Circuito Musical

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ESCOLA BÁSICA 2.3 VASCO SANTANA

Circuito Musical

2011/2012

BE/CRE


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Índice

A música medieval ........................................................................................................................ 4 Mas qual era a função e os usos da música medieval religiosa? .............................................. 5 A música renascentista ................................................................................................................. 7 Pedro Escobar ............................................................................................................................... 9 Vida........................................................................................................................................... 9 Música e influências .............................................................................................................. 10 Música Barroca............................................................................................................................ 11 Antonio Vivaldi ............................................................................................................................ 14 Carlos Seixas ................................................................................................................................ 17 Música Clássica............................................................................................................................ 19 Wolfgang Amadeus Mozart......................................................................................................... 21 Romantismo ................................................................................................................................ 24 Frederic Chopin ........................................................................................................................... 26 Música do século XX .................................................................................................................... 29 Música folclórica ..................................................................................................................... 31 Jazz .......................................................................................................................................... 31 Rock and roll ............................................................................................................................ 32 Heavy metal ............................................................................................................................ 35 Disco, funk, hip hop e soul ...................................................................................................... 36 Música popular latina.............................................................................................................. 37 Reggae ..................................................................................................................................... 37 New Age .................................................................................................................................. 37 Música pop .............................................................................................................................. 38 Música eletrônica .................................................................................................................... 38 Notas e Referências................................................................................................................. 39 György Ligeti................................................................................................................................ 40

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A música medieval Durante a Idade Média (século V ao XV), a maioria das músicas produzidas fazia parte da Igreja Católica e, por isso, eram religiosas. O canto gregoriano e o cantochão são alguns dos estilos mais comuns e conhecidos. Eles eram cantados, sobretudo, pelos religiosos católicos Ilustração 1 - religiosos católicos

Ilustração 2 – Kyriales

Existiram também músicas não-religiosas (chamadas profanas) na Idade Média, como as populares, executadas em festa ou feiras, que eram passadas por tradição oral e, por isso, acabaram por desaparecer.

No contexto medieval, a partitura musical possuía apenas quatro linhas.

Ilustração 3 - Partitura

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As letras dos cantos gregorianos normalmente eram escritas em latim, língua muito utilizada pela Igreja Católica, e continham trechos das Sagradas Escrituras ou de outros textos católicos. O canto gregoriano era um som único (monodia), assim como Deus deveria ser o único na sociedade medieval a música deveria expressar essa concepção! Nos cantos gregorianos não era permitido o uso de instrumentos, já que o objetivo não era divertir, mas cantar para exaltar a Deus.

Mas qual era a função e os usos da música medieval religiosa? A música deveria servir como meio de se aproximar e exaltar a Deus. A religião cristã era o centro organizador de toda a sociedade e da vivência humana. Deus deveria ser o centro dessa sociedade e a música deveria seguir tais aspectos.

Ilustração 4 - Jesus Cristo

Nas canções da Corte, os trovadores cantavam poemas onde a mulher era venerada. Os trovadores eram, normalmente, poetas músicos que apresentavam material original, ao contrário dos músicos de igreja que baseavam a sua arte em melodias do passado (nos cantos gregorianos). Os trovadores pertenciam à classe aristocrática, mas um artista, mesmo sem linhagem, podia ser bem aceite pelo seu talento. Ilustração 5 - Tovadores

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A música profana fazia parte da corte medieval. Servia para dançar, para animar o jantar e simplesmente para se ouvir. Era indispensável em cerimónias, civis e militares, e também para animar os Cruzados quando partiam para a Terra Santa ou de júbilo, quando regressavam das suas campanhas.

Ilustração 6 - Trovadores 2 Ilustração 7 – Cruzados

Os jograis pertenciam a outra classe de músicos. Eles recitavam, cantavam, tocavam, dançavam, faziam acrobacias e exibiam as habilidades de animais domesticados. Iam de terra em terra e, com as suas diversões, entretinham a nobreza e os ajuntamentos de pessoas nas praças públicas. Eram vistos como vagabundos e viviam à margem da sociedade, mas eram muito populares por trazerem as novidades e as notícias de outras terras

Ilustração 8 - Jograis

GUMBRECHT, Hans Ulrich. Cascatas da Modernidade. In: Modernização dos sentidos. São Paulo: Ed. 34, 1998. VERGOTE, Antoine. Modernidade e cristianismo: interrogações e críticas recíprocas. São Paulo: Loyola, 2002. WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. Site: <http://www.choralwiki.org/>. Acesso em 15 de julho de 2011.

http://agnazare.ccems.pt/EB23EMUS/3_ciclo/medieval.htm 1 As

neumas foram criadas no século 9. Antes dessa data era comum a transmissão oral das músicas 6


A música renascentista A partir do século XV na Europa Ocidental, com advento do Renascimento Cultural, percebemos modificações nas músicas criadas, pois estas deixam de ter só função religiosa. No Renascimento Cultural, o homem ganha um espaço privilegiado e começa a dar mais importância às suas capacidades. A religião cristã ainda continua presente, mas já não é o centro da sociedade. As músicas assumem outras funções e incorporam vários instrumentos que antes não existiam ou não eram permitidos. A música podia ser usada para o divertimento, em festas e eventos, para honrar o rei, dentre outras funções

e,

por

isso,

assumia

contornos mais alegres que o canto gregoriano. É nesse momento que surge a polifonia, ou seja, vários sons e instrumentos são tocados ao mesmo tempo, com ou sem voz acompanhando as músicas. Ilustração 9 - Músicos Renascentistas

