ISSN 2316 2961
Revista da Indústria do Vestuário
Out/Nov/Dez – 2012
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Visual ng isi Merchande vitrinismo
as d Confira dicndir as vendas e a para exp r a identidade consolida sua marca visual de
NA ERA DIGITAL Dispositivos móveis revolucionaram comunicação mundial e podem beneficiar setor do vestuário
PEDIDO DE SALVAGUARDA INSTRUMENTO DE DEFESA DA ECONOMIA NACIONAL FRENTE ÀS IMPORTAÇÕES
Matriz: Av. Sรฃo Paulo, 125 - Jardim Tranquilidade - Guarulhos - SP Tel: (11) 3787-3333 - www.sansei.com.br - blog: www.sansei.com.br/blog Filiais: Maringรก: (44) 3023-7019 | Caruaru: (81) 3719-2374 Blumenau: (47) 3222-6350
SUMÁRIO 4 EDITORIAL Os destaques da edição e do setor
5 PALAVRA DO PRESIDENTE Descompasso entre o que pensa a presidente Dilma Rousseff e como agem seus ministros e assessores
6 ENTREVISTA Presidente do Sinditêxtil-SP, Alfredo Bonduki, fala sobre principais temas do segmento, bem como as lutas atuais
10 POR DENTRO DO SINDICATO Notícias e informes institucionais do Sindivestuário
20 CONJUNTURA Pedido de Salvaguarda como instrumento de defesa da economia nacional frente às importações
24 HISTÓRIA Três gerações da família Zaborowsky contribuíram para que a confecção de lingerie Marcyn obtivesse sucesso
16 CAPA: TECNOLOGIA Aplicativos de gestão em dispositivos móveis ajudam a reduzir custos, otimizar fluxo e garantir bom retorno para os negócios
29 NA REDE Novidades mais relevantes da internet
30 CONTEXTO Regime tributário do Simples, o qual, apesar de tudo, mostra-se cada vez mais caro
32 TRABALHO E JUSTIÇA A advogada do Sindicato, Maria Thereza Pugliesi, explica todos os detalhes sobre o contrato de estágio
28 ESPECIAL
34 FUXICO E AGENDA
Mudança da base de cálculo da Contribuição Previdenciária (CPP) foi mal idealizada
Principais notícias, lançamentos do segmento industrial e a programação dos próximos eventos do setor
12 PRÓXIMA ESTAÇÃO Qual a importância, as técnicas, os principais segredos e cursos necessários para se aprender a compor vitrines
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EDITORIAL
A TECNOLOGIA E OS NEGÓCIOS Como aplicativos e softwares podem beneficiar empresários do setor do vestuário A TECNOLOGIA e a inovação são temas recorrentes no meio empresarial. Estar atento às novas possibilidades e aos perfis de consumo da população são alguns dos desafios que permeiam a cabeça dos empresários de qualquer setor da economia. Seja a empresa de pequeno, médio ou grande porte, no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo. Obviamente, o segmento do vestuário não está alheio a esse cenário e aproveita dessa ‘onda’ para criar aplicativos, equipamentos e processos que facilitam a interação com usuários, parceiros e clientes e ainda ajudam a otimizar a gestão de recursos e custos. A reportagem de capa dessa edição traz importantes informações sobre o aperfeiçoamento das redes de comunicação e o papel que os smartphones, tablets
e outros dispositivos móveis possuem nesse novo contexto histórico. Confira também uma entrevista aberta com Alfredo Emílio Bonduki, presidente do Sinditêxtil-SP. Nela, o empresário comentou sobre a dificuldade que o mercado nacional enfrenta diante do asiático, inovações e pesquisas, cidades tipicamente conhecidas por seu potencial têxtil e outros assuntos relacionados à sua área de atuação. Por fim, chegamos ao final do primeiro ano de vida da Revista Vestir. Agradecemos a todos os associados, leitores e parceiros que apoiaram a criação desse veículo de informação sobre a indústria do vestuário e sua multiplicidade de assuntos. Tenham um ótimo final de ano e que 2013 venha repleto de bons negócios.
ISSN 2316 2961 REVISTA VESTIR é uma publicação trimestral do Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo (Sindivestuário). O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião do Sindivestuário. JORNALISTA RESPONSÁVEL Roberto Souza (Mtb 11.408) EDITOR-EXECUTIVO Fábio Berklian EDITOR-CHEFE Hélio Perazzolo EDITOR DE ARTE Daniel Canton EDITOR Rodrigo Moraes SUBEDITORA Tatiana Piva REPORTAGEM Anderson Dias, Marina Panham e Samantha Cerquetani PROJETO EDITORIAL Fábio Berklian PROJETO GRÁFICO Rogério Macadura/StartUP Comunicação PRODUÇÃO EDITORIAL Priscila Hernandez DESIGNERS Felipe Santiago, Leonardo Fial e Luiz Fernando Almeida ESTAGIÁRIA DE ARTE Elaine Casseano CONTATO COMERCIAL rspress@rspress.com.br CONSELHO EDITORIAL Haroldo Silva e Maria Thereza Pugliesi TIRAGEM 5.000 exemplares
Rua Cayowaá, 228, Perdizes | São Paulo - SP | CEP: 05018-000 11 3875-5627 / 3875-6296 | rspress@rspress.com.br www.rspress.com.br
Selo FSC
Diretorias - Triênio 2010 / 2013 Sindivest Sindicato da Indústria do Vestuário Feminino e Infanto Juvenil de São Paulo e Região Ronald Moris Masijah – Presidente; Stéfanos Anastassiadis – Vice-Presidente; Maurice Marcel Zelazny – Diretor-Secretário; Joseph Davidowicz – Suplente de Diretoria; Sidney Knobloch – Suplente de Diretoria; Oscar Dominguez – Suplente de Diretoria; Dorival Carlos Cecconello – Conselho Fiscal; Luiz Jaime; Zaborowsky – Conselho Fiscal; Haylton de Souza Farias Filho – Conselho Fiscal; Mario Perel – Suplente do Cons. Fiscal; Eliana Penna Moreira – Suplente do Cons. Fiscal; Juliana Saicali Dominguez – Suplente do Cons. Fiscal; Haroldo Silva, Diretor Sindiroupas Sindicato da Indústria do Vestuário Masculino no Estado de São Paulo Heitor Alves Filho – Presidente; Max Paul Cassius – Vice-Presidente; Carlos Ernesto Abdalla – Diretor Secretário; Heitor Alves Netto – Suplente de Diretoria; Wilson Ricci – Suplente de Diretoria; José Alberto Sarue – Suplente de Diretoria; Francesco D`Anello – Conselho Fiscal; Rubens Alberto Cohen – Conselho Fiscal; Renato André Cassius – Conselho Fiscal; Humberto Pascuini – Suplente de Conselho Fiscal; Osvaldo Zaguis – Suplente do Conselho Fiscal; Antonio Valter Trombeta – Suplente do Conselho Fiscal Sindicamisas Sindicato da Indústria de Camisas para Homem e Roupas Brancas de São Paulo Nelson Abbud João – Presidente; Antonio do Nascimento Dias Poças – Vice Presidente; Heitor Alves Netto – 1º Secretário; Adriana Dib Cury Silveira – 1ª Tesoureira; Ronaldo Ferratoni Alves – Conselho Fiscal; Déborah Abbud João – Conselho Fiscal; Rodney Abbud João – Conselho Fiscal; Roberto da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Vera Lúcia da Silva Carvalho – Suplente Conselho Fiscal; Wady João Cury – Suplente Conselho Fiscal Rua Mario Amaral, nº 172, 2º andar, Paraíso - São Paulo-SP Tel.: 11 3889-2273
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PALAVRA DO PRESIDENTE
‘MAIS IGUAIS QUE OUTROS’? O descompasso entre o que pensa a presidente Dilma Rousseff e como agem seus ministros e assessores CAROS COLEGAS,
sei que posso parecer muito crítico ao tratar de certos assuntos que tenho abordado nesse espaço, mas é impossível não falarmos a respeito de alguns pleitos que envolvem a luta árdua que temos travado em prol do setor do vestuário paulista e brasileiro. Nessa edição quero tratar sobre o descompasso entre o que pensa a presidente Dilma Rousseff e como agem os ministros e assessores. Temos vivenciado vários exemplos no qual a presidente diz estar preocupada com a indústria nacional e sua sobrevivência, afinal esse é um setor que gera muitos empregos. Inclusive, alguns direcionamentos até tentam desonerar um ou outro setor mostrando sinais positivos. Mas, por outro lado, percebemos em reuniões do setor que ocorreram recentemente, e que contaram com a presença da classe política, que a conduta dessas pessoas é diferente do que a presidente “demonstra” pensar. Outro exemplo é a medida tomada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) de garantia de emprego para gestantes. Isso é normal e correto. Porém, foi julgada positiva a garantia de trabalho para uma pessoa que esteja em fase de experiência. Um exemplo prático: a empresa precisa de uma costureira, mas não pode exigir que ela faça o teste de gravidez. Ela começa a trabalhar e já está gravida. Passa a executar o seu trabalho, mas o empresário percebe que ela não se encaixa no per fil que ele precisa e não ser ve para ser costureira da sua fábrica. Mas como não podemos demiti-la, teremos de ficar com essa funcionária. Além disso, não poderemos contratar ninguém sem qualquer experiência,
