre os tibetanos que alguns acreditam que esses fiéis escudeiros são monges reencarnados que morreram sem atingir o nirvana - uma espécie de libertação espiritual que encerra o ciclo de renascimentos. Apesar de ser uma raça milenar, os lhasas só chegaram ao mundo ocidental, mais especificamente à Inglaterra, nos anos 20, já no século XX. O motivo dessa demora é que os tibetanos não aceitavam vender lhasas e apenas o enviavam para fora de seu território como um presente diplomático, símbolo máximo de respeito e amizade do povo tibetano com outra nação (como os chineses fazer com os pandas!), entregues pelo próprio Dalai Lama e sempre em casais.
Livro Flush: memórias de um cão, Virginia Wolf Em Flush: memórias de um cão, a famosa escritora inglesa Virginia Wolf (1882-1941) escreve a biografia de um cocker spaniel contando, nesse divertido e muito bem escrito relato, suas descobertas, sensações, desejos e a relação de Flush com Elizabeth Browning, poetisa e sua dona tudo isso contado, em primeira pessoa, pelo próprio Flush! Para escrever Flush.. Virginia Wolf se inspirou no cocker de um casal de amigos e, a partir dai, deixou a imaginação fluir para escrever esse relato único e apaixonante, seu livro e maior sucesso comercial. Título - Flush: memórias de um cão Editora - L&PM Preço - R$ 17,90
Filme Sempre ao seu lado É a emocionante história de um cão da raça japonesa akita chamado Hachiko e seu dono, o professor universitário Parker Wilson (interpretado por Richard Gere). Após encontrar Hachiko perdido em uma estação de trem, Parker o adota e desenvolve uma intensa relação com o seu novo amigo, uma relação que vai além da vida. Sempre ao seu lado é baseado em uma história real e é a refilmagem do filme japonês de 1987 Hachiko Monogatari. Além de Richard Gere o filme ainda conta com as presenças Joan Allen e Sarah Roemer, a direção é de Lasse Hallstrom e o filme está disponível na Netflix. Mas aviso: prepare e coração e deixe o lencinho no jeito.
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'Um ano humano é igual a sete anos caninos!' Vo cê com certeza já ouviu essa, cada ano que passa para o seu cachorro são como sete anos para uma pessoa, então para descobrir quantos anos seu amigo teria se fosse um ser humano basta multiplicar a idade dele por sete. Certo? Errado, muito errado. O primeiro ponto é que, diferente do que acontece de maneira geral no mundo animal, cachorros menores vivem mais do que raças de maior parte. Um beagle, por exemplo, vive, em média, treze anos, podendo chegar a muito mais. Um bulldogue, por outro lado, não costuma passar dos sete anos de idade, ou seja, apenas multiplicar por sete, provavelmente, vai te dar uma ideia bem pouco exata de quantos anos humanos seu cão possui. Além disso, as raças possuem desenvolvimentos muito diferentes. Raças grandes demoram mais para atingir a vida adulta, enquanto raças menores têm uma vida adulta mais longeva. Então, essa conta muda até conforme a idade do mesmo animal. Mas vamos facilitar para você e fazer uma aproximação menos grosseira que o famoso um para sete. Se você tem um cão de porte muito pequeno como um chihuahua multiplique por cinco. Maior, como um cocker spaniel, ou até mesmo labrador, faça por seis. Um pastor alemão pede a conta vezes oito e um boxer por nove. Mas para chegar no número mais próximo possível vale consultar uma tabela completa, que pode facilmente ser encontrada na internet. Veredito: MITO
Envie sua foto com seu bichinho para fotinhos@jornaldobichoamigo.com.br que publicaremos gratuitamente. Coloque os nomes. Nesta edição oferecemos a página para a ONG Cachorro Ajuda. Todos eles estão para adoção.
Nome: Fred (3-4 anos, castrado, vacinado, vermifugado); porte médio
Nome: Gob (filhote com 6 meses); porte médio
Nome: Peppa (1 ano, castrada, vacinada, vermifugada); porte pequeno.
Nome: Ameixa castrada vacinada, porte pequeno;
Nome: Lobinho, porte médio, castrado e vacinado.
Nome: Udi filhote 6 meses, porte médio
Família Ponce. Olha o Snoopy aí!
Nicole esperando a mãe voltar de viagem Kevis Freitas
Boy, castrado, vacinado, porte médio
Yeda com a “Adele” e o “Farofa”
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Costelinha (fêmea), vacinada, castrada porte médio
Camila, Rafaela eo “Alfredo”
Sushi, filhote 4 meses
OPINIÃO
Porque adotar um animal! Quais os benefícios? Aline Becaro *
Hoje no Brasil, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimase que exista 20 milhões de animais abandonados sendo em sua grande maioria nas ruas mas podendo também estarem em locais como Centros de Controle de Zoonoses (CCZs), ONGs e nas casas de protetores independentes. Muitas pessoas ainda preferem comprar um animal ao invés de adotar. Respeitamos as necessidades de escolha das pessoas em querer ter um cão de "raça pura", mas se isso realmente for um quesito para levar para casa uma CÃOPANHEIRO para a vida, POR FAVOR, tente adquirir de um criador DECENTE, que respeita a vida do animal e que não explora e os manipula apenas para benefício próprio como o aumento do saldo bancário. Apesar disso, não deixa de ser lamentável pensarmos que muitas pessoas ainda preferem comprar ao invés de adotar um animal, com tantos precisando de um lar. Precisamos entender que eles não são mercadorias, mas seres com sentimentos. Adotar, é um ato de responsabilidade social, pode ser considerado, a primeira forma de ajudar a diminuir o número de animais abandonado, pois ajudamos as instituições a diminuir o número de animais, além de tirarmos vários do corredor da morte em centros de controle animal. Portanto, adotar um animal é valorizar a vida, recuperar uma vida literalmente "jogada fora". Adotar é ensinar verdadeiros valores de responsabilidade, comprometimento e humanidade. Uma segunda forma de diminuir o número de animais abandonados é não permitir que seus animais e de conhecidos procriem. Infelizmente, não há lar para todos, portanto não aumente o problema ajude a diminuí-lo. E isso, só é conseguido através da CASTRAÇÃO que além de diminuir o número de animais traz inúmeros benefícios à saúde animal. Por fim, divulgar essas atitudes contribui e ajuda pessoas bem intencionadas, mas com pouco esclarecimento e informação, a ajudar a diminuir essa realidade. Ter um animal de raça não o faz mais bonito, nem mais importante, pelo contrário os valores são vistos nas atitudes que tomamos. E adotar um animal abandonado, sem raça mostra o valor e a beleza de quem o adota. Mas quando pensar em ADOTAR que seja com RESPONSABILIDADE, é vida, não brinquedo, trazem alegrias, mas também gastos, preocupações e muito trabalho. A aquisição de um animal requer PLANEJAMENTO, a fim de proporcionar uma vida longa e feliz para ambos. Você é responsável pelo aquilo que cativas (Pequeno Principe - livro).
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* Aline Becaro, 34, farmacêutica, faz parte da diretoria da ONG Cachorro Ajuda de São Carlos
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