Na Idade Média, o importante era a letra da música (que deveria remeter a Deus), enquanto no Renascimento, a música não necessariamente precisaria ter letra, pois o objetivo nem sempre era religioso. Essa mistura de sons e instrumentos das músicas renascentistas mostra a pluralidade dessa sociedade, ou seja, a Igreja Católica já não era a única instituição a instruir a sociedade, assim como a música não estava mais somente ao serviço da religião. As grandes navegações, as invenções científicas e técnicas, as grandes construções e pinturas do Renascimento, assim como as músicas, mostram o quão valoroso e valorizado o ser humano deveria ser. A capacidade humana era elevada, sem, contudo, excluir a religião cristã, que continuava muito importante. Ilustração 10 - Músicos Renascentistas 2 7


GUMBRECHT, Hans Ulrich. Cascatas da Modernidade. In: Modernização dos sentidos. São Paulo: Ed. 34, 1998. VERGOTE, Antoine. Modernidade e cristianismo: interrogações e críticas recíprocas. São Paulo: Loyola, 2002. WISNIK, José Miguel. O som e o sentido: uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. Site: <http://www.choralwiki.org/>. Acesso em 15 de julho de 2011.

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Pedro Escobar

No renascimento português os músicos de câmara, animavam a Corte cantando os seus versos e tocando para o rei. Ao contrário dos menestréis, músicos de origem popular, aos músicos de câmara eram da pequena nobreza e aparecem regularmente na literatura do século XVI nomeadamente em Gil Vicente. Um dos mais citados nos autos deste dramaturgo é Pedro de Escobar.

Ilustração 11 - Gil Vicente

Pedro de Escobar também chamado Pedro do Porto, foi um compositor Português da Renascença. Foi um dos primeiros e mais hábeis compositores de polifonia na Península Ibérica, cujas obras sobreviveram.

Vida Nasceu no Porto, Portugal, mas nada se sabe da sua vida até ter entrado ao serviço de Isabel de Castela em 1489. Foi cantor na capela real durante 10 anos, trabalhando também como compositor. Era o único membro português da sua capela.

Ilustração 2 – Isabel de Castela

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Em 1499, Escobar voltou à sua pátria, mas em 1507 recebeu uma oferta de emprego, que aceitou, como maestro de capilla na catedral de Sevilha. Em Sevilha era ele o professor dos coristas e o responsável pelo seu alojamento. Acabou por se despedir, queixando-se de baixo ordenado. Ilustração 3 – Catedral de Sevilha

Em 1521 trabalhou em Portugal, como mestre da capela para o Infante-Cardeal Dom Afonso, um dos filhos de D. Manuel, que deverá ter acompanhado a Évora quando o príncipe se tornou administrador daquela diocese A sua carreira parece ter terminado da pior forma, já que a última referência à sua vida é um documento de 1535 onde se afirma que era um alcoólico vivendo na pobreza. Morreu em Évora. Música e influências Duas missas completas de Escobar sobreviveram, incluindo um Requiem, o primeiro composto por um compositor ibérico. Compôs também um Magnificat, 7 motetes, 4 antífonas, 8 odes, e 18 vilancetes. A sua música era muito popular, como o provam o aparecimento de cópias das suas músicas em locais distantes; por exemplo, a cópia de manuscritos seus na Guatemala. O seu

motete

Clamabat

autem

mulier

Cananea

foi

particularmente aclamado pelos seus contemporâneos, tendo influenciado compositores posteriores.

Nery; Rui Vieira, e outro, História da Música, sínteses da cultura portuguesa, Lisboa, Casa da Moeda,1991 http://www.classical.com/composer/Pedro_de_Escobar

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Música Barroca A música dos séculos XVII e XVIII é chamada barroca e vai até o ano de 1750, com a morte do compositor Johann Sebastian Bach.

Ilustração 12 -Johann Sebastian Bach

O gênero musical dominante é a ópera, assim o barroco é a vitória do indivíduo sobre o coro e é o individualismo na música. Mas, habituados à polifonia e aos acordes vocais, os ouvidos precisavam que a voz dos solos tivesse um acompanhamento instrumental que tocasse acordes, que fornecesse a harmonia completando continuamente os sons cantados, estava assim inventado o basso continuo. O novo gênero institui a soberania do cantor: ele é o centro e é em torno dele que se monta todo o espetáculo. O canto monódico e o baixo-contínuo são os elementos da música barroca. Em 1681 uma grande novidade, a Ópera francesa permite a participação das mulheres no espetáculo, assumindo os papéis femininos. Até então, tanto na ópera florentina

quanto

veneziana

ou

francesa,

os

personagens

femininos

eram

desempenhados por homens. Na chambre (câmara) dos palácios faz-se música com base em violinos (a "música de câmara", que só vai ser ouvida fora dos palácios no século XIX). O violinista Corelli trabalha com temas de danças e canções antigas e cria o Concerto Grosso (peça instrumental que oscila entre a fuga e a suíte) para um grosso de orquestra e três ou quatro músicos solistas (concertinos). A palavra concerto começa a ser usada, significando uma ação concertada entre os solistas e a orquestra.

Ilustração 13 - Arcangelo Corelli 11


Ao nível dos instrumentos, surge, em 1700 o clarinete inventado por Johann Christian Denner. A afinação dos cravos e teclados ganha um cromatismo temperado, igual. As sete notas da escala são somadas às cinco alterações cromáticas (sustenidos e bemóis), formando uma escala com 12 graus iguais. Bach, exigindo a nova afinação, escreve Das Wohltemperierte Klavier (O Cravo Bem Temperado). O italiano Bartolomeo Cristófori inventa o Pianoforte por volta de 1698 que ao

contrário

do

cravo,

o

próprio

instrumentista controla a intensidade forte ou suave da interpretação, dependendo da força que usa nas teclas. Brevemente fica conhecido apenas como piano, mas é rejeitado por quase todos os músicos até o final do século XVIII. Entre os maiores opositores está Bach, que se recusa a escrever para "essa monstruosidade".