pois toda contratação passa a ser algo efetivo. Às vezes, temos a impressão que a presidente Dilma não está atenta aos fatos que ocorrem em seu Governo, em escalões onde acontecem ações práticas. Estamos preocupados e tentando buscar uma solução para aumentar a competitividade da indústria brasileira do vestuário. Caso contrário podemos perder muitos empregos com o fechamento de centenas e até milhares de confecções. A maioria de nossos pleitos entregues ao Governo Federal, se ‘arrastam’ nos trâmites legais e ordinários, ou no mínimo, acontecem de maneira muito lenta — e isso parece que tem acontecido com os setores que mais empregam, como é o caso do vestuário. Em relação ao pedido de salvaguarda (acompanhe matéria nessa edição), por exemplo, fizemos os estudos necessários, apresentamos para o Governo e somente agora é que começarão efetivamente os trabalhos. No entanto, há outros setores que assim que dão entrada, o Governo Federal toma atitudes imediatas. Por que esse tratamento desigual? Tudo indica que eles já deram por encerrada a questão da ajuda ao nosso setor. A impressão é que o Governo quer salvar os setores que têm ‘maior chance de sobrevivência’. A sensação é que eles acham que “temos poucas chances”. Mas queremos declarar aqui que jamais vamos desistir. A situação vivida hoje pelo setor têxtil e do vestuário nos faz lembrar do escritor George Orwell, em sua obra literária A Revolução dos Bichos, que diz: “Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros”. Será que essa máxima faz parte do pensamento do atual Governo?
Ronald Masijah Presidente do Sindicato do Vestuário (Sindivestuário)
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ENTREVISTA CONCORRÊNCIA
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Por Anderson Dias | Fotos Sinditêxtil/Divulgação
O GIGANTE PRECISA
DESPERTAR Presidente do Sinditêxtil-SP acredita no potencial do Brasil no setor, mas pede desoneração para evitar maior desaceleração INTEGRAÇÃO, LUTA POR UMA TRIBUTAÇÃO MENOR
e valorização dos produtos produzidos no Brasil. Esses são alguns dos preceitos do presidente do Sinditêxtil-SP, Alfredo Emílio Bonduki. Engajado no pedido de salvaguarda do setor, o dirigente recebeu a Revista Vestir na sede do sindicato para uma entrevista exclusiva. Bonduki comentou sobre a dificuldade com a concorrência desleal frente ao mercado asiático, inovações, pesquisa, cidades tipicamente conhecidas por seu potencial têxtil e outros assuntos relacionados à sua área de atuação. Confira a seguir: Após tantos protestos e campanhas, o pedido de salvaguarda foi a última saída encontrada pelo setor têxtil para amenizar o problema da concorrência desleal com produtos asiáticos, principalmente os chineses? Alfredo Emílio Bonduki - A salvaguarda era a única saída que poderia resolver o problema de uma forma mais definitiva, apesar de ela ser temporária. Após aprovada, ela teria duração de três ou quatro anos até que algum país conteste na Organização Mundial do Comércio (OMC). Trata-se de um controle mais eficaz porque ela pode ser implantada através de cotas, conforme nossa opção. A China detém a produção das matérias-primas, principalmente do sintético. Mas muito de sua produção do vestuário hoje é terceirizada a países menores como Cam-
boja, Laos, Bangladesh e Vietnã. Então ficaria muito difícil utilizar outro tipo de mecanismo econômico e focar em apenas um país, pois a triangulação é muito rápida. Atualmente, dois terços das empresas têxteis da Indonésia têm capital chinês, ou seja, é muito simples fazer desvio de comércio. Como o Brasil evita o confronto político e econômico com a China, a salvaguarda não seria voltada diretamente a esse ou aquele país. Sobre prazos, há alguma informação e existe tendência de resposta positiva do governo brasileiro? Bonduki - Desde dezembro do ano passado, o Ministério da Fazenda mostrou-se favorável publicamente. Todos nós sabemos que as empresas brasileiras têxteis e de confecção concorrem não somente com organizações da China ou da Índia, mas sim com o estado chinês ou indiano. Devido à facilidade de geração de emprego, na Ásia esse setor é altamente subsidiado pelo governo. O Brasil também precisa ter uma política de Estado voltada para essas questões. Então, o ministro Guido Mantega reconheceu isso e o setor têxtil foi beneficiado nas duas ações do Plano Brasil Maior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (iniciativa de desoneração que inclui uma série de posições a fim de evitar a desaceleração da economia brasileira, como tem ocorrido em países desenvolvidos). Onde existia o foco maior era
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ENTREVISTA CONCORRÊNCIA
exatamente no Ministério da Indústria e Comércio e no Itamarati, os quais não querem problema com a OMC. Esses foram os dois principais focos da ação da nossa entidade. Um longo trabalho e que contou com forte apoio do Sindivestuário. O governo deve se posicionar até novembro formalmente. Seria uma pena, um desperdício de tempo e dinheiro isso ser negado. Atualmente, quais são as lutas e os principais objetivos do Sinditêxtil-SP? Bonduki - Primeiramente, aproveito para lembrar que não agimos sozinhos. Temos tido um alinhamento muito grande com o Sindivestuário dentro da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit). Uma união que historicamente não ocorria e tem ajudado muito. Conseguimos desonerações importantes no estado de São Paulo e temos tentado uma extensão ao varejo para baratear o produto ao consumidor, comparado com outros que possuem isenção de impostos, como eletrônicos, por exemplo. Temos feito pleitos conjuntos com a Frente Parlamentar Estadual e a Federal para lutar por um regime tributário competitivo para a confecção como o Simples, um novo regime diferenciado. Além disso, também buscamos a desoneração da produção, seja via energia elétrica, custo
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O BRASILEIRO PRECISA APRENDER A OLHAR A ETIQUETA ANTES DE OPTAR POR COMPRAR O PRODUTO SIMPLESMENTE MAIS BARATO
nem tão relevante na confecção, mas na indústria têxtil sim. Além de trabalhos de controle aduaneiro mais rigoroso. Agora fazemos um pleito de centralização das importações em seis portos. Hoje, existem 232 pontos de entrada de mercadoria no Brasil, o que é absurdo e incontrolável. Outro trabalho importante é a ação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) nos desembaraços aduaneiros. A alta tributação brasileira é uma reclamação de praticamente todos os setores. O senhor tem algum plano ou sugestão para que o País baixe essas taxas sem que haja uma queda abrupta nas receitas? Bonduki - Todas as vezes que houve diminuição na alíquota do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), nunca a arrecadação caiu, pelo contrário, ela aumentou. Isso porque, quando o imposto é baixo, a população se sente menos tentada a subfaturar ou praticar atos ilícitos. Quanto menor o imposto, maior a arrecadação, já que você alarga as bases de recolhimento. Essa é uma tendência moderna, e que no estado de São Paulo já é praticada. No Governo Federal, quando uma microempresa cresce e passa a ter um regime normal de tributação, essa instituição começa a
