Revista inside 1ª Edição

Page 1

Junho d e 2015

In�i�� •

RE��S�A

Revista Inside • Ano 1 • nº001

Especial

CIRCUITO DE MUSEUS DE BELO HORIZONTE



Conteúdo

06 | História

PRAÇA DA LIBERDADE: TESOURO MINEIRO

10 | Praça da

LIBERDADE LUGAR DE GENTE LIVRE

24 | Espaço DO CONHECIMENTO UFMG

15 | Museu

27 | CCBB-BH

18 | Casa

30 | Especial

DAS MINAS E DO METAL FIAT DE CULTURA EXPÕE PORTINARI

INTEGRANDO CONHECIMENTO ACESSÍVEL LIBERDADE

21 | Memorial

MINAS VALE: HISTÓRIAS MINEIRAS

3 |


Reitor : Dijon Moraes Júnior. Vice-reitor: José Eustáquio de Brito. Diretora Acadêmica da Unidade Divinópolis - UEMG: Profª Ana Cristina Franco da Rocha Fernandes.

COORDENAÇÃO DE FOTOGRAFIA: Profª Marina de Morais. DIAGRAMAÇÃO: Junio Kemil. FOTÓGRAFOS: Ana Serafim, Daniela Nogueira, João Victor Tavares, Junio Kemil, Matheus Rocha, Vinicius Xavier. COORDENAÇÃO GERAL: Profº Wagner Francis. PESQUISA: Ana Serafim, Daniela Nogueira. PRODUÇÃO: Ana Serafim, Daniela Nogueira, João Victor Tavares, Junio Kemil, Matheus Rocha, Vinicius Xavier. PROJETO GRÁFICO: Junio Kemil. REPORTAGENS: Ana Serafim, Daniela Nogueira, João Victor Tavares, Junio Kemil, Matheus Rocha, Vinicius Xavier. REVISÃO: Daniela Nogueira, Vinicius Xavier.

In�i�� •

RE��S�A

Revista Inside é uma publicação interna e experimental dos alunos do 1° Período de Jornalismo da UEMG - Unidade Divinópolis, como parte do conteúdo aprendido na disciplina de Ética na Comunicação Social, lecionada pelo Prof. Wagner Francis.

Divinópolis, junho de 2015

| 4


AM 880 FM 100.9

A I C N E D I F N INCO

HÁ 79 ANOS,

UMA HOMENAGEM

O GIGANTE DO AR

In�i�� •

RE��S�A

5 |


Praรงa da

Por: Daniela Nogueira

LIBERDADE: LIBERDADE TESOURO

MINEIRO Tel. (31) 3272-9584 circuitoculturalliberdade.com.br fb.com/circuitoculturalliberdade twitter.com/CircuitoLiberda

| 6


danielanogueira

Inaugurada para abrigar a nova sede do poder de Minas Gerais, a Praça da Liberdade, assim como a cidadve de Belo Horizonte, foi cuidadosamente planejada para ser um espaço moderno e urbanizado.

A

APM

Praça da Liberdade em Belo Horizonte encanta a todos que passam pela capital mineira. Localizada na região da Savassi, a praça fica entre quatro grandes avenidas: Cristóvão Colombo, João Pinheiro, Brasil e Bias Fortes. Sua construção teve inicio entre 1895 e 1897, data da inauguração da capital do Estado, com o objetivo de abrigar o poder político de Minas Gerais, desde então a Praça ocupa lugar de destaque na história e no turismo da cidade.

Composta por prédios de arquitetura única, jardins e fontes, a Praça teve seu traçado inspirado no Palácio de Versalhes, na França, detalhe que revela a grande influencia europeia na construção da cidade. Outro monumento que faz parte da composição da Praça é o coreto, construído em 1923, ele já foi palco de discursos de ex-presidentes como Juscelino Kubtischek, e grandes autoridades locais. No centro da Praça, a alameda rodeada de palmeiras imperiais dá ainda mais destaque ao Palácio da Liberdade, que ainda hoje é a sede administrativa do governo do Estado. No fim dos anos 60, a tranquilidade e arborização da Praça começaram a atrair estudantes e artistas que expunham seus trabalhos de artesanato e pintura. Começou assim a feira hippie que conquistou cada vez mais adeptos e visitantes, tornando-se patrimônio cultural e turístico da capital. Posteriormente, no início da década de 90, devido ao risco de degradação ambiental a feira foi transferida para a Avenida Afonso Pena, e atualmente conta com cerca de 3000 expositores.

