CRIANÇA PEQUENA
MODOS DE CUIDAR E EDUCAR
CRIANÇA PEQUENA Modos de cuidar e educar ?(Julho 2007 a Dezembro 2008)?
”No ambiente em que a criança vive os primeiros anos estarão estabelecidas as formas e os limites para as relações e interações entre as gerações”. (Kaslow, 1994)
REALIZAÇÃO PETROBRAS Governo do Estado da Bahia Conselho Estadual da Criança e do Adolescente da Bahia - CECA
ELABORAÇÃO AVANTE Educação e Mobilização Social Ana Luiza Oliva Buratto Coordenação do Projeto Deborah Kotek Selistre Osorio Fabíola Margeritha Bastos de Santana Coordenação da Pesquisa Ana Luiza Oliva Buratto Deborah Kotek Selistre Osorio José Carlos Dantas Meirelles Análise e Redação Maria Clarice do Prado Valladares Silva Revisão Textual
PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO KDA Design
Agradecimentos
Às famílias euclidenses que abriram suas casas e corações para os 29 agentes comunitários de saúde do município, capacitados e cadastrados como entrevistadores nesta pesquisa de Competências Familiares em Euclides da Cunha
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS À Prefeita Maria de Fátima Nunes Soares Às Secretárias Municipais de Saúde, Assistência Social e Educação Luciana D'Lima França Lucileide Dantas dos Santos Melo Maria Auxiliadora Moura de Abreu Às representantes da área da Saúde Liliane Freire Simone de Matos Abreu pelo apoio na mobilização e supervisão do trabalho de campo dos pesquisadores Aos pesquisadores Ângela Maria da Silva Santos Cátia de Souza Costa Clessiclei Matos de Santana Ed Carlos da Silva Edilene Araújo Aniceto Edileuza Rabelo de Abreu Esmeralda Dantas dos Santos Humberto Lial de Sena Jerailda de Souza Bitencourt José Américo Santos da Silva José Raimundo Alves Luciano Peixinho Pereira Luciano Souza de Carvalho Lucineide Pereira Lima Maria Conceição Reis da Costa Maria Eudes Dantas da Silva Maria Ferreira Ribeiro
Moacilene Damasceno de Santana Rita de Cássia Matos de Carvalho Rogelma Araújo de Macedo Rosângela Ferreira de Almeida Simone de Matos Abreu Solange dos Reis Sena Vanessa Ferreira de Brito Vera Márcia Gomes Macedo Tatiane Dantas dos Reis Thomaz de Aquino Severo dos Santos Timóteo de Jesus Costa
E a Diana Patrícia Varjão dos Santos, um agradecimento especial pelo acompanhamento dos colegas durante a realização da pesquisa.
Apresentação
Esta Pesquisa teve por objetivo avaliar em que medida, e de que maneira, no município baiano de Euclides da Cunha, situado no nordeste do estado, semiárido, a cerca de 300Km de Salvador, estão sendo exercidas as chamadas “competências familiares na atenção a crianças de 0 a 6 anos”. Aspectos tais como pré-natal, parto, aleitamento materno, revisão puerperal, coesão familiar, interatividade, proteção, cuidados e estimulação psicossocial dos filhos e filhas foram levantados e analisados, a partir de uma amostra constituída por 420 famílias que tinham sob sua responsabilidade um total de 552 crianças. O projeto, realizado pela AVANTE, utilizou metodologia, procedimentos e instrumentos de pesquisa desenvolvidos pelo UNICEF, instituição com a qual tem estabelecido parcerias em ações semelhantes anteriores. Contou, neste caso, com a colaboração da Prefeitura do município e apoio financeiro da PETROBRAS, mediante convênio com o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente do Estado da Bahia, que, através do FECRIANÇA, financiou as ações do Projeto. Resultados da pesquisa indicam aspectos que podem ser considerados bastante positivos em termos do exercício de certas competências familiares, por exemplo, em relação à efetivação de registros de nascimento e do cumprimento de calendários de vacinação. Mas, como se poderá observar adiante, há outros tantos aspectos que requerem e merecem atenção. Por exemplo, a limitada participação dos pais no acompanhamento a consultas de pré-natal, não obstante todas as recomendações e apelos dos órgãos de saúde, chamando a atenção para o significado desse acompanhamento como forma de criar o ambiente de apoio e confiança tão importante para a gestante e a criança que vai nascer. O baixo retorno das mães, após o parto, ao profissional de saúde para as chamadas revisões puerperais é outro indicativo de cuidado cuja importância não foi ainda suficientemente difundida e assimilada. Para ilustrar a relevância desses cuidados do pré-natal, do