Irmãs de São José Nº 9

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1º SEMESTRE DE 2012 NÚMERO 09

IRMÃS DE

SÃO JOSÉ

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Sumário De Le Puy a Chambéry ..................................................................................................................................... 05 Situando historicamente a cidade de Chambéry........................................................................ 06 e 07 Chambéry e as Irmãs de São José...................................................................................................... 08 e 09 Madre Saint Jean Baptiste Marcoux ................................................................................................ 10 e 11

Oração dos 200 anos de fundação das Irmãs de São José de chambéry ................................................................................................................... 12 De Chambéry ao mundo, um caminho que continua ......................................................................... 13 O tempo e a Congregação das Irmãs de São José de Chambéry ....................................................................................................... 14 e 15 De Chambéry para o Brasil e Bolívia .............................................................................................. 16 a 18

Províncias e Regiões, Hoje ............................................................................................................................. 19 Irmãs de São José, muitas Congregações, um só Carisma ................................................................ 28 A Espiritualidade que perpassa a História ............................................................................................. 33 LLPP vivendo o Carisma da Unidade ......................................................................................................... 34 Comprometidas com o Carisma ................................................................................................................... 42 200 anos e Deus continua abençoando! .................................................................................................. 44 O desafio de ressignificar os passos na Vida Religiosa Consagrada como Irmãs de São José ......................................................................................................... 45 Liderança e Serviço ........................................................................................................................................... 46 CF 2012: Fraternidade e Saúde Pública ................................................................................................... 47 Irmãs de São José enviadas em missão .................................................................................................... 48 O Carisma na Missão: a iniciativa de Solidariedade de CSJ Missioni .................................................................................................................................................... 49

EXPEDIENTE Publicação das Irmãs de São José - Brasil, Bolívia Equipe de coordenação: Ir. Adelide Canci, Ir. Andréia Pires, Ir. Ires Lídia Grandi, Ir. Maria Pascuali, Ir. Maria Elisabete Reis Editoração Eletrônica e Impressão: Editora São Miguel Tiragem: 9.000

Desejamos a você uma boa leitura. Aguardamos suas sugestões e apreciação, no e-mail: revista@isjbrasil.com.br

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Editorial Chambéry: Uma história, muitas vidas! Estamos em 2012, momento de festejar os 200 anos de Chambéry! Celebrar o PASSADO vivido com audácia; vivenciar o PRESENTE com suas alegrias e desafios; olhar confiantes para o FUTURO, acolhendo as oportunidades. Uma longa história que se estende há mais de 200 anos. Uma realidade necessitada: França do século XVI. Um missionário ousado: Padre Jean Pierre Médaille, sacerdote jesuíta. Um sonho necessário: o carisma de Unidade “Que todos sejam UM” (Jo 17). Uma semente lançada: Irmãs de São José. Uma árvore frondosa nasceu e cresceram muitos ramos: Lyon, Chambéry, Annecy, Concordia, Pembroke, Rochester, Pinerolo, Carandolet, Cuneo, Moûtiers, Orange, Philadelphia, Toronto, Pittsburgh, Hamilton, Bourg, Buffalo... Esta edição da Revista Irmãs de São José apresenta Chambéry, sua história e a da Congregação. Queremos mostrar o elã missionário, que tão bem caracteriza a Congregação, e oferecer oportunidades para melhor conhecê-la. As pegadas históricas impressas em tantas realidades e em diferentes épocas mostram que Chambéry é uma Congregação que envia e reenvia suas Irmãs. Há sempre a preocupação em expandir horizontes e levar o carisma de Unidade às fronteiras desafiadoras. O tempo mostra a fundação e a expansão de Chambéry durante

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Depoimentos Expresso toda a minha apreciação desta linda e rica revista que recebi há poucos dias. Sinto-me mais imersa e pertencente a este Corpo Congregacional também através dela. É um grande meio que circula, dá informações e, sobretudo COMUNICA a Vida e Comunhão nas mais diversas expressões de Missão da Congregação e Igreja Missionária. Abraços à eficiente equipe. Ir. Neiva Frigotto Teixeira de Freitas/BA

200 anos; aqui os registramos como instantes. Dois séculos são breves momentos nas palavras de Irmãs e Leigos e Leigas do Pequeno Projeto que viveram e ainda vivem esta História. Muitos dos textos presentes nesta revista são frutos de vivências pessoais, de pessoas que ajudaram a construir passo a passo, decisão após decisão, a Congregação que somos hoje. Elas deram seus depoimentos, falaram da vida, de um patrimônio espiritual, social e cultural sólido, capaz de ultrapassar séculos e de permanecer atual no “serviço ao querido próximo”. Irmãs e LLPP, protagonistas dos 200 anos de Chambéry e colaboradores desta edição, obrigada por traduzirem as vivências em palavras e testemunharem a ousadia que insiste em buscar a vontade de Deus em todas as coisas. Nossa certeza é de que o bicentenário das Irmãs de São José de Chambéry anuncia uma nova aurora a todos que acreditam na força do sonho de Pe. Médaille e que lutam para concretizá-lo. A festa é nossa: Irmãs, LLPP, colaboradores, amigos, familiares, conhecidos... Desejamos que este jubileu seja intensamente celebrado na vida e na missão de quem ousa comprometer-se com o carisma de Unidade! Parabéns a todos!

Muito boa a revista e os artigos superinteressantes. Obrigada e obrigada por incentivarem e desafiarem as Irmãs a escreverem com clareza, criatividade e arte. Um grande abraço! Ieda Maria Tomazini Conselheira Geral - Roma, Itália

Muchas gracias por mandarme tan rico material historico de vustra rama. Esto nos hace mantenernos unidas como el Padre Pedro nos pedía, además nuesatas madres siempre nos ayudaron a hacer esta unidad. Mil gracias. ¡¡¡¡Hermoso material!!! Lo volveré a releer. Muchos saludos para todas.

Adela Bosch

Hermanas: Preciosa la revista!!! La voy a leer despacito. Besos.

Ir. Raquel Pividori Irmã de São José de Boston


De Le Puy a Chambéry Com frequência estamos acostumadas a ouvir que a data de início de nossa Congregação é 1650. Esta data é muito querida ao nosso coração porque é quando o Projeto de Deus se realizou mais proximamente para nós através do Pequeno Projeto do Padre Médaille. A história, no entanto, tem o seu papel na vida de todas nós e das instituições também. Com o correr dos anos, com os fatos se sucedendo, a vida das Irmãs vai tomando formas diferentes e atuações conforme as necessidades dos lugares onde elas foram servir o caro próximo. Madre Saint Jean Fontbonne, forçada a voltar para a sua família por causa da Revolução Francesa e suas consequências, é convidada, pelo Abade Cholleton, a pedido do Cardeal Fesch, a voltar para retomar a Vida Religiosa em seu novo desabrochar. A ela é pedido que assuma, em Saint Étienne, a direção das “Filles Noires”, um grupo de jovens mulheres que levavam uma vida contemplativa muito austera a serviço dos doentes e dos moribundos. Madre Saint Jean Fontbonne as inicia progressivamente à espiritualidade das Irmãs de São José. Entre estas “Filles Noires” estava Suzana Marcoux que, ao aceitar participar do novo grupo de religiosas, recebe o nome de Madre Saint Jean Baptiste Marcoux. A Tomada de Hábito, no dia 14 de julho de 1808, é o ponto de partida de um novo ramo das Irmãs de São José que vai se multiplicar em numerosos outros ramos na França e no exterior.

Primeira cozinha em Le Puy

Árvore da Congregação

Em Aix-les-Bains, cidade conhecida por suas águas termais, havia muitas pessoas ricas que iam se beneficiar destas águas benfazejas, mas havia muitos pobres também, especialmente soldados feridos, órfãos e pessoas desalojadas. Foi feito um pedido a Madre Saint Jean Fontbonne que enviasse Irmãs para trabalhar junto a estas pessoas. Ela enviou Ir. Saint Jean Marcoux e mais duas companheiras. Elas foram tratar deste caro próximo com toda a sua dedicação. Próximo dali, a 13 quilômetros de Aix-les-Bains, havia a cidade de Chambéry com suas necessidades. Para lá foi Ir. Saint Jean Marcoux e algumas Irmãs para trabalhar na formação de crianças órfãs. Com frequência ela fazia o trajeto entre os dois locais a pé. Com o passar do tempo, Chambéry se tornou o local mais importante para o trabalho das Irmãs e lá elas se estabeleceram definitivamente em 1812, começando um novo ramo das Irmãs de São José. Neste ano, ao celebramos 200 Anos da Congregação de Chambéry, vamos rememorar a história, guardar no coração e celebrar os nomes destas Irmãs que nos antecederam e trouxeram até nós o Carisma que conservaram e partilharam com tantas pessoas e que chegou até nós.

Ir. Maria Elisabete Reis São Paulo

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Situando historicamente a cidade de Chambéry A história da França, como a de muitos países do mundo e em particular a da Savoia, na qual as primeiras Irmãs de São José chegaram há dois séculos, em 1812, não é um longo rio tranquilo. Antes de Cristo, o mapa político da Europa, fora dos limites geográficos, não tinha nada de comparável com a Europa atual. Vivia aí um grande número de grupos étnicos, deslocando-se de acordo com as suas necessidades ou com o desejo de poder de seus carismáticos chefes. Foi assim que os Celtas, vindos do Leste, chegaram próximo ao Oceano Atlântico, nos territórios já povoados por grupos desde a Pré-História. Não podendo ultrapassar o Oceano, eles decidiram ficar. Os Romanos, cujo império estava cada vez mais ampliado, deram a eles o nome de Gauleses (Gaulois) porque nas suas lutas os galos eram famosas e em Latim (a língua dos Romanos) galo se diz Galus. Os Gauleses são os conquistadores. Pouco a pouco eles dominaram as outras tribos e vão até capturar Roma. Mas as divergências entre eles os fragilizam, o que permite a Júlio Cesar, chefe do exército romano, se vingar e tomar a Gália em 58 a.C. A Gália ficará cinco séculos sob o domínio romano. No século V d.C. o Império Romano (do qual fazia parte a Gália) é atacado de todos os lados por exércitos de bárbaros como os Burgúndios, Visigodos, Vândalos, entre outros, e os Francos, que se estabeleceram até o rio Reno. Os Francos repeliram os Hunos (outra tribo de invasores) e formam a primeira dinastia dos reis da França. Com efeito, seu chefe, Clovis, se fez batizar e, com o apoio da Igreja, conquistou a Gália, que se tornou a França. Mas até o ano mil, a França, como tal, não existe. Existe, antes, uma entidade franca estabelecida em ambos os lados do Reno. Precisará de séculos para que, graças aos casamentos (territórios dados como dotes) e às guerras entre os Senhores, mais ou menos vassalos do Rei da França, este país se aproxime, pouco a pouco, da França atual. No século XII, como mostra o mapa, a Savoia não fazia parte da França, nem mesmo depois de 1715. Foi somente depois da Revolução Francesa, em novembro de 1792, que ela se tornou o 84º departamento* francês, sob o nome de Mont Blanc, tendo Chambéry como capital. A Casa de Savoia, que era proprietária das terras locais, apareceu no século XI e fez crescer suas posses por causa das alianças e dos combates. Os proprietários de terras foram os primeiros Condes de Savoia em 1033, depois Duques de Savoia em 1416, Príncipes do Piemonte e da Sicília em1713, Reis da Sardenha em 1715 e, por fim, Reis da Itália em 1816. Os Estados da Savoia, também chamados Estados Sardos em 1718, existiam desde a Idade Média e compreendiam os dois departamentos atuais da Savoia, mas também parte da Suíça e do Norte da Itália, chamado de Piemonte. Anexados uma primeira vez à França em 1559, sob o reinado do Rei Francisco I, estes Estados recobraram rapidamente a sua independência em 1563, com Turim como a Capital. Anexados outra vez à França, pelo Tratado de Paris, em 1792, eles se tornaram novamente independentes em 1815, com a queda de Napoleão antes de ser, de novo, e definitivamente, anexados para a Savoia pela França em 1860 e, os outros, pela Itália em 1861 quando ela realizou a sua unidade atual. Em 1812, quando Madre Saint Jean Marcoux e suas duas companheiras chegam a Chambéry, a Savoia fazia parte da França desde a Revolução. Porém, depois da desastrosa campanha

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A França em 1314 A França do século X no século XIV, na época da morte de Felipe, o Belo, em 1314

A França no século XII


da Rússia, o Imperador Napoleão é obrigado a abdicar e a se exilar primeiro na Ilha de Elba e, depois, em Santa Helena, onde morre. A situação dos Estados da Europa tinha mudado com Napoleão. A Savoia, pequena província de um reino que a Revolução tinha riscado como poder, foi entregue aos seus antigos soberanos em 1815; o Rei Vitor Emanuel reinou de novo sobre as terras de seus pais. A consequência para as nossas três Irmãs é que elas não viviam mais na França, como as Irmãs de Lyon, mas nos Estados Sardos. As relações eram difíceis entre os dois países e era preferível constituir uma nova congregação, o que foi realizado e aprovado pelas Cartas Patentes** de 27 de agosto de 1816 assinadas por “Vitor Emanuel, Rei da Sardenha, de Chipre e de Jerusalém, Duque de Savoia e de Gênova, Príncipe de Piemonte” e completada pelas Cartas Patentes de 23 de setembro de 1823 autorizando as Irmãs a adquirir e possuir, dadas por Charles Felix, sucessor do precedente.

Qual era o estado da sociedade na França e em particular da Savoia na época da chegada de nossas Irmãs? A Revolução tinha transtornado completamente sua organização. Os três grandes grupos que a constituíam: o Clero, a Nobreza e o Povo tinham sido dizimados; os nobres e os membros do clero que não se uniram à nova situação se exilaram para salvar suas vidas ou foram deportados, tendo sido seus bens confiscados pelo Tribunal Revolucionário; as pessoas do povo, que tinham posto sua esperança na Revolução Francesa para ver mudada a sua situação miserável, viviam no mesmo estado; a religião tinha sido banida e substituída pelo culto à Razão. Napoleão Bonaparte, que toma o poder por um golpe de estado, é proclamado Imperador em 1804 e tenta restabelecer a ordem, mas é preciso tempo para que as novas estruturas se ponham nos devidos lugares, ainda mais que o Imperador tem que lutar contra os numerosos inimigos exteriores para defender o país. As guerras incessantes dizimam a população e as estruturas de acolhida não existem mais para todos os soldados feridos. Em 1811 há uma verdadeira crise de alimentos por causa de um tempo de fome entre as colheitas seguido de outra má colheita, crise que vai se prolongar até 1812, ao mesmo tempo que uma crise financeira e comercial compromete os negócios industriais. É para levar sua ajuda aos pobres e em particular às crianças abandonadas nas ruas e aos soldados mutilados e doentes sem nenhum cuidado que o Cardeal Fesch, tio de Napoleão, então Arcebispo de Lyon, onde tinha visto as Irmãs de São José em ação, no trabalho, pede que elas sejam enviadas a Aix-les-Bains. Por que Aix-les-Bains? Desde a Antiguidade Aix-les-Bains era conhecida pelos benefícios de suas águas sulfurosas, mas somente os ricos podiam se beneficiar delas e também a família imperial e, portanto, o Cardeal Fesch. As primeiras escolas abertas pelas Congregações serviram de referência durante todo o transcorrer do século XIX durante o qual a escola pública será progressivamente estabelecida. Apenas em 1833 o Ministério Público instaura a escola primária como obrigatória e que os municípios com mais de 500 habitantes devem ter uma escola para meninos! Em 1839, um regulamento real prevê uma escola primária por município. Os primeiros liceus para meninas serão criados somente em 1880 e a escola primária será gratuita em 1881.

Carta patente de Victor Emmanuel

Quando as Irmãs chegaram à Savoia, Chambéry, ainda que capital do departamento, é uma pequena cidade com cerca de 10 mil habitantes e Aix-les-Bains era um lugar de apenas 1.600 habitantes. A média das pessoas que procurava as águas mal chegava a mil e a cidade acabava de ser dolorosamente desfigurada pela Revolução. Nos campos, os camponeses possuíam apenas pequenos pedaços de terra para cultivar e frequentemente trabalhavam nas terras que pertenciam aos nobres. A classe trabalhadora, operária, como tal não existe. Há apenas um projeto de industrialização nas oficinas e os que lá trabalham são mesquinhamente pagos. Com tais condições é fácil compreender que além das famílias nobres ou das que tenham se enriquecido mais ou menos honestamente sob a Revolução, as crianças servem de mão de obra ou são deixadas ao abandono; as epidemias são frequentes, mas falta o dinheiro para os cuidados da saúde. As Irmãs de São José são, portanto, bem vindas. Ir. Marie-Pierre Ruche Bellecombette, França

A França em 1715

* Departamento: divisão administrativa do território francês, criadas em 1789, pelo governo Revolucionário; esta organização existe até hoje. A França tem 95 departamentos e quatro departamentos além-mar. ** Cartas Patentes: na França do Antigo regime (antes da República) são as Cartas que notificam uma decisão real e eram expedidas abertas e seladas com o grande selo do Estado. Ainda em nossos dias, nas suas relações com a administração, a Congregação sempre faz referência a estas Cartas Patentes de 1816.