7 |


anaserafim

| 8

arquivomuseuabíliobarreto anaserafim

Com a construção da Cidade Administrativa em 2010, a Praça da Liberdade deixou de abrigar instituições públicas, e no lugar das secretarias foi criado o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Conhecido por ser o maior circuito cultural do país, ele é integrado por 12 espaços e museus, sendo eles o Arquivo Público Mineiro, a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, a Casa Fiat de Cultura, o Centro Cultural Banco do Brasil, o Centro de Arte Popular Cemig, o Cefar Liberdade, o Espaço do Conhecimento UFMG, o Horizonte Sebrae – Casa da Economia Criativa, o Memorial Minas Gerais Vale, o MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal, o Museu Mineiro e o Palácio da Liberdade.

Hoje, a Praça da Liberdade deixou de lado o aspecto político e se tornou um símbolo de cultura e entretenimento na região, onde a população pode encontrar segurança e lazer de qualidade para toda a família. Com isso, a Praça mantém seu valor histórico, e contribui para a disseminação da memória e da cultura do Estado.

danielanogueira

APM

Além do Palácio da Liberdade também compõem a Praça o Edifício Niemeyer e a Biblioteca Pública Luiz de Bessa, ambos projetados pelo grande arquiteto Oscar Niemeyer, os prédios da Secretaria de Estado de Defesa Social, Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, o Palácio dos Despachos, Secretaria de Estado da Fazenda, Secretaria de Estado de Educação, entre outros.


9 |


Praรงa da

Por: Junio Kemil

LIBERDADE

LUGAR DE GENTE

LIVRE

| 10


U

m dos principais cartões postais da capital mineira, a Praça da Liberdade atrai todos os dias centenas de turistas e moradores para o circuito cultural do qual faz parte. A arquitetura planejada chama bastante a atenção dos frequentadores, mas há outro grande atrativo na praça: o contato com as pessoas que a frequentam. De acordo com a urbanista Joselle Dizeró em sua dissertação de mestrado, a história conta que as praças públicas são espaços dotados de símbolos, que carregam o imaginário, o real, e o marco arquitetônico. É um local de ação cívica. Elas são palco de transformações históricas e sócio-culturais. Desta forma, são fundamentais para a cidade e seus cidadãos. “Constitui-se em local de convívio social por excelência”, diz. Não dá pra imaginar uma cidade sem este tipo de espaço. São nas praças onde todos podem ser livres como o nome diz. É onde todas as tribos podem se encontrar. Entre os jardins da Liberdade podemos nos deparar por exemplo, com empresários caminhando lado a lado com pessoas que nunca viram, artistas se apresentando para um público totalmente alternativo, mendigos conversando com donas de casa, crianças e idosos aproveitando o dia à sombra das árvores. A impressão que fica à primeira vista, é que na praça todos são iguais e livres. É bem verdade que a praça fica localizada numa área nobre e urbanizada, o que dá segurança e facilita a chegada do visitante. A Liberdade é sinônimo de tranquilidade e por isso, grandes grupos praticando caminhadas e exercícios físicos se formam. Pessoas que não se conhecem, mas criam laços através do ambiente aberto e atrativo da praça. Todos podem dividir o mesmo espaço sem distinções, muros ou portões. Não há castas. Essa mistura estimula a interatividade entre as pessoas das mais variadas camadas sociais, algo cada vez mais