parto e do pós-parto, vale registrar a advertência, gravíssima, que faz S.M., a Rainha Rania Al Abdullah, da Jordania. Nestes termos: “Embora as causas de complicações durante a gestação e o parto sejam as mesmas no mundo todo, suas consequências variam significativamente entre os países e entre as regiões. Atualmente, na Suécia, o risco de uma jovem morrer devido a causas relacionadas à gestação é de uma em 17.400. Em Serra Leoa, esse risco sobe vertiginosamente para uma em oito” (UNICEF, Situação Mundial da Infância, 2009, p.11) Como se tem verificado em outras comunidades semelhantes analisadas, a utilização de boas práticas de higiene como forma de prevenir doenças, especialmente das crianças, sabidamente mais vulneráveis, continua precisando ser incentivada. O mesmo pode ser dito em relação à compreensão da influência, particularmente nessas faixas etárias – de 0 a 3 e 4 a 6 anos de idade - da coesão familiar, da interatividade e da realização de atividades que possam contribuir para a estimulação psicossocial das crianças.
Como se sabe, hoje há uma nova maneira de pensar e ver este período da vida humana, entendendose agora mais claramente o seu significado e sua influência no desenvolvimento físico, intelectual e emocional no futuro de cada criança. Compreende-se, atualmente, com base em estudos científicos, a indispensável complementaridade entre os dois processos fundamentais no trato com a criança pequena – o cuidar e o educar e a importância de desenvolvê-los juntos, sempre. Por isso, o novo papel atribuído às creches ou centros de desenvolvimento infantil. Como tem sido comprovado em avaliações anteriores (Salvador, Lauro de Freitas, Mata de São João), realizadas pela AVANTE, em parceria com o UNICEF, é muito baixo o número de crianças em creches. Em Euclides da Cunha, são apenas 7,3%. Em números absolutos, 401 crianças (378 em estabelecimentos municipais), quando, segundo estimativas do IBGE, havia, em 2007, no município, 3.716 crianças com até 3 anos. Aliás, a ampliação do acesso às creches públicas vem sendo considerada uma questão nacional, tendo em vista a importância hoje atribuída a esses primeiros anos de vida em razão de seus reflexos sobre o desenvolvimento futuro das crianças. Registre-se, porém, para dar uma idéia da necessidade de disseminar essa compreensão que uma pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo, USP, entre mães da maior cidade do País, concluiu que estas, especialmente as das camadas mais humildes, quando colocam seus filhos em creches, não têm qualquer preocupação com a sua qualidade pedagógica. Ou seja, a simples obtenção de um local para deixar a criança, com alimentação, higiene e atenção à saúde faz com que elas se sintam mais do que satisfeitas.(www.aprendiz.uol.com.br) Finalmente, além de outros aspectos que serão oportunamente abordados, os resultados desta Pesquisa confirmam que apesar da expressiva ampliação de espaços e possibilidades de participação social previstos, particularmente na área de saúde, esta ainda está muito longe de efetivar-se. Em Euclides da Cunha, apenas 26,4% dos entrevistados disseram já haver solicitado a criação de um serviço. Mais de 55% deles declararam que nenhum membro da família participou de qualquer reunião para discutir questões ligadas à saúde. Assim, constata-se a necessidade de se continuar defendendo, e praticando princípios, objetivos e normas inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Constituição Federal brasileira, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no Estatuto da Criança e do Adolescente e, de modo operacional, no Projeto UNICEF Família Brasileira Fortalecida, visando à garantia dos direitos da criança. Ao fazê-lo, a AVANTE e seus parceiros, anteriormente mencionados, estão convencidos da imprescindibilidade de que o desenvolvimento e aplicação desses princípios se caracterizem, sempre, por: 1º - um trabalho articulado e integrado de famílias, órgãos públicos - especialmente das áreas de saúde, educação, assistência social - bem como de outros atores sociais; 2º - ações de que resultem aprendizados mútuos por parte de todos eles; e 3º - respeito, em todas essas ações, a valores, crenças, saberes locais e a postulados básicos da construção coletiva do conhecimento, da educação de adultos e da educação continuada.