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Chambéry e as Irmãs de São José Os Fundadores conhecem a virtude do grão de mostarda semeado em nome de Jesus Cristo; quanto menor é a semente, tanto maiores as esperanças!

No início do século XIX, a França buscava ressurgir e tomar novo rumo após tanta dor e tantas perdas físicas, morais e espirituais sofridas durante a Revolução Francesa. As Irmãs de São José, também, procuram levar adiante a Congregação lá onde se encontram. Madre Saint Jean Fontbonne, que sobreviveu ao martírio pela guilhotina, inicia a restauração da Congregação de São José. O Cardeal Fesch, de Lyon, pede que o grupo de religiosas chamadas “Filles Noires” seja anexado a ela. Ele conhecia muito bem as Irmãs de São José pelo grande trabalho na educação da infância feminina e de seu serviço aos pobres. Em 1812, acompanhando sua irmã Letícia e a Rainha Mãe para Aix-les-Bains, constatou a que perigos estava exposta a juventude de Aix, sem instrução, entregue à ociosidade e rodeada de perigos. Sem consultar o Bispo de Chambéry, Dom Irineu de Solle, decidiu que as Irmãs de São José deveriam vir a Aix. Escreveu a seu Vigário Geral que lhe enviasse a Irmã Saint Jean Marcoux e mais duas Irmãs. A 02 de agosto de 1812, partiram de Lyon as três religiosas e, vinte horas mais tarde, chegavam a Chambéry onde ninguém as esperava. Foram apresentar-se ao Bispo que, apesar de surpreendido, acolheu-as com paternal bondade. Após interrogar as Irmãs e de mandar examinar as Constituições, ficou muito bem impressionado e procurou interpretar bem o gesto do Cardeal Fesch. Procurou um local para hospedá-las e escreveu ao Administrador Municipal de Aix-les-Bains participando-lhe a chegada das Irmãs e recomendando-as aos seus cuidados. O Administrador reuniu sua Comuna buscando um lugar apropriado para as Irmãs e decidiram confiar-lhes a direção do “Pequeno Hospital”, um prédio em ruínas, antigo castelo de Aix, que as intrigas po-

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líticas e a Revolução reduziram a este estado. As Irmãs se instalam nas poucas peças habitáveis e, logo, começam a transformar esses escombros imundos em enfermarias asseadas e decentes, em salas de aula e numa habitação religiosa. Os primeiros clientes foram os banhistas indigentes, sem qualquer regra de higiene, conveniência e moral. Nos primeiros dias, até o alimento lhes faltou. As Irmãs estão felizes e consideram uma bênção para a fundação nascente, aquela extrema penúria... Mas a população se dá conta dos acontecimentos e as damas caridosas interessaram-se pelas recém-chegadas e a própria Rainha-Mãe foi visitar o hospital. Estas combinaram entre si de prover a subsistência das Irmãs e da obra. As Irmãs podem, agora, dedicar-se com ardor e alegria ao exercício de seu zelo. Chambéry Dom Irineu de Solle via com tristeza as meninas da classe operária sem escolas em Chambéry e solicitou a Padre Bochard, Superior da Congregação das Irmãs de São José, que enviasse, de Lyon, Irmãs para uma escola de meninas. A 07 de novembro de 1812, chegam duas Irmãs e lhe é dado um local para sua Comunidade e para as classes, situado no 4º andar do presbitério, na Rua da Catedral. Cento e dois degraus eram escalados pelas duzentas meninas que eram acomodadas em três pequenas peças para as aulas. Madre Saint Jean Marcoux ficou responsável pela animação espiritual das duas Comunidades e pelo sustento das obras que dirigiam. Fardo pesado para uma pessoa que fazia o trajeto de treze quilômetros a pé, em qualquer estação do ano. Mas ela suportava o cansaço pelo acréscimo de trabalho, com sua habitual alegria. Em Chambéry, a população começou a interessar-se pelo trabalho das Irmãs

e, com os auxílios recebidos, elas puderam melhorar as classes e socorrer as famílias pobres. Com isso, também, as jovens se sentiam atraídas para a Vida Religiosa e manifestavam seu desejo às Irmãs. Madre Saint Jean Marcaoux não podia continuar assim sobrecarregada e pede a Madre Saint Jean Fontbonne que lhe envie ajuda. Essa, despojou-se de sua melhor auxiliar, Madre São Francisco Régis, que era uma regra viva, modelo de perfeição e de fervor religioso. Era necessário acolher as jovens que vinham das famílias agrícolas atraídas pela pobreza das Irmãs e formá-las. Mandá-las a Lyon para o Noviciado se tornava difícil. O Bispo Monsenhor Solle, conhecedor das dificuldades enfrentadas pelas Irmãs, pelas jovens e suas famílias, pediu a Madre Saint Jean Fontbonne a permissão de abrir um Noviciado em Chambéry, pois isto atrairia mais vocações às Irmãs de São José. A Madre compreendeu os motivos do Pastor e aprovou a separação das Congregações de Chambéry e de Lyon. O Bispo e seu Vigário Geral obtiveram as Cartas de aprovação do Instituto. O fato aconteceu lentamente, sem conflitos, sem comoção e Chambéry chegou a ser a Casa Geral, tendo Madre Marcoux como Superiora Geral. Devido aos muitos trabalhos, chama em seu auxílio Madre São Francisco Régis que assume os cargos de Assistente e de Mestra de Noviças. Em 1816, foi então, construído o Noviciado de Chambéry e, a 16 de fevereiro de 1817, teve lugar a primeira tomada de hábito de três postulantes. O número de Irmãs foi crescendo rapidamente e a nova Congregação logo estendeu sua tenda. A nova Superiora Geral, orientada por seus Superiores e enfrentando as maiores dificuldades, comprou, a crédito, a Casa da Rue d´Italie. Durante o dia e grande parte da noite, as Irmãs executavam os trabalhos grosseiros de restauração a seu alcance e, como verdadeiras pobres, prepararam com o suor do rosto, um teto para a jovem família Savoiana de São José. Aqui, como nas demais fundações, o ambiente é de extrema


pobreza. A compra do prédio, a manutenção do Noviciado e o flagelo da fome, sobretudo nas zonas rurais, agravaram a situação. Morria-se de fome pelas ruas e praças, apesar dos esforços da municipalidade. Para atender as necessidades e o número crescente de jovens vocacionadas, era preciso espaço maior. Após as atividades do dia, elas se dedicavam a trabalhos de costura até altas horas da noite. Madre Marcoux fundou diversas casas que se constituíram depois em Congregações autônomas: - em 1821, um núcleo se radicou em Turino, Itália, e ali surgiu sua Casa Mãe em 1824. Desta se desprendeu, em 1826, a Congregação de Novara; - em 1825, funda Moûtiers que se separa em 1828; - Saint-Jean de Maurienne, fundada em 1822, torna-se autônoma em 1828; e, em 1825, envia Irmãs a Pinherol (Itália), que obtém sua autonomia em 1828. Esta última, em 1833, funda Annecy com a ajuda de Lyon e de Evian; em 1831, de forma autônoma, surge a casa Mãe de Cuneo. E, assim, foram se espalhando pela França “como um enxame de abelhas”. A 07 de dezembro de 1843, Madre Saint Jean Marcoux conseguiu finalmente sua demissão de Superiora Geral, há tanto tempo solicitada. Sucedeu-a Madre Maria Felicidade Veyrat, e ela foi designada para Superiora da pequena Comunidade de Saint Pierre d´Albigny. Só mais tarde, conseguiu ser aliviada do exercício de Superiora, conseguindo a licença tão desejada de retirar-se à Comunidade de La Bauche, onde passou seus últimos anos, na mais profunda humildade e dedicação aos doentes da Paróquia. A 10 de maio de 1855, depois de uma curta moléstia, entregou sua alma a Deus, na mais perfeita serenidade. Contava 70 anos de idade e 46 de Vida religiosa. Modestíssima laje marca o túmulo que guarda seus preciosos restos, no pequenino cemitério da aldeia.

Túmulo de Madre Saint Jean Fontbonne, em Lyon

A continuidade Madre Maria Felicidade Veyrat continuou o bom trabalho de Madre Saint Jean Marcoux conseguindo a Aprovação da Congregação aos 02 de outubro de 1857 e, das Constituições, em 22 de março de 1861. Mais tarde, aos 05 de janeiro de 1875, obteve a Segunda Aprovação das Constituições revistas e, em 23 de julho de 1875, um Breve do Papa Pio IX, confirmando a Aprovação das Constituições. A Congregação deve à Reverendíssima Madre Maria Felicidade um reconhecimento eterno por este inestimável benefício e a graça de terem sido colocadas sob a especial proteção da Imaculada Mãe de Deus. Seu zelo e prudência eram tantos que, como Superiora Geral governou a Congregação de 1843 a 1885. Quando assumiu o cargo, eram 60 religiosas e 40 anos mais tarde eram quase 800. Fundou noventa e duas Casas sendo 34 na Savoia, 14 nos Países do Norte, quatro na Itália e sete no Brasil. Criou cinco Províncias: em 1854 - Moulins (França); em 1856 - Dinamarca; em 1862 - Província da Noruega e Suécia; em 1872 - a Província brasileira de São Paulo. Em 1874, passou mais de dois meses em Roma, para tratar da aprovação das Constituições e foi fraternalmente recebida pelas Irmãs de São José, que se haviam separado de Turino. Estas formularam-lhe o pedido de anexação à Congregação de Chambéry, que lhes foi concedida algum tempo depois, e, em 1876, estava fundada a Província Italiana. Tendo expirado o prazo de Generalato de Madre Maria Felicidade, é substituída por Madre São João Boissat, em 03 de fevereiro de 1850, esta que fora Diretora do Asilo, Mestra Geral das Escolas, Mestra de Noviças e Assistente Geral. Dois anos após, levada pelo desejo de ser missionária, recebe a devida licença para a missão da Índia. Os dez anos que lá viveu foram de trabalho intenso, confiança, calma e prudência como Superiora, vindo a fale-

Túmulo de Madre Maria Félicité, em Bellecombette

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Aix-le-bains: Primeira Casa das Irmãs de São José

cer aos 06 de fevereiro de 1862. Com a saída de Irmã São João Boissat, Irmã Maria Felicidade é reconduzida ao cargo por 12 anos, mas morre aos 06 de abril de 1885, sendo que sua última semana na terra foi uma cruel agonia. Era segunda-feira de Páscoa. As Superioras Gerais da Congregação de São José de Chambéry que conduziram o Instituto foram: Madre Maria Jacinta Berthoud (1885-1903), Madre Maria Leonides Breffaz (1903-1919), Madre Maria do Sagrado Coração Révil (19191946), Madre Francisca do Sagrado Coração Blanc (1946-1962), Madre Maria Luísa Bordet (1962-1969), Irmã Bénédicte Ramsing (1969-1980), Irmã Helena Maria Bianchi (1980-1986), Irmã Marie-Pierre Ruche (1986-1998), Irmã Lorraine Marie Delaney (1998-2010), e, atualmente, Irmã Sally Hodgdon (2010 - ...). Foi durante o mandato de Madre Francisca do Sagrado Coração Blanc que Moûtiers se uniu a Chambéry e as Províncias Brasileiras do Paraná e Rio Grande do Sul fundadas em 1896 e 1898, passaram a integrar a Congregação de Chambéry. Diante dessa história tão sofrida e tão rica, ao mesmo tempo, entoar ações de graças ao bom Deus e à Virgem Maria é o que resta a todas nós Irmãs de São José que fazemos parte desta grande família do “Pequeno Projeto”. Que São José continue abençoando-nos com muito zelo missionário, renúncia e grande amor a Deus e ao querido próximo mais necessitado. As Irmãs de São José conservam uma justa gratidão para com o Cardeal Fesch. Ir. Ivani Maria Gandini Porto Alegre/RS Bibliografia: - Revivendo um Longínquo Passado (1955) – Uma religiosa de São José - Las Religiosas de San José (1958) – L. Gallicet - Irmãs de São José de Chambéry – 16501985 – Ir. Louis Marie Silvestre - Mère Saint Jean Fontbonne (1929) – Desclée De Brouwer & Cie – Éditeurs

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Madre Saint Jean Baptiste Marcoux

Primeiras vestimentas das irmãs

Chegada a Savoia

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Madre Saint Jean Baptiste Marcoux nasceu em 1785, em Antance, pequena cidade de Ardèche, na França. Aos dois anos, Suzanne, a mais nova dos cinco irmãos, perdeu seu pai. Sua mãe, depois de um período de luto muito difícil, aceita confiar sua filha a seu tio paterno, contentíssimo em adotá-la. Durante a Revolução Francesa, seu tio, que havia defendido alguns padres prisioneiros, teve de fugir e esconder-se. A menina, muito sensível, está aterrorizada pelas buscas que os guardas nacionais fazem, dia e noite, na casa de sua tia, chegando até a vasculhar sua cama com espadas. Só após o terceiro casamento de seu tio, Suzanne obtém a autorização de realizar seu sonho de uma vida totalmente consagrada a Deus. Aos vinte anos, desejosa de seguir a Cristo em sua humildade e pobreza, ela pede sua admissão no pequeno grupo daquelas que o povo de Saint Étienne chamou de “Filles Noires”. Quando Suzanne chegou, em 1805, seu rico enxoval foi vendido imediatamente, e ela recebeu um hábito usado, como o das mulheres mais pobres da época: um vestido preto grosso, um avental, um lenço, uma touca amarrada no pescoço e pesados tamancos de madeira. Quando idosa, Madre Saint Jean Marcoux lembrará esses abençoados tempos a suas Irmãs em Chambéry, desta maneira: “Oh! Nossa alegria era tão grande quando usávamos aqueles vestidos grosseiros que atraíam risos, desprezos e insultos dos que passavam por nós! Que tesouro de delícias escondia nossa vida humilde e mortificada! Que suavidade Deus colocava em nossos árduos trabalhos, em nossas vigílias e em nossa pobreza!” Em 1808, o Cardeal Fesch pede a Madre Saint Jean Fontbonne que assuma a responsabilidade do grupo das “Filles Noires”, refundando assim as Irmãs de São José. A primeira tomada de hábito pelas novas Irmãs de São José foi em Saint Étienne, no dia 14 de julho de 1808, e Suzanne Marcoux recebeu o nome de Irmã Saint Jean Baptiste. Em sua vida de apostolado, será enviada às funções mais difíceis, como aconteceu ao chegar nos arredores de Saint Étienne. Nada tinha sido previsto para acolher as Irmãs. Então, com alegria, encontraram uma estrebaria, retiraram o cavalo, pediram uma panela emprestada, colaram papel nas janelas. O mesmo lugar serve de sala de aula, de

cozinha e de quarto para a comunidade que dorme sobre a palha, como Jesus em Belém. Depois foi enviada a um orfanato que recolhia meninos e meninas totalmente abandonados. As antigas religiosas que administravam a casa e que pretendiam se tornar Irmãs de São José suscitam um ambiente de revolta e multiplicam as calúnias contra Madre Saint Jean para obrigá-la a sair. Aos 02 de agosto de 1812, Madre Saint Jean Marcoux e mais duas religiosas chegam de carruagem a Chambéry, após vinte horas de viagem. O arcebispo de Chambéry fica surpreso, mas as recebe com afabilidade. As autoridades de Aix-les-Bains também não haviam sido informadas, mas Madre Saint Jean chama a atenção por sua simplicidade, sua vivacidade de espírito e seu bom humor. Três meses após a chegada das primeiras Irmãs na Savoia, aos 02 de novembro de 1812, duas outras Irmãs chegam para abrir, no sótão do presbitério da catedral, a primeira escola gratuita de meninas, na cidade de Chambéry. Para estimular as duas comunidades, Madre Saint Jean faz a pé, regularmente, e tricotando, os 13 quilômetros que separam Chambéry de Aix-les-Bains. Em 1815, uma epidemia infecciosa dizima as duas cidades vizinhas. As Irmãs se dedicam junto aos doentes e chegam, por sua vez, às portas da morte. Madre Saint Jean Marcoux não é atacada pela doença e passa, quase cinquenta noites, sem dormir, indo de uma cama à outra de suas Irmãs. É difícil para as jovens que se apresentam irem até Saint Étienne se formarem na vida religiosa. Por isso, um noviciado é aberto em Chambéry com o consentimento da Madre Saint Jean Fontbonne. A nova Congregação na Sa-

Túmulo de Madre St. Jean Marcoux


voia dependerá, portanto, do Arcebispo de Chambéry. O zelo missionário de Madre Saint Jean Marcoux não tem limites. Ela não resiste aos apelos recebidos em favor dos mais pobres, por mais distantes que sejam. As Irmãs dão aula às crianças, ensinam o catecismo, cuidam das igrejas e dos doentes e visitam os mais pobres. Quando ela pessoalmente não pode acompanhá-las, continua a segui-las em sua missão e a enviar outras obreiras. Em 1841, com muita dificuldade, Madre Saint Jean pede para ser liberada de sua função de superiora, pois deseja ter uma vida escondida no silêncio e na oração. Só dois anos mais tarde, lhe permitem que vá, como uma simples religiosa, para a distante cidade de La Bauche, onde passa seus últimos seis anos. Estes podem ser resumidos pelas palavras: obediência, oração e caridade. Tinha sempre praticado uma austera pobreza durante sua vida, mas logo abandonou isto diante das ordens de sua jovem superiora. Tranquila e alegre, passa seu tempo em oração e no serviço às Irmãs e aos pobres e doentes do povoado. Quando morre, na idade de 70 anos, os habitantes de La Bauche e as vilas vizinhas acorrem em lágrimas. Eles invocam sua proteção diante de Deus e querem tocar seus objetos piedosos naquela que eles veneravam como uma santa. Madre Saint Jean era uma mulher forte que confiava unicamente em Deus. Nada a fazia recuar quando se tratava da glória de Deus e do serviço ao próximo. “Eu me apoio em Deus e não nas pessoas. Eu não serei vencida porque coloquei minha confiança no Senhor”, dizia frequentemente. Sempre disponível aos apelos, enfrentou dificuldades e os obstáculos

Vista de La Bauche 2008

mais intransponíveis na paz, colocando-os diante de Deus na oração. É ali que ela encontra forças para exortar suas Irmãs na prática da presença de Deus. Nunca buscou seus próprios interesses, tendo sempre como objetivo o bem da missão. Era uma mulher de coração, atenta a todo sofrimento físico ou moral, sensível aos pobres e aos ricos. Era uma mulher de reconciliação, que através de sua bondade, boa vontade e, especialmente, de sua humildade foi capaz de acalmar os mais violentos conflitos. Muito exigente consigo mesma, Madre Saint Jean também o era com suas Irmãs. Sabia tomar tempo para escutá-las e encorajá-las a se doarem totalmente ao Senhor. Seu exemplo as estimulava. Embora enfraquecida em sua saúde, sofrendo de reumatismo e frequentes dores de cabeça, na comunidade, era a primeira a se levantar para acender o fogo e preparar a refeição matinal. Deitava-se por último e se reservava os trabalhos mais penosos ou desprezíveis na casa ou no jardim para poupar suas Irmãs. Viveu sempre uma grande pobreza e gostava de alimentar-se do que sobrava das refeições. Seu rosto, sempre alegre, inspirava paz e confiança. Madre Saint Jean Baptista Marcoux viveu totalmente o desejo de Padre Médaille para os membros da Congregação: “Elas serão todas para Deus e para o querido próximo, nada para elas mesmas” (CE). E, a 10 de maio de 1855, depois de uma curta moléstia, entregou sua alma a Deus, na mais perfeita serenidade. Contava com 70 anos de idade e 46 de vida religiosa. Modestíssima laje marca o túmulo que guarda seus preciosos restos, no cemitério da pequenina aldeia de La Bauche.