raro. As dinâmicas sociais acontecem a todo momento, mesmo que discretas. E como consequência, a praça se torna um lugar de intercâmbio cultural que atravessa as gerações. Luana Ribeiro já frequentava a Praça da Liberdade antes mesmo de seu filho Bernardo (foto) nascer, mas não via muito interesse nos museus do circuito. Hoje aos 2 anos, o pequeno Bernardo brinca entre os jardins da praça e segundo a mãe, o local é muito importante para a formação cultural, social e intelectual de seu filho. “Acho que é importante pra ele não só a Praça da Liberdade em si, mas pra que ele tenha contato com as pessoas na rua”. A interação do filho com as pessoas fez Luana mudar a opinião quanto ao circuito. “Hoje eu só não costumo frequentar os museus, porque como meu filho é pequeno, é quase impossível”, acrescenta. Essas conexões culturais acontecem naturalmente. Enquanto a equipe da Inside conversava com Luana, Bernardo corria para brincar com as claves de João Pedro, o Japah. Ele ganha a vida com malabarismos nas praças de Belo Horizonte. Luana e Japah não se conheciam até então. Mesmo assim, ele se rendeu à criança que se encantou com os malabares, e emprestou os bastões para o garotinho brincar. Japah e outros artistas de rua escolheram a Praça da Liberdade justamente por essa aproximação entre as pessoas. Anna Lua, 25, é um deles. Para ela, é na praça onde mora sua família. “Vim pra Liberdade porque é um lugar ‘daora’, tem as arvorezinhas e não tem tanto movimento, não tem tanto barulho. Me sinto mal na Praça Sete, é muita gente e muita confusão, por isso eu prefiro aqui. Aqui todo mundo é uma família, aqui todo mundo é maluco. E mesmo que você não conheça a pessoa, você já tem uma intimidade com ela, porque ela está vivendo a mesma história que você. Toda vez que algum maluco chega na cidade, ‘a gente se ajuda’, alguns até viajam juntos, a gente colobo-

11 |


junio kemil

ra uns com os outros: é família. Não tem uma cidade que passei, que não tinha alguém que pelo menos conhecia alguém que eu também conhecia. Na praça eu faço meus artesanatos. Eu ganho a vida. As pessoas passam, ‘acham daora’, trocam ideias. Não penso em sair das praças. Sei que o agora é toda hora, se vou estar viva amanhã, eu não sei”. Ao lado de Anna estava sua amiga Jéssica Gomes, 23. Jéssica saiu do norte do Brasil e a exemplo de sua mãe, que hoje vive no Peru, vai de cidade em cidade à procura de liberdade. Todos eles chamam a atenção por viverem em realidades que contrastam com o ambiente ‘elitizado’ da praça e, ao mesmo tempo fazem dela um lugar único e aconchegante.. Os “malucos” da praça estavam ao lado de um grupo religioso que abordavam as pessoas para levar mensagens de paz. Pouco a frente dali, uma empresa fornecia degustação de café para quem passava. Isso mostra a relação entre pessoas e interesses comuns. A praça serve de palco para au-

| 12

torrealização de comunidades e artistas, muitas vezes sem espaço para expor seus pensamentos. Prova disso, é que ouvia-se em alto e bom som Vicente Gonzaga, 37. Vicente é cantor e ator nas horas vagas. Nos finais de semana, enquanto caminha ao redor da Praça da Liberdade, ele canta músicas populares para todos que frequentam o local ouvirem. Segundo ele, a escolha da praça como palco tem motivo simples: “É porque aqui tem gente. Tem pessoas para me ouvir. Aqui todo mundo pode a dar opinião. Por isso eu venho e canto música popular brasileira. Como eu sou um artista popular, a minha intenção é brincar com a imaginação, com a fantasia das pessoas. É claro que eu sei o que posso ou não fazer: tenho limites. A minha intenção é passar essa mensagem pras pessoas, para que elas tenham um dia mais feliz, um dia melhor. Uma pessoa atenta, consegue pegar uma informação através da música para viver em sociedade. Eu venho pra fazer o meu teatro. Não faço isso por trabalho, às vezes eu até ganho, mas pra mim isso é um hobbie. Assim


me divirto e acabo divertindo os outros. Infelizmente não tenho a oportunidade de viver só da arte, mas é gratificante”.

junio kemil

junio kemil

É importante perceber que histórias como essas se cruzam todos os dias na Praça da Liberdade. Gente que encontra um ambiente adequado para o convívio em sociedade. Mas pra essas trocas culturais acontecerem, não deve haver pré-conceitos, é fundamental ter a sensibilidade de apreciar esses lugares não só como centros de lazer, mas como ambientes de formação cultural.