Sumário
O CONTEXTO: PROJETO TECENDO A MANHÃ
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A PESQUISA
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Metodologia aplicada
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Questionário
9
Amostra
9
Pessoal e coleta de dados
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Tratamento dos dados
10
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE EUCLIDES DA CUNHA
11
RESULTADOS E ANÁLISES
13
1
Bloco A - Identificação
13
2
Bloco B - Pré-Natal
15
3
Bloco C - Nascimento
18
4
Bloco D - Alimentação
19
5
Bloco E - Suplementação
21
6
Bloco F - Prevenção e tratamento de doenças
22
7
Bloco G - Estimulação psicossocial
24
8
Bloco H - Gerenciamento do comportamento
26
9
Bloco I - Proteção
27
10
Bloco J - Conscientização, demanda e uso de serviços
29
11
Bloco L - Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses
31
12
Bloco M - Aspectos Socioeconômicos
31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
33
ANEXOS
35
Tabelas
36
Questionário
52
O contexto: Projeto Tecendo a Manhã
O projeto Tecendo a Manhã é fruto da parceria com a PETROBRAS, o GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, o CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DA BAHIA – CECA e a PREFEITURA DE EUCLIDES DA CUNHA. Desenhado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento infantil de crianças até seis anos de idade e diminuir sua situação de vulnerabilidade em relação à violência, tem sua estratégia alicerçada em dois grandes eixos: qualificação do exercício das competências familiares e fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente. As ações iniciaram-se com o levantamento de dados para avaliação e construção de um conjunto de informações básicas – ou seja, de uma linha de base – sobre o exercício das competências familiares na atenção às crianças de 0 a 6 anos no município, mediante aplicação de questionário próprio, do UNICEF. A partir dessa linha de base poderão ser monitoradas, ao longo do tempo, as mudanças no comportamento das famílias no que diz respeito ao cuidado com suas crianças pequenas, e os resultados das ações implementadas através deste e de outros projetos. Também como parte do projeto Tecendo a Manhã foram desenvolvidas ações de qualificação de profissionais em diferentes áreas – especialmente de saúde e de educação – além de outros atores sociais ligados à rede de apoio às famílias e à garantia de direitos das crianças. Oficinas, reuniões, seminários foram realizados visando à preparação de entrevistadores, de reeditores sociais para o trabalho com o kit FBF junto às famílias, além de encontros e outras atividades com autoridades locais, especialmente representantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente1. O desenvolvimento dos trabalhos contribuiu, ainda, para a elaboração do documento Mapa de Políticas Públicas e Serviços para Crianças de até 6 anos de Euclides da Cunha, importante fonte de consulta para agentes públicos, sociedade civil organizada e para os cidadãos em geral. O Mapa contém informações sobre Estrutura de Serviços e Instrumentos Essenciais de Proteção à Criança de 0 a 6, Mapas Geográficos do Município, Previsões Legais sobre o Quadro de Órgãos de Gestão do Sistema de Garantia de Direitos, além de matérias sobre Educação (Rede Municipal de Serviços da Educação, Acesso à Educação Infantil no Município dentre outras), Saúde (Rede Municipal de Serviços, Atendimentos etc.) e Assistência Social
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(Rede Municipal, Programa Bolsa Família do Governo Federal, dentre outras).
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1 O Sistema de Garantia de Direitos – SGD é o conjunto articulado de pessoas e instituições que atuam para efetivar os direitos de crianças e adolescentes. Seu trabalho está alicerçado em três grandes eixos: Promoção, Defesa e Controle Social. Fazem parte desse sistema a família, as organizações da sociedade (instituições sociais, associações comunitárias, sindicatos, escolas, empresas), os Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e as diferentes instâncias do poder público (Ministério Público, Juizado da Infância e da Juventude, Defensoria Pública, Secretaria de Segurança Pública). Maiores informações sobre o SGD podem ser encontradas no Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como no endereço eletrônico http://www.ceca.ba.gov.br/eca_sistemadireitos.html.
