Edição 330

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ANO 19 / Número 311 / Edição de Maio de 2017 / New York - USA ANO 20 / Número 330 / Edição de Dezembro de 2018 / New York - USA


MENSAGEM

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Paulo dos Santos Neto

Expediente:

Autor & Editor: Helio Dos Santos Filho Design Gráfico: Carlos Fernandes Revisão de Textos: Dora Garcia

Vitória em Cristo

CONTATOS COM NOSSA REDAÇÃO: Cartas ao Editor Helio dos Santos Filho 21-34 29TH Ave. Astoria New York – 11102 Tel: (347) 600-5347 (347) 985-9251 e-mails: omensageiro7usa@aol.com o mensageiro7@aol.com Website: www.omensageiro7.com ©2017 by Santos Production All Rights Reserved

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II Crônicas 32:7 e I de João 4:4 par-se contra aquele que está em de fé, mas sim o objeto da fé.

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stes dois versículos foram escritos em contextos diferentes, mas orientam nossa mente, para uma semelhança que nos ajuda a entender que a vitória é certa quando confiamos em Nosso Redentor, quando nossas vidas estão entregues à sua direção. Os contextos dos dois versículos falam de que após ações de fidelidade, de consagração de bens, pode se colocar em volta do servo do Senhor, situações afrontosas com um terrível propósito, não de destruir, mas apoderar-se de nossa mente, para amedrontar, tirar a paz, a tranquilidade, a segurança, a esperança, confundir, dominar nossos sentimentos e ações. Mas não adianta ameaças, ações contrárias, nem mesmo o acam-

Cristo, porque com Cristo a vitória é certa. Cristo é maior do que tudo e todos.

Em Mateus 12:6, aprendemos que Cristo é maior do que os símbolos religiosos; em 41-42, não adianta toda a eloquência de ensinos ou de sabedorias, a ponto de muitos a elas se curvarem. Cristo é maior. Embora doutrinas orientais, com cara ocidental, até mesmo os bons livros de autoajuda estejam fazendo sucesso em nossos dias, ELE AINDA É O MAIOR. No Evangelho de João 4:12-15, a mulher samaritana entendeu que ELE é maior, porque ele não é apenas um doador, ele é a doação. Em João 8:53, Ele é maior do que Abraão, pois ele não é o exemplo

Sendo assim, podemos afirmar: Com Cristo a vitória é sempre certa porque Ele é o maior diante de tudo e de todos que se apresentem, a favor ou contra aquele que nele confia. Nada de ficarmos como o jovem discípulo de Eliseu, a olhar para as ameaças (II Rs. 6:15-16); mas como Ezequias e João, termos sempre uma palavra de ânimo, de confiança “há conosco um maior do que o que está com eles; com eles está um braço de carne, mas conosco o Senhor nosso Deus, na pessoa de Jesus Cristo, com a unção do Espírito Santo “para nos ajudar e para guerrear por nós”. ◙ Paulo Dos Santos Neto: Psicólogo e Pastor Evangélico em Mato Grosso do Sul, Brasil.


MENSAGENS

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Paulo dos Santos Neto

Paulo dos Santos Neto

Jesus - Saúde Mental para Você

O milagre de Belém e o Poder da Cruz

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este tão festejado mês de dezembro, quero convidar você a refletir comigo acerca do milagre de Belém e o poder da Cruz.

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desejo em minha mente é que neste primeiro contato já possamos começar entendendo que em Jesus há suficientes soluções para todas as situações que possamos enfrentar em nosso dia a dia. Dias estes marcados por situações estressantes, as quais, o cristão não está livre de por elas passar, porém não o fará sozinho, pois Jesus é o companheiro que entende melhor do que qualquer um das coisas do coração. Gosto de pensar na grande afirmativa dele “Vim para que tenham Vida e Vida em Abundância”. Jesus tem prazer em proporcionar aos seus amigos, como ele mesmo disse, alegria, felicidade, prazer, como também de ajudar a desembaraçar situações as mais complicadas. Seus milagres nos dão conta disto.