Madre Saint Jean Marcoux

Igreja em La Bauche

Ir. Ivani Maria Gandini Porto Alegre/RS

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Oração dos 200 anos de Fundação das Irmãs de São José de Chambéry

Senhor, Deus da vida e da história, nós te louvamos e bendizemos, por tua fidelidade ao longo desses 200 anos do Carisma de Comunhão, em Chambéry, berço de muitas fundações.

Envia-nos teu Espírito para que Ele faça acontecer um novo pentecostes e recrie em nós o dinamismo missionário das nossas irmãs predecessoras.

Suscita em todos os membros da Congregação, esperança e criatividade para fortalecer nosso compromisso com a vida das pessoas e a do planeta.

Ajuda-nos a acertar o caminho para reunir todas as pessoas dispersas e enfraquecidas na fé e na dignidade de filhas de Deus e incluí-las no círculo da Unidade, sonho de Jesus e Projeto do nosso fundador Jean Pierre Médaille. Desperta em nossas jovens o desejo de se consagrarem a Deus, na Vida Religiosa. Que elas encontrem em nosso testemunho, apoio e força para perseverarem no seguimento a Jesus de Nazaré.

Dá-nos a ousadia das nossas mártires para lutarmos por mais justiça e dignidade do ser humano. Madre Saint Jean Marcoux, interceda, por nós. Amém.

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De Chambéry ao mundo, um caminho que continua... Celebrar 200 anos da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry, 1812 a 2012, é fazer memória de nossa história e espiritualidade. Em 02 agosto de 1812, Madre Saint Jean Baptiste Marcoux e duas outras irmãs chegam a Chambéry, França, dando início à primeira escola gratuita para meninas pobres. Três anos mais tarde, depois da queda de Napoleão, a Savoia volta ser independente. A Congregação é reconhecida legalmente pelos reis de Piemonte em 27 de agosto de 1816. A Congregação de Chambéry se expande e funda outras Congregações, que mais tarde se tornam independentes: Torino, na Itália, em 1821; Saint Jean de Maurienne, na Savoia, em 1822; Moûtiers, na Savoia, em 1825 e Pignerol, na Itália, em 1825. Em 1843, Madre Saint Jean Marcoux pede para deixar a responsabilidade geral da Congregação e sua sucessora, Madre Marie Félicité Veyrat, dá à Congregação um forte impulso missionário. Em 1851, a Congregação de Chambéry envia Irmãs para Índia. Depois de 1856 as Irmãs de Chambéry partem para a Dinamarca. Em maio de 2011 a Igreja protestante luterana da Dinamarca presta homenagem às Irmãs em reconhecimento aos seus trabalhos. Da Dinamarca algumas Irmãs vão para a Islândia em 1896. Em 1862 elas entram na Suécia. Neste ano de 2012, a Suécia celebra 150 anos, com a presença de Irmãs brasileiras. Em 1865 Chambéry envia Irmãs à Noruega. A Rússia recebe as Irmãs em 1863, mas depois são expulsas pela Revolução Russa. Em 1858 as Irmãs são enviadas ao estado de São Paulo, no Brasil. A pedido de uma senhorita convertida ao catolicismo as Irmãs chegam aos Estados Unidos no ano de 1885. A Congregação de Chambéry, em 1957, une-se à Congregação de Saint Jean de Maurienne, que já tinha enviado Irmãs à Índia, Itália e Argentina – que se tornou autônoma em 1894. As missionárias de Maurienne ainda entraram na Argélia em 1884, onde permaneceram até o ano de 1925. A Congregação de Moûtiers se une à Congregação de Chambéry, em 1953, com suas fundações nos EUA e no Brasil. O impulso missionário continua ao longo do século XX adquirindo uma grande internacionalidade. A Congregação de Chambéry funda novas missões na Bélgica, Suíça, Alemanha, Irlanda, País de Gales, Paquistão, Madagascar, Libéria e Bolívia. As irmãs entram na República Tcheca depois da queda do muro de Berlim. Hoje a aventura continua, com as mais recentes frentes de missão na Tanzânia, em Moçambique e na Papua Nova Guiné. O corajoso caminho traçado pelas Irmãs de ontem e que continua nos dias de hoje faz com que cada membro refunde a memória do Padre Médaille e das primeiras Irmãs e construa a história. São 200 anos de testemunho do amor de Deus, de vivência com o “caro próximo” e da unidade desejada por Cristo. E assim, continuamos a trabalhar para criar um mundo mais justo e humano, vivendo próximo aos mais necessitados, caminhando com eles humilde e fraternalmente. FONTE: Constitutions des Soeurs de Saint-Joseph de Chambéry e anotações de Ir. Bénédicte de Vaublanc.

Ir. Eluisa Maria de Andrade - Chambéry, França

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O tempo e a Congregação das Irmãs de São José de Chambéry Início de Chambéry: O tempo foi atuando na vida da Congregação de Chambéry e o Espírito Santo fez o mesmo no coração e na mente das nossas Irmãs. Atendendo aos apelos dos Bispos e das pessoas nos diferentes lugares e atentas aos sinais dos tempos que mostram as necessidades, novos campos de apostolado foram se abrindo à missão e à vida das Irmãs de São José. Olhando a História, vamos, com as Irmãs que nos antecederam e com as que estão conosco, percorrer os caminhos do mundo e conhecer os lugares que se tornaram “a nossa Congregação”.

1812: em 02 de agosto Madre Saint Jean Baptiste Marcoux e duas outras Irmãs chegam a Chambéry, na França.

1815: depois da queda de Napoleão, a Savoia volta ser independente da França. 1816: em 27 de agosto a Congregação é reconhecida legalmente pelos reis de Piemonte e torna-se independente de Lyon.

Novos ramos: A Congregação de Chambéry se expande, fundando novas casas fora da diocese, que também se tornam Congregações independentes devido às distâncias e dificuldade de comunicação: 1821: fundação de Torino, na Itália, que se torna autônoma em 1824.

1822: fundação de Saint Jean de Maurienne, na Savoia, que se torna autônoma em 1828. 1825: fundação de Moûtiers, na Savoia, que se torna autônoma em 1828. 1825: fundação de Pignerol, na Itália, que se torna autônoma em 1828.

Cada uma de nós pode percorrer os caminhos e acompanhar as respostas aos apelos missionários feitos à Congregação de Chambéry. Estar atenta aos sinais dos tempos é estar atenta às propostas do Espírito que vai nos chamando a novas respostas quer em fronteiras desafiadoras no exterior quer no nosso próprio país. Ao celebrarmos os 200 Anos da nossa Congregação, olhamos o passado com gratidão pela generosidade de tantas Irmãs e olhamos também para o futuro na esperança, sempre renovada, de que novos caminhos e novas respostas virão.

Ir. Maria Elisabete Reis - Província de São Paulo

Colaboração muito generosa de Ir. Eluiza Maria de Andrade e de Ir. Guiomar Theresina Chemello, além de pesquisa em arquivos diversos da Congregação.

Detalhe da sala de memória Índia

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Religiosa ensinando em Bruxelas

Argentina, Argélia e outros


De Chambéry para o mundo: 1843: Madre Saint Jean Marcoux pede para deixar a responsabilidade geral da Congregação e sua sucessora, Madre Marie Félicité Veyrat, com 28 anos, dá a Congregação um forte impulso missionário. 1851: Madre São João Boissat e mais duas Irmãs partem para Índia em colaboração com as Irmãs de São José de Annecy. 1856: em 11 de maio, quatro Irmãs chegam a Copenhague, na Dinamarca, são as primeiras religiosas católicas a entrar no país após a Reforma Protestante. 1858: sete Irmãs são enviadas a São Paulo, no Brasil. 1862: em abril, três Irmãs desembarcam em Estocolmo, na Suécia. 1863: as Irmãs são enviadas a São Petersburgo, na Rússia. A província prosperou e se desenvolveu até a Polônia, contava com 80 religiosas, mas foram todas expulsas entre 1918 e 1922, devido à Revolução Russa. 1865: em agosto, Chambéry envia quatro Irmãs à Noruega. 1876: as Irmãs de Roma, fundadas por Torino, se unem a Chambéry, criando a Província Italiana. 1885: cinco Irmãs chegam a Lee, Massachussets, EUA, através do pedido da senhorita Jane Sedgwick, recém convertida ao catolicismo. 1896: da Dinamarca quatro Irmãs embarcam para a Islândia. 1901: as Irmãs vão para a Bélgica. 1904: as Irmãs chegam a Satigny, próximo a Genebra, na Suíça. 1910: as Irmãs da Província Norueguesa vão para a Holanda, onde ficam até 1920. 1921: as Irmãs chegam à Alemanha, com o objetivo de recrutar Irmãs para a Escandinávia. 1946: a Casa Geral se estabelece em Roma, Itália. 1947: um ramo de Irmãs de São José que tinha missões em Saugor, na Índia e no País de Gales, desde 1939, une-se a Chambéry. 1949: as Irmãs chegam ao Paquistão, recentemente separado da Índia. 1953: a Congregação de Moûtiers se une a Chambéry com suas fundações em Carandolet, EUA, em 1854, e no sul do Brasil, Paraná, em 1896, e Rio Grande do Sul, em 1898. 1954: quatro Irmãs partem para Madagascar, iniciando a missão em 30 de setembro, ficam aí até 1976. 1955: a Congregação da Sagrada Família de Montpellier – fundada em 1839 pelo abade Coste, vigário de Vagnas em Ardèche, França – com cerca de 60 membros une-se a Chambéry. 1956: As Irmãs abrem uma comunidade em Dublin, na Irlanda. 1957: a Congregação de Saint Jean de Maurienne se une à Chambéry, com suas missões na Índia, desde 1853, na Itália, desde 1857 e na Bélgica, desde 1902. 1963: ocorre a divisão da Província do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Lagoa Vermelha e Garibaldi, que é transferida para Caxias do Sul em 1966. 1971: as Irmãs vão para a Libéria, permanecendo até 1994, quando foram para a Costa do Marfim com os refugiados e lá ficaram até 1996. 1981: as Irmãs da Província de Porto Alegre, vão para a Bolívia, que se torna Região em 2011. 1981: em 15 de dezembro ocorre o desmembramento da Província de Caxias do Sul, surgindo a Província do Maranhão, que mais tarde passa a Região Norte/Nordeste. 1995: em 11 de maio, três Irmãs chegam à República Tcheca. 2003: em janeiro, as Irmãs começam a Missão da Tanzânia e, em agosto, a de Moçambique. 2007: as Irmãs da Índia iniciam uma Missão em Papua Nova-Guiné, na Oceania. São Paulo

Casa em Quetta, Paquistão

Tanzânia

Antiga casa das Irmãs em Le Puy

Detalhe da Casa de Maurienne em 2008

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De Chambéry para o Brasil e Bolívia Algumas pinceladas do itinerário histórico

Madre Fontbonne

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A história da vida e missão das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil e na Bolívia tem como pano de fundo a evolução histórica desses países de América Latina iniciada no século XVI. Com os colonizadores portugueses e espanhóis tem início a caminhada da Igreja Católica no Brasil. Até a proclamação da República no Brasil, em 15 de novembro de l889, a organização e suas lideranças devem se sujeitar à política do Padroado (aprovação ou imposição da Coroa de Portugal). É neste contexto que surgem as Congregações religiosas femininas e masculinas, desempenhando um relevante papel na evangelização do povo de todas as classes sociais, incluindo a realidade indígena e da escravatura. As imigrações europeias também trazem contributos valiosos ao desenvolvimento dos valores cristãos e da Vida Religiosa com número significativo de jovens vocações dispostas a se consagrar a Deus para o serviço da missão. A Congregação das Irmãs de São José de Chambéry está presente no Brasil, desde 1858 e na Bolívia, desde 1981. É um dos muitos ramos da frondosa árvore, já mais do que tricentenária, da Congregação fundada pelo Jesuíta Padre Jean Pierre Médaille, na França, no século XVII. Numa visão profética, este zeloso e intrépido missionário, percebe a “semente de mostarda”, lançada na terra por ele e as pioneiras, germinar e crescer em muitos outros países dos cinco continentes (cf. Carta Eucarística, n°8). Acompanhando a linha do tempo, encontramos marcos que permitem a continuidade e a expansão da finalidade da Congregação das Irmãs de São José em sua encarnação nas mais diversas realidades, dando corpo à espiritualidade da “Dupla União Total”, à vida e à promoção da unidade pela qual Jesus rezou e deixou como testamento o amor incondicional a Deus e ao “querido Próximo” (cf. Carta Eucarística, n° 28 a 31). É justo lembrar as figuras carismáticas de Madre Saint Jean Fontbonne, Ma-

Madre Maria Teodora Voiron

dre Saint Jean Marcoux e Madre Marie Félicité Veyrat, protagonistas das múltiplas fundações que se sucederam. Elas estão na origem remota das missões no Brasil e na Bolívia.

Assim, registramos: A missão de São Paulo, cidade de Itu, Brasil, em 1858. Monsenhor Antonio Joaquim de Mello foi o primeiro bispo da Diocese de São Paulo. Fora nomeado em 1851, pelo imperador Dom Pedro II. Esta Diocese, que ficou privada de bispo durante um quarto de século, apresentava um aspecto muito triste a seu novo pastor. Para educar as jovens e formá-las nos princípios cristãos, os capuchinhos pensaram nas Irmãs de São José, cuja competência e senso apostólicos eram muito conhecidos na Savoia. A superiora Geral de Chambéry, Madre Maria Felicidade Veyrat, animada de grande espírito missionário, aceita o apelo. Logo, sete religiosas se oferecem. Dentre elas, Ir. Basilia Genon, indicada para ser a superiora da missão. A travessia do Oceano durou 40 dias e foi muito dolorosa para o pequeno grupo. Irmã Basília adoeceu e veio a falecer ainda no navio. Seu corpo teve de ser jogado nas águas do Oceano Atlântico. Em 1859, Chambéry designou para substituí-la Irmã Maria Teodora Voiron. Embora tivesse apenas 24 anos, foi nomeada Superiora Provincial, cargo que desempenhou até 1925, vindo a falecer com fama de santidade. Suas obras são marcadas pelo pioneirismo e intrepidez


nas muitas iniciativas missionárias através de instituições educativas, hospitalares e de assistência social para pobres de todas as classes sociais.