A Pesquisa
O objetivo deste estudo foi avaliar o exercício das competências familiares na atenção às crianças de 0 a 6 anos no município de Euclides da Cunha. Seus resultados originaram a linha de base sobre o tema, que poderá servir como parâmetro, em estudos futuros, para avaliação dos resultados das ações de políticas públicas municipais, bem como da disseminação de informações e conhecimentos relacionados com a utilização do Kit Família Brasileira Fortalecida junto às famílias, com vistas à sua melhor qualificação para educar, cuidar e proteger suas crianças. Para tanto, foi realizada uma coleta de dados primários a partir de um questionário estruturado, com perguntas fechadas, aplicado a 420 famílias euclidenses, moradoras das mais diferentes regiões do município, entre os dias 1° de agosto e 30 de setembro de 2009.
METODOLOGIA APLICADA Seguindo a orientação constante da publicação UNICEF Como avaliar as Competências Familiares na atenção às crianças de até 6 anos2, optou-se pelo método de amostragem por conglomerado / zonas censitárias para se ter uma amostra representativa do nível das competências familiares como um todo. A seguir, foi estimada a quantidade de questionários a serem aplicados junto à população de Euclides da Cunha, realizado o sorteio probabilístico simples das áreas pesquisadas e efetuada a distribuição de entrevistadores nas áreas sorteadas.
QUESTIONÁRIO O instrumento de coleta utilizado foi um questionário padronizado e pré-codificado, com perguntas fechadas, fornecido pelo UNICEF. Organizado em doze blocos de questões – de A a M – o questionário permite levantar dados e informações que vão desde a identificação da família e da criança, aos aspectos ligados ao atendimento pré-natal à gestante, ao nascimento, à amamentação, a práticas de higiene, até a estimulação psicossocial da criança e ao gerenciamento do seu comportamento, dentre outros. Os blocos e uma cópia do questionário encontram-se disponíveis no Anexo, ao final deste documento.
AMOSTRA O questionário foi aplicado junto a 420 famílias de Euclides da Cunha com pelo menos uma criança de até 6 anos. O entrevistado foi o principal cuidador da criança mais velha, dentro desta faixa etária. No caso de existência de mais de uma criança no domicílio, o questionário fazia referência apenas à
2 Bernando Lessa Horta – [et al.]. Como avaliar as competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos. Brasília : UNICEF, 2005.
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criança mais velha, admitindo-se que os cuidados endereçados às demais crianças seriam semelhantes.
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Isso significa que o universo do estudo foram famílias com uma ou mais crianças de até 6 anos de idade, e o universo de crianças, elas mesmas. Após a obtenção do consentimento do responsável, o questionário era aplicado.
PESSOAL E COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada por 29 Agentes Comunitários de Saúde do município. Cada AgenteEntrevistador trabalhou em sua própria área de atuação, sendo 9 na sede do município e 20 na zona rural. Em cada domicílio, conforme destacado, foi entrevistado o responsável por cuidar da criança mais velha da faixa etária de até 6 anos de idade ali residente.
TRATAMENTO DOS DADOS A crítica dos questionários aplicados foi realizada pela coordenação da pesquisa. A revisão dos questionários foi feita inicialmente pelos supervisores do trabalho de campo e, posteriormente, os dados obtidos foram tabulados e analisados, utilizando o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences). Foram realizadas análises descritivas de frequencia e cruzamento entre variáveis. Algumas
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variáveis foram submetidas a teste de correlação (qui-quadrado), tratando-se de variáveis nominais.
