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família Wollmann une exPeriência e teCnoloGia no Cultivo do taBaCo
Com mais de quatro décadas de dedicação, investimentos fazem produção ser referência em qualidade. Família possui a propriedade em linha sapé e há mais de quatro décadas está ligada ao plantio de tabaco quatro décadas, Wollmann se divide nos cuidados dos 82 mil pés de tabaco plantados em 37 hectares. tínua nos trouxe maior agilidade, economia de mão de obra e qualidade para o fumo”, afirma a produtora, que também já instalou placas de energia fotovoltaica na propriedade. “Valeu muito esse investimento, pois o retorno na redução da conta de luz foi muito grande se compararmos o antes e o depois das placas”. Cleusa lembra que a tecnologia traz inúmeros benefícios e deve ser avaliada caso a caso, pois cada unidade produtora tem escalas diferenciadas de produção, que precisam acompanhar o investimento. Mas não há dúvidas que são muitas vantagens desde a organização da propriedade, passando pelo aumento da produtividade e rentabilidade. “Há certos recursos que hoje possuímos que pergunto por que não existiam há mais tempo, pois facilitam muito o nosso trabalho.”
Além de trabalhar para que cada vez mais as tecnologias atendam às necessidades dos produtores de tabaco, inclusive envolvendo startups e universidade no desenvolvimento de soluções para a fumicultura, a PMB busca facilitar a aquisição. Para isso, utiliza mecanismos de financiamento junto aos produtores sem cobrança de juros e com parcelamentos de acordo com a capacidade de pagamento de cada produtor.
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“A Philip Morris está em transformação, com base na inovação e na tecnologia, para oferecer produtos menos tóxicos do que o cigarro aos adultos fumantes, como nosso produto de tabaco aquecido, e dentro deste propósito temos atuado para que de ponta a ponta a cadeia produtiva do tabaco seja beneficiada, com avanços tecnológicos que oferecem ganhos em qualidade, produtividade, rentabilidade, redução de custos e do impacto ambiental”, destaca o Gerente de Produção de Tabaco da PMB
Quando foi até a sede da UTC Brasil, em Santa Cruz do Sul (RS), na última semana de janeiro deste ano, o agricultor Clério Luis Wollmann, de 57 anos, já imaginava que teria uma boa avaliação para o tabaco produzido nas suas terras. Afinal, não é de hoje que a dedicação dele e da família ao longo de todo o ano gera resultados. Ao mesmo tempo em que mantém os ensinamentos repassados pelo pai na propriedade distante cerca de sete quilômetros do centro de Venâncio Aires, resolveu investir em tecnologia para diminuir os gastos, melhorar a qualidade do tabaco e assim crescer.
É em Linha Sapé, que há mais de
Ao lado da esposa, dos pais – que mesmo idosos seguem com interesse de ajudar no cultivo -, e de um dos filhos, que a produção familiar além de virar renda motiva orgulho. E tudo começou muito cedo. “Eu era jovem e já ajudava meus pais aqui nas terras. São muitos anos de dedicação e graças ao tabaco pude investir na propriedade, pagar estudos dos meus filhos e ter uma vida digna”, salientou o produtor integrado à UTC.
Com todo esse período na bagagem, Clério decidiu que a experiência não era o único fator determinante. E, para seguir com um produto de qualidade, era preciso aliar a reconhecida qualidade do solo de sua propriedade com a tecnologia. Com a compra de uma estufa elétrica e o investimento em placas de energia solar, viu a rentabilidade aumentar. “Colocamos a estufa elétrica por entender que precisamos acompanhar a evolução das coisas. Tínhamos somente os fornos convencionais.
O elétrico é mais prático e seguro. Se o fumicultor quiser continuar na produção tem que evoluir e nós fizemos isso”, destacou. Para acomodar o tabaco na estufa é usada a tecnologia dos grampos, na qual não há a necessidade de costura e conta com mais celeridade. A estrutura ainda tem sistema todo automatizado de secagem. “Para produzir com qualidade hoje, tem que investir. Nos primeiros meses até assustou o custo de energia, mas desde que instalamos as placas está valendo muito a pena”, afirmou Wollmann. Mesmo com o investimento na compra da estufa elétrica, o casal ainda mantém duas antigas estufas convencionais, com tabaco secado basicamente com a queima de lenha e controle manual da temperatura. O objetivo é, em algum momento da produção, aliar o moderno ao convencional.