pagar de 13%, que é o teto, até 35% em impostos. Isso impede que as empresas cresçam e os grandes magazines não queiram comprar de diversas microempresas. Eles preferem buscar suas mercadorias em apenas um local, que possa abastecer suas 200, 300 lojas. A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABVTEX) já se mostrou contrária à salvaguarda. Eles alegam que o excesso de importação ocorre pela falta de capacidade de produção no Brasil. Qual sua opinião sobre essas declarações? Bonduki - Não concordo. Apesar das dificuldades, o setor têxtil foi o segundo maior tomador de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) nos últimos dez anos e investiu 15 bilhões de dólares no mesmo período. Só em 2011, foram 2,5 bilhões em investimentos, fora construção civil, ou seja, estamos falando apenas de importação e compras financiadas pelo BNDES. Um setor com esses números não pode estar defasado ou ter deficiência de produção. Ele dá conta, tem tecnologia e é moderno porque investe. O varejo quer, na verdade, um lucro fácil. Para ele é muito mais barato e simples importar sua produção do que comprar no mercado interno, ter de desenvolver um produto e outros fatores. O varejista olha que lá fora o preço é mais baixo e não avalia os motivos gerais desses valores. Como o senhor avalia a capacidade profissional e criativa do setor têxtil no Brasil? Bonduki - O País é o que mais tem escolas têxteis no mundo. São mais de 110 centros de formação e captação, só no estado de São Paulo são 34. Temos também uma rede de ensino espalhada pelo interior. Se não estimularmos essa capacitação, não teremos como aumentar a infraestrutura. Somos procurados por centros de pesquisa de todo o mundo, pois eles consideram que o Brasil ainda tem uma produção têxtil importante. Algumas cidades brasileiras como Americana-SP, Cianorte-PR, Caruaru-PE e tantas outras têm por característica o mercado de vestuário. Esses locais podem sofrer economicamente
com o fator das importações e concorrência desleal? Bonduki - A saída que esses centros encontram para sobreviver é a informalidade e aí começa o ciclo da pobreza. Se você for formal e não conseguir se manter antes de quebrar, você se torna informal. Por exemplo, em Toritama, no estado do Pernambuco, não existe formalidade nenhuma. Agora que se iniciou algum movimento. Todos esses centros tinham por característica uma alta informalidade. É preciso ter um regime tributário que estimule o crescimento deles, com mão de obra especializada. Já existe uma propaganda natural para que isso aconteça. Por exemplo, Americana já teve mais de 1 mil empresas têxteis e hoje tem apenas 400. O senhor é a favor de campanhas que incentivem a compra de produtos nacionais? Bonduki - Acho importante. O Brasil ainda engatinha nessa conscientização. As pessoas raramente olham para a etiqueta dos produtos que adquirem. Recentemente estive em uma loja de grife em São Paulo e vi duas camisas sociais azuis à venda. Uma produzida no Brasil e outra do Vietnã. A nacional custava R$ 99 e a asiática, R$ 89. Comprei as duas para fazer um teste e após três lavagens, a camisa do Vietnã já estava com a gola diferente da cor da camisa. São detalhes que o consumidor deveria ser avisado e só através de uma campanha é possível levar essa informação. Qual a importância do investimento em pesquisa no setor têxtil e como está o nível brasileiro nesse quesito? Bonduki - Uma das palavras mais importantes para o desenvolvimento e manutenção das marcas no mercado é inovação. Essa tendência do fast fashion mostra que a parte mais importante da produção de uma empresa está nos produtos inovadores. Na área de vestuário temos muito desenvolvimento na área esportiva, mas no setor têxtil, em produtos hospitalares, uniformes, fardamento de exército, bombeiros, policiais e tantos outros há a exigência de muita tecnologia e a legislação pede essa inovação. Com investimento, ainda há espaço de sobra para crescer e se destacar.
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POR DENTRO DO SINDICATO INSTITUCIONAL
REVISTA VESTIR E SINDICATO NAS REDES SOCIAIS O SINDIVESTUÁRIO e a Revista
Vestir acompanham as tendências não só de negócios, empreendedorismo e moda, mas também aquelas que tornam a disseminação de conteúdo de qualidade ainda maior. Por isso, a publicação e o sindicato também estão no Facebook e no Twitter. Acesse: www.facebook. com/RevistaVestir, www.twitter.com/ revistavestir, www. facebook.com/sindivestuario.sindicatodamoda e twitter. com/sindivestuario e fique por dentro das últimas novidades do setor do vestuário, dicas inovadoras, datas importantes de feiras e eventos. Além disso, você também pode participar interagindo. Curta as páginas e os perfis e, vista essa ideia!
Ronald Masijah, presidente do Sindivestuário, Haroldo Silva, diretor-executivo da instituição, Fernando Pimentel (ABIT) e Maria Thereza Pugliesi, advogada do Sindicato
SINDIVESTUÁRIO PARTICIPA DE ENCONTRO NACIONAL DA CGBT O PRESIDENTE DO SINDIVESTUÁRIO, Ronald Masijah, e
os diretores executivos da entidade, Maria Thereza Pugliese e Haroldo Silva, participaram do Encontro Nacional da Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), no dia 6 de setembro, em São Paulo. O evento contou também com as presenças do ministro do Trabalho, Brizola Neto; do presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade; e do su-
REPRESENTANTES DO SETOR ASSISTEM PALESTRA DE RENOMADO PROFESSOR ALUNOS-EMPRESÁRIOS, empreendedores, sócios e representantes da diretoria do Sindivestuário reuniram-se no dia 7 de novembro, na Escola SENAI Francisco Matarazzo, na região do Brás, para assistir palestra ministrada pelo professor Antonio Almeida, sócio fundador da Eté Consultoria e professor dos cursos de MBA em Marketing da FGV Management.
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perintendente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel. O encontro da CGTB teve como objetivo unir trabalhadores, empresários e Governo Federal para, juntos, buscarem alternativas para melhorar a competitividade da indústria brasileira frente ao recuo de 2,1% na produção dos últimos 12 meses, a qual vem perdendo cada vez mais participação na economia do País.
Com mais de 35 anos de know-how, o professor compartilhou suas experiências de atuação em grandes multinacionais, como American Express e HSBC, e em empresas nacionais como a Editora Abril. Nesses locais ele ocupou cargos da área comercial locais, regionais e globais, e foi responsável por grandes estruturas de vendas, englobando distribuição física e canais digitais.
Fotos Sindivestuário/Divulgação
Instituição marca presença na mídia em 2012 Ao longo desse ano, o Sindivestuário foi notícia em diversos veículos da grande imprensa, e também em mídias especializadas no setor têxtil e vestuário brasileiro. No segmento TV, o Sindicato foi fonte de reportagens na Globo, Record, Globo News, Rede TV, Gazeta, Cultura, Band News, CNT e SBT. Nos jornais O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Diário de São Paulo, DCI, Brasil Econômico, Valor, O Globo (RJ), O Tempo e Estado de Minas (MG), O Povo (PR), Zero Hora (RS), O Popular (GO), e outros. E ainda nas rádios CBN, BandNews e Jovem Pan. O Sindicato comunica-se com o setor e com a sociedade também por meio das redes sociais (Facebook, Twitter) e recebe um elevado índice de visitas em seu site. Até o mês de setembro de 2012, os espaços ocupados pelo Sindivestuário, segundo dados obtidos junto às empresas de clipping eletrônico e impresso, Look Com e Leitor, se pagos fossem, estariam na ordem de R$ 2,5 milhões, devendo chegar ao final do ano por volta de R$ 3 milhões. “O resultado de mídia, na verdade, é uma forma de prestarmos contas do trabalho de defesa e valorização do setor de vestuário brasileiro à opinião pública e aos filiados dos Sindicatos”, resume o presidente Ronald Masijah.
Sede do Sindivestuário, na capital, recebe Sala de Crédito Fiesp Representantes da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp) estiveram no dia 12 de setembro na sede do Sindivestuário, na capital, para atender os empresários do setor do vestuário com o projeto Sala de Crédito Fiesp. Um espaço que visa facilitar o acesso ao crédito com atendimento empresarial e apresentar as linhas de financiamento para cada necessidade do empresário. Segundo seus idealizadores, o projeto tem por objetivo informar e facilitar o acesso ao crédito das pequenas e médias indústrias paulistas. Neste tipo de encontro é oferecido atendimento empresarial exclusivo para linhas de financiamento. Mais informações e agendamento de horário pelo telefone (11) 3549-4499.