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Caracterização do Município de Euclides da Cunha
Previamente à comunicação e análise dos resultados da pesquisa, faz-se necessária uma breve descrição do município de Euclides da Cunha, especialmente voltada aos serviços públicos oferecidos às suas crianças, adolescentes e famílias, bem como uma breve referência à instalação e funcionamento do seu Sistema de Garantia de Direitos. O município de Euclides da Cunha, localizado no semiárido baiano, está encravado no Polígono das Secas, Microrregião do Sertão de Canudos, distante 320 km de Salvador. Tem área total de 2.325 km² e população de 56.625 habitantes e aproximadamente 14,5 mil famílias, assim distribuídos: 25.953 habitantes na zona urbana e 30.378 habitantes na zona rural (IBGE, contagem 2007). Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,596, bem abaixo da média do Estado da Bahia que é de 0,680 (IBGE 2000) e o Índice de Desenvolvimento da Infância (IDI), de apenas 0,410 (UNICEF 2004). Os primeiros habitantes de Euclides da Cunha foram os índios Kaimbés, da tribo dos Tupiniquins, que se instalaram inicialmente na aldeia de Massacará. Por volta de 1888, José Higino Lobo fundou a povoação denominada por Nossa Senhora do Cumbe. Município criado com território desmembrado de Monte Santo foi finalmente elevado à condição de cidade e emancipado em 19 de setembro de 1933. Recebeu, então, o nome de Euclides da Cunha, em homenagem ao jornalista e engenheiro militar autor de “Os Sertões”, com base em reportagem contundente que havia elaborado sobre a Guerra de Canudos, encomendada pelo jornal “O Estado de São Paulo”. Segundo dados do Censo de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aproximadamente 79% da população local tem mais de 10 anos de idade. Destes, 31,4% têm menos de um ano de instrução. A baixa escolaridade evidenciada se reflete na renda da população: mais de 51% dos residentes com mais de 10 anos declaravam-se, em 2001, sem rendimento nominal mensal, enquanto pouco mais de 35%, contar com renda mensal igual ou inferior a um salário mínimo. As crianças com até 6 anos de idade respondiam no último Censo a 15,24% da população do município. De acordo com o Ministério da Saúde, o município conta com o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), hoje considerado um programa de transição para a Saúde da Família, através do qual os ACS têm suas ações acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família. Os 110 ACS de Euclides da Cunha atendem a 79,71% da população do município, segundo informações da Secretaria de Saúde. A rede municipal de educação de Euclides da Cunha somou 20.828 matrículas em 2007 – 1.572 na préescola, 18.857 no ensino fundamental regular e 399 na Educação de Jovens e Adultos. Conta com 143 unidades de ensino, as quais somam 582 funções docentes (INEP 2007).
3 O IDEB foi criado em 2005 com intuito de medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. Criado pelo Instituto Nacional de Estudos e de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, ligado ao Ministério da Educação como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE, é calculado com base na taxa de rendimento escolar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e na Prova Brasil. Assim, para que o IDEB de uma escola ou rede cresça, é preciso que o aluno aprenda, não repita ano escolar e frequente a sala de aula.O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022, em uma escala de zero a dez, – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.
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Em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB3 do município, apesar de ter aumentado especialmente nos anos iniciais do Ensino Fundamental, ficou ainda abaixo da média do Estado da Bahia, bem como da média da região Nordeste, tanto nos anos inicias do Ensino Fundamental, como nos seus anos finais, conforme quadro demonstrativo a seguir.
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QUADRO 1
Comparativo do IDEB municipal com média do Estado e da Região
Euclides da Cunha
Média do Estado da Bahia
Média da Região Nordeste
Anos Iniciais do Ensino Fudamental
2,7
3,4
3,5
Anos Finais do Ensino Fudamental
2,6
2,7
2,9
IDEB 2007