Já seria interessante, se você começasse uma leitura específica de cada milagre realizado por Jesus e no dia a dia de sua caminhada diante de situações, de outros e as suas próprias, veja como nas linhas e entre linhas, da narrativa de cada milagre, encontramos ricas informações sobre a benéfica ação dEle na mente dos homens, retirando lembranças destruidoras, renovando sentimentos, dando novos objetivos para viver. Vale a pena olhar para Jesus, para seus ensinos sobre diversos assuntos pessoais, tais como, ansiedade, medo, solidão, dúvida, orgulho, pecado e desânimo e sentirmos como ele tratou cada uma destas situações e a mente do necessitado. Jesus é saúde mental para você. ◙

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O nascimento de Jesus não foi um evento isolado, que surpreendeu os judeus piedosos, mas estava no programa de Deus. Muitas profecias do velho testamento vinham anunciando a vinda do Salvador. Era a mensagem de maior motivação para o povo de Deus. Com detalhes, o Senhor vinha prometendo a seu povo a vinda do Messias, que nasceria de uma virgem, na cidade de Belém. A profecia é um grande milagre. O menino Jesus nasceu de acordo com o que havia sido predito. O mundo foi preparado em vários aspectos para receber o Filho de Deus; os judeus anunciaram entre as nações, pelas quais eram dispersos. O Messias, o desejado de todas as nações, era a grande aspiração que o povo escolhido havia influenciado. Quando chegou a plenitude dos tempos, a época determinada por Deus,

nasceu Jesus. O recém-nascido atraiu a atenção de todos. Os anjos desceram e anunciaram o evento aos humildes pastores de Belém; os sábios do Oriente, dirigidos pela estrela vieram adorá-lo e oferecer-lhe presentes; toda a cidade de Jerusalém ficou agitada. O rei Herodes tentou matar a criança, temendo ficar sem o reino. Mas os anjos, que também festejaram o primeiro natal de Jesus, o protegeram da fúria do rei. Jesus nasceu, cresceu, realizou seu ministério, cumpriu sua missão na cruz, ressuscitando dentre os mortos e está assentado à direita de Deus. Agora, resta-nos continuar pregando a mensagem do natal, mas principalmente a da cruz, pois foi ali que Ele nos salvou, morrendo por nossos pecados, atingindo o ápice de sua missão dando-nos a cura interior. Quero saudar a você neste natal, desejando-lhe Um Feliz Ano Novo, repleto das maiores vitórias e sucessos para a glória de Deus. COM CRISTO A VITÓRIA É SEMPRE CERTA! ◙


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MATÉRIA

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e Jesus viesse passar um dia ou dois em nossa casa, em visita imprevista, pergunto a mim próprio o que é que nós faríamos...

Paulo dos Santos Neto Se Jesus viesse a nossa casa...

Eu sei que daríamos o nosso melhor quarto a um hóspede tão distinto, que lhe serviríamos os pratos mais deliciosos e lhe diríamos e repetiríamos quanta alegria sentíamos por tê-lo em nossa casa; a nossa felicidade por o servirmos no nosso próprio lar seria sem limites!...

Ou mudaríamos os nossos planos, por um ou dois dias?... Sentiríamos felizes de apresentá-lo aos nossos amigos mais íntimos, ou desejaríamos que eles se abstivessem de vir ver-nos, enquanto durasse a sua visita?...

Ou deveríamos primeiro mudar de roupa, antes de o deixarmos entrar?

Ficaríamos felizes se Ele ficasse em nossa casa definitivamente, para sempre?

Ou esconder alguma revista ilustrada menos decente?

Ou deixaríamos escapar um suspiro de alívio quando Ele, enfim , se fosse embora?...

Ou colocar nossa Bíblia no seu devido lugar?

Lamentaríamos ter proferido uma palavra demasiado inconveniente e apressada? Seria necessário esconder a nossa

Daríamos parte das coisas de que o nosso pensamento e o nosso espírito se alimentam?... Pediríamos para nos acompanhar por toda a parte aonde temos planejado ir?

Mas... ao vê-lo chegar, correríamos à porta, ao seu encontro, de braços abertos para acolhermos o nosso visitante celeste?

Ou desligar rapidamente o rádio, ou a televisão, ou o toca-discos, fazendo votos para que Ele não tenha ouvido?...

Cantaríamos os cânticos que sempre cantamos e leríamos os livros que habitualmente lemos?

música mundana e substituí-la por alguma coleção de coros sacros?... Poderíamos deixar entrar Jesus imediatamente em nossa casa, ou andaríamos antes numa roda viva?...

A nossa vida prosseguiria, dia após dia, como agora? A nossa conversação diária manteria o seu ritmo habitual? Acharíamos difícil dar graças a Deus a cada refeição?