Presidente durante entrevista para Globo
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VISUAL MERCHANDISING Composição de vitrines ajuda a criar identidade para as empresas e ainda são ferramentas que podem aumentar a venda dos produtos 12 Revista Vestir
Por Samantha Cerquetani | Fotos Shutterstock / Marília Malzoni e Roberto Liberato/Divulgação
A vitrine é o primeiro contato que o consumidor
tem com a loja. Sendo assim, ela serve como um convite para que ele entre, conheça o seu interior, tenha interesse em ver os produtos e, em seguida, possa comprá-los. Atualmente, o termo usado para designar o trabalho de exposição de produtos feito nos pontos de vendas, que inclui as vitrines e o interior, é conhecido como visual merchandising. De acordo com Marília Malzoni, designer de produção e professora do curso de design da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), o trabalho de exposição de produtos surgiu com a Revolução Industrial, o excesso de produção, o comércio de luxo e a concorrência. “Hoje as marcas se tornaram muito parecidas, e uma das técnicas utilizadas para a diferenciação é o design, que por meio da criação procura originar um relacionamento com o consumidor”, diz. O vitrinismo nada mais é do que a exposição de produtos somada aos aspectos estéticos, artísticos e técnicos para que ocorra a aproximação entre o produto e o consumidor. Segundo o livro Vitrina –Veículos de Comunicação e Venda, dos autores Fátima Lourenço e José Oliveira Sam (Editora Senac), todo o espaço com a proposta de mostrar um produto, marca ou serviço, com a intenção de venda, deve ser apresentado de maneira diferenciada, respeitando as características e peculiaridades do estabelecimento comercial. O vitrinista precisa planejar cada detalhe e escolher entre a diversidade de volumes, formas, texturas, brilhos, cores, luzes, objetos cênicos e temas propostos, o que melhor convém para criação, elaboração e execução da exposição da vitrine. Além disso, esse profissional responsável pela vitrine precisa se atentar para o público-alvo. É um trabalho que utiliza a linguagem artística, com cenografia, decoração e design para expor de forma atraente os produtos, e assim vendê-los com maior facilidade. “Se o produto estiver exposto em um belo cenário, que chame a atenção das pessoas, ele venderá mais, e também provocará a compra por impulso”, explica Marília. Questão de planejamento Antes de pensar na vitrine, o lojista deve avaliar se o ponto de venda é um local interessante para a comunicação. O espaço deve ser tridimensional, podendo envolver o consumidor tanto na parte visual, quanto na tátil e na auditiva. Em seguida, deve ser analisado o estilo do estabelecimento, pois este deve espelhar o que a loja ou marca pretende passar para os que a observam. A fachada, o mobiliário, as cores, os materiais devem seguir um único estilo. Outro fator importante são os manequins, que servem como excelentes “vendedores”, pois as roupas representadas em um “corpo” vendem bem mais do que as dobradas sobre
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O VITRINISMO NADA MAIS É DO QUE A EXPOSIÇÃO DE PRODUTOS SOMADA AOS ASPECTOS ESTÉTICOS, ARTÍSTICOS E TÉCNICOS PARA QUE OCORRA A APROXIMAÇÃO ENTRE O PRODUTO E O CONSUMIDOR expositores. “A escolha também deve se basear no estilo, por exemplo: moda jovem pede manequins com cabeça estilizada, moda tradicional pede manequins hiperrealistas. Moda sofisticada requerem manequins sem cabeça e roupas infantis ficam melhores com manequins de tecido articulados”, expõe a especialista. Ela ressalta que os manequins precisam estar em ótimo estado e se tiverem perucas, precisam ser da mesma cor para não chamar mais atenção do que o produto. Além disso, podem ter acessórios como sapatos, bolsas e bijuterias. A vitrine pode ser trabalhada cenograficamente, contando uma história, por meio de um cenário ou ser expositiva, onde os produtos são mostrados nos manequins e expositores, coordenados por cores, com uma composição particular ou
COMO FAZER O CLIENTE RETORNAR À LOJA Dicas simples podem fazer com que o consumidor se sinta confortável no local e garantem o retorno ao estabelecimento: Se atente para as cores e iluminação do local; Utilize música ambiente e aroma diferenciado; Estimule o paladar com cafés, chá, água e petiscos; Os espaços devem ser planejados e ambientados para criar circulação ampla e confortável; Os produtos devem estar sempre à mão, estimulando o toque; Personalize os produtos e serviços (tente fugir da massificação); Mantenha o cliente o maior tempo possível na loja; Valorize o bom atendimento ao cliente; Estimule o consumo pela emoção e não pela razão. Fonte Livro – Vitrina – Veículo de Comunicação e Venda (Editora Senac)
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com um painel fotográfico. É necessário sempre ter em mente os objetivos da vitrine, tais como: atrair e mostrar o produto ou marca, criar e estabelecer a identidade do consumidor com determinado produto, promover a venda e informar sobre lançamentos, tendências e promoções. O interior do estabelecimento também precisa ser planejado e o espaço bem aproveitado. Para Marília, a distribuição das cores das roupas nas araras e sistemas expositivos é muito importante para dar um ar organizado e de fácil leitura visual. A especialista relata que para que se tenha uma vitrine produtiva é preciso planejamento. “É necessário um profissional capacitado que possa fazer um projeto, desenhe a vitrine e as exposições internas, para depois produzi-la. O vitrinista precisa ter conhecimentos de arte, desenho, execução de móveis e elementos cenográficos”, explica. Composição das vitrines Alguns itens na hora de compor as vitrines podem chamar a atenção dos consumidores e aumentar as vendas. Elas devem proporcionar ao observador a sensação de harmonia e equilíbrio. O produto que precisa ser evidenciado deve ser colocado em primeiro plano, no centro da vitrine para ganhar ênfase e destaque. A simetria da composição dos produtos representa a estrutura delas e ocorre quando há compatibilidade e semelhança na cor, na forma ou gênero dos elementos. O comércio pode se utilizar de diversos recursos para estimular o consumo. Um deles são as datas comemorativas que podem ser representadas nas vitrines. Épocas como o Dia das Mães ou dos Pais, Dia dos Namorados, Natal e Páscoa são momentos nos quais ocorrem maiores compras e investimentos nas vitrines. A decoração utilizada deve despertar emoções com simbolismo e mexer com os sentimentos dos consumidores. De acordo com Marília, o impacto da vitrine acontece nas duas primeiras semanas, mas é comum que elas permaneçam montadas por até um mês, com roupas e acessórios sendo trocados semanalmente. Já em lojas pequenas e de bairros, recomenda-se trocar de mercadoria diariamente, uma vez que o público local passa por ela com frequência.