13 |


| 14


Por: Vinícius Xavier

Tel. (31) 3716-7200 mmgerdau.org.br casafiat@casafiat.com.br fb.com/mmgerdau instagram.com/mmgerdau twitter.com/mmgerdau

Por: Vinícius Xavier

divulgação

Museu das Minas e do Metal

Conhecido como Prédio Rosa da Praça da Liberdade, abriga um importante acervo de duas das principais atividades econômicas de Minas Gerais: a mineração e a metalurgia.

divulgação

Algumas dessas riquezas foram levadas para o exterior pelos europeus na época do Brasil Colônia. Porém, restaram resquícios de diamantes, ouro, prata e demais minérios no estado.

A empresa alemã Gerdau em parceria com o Governo de Minas instalou um museu em um dos prédios históricos da Praça da Liberdade. A construção datada de 1895 tinha o objetivo de abrigar a Secretaria do Interior, que posteriormente sediou a Secretaria de Educação. Projetado pelo arquiteto José de Magalhães, o edifício obedeceu ao padrão arquitetônico adotado em todas as construções planejadas pela Comissão Construtora da Nova Capital – o estilo eclético, com

predominância de elementos neoclássicos franceses. O ousado edifício MM Gerdau – Museu de Minas e do Metal foi tombado como Patrimônio Cultural em 1926 e faz parte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade. O espaço é bem contemplado com a arquitetura europeia, mas em seu interior, nas peças em exposição, conta com a avançada tecnologia alemã, ajudando os visitantes a obterem a melhor experiência e também conhecer a origem de todas as pedras. Dentro das salas é possível passar por toda a história geológica das pedras preciosas, e a casa ainda concilia a visita técnica com o contexto mineiro, mostrando onde eram encontradas as preciosidades e o caminho do ouro, de Vila Rica as zonas portuárias brasileiras. A estrutura interna é fantástica. A tecnologia do museu possui sistemas de som ambiente e comunicação inteligente por gravações, feitas quando

divulgação

M

inas Gerais é mundialmente reconhecida pelas suas belas paisagens e sua culinária, mas além disso, também é famosa pelas pedras preciosas e a mineração guardadas em suas cidades históricas, como Ouro Preto, Diamantina e Mariana.

15 |


divulgação

divulgação

jomarbragançca

os recipientes onde se encontra as pedras são abertos, além de ainda contar com uma máquina que calcula os metais do corpo através de um escaneamento. Yohanna Morbeck, estudante de Engenharia de Minas da UFMG falou sobre a experiência. “Não é todo dia que temos a oportunidade de ver essas pedras preciosas tão de perto com esse contexto peculiar. É uma pena ter tão poucos minérios desse calibre ainda no nosso estado e que a mineração esteja em baixa no mercado, porém todos deveriam aproveitar a chance de vir aqui visitar” Incentivou.

O museu funciona de terça a domingo de 12h às 18h e quinta de 12h às 22h, e recebe pessoas de todas as idades, sendo permitido aos visitantes fotografarem todo o perímetro, desde que as fotos não contenham flash.

| 16


17 |


Tel. (31) 3289-8900 casafiatdecultura.com.br casafiat@casafiat.com.br fb.com/casafiatdecultura instagram.com/casafiatdecultura divulgação

Por: Junio Kemil

Casa Fiat de Cultura Casa expõe maior obra de Portinari do estado e obras do artista plástico mineiro Fernando Pacheco

E

A tela foi pintada em 1959, encomendada para decorar o antigo Banco Agrícola Hipotecário de Minas Gerais. Devido ao desgaste passou por uma completa restauração, que também celebrou os 110 anos de Portinari, um dos principais nomes do modernismo brasileiro.