Ilustração 14 - Pianoforte

A orquestra barroca era largamente baseada nos instrumentos da família das violas e esta família de instrumentos predominou por todo o século XVII. No final do período barroco os instrumentos da família das violas foram perdendo a preferência para os da família dos violinos. Assim, as orquestras do início do século XVIII já eram basicamente formadas por um naipe de instrumentos de cordas de arco, que continuam sendo a base das orquestras até hoje. Dois compositores podem ser destacados como pioneiros na escrita para cordas (termo com o qual designamos hoje um grupo instrumental formado por instrumentos de cordas de arco da família dos violinos, servindo também como sinônimo para um grupo instrumental denominado orquestra de cordas): Corelli (1623-1713) e Vivaldi (1678-1741). A música barroca tem muitos nomes importantes tais como: - os luthiers profissionais especializado na construção e no reparo de instrumentos de cordas, os Guarnierius e Stradivárius (ambos de Cremona, na Itália);

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- o teórico Giovanni Maria Bononcini (o homem que mudou o nome da nota musical ut para dó); - os compositores Corelli (autor de 48 Sonatas para dois Violinos e Contínuo e criador de uma escola para instrumentos de arco), Purcell (o criador da ópera inglesa), Couperin (autor de L'art de toucher le clavecin e primeiro instrumentista de teclado a usar o polegar, uma inovação revolucionária), Juan Bautista Bononcini (rival de Handel que trocou a viola de gambá na orquestra pelo violoncelo, dando importância a esse novo instrumento), Vivaldi (a grande admiração de Bach, 10 anos mais moço, que reescreve seus Concerti Grossi para órgão), Telemann (autor de 40 Óperas, 100 Suítes, 44 Paixões), Scarlatti (que, aos 24 anos, mesma idade de Händel, disputa com ele uma competição promovida pelo Cardeal Ottoboni, Handel vence no órgão e Scarlatti no cravo), Handel, alemão, naturalizado inglês, dono do Covent Garden, a mais importante sala de concertos da época, um dos autores mais férteis do barroco) e, naturalmente, Bach (descendente de uma família com 120 músicos, o último grande músico barroco).

Fonte: www.tvebrasil.com.br/agrIlustração 15 - Compositores do Barrocoandemusica

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Antonio Vivaldi

Nasceu a 04 de Março de 1678 em Veneza, Itália Faleceu a 28 de Julho de1741 em Viena, Áustria

A música instrumental do barroco tardio deve a Vivaldi muitos de seus elementos característicos. Os seus concertos foram tomados como modelos formais por vários compositores, inclusive por Bach. Nascido em Veneza, Antonio Lucio Vivaldi era o primogênito dos sete filhos do casal Giovanni Battista Vivaldi, violinista, e Camila Calicchio. Ordenado padre em 1703, ficou impedido de celebrar a missa em decorrência de uma doença crônica, provavelmente asma. Foi nomeado mestre de violino do "Ospedale della Pietà", uma instituição veneziana que acolhia crianças órfãs, famosa pelo seu conservatório musical.

Ilustração 16 - Ospedale della Pietà

Vivaldi compôs a maior parte de suas obras para a instituição e assim consolidou a sua reputação como compositor e maestro. Em 1705 publicou a sua primeira coleção, "Doze Sonatas para Dois Violinos e Baixo contínuo". Depois fez uma série de obras instrumentais. 14


Deixou o cargo por dois anos, mas em 1711 foi novamente nomeado professor de violino. Em 1713, o diretor do coro do conservatório deixou o seu posto e Vivaldi ficou encarregue de compor obras vocais sacras. Paralelamente ele começava a estabelecer relações com o Teatro de Sant‟angelo. A instituição Pietà concedeu a Vivaldi uma permissão para "exercitar sua destreza" e foram apresentadas as suas primeiras óperas, como "Outtone in villa" e "Orlando Furioso". Depois fez, entre outros concertos, "La Stravaganza". Entre 1718 a 1720, Vivaldi trabalhou em Mântua, onde compôs a maioria de suas cantatas. Entre 1720 e 1723 dedicou-se à ópera. Em 1723, novamente em Veneza, na Pietà, publicou o Opus 8, que contém os concertos "As Quatro Estações".

Ilustração 2 – As quatro Estações

Por volta de 1729 compôs para o rei Luís XV a mais importante de suas serenatas: "La Sena Festeggiante". Pouco depois publicou o Opus 10, "Seis Concertos para Flauta".

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A partir de 1729, parou de publicar suas obras, por perceber que era mais lucrativo vender os manuscritos a compradores particulares.

Ilustração 3 – Partitura – Primavera das quatro estações

Em 1730 e 1731, ficou em Praga onde compôs várias óperas e duas sonatas, Entre 1737 e 1739 tentou, sem sucesso, que representassem as suas óperas. Em 1740 decidiu viajar para Viena, onde morreu aos 63 anos. Apesar da fama que gozou em vida, Antonio Lucio Vivaldi foi esquecido com o advento do classicismo.

