Revista Vestir nº03

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Revista da Indústria do Vestuário

Jul/Ago/Set – 2012

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O ‘Plus’ da Moda

Produção limpa

Produção e venda de peças em tamanhos maiores conquistam plena ascensão no mercado nacional

Conferência Rio+20 coloca sustentabilidade em pauta e revela desempenho da indústria do vestuário

Entrevista Diretor comercial da Lupo fala sobre investimento da empresa na área esportiva



SUMÁRIO 4 EDITORIAL Os destaques da edição e do setor

5 PALAVRA DO PRESIDENTE Ronald Masijah explica tópicos importantes de documento entregue à Secretaria da Fazenda

6 ENTREVISTA

16 Capa: Inovação

Diretor comercial da Lupo, Valquírio Cabral Júnior, fala sobre investimento da empresa na área esportiva

Conferência Rio+20 coloca sustentabilidade da indústria do vestuário em pauta

10 POR DENTRO DO SINDICATO Notícias e informes institucionais do Sindivestuário

21 Conjuntura Conheça mais sobre as diversas linhas de crédito existentes e disponíveis aos empresários

29 Na rede Novidades mais relevantes da internet

30 Contexto Haroldo Silva, executivo do Sindivestuário, aborda o potencial a ser explorado no setor

26 História

32 Trabalho e Justiça

Uma homenagem do Sindicato ao Dia do Alfaiate, comemorado no dia 6 de setembro

A advogada do Sindicato, Maria Thereza Pugliesi, explica tudo o que é necessário para contratar um aprendiz

28 Fuxico

34 Agenda

Principais notícias e lançamentos do segmento industrial

Programe-se para os próximos eventos, dentro e fora do Brasil

12 Próxima ESTAÇÃO Números do mercado de moda plus size mostram grande crescimento do seguimento

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Editorial

Sustentabilidade, mercado e esporte Três importantes áreas são temas de matérias No mês de junho,

os holofotes do mundo se voltaram para o Brasil. Isso porque aconteceu no País, a Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. A despeito das expectativas e resultados da reunião, o tema sustentabilidade está em pauta. Portanto, preparamos uma matéria de capa que dá um panorama de como a indústria de confecção tem atuado nesse quesito. Saiba o que já tem sido feito por alguns empresários e marcas brasileiras do setor e conheça resultados positivos dessas belas iniciativas. Recentemente, um levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde apontou que o percentual da população de brasileiros acima do peso é de 48,5%. E paralelamente a essa constatação, outro dado econômico chama a atenção: este grupo movimentou cer-

ca de R$ 5,2 bilhões no varejo de roupas, em 2011, de acordo com estudos realizados pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI). São estes alguns motivos que justificam o grande crescimento do mercado de moda plus size, tema na nossa matéria da editoria ‘Próxima Estação’. Aproveitando o gancho dos acontecimentos esportivos recentes e aqueles que ainda acontecerão no Brasil, ouvimos Valquírio Cabral Júnior, diretor comercial da Lupo, empresa brasileira que tem investido muito na área de confecções de roupas esportivas. E acompanhe ainda, texto sobre as diversas linhas de crédito disponíveis aos empresários; detalhes sobre documento entregue pelo Sindicato e representantes do setor à Secretaria da Fazenda e nossa homenagem ao Dia do Alfaiate, comemorado dia 6 de setembro.

REVISTA VESTIR é uma publicação trimestral do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário). O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião do Sindivestuário. Jornalista responsável Roberto Souza (Mtb 11.408) Editor-executivo Fábio Berklian Editor-chefe Hélio Perazzolo Editor de Arte Daniel Canton Editor Rodrigo Moraes Subeditora Tatiana Piva Reportagem Marina Panham e Samantha Cerquetani Projeto Editorial Fábio Berklian Projeto Gráfico Rogério Macadura/StartUP Comunicação Produção Editorial Priscila Hernandez Designers Felipe Santiago, Leonardo Fial e Luiz Fernando Almeida Contato comercial rspress@rspress.com.br Conselho Editorial Haroldo Silva e Maria Thereza Pugliesi Tiragem 5.000 exemplares Foto de capa Germano Felipe/Natural Cotton Colors

Rua Cayowaá, 228, Perdizes | São Paulo - SP | CEP: 05018-000 11 3875-5627 / 3875-6296 | rspress@rspress.com.br www.rspress.com.br

Diretorias - Triênio 2010 / 2013 Sindivest Sindicato da Indústria do Vestuário Feminino e Infanto Juvenil de São Paulo e Região Ronald Moris Masijah – Presidente; Stéfanos Anastassiadis – Vice-Presidente; Maurice Marcel Zelazny – Diretor-Secretário; Joseph Davidowicz – Suplente de Diretoria; Sidney Knobloch – Suplente de Diretoria; Oscar Dominguez – Suplente de Diretoria; Dorival Carlos Cecconello – Conselho Fiscal; Luiz Jaime; Zaborowsky – Conselho Fiscal; Haylton de Souza Farias Filho – Conselho Fiscal; Mario Perel – Suplente do Cons. Fiscal; Eliana Penna Moreira – Suplente do Cons. Fiscal; Juliana Saicali Dominguez – Suplente do Cons. Fiscal; Haroldo Silva, Diretor Sindiroupas Sindicato da Indústria do Vestuário Masculino no Estado de São Paulo Heitor Alves Filho – Presidente; Max Paul Cassius – Vice-Presidente; Carlos Ernesto Abdalla – Diretor Secretário; Heitor Alves Netto – Suplente de Diretoria; Wilson Ricci – Suplente de Diretoria; José Alberto Sarue – Suplente de Diretoria; Francesco D`Anello – Conselho Fiscal; Rubens Alberto Cohen – Conselho Fiscal; Renato André Cassius – Conselho Fiscal; Humberto Pascuini – Suplente de Conselho Fiscal; Osvaldo Zaguis – Suplente do Conselho Fiscal; Antonio Valter Trombeta – Suplente do Conselho Fiscal Sindicamisas Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São Paulo Nelson Abbud João – Presidente; Antonio do Nascimento Dias Poças – Vice Presidente; Heitor Alves Netto – 1º Secretário; Adriana Dib Cury Silveira – 1ª Tesoureira; Ronaldo Ferratoni Alves – Conselho Fiscal; Déborah Abbud João – Conselho Fiscal; Rodney Abbud João – Conselho Fiscal; Roberto da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Vera Lúcia da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Wady João Cury – Suplente Conselho Fiscal Rua Mario Amaral, nº 172, 2º andar, Paraíso - São Paulo-SP Tel.: 11 3889-2273

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Palavra do Presidente

em prol da competitividade Documento elaborado por sindicatos patronais e dos trabalhadores é entregue à Secretaria da Fazenda Em maio de 2003, no primeiro mandato de Geraldo Alckmin, o Governo do estado de São Paulo reduziu o ICMS para o setor têxtil e do vestuário de 18% para 12%. Depois de uma nova batalha, em 2010, a redução passou de 12% para 7%. Naquela ocasião, a medida foi boa porque era o que precisávamos para ‘tomar um fôlego’ e, então, conseguir competir com as indústrias de fora do estado. Hoje, as empresas estão novamente com for te tendência a sair de São Paulo porque os custos de fabricação, mão de obra e tributários paulistas voltaram a ser muito maiores. Para piorar, ainda temos o ‘assédio’ da mercadoria impor tada e de baixo custo vindas da China. Com o intuito de achar melhores estratégias de competitividade, o Sindivestuário e outros sindicatos patronais e dos trabalhadores de confecções do estado de São Paulo, elaboraram um documento conjunto para dialogar com o Governo. Este foi entregue há cerca de três meses à Secretaria da Fazenda e, inclusive, já foram feitas algumas reuniões com representantes técnicos das entidades com o Governo. Nesse documento há oito pontos, mas três são extremamente relevantes. Um deles é que a medida que baixou as taxas de ICMS vence este ano e até agora não se sabe o que vai acontecer depois. O primeiro pedido é que o Governo mantenha o ICMS em 7% e que a medida torne-se permanente ou que, pelo menos, seja mantida por mais 20 anos. O que seria um tempo razoável para garantir segurança ao empresário que for se instalar no estado de São Paulo.

Quando o varejo compra mercadorias de outro estado, ganha um crédito referente ao ICMS. Como o interestadual é de 12%, esse crédito é maior do que se comprarem dentro de São Paulo. Então, nosso segundo pedido é que o Governo aumente em cinco pontos porcentuais o crédito de ICMS dos varejistas paulistas para compras de mercadorias feitas no próprio estado. E o terceiro ponto importantíssimo é que somos um setor intensivo de mão de obra. Esta representa, dependendo do tipo de roupa fabricada, de 45% a 65% do preço do produto final. Se, matéria-prima de tecidos e energia elétrica geram créditos de ICMS, porque a mão de obra, que é um dos insumos mais importantes no setor de confecções, não gera? Solicitamos que o Governo considere essa reivindicação, pois acreditamos que isso reduziria significativamente o preço do produto para o consumidor final. O setor já deu demonstrações evidentes (com dados da própria Fazenda Paulista) de que atender nossos pleitos aumenta a arrecadação ano após ano. Toda indústria vai sonhar em se instalar em São Paulo, até em função das facilidades de mão de obra produtiva e de logística na região. No geral, estamos esperançosos em relação aos resultados desse diálogo com a Secretaria. Nossa expectativa tem de ser boa, pois os números já mostraram que a indústria paulista não está em um bom momento. Poucos lugares estão conseguindo competir com a indústria chinesa e, São Paulo, ainda tem de competir com os outros estados do País.