Madre Marie Adèle

Em 1896, é criada a Diocese do Estado do Paraná, cuja capital é Curitiba. O primeiro bispo foi Dom José de Camargo Barros. Conhecedor da missão das Irmãs de São José em São Paulo, dirige-se às Irmãs de São José na França, solicitando o envio de religiosas para sua Diocese. Madre Marie Adèle Jacquemard, superiora geral das Irmãs de São José de Moûtiers, atende ao pedido. Em 23 de junho de 1896, chega o primeiro grupo para iniciar a missão na “Santa Casa de Misericórdia”, em Curitiba, um edifício magnífico, mas onde faltava tudo, menos pessoas doentes. Logo se tornam conhecidas pela população. As autoridades religiosas e civis, testemunhas das transformações resultantes de seus abnegados serviços, pediram Irmãs de São José para outras localidades do Estado do Paraná e de outros Estados do País. Rio Grande do Sul 1898: províncias Porto Alegre, Caxias do Sul e Lagoa Vermelha Dia 29 de dezembro de 1898 marca a data da chegada das Irmãs de São José no Estado do Rio Grande do Sul, a convite de Dom Claudio Gonçalves Ponce de Leão, bispo de Porto Alegre. Após três dias de viagem, em carroça puxada por mulas, sob chuva torrencial, chegam à pequena cidade de Conde d´Eu, hoje Garibaldi. O início da missão também é regada pelo sofrimento. A população é atingida pela doença contagiosa da febre tifoide e duas Irmãs dentre as pioneiras, contraem a doença no serviço aos doentes. A cruz fecunda o solo e no final da década de 50, a província de Garibaldi, semente lançada em solo fecundo em 1898, crescera e tornara-se grande árvore, produzindo numerosos ramos. Salientamos o papel da Madre Justina Inês Deschamp no desenvolvimento da missão. Como mestra das noviças e como Superiora Provincial, deixa, nas Irmãs e no povo, um renome de santidade pelo exemplo de sua vida e de suas virtudes. Hoje é invocada como intercessora junto a Deus, alcançando muitas graças divinas.

Em 1953, as províncias do Paraná e do Rio Grande do Sul, fundadas pela Congregação de Moûtiers são integradas à Congregação de Chambéry. O número crescente de vocações, cerca de mil Irmãs, e a fundação de novas comunidades torna necessária a divisão da província do Rio Grande do Sul. Em 1964 é feita aprovação oficial em três outras: Caxias do Sul, Lagoa Vermelha e Porto Alegre. As missões do Norte/Nordeste e Bolívia formam duas regiões com certa autonomia e acompanhadas pelo Conselho Geral.

Irmãs de São José de Chambéry na Bolívia Em 1981, atendendo à solicitação dos missionários franciscanos, presentes na Província do Beni, Bolívia, aprovada do Bispo de Trinidad, foi aberta uma comunidade interprovincial com quatro Irmãs, na pequena e incipiente cidade de Magdalena. A Bolívia é um dos países mais pobres da América Latina, colonizado pelos espanhóis e até hoje, tem um grande contingente de descendentes indígenas com suas diversas culturas. Hoje, existem cinco comunidades com 15 Irmãs sendo sete bolivianas e oito brasileiras. Dedicam-se principalmente em trabalhos de pastoral, em âmbito de Diocese, na catequese, evangelização e atendimento à saúde por meio de um ambulatório gratuito. Para atendimento educacional e social existem os “comedouros” que fornecem refeições gratuitas e formação para as mães das crianças. Os recursos para a manutenção das Irmãs e seu apostolado são fornecidos pela Congregação e alguma remuneração pela diocese e auxílio dos padres franciscanos. A missão mais exigente está no atendimento a pequenos grupos isolados no “campo” que são atendidos com meios precários de locomoção e cuja ajuda é dada pelas Irmãs. Também esta missão foi regada pelo sofrimento pela morte acidental de três irmãs. Atualmente, a missão forma uma região com certa autonomia, possui casa de formação em Cochabamba, visando formação inicial preparatória e o noviciado interprovincial no Brasil, em São Paulo.

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Madre Maria Paula

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Amplitude da missão Fiéis à intuição do Fundador Padre Médaille, a missão das Irmãs de São José, não se restringe a um determinado campo apostólico, mas mantém um leque aberto de possibilidades para atender às necessidades do tempo e dos lugares. O lugar apostólico da Irmã de São José é lá onde o povo reclama sua presença e onde a missão de evangelização se faz resposta aos apelos da Igreja. As expressões históricas são o compromisso com a educação, com o atendimento à saúde e as variadas formas de serviço social. Ao longo dos 154 anos de presença em quase todos os Estados do Brasil surgiram muitas escolas, creches, centros de promoção social, hospitais, iniciativas de atendimento às famílias pobres, recuperação de dependentes químicos e visitas a encarcerados. No Concílio Vaticano II, convocado pela profética e audaciosa pessoa do Papa João XXIII, a Igreja redefine sua identidade e se ressitua em relação ao mundo atual. Convoca todos os agentes de pastoral e as congregações religiosas a fazer uma caminhada idêntica. A Congregação das Irmãs de São José do mundo inteiro empreende um longo caminho, às vezes radical e sofrido, de renovação e de adaptação da Vida Religiosa. Uma grande mudança acontece nas estruturas institucionais, no estilo de vida e na sensibilidade às novas exigências da missão, suscitando novas respostas. Acontece a reestruturação das comunidades em grupos pequenos, dando preferência à inserção em meios de periferia e além-fronteiras. Todo o dinamismo de crescimento traz em seu bojo também crises e perplexidades. A sociedade passa por transformações profundas, com mudanças dos paradigmas culturais e religiosos. Várias Irmãs de todas as províncias retomam sua opção pela Vida Religiosa, para confirmá-la ou optar por outro caminho. O número de vocações diminui, as faixas etárias se modificam, exigindo revisão das obras apostólicas, reformulação dos

objetivos da missão e das práticas pastorais. Uma retomada do carisma, tendo presente o início da Congregação que integrava leigas que desejassem se dedicar a Deus e a serviço do próximo, as Congregações de São José têm grupos que se convencionou de chamar de “Leigos e Leigas do Pequeno Projeto”. São pessoas que se comprometem a assumir a espiritualidade e a missão das Irmãs de São José, com uma dinâmica própria de organização, de funcionamento e de missão. O trabalho com os leigos e leigas não visa preencher lacunas, mas uma forma de vivenciar a espiritualidade do Carisma das Irmãs de São José. As Congregações de São José vivem um momento crucial, mas também fecundo. As comunidades, as Congregações se aproximam entre si, na solidariedade, na ajuda mútua, transformando as instituições apostólicas para se adequarem ao momento presente, procurando parcerias, partilhando experiências, conjugando iniciativas comuns, reavivando o carisma de unidade na diversidade “para a maior glória de Deus e a salvação do querido próximo” (Pe. Médaille, Constituições Primitivas pág. 43, n°123).

Um olhar para novos horizontes O Capítulo Geral de 2009 desafia as Irmãs de São José de Chambéry a implementar novas e flexíveis estruturas de governo para gerar mais corresponsabilidade e suscitar novas iniciativas para ser fiel ao momento histórico que vive a Vida Religiosa no Brasil, manter a “fidelidade criativa” ao carisma e revigorar a espiritualidade aurida nos mistérios da Trindade, Encarnação e Eucaristia, tendo como espelho a família de Nazaré. Na fidelidade à inspiração inicial do fundador e à memória histórica das Irmãs, empenha-se em discernir e responder às urgências do planeta e da Congregação, se necessário e possível, na itinerância e “além-fronteiras” (Doc. Final do Capítulo Geral de 2009).

Ir. Helena Maria Bianchi Porto Alegre/RS


Províncias e Regiões, hoje Província de São Paulo A Província de São Paulo nasce da missão de Chambéry, onde o zelo apostólico, qual chama ardente queimava a ponto de precisar se expandir e iluminar além-fronteiras. Lendo as crônicas de nossa fundação, percebe-se que as Irmãs em Chambéry estavam impregnadas pelo entusiasmo que as impulsionava a partir! E foram mais de 100 Irmãs a deixar a França à nascente missão de São Paulo! Como celebrar esses 200 anos senão colocando-nos neste espírito de escuta e dispondo-nos a viver os passos da itinerância?! Queremos que seja verdade esta prece:

“Senhor, o que queres de nós neste momento de nossa história? Senhor abre nossos corações e torna-nos prontas para sair de nós mesmas na direção do ‘caro próximo’...

Mostra-nos o que queres como fidelidade às nossas predecessoras. Mostra-nos o que escolher como ações concretas de mais vida e o que deixar para trás e como caminhar! Dá-nos a ousadia de Madre Saint Jean Marcoux que se deixou tomar por Deus na totalidade de seu ser e em todo o seu agir para realizar a difícil missão de fazer nascer das cinzas um novo Projeto”. Estamos em processo capitular. Toda a Província está à escuta para escolher as linhas de força do seu caminho para os próximos anos. Queremos fazer esta escolha sob o signo do bicentenário de Chambéry e tomando como ícone inspirador nossa Madre Saint Jean Marcoux. Desejamos viver a fidelidade crescente em nossas casas presentes nos Estados de São Paulo (interior e capital), Goiás e Mato Grosso. Vivendo “a missão em todas as fases da vida”, vamos procurar reanimar a chama missionária nas comunidades, acolhendo os clamores do mundo em nossa prece, oferecendo a vida, servindo na educação, na assistência social, nas várias pastorais, na saúde e na administração.

Ir. Elenice Buoro Coordenadora Provincial

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Província do Paraná Somos Irmãs de São José da Província do Paraná, região sul do Brasil. Atualmente somos 93 Irmãs e estamos presentes nos Estados do Paraná, Rio de Janeiro e Bahia. Trabalhamos também em parceria na missão com as Províncias de: Caxias do Sul, São Paulo e Lagoa Vermelha. Nestes 200 anos de presença em Chambéry, expressamos nossa profunda gratidão ao Deus Trindade por nos ter conduzido e acompanhado durante todos esses anos. Para nós, Irmãs do Brasil, celebrar o bicentenário significa retomar as raízes e reapropriarmo-nos da dimensão missionária presente na nossa história e espiritualidade. O “sonho” do Pe. Médaille está muito vivo e atuante em cada Irmã que é “testemunha viva” de que este projeto não é nosso, mas de Deus. Louvamos e agradecemos a Deus por todas as nossas Irmãs Missionárias que, generosa e despojadamente, avançaram para águas mais profundas e chegaram ao Brasil, trazendo em suas bagagens o desejo e audácia de construir aqui a unidade e a comunhão. Somos herdeiras de história regada por muitas lutas e sacrifícios! Temos consciência de que o Deus da Vida fez e faz caminho conosco! A vocês, queridas Irmãs da Província de Chambéry, nossa imensa gratidão por toda semente lançada em terras brasileiras. Essa semente germinou, cresceu e ainda hoje dá frutos. Nossa presença aqui, graças a vocês, continua sendo uma presença que faz a diferença e ajuda a construir a comunhão. Recebam, queridas Irmãs, nosso abraço, nossa gratidão, nossa prece e nossa mais profunda admiração e carinho nesta celebração do bicentenário de presença das Irmãs de São José em Chambéry.

Ir. Geni Estegues Pereira Coordenadora Provincial

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Província de Caxias do Sul “1812 – 2012: 200 anos de uma trajetória que traz em si a força de um começo onde Deus era a força e a razão do existir de pessoas que ‘já não viviam para si, mas faziam do Carisma de Comunhão o grande ideal de sua vida’.” Celebrar os 200 anos de Chambéry é fazer homenagem e erguer um hino de gratidão a Deus que ama e se faz presente no simples, no humilde e no escondido. Celebrar 200 anos de Chambéry é acolher a História que no início era como uma semente de mostarda, cujos galhos da árvore, hoje, se estendem a muitos países, e diferentes realidades... Celebrar 200 de Chambéry é olhar para a História que começou do nada, sem a manifestação de uma vontade humana, fora dos padrões comuns do começo de uma missão, fundação ou trabalho e reconhecer que essa mesma história vai se renovando e atualizando hoje nos muitos envolvimentos das Irmãs de São José. Os 200 anos de Chambéry colocam em evidência a vida de uma pessoa disponível, que vive a entrega total Deus e abraça a vocação como o maior Dom de Deus na sua vida e luta para ser fiel, nas pequenas coisas do dia a dia até nos atos heroicos que só as grandes almas conseguem viver: Madre Saint Jean Marcoux, cuja máxima predileta era “Gostar de ser desconhecida e de não ser considerada” e que edificou suas irmãs pela humildade, obediência, espírito

de oração e caridade. No ano de 2012, quando celebramos os 200 anos da fundação de Chambéry, com alegria e ação de graças, olhamos e contemplamos a história construída pela Província de Caxias do Sul, que teve seu início no ano de 1898. Hoje somos 172 Irmãs, duas junioristas, residindo em 33 comunidades. Temos duas casas de repouso, uma em Caxias do Sul e outra em Garibaldi, com o objetivo de acolher e atender as Irmãs idosas e doentes. Estamos presentes nas mais diferentes localidades e realidades, diferentes cidades, estados e países, procurando ser fiéis ao Pequeno Projeto de Padre Jean Pierre Médaille e construindo a vida de olhos fixos em Jesus. Exercemos a missão, os trabalhos profissionais e atividades diversas com o objetivo de cuidar e defender da vida em todas as dimensões. E isso nos ajuda a assumir o Discipulado Radical de Jesus, de Iguais e o Missionário. A contemplação da História dos 200 anos, marcada pelo sofrimento, trabalho, insegurança e escassez na alimentação, fortalece em nós a vontade de sermos e vivermos como mulheres encarnadas na realidade, que testemunham o Carisma de Comunhão, que alimentam sonhos e tornam-se corajosas diante dos desafios. Somos responsáveis e desafiadas a darmos continuidade a essa História e a não deixar que se apague a chama do Carisma de Comunhão.

Ir. Anita Maria Pastore Coordenadora Provincial

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Província de Porto Alegre “Como um grão de mostarda no chão!” É assim, que nossa história começa: o Pequeno Projeto, mas aos olhos de Deus será o que Ele quiser. Eis que, Ele nos quis, em meio a luzes e sombras, alegrias e sofrimentos, espalhadas em todo o mundo! Generosidade de nosso Deus! De nossos corações brotam hinos de gratidão e louvor pela expansão de nosso Carisma! Nossa Província, Porto Alegre, tem sua história narrada na revista de nº 08, que o leitor ou leitora pode conhecer melhor. Relembramos a data de nossa fundação: 17 de março de 1963, portanto, 49 anos de existência. Estamos às vésperas do cinquentenário. Oxalá seja marcado por um grande movimento do Espírito, soprando na direção que lhe aprouver! Nossa realidade atual: estamos presentes no Rio Grande do Sul, em três dioceses e três Vicariatos, totalizando 16 comunidades, assim distribuídas: - São José do Norte; Rio Grande com duas comunidades, uma no centro e outra na Vila Santa Rosa; Mostardas; - São Francisco de Paula; Veranópolis, duas comunidades; - Montenegro; - Guaíba; - Porto Alegre: sete comunidades. Somos 104 Irmãs. Destas, duas Irmãs estão nas Missões: Suécia e África. Temos a alegria de contar com doze grupos de Leigos e Leigas do Pequeno Projeto, buscando viver com empenho a espiritualidade e engajados em diferentes ministérios. Os grupos se localizam nas cidades de: Porto Alegre, São Leopoldo, Guaíba, São Francisco de Paula, Montenegro, Veranópolis, São Jorge, Rio Grande, Mostardas e São José do Norte. Os membros destes grupos, segundo suas possibilidades, dons e competências, empenham-se em assumir a Missão com alegria e servindo ao próximo. Estamos em Capítulo Provincial e buscando revigorar-nos no dinamismo do Espírito, para reassumir a Missão com novo olhar, nova expressão e nova paixão, no seguimento de Jesus Cristo, como fiéis discípulas, “para que todos sejam Um” (Jo 17). Nossa gratidão e reconhecimento a Deus pela nossa história e pelos 200 anos de Fundação da Congregação em Chambéry! Ir. Alirce Paulina Frigoto Zanella Coordenadora Provincial

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Província de Lagoa Vermelha Em 1812, na França, da frondosa árvore da Congregação das Irmãs de São José, um broto tornou-se ramo, multiplicou folhas, cresceu, espalhou-se além-fronteiras. Entrou e fez história como Congregação das Irmãs de São José de Chambéry. Em 2012, carregado de esperança, com 200 anos de existência, a árvore, através daquele galho presenteia, encanta com perfumadas flores e frutos saborosos vários países do mundo, deixando cair em suas terras sementes que, por sua vez, continuam processando a energia do Carisma de Comunhão/Unidade. Estamos profundamente agradecidas à Trindade pelas inúmeras bênçãos recebidas desde a fundação da Congregação de Chambéry, em 1812, até a sua expansão em todo o mundo. Cremos que o Espírito Santo inspirou Madre Saint Jean Marcoux a aceitar o desafio de responder às necessidades do nosso “caro próximo”, em fronteiras sempre novas e em contínua mudança. Na Província de Lagoa Vermelha, 158 Irmãs de São José unem-se no grande hino de louvor e ação de graças pelos 200 anos. A Província está presente nos Estados: - Rio Grande do Sul, nos municípios de Lagoa Vermelha, Vacaria, Passo Fundo, Ipê, Ibiraiaras, Sananduva, Maximiliano de Almeida e Porto Alegre. - Santa Catarina, nos municípios: Ponte Alta do Norte, Concórdia, Chapecó e Faxinal dos Guedes. - Bahia, em Teixeira de Freitas, Itabela, Eunápolis e Feira de Santana. - Espírito Santo, nos municípios de João Neiva e Serra. Algumas Irmãs integram a missão interprovincial nas Comunidades do Noviciado/SP, Sidrolândia/MT, Nova Laranjeiras/PR e Goiânia/GO. Duas Irmãs estão na missão da Tanzânia e uma em Mocimboa, no Moçambique. A missão é abraçada por um significativo grupo de Leigos e Leigas do Pequeno Projetos em Lagoa Vermelha, Vacaria, Ibiraiaras, Paim Filho, Maximiliano de Almeida e Sananduva, no Rio Grande do Sul; em Serra, no Espírito Santo, e em Teixeira de Freitas, na Bahia. No abraço da comunhão, unimo-nos a toda a Congregação, nesta grande celebração, renovando em nós o desejo de continuarmos a missão de Jesus Cristo, como Irmãs de São José. Ir. Ilda Brandalise Coordenadora Provincial

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Região Norte/ Nordeste do Brasil As primeiras Irmãs de São José de Chambéry foram do Rio Grande do Sul para o Maranhão, onde iniciaram a missão que hoje chamamos de Região Norte/Nordeste (N/NE) do Brasil, em fevereiro de 1969, abrindo três comunidades nos municípios de Riachão, Balsas e Paraibano. No ano seguinte foram abertas mais duas comunidades nos municípios de São Raimundo das Mangabeiras, Pastos Bons e uma Equipe Missionária itinerante para Sucupira do Norte e Mirador. Isso aconteceu graças à insistência do então Bispo da Prelazia de Balsas, Dom Rino Calesi, do apoio dos Missionários Combonianos e da abertura missionária da então Provincial de Caxias do Sul, Ir. Cecilia Inês Muraro.