Os seus originais, encadernados após sua morte em 27

volumes e vendidos a particulares, foram redescobertos somente na segunda década do século XX.

http://educacao.uol.com.br/biografias/antonio-vivaldi.jhtm

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Carlos Seixas

Ilustração 17 - Carlos Seixas - 1704 - 1742

Tal como sucedeu com muitos dos seus contemporâneos, Carlos Seixas, compositor, cravista e organista da corte de D. João V, teve uma curta existência que não excedeu os 38 anos. Nasceu em Coimbra, em 11 de Junho de 1704, veio com 16 anos para Lisboa e aqui morreu em 25 de Agosto de 1742. Foi um brilhante improvisador e as cerca de 150 composições da sua autoria que chegaram até nós - tocatas, minuetes, fugas, peças religiosas - colocam-no entre os maiores compositores portugueses, nomeadamente no domínio da música de tecla. Da sua arte refinada se diz que o célebre italiano Domenico Scarlatti, quando esteve em Portugal como mestre de música dos filhos do Rei Magnânimo, afirmou, após ouvir Carlos Seixas, que " ele (Seixas) é que me pode dar lições" e "é dos maiores professores que tenho ouvido". Durante o reinado de D. João V (1706-1750), a Corte de Lisboa era considerada uma das mais dispendiosas e magníficas do continente europeu. Neste ambiente de uma Corte tão opulenta, começou a notar-se uma certa viragem para os ideais artísticos da Europa Central, graças a D. João V, que conhecia perfeitamente a tradição musical da Alemanha e da Áustria através da sua mãe, D. Maria Sophia de Pfalz-Neuburg e através de sua mulher Dona Maria Anna de Áustria.

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Ilustração 18 D. João V

A grande preferência de D. João V pelo pomposo cerimonial litúrgico bem como a paixão do príncipe D. José (como D. José I Rei de Portugal entre 1750 e 1777) pela ópera, originaram uma forte preponderância da música italiana cujo estilo e linguagem sonora iriam marcar todos os músicos portugueses dos anos setecentistas.

Ilustração 19 - D. José I

http://www.amsc.com.pt/musica/compositores/seixas.htm, (adaptado)

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Música Clássica A Música clássica é difícil de se definir. De uma forma mais geral, pode-se afirmar que é aquela que foi concebida de 1750 a 1830, incluindo especialmente as produções de Haydn, Mozart e Beethoven, destacando-se a Escola Clássica Vienense, já que nesta época Viena era considerada o centro musical da Europa.

Ilustração 20 - Amadeus Mozart

Ilustração 21 - Joseph Haydn

Ilustração 22 – Ludwin Van Beethoven

Dela nasceram as sinfonias, os quartetos de cordas e os concertos; foi também responsável pela predominância das composições instrumentais sobre as criações direcionadas para o estilo coral. Deste movimento surgiu igualmente a sonata, que se aprimorou ao longo do século XVIII.

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Esta música engloba ainda várias modalidades, desde as complexas fugas até as operetas, criadas para entreter os ouvintes. A

expressão

„música

clássica‟ passou a ser usada a partir de princípios do século XIX, quando houve a intenção de se transformar a era que inicia com Bach e vai até Beethoven, em um período de ouro. Atualmente este rótulo é aplicado

tanto

clássica,

no

à

música

sentido

de

produção de alto nível, quanto à erudita no todo.

Ilustração 23 Sala de música

Fontes http://pt.wikipedia.org/wiki/Música_clássica http://almanaque.folha.uol.com.br/musicaerudita.htm Imagens: Ilustração 1 - http://www.historicalfiguresreincarnated.com/mozartstorace.html Ilustração 2http://cineaprendizagem.blogspot.com/2011/03/joseph-papa-haydn.html Ilustração 3http://lviveravida.blogspot.com/2011/02/ludwin-van-beethoven-compositor-que.html Ilustração 4 http://www.alfredosorichetti.it/index_ita.php

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Wolfgang Amadeus Mozart

27/01/1756 - Salzburgo, Áustria - 05/12/1791 - Viena, Áustria

Um dos setes filhos do compositor, cantor, ator e violinista profissional Leopold Mozart (1719-1787) e de Anna Maria Walburga Pertl (1720-1778), Wolfgang Amadeus Mozart, mais conhecido como Amadeus Mozart, destaca-se pela sua precoce genialidade, considerado o maior prodígio da história da música. Ilustração 24 - Pais de Mozart

Teve os primeiros contatos com o cravo aos quatro anos de idade, quando seu pai dava aulas a sua irmã Maria Anna (1751-1829), apelidada de Nannerl. Nessas aulas, após Maria Anna deixar o instrumento para o descanso, o menino Amadeus tomava o seu lugar e começava a tocar, demonstrando uma habilidade espantosa. E isso chamou a atenção do pai que resolveu investir nesse talento, passando

a

ensinar

ao

casal

de

irmãos.

Ilustração 25 - Mozart com o pai e com a irmã

Aos cinco anos de idade já compunha e tocava minuetos. O pai concluiu que esse prodígio devia ser mostrado e divisou aí também uma possibilidade de ganhar dinheiro, visto que vivia em dificuldades com o pequeno salário que recebia pelo trabalho na igreja do Arcebispo Schrattenbach.

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O religioso foi condescendente com Leopold o tempo todo, permitindo que este se ausentasse com os filhos, em exaustivas excursões artísticas iniciadas em 1762, que os levaram à Alemanha, França, Inglaterra e Itália, colocando-os em contato com os maiores músicos e compositores da época. Amadeus e a irmã, logo superada em talento, tocaram para os reis, rainhas e duques em grandes festas das cortes desses países. Ainda criança, Amadeus passa a compor. Aos nove anos já era autor de sinfonias e, aos quinze, já havia compilado mais de uma centena de obras substanciais. Em 1771, fixa-se em Salzburgo para trabalhar com o pai na corte do arcebispo local, mas continua a viajar e a aceitar pedidos de composições vindos do exterior.