Ronald Masijah presidente do Sindicato do Vestuário (Sindivestuário)

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Entrevista Tendência

Confecção esportiva em foco Empresa Lupo investe em roupas para a prática esportiva e aproveita eventos que vão acontecer no Brasil para criar novas coleções O italiano Henrique Lupo é o protagonista de uma história de sucesso. Aos 11 anos, ele desembar-

cou com a família no porto de Santos, mais precisamente no dia 12 de maio de 1888. Em 1902, com o aprendizado de relojoeiro que o pai Teodoro exercia na Itália, ele montou seu primeiro negócio no Brasil: uma relojoaria no centro de Araraquara, interior de São Paulo. Quase 20 anos depois, por conta de duas pequenas máquinas colocadas em sua própria residência, Lupo passava a industrializar os produtos que o ajudariam a obter sucesso no mercado de confecção nacional: as meias. Nessa época, ele fabricava apenas dois modelos masculinos de algodão. Em 1921 acontecia, então, a inauguração da fábrica de Meias Araraquara (nome fantasia) e ali começava a história da empresa Lupo. Nos anos seguintes, a empresa despontou como maior fabricante de meias masculinas do País e, em 1960,

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expandia para o mercado feminino. Quem não se recorda da campanha publicitária da ‘meia da loba’, em 1988? Ainda nos anos 1980, a marca lançou as meias esportivas e, na década de 1990, uma linha de cuecas. Em 1994, foram abertas as lojas e franquias da marca nos shoppings de todo território nacional. E mais recentemente (em 2010), foi lançada a linha voltada à prática esportiva. Hoje, a Lupo possui mais de 17 mil produtos para diferentes públicos, sendo 2 mil modelos de lingeries, 215 franquias no Brasil e América do Sul, quatros lojas próprias e sua marca está presente em mais de 40 mil pontos de venda. Exporta seus produtos para mais de 30 países em todos os continentes e cresceu nos últimos 10 anos uma média de 19,9% ao ano — em 2001, faturou R$103 milhões e, em 2011, R$ 630 milhões. Na empresa há mais de 30 anos, o diretor comercial da Lupo, Valquírio Cabral Júnior, fala à Revista Vestir


Por Tatiana Piva | Fotos Lupo/Divulgação

sobre a história da empresa de confecção que tem orgulho de ser brasileira e sobre o investimento feito na área esportiva visando eventos como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no País. Revista Vestir - Em 2011, a empresa completou 90 anos e segue rumo ao centenário. Quais são as principais estratégias para conseguir se ‘manter viva’ nestes anos todos? Valquírio Cabral Júnior - A maior evolução da Lupo começou no final dos anos 1980 e deve-se, principalmente, à diversificação de produtos. O forte da empresa sempre foram as meias, que representavam 98% da nossa produção. Mas com a abertura para as importações no País, que quebrou as barreiras para os produtos que vem da China, a Lupo teve de acompanhar as evoluções do mercado brasileiro, até porque a concorrência foi muito forte. Então a grande diferença da Lupo foi começar a tratar meias e cuecas como produtos diferenciados e não commodities, como itens de primeira necessidade. Passamos a considerá-los produtos diferenciados, colocando conceitos de novas cores e como artigos de moda, complementos do vestuário. Foi quando aconteceu a inauguração da nossa primeira loja em shopping center e a marca deu uma grande guinada. Com isso, pudemos nos aproximar mais do consumidor final e passamos a fazer uma comunicação direta com eles. Vestir – Desde 2010, a Lupo tem investido mais na área esportiva e até criou a marca Lupo Sport. Por que isso aconteceu? Cabral - A Lupo sempre existiu no esporte como mídia. Há muito tempo patrocinamos clubes, fazemos divulgações em estádios. Usávamos o esporte como mídia, mas percebemos que o mercado de roupas esportivas

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Entrevista Tendência

estava crescendo. Os brasileiros se preocupam com saúde, fazem corridas, caminhadas, academia. E o País representa o segundo maior mercado de roupas esportivas no mundo. Então, vimos que havia uma brecha neste setor que era totalmente dominado pelas grandes marcas internacionais. A Lupo já tinha uma ligação com este mercado porque patrocinava times de futebol, basquete, voleibol há muito anos. Sentimos que tínhamos condição de entrar nele, especialmente com produtos diferenciados, não só lifestyle, mas para a prática esportiva mesmo. Ajudando atletas e pessoas que praticam esporte a terem uma melhor per formance em suas atividades. Sentimos que havia essa preocupação com o corpo, até por conta do crescimento das academias no Brasil. Fomos investindo e hoje nossos produtos estão em mais de 40 mil pontos de vendas. Foi uma decisão acertada, pois em apenas dois anos, o segmento representa 4% do faturamento da empresa e queremos avançar mais. Por isso vamos inaugurar lojas e franquias novas, especializadas somente em artigos esportivos. A primeira foi em agosto, em Araraquara. Na mesma

Lupo em números Empresa brasileira possui atualmente mais de 17 mil produtos para diferentes públicos, sendo 2 mil lingeries, 215 franquias no País e na América do Sul, quatros lojas próprias e sua marca está presente em mais de 40 mil pontos de venda. Exporta suas peças para mais de 30 países em todos os continentes e cresceu 19,9% ao ano na última década.

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cidade onde foi fundada a primeira fábrica da Lupo. Em São Paulo estamos fazendo parcerias com academias e serão inauguradas mais oito lojas. E a grande novidade foi a abertura de uma loja Lupo Sport, na Oscar Freire, também em agosto. Vestir - Na última Copa do Mundo vocês investiram em produtos temáticos. Estão preparando alguma coisa especial para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, que vão acontecer no Brasil? Cabral - Claro! A Copa será o maior evento da história do País, afinal, desde 1950 o Brasil não sediava o evento. Em seguida teremos as Olimpíadas. O mais importante é o clima que vai tomar conta até 2016. Só pelo evento já é um motivo para a Lupo lançar novos produtos e aproveitar este momento especial que o País está vivendo. Estamos pensando em produtos especiais e eles já estão sendo desenvolvidos, mas ainda não podemos anunciar. Até o final do ano poderemos falar mais sobre este assunto. O que posso adiantar é que serão coleções alusivas à Copa. Porque acreditamos que seja um bom momento, no qual as pessoas


estão consumindo mais, estão mais preocupadas com saúde, esporte. É uma somatória de oportunidades. Vestir - A Lupo está fazendo inserções e patrocínios importantes na área esportiva? Isso se deve a estes eventos? Cabral - Sim, temos feito um investimento pesado nisso. Entre 2010 e 2012 nossa verba mais que dobrou. Entre estes investimentos estão inserções em novelas e contratação de famosos para expor os produtos da marca. As conversas sobre o patrocínio do Divino Futebol Clube, da Avenida Brasil, exibida na Rede Globo, surgiram no final do ano passado. A história da novela tinha o time de futebol como pano de fundo. A Lupo faz material para mais de 30 times de futebol, entre eles Portuguesa, Guarani, São Caetano e outras equipes que disputam série A e B do Campeonato Brasileiro. Então tinha tudo a ver, fizemos a aposta e está sendo um sucesso, e tem gerado muito resultado para a empresa, acima do que nós esperávamos. Vestir - Além de terem contratado Neymar como garoto propaganda... Cabral - Pois é. Ele não poderia fazer propaganda só da Lupo Sport por conta do seu contrato com a Nike, então resolvemos contratá-lo como garoto propaganda da marca Lupo. Estamos usando sua figura especialmente para divulgações de cuecas e meias masculinas. A imagem dele é excelente. Atualmente é o maior craque do Brasil, é jovem, com um futuro promissor, não tem rejeição de públicos, todo mundo gosta dele, desde santistas até corintianos, são paulinos, palmeirenses. O garoto tem uma estrela e, por isso, acreditamos que se identifica com a marca. Além de ter a família, o pai sempre junto dele, Neymar não vive em balada, não se vê notícias dele que possam prejudicar a nossa marca. Ele é um vencedor. Vestir - Acredita que estes eventos esportivos deixarão algum legado para o País?

Cabral - O Brasil está recebendo um investimento considerável em infraestrutura, aeroportos, estradas, saneamentos, transportes, metrô. Muitas dessas coisas estavam ou ainda estão vergonhosas, como a situação dos aeroportos. Estávamos precisando dessas obras e por muitos anos ainda vamos aproveitar tudo isso. Acredito que só por conta deste investimento, estes eventos esportivos já seriam importantes e deixariam um legado para o País. Se ainda formos campeões, ou formos bem nas competições, melhor ainda.

Só a Copa do Mundo já é um motivo para a Lupo lançar novos produtos e aproveitar este momento especial que o Brasil está vivendo. Estamos pensando em produtos especiais e eles já estão sendo desenvolvidos...