Comunidade de São Luis - MA

Comunidade de São Raimundo das Mangabeiras - MA 24

Ao longo destes anos todos sempre estivemos atuando na educação formal; na saúde curativa e preventiva, sobretudo na capacitação de parteiras leigas, agentes comunitários da Saúde, da Pastoral da Criança; na formação de lideranças para os diferentes ministérios eclesiais e movimentos sociais. Foi muito significativa a contribuição das Irmãs na organização da Comissão da Pastoral da Terra, no surgimento e acompanhamento das Comunidades Eclesiais do sertão e nas periferias. Ainda em 1971, com as comunidades presentes no sul da Bahia, foi constituída uma equipe de coordenação. Em 1975, iniciamos a formação de jovens vocacionadas em suas sucessivas etapas. E em 2002, integramos o processo Interprovincial de Formação.


Em 1981, as comunidades no Maranhão se organizaram em Província e as da Bahia ficaram articuladas com a Província de Lagoa Vermelha. Ampliando nosso horizonte missionário, fechamos algumas comunidades no Maranhão para abrir comunidades no Pará, Bahia e Amazonas. Desde 2002, fomos organizadas em Regional. Éramos 22 irmãs (destas, sete são maranhenses) em sete comunidades localizadas em quatro estados: Maranhão, Pará, Bahia e Amazonas. Pequenas comunidades como sementes de comunhão num território de 3.731.645 km2. Neste ano de 2012, temos uma jovem paraense e uma maranhense no noviciado, uma maranhense no postulado e várias jovens acompanhadas. Caminham conosco também 62 LLPP com compromisso e 37 em preparação. Estamos abertas à missão além-fronteiras apoiando a presença de Ir. Severina em Moçambique e na preparação de outras para responder aos carismas pessoais e apelos Congregacionais, bem como para acolher Irmãs de outras Províncias e Regiões que desejam partilhar a missão conosco, como já vem acontecendo desde o início de nossa presença nestas terras. Que o elã missionário de Madre Saint Jean Marcoux e o heroísmo das irmãs francesas, que trouxeram o carisma para o Brasil, fortaleça nossa itinerância e nos ajude a repensar nossa redistribuição de “forças” neste imenso Brasil. Nas regiões Nordeste e Norte do Brasil (quase a metade do território brasileiro) estão presentes nem 10% das Irmãs de São José no Brasil.

Comunidade Remanso - BA

Ir. Dominga Zolet Coordenadora da Região

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Región Bolivia Nuestra misión en Bolivia inició hace 31 años. La Semilla fue lanzada en nuestra tierra, ahora germina y crece gracias a la fidelidad de Dios que actúa en cada una de nosotras. Actualmente somos 15 hermanas (8 brasileñas y 7 Bolivianas). Además, contamos con 2 Novicias, 1 postulante y 1 aspirante. Constituimos 5 comunidades, presente en los Departamentos de Cochabamba (El Postulantado y Villa Eucaliptus) y en Beni (Magdalena- Aspirantado, San Joaquín y San Ramón). Para nosotras, celebrar 200 años de fundación de Chambery es traer presente la vida de P. Juan Pedro Medaille - nuestro fundador -, Hna. Joana de Marcoux - Co fundadora - y otras tantas mujeres entregadas y consagradas a Dios. Mujeres de corazón, mente y espíritu sin fronteras, decididas a vivir la Comunión en diferentes situaciones de pobreza y marginación. Es… ir tras las huellas de nuestras antecesoras, sintiendo el elán misionero que les llevaron a ultrapasar los mares y continentes, expandiéndose como la semillas de la flor del trigo y el perfume de la viña…Es abrazar con el mismo ardor, la causa de la justicia, del amor…de la comunión en el mundo, marcado por la división, la explotación de unos hacia otros. Es… Ser fieles y alegres testigos como José. Es… Ser en el mundo un gesto amigo. Es… ser cuidador de los débiles Y pequeños. Es… hacer extenso nuestro cariño y Felicitación a cada hermana de San José presente en cada rincón del mundo. Gracias y… Muchas Felicidades, por la alegría y fidelidad que nos hace celebrar el bicentenario de Chambery. Hna. Antonia Constantina Mandro Región Bolivia

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Irmã de São José: muitas congregações um só carisma Congregação das Irmãs de São José de Rochester Queridas Irmãs,

É uma grande alegria celebrar juntamente com todas vocês neste ano de 2012, os 200 anos de sua fundação em Chambéry. Nossas raízes comuns vêm do solo fértil da França, das corajosas Irmãs que sobreviveram à Revolução Francesa, com ardor missionário e capazes de refundar a vida religiosa apostólica. A Congregação das Irmãs de São José de Rochester é uma fundação de Lyon, França, que partiram em missão para Saint Louis, EUA, em 1836, poucos anos antes que as Irmãs de São José de Chambéry chegassem ao Brasil. Em 1964, cinco Irmãs de São José saíram de Rochester, Nova Iorque, EUA para iniciar uma nova missão no sul de Goiás, Diocese de Jataí. Sem meios de comunicação, nossa Congregação nem tinha ideia que vocês estavam no Brasil! Por incrível que pareça, com todas as suas províncias, toda sua presença no Brasil, nós não descobrimos até que Ir. Katherine fez um curso no Centro de Estudos Teológicos e Espiritualidade (Cetesp), em 1978, e encontrou as Irmãs Eulália Antoniazzi, Rosália Fávero e Lúcia de Fátima - Irmãs de São José! Curiosidade que levou Katherine a partilhar com sua Superiora Geral, Ir. Gabriella, o seu desejo de visitar suas casas para descobrir mais de perto quem seriam estas irmãs nossas! Vocês abriram suas portas para nós, acolhendo estas primeiras visitas de Ir. Katherine. Foi a Irmã Helena Maria Bianchi que pediu ao nosso grupo para organizar o primeiro Encontro Nacional das Irmãs de São José no Brasil e ela prometeu uma das suas Irmãs para acompanhar esta nova iniciativa. Ir. Ida de Jesus de Oliveira foi para nós uma irmã que criou os laços de comunhão entre nós e sua Congregação. Chegando ao Brasil em 1964 e que28

rendo responder aos apelos da Igreja do Vaticano II, vocês nos ajudaram a descobrir nossas raízes na França. Foi muito importante para nós sua tradução dos Documentos Primitivos da Congregação, uma enorme contribuição para nós no processo de renovação. Ir. Ida de Jesus assessorou um encontro para nossas irmãs em janeiro de 1988, caminhando junto conosco para descobrir a riqueza de nossos próprios documentos. Com vocês, sentimos a confiança e apoio necessário para começar a formação de novos membros no Brasil. Aceitamos as primeiras vocações em 1984, sabendo que podíamos contar com sua experiência e sabedoria, caminhando juntas em alguns encontros de formação inicial e permanente. A presença de suas Irmãs na Prelazia de São Felix do Araguaia/MT foi um grande testemunho para nossas Irmãs que serviram na Prelazia de 1983 a 2006. E, em Goiânia, acolhemos suas Irmãs, que iniciaram uma presença importante no novo Bairro Dom Fernando e depois em Água Branca e outras partes de Goiânia. A contribuição das Irmãs de São José de Chambéry na caminhada da Congregação de São José no mundo é, para nós, sinal de comunhão com Deus e com o Povo de Deus, presença que se compromete com alegria, zelo e paz. Obrigada, Irmãs, por serem para nós tudo isso! Parabéns neste ano especial para sua caminhada. Partilhamos com vocês, uma frase da Constituição das Irmãs de São José de Rochester: “Confiamos que o mesmo Espírito, que deu existência a uma congregação de mulheres que ousaram abraçar todas as coisas para a glória de Deus, continuará chamando-nos a servir com coragem e fidelidade” (Constituição nº 6). Suas Irmãs da Congregação de Rochester

Irmã Katherine Popowich Este texto das Irmãs de São José de Rochester foi escrito com a colaboração de Irmã Katherine Popowich. Irmã Katherine veio a falecer no dia 10 de abril de 2012, alguns dias depois de ter colaborado na redação do texto. Não temos palavras para definir quem foi essa Irmã Mulher de coragem, guerreira, missionária destemida. Mulher de visão ampla, não se limitou a uma Congregação mas lutou até conseguir nos fazer entender que o melhor, é estarmos unidas como Congregação de São José para somarmos forças e sermos mais fortes na missão e evangelização na América Latina e Caribe. Hoje perdemos quem fez história, abriu caminhos, uniu forças e fez processo. Uma Missionária. Uma Irmã de São José... Humilde, simples, forte. Com uma visão clara e segura, sabia o porquê estava no Brasil..... Nossos sentimentos e a certeza de que ela junto de Deus olha para nós. As Irmãs de São José de Chambéry querem solidarizar-se com as Irmãs de São José de Rochester.


As Irmãs de São José na ONU * Ir. Carol Zinn é Irmã São José da Filadélfia; esteve no Brasil e se encontrou com muitas Irmãs em São Paulo e em Garibaldi falando do seu trabalho na ONU e sobre a nossa espiritualidade. Atualmente é Conselheira Geral de sua Congregação e mora em Filadélfia, nos Estados Unidos.

As Irmãs de São José começaram em 1979 na ONU (Organização das Nações Unidas) com uma ONG com o status de Departamento de Informação Pública. Fomos representadas pela Federação Canadense das Irmãs até 1985. A partir deste ano, fomos representadas pela Federação Americana até 1999. Durante os anos de 1979-1999 nossa representação na ONU foi um trabalho de meio período, normalmente uma vez por semana. As responsabilidades eram partilhar algumas informações sobre a ONU com os nossos membros no mundo todo. Porque não havia conexões entre a família global das Irmãs de São José nem a tecnologia de hoje, as informações iam apenas para alguns locais e não para todas as Irmãs. Em 1999, pedimos um segundo tipo de status da ONG na ONU. Foi um Credenciamento com o Conselho Econômico e Social das Nações Unidas. Fomos aprovadas para este status consultivo de ONG o que

significa que tínhamos que demonstrar que os nossos membros (as Irmãs do mundo todo) eram capazes de participar nas atividades da ONU e que o trabalho que já estávamos fazendo em nossos ministérios já era um trabalho como o da ONU. Isto não foi um problema para nós porque quase todos os trabalhos das nossas Irmãs, no mundo inteiro, eram para promover os direitos das mulheres, das crianças, trabalhamos na educação, na saúde, para reduzir a pobreza e proteger o meio ambiente de muitos modos diferentes. Por causa do status consultivo de 1999, tivemos que ter uma presença de tempo integral nas Nações Unidas. Montamos um escritório

próximo do prédio da ONU e eu fui contratada para ser representante da ONG das Irmãs de São José na ONU. Trabalhei neste ministério de 2000 até 2009. Em 2009, uma de nossas Irmãs do México, Ir. Griselda Morales, Irmã de São José de Lyon, se tornou representante de tempo integral na ONU. Nosso nome oficial de ONG na ONU é Congregações de São José. A maior parte do trabalho da ONG é trazer as experiências das realidades de nossas Irmãs do mundo todo com o povo que estão servindo para os encontros e conferências das Nações Unidas. É também levar o trabalho das Nações Unidas para as nossas Irmãs em todos os lugares onde estão. A pessoa que trabalha na ONU não é a ONG; ela é a REPRESENTANTE DA ONG. Ir. Carol Zinn* - Filadélfia, EUA

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Desde Saint-Jean-De-Maurienne hacia la Argentina

La Congregación restaurada por la Madre San Juan Fontbonne, junto a sus compañeras, las llamadas “hijas negras”, comenzaba su expansión ya desde el primer cuarto del siglo XIX. Madre San Juan Marcoux, una de aquellas compañeras, había llegado a Chambéry en 1812. Muy pronto Chambéry se expande en diversas fundaciones. Una de ellas es la de Saint-Jean-de-Maurienne, en la Saboya. Madre Marcoux acompaña a Madre Sofía Davarnaz-Gros y a otras dos Hermanas para hacerse cargo del Hospital de esta ciudad. Y la Comunidad de San José ya está presente. En 1828 esta casa se transforma en Casa Madre y funda otras comunidades en la Maurienne (Francia), y luego en Bélgica, en las Indias y en Argentina. La pequeña Maurienne desde su pobreza daba al mundo su espíritu misionero y sus hijos e hijas que atravesaban fronteras para extender el Reino. Es desde allí que después de ser Superiora General, Madre Felicia -Generosa Gross- con cinco Hermanas más- parte del Convento Santa María del Monte en setiembre de 1882 hacia Burdeos y desde allí a Esperanza, en Argentina, una colonia de agricultores de italianos y alemanes que solicitaban Hermanas para la educación de sus niñas. Llegadas a Argentina el 1° de noviembre de 1882, se afincan en San Jerónimo Norte, localidad cercana a Esperanza, a partir de una historia de enormes dificultades que presagiaba la fecundidad de una nueva congregación. Y es así que apenas 10 años después, el Noviciado es trasladado a la Capital Buenos Aires ya que son numerosas las nuevas vocaciones. En 1894 la misión en Argentina se declara autónoma de la de Saint- Jean-de-Maurienne y constituye una nueva Congregación de San José, con aprobación definitiva en 1903 por el Papa Pío X. Desde esos primeros años, la nueva Congregación crece y se establece con numerosas Comunidades en diferentes diócesis del país, en Uruguay, y andando los años, en Brasil, Bolivia y Paraguay. Su misión específica inspirada en sueño del Pe. Médaille de dedicarse a todas las obras de misericordia que las Hermanas puedan asumir, se fue expresando en la enseñanza y cuidado de las niñas, y especialmente de huérfanas, en la atención de seminarios, hospitales, hogares y más recientemente, en el acompañamiento al pueblo en comunidades insertas en las periferias. El Concilio Vaticano II le significó un fuerte impulso de profundización en la expresión del Carisma, en el co30

nocimiento de la propia historia, y en la cercanía cultural a la gente y su realidad. Aún con las dificultades propias de la renovación, es a través de encuentros entre las Hermanas y con laicos, y participando con otras Congregaciones de San José de Argentina y de otros países, cómo la Congregación ha seguido buscando la fidelidad al carisma para este tiempo de tanto cambio. Y lo ha expresado así: “Vivir y hacer la comunión para hacer crecer el Reino” Hoy, el acento más fuerte para hacer presente el proyecto de Jesús, es defender la vida, toda vida, y hacer cada vez más humanas las relaciones. Actualmente cuenta con unas 30 comunidades y 180 Hermanas. La pequeña semillita sembrada desde Saint-Jean-de-Maurienne sigue presente en estas tierras con el fervor y el entusiasmo de aquellas primeras misioneras de 1882. Damos gracias a Dios por este designio de amor para nuestros pueblos y nuestras propias vidas. Hermanas de San José de Buenos Aires