Trazer o resultado do IDEB municipal no contexto desse documento tem sua razão ligada ao fato de que, para os pais, esse índice pode ser uma excelente ferramenta para orientar a escolha de em qual escola matricular seus filhos, como também para estimulá-los a cobrar, dos gestores públicos e dos diretores das instituições, melhorias na oferta e na qualidade da educação oferecida a seus filhos. Em relação ao Sistema de Garantia de Direitos - SGD, o município tem trabalhado no sentido de instituir o atendimento universal aos cidadãos euclidenses, com atenção aos regramentos do Estatuto da Criança e do Adolescente para atendimento preferencial a essas faixas etárias e às gestantes. Entre os órgãos de defesa que compõem o Sistema, estão instalados e em funcionamento os seguintes: Conselho Tutelar – constituído por 5 membros titulares e 5 suplentes, com mandato de 3 anos, atendendo às 2 regiões municipais, sede e zona rural; Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, em fase de reestruturação face o aumento do número de conselheiros de 8 para 10, divididos paritariamente entre representantes do Poder Público e organizações da sociedade civil. Foro Judicial Desembargador Aloísio Batista, que funciona diariamente das 08h às 18h, com serviço de plantão judicial, na Rua Des. Aloísio Batista, n. 119. Conta com 2 juízes na comarca, que atendem aos municípios de Euclides da Cunha, Quijingue e Novo Triunfo. Ministério Público – composto por dois promotores que atendem na sede própria do Ministério Público Estadual em Euclides da Cunha. Estes promotores servem também ao município de Quijingue. Juizados da Infância e da Juventude – lotados no Foro Judicial, atendidos, ambos os juizados, pelo mesmo juiz de direito O município presta também outros serviços de proteção voltados às crianças e aos adolescentes em situação de maus tratos, abusos e explorações, como as ações desenvolvidas pelos agentes de proteção ao menor, que prestam serviço voluntário e são nomeados pelo juiz local através de portaria. Estes se realizam por meio de atividades e medidas desenvolvidas no âmbito do SGD, junto às famílias em situação de risco social. Na área da Assistência Social, Euclides da Cunha contou, em 2009, com os seguintes serviços e programas:
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Centro de Referência da Assistência Social – CRAS, órgão de apoio e atendimento à população carente, que realiza, dentre outros serviços, entrevistas familiares, atendimentos psicológicos, visitas domiciliares, encaminhamentos para órgãos do SGD e para retirada de documentos.
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Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS, órgão que presta atendimento direto à população. Bolsa Família – que atende a 7.859 famílias (dados coletados junto a Secretaria de Assistência Social).
PAIF – Programa de Atenção Integrada à Família, um serviço continuado de proteção social básica, desenvolvido nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), mais conhecidos como "Casas da Família". PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, programa que compõe o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) com duas ações articuladas – o Serviço Socioeducativo ofertado para as crianças e adolescentes afastadas do trabalho precoce e a Transferência de Renda para suas famílias. ProJovem - Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária, programa amplo e diversificado de inclusão social dos jovens brasileiros. Agenda Família – programa da Prefeitura municipal, uma Cartilha para as famílias a ser implantada com apoio do CRAS, no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS. Envolve 30 famílias do bairro do Dengo, beneficiárias do Bolsa Famíliaquestionário e dizem respeito aos resultados mais expressivos ou significativos. Alguns desses resulta-dos são ilustrados com Gráficos. O conjunto completo das Tabelas, de números 1 a 63, referentes aos blocos, de A a M, pode ser encontrado nos Anexos, páginas 36 a 51. Vale ressaltar, porém, que alguns desses serviços não estão plenamente à disposição de todos os cidadãos euclidenses, seja pela dispersão territorial, seja ainda pela falta de acesso a alguns deles.
Resultados e Análises Os comentários que se seguem, em relação aos diferentes blocos, acompanham o ordenamento do questionário e dizem respeito aos resultados mais expressivos ou significativos. Alguns desses resultados são ilustrados com Gráficos. O conjunto completo das Tabelas, de números 1 a 63, referentes aos blocos, de A a M, pode ser encontrado nos Anexos , páginas 36 a 51.
1
Bloco A
| Identificação
Contém questões contemplando os seguintes aspectos: crianças com menos de 6 anos na residência; crianças por sexo; crianças por faixa etária; por cor da pele; com certidão de nascimento; idade de registro das crianças com certidão; crianças com deficiência; tipo de deficiência; grau de parentesco do entrevistado com a criança; idade do entrevistado/ principal cuidador; cor da pele do entrevistado; estado civil do entrevistado.
famílias há apenas uma criança com este perfil, enquanto apenas 1% das famílias tem quatro crianças nesta faixa etária (Tab. 1). A redução do tamanho médio da família brasileira é uma tendência que vem sendo observada desde a década de 1960, quando na introdução no país dos métodos contraceptivos e ao tempo em que a mulher passa a assumir novas responsabilidades no mercado de trabalho.