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Por Marina Panham / Fotos Shutterstock
TENDÊNCIA
MÓVEL Aplicativos de gestão em dispositivos móveis podem reduzir custos, otimizar o de informa es e arantir bom retorno para os negócios UTILIZADO PARA REALIZAR
transferência remota de documentos por meio de rede telefônica, o fax era a principal tecnologia das telecomunicações até o século 20. Mas, a partir dos anos 2000, o aparelho deixou de ser fundamental com o advento da internet. Desde então, as redes de comunicação têm se aperfeiçoado e sinalizam uma nova tendência: smartphones, tablets e outros dispositivos móveis. Para comprovar a afirmação, levantamento da International Data Corporation (IDC) revelou que mais de 27 milhões de celulares foram vendidos no Brasil durante o primeiro semestre de 2012. Desse total, 6,8 são smartphones e 20,5 milhões featuring phones – celulares que, apesar de possuírem todas as funcionalidades básicas e acesso à internet, não possuem sistema operacional. Já o mercado de tablets comercializou, apenas no segundo trimestre de 2012, 606 mil unidades no País. No mesmo período, a Ibope Nielsen Online apontou que o número de brasileiros com acesso à internet atingiu o recorde de 83,4 milhões. Frente a esses dados, as indústrias de todos os segmentos, inclusive a de vestuário, de-
vem estar atentas às novas tecnologias que podem beneficiar os seus negócios. A partir de sistemas como Enterprise Resource Planning (ERP) e Product Lifecycle Management (PLM), a empresa Millenium Network desenvolve softwares para indústria e o varejo do segmento de vestuário. Os sistemas visam atender a demanda pela otimização de processos com melhor relação custo-benefício e alta eficiência em termos de recursos, tecnologia e resultados, seguindo o conceito Fashion Business Solutions. “Temos soluções para todo tipo de clientes nesse segmento e os softwares são implementados de acordo com cada tipo de negócio”, explica o diretor comercial da Millenium Network, Rodrigo Motono. Empregado por diversos segmentos industriais para gerir o ciclo de vida de novos produtos, o PLM foi adaptado à indústria do vestuário pela Millenium Business. O Millenium Fashion PLM é uma ferramenta de criação, comunicação e colaboração via web, que foca a gestão do ciclo de vida do produto, desde sua pré-concepção, inspiração/ tema, combinação, cores, tecidos, aviamentos, design, desenvolvimento, protó-
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CAPA
TECNOLOGIA
ESTOQUE VIRTUAL DE MATÉRIASPRIMAS O primeiro estoque virtual de matérias-primas do mercado (www.alllingerie. com.br/allbusiness) permite que os empresários do segmento de confecção e vestuário comprem e vendam excedentes. O All Business transforma a matéria-prima parada em capital de giro e oferece possibilidade de compra com preços com, no mínimo, 20% de desconto. “A viabilização e o aproveitamento de todos os excedentes oferece a possibilidade de as confecções terem margens de lucro maiores nos seus processos”, enfatiza o gestor do All Business, Maurício Milhomens. Segundo ele, as confecções cadastradas podem fazer anúncios de todos os seus excedentes de estoque, sem custo algum. “Todos os produtos cadastrados vão para um grande galpão virtual do portal All Business.” Milhomens explica que no momento em que um comprador se interessa pelo produto, ele pode fazer uma consulta para confirmar a disponibilidade. Assim que validada, o comprador é comunicado e deve pagar uma taxa de serviço para ter acesso aos dados do vendedor. Atualmente, analisa Milhomens, o grande problema das confecções é encontrar excedentes de matéria-prima. Como o mercado está cada dia mais competitivo, muitas vezes o lucro da confecção acaba ficando nos excedentes e, se a confecção consegue colocar isso de volta no mercado, a mesma terá capital novo para adquirir matérias-primas novas, fazendo todo o segmento girar de uma forma mais saudável.
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tipo, produção, preços e até distribuição e vendas. O PLM pode unificar e organizar o detalhamento de um produto, gerenciando custos e acompanhando as fases com informações compartilhadas. Além disso, o sistema de comunicação integrada pode substituir outras ferramentas que atrasam e dificultam o compartilhamento de informações sobre o ciclo de vida do produto, como planilhas do Excel e emails. Como a criação de um produto envolve várias pessoas, Motono observa que a utilização dessas ferramentas pode prejudicar o processo, tornando-o confuso. O Millenium Business e o Millenium Basic são os principais softwares desenvolvidos pela Millenium Network para o segmento. Solução de baixo custo para atender pequenas empresas do setor de vestuário, acessórios, calçados e presentes, o Basic inclui processos de produção, venda atacado de pronta entrega, venda atacado com pedido e venda varejo. Já o Business abrange todas as etapas do processo produtivo, administrativo e comercial das empresas de grande e médio porte de vestuário e decoração, e pode ser integrado a outros serviços fornecidos pela empresa que oferecem maior mobilidade ao setor como o Millenium Mobile. Utilizado principalmente para a automação da força de vendas, o aplicativo de gestão oferece um catálogo eletrônico da confecção e emissão online de pedidos por meio de dispositivos móveis com plataforma operacional Android. Sincronizado a outro software, o aplicativo acessa o banco de dados do sistema e facilita o lançamento de pedidos, tanto online quanto offline. Mesmo que o dispositivo esteja sem conexão com a internet, quando encontra “sinal”, envia as informações imediatamente ao seu ERP. Motono conta que antigamente os pedidos eram enviados via fax e, a emissão online por meio do Mobile, otimiza tempo e reduz erros na captação de pedidos. Já o Millenium App Fashion, possibilita que a confecção crie seu próprio aplicativo personalizado com maior rapidez e menor custo junto à App Store – loja online de aplicativos da Apple para iPad, iPhone e iPod touch.
Fotos Shutterstock / All Lingerie/Reprodução / Millenium Network/Divulgação
Aplicativo personalizado de cliente da Millenium Network
Por meio de um sistema de gerenciamento de conteúdo simples e ágil, o App Fashion oferece vitrine digital, e-commerce, canal de diálogo com clientes e estatísticas de acesso em tempo real. Mas além de beneficiar a indústria e o varejo, a oferta de aplicativos de moda e vestuário em smartphones e tablets se estende ao consumidor final. O Stylebook, por exemplo, é um arquivo virtual das roupas e acessórios do usuário, que o ajuda a organizar o guarda-roupa e até a fazer as malas para uma viagem. No mesmo modelo de arquivo virtual de roupas, o iPhone Cloth ajuda o usuário a escolher o ‘modelito’ diário de acordo com o clima da região. Além de diversos aplicativos de fotografia como o Snapette e o ashionfreax, e de informações, como o Trendstop, WhoWhatWear e Style.com.
Tecnologia que gera resultado Duplicar a produção de fantasias de 45 mil peças para 80 mil/mês foi um dos resultados obtidos pela Sulamericana Fantasias após adquirir o ERP Millenium Business em 2005. O sistema integrou todos os processos da marca, desde transações fiscais, gestão logística e de produto, até relacionamento com os parceiros. Para o diretor geral da empresa, Kiko Smitas, o sistema proporcionou visão ampla do negócio e possibilitou que a marca identificasse, com precisão, onde investir com maior chance de retorno, visando o crescimento constante. Atualmente, a Sulamericana Fantasias tem mais de 2 mil produtos comercializados e chega a produzir um milhão de fantasias anualmente no Brasil e na Argentina.
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CONJUNTURA COMBATE
SALVAGUARDA SE TORNA ‘ÚLTIMA SAÍDA’ DO SETOR NO BRASIL Sem condições de concorrer com o mercado chinês, empresas nacionais aguardam decisão federal após ação organizada pela ABIT A CONCORRÊNCIA DESLEAL ENTRE produtos asiáticos (princi-
palmente chineses) e brasileiros afeta a indústria nacional nos mais variados setores. Um dos mais atingidos é o vestuário. Para tentar combater essa situação, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), em conjunto com diversas entidades da área, inclusive o Sindivestuário, entrou com um pedido de salvaguarda junto ao Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) no último mês de agosto para tentar mudar esse cenário. A salvaguarda é um instrumento de defesa da economia nacional, utilizado quando determinado segmento se sente prejudicado por importações, com graves prejuízos à sua produção. A ABIT, quando entrou com o pedido, alegou que, por conta da crise internacional e grande oferta de produtos no mercado, houve aumento de 240% na importação de vestuário entre 2007 e 2011, com alto prejuízo confirmado por 35 confecções espalhadas pelo Brasil. O Decom deve se posicionar em breve sobre abrir ou não uma investiga-
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ção. Os países terão até 40 dias para apresentar suas defesas e após essa fase, devem ser realizadas algumas audiências. Se aprovada, a salvaguarda deve ter duração de até dois anos, já que as nações que se sentirem prejudicadas podem contestar o governo brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC). O momento complicado para o setor é confirmado pelo presidente do Sindivestuário, Ronald Moris Masijah. “A carga tributária no Brasil integra, em média, 42% de cada produto. Na China, essa carga é um décimo da nossa, sem contar os encargos trabalhistas, já que aqui, um funcionário recebe R$ 100 e a empresa paga R$ 270, despesa que, entre os chineses, também é muito menor”, explicou. Essa realidade tão distante entre os dois países faz com que todos os produtos, antes mesmo de entrarem na linha de produção, sejam essencialmente mais baratos na China e outras nações asiáticas. “Não conseguimos competir, não há nenhuma chance para nós com as atuais condições. Precisamos diminuir a carga tributária. Perder o setor
Por Anderson Dias | Foto Shutterstock / RS Press/Divulgação
seria dispensar cerca de 8 milhões de trabalhadores diretos e indiretos”, advertiu o presidente. Carga tributária Nas atuais circunstâncias do mercado, o presidente Masijah diz que o “medo” do Governo Federal em diminuir a carga tributária para evitar perda de receita é um erro. “Temos mostrado, que, por exemplo, no estado de São Paulo, quando se corta o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), a arrecadação aumenta”, explicou. Ainda no campo dos impostos, o presidente do Sindivestuário diz que o Brasil já perde dinheiro de arrecadação com os números atuais. “Muito imposto começou a ir para o ‘espaço’. Cada vez mais pessoas têm ido a Miami (nos Estados Unidos),
por exemplo, para comprar peças de vestuário sem pagar nada de imposto. Isso remete a 60% do que se importa oficialmente em perda, peças que entram no Brasil todos os dias sem pagar um centavo”, contou. Aliado à salvaguarda, a Abit fez também um pedido de desoneração do setor, algo nos moldes do Simples para todas as empresas de confecção do País. Vale lembrar que essa área é a que mais emprega no setor têxtil e vestuário. “Muitas empresas que eram grandes se pulverizaram em próprias ou até de terceiros, para entrar neste regime e pagar menos impostos. A ideia é de que todas essas corporações se unissem novamente com uma taxa máxima de 12% frente aos 42% que hoje, qualquer organização paga quando deixa o status de pequena empresa”, disse o presidente Ronald Masijah.