Plantio
No mesmo momento em que negocia a venda do tabaco pronto, Wollmann e a esposa Lovani já começam a produzir as mudas que vão para a lavoura. Um trabalho manual, extremamente cuidadoso, e que conta com a consultoria técnica do orientador Alex Davi Gregori. “A mão de obra é grande, praticamente direto. Com todo orientador da utC, alex davi Gregori, acompanha os produtores lovani e Clério Wollmann esse trabalho é muito necessário o auxílio do orientador e o Alex é muito prestativo, sempre pronto para nos ajudar”.
outras Culturas
Tendo o tabaco como o carro-chefe da propriedade, a família Wollmann ainda conta com outras cul- turas. Para subsistência, mantém o plantio de milho, aipim e feijão, além da criação de gado, porco e frango. “Para nós conseguirmos alguma coisa é através do tabaco. A área é pequena, não tem rendimento para produzir em pequena propriedade, e por isso temos a diversificação apenas para consumo próprio”, conclui.
UTC Brasil Cria grUpo para CUidar da saúde menTal dos ColaBoradores
A UTC Brasil conta com uma novidade para seus colaboradores na Safra 2023. Com o foco em garantir o melhor ambiente de trabalho, criou a Brigada Psicossocial Escuta do Bem, que consiste em um grupo capacitado para escutar os funcionários quando eles estiverem em situação de crise ou alguma dificuldade que impacte na sua saúde mental e emocional. A iniciativa, lançada nas atividades relacionadas ao Janeiro Branco, dedicado à saúde mental, vai se estender ao longo de todo o ano, destinada a funcionários temporários ou permanentes.
A ação foi organizada pela área de saúde da UTC Brasil, incluindo Recursos Humanos e Ambulatório, sob a responsabilidade da psicóloga organizacional, Sheila Ertel, e da técnica de Enfermagem no Trabalho, Fernanda Moraes Hermes.
alessandra Bastos acredita que reguladora seguirá exemplo de outros países. atual consultora da BaT considera proibição ineficiente colocando Brasil em atraso em relação aos pares internacionais da agência reguladora
A ex-diretora de Medicamentos e Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Alessandra Bastos, acredita que a instituição irá regulamentar os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), no que considera uma função de coragem.
Com 21 anos de atuação no ramo farmacêutico, a atual consultora da BAT Brasil espera que o órgão regulador brasileiro siga o exemplo de outros países. “Regulamentar, criando condições e regras para a comercialização lícita, monitorada e fiscalizada de cigarros eletrônicos é um imperativo de responsabilidade com a sociedade brasileira e acredito que a Anvisa desempenhará seu papel de coragem nessa jornada, como muitos outros países já fizeram”, avalia.
Na sua visão, a proibição atual é ineficiente e coloca o país em posição de atraso. “Nós ainda estamos discutindo se deve continuar proibido – uma proibição de fantasia, porque em todo lugar as pessoas estão usando indiscriminadamente –, uma proibição ineficiente e retrógrada que põe o Brasil em uma posição de atraso em relação aos pares internacionais da Anvisa, agência que é reconhecida por seu avanço em regulamentação em outros temas”.
A especialista argumenta que o mundo já vem discutindo ajustes na regulamentação dos cigarros eletrônicos, a partir de dados e evidências advindas do monitoramento sanitário dos países em que esses produtos foram regulamentados adequadamente. Destaca que os produtos possuem risco, no entanto, quando regulamentados são considerados 95% menos prejudiciais que os cigarros convencionais.