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As famílias entrevistadas têm sob sua responsabilidade 552 crianças de 0 a 6 anos. Em 73,1% dessas
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Essa tendência está ratificada mais uma vez em 2009 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 5
– PNAD4. Um ano antes, a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS) já trazia resultados semelhantes, apontando que a taxa de fecundidade manteve a tendência de queda observada na última década, atingindo, em 2006, o valor de 1.8 filhos por mulher, em contraste com os 2.5 registrados em 1996. Dessas 552 crianças, 55,4% são do sexo masculino e 42,0% do sexo feminino (2,5% dos entrevistados não responderam) (Tab. 2). Curiosamente, em Euclides da Cunha, a proporção entre os sexos é o inverso daquela observada pela PNAD 2009, que apontou serem as mulheres a maioria do nosso contingente populacional, ou seja, 51,2% da população brasileira. Quanto à cor da pele, há uma maioria de crianças de cor parda, 63,0%, 26,4% brancas e somente 2,9% de cor preta (Tab. 2). Distribuição semelhante (Tab. 6) é observada em relação à cor da pele do principal cuidador: 78,6% se declararam de cor parda, 13,1% de cor branca e 6,0% de cor preta. O aumento de autodeclarados pardos é um fenômeno observado em todo o Brasil. Mais uma vez, segundo dados da PNAD de 2009, em pouco mais de um ano, a população brasileira ganhou 3,2 milhões de pessoas autodeclaradas pardas, enquanto viu desaparecer 450 mil brancos e 1 milhão de pretos. Em 2007, a população residente no país era composta por 48,4% de pessoas brancas, 43,8% de pardas, 6,8% de pretas e 0,9% de amarelas e indígenas. Um ano depois, houve uma elevação de 1,3 ponto percentual na proporção de brasileiros declarados pardos e uma redução das populações pretas (0,7 ponto percentual) e brancas (0,8 ponto percentual). A quase totalidade das crianças possui certidão de nascimento (97,6%), sendo que a idade de registro da maior parte delas, 65,9%, é inferior a 1 mês. (Tab. 3).
GRÁFICO 1
GRÁFICO 2
GRÁFICO 3
Crianças por sexo
Crianças por faixa etária
Crianças por cor da pele
2,5%
0,9% 0,9% 2,9% 5,8%
4,0% 13,2% 22,8% 55,4%
42,0%
31,9%
63,0%
26,4%
28,1%
Feminino
Menores de 1 ano
Branca
Masculino
Entre 1 e 2 anos
Parda
Não sabe / não respondeu
Entre 3 e 4 anos
Preta
Entre 5 e 6 anos
Amarela
Não sabe / não respondeu
Indígena
CRIANÇA PEQUENA
Não sabe / não respondeu
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4 Realizada bienalmente pelo IBGE, aborda questões relativas às características gerais da população, migração, educação, trabalho, famílias, domicílios e rendimento. Seus resultados estão disponíveis através do endereço eletrônico http://www.ibge.com.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2009/default.shtm 5
Realizada pela área de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), financiada pelo Ministério da Saúde, a PNDS-2006 tem seus resultados disponíveis através do endereço eletrônico http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/index.php.
O número de crianças com deficiência é da ordem de 3,1% e o principal tipo de deficiência apresentado, 41,7%, é enxergar pouco ou não enxergar. 16,7% têm dificuldade de audição e igual percentual não caminha. (Tab. 4). Sobre o grau de parentesco do entrevistado com a criança, as mães aparecem em primeiro lugar, 92,6%, seguidas dos avôs ou avós, 5,0%. A maioria dos entrevistados encontra-se na faixa de 18 a 40 anos, 88,6%. Há, dentre eles, 29,0% de casados, 18,8% de solteiros e 47,9% “vivem juntos” (Tab. 5 e 6).
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Bloco B
| Pré-Natal
Compreende questões que abrangem desde a intencionalidade da gravidez e o número de consultas de pré-natal realizadas, até o nível da participação do pai nessas consultas.