Ilustração 26 - Mapa da Áustria

Mas Amadeus quer uma vida independente e passa a viver como professor, pianista e concertista, mudando-se para Viena, em 1781. Dedica-se com afinco à ópera e cria obras que são hoje consideradas as melhores de todos os tempos, entre elas, "Idomeneo" (1781), "O Rapto no Serralho" (1782), "As Bodas

de

Fígaro"

(1786),

"Don

Giovanni" (1787), "Cosi fan Tutte" (1790), "A Clemência de Tito" (1791) e Ilustração 27 - Partituras de obras de Mozart

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"A Flauta Mágica", também de 1791, a sua obra mais conhecida, feita a partir de uma história oriental de contos de fadas. Além destas, Mozart compôs ainda 27 concertos para piano de 26 quartetos para cordas. Divulgou-se que o talento de Mozart provocou a inveja do compositor italiano Antonio Salierei e que este seria o responsável pela sua morte, por veneno. Essas suspeitas estão descritas na ópera de Rimski-Korsakov, "Mozart e Salieri" (1898). O escritor Peter Shaffer escreveu uma peça teatral sobre o mesmo tema, adaptada para o cinema por Milos Forman, com o título "Amadeus".

O filme, de 1984, retrata um Salieri medíocre musicalmente e um Mozart genial. Mas esse facto nunca foi comprovado, ficou no terreno da lenda e também Salieri jamais foi um músico medíocre, pois teve alunos ilustres, como Schubert, Liszt e Beethoven. A divulgação do nome de Salieri deve muito a esse episódio.

Mozart sempre teve a saúde debilitada, talvez pelas constantes viagens da primeira infância, nem sempre em condições adequadas, e foi acometido de diversos males durante a sua vida, vindo a falecer precocemente aos 35 anos de idade, vítima de febre reumática-inflamatória, deixando inacabada a encomenda de um "Réquiem". Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

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Romantismo O Romantismo é um período da história da música que se convenciona classificar entre o ano de 1815 até o início do século XX. Foi precedido pelo classicismo e sucedido pelas tendências modernistas. A época do romantismo musical coincide com o romantismo na Literatura, Filosofia e Artes Plásticas. A ideia geral do romantismo é que certas realidades só poderiam ser captadas através da emoção, do sentimento e da intuição. Por essa razão, a música romântica é caracterizada pela maior flexibilidade das formas musicais e procura focar mais o sentimento transmitido pela música do que propriamente a estética, ao contrário do Classicismo. Os compositores clássicos tinham por objetivo atingir o equilíbrio entre a estrutura formal e a expressividade. Os românticos vieram desequilibrar tudo. Eles buscavam maior liberdade de forma, a expressão mais intensa e vigorosa das emoções, frequentemente revelando os seus pensamentos mais profundos, inclusive as suas dores. Muitos compositores românticos eram ávidos leitores e tinham grande interesse pelas outras artes, relacionando-se estreitamente com escritores e pintores. Não raro uma composição romântica tinha como fonte de inspiração um quadro visto ou um livro lido pelo compositor. De entre as muitas ideias que exerceram

enorme

fascínio

sobre

os

compositores românticos temos: terras exóticas e o passado distante, os sonhos, a noite e o luar, os rios, os lagos e as florestas, as tristezas do amor, lendas e contos de fadas, o mistério, a magia e o sobrenatural. As melodias tornam-se apaixonadas,

semelhantes

à

canção.

As

harmonias tornam-se mais ricas, com maior emprego de dissonâncias. Ilustração 28 - Compositores do Período Romântico

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Durante o Romantismo houve um rico florescimento da canção, principalmente do Lied („canção‟ em alemão) para piano e canto. O primeiro grande compositor de Lieder (plural de Lied) foi Schubert. As óperas mais famosas hoje em dia são as românticas. Os grandes compositores de óperas do Romantismo foram os italianos Verdi e Rossini e o alemão Wagner. A orquestra cresceu não só em tamanho, como também em abrangência. A secção dos metais ganhou maior importância. Na secção das madeiras adicionou-se o flautim, o corne inglês e o contrafagote. Os instrumentos de percussão ficaram mais variados. O Concerto romântico usava grandes orquestras, e os compositores, agora sob o desafio da habilidade técnica dos virtuoses, tornavam a parte do solo cada vez mais difícil.

Fonte:

http://pt.shvoong.com/entertainment/music/744989-hist%C3%B3ria-da-m%C3%BAsica-m%C3%BAsica-

rom%C3%A2ntica/#ixzz1b4yBRG4J De Wikipédia, a enciclopédia livre

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Frederic Chopin 01/03/1810, Zelazowa Wola, Polônia - 17/10/1849, Paris, França

Tabela 1 - Chopin

Frederic

Chopin

era

filho

do

professor francês Nicolas Chopin, que dava aulas de francês e literatura francesa, e

da

pianista

polonesa

Justyna

Krazizanovska.

Tabela 2 - Pais de Chopin

Dez meses após o seu nascimento, a família foi morar em Varsóvia, onde transitava entre os nobres e a burguesia. Chopin teve uma infância culta. Aos seis anos passou a ter um professor de piano, Adalbert Zwini, que lhe apresentou as obras de Bach e Mozart. O seu primeiro concerto público ocorreu quando ele tinha oito anos. Na mesma época viu publicada a sua primeira obra, uma polonaise. Prosseguiu conciliando seus estudos no Liceu de Varsóvia com as aulas de piano. Em 1825, apresentou-se para o czar Alexandre I. No ano seguinte ingressou no Conservatório de Varsóvia, onde iniciou seus estudos com o compositor Joseph Elsner. Em 1830, dias antes de eclodir a Revolução da Polónia contra a ocupação russa, Chopin resolveu deixar Varsóvia e partir para Viena, que vivia sob o regime autoritário de Metternich. Em julho do ano seguinte, Chopin seguiu para Paris, onde logo integrouse à elite local, passando a ser requisitado como concertista e como professor. Nessa 26


época conheceu músicos consagrados, como Rossini e Cherubini, e outros de sua geração, como Mendelssohn, Berlioz, Franz Lizst e Schumann. Numa das suas viagens pela Europa, em 1835, reencontrou Maria Wodzinska, que conhecera ainda criança em Varsóvia. Chopin apaixonou-se, mas, apresentando já os primeiros sinais de tuberculose, acabou rompendo o noivado por pressão da família de Maria.