Hermanas de San José de Lyon Año de Gran Alegría para toda la Familia de Hermanas de San José. 200 años de la presencia de nuestra querida Congregación de Hermanas de San José de Chambéry. Congregación que el Señor le ha regalado una gran fuerza de presencia en varios países, en especial Brasil. Tuve la sorpresa y alegría de conocer a muchas Hermanas de esta Congregación cuando tuvimos la oportunidad de reunirnos en Brasil para el Primer Seminario de Hermanas de San José en América Latina. Fue impactante ver el grandísimo número de Hermanas de Chambéry en seis Provincias/Région de ese gran País. Nos encontramos con muchos rostros que nos impulsaron y animaron a conocernos y profundizar el Carisma de San José en tantos países de América Latina y Estados Unidos. Chambéry con gran vitalidad, con tantos apostolados al servicio del Querido Prójimo en muchos lugares de Brasil. Ahí vimos el regalo que el Señor ha regalado una gran vitalidad

y compromiso al servicio de la vida. Cada hermana con una alegría muy grande, una respuesta con su vida a los diferentes llamados del Señor y una respuesta dinámica de vida, creatividad, entrega, alegría, esperanza, para ir cambiando el mundo empobrecido, vejado, sin futuro, con muchos problemas de diferentes maneras... Pero la respuesta de la Congregación llena de vida, encontró la manera de poner nuevo sentido a la vida, a las Comunidades Eclesiales de Base, el compartir unas con otras para juntas buscar la esperanza de vivir mejor como hijos e hijas de Dios, como hermanos y hermanas de Jesús nuestro hermano mayor. Se hizo palpable la unidad también entre las diferentes Congregaciones de San José, nos reconocimos como Hermanas en un ambiente fraterno, con gozo y alegría de compartir el mismo Carisma. He aquí el verdadero sentido de nuestra vida: “Realizar la

doble unión total de nosotros mismos y del querido prójimo con Dios; y de nosotras con cada hermano y hermana, para ser todos en Jesús y en Dios su Padre” (Carta Eucarística N. 29). Y poco a poco con el esfuerzo de muchas Hermanas se ha ido haciendo más grande los lazos de unidad. Actualmente LAC -Lyon, Annecy, Chambéry- se reúnen a menudo para poder apoyar, e impulsar el llamado a una mayor y mejor entrega a nuevos esfuerzos de respuesta ante la situación actual de violencia, muerte, pobreza, trata de personas, hambre... y tantas dificultades donde se viven situaciones infrahumanas, y ahí están las Hermanas de San José dando lo que tienen para que la Esperanza de un mundo nuevo, el Reino, pueda seguir poco a poco respondiendo al llamado de Jesús: “PADRE QUE TODOS SEAN UNO” (Jn. 17, 21). Hna. Lule González Saravia San José de Lyon - Provincia de México

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Irmanadas em Curitiba: Cuneo e Chambéry Fraternidade, solidariedade, presença, parceria... Eis algumas palavras que evocam pessoas, gestos, momentos, fatos: história entrelaçada entre as Congregações de Cuneo e de Chambéry. A nossa chegada ao Brasil, 40 anos atrás, já foi marcada por uma inesperada e calorosa acolhida no Rio de Janeiro – Baixada Fluminense e em Curitiba/PR, onde ainda guardamos aquela linda bandeja decorada com borboletas e com a mensagem “Bem vindas a Curitiba” e a data: “19 de agosto de 1972”. Delicadeza de Irmãs, que logo acompanharam os primeiros passos das italianas recém chegadas pelas ruas e lojas da cidade para as compras e até partilharam mobília da Casa Provincial para algumas necessidades da nova casa. Há quem nunca se esqueça das visitas semanais de Irmã Irena, vindo da Maternidade Nossa Senhora de Fátima para ajudar a se expressar na língua portuguesa e em tudo que fosse necessário! Todas fizemos a experiência de nos sentir em casa visitando a Sede Provincial como também outras residências, colégios, hospitais. Este clima de família e a mesma linguagem a respeito do carisma despertava surpresa, alegria e um sentimento confortador de “não estarmos sozinhas” numa realidade ainda desconhecida. Participamos de retiros organizados pela Província, de encontros formativos e recebemos os Textos Primitivos traduzidos em português, como também os textos de aprofundamento da espiritualidade. Quantas de nós fomos marcadas pela paixão ao carisma, transmitida pela saudosa Ir. Ida de Jesus! Quando nos sentimos desafiadas a um trabalho juvenil e vocacional e, sobretudo, de formação inicial foi de fundamental importância o acompanhamento das Irmãs do Cajuru. Elas se colocaram à disposição partilhando subsídios, convidando para momentos formativos, abrindo as portas às nossas formandas para estudo e vivência. Realizaram-se com proveito estágios das nossas noviças em obras da Província, como também de suas noviças nas nossas comunidades. Os encontros nacionais e de América Latina com todas as congregações de São José presentes no Brasil, em que a de Chambéry sempre deu uma contribuição de destaque, foram de grande ajuda para o nosso crescimento na inculturação, na fidelidade ao carisma e à realidade. Nestes últimos anos entrelaçou-se uma parceria com um nosso projeto socioeducativo com crianças e adolescentes na periferia de Curitiba. Não podendo contar com uma estrutura suficiente para contratar os educadores, encontramos na sensibilidade da Equipe Provincial uma porta aberta através da Associação Cultural São José que assumiu esta responsabilidade administrativa e financeiramente. Sentimo-nos gratas e tocadas pela generosidade, abertura de horizontes e de coração: testemunho lindo e concreto de uma comunhão vivida. Alegramo-nos cada vez mais por pertencer à grande família do Pequeno Projeto, caminhando juntas e somando forças para que o Reino de Deus cresça! A todas as equipes provinciais e as muitas Irmãs encontradas nestes 40 anos, chegue nossa admiração, gratidão e carinho. Nossos carinhosos cumprimentos pela celebração do bicentenário de sua Congregação. Comunidade de Curitiba Congregação das Irmãs de São José de Cuneo

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A Espiritualidade que perpassa a História A ESPIRITUALIDADE QUE PERPASSA A HISTÓRIA é um assunto tão fascinante quanto complexo de ser abordado, pois vivemos um momento de grandes desafios e também de grandes oportunidades. Espiritualidade é o tema falado nos mais diversos âmbitos culturais, empresariais, econômicos, políticos, religiosos etc. Todos falamos de nossas experiências, conversamos sobre o assunto, mas nem sempre conseguimos estabelecer uma relação real entre o que professamos crer e a vida. A espiritualidade é o que unge, o que dá sentido e razão ao que somos, fazemos e à maneira como fazemos ou deixamos de fazer as coisas. Ela nos motiva à oração, à contemplação. Capacita-nos a reconhecer a presença de Deus nos pequenos e grandes acontecimentos da vida. Adquire-se com a experiência, com as vivências e aprendizagens de cada dia. Exige abertura da mente, do coração e do espírito. Ela abarca a totalidade do ser em todas as suas dimensões e em seus múltiplos relacionamentos, pois é e se traduz por excelência através das relações que estabelecemos com Deus, com o próximo, consigo próprio e com a Criação. Espiritualidade é relação. Segundo o monge beneditino Anselmo Grun, 2011, “Espiritualidade é a sensibilidade à transcendência, é viver da fonte do Espírito Santo que nutre, que alimenta, que dá sustento ao amor. O amor é que transforma, que faz a diferença que tem o poder de curar, proteger, ampliar a vida. O amor se faz doação, presença, serviço. O amor que nasce da espiritualidade se traduz em obras e aponta para o grande referencial dos valores: Deus”. A espiritualidade que perpassa o tempo acredito ser a que se fundamenta na Bíblia e nos revela que desde o

princípio que, ao nos criar à sua imagem e semelhança, Deus nos convida a participar da comunhão com o Pai, com o Filho e com o Espírito para que, como diz Jesus em João 17,21, “todos sejam um como Tu Pai e eu somos um”. É a espiritualidade centrada em Cristo. Por Ele conhece-se o Pai. Ele é “o caminho, a verdade e a vida”. É a espiritualidade comunitária, pois a natureza de Deus é relacional e a comunidade é um dos espaços onde estabelecemos relações de comunhão, de afeto, de amizade, de perdão, de solidariedade. É a comunidade que dá visibilidade ao que Cristo fez e faz na história e, como seres espirituais, somos chamados a participar de sua missão. Enfim, a espiritualidade que perpassa a história é a que se centra na Palavra de Deus e é missionária na sua essência, pois ela nos revela que Deus enviou seu Filho para que Ele os enviasse a evangelizar os povos até os confins da Terra. Não hesito em enfatizar que esta também é a espiritualidade que nós, Irmãs de São José, herdamos de nosso Fundador e de nossas primeiras Irmãs. Padre Médaille, ao partilhar o sonho do Pequeno Projeto, que seria mais tarde a Congregação das Irmãs de São José, desejava que cada membro tivesse sempre no coração a plenitude do Espírito Santo e tivesse como modelo a ser seguido a Eucaristia para que a Congregação fosse reconhecida como a do mais puro e perfeito amor (Carta Eucarística). Neste ano, nossa Congregação celebra os 200 anos de fundação, na cidade de Chambéry, onde Madre Saint Jean Marcoux e suas companheiras comprometeram-se de viver entre si e com os outros o ideal da espiritualidade proposto às Irmãs em 1650, em Le Puy en Velay. Uma Espiritualidade

profundamente bíblica, cristocêntrica e missionária chega aos nossos dias com o mesmo vigor e intensidade, porque as Irmãs carregam no coração a plenitude do Espírito. É ele quem dinamiza e atualiza em nós a capacidade amar, de buscarmos ser “todas de Deus ao serviço do caro próximo”. Movidas pela espiritualidade, nossas Irmãs se expandiram como um enxame de abelha. Cruzaram Oceanos. Enfrentaram desafios de comunicação, culturas, religiões, sistemas políticos não inclusivos, condições climáticas diversas. Encarnaram-se na vida e história de muitas civilizações. Tornaram-se pão partilhado em muitas entidades hospitalares, educativas, sociais. Fizeram-se relação e contagiaram muitas pessoas que, mesmo não sendo consagradas, vivem a espiritualidade da Irmã de São José em suas famílias, em seus ambientes de trabalho, de convivência e ação apostólica. A espiritualidade que perpassa a história é aquela que nasce do amor que se faz doação, se faz serviço, se faz comunhão.

O tabernáculo veio da Bélgica e exprime a internalização de nosso Carisma e Espiritualidade, interpretados por um leigo que ouviu falar sobre a vida das Irmãs de São José. Significa as pessoas que se congregam na força da comunhão e a expressam nos seus mais diversos trabalhos e engajamentos. Encontra-se na Casa Geral, em Roma, Itália. Foi doação das Irmãs da Província França/Bélgica, em 2010. Ir. Ieda Maria Tomazini Conselheira Geral - Roma, Itália

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LLPP vivendo o carisma de Unidade Província de São Paulo Como o Carisma mudou minha vida! Em 1995 recebi um presente valioso. Fui convidada a participar do grupo de Associadas da Congregação das Irmãs de São José, hoje “Leigas do Pequeno Projeto”. Aceitei com alegria e me senti abençoada. Agradeço a Deus todos os dias, por ter me conduzido, com seu amor, para o encontro com a Espiritualidade e o Carisma das Irmãs de São José. É maravilhosa e gratificante essa vivência. Aprendi, com empenho e muito esforço, através do exemplo vivo das Irmãs e dos estudos que fazíamos em nossas reuniões, a viver a comunhão, a solidariedade, a humildade, a simplicidade e o desapego em todas minhas atitudes. Entendi que preciso ser uma “faísca do amor de Deus”: na família, no trabalho e em todos os lugares. Sempre agradeço a Deus por este presente. Que muitas outras pessoas descubram essa riqueza e venham fazer parte de nosso time. Regina Helena Fagundes Castanho LLPP - Colégio Santana - São Paulo/SP

Quando, em 1994, fui convidada a fazer parte do grupo de Associadas das Irmãs de São Jose, hoje “Leigas do Pequeno Projeto”, não sabia bem o que era, apesar de conviver com as Irmãs desde minha infância. Depois de conhecer o Carisma e Espiritualidade da Congregação através das reuniões e estudos, me encantei e assumi meu compromisso em 2000. Assim, ao longo desses anos, além de aumentar meu conhecimento, fui mudando minha maneira de ver os acontecimentos e as pessoas na minha vida. A força da Eucaristia tem me ajudado bastante a viver e a fazer acontecer a comunhão e a união entre as pessoas, tornando minha vida mais plena de PAZ. Procuro ser o que nossa orientadora sempre nos diz: “ser faísca de nosso Carisma de cordial caridade, por onde formos e estivermos”. Lina Prandini LLPP - Colégio Santana - São Paulo/SP

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Província do Paraná Após participar dos encontros das Leigas/os do Pequeno Projeto pude conhecer profundamente o Carisma e Espiritualidade das Irmãs de São José, da Província do Paraná. Tive a oportunidade de participar do Encontro Inter de LLPP, no mês de setembro de 2011, em Curitiba/PR, sob o título: Lideranças. Incentivada pelo nosso Líder Jesus Cristo, pude conhecer o verdadeiro sentido da luta do Pe. Jean Pierre Médaille que era difundir a Unidade e Comunhão entre as pessoas da época. Aos poucos fui tomando consciência e me tornando participativa do Grupo de liderança de Curitiba. Nas reuniões mensais aprofundamos e refletimos sobre o Carisma e a Espiritualidade em nossa Missão. Todo o grupo vivencia sua Missão, atuando em diversas Pastorais: escolas, creches, hospitais, Igrejas e grupos de jovens. Fazemos isso seguindo o chamado da Trindade como Discípulas Missionárias. Após nossos encontros mensais, dispomos de momentos de lazer e confraternização. Isso faz com que criemos laços de unidade e amizade. Atuo como voluntária no reforço Escolar no Lar dos Meninos de São Luiz, em Curitiba, que recebe as crianças carentes. Sinto-me feliz em dar uma pequena colaboração na Educação de nossas crianças. Que Deus ilumine todos os grupos do LLPP para que possamos continuar vivenciando o Carisma de Unidade em todos os momentos de nossa vida. Zélia Pasquali Coordenadora dos LLPP da Província do Paraná

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Província de Caxias do Sul Sou Leiga do Pequeno Projeto a convite das Irmãs de São José. Faço parte do Grupo de São Marcos, Província de Caxias do Sul, que tem 15 anos de caminhada. Após muita oração, encontros, palestras, retiros, estudo da História da Congregação e convivência com as Irmãs, inteirei-me do Carisma e Espiritualidade propostos pelo fundador Jean Pierre Médaille. Com espírito de oração, com a força de Cristo Eucarístico e as bênçãos da Família de Nazaré, procuro desempenhar, com simplicidade e humildade, minhas tarefas na família, na comunidade e ser presença amiga junto às pessoas, dedicando carinho e atenção especial aos doentes e necessitados. Ser leiga do Pequeno Projeto soma muito aos serviços que desenvolvo junto à comunidade e no meio em que vivo. O exemplo de Jean Pierre Médaille e de tantas heroínas da Congregação me impulsionam a seguir em frente com as bênçãos de São José, nosso patrono. Em 2012, algo muito importante queremos lembrar e celebrar com gratidão: os 200 anos de Chambéry. Para isso, temos já uma data em que, com representantes dos grupos das três Províncias do Rio Grande do Sul, realizaremos um encontro de reflexão e celebração, lembrando a caminhada dos 200 anos de Chambéry, unindo-nos assim a todas as Irmãs e erguendo um hino de ação de graças pela vida e missão de nossas Irmãs antecessoras. Maria Marcolin São Marcos/RS

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Província de Porto Alegre

Vida em movimento A partir do ano 2000, após algumas tentativas anteriores, foram surgindo grupos de LLPP em nossa Província. Contamos hoje com 12 grupos, em 10 cidades do Rio Grande do Sul, totalizando 160 leigos/as e outros que rezam pela Congregação e participam de atividades diversas, estes denominados LLPP do 1º nível. Temos uma coordenação a nível provincial, constituída por três leigas e três Irmãs que planejam a programação anual, a partir das sugestões provenientes dos grupos, da avaliação e do encontro da equipe anual ampliada, da qual participam a Irmã responsável e o Leigo/a coordenador/a de cada grupo. Nos encontros mensais, refletimos temas de formação, carisma, espiritualidade e tempo litúrgico. Cada Leigo/a procura colocar seus dons a serviço da vida nas diversas pastorais. Sobretudo, aprofundamos o que é ser LLPP e como vivenciar esta nossa opção na família, no trabalho e na comunidade eclesial. Procuramos também perceber a vivência do carisma da Congregação, conhecendo, rezando e partilhando a vida das Irmãs que nos precederam, culminando com uma atividade que envolve todos os grupos. Também participando de celebrações e eventos da Província como Festa das jubilares, festa de São José, Retiro para LLPP e outras atividades junto às Irmãs nas comunidades locais.

Destacamos em:

- 2009, o estudo sobre Madre Saint Jean Fontbonne – Vida, Vocação e Missão: com encenação criativa das diferentes etapas de sua vida; visita da imagem em todos os grupos, atingindo suas famílias, atividades pastorais e comunidades eclesiais; e encontro, por regionais, repassando o Capítulo Geral. - 2010, o aprofundamento sobre Pe. Médaille nos 400 anos de seu nascimento: com celebração nas comunidades eclesiais; a festa das Irmãs de São José, LLPP e familiares, em Veranópolis/ RS; e a participação na Romaria das Capelinhas, em Guaíba/RS. - 2011, dedicamos tempo para conhecer a Madre Justina Inês – Vida, Vocação e Missão: com estudo de sua vida; a Romaria ao seu túmulo em Garibaldi/RS; e Celebração solene de sua vida. - 2012, os trabalhos são sobre a Madre Saint Jean Marcoux – Vida, Vocação e Liderança: com oração, estudo e reflexão, bem como a Romaria Vocacional ao Santuário Mãe de Deus – Porto Alegre/RS.