“Temos confiança de que o melhor para a população brasileira prevalecerá, e o melhor é regulamentar cigarros eletrônicos, com regras claras para registro, comercialização, comunicação, composi- ção, segurança dos produtos, monitoramento e fiscalização, tanto sobre aqueles que se tornarão legais com o crivo da Agência quanto dos ilegais”, afirma Alessandra.
decisÃO
A decisão final sobre os DEFs deve ocorrer ainda neste ano. A deliberação da Diretoria Colegiada (Dicol) está prevista para o primeiro semestre de 2023, conforme calendário do projeto regulatório. O programa cronológico da proposta já passou por três ajustes devido ao avanço do novo Coronavírus (Covid-19) que adiou a agenda geral de regulação dos DEFs em 2020. A conclusão já havia sido programada para 2021 e 2022 no término de cada ano.
A pauta está sob relatoria do atual presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. No ano passado, a agência decidiu manter a proibição da comercialização, importação e propaganda dos DEFs no Brasil, aliada à adoção de medidas regulatórias não normativas. No entanto, o processo ainda está em andamento e pode sofrer alterações uma vez que possui mais estapas a serem realizadas. Entre elas uma consulta pública onde a população opina sobre a opção escolhida pela Anvisa.
força econÔmica do taBaco Será enaltecida eM reLaTÓriO para discussÕes pré-cOp10
Grupo de Trabalho realiza coleta de dados para destacar informações socioeconômicas e ambientais do setor. Medida busca garantir diálogo com ministérios que integram debates da convenção-quadro para o controle do Tabaco
Em ano de Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (COP10), os representantes da cadeia produtiva buscam contato com lideranças nacionais que integram os debates. A proposta é de garantir apoio ao setor a partir do envolvimento econômico gerado, e para mostrar o tamanho da cadeia produtiva, um Grupo de Trabalho foi formado.
Esta comissão irá detalhar, em documento, dados socioeconômicos, ambientais e de comércio global da produção brasileira. O relatório busca garantir que decisões debatidas na COP deste ano, que ocorre no fim de novembro, não prejudiquem a produção brasileira.
Os trabalhos deste grupo são liderados pelo diretor da Abifumo, Giuseppe Lobo, que destaca a importância de detalhar a força do setor para a geração de riquezas do país. “Cada entidade ligada à Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco está realizando um levantamento com aspectos econômicos, sociais e ambientais.
Este tipo de relatório é importante para garantir embasamento aos representantes do Governo Federal, em especial ao Ministério da Agricultura.”
O documento, será repassado à Câmara Setorial, que vai buscar uma
Grupo de trabalho reúne entidades representantes da cadeia produtiva do tabaco agenda com o Ministério da Agricultura. “O caminho será buscar interlocução, para garantir diálogo durante a COP10. É muito importante que pelo menos os produtores possam participar destas discussões, mas por enquanto não há indicativo disso durante a conferência,” comenta Lobo.
LideranÇas
O representante do grupo de trabalho também destaca a busca de contato com parlamentares, e prefeitos de cidades produtoras de tabaco, para mediar encontros e reuniões, além de detalhar a força do setor produtivo do tabaco. Deputados que tiveram votação expressiva em municípios produtores de tabaco serão contatados. “Queremos mostrar para estes parlamentares a importância desta produção para os municípios, onde fizeram votos. É uma forma de apresentar o tamanho do setor do tabaco que envolve mais de 150 mil famílias no meio rural,” explica.
Tanto a COP10 como a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Combate ao Comércio Ilícito (MOP3) serão realizadas no Centro de Convenções do Panamá e devem reunir mais de 1,5 mil pessoas, entre delegados de países e observadores. Neste ano a COP10 será entre os dias 20 a 25 de novembro. Já a MOP3 ocorrerá de 27 a 30 de novembro.