Vestir - A sustentabilidade no universo empresarial tornou-se uma questão de sobrevivência. Como tem sido a atuação da Lupo nesse quesito? Cabral - Temos diversos projetos de sustentabilidade. Nos processos de tingimento do algodão utilizamos enzimas que diminuem o consumo de água. Além disso, toda a água usada no resfriamento das nossas máquinas é coletada em tanques e depois reutilizada. A empresa tem o objetivo de cortar ou reaproveitar de 30% a 40% da água que utilizamos hoje no processo de tinturaria, o que representa quase 3 milhões de litros de água por dia. No final de 2006, eliminamos todas as sacolas plásticas das nossas lojas, quando nem sequer havia lei que determinasse isso [a medida tem gerado divergências e, em São Paulo, foi suspensa a decisão no final do mês de junho]. Desde então, só temos sacolas de papel reciclável em todas as lojas. Os resíduos de matérias-primas usadas pela Lupo são totalmente reciclados e há um trabalho de reflorestamento que visa contribuir com a natureza. Acreditamos que quando se trata de ações sustentáveis, alguém ou algumas empresas devem se posicionar e começar a fazer alguma coisa. Engajados nisso, estivemos atentos ao Rio + 20 e, apesar de as decisões não terem sido aquelas que esperávamos, estamos felizes com as melhorias. Independentemente de tratados, contratos, leis e medidas, a Lupo sempre se preocupou com isso.

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Por dentro do SIndicato Notícias

Sindicato entrega roupas à campanha do agasalho O presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, e o

Resultado final da arrecadação para a campanha, é anunciado no dia 5 de julho por dona Lu Alckmin

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diretor-executivo, Haroldo Silva, foram recebidos pela presidente do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, dona Lu Alckmin, no encerramento da Campanha do Agasalho, no dia 5 de julho, no Palácio dos Bandeirantes. Na ocasião, eles comunicaram o resultado final da arrecadação de roupas para a Campanha do Agasalho, coordenado pela primeira-dama. Ronald Masijah informou que foram entregues nos depósitos do Fundo de Solidariedade, no bairro da Água Branca, 61 caixas que, somadas, renderam mais de quatro toneladas de roupas em boas condições de uso, partes delas novas. O presidente do Sindivestuário informou a primeira-dama do Estado que houve um grande empenho e envolvimento do empresariado do setor na Campanha, destacando o trabalho do diretor do Sindivestuário, Marcel Zelazny, no processo de arrecadação e armazenamento das doações em local apropriado em sua própria fábrica.

O diretor-executivo, Haroldo Silva, reforçou que todos estavam focados na qualidade dos produtos arrecadados, ou seja, roupas novas ou em muito boas condições de uso, como solicitou dona Lu Alckmin no lançamento da Campanha. Ao ser informada sobre o volume e a qualidade das peças arrecadadas, a primeira-dama mostrou-se visivelmente emocionada. E juntando as mãos em forma de oração, disse: “foi uma grande benção o que vocês conseguiram. Só temos a agradecer”. Os dirigentes do Sindivestuário entregaram também a ela um quadro com miniaturas de peças de vestuário, elaborado pelo coordenador de Marketing do Sindivestuário, Bruno Ribas, que também esteve no encontro. “Estou muito feliz com a visita e com tudo que vocês nos relataram como resultado da Campanha. Muito obrigado pela dedicação e esforço nesta empreitada”, disse a presidente do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, ao final do encontro.


Fotos Divulgação Sindivestuário / Reprodução Google Maps

Itu é apresentada aos empresários do setor No final do mês de maio, o prefeito de Itu — cidade

localizada a 100 km de São Paulo, Herculano Passos e o secretário municipal de Apoio ao Emprego e Incentivo ao Desenvolvimento Empresarial, José Rubens Nunes Gomes, estiveram na sede do Sindivestuário, na capital, para apresentar a diretores e empresários do setor, o programa “Pense Grande Invista em Itu”, um conjunto de iniciativas do governo municipal que visa atrair investimentos para o município, por meio de incentivos e benefícios fiscais. O prefeito ituano foi recebido pelo presidente do Sindivestuário Ronald Masijah, pelo diretor executivo, Haroldo Silva, e outros representantes da categoria e destacou que sua administração procurou desenvolver leis modernas, de incentivo à instalação de grandes investimentos no município, com a intenção do desenvolvimento do parque industrial, inclusive com a destinação de uma área de 1 milhão de metros quadrados junto a região do Pirapitingui, que será um condomínio empresarial por meio de uma PPP (Parceria Público Privada). Depois da exibição de um vídeo institucional sobre o projeto, o prefeito Herculano afirmou que Itu é uma das melhores possibilidades de investimentos em todo o País. Em seguida, prefeito e secretário foram questionados sobre diversos pontos dessas leis de incentivo e os benefícios que as empresas poderão contar caso venham se instalar na cidade. No final do encontro, Ronald Masijah agradeceu a exposição, dizendo que foi esclarecedor e animador conhecer ainda mais sobre as melhores opções de investimento em Itu e garantiu que as informações serão levadas a todo o setor da indústria do vestuário de todo o País.

Representantes do Sindivestuário recebem prefeito de Itu

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Próxima estação moda

Produção e venda de peças em tamanhos maiores conquistam plena ascensão no mercado nacional

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Por Tatiana Vieira | Fotos Divulgação Raquel Quinderé / RS Press Arquivo

Até pouco tempo atrás,

acompanhar a moda era um privilégio de quem usava manequim, no máximo, número 42. Quem andasse pelas ruas e encontrasse ‘gordinhas’ vestidas com as tendências vigentes, provavelmente se surpreenderia. Porém, o que antes poderia ser uma raridade, hoje é uma realidade. Esse cenário não está somente nas ruas, com as mulheres que usam roupas de tamanho GG demonstrando conhecimento e bom gosto na escolha do visual. Nas passarelas, nos eventos de moda e até mesmo nas campanhas de publicidade, o conceito “plus size” ganha destaque crescente. Sinal de que o mercado está em alta e aberto para quem tem a ousadia e tino para investir. Os caminhos são vários, mas é importante um estudo aprofundado sobre o público consumidor para atendê-lo com a qualidade e o primor necessários. Um exemplo de cliente que busca estar sempre na moda e valoriza as marcas que já trabalham com este novo conceito é a cabeleireira Ana Amália Brandão, 43. Elogiada por muitos como “exemplo de elegância”, Ana, que veste manequim 48 / 50, diz que já enfrentou muita dificuldade para encontrar peças de bom caimento e que acompanhassem as tendências. “Sempre encontrava roupas mais ‘senhoris’. Como gostava de peças mais ‘jovens’, às vezes saía deprimida das lojas”, relembra. A cabeleireira conta que tinha que visitar várias boutiques até encontrar alguma peça diferente que lhe servisse: “Hoje a gente já conta com algumas marcas exclusivas que desenvolvem roupas bonitas e atuais para as gordinhas. E também encontramos em algumas lojas mais tradicionais, setores específicos para os tamanhos 44 a 58, o que é muito bem visto por nós, consumidoras desses tipos de peças”. Mas não é qualquer empresário que está apto para conquistar a simpatia do público GG. Marcelo Prado, Diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), alerta para a importância de uma avaliação do mercado e do

perfil dos consumidores antes de fazer qualquer investida. “O industrial do ramo do vestuário não deve se lançar desesperadamente nesta empreitada, como se tivesse descoberto uma mina de ouro. Ele precisa estudar o caso, pesquisar quem são, o que pensam, que medidas vestem e o que desejam os compradores finais da marca”, observa. De acordo com o especialista, o momento é oportuno para se fazer o investimento, mas é importante um planejamento estratégico minucioso. Trajetória O termo plus size (em uma tradução simples, “tamanho maior”), surgiu nos Estados Unidos há cerca de três décadas. A necessidade de inserir o conceito no universo da moda veio da constatação de que grande parcela da população americana estava acima do peso. E esta tendência foi acompanhada pelo restante do mundo ao longo dos anos. Cada vez mais, pesquisas apontam o aumento da taxa de pessoas obesas. O que, consequentemente, altera os padrões antropométricos. Um levantamento divulgado este ano pelo Ministério da Saúde revela que o percentual da população de brasileiros acima do peso é de 48,5%. Paralelamente a essa constatação, outro dado econômico chamou a atenção dos industriais do vestuário: o mesmo grupo movimentou cerca de R$ 5,2 bilhões no varejo de roupas (somente na linha adulta), em 2011, de acordo com estudos realizados pelo IEMI. “Na linha masculina, estamos falando de 4% do mercado total e, na linha feminina, de 2,5%”, destaca o especialista Marcelo Prado. Quem já fez o investimento, garante que vale a pena. A diretora Executiva e de Desenvolvimento de Produtos de uma grife especializada em lingerie, Alessandra Zegaib, relata que já trabalha com a criação de peças em tamanhos maiores há quatro anos. “Dentro de nossa própria fábrica descobrimos esta carência que existia no mercado. Tínhamos colaboradoras mais gordinhas que se queixavam de nunca