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Depoimentos

Impressionam os depoimentos sobre os frutos dessas culminâncias:  “Foi emocionante receber a imagem de Madre Saint Jean Fontbonne em nossas casas e comunidades. Houve vigília, reflexão e oração. Passei horas junto a sua imagem.” Grupo LLPP Santa Rosa, Rio Grande/RS  “A Romaria das Capelinhas foi grande demonstração de fé: uma multidão rezando. Pe. Médaille, na celebração de seus 400 anos, ficaria surpreso e feliz em ver que a pequena semente plantada há séculos, continua forte no amor e na unidade entre as Irmãs, leigos/as e o povo.” Norma Quadrado – Santa Rosa, Rio Grande/RS

 “A vida e o exemplo de Madre Justina me estimulam a não parar no tempo. É preciso estar a serviço. Estar aqui hoje significa que faço parte de um grupo e que isso me compromete na vivência com esse grupo. Preciso ser semente e despertar milagres no cotidiano de minha vida, na família e no grupo. Viver a missão que foi dela no hoje. Assumir a sua mensagem.” Bernardete Mazzarolo Foppa - Porto Alegre/RS

 “Uma caminhada de fé e compromisso. O número significativo das Irmãs de São José e de LLPP de vários lugares na celebração dos 400 anos de nascimento do Fundador entre a grande multidão, revela a grandeza do carisma de Unidade.” Jussara – São José do Norte/RS

• “A celebração das Jubilares nos emocionou muito com os testemunhos de vida vocacionada, ali festejados. A missa e a confraternização foram expressão de alegria e carinho, fazendo com que nos sentíssemos ainda mais membros da Congregação”. Grupo LLPP - Porto Alegre/RS

 “O estudo fez-me crescer espiritualmente. É um desafio em minha vida no sentido de calar-me diante da dor, confiando em Jesus Eucarístico que tudo pode. Ser mais dócil, agir com mansidão. Vejo na Madre Justina as características de Cristo. Emocionei-me muito ao ouvir o testemunho e depoimentos das pessoas junto ao túmulo da Madre Justina. Seu exemplo de vida, dedicação e coragem, fortificam minha vida.” Rosangela Gulglielmi Baldedessarelli – São Leopoldo/RS

• “A celebração do jubileu das Irmãs foi um momento de muita alegria, emoção e gratidão a Deus. A vida consagrada das Irmãs é garantia da continuidade do ideal do Pe. Médaille, através da Congregação de São José.” Grupo LLPP – São Francisco de Paula/RS

 “O exemplo de vida da Madre Justina me desafia a ver as coisas da melhor forma possível dentro e fora de casa e a ser exemplo de união, de fé, de ajuda no grupo e na comunidade.” Everton Martins Lopes – Perpétuo Socorro, Rio Grande/RS 38

 “Olhando para a Madre Justina e outras tantas Irmãs de São José a gente aprende a ajudar os que precisam. Como leiga procuro ajudar no que posso, pois tem muita necessidade hoje. O exemplo de paciência, humildade, fé e serviço da Madre é desafiador.” Lezilda Iungs da Silva – Montenegro/RS

 “O Retiro, encontro profundo como leigas, nos trouxe a reflexão sobre a nossa família, como estamos vivendo à luz da Trindade Criada, a Sagrada Família de Nazaré, e como estamos cuidando do maior tesouro: os nossos filhos, a maior graça de Deus. Foram dias de muita alegria junto com as queridas Irmãs, e de profunda amizade entre nós.” Celina Rodrigues e Vera Miron – São Leopoldo/RS

Ir. Guiomar Chemello Equipe de Coordenação Província de Porto Alegre


Província de Lagoa Vermelha Após ler um jornal de Ibiraiaras que relata a história e ouvir pessoas da comunidade testemunharem, decidi escrever um pouco da história de Maria Zandoná Baréa, leiga do Pequeno Projeto. Fiquei comovida e resolvi partilhar. Mãe de três filhos, cedo perdeu o esposo, fez o papel de pai e mãe. Com fé e coragem assumiu a administração dos bens, da casa e, sobretudo, o cuidado com os filhos. Maria foi professora, exerceu este ministério com amor, dedicação e responsabilidade. Muitos ex-alunos ainda lembram, com saudade, da professora que os marcou. Houve uma época que fazia 10 quilômetros a pé para atender uma escola no interior, pois não havia transporte. Realizou diversos trabalhos na comunidade: - Na FEBEM (Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor) atendendo crianças de baixa renda, quer no reforço escolar, quer em oficinas de artesanato, pintura, bordado... No tempo dedicado, com carinho e amor, procurou passar valores humanos e cristãos alimentando a esperança. - Na APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais), acolheu cada criança e adolescente portador de alguma deficiência. Dispensava seu amor de mãe e os auxiliava na fisioterapia. Realizou este trabalho com desprendimento e carinho, lembrando-se da frase de Jesus: “tudo o que fizerdes ao menor dos meus é a mim que o fazeis” (Mt 10,42). Chegou o dia da aposentadoria. Como aposentada, assumiu a coordenação da Catequese na Paróquia São José de Ibiraiaras/RS. Também assumiu como Ministra Extraordinária da Comunhão atendendo aos doentes. Dizia: “O Senhor me escolheu apesar de minhas fragilidades, por isso eu afirmo: aqui estou Senhor”.

Em 2001 foi convidada para pertencer ao grupo do Pequeno Projeto. Mulher de fibra, coração generoso, de oração e fé, assumiu o desafio de viver a Espiritualidade deixada pelo fundador Pe. Jean Pierre Médaille. O amor a Deus e ao próximo é a mola propulsora de sua vida. Vive o Pequeno Projeto na simplicidade, humildade e cordial caridade. Participa há 18 anos da Pastoral da Saúde e hoje coordena uma equipe de voluntárias que se dedicam à medicina alternativa, contribuindo com a recuperação da saúde. Sempre é solicitada para diferentes serviços na comunidade e é muito estimada pelo povo. Esta mulher, com 75 anos, é mãe exemplar e continua dinâmica, ativa, além de dispensar atenção às filhas, genros, netas e bisneta. Ela cuida da casa e ainda encontra tempo para coordenar um grupo de zeladoras do Apostolado da Oração. Anualmente, com a equipe realiza um encontro de oração-reflexão com cerca de 400 mulheres. Sempre preocupada com as vocações, semanalmente coordena um grupo que se encontra para um momento de adoração pedindo a Jesus Eucarístico que envie muitas vocações. Mulher persistente, pois faz em torno de 20 anos que realiza este trabalho. Ibiraiaras tem vocações e nos perguntamos não será fruto destas pessoas orantes que na simplicidade e abertura de coração suplicam ao Senhor da Messe que envie vocações? Queremos concluir dizendo: “Maria, continue sendo elo de unidade na família, na comunidade. Você dá um bonito testemunho”. Ir. Gema Bernardi Lagoa Vermelha/RS

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Região N/NE

Tomando consciência dos dons que Deus me concedeu, procurarei discernir a fim de dar uma resposta concreta e amorosa em cada circunstância de minha vida, sabendo que isto ajuda a minha realização pessoal e a do outro” (Máx. 2 Cap. l). Foi na contemplação desta Máxima, dentre outros estudos realizados, que entendemos que pertencendo ao grupo de Leigas e Leigos do Pequeno Projeto (LLPP), damos a resposta que Deus espera de cada um/a de nós. Somos da Região Norte e Nordeste do Brasil, do grupo LLPP, vivemos o Carisma e a Espiritualidade da Congregação das Irmãs de São José. Atualmente, estamos presentes nas comunidades: São Raimundo das Mangabeiras, Paraibano, São João dos Patos e São Luís, no Maranhão; Remanso, na Bahia; Marituba, no Pará; e Manaus, no Amazonas. Nosso objetivo comum é dar continuidade ao Projeto sonhado por Pe. Médaille. Para melhor vivermos o Carisma, a Espiritualidade e a Missão deste Pequeno Projeto nos organizamos da seguinte forma: uma coordenação Regional composta pela coordenadora, secretária e tesoureira, eleita de três em três anos em Assembleia Geral. Atualmente a coordenação Regional está com o grupo de São Raimundo das Mangabeiras, sendo que

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cada grupo também tem a sua coordenação local. Realizamos estudos com temas comuns decididos também na Assembleia Geral, procurando estar em sintonia com o planejamento da Congregação, assim estamos interligados, não só os grupos entre si, mas também com a Congregação, vivendo esse Projeto de UNIDADE. É gratificante ver como este grupo cresce a cada dia, tanto em quantidade como em consciência, em pertença, pois quanto mais se conhece a história da Congregação, mais se encanta por ela. Percebemos que beber desta fonte de água viva, nunca é demais, é isto que nos faz mergulhar fundo na contemplação dos mistérios fundantes ENCARNAÇÃO, EUCARISTIA e TRINDADE. É desta forma que procuramos ser fiéis à essência deste GRANDE “Pequeno Projeto”, ao qual pertencemos com muito amor e gratidão. Nosso louvor ao Pe. Médaille por tão linda e feliz inspiração, e à Congregação por ter dado continuidade ao Projeto. Somos felizes por pertencer a essa família que tem a missão de promover a DIGNIDADE e a COMUNHÃO com o querido próximo.

Joania Maria Gomes de Sousa Leiga do Pequeno Projeto Região N/NE


Região Bolívia Somos participantes del grupo del Pequeño Proyecto de las Hermanas de San José de Chambéry en San Joaquín, Provincia Mamoré, Beni, Bolivia. Nuestro grupo empezó el 14 de octubre del año 2007, con la motivación de las hermanas Elena Muraro, Madina Moroña y Ericka Rodriguez, que conformaban la comunidad en esa época. A través de reuniones mensuales fuimos conociendo la vida de nuestro fundador, Pe. Jean Pedro Médaille, la historia de la congregación, el Carisma, Vida y Misión. Animadas(os) por las hermanas de San José, estamos integradas(os) en las actividades pastorales en la parroquia, como ser: Catequesis, Liturgia, visita a los enfermos, Pastoral Social, Clubs de Madres, Ancianos, Personas portadoras de necesidades especiales y otros. Felices por estar celebrando 200 años de fundación, queremos vivir e intensificar nuestra sintonía y COMUNIÓN con toda la Congregación por medio de la oración y profundizando la Espiritualidad através de los Misterios Fundantes de la Congregación: TRINIDAD, ENCARNACIÓN, EUCARISTIA. En la promesa de seguir en comunión, nuestro saludo fraterno y votos de Felicitaciones en los 200 años. Grupo de LPP de San Joaquín - Bolivia

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Formação Comprometidas com o Carisma Neste ano estamos celebrando os 200 anos de fundação de Chambéry. Quanta vida, quantos desafios, quanta escuta, quanto sonho, quanta graça divina ao longo deste caminho. O compromisso é com o Reino de Deus! O compromisso é com a fidelidade na construção da Comunhão a serviço de vida digna para todas as pessoas.

Nossas primeiras Irmãs são as heroínas da história: firmes e ternas, frágeis e perseverantes porque sabiam contar com a proteção divina. Queremos olhar para seu testemunho de vida porque hoje nós também somos comprometidas com o Projeto de Deus, com o Carisma de Comunhão sonhado por nosso querido Fundador: Pe. Jean Pierre Médaille. E porque nos sentimos comprometidas com a continuidade de nosso carisma, cuidamos de modo muito especial, de nossa formação contínua que nos ajuda a viver as exigências de nossa vocação de Irmãs de São José e nos ajuda a darmos respostas sempre novas aos apelos que o Senhor faz à nossa vida pessoal, comunitária e apostólica (Cf. Const. nº 127). E não podemos ser as últimas a nos encantar com este maravilhoso sonho. Cuidamos também de pessoas que, admiradas com o viver e o atuar das Irmãs de São José, sentem o desejo de doar a vida a serviço da Construção da Comunhão. Após um processo inicial, estas pessoas expressam o desejo de serem Postulantes. Uma cerimônia de ingresso marca o início desta etapa da vida. O Postulantado é um período de formação e autoconhecimento; oportuniza à vocacionada crescer no conhecimento de Jesus Cristo e seu Projeto e cultivar um relacionamento pessoal com Ele, discernindo a autenticidade de seu chamado à Vida Religiosa Consagrada. É um tempo privilegiado em que a Postulante faz a descoberta progressiva do Carisma, da Espiritualidade e da Missão da Irmã de São José. É o tempo em que se dá o conhecimento recíproco da Congregação e da postulante. 42

Nesta etapa da formação inicial são oportunizados meios para que a Postulante alcance clareza sobre sua aptidão à Vida Religiosa Consagrada, para que cresça na fé e na consistência de suas motivações vocacionais no seguimento a Jesus Cristo, na Congregação. Estudos próprios, conforme Plano de Formação, engajamentos pastorais e profissionais fazem parte dos diversos meios que auxiliam no crescimento integral da postulante. A Mestra das Postulantes e outras Irmãs auxiliam no processo formativo. Vencendo as diversas propostas de caminhada, a Postulante expressa, por escrito, o desejo de dar continuidade ao processo formativo e pede para ingressar no Noviciado. O retiro e uma Celebração Eucarística marcam o início do Noviciado. Este é um período fundamental de formação para a Vida Religiosa Consagrada. Caracteriza-se pela orientação radical da pessoa para o seguimento de Cristo, no abandono ao Pai e na docilidade ao Espírito Santo. A Noviça procura assimilar o Carisma e a Espiritualidade da Congregação, manifestando sinais de vivência da unidade na diversidade. A Mestra das noviças é auxiliada pela comunidade formadora e por outras Irmãs, no processo formativo para oportunizar tempo e meios com o objetivo de intensificar a experiência de Deus; consolidar a opção pelo seguimento de Jesus Cristo, assimilando o Carisma, a Espiritualidade e a Missão da Congregação. Diversos conteúdos são estudados para ajudar a noviça a compreender toda a dimensão da Vida Religiosa Consagrada nos tempos atuais, sem perder de vista as raízes, o ponto de partida e como prosseguir de olhos fixos em Jesus. A Noviça é orientada a colaborar nas pastorais da Paróquia que é outra forma de ajudá-la na sua formação.

Postulantes


Após um discernimento acompanhado pela Mestra, a Noviça expressa seu desejo de se consagrar a Deus na Vida Religiosa, como Irmã de São José. Uma vez admitida à Primeira Profissão, um retiro de oito dias e uma Celebração Eucarística marcam o início da nova etapa de Formação: Etapa da Primeira Profissão. Uma Irmã é designada pela Superiora provincial para acompanhar a Irmã de Primeira Profissão que passa a integrar uma comunidade da Congregação. Este acompanhamento acontece através de encontros periódicos para a partilha de fé e vida e da missão. A Primeira Profissão é o tempo de formação que inicia com a emissão dos primeiros Votos e se estende até a Consagração Definitiva. Nesta fase, a Irmã continua a consolidar sua experiência vocacional, integrando e aprofundando sua Consagração a Deus, no seguimento de Jesus Cristo pelos Conselhos Evangélicos, vivendo numa comunidade de Irmãs com participação ativa e corresponsável. Esse período caracteriza-se pela busca de equilíbrio entre a formação religiosa, acadêmica, profissional, serviço apostólico e identificação do seu carisma pessoal com o Carisma e Projeto da Congregação. A Irmã de Primeira Profissão é incentivada ao estudo de uma segunda língua em vista da internacionalidade da Congregação e é motivada a realizar uma experiência missionária em outro país ou região desafiadora junto a pessoas que estão à margem da vida. Após releitura da caminhada e tendo atingido os objetivos desta etapa a Irmã expressa por escrito seu desejo de fazer sua Consagração Definitiva. Cabe à Superiora Geral admiti-la definitivamente na Congregação. Exercícios Espirituais Inacianos de oito ou de trinta dias fazem parte da preparação próxima e, numa Celebração Eucarística própria, a Irmã se consagra definitivamente na Vida Religiosa como Irmã de São José. A Irmã que realiza sua Consagração Definitiva não recebe diploma de haver concluído sua formação, pois esta prossegue até o fim da vida. Ao expressarmos todo o processo, nas diferentes etapas formativas, estamos reafirmando o quanto acreditamos nesta proposta de vida e o quanto estamos comprometidas com o Carisma da Irmã de São José. Este aprendizado nós o herdamos do Pe. Médaille e de nossas Irmãs predecessoras. Por isso somos agradecidas.

Noviças

Neste ano estamos celebrando os 200 anos de fundação de Chambéry. Quanta vida, quantos desafios, quanta escuta, quanto sonho, quanta graça divina ao longo deste caminho.

Comunidade do Noviciado

Ir. Eulália Antoniazzi Indaiatuba/SP

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200 anos e Deus continua abençoando!