Seria muito interessante saber-se exatamente o que faríamos se Jesus Cristo, em pessoa, viesse passar um ou dois dias em nossa casa!... SE JESUS VIESSE À NOSSA CASA.... CORRERÍAMOS À PORTA, AO SEU ENCONTRO? ◙


ARTIGO Lucas 9.23-36: "Jesus dizia a todos: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder-se ou destruir a si mesmo? Se alguém se envergonhar d e mi m e d as mi nhas palavras, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier em sua glória e na glória do Pai e dos santos anjos. Garanto a vocês que alguns que aqui se acham de modo nenhum experimentarão a mor te antes de verem o Reino de Deus”. Aproximadamente oito dias depois de dizer essas coisas, Jesus tomou a Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar.

Thomas Lieth

O que a Transfiguração de Jesus ainda tem a nos dizer?

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Enquanto orava, a aparência de seu rosto se transformou, e suas roupas ficaram alvas e resplandecentes como o brilho de um relâmpago. Surgiram dois homens que começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias. Apareceram em glorioso esplendor e falavam sobre a par tida de Jesus, que estava para se cumprir em Jerusalém. Pedro e os seus companheiros estavam dominados p e l o s o n o; a c o r d a n d o subitamente, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. Quando estes iam se retirando, Pedro disse a Je sus: “ Me stre , é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias”. (Ele não sabia o que estava dizendo) Continua na página 6


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algo como um primeiro passo, uma espécie de aceno de Deus: o reino de Deus está chegando! O Salvador prometido está empreendendo sua marcha triunfante.

bém poderia ter ido sozinho. Esse procedimento lembra o princípio do testemunho no Antigo Testamento, segundo o qual uma questão requer duas a três testemunhas (Dt 17.6; 19.15).

Enquanto ele estava falando, uma nuvem apareceu e os envolveu, e eles ficaram com medo ao entrarem na No entanto, agora os relatos de nuvem. Mateus e Marcos, de um lado, dife- Penso que Jesus sempre deu valor Dela saiu uma voz que rem daquele de Lucas, do outro, na a isso. Ele praticamente nunca se dizia: “Este é o meu Filho, indicação do número de dias após apresentou sem testemunhas, de o qual essa transfiguração ocorreu. modo que sua vida e obra ficaram o Escolhido; ouçam-no!” Tendo -se ouvido a voz, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram isto somente para si; naqueles dias, não contaram a ninguém o que tinham visto".

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evangelista Mateus relata que “seis dias depois” Jesus levou três dos seus discípulos “em particular, a um alto monte” (Mt 17.1). O que havia acontecido seis dias antes? A resposta encontra-se na passagem imediatamente precedente. Relata-se ali que Jesus conversara com seus discípulos sobre as implicações de segui-lo. “Garanto

a vocês que alguns dos que aqui se acham não experimentarão a morte antes de verem o Filho do homem vindo em seu Reino” (Mt 16.28). Esse versículo tem provocado controvérsias. Com efeito, essa declaração do Senhor Jesus não pode referir-se à sua futura volta em poder e glória e também não ao milênio, porque então sua declaração de que alguns não experimentariam a morte até aquele evento seria difícil de explicar. Penso, por isso, que ela se refira antes à transfiguração ocorrida seis dias depois e aos eventos subsequentes. O Senhor Jesus disse algo como: “Falta pouco tempo para o reino de Deus ser apresentado aos seus olhos”. Portanto, não se trata do reino de Deus em poder e glória, mas do reino de Deus que se inicia em Jesus Cristo. Jesus falou do reino de Deus em relação à sua vida e obra na terra, como por exemplo, em

Lucas 17.21b: “... o Reino de Deus está no meio de vocês”. Ou então como Paulo expressa na carta aos Colossenses: “Pois ele