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Próxima estação moda

encontrar uma lingerie bonita em tamanho maior. Assim, iniciamos as pesquisas e passamos a atender este nicho”, ressalta. A especialista em Moda e Marketing destaca que foi necessário um estudo muito detalhado, apesar da marca já trabalhar com o mercado Maternity e Shapewear, a produção de lingerie plus size é mais trabalhosa e requer cuidados específicos. Visão diferenciada Estar na moda não quer dizer, necessariamente, seguir um padrão único de se vestir. Hoje, este universo de criação está tão democrático que já encontramos peças e modelos para todos os gostos e estilos. Com o segmento plus size não é diferente. As mais de 70 marcas vigentes destinadas ao público GG têm seu estilo particular de criação e já oferecem diversas opções para seus consumidores, que vão desde o clássico, ao aventureiro ou sofisticado. E, nesse caso, a responsabilidade maior fica por conta dos designers dos produtos. Quem cria os modelos deve ter um “pensamento diferenciado”, conforme classifica Alessandra Zegaib. “Os estilistas que trabalham com as peças plus size precisam ser os melhores em criação. O mercado exige conhecimento e habilidades especiais, que inclui a leitura clara das necessidades do público que veste tamanhos maiores”, defende. Raquel Quinderé, estilista formada pela Universidade Federal do Ceará e que trabalha com este segmento há sete meses, confirma a opinião de Alessandra. “Um desafio muito grande que enfrentei foi trazer uma mudança conceitual. Quando iniciei o trabalho com plus size, percebi que as peças voltadas às ‘gordinhas’ seguiam um mesmo padrão, não variavam muito. Então, investi em uma criação ‘de dentro pra fora’, buscando ousar para que os usuários sejam convidados a fazer o mesmo”. A designer de roupas completa que procura investir em tendências, mas sempre apostando nas cores e na “brasilidade”.

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Quem faz uso de tais criações reconhece a importância do preparo dos profissionais. Ana Amália, defensora convicta da moda plus size, diz que o resgate da autoestima está associado a “você se sentir bem com o que veste”. E, nesse quesito, ganha pontos o estilista e empresário que sabem oferecer aquilo que o consumidor busca para valorizar a sua imagem. “Eu acho importante que, ao se vestir, a pessoa busque maneiras diferentes de destacar o que mais gosta no corpo, como, por exemplo, o colo ou a cintura”, sugere a cabeleireira Ana. E ela não está errada. A estilista Raquel admite que o processo de criação segue exatamente essa ideia. “Existem vários tipos de gordinhas: aquelas que têm muito busto, as que têm pouco; as que têm muito bumbum ou uma cintura bem definida, por exemplo. A partir dos diferentes perfis, nós desenvolvemos a peça de maneira a destacar o que o cliente tem de mais bonito”, salienta. Apesar de todas estratégias diferenciadas que garantem a qualidade das roupas em tamanhos maiores, Alessandra ressalta que tudo isso não significa fugir da moda. Ao contrário, a criação segue as “tendências mundiais, mas com características específicas”, diz. A especialista dá o exemplo da criação de peças íntimas para o público plus size: “nos sutiãs, usamos alças apropriadas e apostamos em laterais que abracem o corpo da cliente, modelando e tirando as ‘gordurinhas’ na região abaixo da axila. Reforços internos são colocados para uma maior sustentação do seio e, nas calças, temos o cuidado para usar elásticos leves que não deformam o corpo, além da opção por recortes apropriados para ajudar na redução de medidas”, explica. Alessandra acrescenta que, nem por isso, a lingerie tamanho maior perde sensualidade. “Nós desenvolvemos peças para o público plus size que vão desde o básico ao sensual, exatamente como uma lingerie em tamanhos pequenos. Nosso foco é sempre seguir tendências, respeitando todas as belezas”, salienta.


Identidade Conquistar o público que aprecia a moda GG requer também criar uma proximidade com o mesmo, seja através da criação de campanhas específicas para este consumidor, da participação em feiras e eventos de moda voltados para esse nicho ou mesmo estando presente nas redes sociais, convidando o cliente a opinar e a dar sugestões. “A partir do momento em que você desenvolve um produto para um público específico, é preciso ir além para que ele seja bem aceito no mercado. Para tanto, é necessário desenvolver serviços específicos e uma comunicação dirigida ao cliente para criar uma identidade com a marca e com as linhas de produto desenvolvidas para ele”, recomenda Prado. Algumas empresas já têm apostado nessa investida. Campanhas com slogans do tipo “Especial para Você”, “Moda para quem não tem medo do espelho” ou “Comemore as cur vas e a volúpia” estão, cada vez mais, ga-

nhando destaque no universo publicitário. O resultado é um consumidor com a autoestima elevada, que, consequentemente, quer estar na moda. E a cabeleireira Ana Amália assina embaixo quando o assunto é resgatar a autovalorização. “Acredito que o primeiro passo para nos sentirmos bem conosco e com as outras pessoas é aprender a nos aceitar e nos amar. Todas temos belezas que, às vezes, ficam escondidas atrás do preconceito que criamos em torno de nós mesmas”. Segundo Raquel, o segredo principal para quem quer se dar bem com o segmento plus size é apenas um: “É proibido proibir”. Para ela, tudo pode ser perfeitamente adequado. “Se o mercado olhar a consumidora com mais carinho e as marcas desenvolverem um trabalho psicológico com as clientes para que elas conheçam o seu corpo e acreditem em suas belezas, certamente inauguraremos uma nova fase promissora na indústria da moda”, resume.

O mercado exige conhecimento e habilidades especiais, que inclui a leitura clara das necessidades do público que veste tamanhos maiores

Acima, a cabeleireira Ana Amália Brandão veste manequim 48/50 e é considerada por muitos como exemplo de elegância. À direita, croqui da marca da estilista Raquel Quinderé

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CAPA Germano Felipe/Natural Cotton Colors

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limpo


Por Marina Panham

O órgão americano que monitora a emissão de poluentes no mundo, Environmental Protection Agency, revelou que a indústria têxtil está entre as quatro que mais consomem recursos naturais, como água e combustíveis fósseis. Frente este dado, como reduzir o consumo de energia, água, matéria-prima, substâncias tóxicas e gerar menos resíduos? Há 20 anos, a Eco 92 – Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento –, consolidou o conceito de desenvolvimento econômico baseado na ética e respeito à natureza por meio da ‘Carta da Terra’. Em 2012, a realização da Conferência das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho, colocou o mesmo tema em discussão. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresentou relatórios sobre 16 setores da indústria brasileira – inclusive o têxtil e de confecção, no Encontro da Indústria para a Sustentabilidade, que aconteceu durante a Rio+20, no dia 14 de junho. O documento ‘Têxtil e Confecção: Inovar, Desenvolver e Sustentar’, oferece alternativas viáveis de contribuição desses segmentos para o desenvolvimento sustentável pois, de acordo com o texto, “a sustentabilidade industrial tem sido foco das discussões sobre a temática que envolve questões não apenas ambientais, mas também que visam a geração de lucro e condições favoráveis às indústrias”. Nesse relatório, foram analisadas as principais linhas de ação que deverão ser enfatizadas por políticas públicas e iniciativas empresariais para elevar a competitividade baseada em diferenciação sustentável e responsabilidade. A indústria têxtil brasileira, segundo o documento, é a quinta maior do mundo e a quarta maior em confecção. Além disso, o Brasil é o segundo maior produtor de denim e o terceiro na produção de malhas. No relatório, consta ainda que o Instituto de Prospecção Tecnológica e Mercadológica do Senai/

Conferência Rio+20 coloca sustentabilidade em pauta e revela desempenho da indústria nacional, inclusive dos setores de confecção e têxtil CETIQT realizou levantamento sobre ações sustentáveis empreendidas por pequenas, médias e grandes empresas têxteis nacionais e descobriu padrões de comportamento distintos. Por conta da estrutura industrial das grandes empresas, voltada para a produção em massa, houve predominância de melhorias de processo, como o cumprimento de regulamentos internacionais e a realização de programas ambientais para a comunidade. Já as empresas de pequeno porte, devido à escassez de recursos, se concentram no desenvolvimento de novos produtos com atributos sustentáveis. Foram apresentados os sete vetores mais importantes para o futuro da cadeia têxtil e de confecção no documento apresentado na Conferência Rio+20. São eles: integração da informação com sistemas de radiofrequência e sistemas integrados de dados do consumidor ao projeto; novas tecnologias de projeto e de produção, com novas fibras, funcionalidades e sustentabilidade; gestão de ciclo de vida, com capacitação para atender consumidores mais exigentes quanto aos impactos na natureza; gestão integrada de cadeias de suprimento, com projetos compartilhados e engenharia de ciclo de vida de produtos; liderança do design, que assume papel estratégico nas oportunidades de criação de valor; e integração com outras cadeias, com valorização crescente do uso dos têxteis técnicos em outras indústrias. O guia concluiu que novas fibras e novas tecnologias estão na base de uma produção sustentável no setor. Seguindo o viés de iniciativas de certificação e autorregulação desenvolvidas pelo setor, o documento apresentado na Conferência citou o convênio entre a Associação Brasileira da

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CAPA Fotos Divulgação Unitêxtil

inovaçÃO

Plantação e processo industrial do algodão colorido utilizado pela Natural Cotton Colors na confecção de seus produtos

Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) e a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), na criação do Programa Brasileiro de Autorregulamentação de Roupas Profissionais, Militares, Escolares e Vestimentas – Selo Qual, para criar, normalizar e implementar a certificação de roupas profissionais no País. Por meio de três níveis de certificação (Bronze, Prata e Ouro) com caráter evolutivo, o Selo Qual “atesta que o fabricante do produto não utiliza mão de obra informal em seu estabelecimento, que a empresa atende às normas ambientais – não descartando resíduos que causem poluição ao meio ambiente, além de ser socialmente responsável”. Na Conferência Rio+20, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) também apresentaram um documento sobre o desenvolvimento sustentável da indústria nacional chamado “A Desigualdade é Insustentável”. O documento, entregue à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, “contribui com as ações em prol do desenvolvimento sustentável”, ressaltou

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o diretor de Meio Ambiente do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Eduardo San Martin. Outro documento que também pode auxiliar a indústria têxtil e de confecção a neutralizar os impactos ambientais e integrar o conceito de produção mais limpa à gestão é o ”Guia Técnico Ambiental da Indústria Têxtil – Série P+L”. O guia foi publicado em 2009 pela Câmara Ambiental da Indústria Têxtil e integrado por representantes da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e do Sindicato das Indústrias Têxteis do Estado de São Paulo (Sinditêxtil). A iniciativa pretende orientar os empresários do setor a adotarem práticas e medidas que aprimorem a produtividade e a racionalização do consumo de matérias-primas e de recursos naturais. Produção mais limpa (P+L), segundo o guia, significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, com o intuito de aumentar a eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, por meio da não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados.


De acordo com esse documento, “o setor têxtil brasileiro investe uma média de US$ 1 bilhão por ano para manter seus parques sempre atualizados, com tecnologia de ponta, respeitando as leis ambientais e investindo em profissionais capacitados”. Segundo San Martin – que na época da elaboração do Guia P+L era coordenador de Meio Ambiente do Sinditêxtil-SP –, o setor têxtil e de confecção é pioneiro na aplicação das medidas de P+L, com foco na redução do consumo de energia e água, e na diminuição de resíduos e emissões de poluentes gasosos. Além disso, destacou San Martin, “o investimento do setor em inovações tecnológicas e medidas de P+L nas últimas décadas gerou avanços na gestão ambiental, econômica e social”. Para o diretor de Meio Ambiente do Ciesp, o setor tem contribuído na redução de custos operacionais e na obtenção de ganhos ambientais e sociais, porém, ainda há desafios a serem enfrentados como: dar continuidade à melhoria da geração de dados do setor para auxiliar na tomada de decisão; obter incentivos governamentais para avançar nas práticas sustentá-

veis, considerando o porte da empresa; e revisar a matriz de energia caso a caso, a fim de adotar a geração de energia limpa e renovável. De João Pessoa para o mundo “Nosso produto já nasce sustentável, literalmente”, afirmou a coordenadora do Grupo Natural Cotton Color, Francisca Vieira. A cooperativa de João Pessoa (PB) que confecciona moda masculina, feminina, infantil, acessórios, calçados e decoração, utiliza algodão colorido originário de semente desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Naturalmente colorido (verde, marrom e bege), o algodão evita processos químicos de tingimento – agressivos ao meio ambiente - e economiza 70% de água. A matéria-prima é cultivada por pequenos produtores rurais para incentivar a agricultura familiar, obser va Francisca. Pesticidas, agrotóxicos e fer tilizantes não são utilizados nas plantações. Além disso, o Grupo capacita a mão de obra, que geralmente é integrada por rendeiras e ar tesãos das regiões mais pobres do semiári-

Produzir uma coleção sustentável em um ano e esquecer o assunto no ano seguinte não é um trabalho sustentável. O emprego da sustentabilidade na indústria têxtil e na de confecção deve ser contínuo Francisca Vieira, coordenadora do Grupo Natural Cotton Color

Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

José Paulo Lacerda/ABr

Acima, presidente Dilma Rousseff discursa durante cerimônia de abertura da Conferência Rio+20. À direita, painel de abertura do Encontro da Indústria para a Sustentabilidade

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CAPA Divulgação Osklen

inovaçÃO

Bolsas da marca Osklen, produzidas com couro de pirarucu e juta da Amazônia

do nordestino. Francisca revelou que o Grupo não utiliza nada industrializado como adereços. As rendas, por exemplo, são feitas à mão e tingidas com cascas de caju, gengibre, urucum e açafrão. Para Francisca, muitos utilizam a sustentabilidade como estratégia de marketing. “Produzir uma coleção sustentável em um ano e esquecer o assunto no ano seguinte não é um trabalho sustentável. O emprego da sustentabilidade na indústria têxtil e na de confecção deve ser contínuo.” Para ela, essa é a única forma de a moda brasileira se firmar no cenário internacional. E isto se confirma com a participação do Grupo Natural Cotton Color na feira internacional de moda Who’s Next Prêt à Porter, que aconteceu em Paris (França), entre os dias 30 de junho e 3 de julho. Na ocasião, o grupo paraibano apresentou uma linha de alto verão em cores fortes, como amarelo e laranja, com apliques de organza e seda pura tingida naturalmente com açafrão e urucum. Luxo sustentável Luxo sustentável é a aposta da grife carioca Osklen. Fundada pelo estilista Oskar Metsavaht, em 1989, a marca investe em produtos com lifestyle brasileiro, com design original, sustentá-

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vel e qualidade internacional. Durante o Fórum Mundial de Sustentabilidade, realizado em Manaus (AM), entre os dias 22 e 24 de março, Metsavaht declarou que “a busca por valores sustentáveis é uma tendência irreversível”. Por meio do Instituto-e, criado por Metsavaht em 2007, a Osklen divulga a importância da responsabilidade com o meio ambiente e com a comunidade. Outro projeto lançado pelo estilista para contribuir com o desenvolvimento sustentável da indústria de confecção nacional foi o e-fabrics. A iniciativa mapeia as matérias-primas sustentáveis que podem ser utilizadas na indústria têxtil e na cadeia produtiva da moda. Inspirada no Instituto-e e na Agenda 21, documento resultante da Conferência Eco 92, a nova coleção da Osklen para o inverno 2012, chamada A21, foi desenvolvida com pele de pirarucu e salmão, seda, algodão orgânico e lona eco. No dia 14 de junho, durante mesa-re-donda na São Paulo Fashion Week – Inverno 2012, o Instituto-e, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente da Itália, lançou outro projeto sustentável inovador para a indústria, o Traces. Fruto de cooperação ítalo-brasileira, a iniciativa calcula o consumo de carbono e impactos socioambientais de e-fabrics.



conjuntura investimento

Consultoria digital Guia online da ABIT ajuda o empresário a encontrar o financiamento exato para o seu negócio Diferentemente da realidade brasileira nas dé-

cadas passadas, hoje a ofer ta de crédito para investimentos é abundante. Diversos agentes financeiros do País apresentam uma gama de opor tunidades de empréstimos destinados àquele que quer fazer o seu empreendimento crescer. Mas, apesar de todas as facilidades, um entrave que muitos proprietários de empresas costumam enfrentar está na própria ofer ta variada e, consequentemente, a escolha pela linha de fomento ideal. Um perigo comum está na sedução exercida por gerentes de bancos que podem indicar um financiamento inadequado a sua realidade e condições. Com o objetivo de sanar este problema e assessorar o empresário na definição do crédito cer teiro para o seu investimento, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC), criou o ‘Guia Online Linhas de Crédito’, uma ferramenta digital de consulta e simulação que reúne praticamente todas as opções de financiamento disponíveis no País para empresários do setor. Fernando Pimentel, Diretor Superintendente da ABIT, explica que o guia

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pretende basicamente “facilitar a vida do empresário”. E ele cita, em especial, o empreendedor de pequeno por te. “Sabemos que são empresários e não dispõem de muito tempo para pesquisar as linhas de crédito disponíveis. Por isso, criamos essa plataforma facilitadora de consulta. Lá ele pode encontrar créditos específicos para investimentos diversos: aquisição de máquinas e equipamentos, construção civil, inovação e tecnologia, dentre outras finalidades. Quem pretende investir em um novo negócio também encontra algumas opções de financiamento”, explica. Concorrência e investimento A indústria têxtil e de confecções no Brasil tem uma importância singular na economia nacional: representa 3,5% do PIB nacional, foi classificada como a segunda maior empregadora da indústria de transformação do País (em 2010 foram registrados 1,7 milhão de empregados) e situa-se como o quinto maior parque industrial têxtil e o quarto maior de confecções do mundo. Por todos esses fatores, demanda uma atenção especial do governo e também das associações representativas, no sentido de trabalhar o fomento à competitividade e ao crescimento dos negócios dentro e fora do País.