O quadro é composto por duas seções. Na primeira, à esquerda, representa a velha capital barroca com seus morros, casas e igrejas. À direita, está representada Belo Horizonte e suas construções verticalizadas. Esse contraste ilustra os elementos do Brasil moderno e os do Brasil do interior.

Outra exposição estará em exibição na Casa Fiat até dia 10 de junho. Trata-se das obras do artista Fernando Pacheco entitulada Atelier em Movimento. Mineiro de São João Del Rei, Fernando Pacheco já expôs em vários galerias do Brasil, incluindo a Pinacoteca de SP e o Museu Nacional das Belas Artes no RJ. Na Casa

divulgação

stá exposto na Casa Fiat de Cultura desde agosto do ano passado, a maior tela de Cândido Portinari (1903-1962) em Minas Gerais. O quadro entitulado Civilização Mineira, possui 2,34m X 8,14m, e faz referência à mudança da capital mineira de Ouro Preto para Belo Horizonte.

| 18


matheusrocha

juniokemil

de autoria de Fernando Batista, da Noir Filmes, completando a mostra.

juniokemil

Fiat, são ao todo 23 pinturas. A coleção de telas traz traços de forte contraste de cores, além dos grandes olhares coloridos característicos do pintor. Os quadros da exposição foram produzidos à partir de 2009, e carregam influências da Ásia e Oceania, onde Pacheco passou algumas temporadas. Além disso, seus quadros também sofrem grandes influências da cena musical.

juniokemil

A Casa Fiat de Cultura localizada no edifício do Palácio dos Despachos, fica aberta de 3ª à 6ª, das 10h às 21h. Aos sábados, domingos e feriados das 10h às 18h. Entrada gratuita. Entre as obras do mineiro está a tela entitulada O dia em que Amy roubou o coração de John. O quadro é uma bricadeira entre as próprias criações. Fã declarado de Beatles, o pintor já havia pintado obras em tributo a Lennon. Outras obras usam como inspiração Ray Charles. Além de pinturas a instalação traz três vídeos

19 |


| 20


Tel. (31) 3343-7317 memorialvale.com.br fb.com/MemorialVale instagram.com/Memorial.Vale divulgação

Por: Vinícius Xavier

O

Memorial Minas Vale

Histórias mineiras são contadas através da interatividade com o público.

Memorial Minas Gerais Vale relata a história do crescimento do Estado em relação ao desenvolvimento, científico e cultural do mesmo, desde a época de Vila Rica, com os caminhos do ouro mineiro e o inconfidente Tiradentes, até os dias contemporâneos.

O Memorial conta com a curadoria de Gringo Cardia, e os elementos que constroem a identidade de Minas Gerais são apresentados de maneira interativa nas 31 salas de exposição e con-

divulgação

O espaço conta com obras do século XVI, XVII e XVIII ilustrando as paredes de todos os quatro andares da estrutura, que conta com biblioteca, galerias e espaços multimídias, retratando o contexto histórico de Minas e da transição do Brasil Colônia para o Brasil República.

Uma das salas que mais chama atenção no Museu é a das Histórias de Belo Horizonte, que narra a construção e algumas das lendas urbanas. Panteão da Política Mineira é outro destaque, pois nela são contadas as razões do movimento da Inconfidência Mineira de forma bastante interativa.

21 |


viníccius xavier

viníccius xavier

vivência, sendo inclusive contados a partir da história do próprio prédio – local onde foi lançada a pedra fundamental de Belo Horizonte.