É verdade que para o assunto em si isso não importa, mas ainda assim quero comentar o ponto brevemente para esclarecer que não há razão para desconfiarmos das declarações da Bíblia. Mateus e Marcos falam de exatamente seis dias. Já Lucas fala de aproximadamente oito dias. Na interpretação bíblica sempre temos de levar em conta o que é e o que não é dito. Se, por exemplo, minha esposa disser que ontem eu comi macarrão, isso de modo algum significa que eu não tenha também comido batatas. Ou se alguém me perguntar por quanto tempo estarei viajando pela Alemanha em setembro, responderei: “Mais ou menos duas semanas”. Alguém poderá interpretar isso como 14 dias, outro talvez como 10 dias, meus filhos esperam que sejam 16 dias... Lucas fala aqui de aproximadamente oito dias. Portanto, ele não fornece uma indicação exata e, em contraste com Marcos e Mateus, ele talvez não tenha contado apenas os dias entre os dois eventos, mas incluído o dia em que cada um aconteceu. Não podemos saber com toda a precisão, mas não se trata de uma contradição. Não há o que abalar na Palavra de Deus. E se existirem aparentes contradições, é apenas porque não as interpretamos corretamente. Não é de admirar que Jesus leve justamente Pedro, Tiago e João para o monte, porque esses três discípulos formavam algo como o núcleo duro dos apóstolos. Os três estiveram presentes também em outros eventos, por exemplo no jardim do Getsêmani, quando Jesus se retirou com os três e estes infelizmente adormeceram enquanto o seu Senhor e Mestre lutava em oração. Tudo indica que Tiago, João e Pedro realmente dormiam muito bem, porque dormiram não apenas no Getsêmani, mas também aqui, na transfiguração (Lc 9.32a).

tão bem documentadas como nenhum outro evento que aconteceu mais de 200 anos atrás.Assim chegamos ao evento em si: “Ali ele

repetidamente que seus discípulos se deixavam vencer pelo sono e eram desviados de orar: “Vocês

não puderam vigiar comigo nem por uma hora?” (Mt 26.40). E Jesus sabe o quanto necessitamos da oração: “Vigiem e orem

para que não caiam em tentação” (Mt 26.41). Estou convicto de que quanto mais um filho de Deus orar, tanto menos espaço ele dará ao pecado, e quanto mais uma igreja orar, tanto mais poderoso será o seu testemunho.

foi transfigurado diante deles. Sua face brilhou como o sol, Do outro lado, porém, há alguém e suas roupas se tornaram que quer impedir justamente isso: brancas como a luz” (Mt 17.2). o Diabo, que quer sufocar qualquer As diversas traduções da Bíblia usam termos diferentes para o fenômeno da transfiguração. De qualquer modo, porém, ocorreu ali algo totalmente incomum – eu diria que algo alheio à terra. Apesar disso, porém, aconteceu na terra e diante dos olhos de três testemunhas. Tentemos iluminar um pouco o fenômeno. Até então, Pedro, Tiago e João haviam conhecido Jesus exclusivamente como homem. É certo que Jesus era um homem extraordinário, mas ainda assim um homem. E agora, naquele monte, os discípulos viram pela primeira vez o seu Senhor em sua glória divina. Lucas relata que aquilo aconteceu enquanto Jesus orava. Jesus frequentemente se retirava para buscar o diálogo com o seu Pai celeste. Ele vivia continuamente em íntimo contato com Deus por meio da oração. Muitos de nós não conseguem mais aproveitar o silêncio e o retiro em oração com Deus. Como já se mencionou, os discípulos haviam adormecido. Seria esse talvez também um problema fundamental para nós, hoje? Não é frequente a fadiga nos acometer quando se trata de ir a uma reunião de oração? Não é comum desviarmos nossa atenção e deixar de orar? Não sendo cansaço, são os nossos pensamentos que de repente fogem por aí, ou é o telefone que toca, ou a correria da vida diária. Creio que muitos de nós – eu inclusive – não conseguimos mais aproveitar o silêncio e o retiro em oração com Deus.

oração na origem. Por isso é melhor você ir ao culto sem relógio e, mais ainda, sem telefone. Jesus não só ensinou uma oração aos seus discípulos, mas também lhes deu o exemplo por meio da sua própria vida de oração. Enquanto Jesus orava, sua face passou a brilhar como o sol e suas vestimentas se tornaram claras como a luz. Talvez essa transfiguração também tenha sido uma clara resposta do Pai à oração do seu Filho. Não temos registro daquilo que Jesus orou, mas sabemos sobre o que ele conversou com Moisés e Elias. Isso permite supor que também sua oração tenha tratado do caminho que ele tinha pela frente, mesmo porque Jesus também havia pouco antes confrontado seus discípulos com o primeiro anúncio da sua paixão. Ele vinha preparando seus discípulos – daí também a conversa sobre como segui-lo –, mas Jesus mesmo também precisava de alguém que o preparasse. Quem imagina que o Filho de Deus tenha simplesmente subido à cruz “numa boa” tem uma noção completamente errada. Sua luta em oração no Getsêmani revela muitíssimo sobre isso. Jesus buscava a proximidade do Pai, buscava forças, recursos e confirmação, e exatamente isso é o que ocorreria aqui na presença dos três discípulos. Aliás, foi a única vez antes da sua morte e ressurreição que o Senhor Jesus se manifestou em glória. Ali, na transfiguração, sua face mudou e sua divindade transpareceu majestosamente.

