Produtor de Tabaco atende às características de um empreendedor NOVIDADES GESTOR DO CAMPO
Em tempos onde o empreendedorismo ganha destaque como o novo item de necessidade básica nos negócios, no campo ele já tem tradição e ultrapassa gerações. Em 2015, a taxa total de empreendedorismo para o Brasil foi de 39,3%. Estima-se, que em 2015, 52 milhões de brasileiros com idade entre 18 e 64 anos estavam envolvidos na criação ou manutenção de algum negócio, na condição de empreendedor. O produtor de tabaco é um dos protagonistas do empreendedorismo rural no Brasil. Sua atuação faz com que o país seja o 2º maior produtor mundial e, desde 1993, o maior exportador de tabaco do mundo.
Fonte: Sebrae
tem capacidade de análise
corre riscos viáveis, possíveis
é motivado pelo desejo de realizar
sabe onde quer chegar é capaz de recomeçar, se necessário
é corajoso
mantém a automotivação, mesmo em situações difíceis
Como todo empreendedor, José está atento as tendências e novidades. Assim foi com o investimento em um sistema de secagem das folhas que economiza custos e possibilita o aumento da produção. O forno de ar forçado trouxe outra realidade para a propriedade: otimizou tempo e impulsionou a produtividade. O trator, da mesma forma, também facilita na hora de arar a terra.
NEGÓCIO DIVERSIFICADO
Na entresafra, José sempre planta milho como forma de manter a terra ativa e ainda agregar renda. Há alguns anos viu na soja a mesma oportunidade. “A área é pequena para esse tipo de cultivo, mas está dando certo. Sempre é dinheiro”.
TABACO
Os três estados do sul somam 154 mil produtores integrados. Um universo de aproximadamente 615 mil pessoas participam desse ciclo produtivo no meio rural, somando uma receita anual bruta de R$ 5 bilhões. Em impostos, o setor gera R$ 12,8 bilhões. São 40 mil empregos diretos e 2 milhões de postos de trabalho.
INVESTIMENTOS
OPORTUNIDADE
Beno Haas, 80 anos, viu no tabaco a oportunidade de erguer seu futuro ao lado da esposa Julieta, como os seus pais. Aliada ao trabalho de pedreiro, Beno dividia o ano entre as duas funções até que percebeu que investindo 100% de sua energia no cultivo do tabaco, seus rendimentos seriam maiores. “Tudo que temos veio do tabaco”. Hoje, Beno deixou o legado para os filhos.
TRADIÇÃO
José Henrique Haas, 50 anos, assumiu a propriedade do pai há 10 anos. De lá pra cá, dobrou a produção que hoje chega a 95 mil pés em uma área total de 14,6 hectares. “Em área pequena, não tem outra planta que dê esse retorno”, afirma. A família vive do tabaco e mantém a tradição da produção de alimentos.
acredita no trabalho com participação e contribuição social é flexível sempre que preciso sabe postergar a satisfação de suas necessidades
é criativo na solução de problemas
confia em si mesmo
é tenaz, firme e resistente ao enfrentar dificuldades
administra suas necessidades e frustrações
é independente
tem prazer em realizar o trabalho e em observar o seu próprio crescimento empresarial
As possibilidades de investir na propriedade ainda são limitadas pois, segundo José, não há facilidade de financiamento por parte dos governos. “O que temos se consegue por meio de incentivos das empresas, os governos não facilitam”. O crédito para o produtor de tabaco ainda é um dos gargalos a ser vencido, o que facilitaria investimentos em outras áreas como na produção de alimentos hoje consumidos pela família como ovos, carne, leite e hortaliças.
DESAFIOS
As restrições ao cultivo são encaradas como o principal desafio pelos produtores. “O tabaco está discriminado. As pessoas olham torto para quem planta, mas foi o tabaco que pagou a faculdade de minha filha. O que temos, temos graças ao tabaco”, desabafa José. Além disso, a dificuldade na contratação de mão de obra, em virtude de questões trabalhistas, também dificulta. “Tem tanta gente desempregada e a gente precisando contratar e não consegue”. Sobre os riscos que a cultura sofre, José afirma: “Se o tabaco acabar, nós não teremos dinheiro, mas não vamos morrer de fome. E a cidade? Vai viver do quê?”