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CONJUNTURA COMBATE
Ronald Moris Masijah, presidente do Sindivestuário, comenta momento complicado para o setor
Otimismo Responsável por entregar a solicitação ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Abit, por meio de seu presidente, Aguinaldo Diniz Filho, demonstrou otimismo com uma resposta positiva do Governo Federal. Em nota publicada pela instituição, Diniz Filho exalta o estudo e as solicitações dentro do que foi especificado pelo próprio MDIC para envio da solicitação de salvaguarda. “Temos certeza que nosso processo é concreto, foi muito bem substanciado, cumpre item por item das regras da OMC e prova real surto de importações e consequente prejuízo à nossa indústria”, afirmou. Nem mesmo possíveis investimentos do Governo Federal no setor seriam capazes de amenizar o problema. Essa é a opinião do presidente da Abit, que reforça a importância de um sistema de defesa mais abrangente. “O mundo inteiro assiste a esse cenário e tem buscado proteção. Nós também não podemos ficar de braços cruzados. Lutaremos até o fim, pois temos 1,5 milhão de trabalhadores do nosso lado. Temos obrigação de manter esses empregos em nosso País”, frisou.
A CARGA TRIBUTÁRIA NO BRASIL INTEGRA, EM MÉDIA, 42% DE CADA PRODUTO. NA CHINA, ESSA CARGA É UM DÉCIMO DA NOSSA
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Campanha nacional Os consumidores podem ajudar a diminuir o problema? Apesar de este ser um mercado gigantesco, que surfa na casa dos bilhões de reais anualmente, quem consome produtos, principalmente do vestuário (inclusive entre os 60 citados no pedido de salvaguarda), pode sim ajudar a diminuir a quilométrica vantagem chinesa. Mas quantos param para olhar a origem de um produto antes de comprá-lo? Assumidamente consumista por roupas, a estudante de Publicidade e Propaganda Luana Gueiros, de 22 anos, moradora de Diadema, na Grande São Paulo, admite passar despercebida sobre esse fator. “No ato da compra nunca priorizo a marca e tampouco me apego ao local de fabricação da peça. O que me induz à compra é gostar ou não daquele produto, é claro que o preço pesa e muito, até porque sou uma universitária”, admite a garota, que chega a gastar R$ 500 por mês com vestuário. Para o presidente do Sindivestuário, Ronald Masijah, a conscientização dos brasileiros é importante, mas, de fato, o preço é a primeira preocupação dos consumidores. “Já fizemos uma campanha em 2008 chamada Bom, Bonito e Barato, onde o argumento mais forte era de que se os produtos nacionais não fossem comercializados, nem mesmo as peças chinesas poderiam ser compradas, já que nós mesmos estaríamos desempregados. Nem a diferença significativa de qualidade entre produtos nacionais e estrangeiros tem sensibilizado os compradores”, concluiu o dirigente.
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HISTÓRIA ALFAIATE
DE FILHO PARA PAI 24 Revista Vestir
Por Marina Panham | Fotos Shutterstock / Marcyn/Divulgação / Arquivo Mauro Eli Zaborowsky
Sucesso da confecção de lingerie Marcyn é decorrente do trabalho conjunto de três gerações da família Zaborowsky NO DIA A DIA, pais incentivam seus filhos a dar os primeiros passos, a andar de bicicleta, a estudar e, mais tarde, a trabalhar. Mas, como para toda regra sempre há uma exceção, com o pai Luiz Jayme Zaborowsky e o filho Mauro Eli Zaborowsky, a situação se inverteu. Aos 45 anos, após enfrentar entraves em seus negócios, Luiz Jayme decidiu interromper as atividades como empresário do setor. Porém, seu filho não o deixou desistir. Munido de vasta experiência no mercado de lingerie, onde operava há anos com vendas em uma grande empresa multinacional, Mauro Eli o incentivou a ingressar em um novo empreendimento. Em 1983, após venderem alguns imóveis, a família Zaborowsky comprou uma pequena confecção de lingerie do bairro do Imirim, situado na zona norte da cidade de São Paulo, que se encontrava à beira da falência. A acanhada fábrica era a Marcyn, nome oriundo da junção dos nomes das filhas da antiga proprietária: Márcia e Cynthia. ”Foi uma fase muito difícil, pois meu pai deixou uma empresa com mais de 600 funcionários, da qual era sócio há 20 anos, para começar um novo negócio, com apenas 18 colaboradores”, revela Mauro Eli. Além de vocação, ele conta que o interesse pelo segmento do vestuário, mais especificamente pelo ramo de lingerie, é uma tradição familiar vinda de seu avô e de seu pai. “Como sempre gostei de vendas, me envolvi nesse mercado.”
Luiz Jayme enfatiza que não existem entraves em se trabalhar em uma empresa familiar como a Marcyn, pelo contrário, ele declara que por lá há muita alegria. E ainda enaltece que o interesse de seu neto, Marcos Zaborowsky, pelo segmento aconteceu naturalmente. Mauro Eli conta que seu filho começou a trabalhar cedo, motivado pelo negócio da família, e apaixonou-se pelo segmento de lingerie. “O interesse por esse ramo foi um processo natural, tanto comigo quanto com meu filho. Hoje somos três gerações e sócios.” Além de Luiz Jayme, Mauro Eli e Marcos, as mulheres da família Zaborowsky também contribuíram para o sucesso da Marcyn. “Minha esposa, Lia Zaborowsky, se dedica à empresa há mais de 22 anos e a minha mãe, Sara Zaborowsky, também”, diz Mauro Eli. Para ele, o principal ponto positivo de se trabalhar em família é poder construir algo sólido juntos, mas reconhece que, às vezes, problemas que deveriam se restringir ao escritório, são levados para casa. O representante da segunda geração da família Zaborowsky elucida que considera a Marcyn uma empresa familiar, porém com características muito profissionais. “A confecção é totalmente dirigida por profissionais, com executivos em cada área de atuação.” Há mais de 50 anos no segmento do vestuário – 30 só à frente da Marcyn, Luiz Jayme declara que o ramo de lingerie é apaixonante, mas lamenta que a concorrência asiática tenha compro-
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HISTÓRIA LINGERIE
1 1 e 2- Filial da Marcyn em Campo Grande (MS); 3- Luiz Jayme Zaborowsky e sua esposa, Sara Zaborowsky, que também atua na Marcyn; 4 - Ana Hickmann e esposa de Mauro Eli Zaborowsky, Lia Zaborowsky
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metido o mercado nacional. “Esse segmento era ótimo para se trabalhar há 10 anos, mas essa concorrência desleal tem afetado os negócios nesse ramo.” Na opinião de Mauro Eli, o industrial de hoje deve ter muita raça, pois competir com países industriais que não têm o custo Brasil é difícil. Ele explica que as indústrias de lingerie de hoje não conseguem vender para as grandes organizações que se abastecem na China. “Somos obrigados a focar 100% no varejista e este, tem dificuldade de enfrentar o poderio de importação das organizações.” Segundo Mauro Eli, ou teremos marcas fortes e o custo Brasil diminuirá ou seremos como os Estados Unidos: um país de serviços e zero industrial. “Praticamente todo produto industrializado nos Estados Unidos é importado”, comenta ele. “Isso gera o fim das fábricas, aumento de de-
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semprego e presidente com risco de não se eleger.” Entretanto, mesmo com as adversidades mencionadas, a Marcyn está presente em mais de 20 países e conta com a colaboração de 600 funcionários na confecção de lingerie básica, fashion, teen (a empresa é líder no mercado de lingerie teen com a marca Capricho), lingerie de benefícios, lingerie shape wear e o diferencial da coleção Ana Hickmann. Além das cinco coleções de moda praia: Vacanze, básica; Ana Hickmann Marcyn Praia, fashion; Marcyn Capricho, teen; moda praia de benefícios por Janaina Crescente; e a grife Poko Pano. Mauro Eli enfatiza que a filosofia da empresa é atender o cliente varejista como um todo. “Somos os únicos que podemos atender o cliente de lingerie em um leque muito diversificado.”