nos resgatou do domínio das Como fica a nossa hora silenciotrevas e nos transportou para sa com Deus? Quando digo hora o Reino do seu Filho amado” silenciosa, não me refiro a leitu- Por um momento, Jesus não foi (1.13). Também é interessante notar o ra bíblica e oração apressadas. O apenas homem, mas pela primeira E isso não se refere apenas ao futuro, mas já ao presente. A transfiguração ocorrida pouco depois foi

simples fato de que Jesus tenha levado companhia para o monte da transfiguração. Afinal, ele tam-

Senhor Jesus quer que oremos. Ele nos convoca claramente a fazê-lo. E como o entristeceu constatar

vez sua natureza divina ficou visível

Continua na página 7


ARTIGO Continuação da página 6 para alguns dos seus discípulos. Para os discípulos, essa transfiguração foi uma amostra do futuro em que veriam o Senhor Jesus em toda a sua glória, tal como se lê em 1João 3.2: “... o veremos como ele é”. Prosseguindo no texto: “Naquele mes-

mo momento, apareceram diante deles Moisés e Elias, conversando com Jesus” (Mt 17.3). A transfiguração em si já é extraordinária, mas o acontecimento não para por aí, porque agora também aparecem Moisés e Elias. E como se não bastasse, eles não apenas aparecem, como falam com Jesus. É claro que agora podemos tentar interpretar isso de alguma forma simbólica e dizer que Moisés e Elias constam aí apenas como exemplos e nem apareceram realmente. Muito provavelmente os discípulos apenas foram ofuscados pelo sol por trás. Não! Não precisamos reinterpretar nem humanizar nada. Ali, naquele monte e durante a transfiguração do Senhor Jesus, Moisés e Elias de fato apareceram. Tomemos o relato simplesmente da forma como nos foi transmitido. Lucas também diz que Moisés e

Elias igualmente apareceram glorificados, seja como for que aquilo se tenha apresentado na prática. Fato é que ambos se despediram da terra de forma extraordinária e ambos são considerados no judaísmo como precursores do Messias. A respeito de Moisés consta que Deus mesmo o sepultou e que seu túmulo permanece desconhecido até hoje (Dt 34.5-6). E Judas 9a relata que o arcanjo Miguel teve uma contenda com o Diabo e negociou a respeito do corpo de Moisés. Percebe-se que Deus mesmo exerce autoridade e vigilância sobre o corpo do seu servo Moisés. Tanto mais será fácil para Deus fazer Moisés aparecer glorificado no monte da transfiguração. Elias, por sua vez, foi arrebatado; portanto, Deus mesmo o buscou para junto de si no céu (2Rs 2.11). Tanto o que ocorreu com Moisés e Elias como também a transfiguração são mistérios e uma intervenção pessoal de Deus, que se sobrepõe a todas as leis da natureza e ainda mais à toda lógica humana. Trata-se da atuação visível de Deus em seu Filho. Moisés e Elias também desempenham um papel significativo na história de Deus e dos homens, de modo que naturalmente existe um motivo para es-

7 ses dois aparecerem ali e não, por exemplo, Arão e Enoque. O que Moisés representa? Moisés foi aquele a quem Deus entregou as tábuas da lei, e não é sem motivo que no judaísmo os cinco livros de Moisés são chamados de “a Lei”. Moisés é a personificação da lei. E quem representa no judaísmo muito particularmente os profetas? Elias. O único profeta que não morreu, mas foi arrebatado, o profeta que conduziu o povo para longe do culto a Baal e que também é posto em conexão com a volta do Senhor Jesus (cf. Ml 4.5). Portanto, Moisés e Elias representam a lei e os profetas. Tanto a lei como os profetas apontam para o Salvador que viria. Na verdade, a meta por excelência da lei e dos profetas é que o reino de Deus tem seu início em Jesus Cristo.A transfiguração ilustra o fato de que a antiga aliança foi cancelada porque Jesus cumpriu a lei, e também a profecia atingiu seu alvo com a instituição da nova aliança em Jesus. Agora é a graça que ocupa o centro. Não mais Moisés e Elias, mas apenas Cristo! Ali, durante a transfiguração, Jesus é confirmado por Deus Pai como aquele do qual testificam a lei e os profetas – o Messias, o Salvador do mundo.