O museu exibe obras de artistas mineiros famosos, como alguns contos literários de Guimarães Rosa e Carlos Drummond de Andrade, além de quadros da Lygia Clark e fotografias de Sebastião Salgado. O museu traz ainda, obras de artesãos mineiros do Vale do Jequitinhonha e maquetes de cidades históricas. tória mineira é riquíssima e o que fizeram aqui foi unir a tecnologia a favor de todo o contexto revolucionário mineiro. Podemos presenciar as culturas que influenciaram a cultura em nosso estado, como o Barroco, os grandes escritores de Minas Gerais, a fundação da Polícia Militar, o bravíssimo Tiradentes e o ciclo do ouro. Muito bacana!” Elogiou o estudante.

divulgação

O Memorial Minas Vale fica aberto as terças, quartas, sextas e sábados de 10h às 17h30, com permanência até às 18h. Díogenes Prado, aluno de História da As quintas de 10h às 21h30, com permanência UFMG estava presente na exposição e contou até 22h. Aos domingos de 10h até 15h30, com à Inside sobre o que viu no Memorial. “A his permanência até 16h.

| 22


23 |


Tel. (31) 3409-8350 espacodoconhecimento.org.br fb.com/espacodoconhecimentoufmg twitter.com/espacoUFMG anaaltieri

Por: João Tavares

Espaço do conhecimento UFMG

Em parceria com a operadora TIM, a Universidade Federal de Minas Gerais proporciona a população belo-horizontina e ao mundo um museu singular e com grande diferencial. arte do Circuito Cultural da Praça da Liberdade, o Espaço do Conhecimento UFMG traz propostas inovadoras e trata de assuntos de interesse geral de forma coesa e interessante. A exposição principal de nome Demasiado Humano ocupa 3 dos 4 andares do edifício e é resultado de estudos e pesquisa de professores e pesquisadores da universidade das mais diversas áreas ao longo dos anos.

viníciusxavier

Já em seu início, no 5º andar, a exposição instiga seus visitantes com a obra Aleph que representa o infinito e o universo, provocando questionamento a quem o observa e fazendo com que o visitante se faça perguntas, muitas respondidas nos andares seguintes.

Logo abaixo a seção Origens começa demonstrando as mudanças do planeta através de seus bilhões de anos de existência por meio de uma linha do tempo, seguido de várias obras interativas e explicações sobre a teoria da evolução e a pré-história, nunca deixando de lado o equilíbrio entre a arte e a ciência. Destaque para o painel Árvore da vida, que mostra os ancestrais em comum e as relações de parentesco de várias espécies ao longo das épocas. danielanogueira

P

O fragmento Vertentes exposto no 3º andar do museu aborda o lado cultural do ser humano no decorrer dos anos, por meio de exposições que mostram as diversas formas de escrita, linguagem e idiomas. No centro da exposição encontra-se a obra Geografia Humana, uma

| 24


viníciusxavier

O Espaço do Conhecimento UFMG está aberto à visitação diariamente, de terça a domingo. Veja os horários e procedimentos no site para conhecer. As visitas de escolas e grupos precisam ser agendadas com antecedência. A entrada é gratuita nos ambientes expositivos e Terraço Astronômico, já o Planetário: Inteira: R$6,00 – Meia: R$3,00 danielanogueira

Além das exposições, o Espaço do Conhecimento UFMG conta com um terraço astronômico, com uma equipe de especialistas e telescópios para observação e um planetário de extrema tecnologia, que exibe filmes com ligação à astronomia. Uma fachada digital também é um dos diferenciais do museu, exibindo uma espécie de trailer sobre a exposição principal na parte externa frontal do edifício. Eventos são frequentemente realizados no museu, como cursos e oficinas. Alguns são recorrentes, como debates abertos sobre diversos assuntos e palestras com estudiosos renomados, sempre aos sábados. Todo este conteúdo diferenciado torna o Espaço do Conhecimento UFMG um local de visitação constante, onde vale a pena ver e rever as exposições sempre com uma nova noção de mundo.

danielanogueira

uma grande esfera em torno de um globo terrestre que é conectado a 6 televisores, que exibem filmes sobre os hábitos e técnicas que permitem a sobrevivência dos seres humanos em vários locais e épocas. Já no 2° andar sempre há uma exposição temporária. Atualmente reside no local a mostra O Assombro do Conhecer, que é uma espécie de laboratório de experimentação, cujo visitante é desafiado a interagir com as obras apresentadas, deixando suas impressões registradas na mostra. Resultado de estudos de professores da UFMG, a exposição é pautada para substituir a principal Demasiado Humano, em cartaz desde 2010.