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ESPECIAL ARTIGO
ALTERNATIVA JUDICIAL Mudança da base de cálculo da CPP foi mal idealizada A MUDANÇA DA BASE DE CÁLCULO da Contribuição Previden-
Adonilson Franco Advogado Tributarista do Sindivestuário
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ciária (CPP) que passou da incidência sobre a folha de pagamentos para incidência sobre a receita bruta foi tão mal idealizada, estruturada e implementada que vem gerando confusão na sua adoção e prejuízo para muitas empresas. Matéria divulgada no jornal Folha de São Paulo, de 12 de outubro de 2012, página B1, confirma isso. Empresas no Simples, por exemplo, no ramo de confecções, se enquadradas no Simples Nacional recolhem de 2,75% a 4,6%. Uma empresa de grande porte, do mesmo ramo, que, em razão de seu faturamento não está enquadrada no Simples recolhe 1%. Essa aberração foi notada pelo economista José Roberto Afonso, especialista em contas públicas e assessor técnico do Senado. Segundo a matéria, para o assessor técnico do Senado, a distorção foi provocada por uma medida pontual (desoneração para setores eleitos) para resolver um problema maior: o pesado emaranhado tributário que retira a competitividade das empresas. “O sistema fica demasiado torto, cheio de remendos, e o arremedo pode sair pior que o soneto. Adota-se um remédio com boas intenções, mas não se conhece o seu efeito colateral”, diz Afonso. É verdade que o sistema foi construído sem nenhuma organização, método, sistematização, visão de conjunto. Veja-se: tudo começou com a Medida Provisória (MP) n° 540/2011 (02/08/2011), convertida na Lei n° 12546/2011 (14/12/2011), com vigência a partir de 01/12/2011.
Na sequência veio a MP n° 563/2012 (03/04/2012) convertida na Lei n° 12715/2012 (17/09/2012). Quando o Executivo resolveu regulamentar a aplicação dessa nova legislação — já que o mundo inteiro tinha dúvidas sobre sua aplicação —, regulamentou por meio do Decreto n° 7828 (16/10/2012) a Lei n° 12546. Entretanto, alguns dias após a Lei n° 12546 que já tinha sido alterada pela Lei n° 12715, foi novamente alterada pela MP n° 582 (20/09/2012). O Decreto n° 7828 está atualizado? Essa é uma das dúvidas! E só tem um modo de responder a isto: analisando se suas disposições cobrem as alterações promovidas pela Lei n° 12715/2012 e MP n° 582/2012. De todo modo, o que interessa enfatizar é que as empresas que foram prejudicadas devem buscar seu direito no Judiciário já que se o Plano Brasil Maior veio, dentre outras coisas, desonerar a folha de salários, não faz sentido que algumas empresas custeiem o benefício que outras, conforme demonstrado, estão usufruindo. Conforme nossa constatação em casos concretos sob nossa responsabilidade profissional, o aumento do custo tributário é em alguns casos bastante elevado. Chegamos a constatar casos de acréscimo no custo tributário superior a R$ 30 mil mensais! Acréscimo superior a R$ 360 mil anuais não é pouco para empresas desse segmento. Se o empresário não for buscar seu direito, ninguém o fará por ele. E se não se adequar às novas regras, será com certeza autuado. Fica então, o alerta no sentido de que a única alternativa é judicial!
NA REDE NOTÍCIAS
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CONTEXTO DEBATE
SIMPLES SIM, MAS CADA VEZ MAIS CARO 30 Revista Vestir
NÃO HÁ DUVIDAS de que foi uma vitória conseguir reduzir a tributação sobre a folha de pagamentos. Isso era quase que um tabu. Muitos – os que não pagam, claro – eram contrários à medida, pois isso poderia aumentar ainda mais o déficit da Previdência brasileira e os prejudicados seriam os trabalhadores, de uma forma geral, além dos cofres públicos. Evidentemente, não cabe aqui discutir sobre o déficit da Previdência, mas a sua natureza é outra, muito mais relacionada à inclusão de inúmeros benefícios (muitos deles necessários e de resultados incontestáveis) no âmbito daquele ministério, sem a devida contrapar tida financei-
Por Haroldo Silva | Fotos Shutterstock e Divulgação
ra ao longo dos anos, sem falar no envelhecimento da população que sobrecarregará ainda mais essa conta no futuro próximo. Contudo, o ponto mais importante – e que atinge diretamente a competitividade das empresas que estão enquadradas no regime tributário do Simples – é que proporcionalmente se paga muito mais sobre a folha do que nas outras modalidades. Isso já ocorria, mas agora a distância ficou ainda maior. Vejamos: se estivermos falando de uma confecção que fature R$ 5 milhões/ano (uma média empresa), ela terá uma alíquota de contribuição patronal para a Previdência de 1% sobre o faturamento, diante da nova legislação que desonerou a folha, a partir do Plano Brasil Maior (lei 12.715/12). Porém, se essa empresa tivesse um faturamento anual de R$ 3,6 milhões/ano (classificada dentro do regime do Simples Nacional) a mesma contribuição seria de 4,6% sobre o faturamento! Matematicamente, teríamos: Faturamento
Alíquota de CPP
Total do tributo a ser pago
R$ 3.600.000,00
4,6%
R$ 165.600,00
R$ 5.000.000,00
1,0%
R$ 50.000,00
Valor pago a mais...
R$ 115.600,00
Resumidamente, a injustiça tributária é gigantesca. Note-se que uma empresa que fatura 39% a mais, paga 70% a menos desse tributo, sobre a mesma base de cálculo, agora. Porém, é importante deixar muito clara a proposta de revisão que se advoga: o que se defende aqui não é um reequilíbrio nos moldes que o Governo
sempre faz. Isto é, tributar mais o setor que hoje paga menos. Mas sim, fazer com que seja revista a tabela do Simples Nacional da Indústria e que seja diminuída para 1% apenas a alíquota da CPP que hoje varia de 2,75 até 4,6% no ramo industrial. Se não for possível fazer isso para todos os setores já atendidos pelo Plano Brasil Maior, que sejam imediatamente contemplados os segmentos industriais altamente empregadores de mão de obra, como é o vestuário. É crucial diminuir essa distorção que é extremamente injusta com quem deveria ser protegido pela legislação. É fato que quem está no modelo tributário do Simples Nacional tem outros benefícios. Mas, é assim em todo o mundo. Aqui no Brasil, já disseram: “se esse modelo é simples, é porque os outros são complicados”. Portanto, é também uma forma das empresas conseguirem diminuir a absurda complexidade de normas que a cada dia cresce mais. Regras que são criadas sempre para facilitar ao Estado fiscalizar o contribuinte, mas que geram custos que os concorrentes internacionais não têm. Para concluir, o modelo do Simples é vantajoso às empresas de menor porte. Mas, como houve um benefício às empresas maiores, essa distância foi fortemente reduzida. Para manter o estímulo às empresas cuja receita bruta em 12 meses esteja abaixo de R$ 3,6 milhões é necessário corrigir essa injustiça, reduzindo-lhes a carga tributária imposta pelo novo modelo. Pois o que se assiste hoje é um Simples – que nem é tão simples assim – e que ficou proporcionalmente muito mais caro. Talvez aqui tenhamos uma bandeira na qual o SEBRAE possa ser importante interlocutor, dentro e fora do governo.