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Lucas relata do que tratou o diálogo entre Jesus, Moisés e Elias. Eles falaram sobre “a partida de Jesus,

que estava para se cumprir em Jerusalém” (Lc 9.31). Tratava-se, portanto, de um cumprimento, a saber: o cumprimento da lei e dos profetas. Tratava-se da missão do Senhor Jesus, daquilo que ainda o aguardava: a luta atroz no Getsêmani, a tortura, o escárnio, a negação, a traição, o abandono por Deus e a crucificação... Sim, tratava-se literalmente de vida e morte! Jesus estava para encarar uma luta que requeria o pleno respaldo do seu Pai. A transfiguração esclarece por um lado que se trata da absoluta vontade de Deus que seu Filho percorra esse caminho e leve a termo o que Deus começou em sua graça e amor aos homens. Por outro lado, Deus quer fortalecer e encorajar o seu Filho por meio daquilo. Por isso, Jesus também pôde testificar aos seus discípulos: “Aproxima-se a hora, e já

chegou, quando vocês serão espalhados cada um para a sua casa. Vocês me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois meu Pai está comiContinua na página 8


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go” (Jo 16.32). Jesus sabe que, mesmo sendo traído por um Judas e negado por um Pedro, seu Pai no céu segura nas mãos as pontas da história da salvação e não o deixará efetivamente só.

como uma confirmação de que esta era a única via possível e correta para a reconciliação. Prosseguindo no nosso texto, no versículo 4: “Então Pedro dis-

ainda acontecerá.

pulcro.

Tal como em outras passagens da Escritura Sagrada, somos confrontados aqui com as debilidades humanas dos seguidores de Jesus. Na verdade, até me alegro com isso, já que me demonstra que não sou o único fracassado.

Também é interessante notar que os discípulos não reconheceram apenas o Senhor Jesus transfigurado, mas também Moisés e Elias, embora obviamente nunca os tivessem visto. Não havia imagens deles, com certeza não portavam crachá nem uma rosa na lapela.

se a Jesus: Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei três tendas: uma para ti, E, acima de tudo, isso nos mostra Neste ponto também se diz que Je- uma para Moisés e outra para que o importante não é ser perfeiPedro, porém, nem pergunta quem sus encontrará seu fim terreno em Elias”. to no discipulado, mas sincero, hoJerusalém e não, por exemplo, em Nazaré. Por que isso seria importante?

Reação típica de Pedro: outra vez ele toma ousadamente a iniciativa e, contrariamente a todo o código de obras, ele quer remodelar o monte inteiro. Pedro não se prostra em adoração, como seria adequado naquela situação.

nesto e fiel. E isso Pedro era.

Dos outros dois discípulos nem se fala. Obviamente, Pedro quer segurar-se na glória que ele experimenta ali.

Sua intenção de erigir três tendas lembra muito fortemente práticas religiosas. Não tenho nada contra locais de adoração e de peregrinação, mas quando o que importa é apenas beijar uma pedra, acariciar a face de uma estátua ou quebrar um ramo de oliveira, então aquilo simplesmente está a quilômetros do evangelho.

Ele deseja um paraíso na terra, mas isso nunca deu certo e também não foi prometido.

cês sabem, estamos a dois dias da Páscoa, e o Filho do homem será entregue para ser crucificado” (Mt 26.2).

Jesus não quer tendas, mas o nosso coração. Deus não quer veneração de relíquias, mas obediência.

Até o fim, Pedro e os outros discípulos não entenderam bem a trajetória de sofrimento e salvação do seu Senhor.

Não precisamos ir até a Igreja da Natividade em Belém ou à Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém quando Deus está tão perto de nós.