Por Tatiana Vieira | Foto Shutterstock

Atualmente, a concorrência com o produto impor tado ilegalmente é um dos obstáculos enfrentados pelo setor. “Os grandes compradores forçam a redução dos preços e, muitas vezes, optam por produtos que vêm de fora exatamente por ter benefícios como esse”, explica Pimentel. E os proprietários de pequenas e médias empresas costumam ser os mais afetados por este problema, pois precisam investir em seu negócio para competir com a concorrência estrangeira. Muitas vezes, sem dispor do capital necessário. Sem contar as maiores dificuldades encontradas no pedido e aprovação de crédito. Nesse aspecto, de acordo com o superintendente da Agência de Fo-

mento Paulista, Gilber to Fiorante, o proprietário de um negócio de pequeno e médio por te enfrenta, normalmente, duas principais dificuldades: “A prestação de informações referentes às demonstrações financeiras da empresa, que deve espelhar a sua real situação, e as garantias que precisa oferecer para a operação de financiamento”. Apesar destas barreiras, já existem instituições financeiras que dispõem de fundos de apoios, pontua Fiorante. Em relação ao Guia da ABIT, o diretor superintendente da instituição, Fernando Pimentel, explica que quando o usuário não encontra determinada linha de crédito especial a qual teve conhecimento, ele pode entrar

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conjuntura investimento

As linhas oferecidas têm destinações variadas, atendendo tanto quem deseja expandir o seu negócio, como os interessados em abrir uma nova empresa

Desafios Questionado se o momento atual é opor tuno para que o empresário busque o apoio de um financiamento, Pimentel defende que “quem está na indústria e quer permanecer no mercado, precisa investir constantemente”. Ele explica que a alta taxa de juros no Brasil pode inibir os empreendedores a buscar o supor te de uma instituição financeira, e que, antes e após fazer a opção pelo crédito ideal, é recomendável avaliar o quadro

da empresa e ponderar sobre todas as decisões. “O empresário precisa equacionar a dívida e o patrimônio da empresa. É necessário analisar também em quanto tempo virá o retorno esperado. Avalia-se a projeção da demanda, o feedback do investimento, a expectativa do consumidor e o mais importante: o custo e o ônus de não investir.” E reforça: “Investimento não envolve somente o capital, mas também pensar em inovação, qualidade, marketing e produto”. Para o superintendente da Agência de Fomento Paulista, Gilberto Fiorante, após a obtenção do empréstimo, é fundamental que o empresário busque a governança nos processos produtivos e econômicos do negócio. “A busca da eficiência deve ser permanente, incluindo as boas práticas ambientais e a maximização dos resultados financeiros. Os compromissos devem ser honrados pontualmente para que não haja interrupção junto ao mercado de oferta de crédito”, finaliza.

Por meio do acesso ao guia (www. abit.org.br/linhasdefomento), o visitante pode fazer diversas pesquisas e comparar taxas de juros, carência e demais condições e exigências dos vários agentes financeiros do País que oferecem o crédito. Juntamente com as ferramentas de consulta, há um glossário com a explicação de todos os termos técnicos. Assim, o empresário não terá dificuldade para identificar e selecionar a linha de fomento que irá atender bem a sua demanda. Outro supor te que a página oferece é o acesso aos links de simuladores online. Ao indicar o valor do financiamento, a ferramenta calcula, automaticamente, as alternativas quanto ao número de parcelas e os valores cobrados – com a indicação dos juros incidido

em cada opção de pagamento. Para encontrar a linha de crédito ideal para cada negócio, o usuário precisa efetuar um cadastro inicial. Feita a inscrição, ele já está apto a realizar suas pesquisas. Usando filtros distintos, é possível indicar o agente de crédito (para aqueles que já são clientes de algum banco e pretendem fazer o empréstimo no mesmo), o valor mínimo do financiamento ou o por te da empresa. Também dá para fazer a busca digitando uma palavra-chave como, “capital de giro”, “expor tação”, “aber tura”, entre outros. As linhas oferecidas têm destinações variadas. A única restrição é que sejam empresários. Os financiamentos não contemplam os profissionais autônomos.

em contato com a entidade e solicitar a inclusão na base de dados digital. “Este é também o grande diferencial da nossa plataforma: ela é dinâmica. Permite a interação e a contribuição do usuário”, diz.

Como utilizar o Guia Linhas de Crédito?

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História alfaiate

Maestros da roupa Alfaiates são homenageados por meio do resgate da história de diferentes profissionais 26 Revista Vestir

A máquina de costura é

a sua principal parceira. E com mais alguns poucos e até obsoletos objetos como tesoura, régua e linhas, o alfaiate exerce a arte de criar e costurar peças de roupa de forma artesanal e sob medida. Em 6 de setembro, é comemorado o dia desse tão antigo e importante profissional. Portanto, a Revista Vestir resolveu fazer uma homenagem à profissão que tem forte ligação com o início do Sindivestuário. Um alfaiate é um costureiro exclusivo. Mas antes de coser qualquer peça masculina ou feminina, ele analisa o corpo, o gosto e várias outras características do seu cliente para, então, elaborar a melhor peça.


Por Tatiana Piva | Fotos Arquivo Vicente Farina

Na década de 1960, o Brasil viveu o auge dessa profissão. Os homens mais famosos e ricos costumavam adquirir suas roupas somente em alfaiatarias. Segundo dados da Associação dos Alfaiates e Camiseiros do Estado de São Paulo (AACESP), em 1970 havia mais de 5 mil alfaiates em São Paulo. Um dos mais importantes, sem dúvida, foi Vicente Buonocuore Farina (1899–1991). Filho de imigrantes italianos que moravam na região do Brás, Farina, como era conhecido, tornou-se alfaiate por acaso. Segundo relata sua neta Sandra Maria Calamita Lucchesi, autora da biografia “Eu...alfaiate?”, como castigo para uma de suas traquinagens, a mãe Immaculada Buonocuore Farina, resolveu tirar o garoto da escola e colocá-lo para trabalhar. Muito rígida, ela andou pelas ruas da região batendo de porta em porta nos estabelecimentos e arrumou o primeiro emprego do filho na Alfaiataria Petrillo, quando ele tinha apenas 11 anos. Durante os anos seguintes, Farina foi aprendendo e cresceu na hierarquia das alfaiatarias por onde passou. Ocupou funções de aprendiz de alfaiate, calceiro, oficial de paletó e mestre-alfaiate. Até que conseguiu alugar uma pequena sala e deu início ao seu próprio negócio. Apesar da falta de conhecimento acadêmico, Farina criou métodos tão precisos para a confecção de roupas de luxo que ganhou diversos prêmios. Ajudou a criar o Curso de Costura do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em São Paulo, a implantar o Curso Superior de Alfaiate, na Universidade do Paraná, e foi ainda um dos fundadores da União dos Alfaiates. “O sucesso foi consequência de um escopo de vida baseado em elegância e perfeição. E isso o levou a ser um dos maiores profissionais da época”, diz sua neta. Início do Sindicato No dia 3 de janeiro de 1936, Vicente Farina, assinou a ficha de inscrição

número 2 do Sindicato de Roupas Masculinas do Estado de São Paulo. A ficha número 1 foi perdida ao longo do tempo. Por isso, hoje ele é considerado o primeiro profissional a dar início ao Sindivest/Sindiroupas, entidades que mais tarde dariam origem ao Sindivestuário, união destes com o Sindicamisas. Além dos legados deixados por seu avô, Sandra também se recorda dos relatos que ele fazia de momentos difíceis sobre a profissão. As justificativas para a perda de espaço dos alfaiates foram o surgimento do prêt-à-porter (roupas prontas para vestir). Tais acontecimentos influenciaram tanto, que hoje são apenas 500 profissionais no estado de São Paulo, segundo a AACESP. Porém, de uns cinco anos para cá, parece que a profissão voltou a ‘ficar na moda’. Tanto que algumas alfaiatarias chegaram a abrir lojas em shoppings das grandes capitais. Como é o caso da Alfaiataria Paramount. “Desenvolvemos contato direto com os alfaiates, quando, em 1990, fizemos tecelagens de pura lã. Hoje grandes marcas usam nossos tecidos”, conta orgulhoso Fuad Mattar, dono da Paramount Têxteis. Outra prova que reafirma a importância desse profissional e o seu retorno como referência no mercado é que outras grandes marcas também incluíram a alfaiataria em suas coleções. João Camargo, 37 anos, abriu a Camargo Alfaiataria há sete e assume ser alfaiate sem qualquer preconceito. “Somos grandes ‘consultores de imagem’. Desde que abri minha loja venho trabalhando no resgate dos conceitos de elegância e saúde. O homem de hoje está voltando a se preocupar com o bem-estar. E é exatamente este novo comportamento que contribui para a volta dos alfaiates”, defende Camargo e confessa algumas de suas maiores estratégias: Saber ouvir os clientes para assim conseguir descobrir uma identidade da sua marca e criar suas peças. “Alfaiate é tradição, nunca cairá de moda!”

Na década de 1970, havia mais de 5 mil alfaiates no estado de São Paulo, hoje são 500

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Fuxico

Mercado

Reciclagem

Curiosidade

Coleta seletiva de retalhos

Designer de moda desenvolve tecido de bactérias e fungos

Com o objetivo de reverter o des-

perdício de 90% dos retalhos pelas indústrias têxteis e de confecção do País, o Sinditêxtil-SP lançou, em parceria com o Sindivestuário um movimento que quer chamar a atenção dos empresários paulistanos para a destinação correta dos restos da produção. Com o nome de “Retalho Fashion”, o projeto começa com o cadastro das empresas. A partir daí, entra o trabalho de parceria do Sindicato e da prefeitura de São Paulo, que organiza a coleta seletiva dos restos de roupas para que sejam encaminhados às indústrias que usam o retalho como matéria-prima. Outros setores industriais do Brasil já estão avançados em termos de reciclagem, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme levantamento da entidade, 98% das embalagens de alumínio e 95% das embalagens de agrotóxicos são reaproveitadas no País.