25 |


| 26


Tel. (31) 3431-9400 culturabancodobrasil.com.br/ fb.com/ccbb.bh twitter.com/CCBB_BH divulgação

O

Centro Cultural Banco do Brasil de BH Integrando conhecimento pansão, a exposição conta com painéis formados por telas com retratos e traços de personalidade de jovens que participaram das manifestações democráticas em 2013 no Brasil, Grécia, Turquia, entre outros.

danielanogueira

prédio que abriga o Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte foi construído pelo arquiteto Luiz Signorelli, o projeto tinha como objetivo instalar a Secretaria de Segurança e Assistência Pública. Mais recentemente, o espaço abrigava a Secretaria de Defesa Social e Procuradoria Geral do Estado.

anaserafim

Por: Ana Serafim

Após passar por Belo Horizonte a exposição irá para o CCBB de Brasília em junho e Em 2009 iniciaram as obras de restau- depois para a Caixa Cultural, no Rio de Janeiro, ração e adaptação do prédio e a parceria entre o em agosto e setembro. Banco do Brasil e o Estado de Minas Gerais fez com que em 2013 o CCBB Belo Horizonte fosCom a ajuda da internet, o autor contase inaugurado, integrando o Circuito Cultural da tou os manifestantes e com as referências citadas Praça da Liberdade. No local são expostas ativi- (objetos, cores, músicas) criou uma composição dades nas áreas de Teatro, Cinema, Artes Visuais, única, expondo um retrato de cada um, a partir de Música e Programas Educativos. suas particularidades. De 22 de abril à 25 de maio de 2015 a exA técnica de arte utilizada é o silkscreen, posição Movimentos, do artista visual André de conhecida no Brasil como serigrafia, em que a Castro, esteve no CCBB BH. Em constante ex- tinta é vazada através de uma tela preparada. As-

27 |


anaserafim

anaserafim

Kandinsky: Tudo começa num ponto sociada a movimentos políticos e mitificação de personalidades, a intenção é valoA exposição de um dos mais reconhecirizar indivíduos únicos de forma espontâdos mestres da pintura moderna, fundador da arte nea. abstrata, o russo Kandinsky, está distribuída em Na sala de exposição é possível es- um andar inteiro do prédio do CCBB BH e conta cutar as músicas escolhidas pelos mani- com trabalhos de artistas que inspiraram o pintor festantes, há também uma tela maior, que russo. André de Castro diz ser a condensação de todas as telas menores.

anaserafim

anaserafim

anaserafim

Está disponível em Belo Horizonte de 15 de abril a 22 de junho de 2015, é necessário pegar uma senha de entrada e aguardar.

Fotografias e gravações dos espetáculos não são permitidas. Fotografias sem flash das exposições, salvo restrições, são permitidas. Não é permitida a entrada de pessoas portando bolsas e mochilas nas exposições. O CCBB BH realiza visitas mediadas às exposições. Agendamento de segunda a sexta, das 9h às 20h, pelo telefone (31) 3431-9400.

| 28


29 |


Por: Matheus Rocha

ACESSÍVEL

LIBERDADE

| 30


T

odas as cidades inseridas no meio de globalização são hoje cobradas por um planejamento urbanístico em respeito à inclusão social. Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, em termos de metrópoles nacionais, serve de exemplo de que há muito que conquistar e melhorar pelas vias e veias brasileiras. A acessibilidade tão importante no contexto atual é uma virtude arquitetônica e estrutural exclusiva de poucos centros e estabelecimentos urbanos.

pontos levam a crer no total descaso da sociedade quanto à inclusão das minorias. Passeios muito altos, falta de rampas e sinalização para cegos nas calçadas, transporte público sem elevadores, corredores estreitos, escadas, banheiros minúsculos, degraus, são alguns dos problemas enfrentados.