Prever a morte não é tão difícil, mas dizer quando, onde e exatamente como já requer bem mais. Jesus sabia aonde o seu caminho o conduziria, e a transfiguração foi

No entanto, isso não pretende ser uma acusação – creio que também nós, que temos em mãos a Palavra de Deus completa, não entendemos bem o que aconteceu e o que

O que Deus quer é uma igreja viva e não uma catedral morta. Deus prefere dez adoradores sinceros em um depósito a 2.000 peregrinos apressados na Igreja do Santo Se-

Lembro-me aí do dramático evento naquele monte em Nazaré (Lc 4.29-30). Ali a morte de Jesus não era admissível: não naquele lugar, naquele momento e daquele modo. Ele haveria de morrer em Jerusalém, durante a festa da Páscoa e na cruz, conforme predisseram a lei e os profetas (Gl 3.13; Dt 21.23). Jesus sabia disso: ele já havia anunciado sua morte: “Como vo-

seriam aquelas duas estranhas figuras, mas imediatamente as identifica como Moisés e Elias. Também aqui podemos sondar e tentar tirar conclusões. Seria possível que realmente nos reconheçamos na glória, que até reconheçamos irmãos que nunca vimos antes? Será que nós também reconheceremos Moisés e Elias? Reconheceremos os nossos parentes crentes? Sim, creio que nos reconheceremos, mas isso não quer dizer que necessariamente saibamos que aquele foi o meu pai e aquela a minha esposa, aquele outro o meu irmão irritante e esse o meu chefe injusto. Na glória seremos uma só grande família. Todos nos relacionaremos mutuamente e, principalmente, não sentiremos falta de nada. Trata-se de um lugar de eterna bem-aventuContinua na página 9


ARTIGO Continuação da página 8 rança (cf. Is 65.17s). Reconheceremos os nossos parentes crentes? Sim, creio que nos reconheceremos. Em Mateus 17.5 lemos: “En-

quanto ele ainda estava falando [Pedro com seu projeto de construção], uma nuvem resplandecente os envolveu...”. Nessa nuvem Deus está presente, que acaba com todas as ideias humanas e religiosas, e toma a palavra. E como já foi antes no batismo do Senhor Jesus, também aqui o Pai enfatiza e confirma sua autoridade e identidade: “

salvação, também fica claro que o propósito de Pedro em erigir três tendas recebeu aqui uma inequívoca reprovação. Isso volta a demonstrar que Deus não se agrada de religiosidade. Com certeza a intenção de Pedro era boa, mas seu propósito é a via da religião e a necessidade era que Jesus fosse à cruz. É uma situação similar àquela em que Jesus falou da sua morte iminente e o mesmo Pedro disse:

“Nunca, Senhor! Isso nunca te acontecerá!”, e Jesus respondeu rispidamente: “Para trás de mim, Satanás!” (Mt 16.2223).

Este é o meu Filho amado de A ida à cruz foi absolutamente nequem me agrado. Ouçam-no!”. cessária e forçosa. Nada deveria Isso é exatamente o que o Deus onipotente já havia ordenado de antemão ao povo de Israel por intermédio de Moisés:

impedir Jesus – nem o Diabo, nem os discípulos. Por incrível e incompreensível que pareça, esta foi a irrevogável vontade de Deus, que seu Filho subisse ao madeiro da maldição – por você e por mim.

7 então, Deus havia suportado em sua paciência os pecados dos homens, para agora perdoá-los por amor de Jesus e assim demonstrar a sua justiça. Fica assim estabelecido que somente Deus é justo e que só absolverá de sua culpa aquele que crer em Jesus. No versículo 6 lemos a reação dos discípulos: “Ouvindo isso,

Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Em última análise, Jesus não é ninguém menos que o próprio Deus! Tudo o que Deus diz aqui com toda a clareza lembra muito nitidamente as palavras de Deus em Isaías a respeito do Servo de Deus, que personifica o sacrifício sofredor e propiciatório (p.ex. Is 42). Se então encararmos essa via de

do mundo inteiro.

Sem a morte do Senhor na cruz, sem o seu sangue derramado e sem a sua ressurreição, também Moisés e Elias teriam ficado presos em seus pecados (cf. Jó 4.17; Rm 3.10). Todo homem precisa de uma morte vicária, e Jesus é esse nosso substituto, também para os homens da antiga aliança (cf. Hb 9.15; Rm 3.25-26). Para remir a nossa culpa, Deus permitiu que seu próprio Filho derramasse seu sangue na cruz. Até

havia encorajado os seus discípulos: “Mas Jesus se aproximou,

tocou neles e disse: ‘Levantem-se! Não tenham medo!” (Mt 17.7). Em Jesus não precisamos ter medo do Deus capaz de destruir tanto a alma como o corpo no inferno (Mt 10.28). Em Jesus também não precisamos temer o mundo porque nele vencemos o mundo (1Jo 5.4-5).