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Pesquisadora da Universidade Central Saint Martins de Arte, em Londres, Suzanne Lee, resolveu inovar na criação de roupas, de uma maneira bem curiosa. A designer de moda desenvolveu um tecido a partir de bactérias e fungos. O experimento é simples: ela mistura microorganismos em uma cuba com chá verde e com muito açúcar. Ao consumir o açúcar, as bactérias produzem um tecido de celulose que leva de duas a três semanas para criar fibras. A camada de celulose que se forma na superfície do chá possui espessura de 1,5 cm e pode ser moldada no formato da roupa. Após ser retirada da cuba, a fibra passa por um processo de secagem e torna-se mais fina, pronta para ser tingida e costurada.

Um problema deste tecido — que a pesquisadora diz já estar estudando para saná-lo — é a sua alta absorvência. Ao contato com a água, o material pode apresentar um aspecto de ‘esponja encharcada’. Ela deseja desenvolver um molde para que as bactérias já produzam a fibra no formato desejado para a roupa, dispensando a costura.

Tecnologia

Software beneficia a indústria têxtil O convênio firmado

entre o Governo do Estado da Paraíba, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa (Fapesq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), resultou na criação de um software de controle de produção, análise de custos e eficiência pessoal, voltado para a indústria têxtil. O programa, desenvolvido pela empresa Campina Tec, contribui para agilidade administrativa, identificação do real custo da matéria-prima e da mão de obra no produto, moni-

toramento da produtividade, eliminação dos erros no processo e individualização da produção. Com isso, se pretende colaborar para um melhor controle administrativo e financeiro, beneficiando tanto os proprietários, quanto os empregados, já que, com a individuação da produção, é possível remunerar melhor o operário de alta produtividade, oferecendo-lhe algum tipo de bonificação. O software também calcula custos de aviamentos, criação, controle de qualidade e demais gastos da produção. Além disso, possibilita a prática de descontos e financiamento, o que pode resultar em uma melhor capacidade competitiva no mercado.


Na rede Notícias

Conexão

Google cria app que facilita a interação entre representante e empresa Com uma operação semelhante ao “Maps”, o Google criou um novo aplicativo que permite o intercâmbio do chefe com o funcionário que trabalha nas ruas. Através do Google Maps Coordinate, será possível acompanhar toda a rota do representante da empresa, verificando os locais em que ele visitou, inclusive, o tempo de visita. Para isso, o funcionário deverá ter um aplicativo específico instalado no Android. O Google informou que o aplicati-

vo terá configurações avançadas e uma delas é a possibilidade de interrupção do serviço ao fim da jornada de trabalho do funcionário. Para o funcionário, este novo aplicativo será um importante aliado para o controle de locais visitados e o mapeamento das regiões de maior captação de negócios. O aplicativo estará disponível, inicialmente, apenas para a plataforma Android, mas a empresa já anunciou que estuda o desenvolvimento de versões para o iOS.

REDE SOCIAL

Cresce visita mensal ao Fashion.me O boom das redes sociais tem ganhado tanta força, que

o modelo de interatividade tem sido adaptado aos mais diversos segmentos. E a moda não fica de fora. No Brasil, a rede social Fashion.me, que integra estudantes, profissionais e empresários do mundo fashion, foi criada quase como uma brincadeira e hoje virou um case. Após um ano na rede, a página já contava com 160 mil usuários cadastrados e, atualmente, registra mais de 500 mil visitantes mensais. O funcionamento da página baseia-se em algumas ferramentas interessantes: os usuários podem criar e compartilhar suas produções a partir de peças que estão disponíveis na página ou por pesquisas na internet. A partir daí, começa a interação com os membros do seu grupo de amigos. Os usuários trocam opiniões, fazem contatos e exercitam a criatividade. Também é possível adicionar marcas favoritas e criar uma rede de contatos a partir dos interesses em moda.

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CONTEXTO Debate

A indústria na cova dos leões Dessa vez,

1 Para ver e ouvir: http://bit.ly/1307Cg

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faço uma introdução diferente para chamar a atenção para um tema bem conhecido da indústria brasileira. Sucesso dos anos 1980, o grupo Legião Urbana cantou e encantou uma geração com várias músicas. Sem dúvida, uma delas foi “Daniel na Cova dos Leões1”; que não tem relação objetiva com a passagem bíblica. Um dos versos mais belos da letra diz: “Tão certo quanto o erro de ser barco a motor e insistir usar os remos”. Mas qual a relação disso com a indústria? Não é de hoje que se sabe que o Brasil é um País caro para se produzir e que tem inúmeras ineficiências, sobretudo na infraestrutura e na burocracia. Tudo isso (e mais um pouco) chamamos de Custo Brasil. Temos uma carga tributária que alcança 36% do PIB (do mesmo tamanho dos tributos pagos pelos ingleses, sem que os ser viços possam ser comparados). Nossa energia elétrica, a despeito de ser gerada, basicamente, por hidrelétricas, é das mais caras do mundo.

Nossa legislação trabalhista é da década de 1940, sem avanços significativos. O custo de capital para empresas é 46,5% ao ano, mesmo com a Taxa de Juros Básica em baixa. Diante disso, resta aos empresários e trabalhadores serem muito competentes e criativos para superar a falta de competitividade sistêmica do País. Mundo afora, a disputa por mercados é intensa. O Brasil ainda tem um mercado consumidor dinâmico, já que os dados do comércio varejista ainda são favoráveis. No acumulado de janeiro a maio de 2012 o comércio de tecidos, vestuário e calçados cresceu 1,2%, no Brasil. É verdade que bem menos do que os 6,86% de idêntico período do ano anterior. Outros sinais começam a preocupar a todos e dão conta do novo momento pelo qual o País passa; não tão auspicioso como foi no passado recente. A última pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), relativa a maio de 2012, mostra que as horas trabalhadas na produção do vestuário são apenas 85% do que foram na média de 2006. Com isso, a indústria do setor faz ajustes constantes, contudo não consegue aproveitar seu potencial. Cada mês que passa, a indústria do vestuário usa menos sua capacidade instalada. Desafortunadamente, assistimos — mais não sem alertar e intera-


Por Haroldo Silva | Fotos Shutterstock e Divulgação

gir com as autoridades competentes, destacando caminhos alternativos — ao desmonte do setor que é o segundo maior empregador da indústria de transformação. Objetivamente, o gráfico a seguir mostra que existe enorme capacidade ociosa no setor. Desde março de 2012, a utilização da capacidade instalada cai no segmento de vestuário. Os dados revelam que o setor usava 83,1% do seu potencial produtivo; em maio usou apenas 82,2%. A indústria têxtil — fornecedora e que, por isso, também sofre com a concorrência assimétrica do produto acabado que entra no Brasil — estagnou sua produção em apenas 81,9% de sua capacidade. É importante dizer que usar aquém da capacidade produtiva significa desperdiçar recursos. Ainda que involuntariamente, o empresário fica com o “freio de mão puxado”. Dito de outro modo, sem novo investimento, nova contratação ou modernização tecnológica, o que poderia fazê-lo produzir mais. Porém, o mais preocupante é que em períodos seguintes, esse mesmo empresário buscará ajustar sua capacidade produtiva à nova realidade, a de um mercado estagnado. Essa acomodação ocorrerá, via de regra, por meio da desmobilização do investimento (de forma paulatina, deixar de ser industrial e passar a ser comerciante é um dos caminhos mais conhecidos) e, mais grave do ponto de vista social, com redução de pessoal.

Esse é o instante de retomar o início do artigo. O Brasil comete o mesmo erro que a banda Legião Urbana frisou na música dos anos 1980. Insistimos em sermos barco a motor e – ainda assim – usar remos. A indústria aqui instalada é a quinta maior do mundo, mesmo diante de tantas mazelas concorrenciais patrocinadas pelo ambiente pouco favorável aos negócios. O potencial do vestuário brasileiro é enorme, já que a cadeia de suprimentos está totalmente presente em nosso território. Poucos são os países que ainda têm todos os elos desse segmento industrial presentes e com capacidade de suprir o mercado doméstico e até mesmo exportar. Enquanto os empresários retardam seus investimentos e ajustam para baixo suas expectativas de produção, aumentamos a compra de produtos do vestuário vindos do exterior, sobretudo da Ásia. Pensando bem, talvez o artigo devesse ter o título de “A indústria na cova dos tigres”, uma vez que é para lá (Ásia) que vai o emprego e o investimento que poderia ser feito aqui. Está mais do que no momento de ligarmos os motores da indústria de transformação brasileira, sobretudo dos segmentos que geram mais postos de trabalho. Teremos de passar pelo desmonte da indústria como fizeram alguns países que hoje têm taxas de desemprego de 25% para iniciarmos um plano de recuperação? Ainda há tempo. Mas, não muito.