Haroldo Silva Diretor-executivo do Sindivestuário e prof. da UniÍtalo executivo@sindicatosp.com.br
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TRABALHO E JUSTIÇA ARTIGO
TUDO SOBRE CONTRATAÇÃO DE ESTAGIÁRIOS Acompanhe as respostas às dúvidas mais frequentes NA EDIÇÃO ANTERIOR da Revista Vestir, abordei nessa seção o tema Menores Aprendizes e tudo o que era preciso saber para contratar um. Nessa tratarei de outro assunto que recorrentemente também é objeto de vários questionamentos: a contratação de estagiários. A seguir, selecionei os mais frequentes: O que é o estágio? Estágio é o ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de estudantes. O estágio pode ser obrigatório e não obrigatório. O que é estágio obrigatório e não obrigatório? O estágio definido como obrigatório é aquele cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção do diploma e, o não obrigatório é considerado como atividade opcional, acrescida à carga horária obrigatória. O estágio é uma relação de emprego? O estágio não caracteriza vínculo de emprego de qualquer natureza, desde que observados os requisitos legais, não sendo devidos encargos sociais, trabalhistas e previdenciários. Quais requisitos devem ser observados na concessão do estágio? I- matrícula e frequência regular do educando público-alvo da lei II - celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a instituição de ensino; III - compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e as
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previstas no termo de compromisso (art. 3º, incisos I, II e III da Lei nº 11.788/2008). IV – a atividade a ser exercida pelo estagiário deve estar relacionada com a sua formação educacional. Quais são as principais obrigações da parte concedente (empresa) na relação de estágio? I. celebrar Termo de Compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu cumprimento; II. ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, observando o estabelecido na legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho; III. indicar funcionário do quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até dez estagiários simultaneamente; IV. contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso; V. por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho; VI. manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio; VII. enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de seis meses, relatório de atividades, com vista obrigatória ao estagiário (art. 9º da Lei nº 11.788/2008).
Por Maria Thereza Pugliesi | Foto Divulgação
VIII. é obrigatória a celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino e a par te concedente, assim como a celebração do Termo de Compromisso de Estágio. Qual o prazo máximo de duração do estágio na mesma empresa? Até dois anos, na mesma empresa, exceto quando se tratar de portador de necessidades especiais. Qual a duração máxima da jornada de atividade de estágio? A jornada de atividade em estágio não deve ultrapassar: a) 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação especial e dos anos finais do ensino fundamental na modalidade profissional de educação de jovens e adultos; b) 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior, da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular; c) 40 (quarenta) horas semanais, no caso do estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão programadas aulas presenciais; d) os intervalos destinados ao descanso e alimentação não serão computados na jornada; e) nos dias de prova a jornada de trabalho poderá ser reduzida à metade, segundo o estipulado no Termo de Compromisso firmado entre as partes. Quando o estágio deve ser obrigatoriamente remunerado (concessão de bolsa ou outra forma de contraprestação)? No caso do estágio não obrigatório é compulsória a concessão de bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada no Termo de Compromisso do Estágio, bem como é obrigatório o pagamento de auxílio transporte. No estágio obrigatório é facultativa, a concessão de contraprestação e auxílio transporte. As ausências do estagiário podem ser descontadas do valor da bolsa?
A remuneração da bolsa-estágio pressupõe o cumprimento das atividades previstas no Termo de Compromisso do Estágio, assim sendo as ausências eventuais, devidamente justificadas, poderão ser objeto de entendimento entre as partes, porém, as ausências constantes poderão gerar a iniciativa da parte concedente não apenas de descontar percentuais do valor da bolsa, mas até mesmo de rescindir o contrato. O estagiário tem direito a recesso (férias)? É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias. Nos casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano os dias de recesso serão concedidos de maneira proporcional. O recesso poderá ser concedido em período contínuo ou fracionado, conforme acordado entre as partes, preferencialmente nas férias escolares. O estagiário tem direito ao seguro contra acidentes pessoais? Qual a cobertura do seguro? A realização do seguro é obrigatória e a cobertura deve abranger acidentes pessoais ocorridos com o estudante durante o período de vigência do estágio. Cobre morte ou invalidez permanente, total ou parcial, provocadas por acidente. O valor da indenização deve ser compatível com os valores de mercado. As demais questões sobre o estágio – limitações para a contratação de estagiários em relação ao quadro pessoal da empresa, percentual de vagas asseguradas aos portadores de deficiência, aplicação das normas de saúde e segurança no trabalho, documentos necessários à regularização do estágio - constam do material editado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (TEM), o qual estará disponível juntamente à lei que regula a matéria no site dos Sindicato do Vestuário: www.sindicatosp.com.br, no link Matérias Jurídicas. Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
Dra. Maria Thereza Pugliesi Advogada do Sindivestuário jurídico@sindicatosp.com.br
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FUXICO
AGENDA
NOTÍCIAS
PROGRAMA-SE
MERCADO
CRESCIMENTO NO VAREJO DE ACORDO COM O Estudo dos Canais de Varejo, ela-
borado pela primeira vez pelo Núcleo de Inteligência de Mercado, do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (IEMI), as lojas especializadas em vestuário assumem grande destaque no cenário: 138 mil pontos de venda desse tipo espalhados pelo Brasil são responsáveis pela venda de 83,6% dos produtos por todo o mercado. Já as 2,5 mil lojas não especializadas em vestuário são responsáveis por 16,4%. Em volumes de peças adquiridas, entre 2007 e 2011, o consumo de artigos de vestuário no varejo brasileiro cresceu 24,2%. A pesquisa dividiu as lojas em cinco tipos: departamento especializado, redes de pequenas lojas, lojas independentes, departamento não especializado (não se restringe ao vestuário) e hipermercados. O estudo, foi realizado com 300 empresas de varejo de todas as regiões do País, além de auditorias em pontos de venda, em São Paulo e no Rio de Janeiro. No ano passado, o varejo de vestuário movimentou aproximadamente US$ 89,5 bilhões, equivalentes a R$ 149,9 bilhões. Canais de venda do varejo
2007
2011
Departamento especializado
27,5%
30,1%
Redes de pequenas lojas
14,7%
15,7%
Lojas independentes especializadas
43,8%
37,8%
Departamentos não especializados
7%
8,7%
Hipermercados
7,1%
7,7%
SUSTENTABILIDADE
EMPRESA CRIA JEANS COM SEDA E GARRAFA PET A EMPRESA O CASULO FELIZ, de Maringá (PR) desenvolveu um tecido jeans que, além de ser ecológico, pode ser considerado de luxo. Constituído por 50% com fios de seda e os outros 50% de garrafa pet e de algodão, o valor do metro do tecido custa R$ 80 (o jeans tradicional varia de R$ 10 a R$ 12). A novidade surgiu após 10 anos de pesquisa e o “jeans” ficou pronto em agosto deste ano. Segundo Gustavo Rocha, empreendedor e dono da fábrica, a criação foi feita para unir o luxo da seda com a sustentabilidade da pet e do tradicional jeans. Ele explica que o material não está sendo utilizado apenas para fazer a calça tradicional, mas também em outros tipos de roupa. 34 Revista Vestir
7ª EDIÇÃO DO SALÃO PREMIÈRE BRASIL Chegando na 7ª edição no País, o Salão Première Brasil reúne representantes das principais marcas de moda em busca dos melhores fabricantes de fios, fibras, tecidos, malhas, acessórios, estúdios de design, selecionados de acordo com os critérios de qualidade e criatividade Première Vision. Além de matéria-prima, o evento visa proporcionar inspirações para as criações por meio da Cartela de Cores Première Vision e com o Fórum de Tendências, e a Conferência de Moda. Desde 1973, o evento inspira profissionais de moda de todo o mundo. Além de Paris, o salão é realizado também em Nova York (EUA), Xangai e Pequim (China), além de Moscou (Rússia). Data: 22/01/2013 a 23/01/2013 Local: Expo Center Norte – Pavilhão Vermelho - São Paulo - SP Temporada: 2013 Site: www.premierebrasil.biz
SÃO PAULO FASHION WEEK (PRIMAVERA VERÃO 2013-2014) O São Paulo Fashion Week (SPFW), que é realizado duas vezes ao ano, é conhecido como a maior plataforma da América Latina para a divulgação do design e da criatividade brasileira. Nesta edição, exibirá as tendências do verão 2013-2014. O evento começou a ser realizado no ano de 1996 e modificou completamente o mundo da moda no País. A partir do SPFW, marcas internacionais começaram a chegar ao Brasil. Data: 14/03/2013 a 18/03/ 2013 Local: Bienal do Parque do Ibirapuera – São Paulo - SP Temporada: 2013 Site: www.ffw.com.br/spfw/
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