os discípulos prostraram-se com o rosto em terra e ficaram Essa palavra de Jesus é um consoaterrorizados”. lo tanto para a vida presente como Ficaram estarrecidos diante da santidade de Deus. Creio que se fôssemos confrontados diretamente com a face de Deus, ou mesmo só com a sua voz, também estremeceríamos em reverência. Quanto mais ela destruirá intimamente o homem que não tiver salvação em Jesus Cristo! O mais duro dos homens se desfará diante da face de Deus e desejará acima de tudo se esconder. Como ficou o apóstolo João quando Deus revelou a ele as coisas futuras?

“O Senhor, o seu Deus, levantará do meio de seus próprios irmãos um profeta como eu; “Ouçam-no!”. Isto se dirige a todos os homens em todos os tem- “... ouvi por trás de mim uma ouçam-no” (Dt 18.15). pos e lugares. É a Jesus Cristo que voz forte, como de trombeta... Por meio da transfiguração condevem ouvir, e somente a ele! Voltei-me para ver quem falafirma-se agora que Jesus Cristo é Moisés e Elias sabiam que também va comigo. Voltando-me, vi... esse profeta (cf. Jo 6.14). a sua salvação dependia da paixão entre os candelabros alguém Pedro se equivocou tremendamen- do Senhor Jesus. Por mais irracio- ‘semelhante a um filho de hote quando pensou poder nivelar nal que possa parecer, Elias e Moimem’... Sua face era como o Jesus, Moisés e Elias por meio da sés devem ter desejado acima de sol quando brilha em todo o construção de tendas. tudo que Jesus persistisse em sua seu fulgor. Quando o vi, caí Deus não disse de dentro da nu- ida ao Calvário e que completasse aos seus pés como morto” vem: “Este é um profeta espe- a obra do seu Pai. (Ap 1.10-17). cial”, mas: “Este é o meu Filho É que não se trata apenas da sua João já tinha visto muito ao longo amado”. e da minha salvação, mas daquela Em princípio, ainda poucos dias antes o próprio Pedro havia confessado essa posição especial do Senhor Jesus: “Tu és o Cristo, o

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da vida – a transfiguração, a crucificação, o Jesus ressurreto e sua ascensão. O que ainda poderia abalar esse homem? E ainda assim a santidade de Deus o faz cair como morto em reverência. Como são então consoladoras as palavras do Senhor que ele diz a João: “Então ele colocou sua mão direita sobre mim e disse: ‘Não tenha medo’” (Ap 1.17). Talvez naquele momento João tenha lembrado da transfiguração do seu Senhor e Salvador, porque também naquela ocasião Jesus

esperança para o futuro: “Se Deus

é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31). Com isso chegamos ao último versículo do nosso texto: “E erguendo

eles os olhos, não viram mais ninguém a não ser Jesus” (Mt 17.8). Os três discípulos haviam subido o monte com o homem Jesus e ali foram testemunhas da sua divindade. Além disso, apresentaram-se diante deles os representantes máximos da lei judaica e dos profetas – Moisés e Elias.

Os discípulos ouviram a assustadora voz de Deus e o testemunho vinculado a ela: “Este é o meu Filho

amado de quem me agrado. Ouçam-no!”. Não tiveram coragem de olhar para cima, mas então sentiram as mãos do Senhor Jesus e ouviram sua voz que dizia: “Não tenham medo!”. É a mão cheia da graça de Deus que toca neles, e é seu apelo a confiar nele. Jesus nos permite levantar e até nos possibilita olhar para a face da glória de Deus.

Aqui, na transfiguração, coloca-se literalmente diante dos olhos dos discípulos aquilo que importa: eles não viram mais ninguém além de Jesus. Aonde se dirige o nosso olhar? Que o Senhor nos conceda também jamais perdermos de vista o essencial – a graça em Jesus Cristo tão somente! Amém! ◙ FONTE: CHAMADA.COM


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ONDE ESTIVER UM BRASILEIRO, ALI ESTARĂ O MENSAGEIRO!

Pastor e Escritor

EDISON TERCI e Esposa

REGINA TERCI Membros da Igreja Life House Ministries 41-51 Wilson Avenue Newark - New Jersey Para Convites e adquirir seus livros:

www.edisonterci.com Edison.terci@hotmail.com Tel. 973-698-1968


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