200 anos significam a confirmação de que o amor de Deus por nós nunca se cansa. Perpassa os séculos, espaços e eternidade. Para nós, Irmãs de São José, é um grande motivo para agradecer e renovar nossa resposta amorosa a Deus. Somos Irmãs da Congregação do grande amor de Deus. Era desejo de nosso fundador, Padre Jean Pierre Médaille, que a “pequena Congregação das Irmãs de São José se espalhasse por toda a Igreja” . Madre Saint Jean Marcoux, como Pe. Médaille, experimentou o dinamismo de Deus em sua vida a favor das necessidades gritantes da época. Dinamismo este que ardeu em seu coração transbordando, com paixão, audácia e confiança, inflamando de zelo tantas Irmãs de São José que transpuseram suas fronteiras de origem e levaram seu entusiasmo a novas e distantes terra. Agradecemos a querida Madre Saint Jean Marcoux pelas 92 Irmãs que, após revelar a Boa Nova nas montanhas da França, cruzaram oceanos e continentes e chegaram até ao sul do Brasil sem esperança de retorno. Sua profunda fé, coragem e amor nos convidam a dar continuidade a esse lindo projeto de Deus, o “Pequeno Projeto.” Sim, o chamado de Deus continua e encontra ainda hoje jovens que, a exemplo de tantas missionárias 44

sonham e buscam responder o seu “SIM” a este DOM maravilhoso, pois o mundo, e mesmo a Igreja, estão carentes de fé, de unidade e de amor. Com este objetivo, após muita oração e reflexão, as equipes de coordenação provincial proporcionaram um novo espaço para a formação das jovens aspirantes. Sua sede atual é na Rua Raul de Oliveira, nº 62, Vila Oficinas – Bairro Cajuru, em Curitiba/PR. Confiamos a São José a guarda e condução da nova casa e de todas as jovens que farão seu discernimento vocacional! Que as sementes lançadas nos diferentes campos de missão de nossas Irmãs, continuem brotando e fortaleça o seguimento de Jesus como Irmãs de São José. Possamos, na Celebração dos 200 anos de fundação da Congregação de São José de Chambéry por Madre Saint Jean Marcoux, reabrir nossos olhos a esse Dom maravilhoso que nos foi confiado e reavivar a chama do carisma no chão de nossa vida e de nossas realidades. E a árvore da Congregação das Irmãs de São José continuará com suas folhas sempre verdes porque está “plantada junto às correntes das águas vivas”! Ir. Isabel Schelbauer Curitiba/PR


O desafio do ressignificar os passos na Vida Religiosa Consagrada como Irmãs de São José Nos dias 26 a 29 de janeiro de 2012, aconteceu em Porto Seguro/BA, o encontro das Irmãs de 1 a 15 anos de Consagração Definitiva. O encontro possibilitou o reencontro de convivência, a retomada da caminhada enquanto grupo, bem como vislumbrar e arriscar a dar alguns passos na perspectiva de uma organização que prime pela formação integral, como Irmãs de São José (ISJ). No espaço de tempo em que estivemos reunidas, muitas foram as experiências de reflexões, de partilha e de oração entre nós e junto à comunidade local, São Sebastião que nos acolheu alegremente. Fomos construindo a caminhada e vislumbrando passos a serem dados no processo, que segue assumido por cada uma. Algumas considerações pertinentes que fizeram parte das nossas reflexões, a partir do tema proposto: “Ressignificação da Vida Religiosa - Identidade da ISJ”. Refletimos que não basta fazer uso a linguagem ressignificar, precisa-se saber o que ressignificar, caso contrário não se tem processo a ser feito. O que queremos ressignificar na Vida Religiosa? Que aspectos consideramos pertinente a essa mudança? O que cada uma precisa ressignificar na vida pessoal? E na vida comunitária? E na missão de comunhão? Só acontece a ressignificação, se superarmos a fragmentação das nossas ações e assumi-las de uma maneira contextualizada e dispostas a deixarmos as nossas zonas de conforto. Com isso, faz-se necessário saber onde estamos, para onde vamos e como queremos chegar. Caso contrário, qualquer caminho serve. Destacamos alguns elementos que precisam ser ressignificados a cada dia, enquanto Irmãs de São José: a consagração, as relações, a vida comunitária e a missão. Para isso, precisamos assumir a ressignificação como parte do processo formativo, enquanto pessoa inacabada, bem como assumir o seguimento a Jesus Cristo, enquanto discípula, numa perspectiva dinâmica, criativa e comprometida com a causa do Reino. Esse processo precisa provocar em nós o assumir, gradativamente, a identidade de Irmãs de São José, agregando a cada dia elementos inegociáveis como pessoa em processo formativo. Junto às reflexões, tivemos também a vivência das oficinas que possibilitaram a olhar e tomar-nos nas mãos a experiência de Deus em nossa vida: - Oficina Imagem de Deus em mim, orientada por Ir. Elisa Zuanazzi que conduziu o grupo a retomar a imagem de Deus na sua história. - Oficina Vida de oração transformante, assessorada por Ir. Leni Menegat que conduziu o grupo a olhar para pessoas que testemunharam a oração na vida. - Oficina Dimensão Contemplativa, orientada por Ir. Geni Estegues Pereira que conduziu o grupo a fazer a experiência Deus, como Pe. Médaille propõe a contemplação na ação. Na vivência das oficinas foram retomados elementos que fazem parte do nosso cotidiano e da nossa espiritualidade. O desafio é conseguirmos assumir de maneira comprometida e responsável esse processo de ressignificação. O grupo

“Uma força de amor É presença de Deus É saudade ou desejo Que envolve meu ser E me faz caminhar...” (Música Presença, Pe. Osmar Coppi)

comprometeu-se ainda, continuar o aprofundamento, experienciando a quarta oficina com a Temática: Vida Comunitária. Esta oficina será vivenciada na comunidade em 2012. Eis o desafio! O convite é de cada uma sentir-se parte do processo, pois a história segue o seu curso. Nós queremos fazer história! Por isso, partilharemos mais vezes a nossa caminhada. “Diante de mim caminha alguém, que deixa sinais para quem segue depois!”

(Padre Osmar Coppi)

Ir. Edivânia Rodrigue da Silva Província de Lagoa Vermelha

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Liderança Serviço

Coordenação Provincial de Lagoa Vermelha

Irmã Ilda Brandalise: Coordenadora Provincial Irmã Rosa Ciotta - Conselheira Provincial Irmã Nadalina Perondi - Conselheira Provincial Irmã Elisa Fatima Zuanazzi - Suplente Irmã Rita Tessaro - Suplente

Coordenação da Região Norte e Nordeste Irmã Dominga Zolet - Coordenadora Irmã Joana Alexandre de Arruda Irmã Maria da Consolação Rocha Coelho

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Que a saúde se difunda sobre a terra Cada um de nós experimentou em si ou em alguém muito próximo a realidade de ter saúde e perdê-la. Com a doença, com a dor no corpo e a incerteza do amanhã, sentimos o mundo todo desmoronar. De uma hora para outra o mundo muda, as pessoas passam a ter outro significado e os lugares também. Até Deus ganha um espaço diferente. A dor e o sofrimento desorganizam nosso estar no mundo, alteram nossa percepção da realidade, nosso jeito de compreender a vida e de levá-la. Ao discutir o tema da saúde pública, a Campanha da Fraternidade de 2012, além de considerar todas as consequências individuais ou familiares que a ausência da saúde causa nas pessoas e nas famílias, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pretende que as comunidades e a sociedade reflitam e provoquem melhorias no setor que cuida da saúde de toda a população que vive no território nacional. Ora, essa é uma provocação exigente e ao mesmo tempo estimulante! A tarefa não é simples porque supõe escolhas de ordem individual, compromissos comunitários, construção conjunta com outros atores sociais que pensam diferente e pressão sobre quem é responsável pela efetivação das políticas no campo da saúde. E é isto também que torna a ação estimulante, pois o Sistema Único de Saúde (SUS) não está pronto, nem completo. Sua efetivação depende da nossa participação, do nosso controle, da nossa fiscalização. A Campanha da Fraternidade aponta para três grandes desafios que os cristãos são chamados a atuar a fim de que a “saúde se difunda sobre a terra”.

ções, cabe a presença solidária, o carinho, a ternura que constroem confiança e valorizam a pessoa para que ela não se sinta um peso ou incômodo.

Participar para garantir direitos

A Constituição garante que “a saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado” (art. 196). Esse direito constitucional foi regulamentado com a criação do SUS, que possui grandezas e limites, mas não está pronto. A participação vigilante nos espaços de controle social (conferências, conselhos, audiências públicas) é o caminho para melhorar o atendimento e qualificar a atenção à saúde do povo. Acompanhar o serviço de saúde local, denunciar irregularidades, mobilizar a comunidade para exigir seus direitos e valorizar os profissionais que se dedicam são formas de qualificar o SUS. O mais importante: ter consciência de que a saúde é um direito, não um favor que os gestores públicos oferecem à população. Frei José Bernardi Capuchinho, professor da ESTEF e Secretário Executivo da Pastoral da AIDS

Cuidar antes

Isso quer dizer que a saúde não pode ser cuidada, em primeiro lugar, quando ela já se foi. A preservação da saúde está intimamente ligada ao estilo de vida, ao modo como nos alimentamos. Podemos estimular em nossa família e comunidade atitudes simples que causam grande impacto na saúde e ajudam a evitar doenças: lavar as mãos, por exemplo! A história da medicina se divide por esse singelo ato. A saúde passa pela escolha dos alimentos e bebidas, pela quantidade de sal e açúcar que ingerimos, pelas caminhadas, mas também pelo jeito que decidimos encarar a vida e o mundo, pelo otimismo, pela capacidade de ajudar os outros, pela dedicação a causas que vão além do nosso umbigo...

Acompanhar

Somos marcados pela fragilidade. Mais cedo ou mais tarde vamos experimentar a limitação em nós e nos outros. Enquanto não chega a nossa vez, cabe-nos a proximidade curativa junto a quem vive a situação de doença e sofrimento. A prática de Jesus e de tantos cristãos na história indicam a maneira de acompanhar e estar próximo de quem convalesce. Mais que a busca de explica-

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Irmãs de São José, enviadas em missão Na estrofe do canto acima, percebemos que Deus nos desafia a sermos missionários e missionárias. Esta é a razão de ser de toda pessoa batizada. Não é privilégio para alguns ou algumas, como explica São Paulo: “Anunciar o evangelho é necessidade que se impõe” (I Coríntios 9,16). É compromisso da comunidade, enquanto vive e concretiza sua fé. “Em seu desígnio de amor, o Pai envia o Filho, que assume a condição humana para nos salvar e revela que somos irmãos e irmãs, porque filhos e filhas de Deus. As Irmãs de São José são chamadas, consagradas e enviadas, na Igreja, à qual Cristo confiou a continuidade de sua missão” (Constituições, 64). No decorrer de nossa história, nos deparamos com muitos fatos que demonstram a clareza e a consciência de nossas irmãs missionárias no que se refere à missão da Congregação. Sabiam que para serem missionárias não era só percorrer grandes distâncias, ir além-fronteiras, mas também o deixar-se desafiar pelo diferente, ir ao encontro dos mais necessitados e excluídos, a exemplo do fundador, Pe. Jean Pierre Médaille. A perspectiva do esvaziar-se de si mesma para plenificar-se em Deus, possibilitou à Irmã de São José encontrar-se com os mais necessitados, a fim de realizar a finalidade da Congregação do Grande Amor de Deus. Jovens e audaciosas Irmãs, desde o século XIX, despediram-se da França e partiram para terras desconhecidas. Presentes nos cinco continentes, num grande esforço de solidariedade, atendendo aos apelos deixados pelo Fundador e iluminadas pela Palavra de Deus, as Irmãs se entregaram ao diferente, ao inseguro, superando os limites geográficos e o medo. Diante da situação de abandono e de miséria em que jazia o povo, elas eram convidadas a assumirem frentes de missão no mais completo despojamento. Fundaram hospitais para cuidar dos doentes, escolas para alfabetizar crianças e atendiam as pessoas em grandes necessidades, consequências de graves situações vividas na época: órfãos, viúvas, idosos abandonados em seus anseios de vida digna. Irmãs francesas partiram em missão para o Brasil, sem saber falar o idioma, sem conhecer a terra, o povo e a cultura. Tudo lhes era desconhecido. O que haveriam de encontrar? A terra fértil em que o “grão de mostarda” caiu permi-

“Ide por todo o universo meu Reino anunciar; Dizei a todos os povos que eu vim pra salvar; Quero que todos conheçam a luz da verdade, Possam trilhar os caminhos da felicidade.” (Frei Luiz Turra)

tiu que ele germinasse, crescesse e produzisse seus frutos. Poucos anos depois, Irmãs brasileiras também foram em direção à França, que impregnadas pela mesma audácia das Irmãs francesas partiram para lá, sem perspectivas de retorno ou de rever seus familiares e sua terra natal. Como entender esta vocação e opção sem a luz da fé? Milhares de Irmãs de São José, guiadas pela Palavra de Deus, atentas aos apelos da Igreja e com consciência clara de pertencer a uma Congregação internacional, fizeram história, tornando-se missionárias, mulheres de Deus a serviço do seu Reino, construindo um mundo novo. Nós, que vivemos o mesmo carisma, continuamos assumindo novas frentes de missão. As Irmãs que são enviadas e partem para terras além-fronteiras mantém a mesma fé, coragem e audácia que tiveram as primeiras missionárias. “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (João 20,21). No seguimento a Jesus Cristo, tornamos conhecido seu Evangelho, num esforço contínuo de responder aos anseios do povo, com renovado ardor missionário, na dinâmica da construção do Reino de Deus. Os apelos da missão exigem de nós disposição constante, para responder às necessidades da Igreja, da Congregação e aos desafios da sociedade em constante transformação. Sensíveis aos sinais dos tempos, promoveremos vida em todas as dimensões para tornar visível o desejo de Jesus Cristo, em sua última ceia: “Pai que todos sejam um, como tu e eu somos um” (João 17). Ir. Adelide Canci Vacaria/RS

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O carisma na Missão: A Iniciativa de Solidariedade de CSJ Missioni

CSJ Missioni onlus (Organização não lucrativa de utilidade social). O que significa? Indica mais do que um universo inteiro dedicado à ação de voluntariado para a realização do bem comum. É uma organização de cooperação internacional, fundada em Roma, em 2008. A sigla significa Congregação das Irmãs de São José, pois o grupo pretende manter as missões da Congregação que busca promover a solidariedade, o crescimento humano e espiritual, bem como a solução dos problemas sociais. A ação da CSJ Missioni onlus envolve a pessoa como parte de uma comunidade que deve se desenvolver, considerando prioritária a utilização dos recursos de cada pessoa, ignorando a lógica do lucro para recuperar os valores que realmente trazem a felicidade interior. O CSJ Missioni está em Fisciano, Itália, onde trabalham as Irmãs de São José de Chambéry, com múltiplas iniciativas que vão desde a coleta diferenciada solidária à intervenção direta que sustenta a população desfavorecida. Para conhecer as realizações, é muito útil ir ao Facebook, à página www.facebook. com/groups/287138680331. Por ter nascido em Fisciano, está lá a sua sede

principal, mas em outras cidades onde estão as Irmãs de São José, novos grupos de voluntários vão sendo criados para sustentar as campanhas e os projetos da comissão. Graças a esta rede de colaboradores, feita de leigos e de Irmãs, de jovens e de adultos, todos juntos, é que no Natal passado a organização pode vender 1.450 panetones, recolhendo cerca de 13 mil Euros para a construção de uma escola na periferia de Lahore, administrada pelas Irmãs de São José no Paquistão. Trata-se do último projeto apresentado pela CSJ Missioni ao Conselho Geral da Congregação, com o qual a comissão trabalha em estreita colaboração, depois da ajuda à Tanzânia, Moçambique e Brasil. Outra fonte de compromisso é a atividade de reciclagem, nascida com a coleta de tampinhas de plástico e de diversas espécies de metais. Ir. Mariaelena Aceti, presidente da organização, explica como a CSJ Missioni havia lançado o convite para a coleta das tampinhas: “Convencida de que somente uma cultura de aliança entre o humano e o meio ambiente – como recorda o Papa Bento XVI em “Caridade na Verdade” – é capaz de moldar hábitos do consumidor e estratégia industrial e comercial com vista a minimizar o uso do plástico e isto só acontece através 49


da prática do gesto diário responsável no confronto da natureza e da humanidade, os voluntários da CSJ Missioni onlus promoveram, faz alguns anos, a coleta de tampinhas de plástico no município de Fisciano.” Elide Nastri, estudante de engenharia e participante do grupo, afirma que na última Primavera, através da CSJ Missioni, foram recolhidos duas toneladas de tampinhas de plástico, graças também à contribuição da Universidade de Salerno. “Trabalhamos na Itália para mudar as atitudes e as mentalidades desenvolvendo atitudes responsáveis e solidárias e nos países empobrecidos para promover a dignidade humana e o desenvolvimento juntamente com os missionários e as missionárias”,

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explica Ir. Mariaelena. Recente é o empenho da organização ao lado da Fundação Magis para o Chifre, na África, através da Campanha “Ação é a Opção”. “A Não Ação não é Opção” escreveu em julho o Padre Provincial Agbonkhianmeghe E. Orobator, SJ em um apelo que marcou o início do socorro da Província da África Oriental dos Padres Jesuítas aos refugiados vindos exaustos para as regiões do Norte do Quênia (Kitui, Turkana, Pokot do Leste, Marakwet, Lodwar). Para informações sobre CSJ Missioni é possível conectar-se com o site www.csjmissioni.it

Michela Maffei Itália



“Padre Jean Pierre Médaille resume a espiritualidade da Irmã de São José numa consagração ao amor trinitário e convida a viver esse amor como o viviam Jesus, Maria e José.” (Constituição nº 6)


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