Ilustração 29 - Maria Wodzinska

Em 1838 Chopin uniu-se à escritora Aurore Dupin, O casal resolveu passar um tempo em Maiorca, mas o clima húmido da ilha piorou o estado de saúde do compositor. Em 1839, os dois voltaram para a França e em 1847 romperam definitivamente o relacionamento.

No dia 17 de outubro de 1849, Frederic Chopin morre, aos 39 anos. Foi sepultado no cemitério de Père Lachaise,

em

Paris.

Seu

coração

foi

colocado

dentro de um dos pilares da igreja de Santa Cruz, em Varsóvia, conforme o seu pedido.

Tabela 3 - pilares da igreja de Santa Cruz

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Chopin dedicou toda sua obra ao piano, com exceção de apenas algumas peças. Várias de suas obras têm influência do folclore polonês, como é o caso das mazurcas e das polonaises. http://educacao.uol.com.br/biografias/frederic-chopin.jhtm (adaptada)

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Música do século XX O século XX foi uma época de transformações económicas, sociais, políticas e ideológicas. A música não ficou alheia a este mundo em movimento. No campo da música houve mudanças em quase todos os aspectos em que o compositor trabalhava: formas musicais, elementos melódicos e rítmicos, instrumentação, etc. Juntamente com as descobertas de músicas de povos de culturas e hábitos diferentes, também os avanços tecnológicos e (mais para frente) os avanços eletrônicos fizeram com que mudasse as relações entre os ruídos e os sons musicais, ampliando as possibilidades no campo de instrumentação. Nas primeiras décadas do século, entre 1910 a 1925 nasceram uma série de movimentos estéticos renovadores que deram à música do século XX uma orientação própria. Enquanto a música nos períodos anteriores podia ser identificada por um único e mesmo estilo, comum a todos os compositores da época, no século XX ela mostra-se como uma mistura complexa de muitas tendências. A maioria das tendências têm uma coisa em comum: uma reação contra o estilo romântico do século XIX. Dentre as tendências e técnicas de composição mais importantes da música do século XX encontram-se: Impressionismo

Nacionalismo do Séc. XX

Expressionismo

Música Concreta

Serialismo

Música Eletrônica

Influências do Jazz

Neoclassicismo

Música Aleatória

Atonalidade

Para além disso, uma revolução ocorreu na música do século XX com a popularidade do rádio, media e com as tecnologias que foram desenvolvidas para gravar, capturar, reproduzir e distribuir música. Como ela já não era limitada a concertos e clubes, tornou-se possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até internacional. Da mesma forma, o público poderia agora estar exposto a um leque maior de opções As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos. A música tornou-se cada vez mais portátil. Os fones de ouvido permitiram às pessoas a sentarem-se próximas as 29


outras e ouvirem composições completamente diferentes ou partilharem a mesma composição. Talvez a característica mais saliente da música erudita durante o século XX seja o uso cada vez mais frequente da dissonância. Diversos compositores continuaram a trabalhar em formas derivadas do século XIX, incluindo Edward Elgar e o romanticismo de Rachmaninoff. Entretanto, a música moderna tornou-se cada vez mais proeminente e relevante; entre os primeiros modernistas estão Bartók e Stravinsky. Os impressionistas procuraram

novas

texturas

e

abandonaram as formas tradicionais, enquanto outros mantiveram progressões harmônicas mais tradicionais, tais como Debussy e Ravel. Compositores como Milhaud e Gershwin combinaram a música erudita como o jazz. Outros compositores foram capazes de trabalhar em ambos os gêneros, como George Gershwin e Leonard Bernstein. Compositores, como Shostakovich,

Prokofiev,

Hindemith,

Boulez e Villa-Lobos expandiram a paleta erudita para incluir elementos mais dissonantes. Ilustração 30 - Compositores do século XX

Os compositores logo adotaram as tecnologias recentes de eletrônica. Ainda antes da década de 1950, compositores como Olivier Messiaen incorporaram instrumentos eletrônicos nas suas apresentações ao vivo. A tecnologia de gravação também foi usada para produzir música. A música concreta do final da década de 1940 foi produzida ao misturar sons naturais e industriais. Com o desenvolvimento da tecnologia, a música também evoluiu. Já no final do século, o computador pessoal começou a ser usado para composições.

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Música folclórica A música folclórica (ou somente folk) em seu senso original é a música feita pelas pessoas para as pessoas. Ela surgiu e sobreviveu na sociedade sem ser afetada pela comunicação em massa e pela comercialização da cultura. Durante o século XX, o termo recebeu novo significado, descrevendo uma forma particular da música popular que é culturalmente descendente (ou pelo menos inspirada) da música folclórica tradicional, com artistas como Bob Dylan e outros cantores/compositores. Essa música é marcada pela simplicidade, pela tradição e pelas letras de consciência social.

Ilustração 31 - Bob Dylan

Jazz É uma música caracterizada pelo ritmo sincopado, polirritmia e improvisação. Tem as suas origens na cultura da África Ocidental, nas tradições dos afro-americanos e nas bandas militares europeias. Após a sua origem nas comunidades afro-americanas no começo do século, o jazz ganhou popularidade internacional na década de 1920. Desde então, possui grande influência pelo mundo tanto na música popular quanto erudita.