Entretanto existe um movimento forte e orgânico que busca a integração dos ainda brasileiros que possuem necessidades especiais. É muito corriqueiro encontrar espaços No início do século XX, mais especifi- culturais, promovidos em parcerias públicocamente no pós guerra, o mundo viveu uma das -privadas, com acessibilidade impecável. maiores e significativas transformações. Muito pela grande perda de homens durante a guerra, a Belo Horizonte, sexta maior cidade mulher passou a ter mais espaço no mercado de brasileira, com seus 2.375.000 habitantes trabalho da metrópole. As pessoas, chocadas com tem cerca de 500 mil possuinte de algum tipo tamanhas atrocidades, tornaram-se mais humanas de deficiência. Como todas as outras capitais, e a ética tomou dimensões de regra de conduta. enfrenta dificuldades para a consolidação urAo mesmo tempo, baseada nesses preceitos de banística ideal. BH apresenta contudo, acesfraternidade, a Praça da Liberdade foi inaugura- sibilidade nos locais centrais e turísticos da da como um centro burguês e tradicional passeio cidade, ainda que por vezes mal conservada. mineiro de fim de tarde. Museus, teatros, galerias, locais ricos Assim, muitos homens mutilados em em memória, cultura e história geralmente combate, em respeito a própria história, começa- são estruturalmente tombados como patrimôram a batalhar e tocar suas vidas com a deficiên- nios pelos órgãos responsáveis. Isso implica cia. Após anos de luta em favor do movimento e na impossibilidade ou excessiva burocracia devido ao avanço da medicina moderna, tem-se em quaisquer tipos de reformas visando uma hoje uma legislação inteira com direitos de inclu- cobertura de fachada ou o acesso por rampas são àqueles portadores de necessidades especiais. onde há escadas, por exemplo. Na Praça da Liberdade, no coração da capital mineira, os museus e galerias nela localizados remontam a uma falsa ou meia ideia de inclusão e acessibilidade aos portadores de necessidades especiais. Logo na entrada dos espaços, por exemplo, no Museu Vale e Museu das Minas e dos Metais, predominam escadas. Tomando como base cadeirantes são obrigados a entrar pelo fundo desses museus, onde localizam-se escritórios administrativos referentes aos mesmos espaços. A visão bonita e altiva do museu Prendendo-se ao Brasil, é possível notar quando se entra é totalmente esquecida pela uma leve truculência do sistema em respeitar a necessidade de simplesmente incluir o deficidadania do deficiente. Problemas em diversos ciente. Contudo é ainda muito difícil constatar uma cidade completamente acessível. Em níveis globais é possível encontrar mais facilidade nas grandes metrópoles como transporte público, calçadas e ruas adaptadas. É comum encontrar em lugares de interesse público, como prefeituras, edifícios comerciais, mercados, lojas em geral, certa acessibilidade, mesmo que parcial. Porém em locais privados tais como restaurantes, bares e residências, a acessibilidade torna-se um ponto de interrogação.

31 |


Em comparação, outros espaços como o Circuito Cultural do Banco do Brasil e a Casa Fiat, ou até mesmo o Museu Inimá de Paula no centro de Belo Horizonte, são exemplos de excelência em acessibilidade. Locais onde é possível entrar pelo mesmo lugar que quaisquer pessoas sem deficiência e os elevadores e rampas não destoam em nada os locais por vezes históricos e antigos. É importante ressaltar o elevador do Inimá de Paula com aquelas velhas grades e os botões grandes característicos do início da modernidade que são uma atração à parte aos fãs de vintage. É de extrema necessidade que os bons exemplos sejam seguidos e imitados. A prefeitura de Fernando de Noronha provou ao mundo que não existem barreiras capazes de frear os avanços arquitetônicos em favor da inclusão de todos os cidadãos deste planeta. A Praça da Liberdade juntamente com a cidade de Belo Horizonte só tem a crescer na busca pela maior integração cultural e social nos seus espaços e delimitações.

| 32


33 |


Quer mais conteúdo?

| 34

APOIO:

Baixe um leitor de QR-Code no seu celular. Abra o aplicativo e aponte para o código ao lado:

In�i�� •

RE��S�A


35 |


UNIDADE NA UNIVERSIDADE


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.