Haroldo Silva Diretor-executivo do Sindivestuário e prof. da UniÍtalo executivo@sindicatosp.com.br

Nível de Utilização da Capacidade Instalada - Têxtil e Vestuário Utilização da Capacidade Instalada - 2012 83,1 82,7 82,0

82,4 82,1

82,2

81,9

81,9

81,1 80,6

jan Fonte: CNI

fev

Elaboração: Sindivestuário-SP

mar

abr

mai Têxteis

Vestuário

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Trabalho e Justiça Artigo

Contrato de Aprendizagem O que é preciso saber para contratar o aprendiz Ao proibir o trabalho aos meno-

res de 16 anos, a Constituição Federal de 1988 ressalvou a possibilidade de ingresso no mercado de trabalho na condição de aprendiz a partir dos 14 anos. No Brasil, a aprendizagem é regulada pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, e passou por um processo de modernização com a promulgação das Leis nºs. 10.097/00, 11.180/05 e 11.788/08. O que é o contrato de aprendizagem? É um contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e de prazo determinado, com duração máxima, em regra, de dois anos. O empregador se compromete, nesse contrato, a assegurar ao jovem com idade entre 14 e 24 anos (não se aplica o limite de 24 anos para o jovem com deficiência), inscrito em programa de aprendizagem, uma formação técnico profissional metódica, compatível com seu desenvolvimento físico, moral e psicológico. O aprendiz, por sua vez, se compromete a executar, com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação (art. 428 da CLT).

A íntegra do Manual da Aprendizagem encontra-se no site www.sindicatosp.com.br. No caso de dúvidas, entre em contato: jurídico@ sindicatosp.com.br ou (11) 3889-2277

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Quais são os estabelecimentos obrigados a contratar aprendizes? Os estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos sete empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percentual exigido por lei (art. 429 da CLT). É facultativa a contratação de aprendizes pelas microempresas (ME), empresas de pequeno porte (EPP), inclusive as que fazem parte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Con-

tribuições, denominado “SIMPLES” (art. 11 da Lei nº 9.841/97).t. 429 (§ 1º A, do art. 429). Na vigência do contrato de aprendizagem, a empresa pode alterar a modalidade desse contrato para prazo indeterminado? Não, pois o contrato de aprendizagem é de natureza especial, cujo objetivo principal é a formação profissional do aprendiz. Quando o contrato de aprendizagem chegar ao seu termo final, o jovem poderá ser contratado por prazo indeterminado. Qual é a cota de aprendizes a serem contratados? A cota está fixada entre 5%, no mínimo, e 15%, no máximo, por estabelecimento, calculada sobre o total de empregados cujas funções demandem formação profissional. As frações de unidade darão lugar à admissão de um aprendiz (art. 429, caput e § 1º da CLT). Quais as funções que não devem ser consideradas para efeito de cálculo da cota de aprendizes? São excluídas da base de cálculo da cota de aprendizagem as seguintes funções: 1) as funções que exijam formação de nível técnico ou superior e os cargos de direção, de gerência ou de confiança (art. 10, § 1º, do Decreto nº 5.598/05); 2) os empregados em regime de trabalho temporário, instituído pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1973 (art. 12, do Decreto nº 5.598/05); 3) os aprendizes já contratados.


Por Maria Thereza Pugliesi | Foto Divulgação

Como ficam os contratos de aprendizagem quando há redução no quadro de pessoal da empresa? Os aprendizes não podem ser demitidos em razão da redução do quadro de pessoal, pois os contratos de aprendizagem em vigor se vinculam ao número de empregados existente no momento do cálculo da cota. Portanto, a redução do quadro de pessoal só gerará efeitos no futuro. Qual deve ser o salário do aprendiz? A lei garante ao aprendiz o direito ao salário mínimo-hora, observando-se, caso exista, o piso estadual. No entanto, o contrato de aprendizagem, a convenção ou o acordo coletivo da categoria poderá garantir ao aprendiz um salário maior que o mínimo. A alíquota do FGTS nesta contratação será de 2%, devendo ser recolhida pelo Código nº 7 da Caixa Econômica Federal (art. 24, parágrafo único, do Decreto nº 5.598/05). Qual é a jornada de trabalho permitida para o aprendiz? A jornada de trabalho legalmente permitida é de: 1) seis horas diárias, no máximo, para os que ainda não concluíram o ensino fundamental, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, cuja proporção deverá estar prevista no contrato (art. 432, caput, da CLT); 2) oito horas diárias, no máximo, para os que concluíram o ensino fundamental, computadas as horas destinadas às atividades teóricas e práticas (art. 432, § 1º, da CLT), cuja proporção deverá estar prevista no contrato. Não é, portanto, possível uma jornada diária de oito horas somente com atividades práticas. Em qualquer caso, a compensação e a prorrogação da jornada são proibidas. O aprendiz também tem direito ao vale-transporte? Sim, é assegurado o vale-transporte para o deslocamento residência-empresa e vice-versa ou residência-instituição formadora e vice-versa (art. 27 do Decreto nº 5.598/05). Caso,

no mesmo dia, o aprendiz tenha que se deslocar para empresa e para instituição formadora, devem ser fornecidos vales-transportes suficientes para todo o percurso. Aos aprendizes são assegurados integralmente as vantagens e/ou benefícios concedidos aos demais empregados da empresa constantes dos acordos ou convenções coletivas? Apenas quando houver previsão expressa nas convenções ou acordos coletivos (art. 26 do Decreto nº 5.598/05). Outra hipótese é a concessão dos benefícios e vantagens por liberalidade do empregador. Durante as folgas das atividades teóricas, pode o aprendiz cumprir jornada integral na empresa? Sim, desde que a referida hipótese esteja expressamente prevista no programa de aprendizagem e que não seja ultrapassada a jornada prevista no art. 432, caput e § 1º, da CLT, que é de seis ou oito horas, conforme o caso. As férias do aprendiz com idade inferior a 18 anos deverão sempre coincidir com as férias escolares? Sim (art. 136, § 2º, da CLT). Como proceder em caso de concessão de férias coletivas? Mesmo nessa hipótese, o aprendiz com idade inferior a 18 anos não perde o direito de ter as suas férias coincididas com as da escola regular, devendo gozar as férias coletivas a título de licença remunerada. A rescisão do contrato de trabalho do aprendiz deve ser assistida (homologada)? Sim, desde que os contratos tenham duração superior a um ano (art. 477, § 1º, da CLT). Caso seja menor de 18 anos, a quitação das verbas rescisórias pelo aprendiz deverá ser assistida pelo seu representante legal (art. 439 da CLT). Se legalmente emancipado, nos termos do Código Civil, poderá ele próprio dar quitação dos valores pagos.

Maria Thereza Pugliesi Advogada do Sindivestuário jurídico@sindicatosp.com.br

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AGENDA

Novos negócios

Feira do Empreendedor Um dos maiores sucessos dentre os eventos promovidos pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a proposta da Feira do Empreendedor é propiciar um ambiente favorável para oportunidades de negócio, oferecendo aos empreendedores a possibilidade de adquirir equipamentos ou abrir negócios com baixo investimento inicial. Atualmente, o evento é realizado ao longo do ano em vários estados brasileiros. Cada edição é projetada de acordo com a cultura e a dinâmica da economia local. Data: 25/10/2012 a 28/10/2012 Local: Expo Center Norte – São Paulo-SP Temporada: 2012 Site: www.sebrae.com.br/customizado/feira-do-empreendedor

40ª FIT 0/16 A Feira Internacional do Setor Infanto-Juvenil Bebê (FIT) é considerada a mais importante do ramo na América do Sul. Reunindo grandes marcas, o evento antecipa as novidades e tendências para as próximas estações. É a única realizada em duas edições: primavera-verão e outono-inverno. Data: 25/11/2012 - 28/11/2012 Local: Expo Center Norte – São Paulo-SP Temporada: 2012 Site: www.fit016.com.br

Tranoi – 2ª edição Tranoi, que significa “entre nós”, é uma feira seletiva de vestuário com foco em marcas. Conta com a presença de aproximadamente 450 dos melhores e mais influentes designers mundiais, instalações artísticas, exposições e todo tipo de ações relacionadas à moda. Data: 01/10/2012 a 31/10/2012 Local: Avenue Montaigne, La Bourse e Carrousel du Louvre – Paris – França Temporada: 2012 Site: www.tranoi.com

6ª Semana da Moda Mineira Evento atraiu cerca de 10 mil visitantes em sua última edição. A Semana da Moda Mineira é um salão de negócios de moda focado no lançamento das coleções de alto verão de empresas da cadeia produtiva e de fornecedores do setor na região da Zona da Mata, de Minas Gerais. Chega a sua 6ª edição consolidada como uma das principais do calendário nacional da moda. Para isso, reúne desfiles das melhores marcas e estilistas mineiros, com showroom de negócios, além de uma agenda de eventos paralelos, como palestras e debates em torno de temas relevantes para o segmento. Participam da Semana da Moda Mineira cerca de 700 empresas que fazem parte do polo da moda de Ubá e região. A programação inclui desfiles, encontros de negócios, palestras e debates. Data: 05/09/2012 a 07/09/2012 Local: Pavilhão de Exposições do Horto Florestal – Ubá-MG Temporada: 2012 Site: www.semanadamodamineira. com.br

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