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Ilustração 32 - Milles Davis, Duke Ellington e Earl Hines

Rock and roll Emergiu como um gênero musical definido nos Estados Unidos na década de 1950. Alguns autores utilizam 1955 como referência, o ano da popularização de "Rock Around the Clock" de Bill Haley. Combinava elementos do blues, boogie woogie e swing, sendo também influenciado pela música folk, gospel e country. Elvis Presley foi um dos artistas notáveis da década de 1950. Considerado o primeiro astro do estilo, Elvis fez proliferar uma série de outros artistas com a mesma influência, como Jerry Lee Lewis, e Ray Charles que souberam misturar o rock and roll com a música gospel e o rhythm and blues no ritmo da Soul Music na década de 1960.

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Apesar de considerado como uma música profana e descartável pelas gerações anteriores, a popularidade do rock cresceu na década seguinte até chegar ao ponto de tornar-se a forma mais popular de música existente, já no final do século, com um conjunto bastante diversificado de fãs pelo mundo.

Ilustração 33 - Elvis Presley, Jerry Lee Lewis e Ray Charles

O início da década de 1960 foi marcada por um recuo momentâneo do rock, que havia perdido o seu fôlego inicial, dando espaço para outras manifestações como a música folk. No final da década de 1960 após o auge do movimento hippie e do “rock psicadélico”, houve tentativas em aproximar o rock ao jazz e ao blues, esse último sobrecarregando o rock e criando o que conhece-se por hard rock. O rock progressivo 33


foi um movimento que incorporou estruturas mais complexas ao rock and roll, além da instrumentação do jazz e da música erudita. Predominantemente europeu, começou no Reino Unido com bandas como os Genesis, atingindo seu auge durante o começo da década de 1970 quando álbuns como por exemplo os Dark Side of the Moon de Pink Floyd dominaram as vendas e as preferências musicais.

Ilustração 34 - Genesis e Pink Floyd

O punk rock era originalmente uma forma de hard rock tocada em alta velocidade, com letras simples e com poucos acordes. Desenvolveu-se durante meados da década de 1970. Era uma resposta crua aos excessos de virtuosidade e exuberância que o rock havia atingido, e à crise econômica enfrentada pelo Reino Unido. A formação básica de uma banda do gênero inclui um guitarrista, um baixista e um baterista. Tornou-se muito influente e caracterizou uma revolução musical, artística e comportamental.

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Heavy metal O heavy metal é uma forma de música caracterizada pela agressividade, pelos sons distorcidos, pelas letras grandiosas e pela instrumentação virtuosa. O gênero desenvolveu-se do blues, blues-rock e rock. Suas origens estão em bandas de hard rock que entre 1967 e 1974 misturaram o blues e o rock e criaram um som híbrido, centrado nas guitarras e na bateria. Tais bandas foram seguidas de outras como os Iron Maiden, altamente influenciadas pelo gênero.

O heavy metal teve o auge de sua popularidade durante a década de 1980 com bandas como os Metallica. Ainda que não tão bem sucedido comercialmente como anteriormente, o gênero ainda no século XXI é influente mundialmente, junto com suas diversas ramificações.

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Disco, funk, hip hop e soul A música soul cresceu nas comunidades afro-americanas de gospel e blues durante o final da década de 1950 nos Estados Unidos, atingindo seu auge em meados da década seguinte. Os principais centros foram o estado do Tennessee e a cidade de Detroit, apesar de também se ter desenvolvido em Nova Orleans e a sua principal referência é atualmente o músico James Brown.

O funk é um estilo distinto de música originado nas comunidades afroamericanas. Ele é reconhecido pelo ritmo em síncope, fortes linhas de baixo, percussão e marcantes influências do jazz. A música disco é uma música dançante que surgiu no início da década de 1970, principalmente do funk, da salsa e do soul. O nome é uma referência à palavra francesa "discothèque", que significa discoteca. A música hip-hop é tradicionalmente composta do rap e do DJ, e surgiu quando DJs começaram a isolar, repetir e mixar sons de percussão e do funk. O estilo começou no final da década de 1970.

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Música popular latina A salsa é um ritmo predominantemente caribenho que é popular em diversos países da América Latina.

Reggae O reggae é um ritmo de música popular que foi desenvolvido na Jamaica no final da década de 1960, e cujas origens estão na música africana e caribenha. É baseado num ritmo de batidas regulares com uma marcação de tempo lenta. O artista mais conhecido foi o músico e ativista Bob Marley.

Já em meados da década de 1970, o ritmo já tinha chegado à Europa, especialmente ao Reino Unido.

New Age A música eletrônica, em conjunto com o punk rock e a música esotérica são elementos dos quais a música New Age se desenvolveu. Os trabalhos desse gênero tendem a serem serenos, com a ajuda da meditação. Artistas populares incluem Enya, Yanni, Kitaro entre outros.

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Música pop Música pop é um termo usado para designar qualquer estilo de música popular, ou seja música que atinge a maior parte da população. O termo "Pop" pode referir-se a qualquer gênero popularmente difundido da música americana, sendo assim a expressão "música pop" pode ser usada para designar qualquer estilo popular que esteja em evidência e tenha as suas origens da música popular norte-americana.

Música eletrônica No século XX surgiu o theremim, um instrumento musical inovador. Por séculos, a música era criada através da fricção de cordas, da vibração do ar ou ao bater em algum objeto O teremim, que era operador por um campo magnético interrupto em redor do instrumento, não precisava nem mesmo ser tocado para produzir som. Apesar de seu inventor Leon Theremin o ter desenvolvido originalmente para a música erudita como um meio de prevenir a lesão por esforço repetitivo, o instrumento foi usado em trilhas sonoras, quanto no rock and roll, como na canção "Good Vibrations" do The Beach Boys.