Eventos preparatórios devem ser organizados pela Comissão Nacional para Implementação da ConvençãoQuadro para o Controle do Tabaco no Brasil. Tradicionalmente são realizadas reuniões para definição das posições governamentais, que serão defendidas durante as discussões da conferência, com atualização da pauTa eM deBaTe
A Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) terá em março encontros preparativos para a 10ª Conferência das Partes (COP10) e para a 3ª Reunião das Partes do Protocolo de Combate ao Comércio Ilícito (MOP3). Os eventos ocorrem em Genebra, na Suíça. De 27 a 28 de março está agendada a terceira reunião da mesa eleita pela COP9. Já no dia 29 de março estarão reunidos os eleitos pela COP9 e MOP2 na terceira reunião intersessional conjunta das mesas diretivas. Nos dias 30 e 31 de março é a vez de se reunirem, também em um terceiro momento, os eleitos pela MOP2. Durante os encontros devem ser definidas as pautas dos eventos antitabagistas que ocorrem em novembro, no Panamá. No entanto, a pauta não é divulgada o que dificulta a transparência dos debates promovidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), braço da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem defendido a transparência dos países em suas ações seja em negociações, fornecimento de dados ou compromissos firmados. Um exemplo recente é o lançamento do Movimento Transparência 100%, pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU no ano passado. A ação busca engajar as empresas no combate à corrupção com vistas a alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030.
depuTadOs eM aÇÃO
A busca pela transparência dos eventos antitabagistas tem sido o papel dos políticos gaúchos em anos de conferência. Os deputados estaduais se mobilizam a cada dois anos para participarem das discussões presencialmente e garantir a defesa do setor, juntamente com integrantes da cadeia produtiva. Neste ano o grupo gaúcho formado por Adolfo Brito (PP), Elton Weber (PSB), Kelly Moraes (PL) e Zé Nunes (PT), ganha o apoio de novos nomes. Somam-se Airton Artus (PDT) de Venâncio Aires, Edivilson Brum (MDB) de Rio Pardo e Gustavo Victorino (Republicanos) de Porto Alegre. Brum ocupa a posição de defesa de seu irmão Edson Brum enquanto deputado na última legislatura. Embora não participantes dos eventos, deputados federais e senadores atuam em mobilização de igual importância nos bastidores. Nesta legislatura estão na Câmara pelo RS Heitor Schuch (PSB) e Marcelo Moraes (PL). No Senado, Hamilton Mourão (Republicanos) e Luis Carlos Heinze (PP). A eles cabe a interlocução entre o setor e o governo antes das conferências, buscando alinhar os posicionamentos e garantir a salvaguarda da atividade de mais de 2,4 milhões de pessoas envolvidas no processo entre elas quase 567 mil no campo e 40 mil nas indústrias de forma direta.
panaMÁ e O cOnTraBandO
O ex-vice-ministro do Comércio e Indústria do Panamá, Edward Palacios, questiona a realização da COP10 e MOP3 no país inundado por produtos ilegais, entre eles o cigarro. Segundo Palacios, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mencionou a Zona Franca de Colon em um relatório sobre sua longa história como centro de comércio ilícito e lavagem de dinheiro. Além disso, lamenta que apesar de o país “se gabar” de ter uma das políticas antifumo mais restritivas do mundo, a estratégia de combate ao contrabando desses produtos tem sido tão deficiente que em apenas seis anos o consumo dos cigarros contrabandeados subiu de 60% para 92% números que, para ele, mostram que o negócio do crime organizado está consolidado no país. “Paradoxalmente, [...] o encontro mundial sobre o controle do tabagismo será realizado no país com maior descontrole de cigarros contrabandeados do continente americano. Qual é a mensagem para os participantes desta conferência? Que exemplo estamos dando ao mundo?”, questiona em artigo publicado neste mês. Não é de hoje que a CQCT escolhe lugares ainda ineficazes em suas políticas antitabagistas para sediar os eventos como Rússia, Índia e Holanda. A impressão é de as conferências ocorrem nos países que estiverem dispostos a bancar o alto custo para organização. Um indicativo é que nas últimas edições têm sido raro a candidatura voluntária de países para sediarem os eventos.
O principal evento de saúde pública, que discute o consumo e produção de tabaco no mundo, ganha espaço exclusivo nas páginas do Olá Jornal. Mensalmente esta coluna será publicada para atualizar e traduzir pontos que estarão em debate na 10ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco. A edição de 2023, em novembro, ocorre no Panamá.