Ilustração 35 - theremim

Logo depois, foram inventadas as ondas Martenot por Maurice Martenot, que foram usadas por Olivier Messiaen em diversos trabalhos. Alguns compositores abandonaram instrumentos musicais tradicionais para usar a fita magnética na criação de música, gravando os sons e manipulando-os de alguma forma.

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Nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial a música eletrônica foi adotada por compositores progressivos, uma forma de exceder os limites dos instrumentos tradicionais. Apesar de ter começado na música erudita, por volta da década de 1960 Wendy Carlos popularizou-a através do uso do sintetizador desenvolvido por Robert Moog, com dois álbuns notáveis, The Well-Tempered Synthesizer e Switched-On Bach. Na década de 1970, artistas como, Vangelis, Jean Michel Jarre, e compositores japoneses como Isao Tomita e Kitaro popularizaram a música eletrônica, e a indústria do cinema começou a utilizá-la na composição de trilhas sonoras. A partir do final da década de 1970, muito da música popular começou a ser desenvolvido com o uso de sintetizadores através de grupos como Depeche Mode. O desenvolvimento da música eletrônica dançante deu-se no início da década de 1990. Um elemento importante nesse desenvolvimento foram as raves. Estas festas de música eletrônica começaram como uma reação às tendências da música popular, a cultura de casas noturnas e o rádio comercial, com o objetivo primordial da elevação da consciência (uma fuga da realidade) através de diversas formas de arte. A música era importante nesse aspecto pois proporciona através das batidas repetitivas e progressivas um efeito hipnótico nos participantes, potencializado pela utilização de drogas.

Notas e Referências MASSIN, Jean; MASSIN, Brigitte. História da Música Ocidental. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 1255 p. ISBN 85-209-0907-8 Neighbour, O. W.. The New Grove Dictionary of Music and Musicians. Londres: Macmillan, 2001. 577– 604 p. vol. xxii. ISBN 1561591742 ROY BENNETT - Uma Breve História da Música ROY BENNETT - Instrumentos de Teclado http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%BAsica_do_s%C3%A9culo_XX

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György Ligeti A

28

de

maio

de

1923

nasce

em

Dicsöszentmárton, atual Roménia, aquele que apontaria novos caminhos para a música da segunda metade do século XX. A biografia e a carreira musical de György Ligeti sempre estiveram ligadas à Alemanha, das maneiras mais diversas. Na sua infância, os discos de música clássica eram o contrapeso para a onipresença da música cigana em Dicsöszentmárton. Foi numa pequena cidade da Transilvânia que o compositor nasceu em 28 de maio de 1923, no seio de uma família judaica húngara. De início, Ligeti desejava ser tanto músico como cientista. Porém a presença nazista na Roménia e as consequentes medidas antissemitas decidiram o impasse por ele: o curso de Física só oferecia uma vaga para judeus, e em 1941 ela foi concedida a outro aluno. Porém a paixão pela ciência permaneceu: quase 40 anos mais tarde o compositor realizaria obras com base na teoria do caos, recursividade, fractais e outros conceitos matemáticos. Em 1944, próximo ao final da guerra, Ligeti teve que servir no Exército. Os demais membros da família foram enviados a campos de concentração. O pai e o irmão – violinista e violista de talento – morreram em Bergen-Belsen e Mauthausen, respetivamente, porém a mãe de Ligeti conseguiu sobreviver a Auschwitz. Os anos da guerra marcaram a personalidade do compositor: ele, que se definia como uma pessoa afável, dizia guardar dentro de si um ódio imenso. Um sentimento que se multiplicou sob a ditadura comunista húngara, na década de 50, e que se expressou na agressividade de certas obras, como o Requiem, de 1965.

O exílio Após o fim da segunda guerra mundial, o compositor lecionou Teoria Musical no Conservatório Franz Lizst, de Budapeste. Como acontecera com os nazistas, o regime comunista condenou a música moderna. Para Ligeti se tornar persona non grata para o partido, bastou ele apresentar uma peça de Igor Stravinsky a seus alunos. A sensação de

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sufocação, tanto intelectual como pessoal, tornou-se insuportável após o fracasso da revolução antissoviética de 1956. Ligeti fugiu para a Áustria.

Voz crítica Pouco depois, ele foi convidado por Stockhausen e Herbert Eimert a realizar três peças no Estúdio de Música Eletrônica da Rádio WDR, em Colônia. Esse contato direto com os sons eletrônicos foram a inspiração para sua primeira grande peça orquestral, Atmosphères. Ela seria o seu passaporte para o panteão da música europeia da segunda metade do século 20, ao lado de Pierre Boulez, Luciano Berio, Luigi Nono e outros. Durante anos, Ligeti foi presença marcante nos cursos de música contemporânea de Darmstadt, além de lecionar em Essen, Berlim e, por último, Hamburgo. Como definir a música de Ligeti? Assim como sua biografia e personalidade, ela se carateriza por paradoxos, metamorfoses, guinadas bruscas e pistas falsas. As suas primeiras obras de peso no Ocidente foram de uma beleza sonora iridescente, inspirada nas possibilidades ilimitadas da música eletrônica e alcançada através da técnica da "micropolifonia": os instrumentos da orquestra tocam simultaneamente centenas de melodias semelhantes, que produzem um efeito de agitação estática. Em seguida, o compositor explorou a simultaneidade de estruturas rítmicas independentes. A consequência dessa "técnica de reticulado" foi o Poème symphonique, para 100 metrônomos, cada um num andamento diferente. Nascida de um certo enfado com a indústria da música erudita e não sem uma boa dose de ironia, a peça faz refletir sobre o que é a interpretação, sobre a situação de concerto em si. O compositor veio a falecer a 12 de junho de 2006.

http://www.dw-world.de/dw/article/0,,876329,00.html (adaptado)

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