Como é sabido, o cuidado ao longo da gestação, do parto e do puerpério tem papel fundamental na redução da morbimortalidade materna e neonatal e, por isso mesmo, a assistência pré-natal é uma das mais antigas ações desenvolvidas pelos serviços públicos de saúde no Brasil. Na última década, várias medidas foram tomadas para ampliar o acesso das mulheres ao acompanhamento pré-natal, para qualificar as ações nele desenvolvidas e para modificar o modelo de atenção ao parto. O Programa de Humanização do Pré Natal e Nascimento (PHPN), lançado em 2000 pelo Ministério da Saúde, definiu os procedimentos assistenciais mínimos a serem obtidos por todas as gestantes brasileiras, incluindo a realização da primeira consulta no primeiro trimestre, de pelo menos seis consultas ao longo da gestação e uma no puerpério, além de exames laboratoriais e imunização antitetânica. Em Euclides da Cunha, 97,6% dos entrevistados declararam que a mãe realizou consultas de prénatal, enquanto somente 2,1% admitiram que o acompanhamento médico neste período não foi realizado. Relativamente, porém, ao número de consultas realizadas, a situação levantada foi de que 42,4% das gestantes realizaram mais de 7 consultas; 52,2%, de 3 a 6 consultas, e 3,4% até duas consultas (Tab. 7). Segundo relatório UNICEF Situação Mundial da Infância 2008, 31,5% das gestantes baianas e 52,8% das brasileiras fizeram 7 ou mais consultas, o que demonstra estar o Município acima da média estadual, mas abaixo da nacional. Idealmente, deveriam ser 14 as consultas feitas pela gestante no período pré-natal: uma vez por mês, do primeiro ao sexto mês de gravidez; uma, a cada quinze dias, no sétimo e oitavo; uma vez por semana no último. É baixo o número de casos de acompanhamento do pai nas consultas realizadas, apenas 19,8% (Tab. 8). Aliás, não obstante as recomendações de muitos órgãos de saúde no sentido de maior envolvimento dos homens nos cuidados maternos, como forma de criar um ambiente de apoio necessário e consultas de pré-natal ainda precisa ser disseminado. Manual do Ministério da Saúde, na parte relativa ao pré-natal e ao puerpério, chama a atenção para o fato de que vários estudos, nacionais e internacionais, já evidenciaram a importância desse acompanhamento para que as gestantes se sintam mais confiantes durante o parto. Diz, expressamente, o Manual no capítulo sobre puerpério:
CRIANÇA PEQUENA
importante para a gestante e para o futuro recém-nascido, o hábito do acompanhamento dos pais às
15
“É necessário que o setor saúde esteja aberto para as mudanças sociais e cumpra de maneira mais ampla o seu papel de educador e promotor de saúde(...). A posição do homem na sociedade está mudando tanto quanto os papéis tradicionalmente atribuídos às mulheres. Portanto, os serviços de saúde devem promover o envolvimento dos homens, adultos e adolescentes, discutindo a sua participação responsável nas questões da saúde sexual e reprodutiva”.
Ainda neste bloco, perguntou-se aos entrevistados quais providências as gestantes poderiam tomar em caso de atendimento insatisfatório durante o acompanhamento pré-natal. A maior parte delas, 28,8%, optou por “consultar em outro posto” e 14,5% por “consultar outro médico no mesmo posto”. A opção “reclamar da prefeitura/conselho” foi escolhida por 21,0% dos entrevistados e “reclamar na rádio/jornal”, por 5,2%. (Tab. 9). Entretanto, 11% dos respondentes apontaram que o encaminhamento em caso de mau atendimento deveria ser a suspensão do acompanhamento pré-natal, ou seja, “não consultar mais”. Para 56,0% dos entrevistados, a gravidez da criança mais velha da faixa etária de 0 a 6 anos não foi intencional (Tab. 11). Aqui vale observar que o uso de métodos anticoncepcionais no Brasil cresceu acentuadamente ao longo das últimas décadas, alcançando, em 2006, 80,6% no grupo das mulheres unidas com idades de 15 a 49 anos (BERQUÓ; GARCIA; LAGO, 2008). Muito em função disso – e conforme destacado no Bloco A – a diminuição do número médio de filhos por mulher ocorreu em todos os subgrupos populacionais, ainda que persistam grandes diferenciais socioeconômicos. De acordo com o estudo Bem-Estar Familiar no Brasil 2008, mulheres de baixo nível de escolaridade ou renda apresentam maior discrepância entre preferência e comportamento reprodutivo; ou seja, elas têm maior proporção de gravidezes não-planejadas ou não-desejadas e um número comparativamente grande de filhos, o que, sempre segundo o estudo, em grande medida reflete o acesso desigual à contracepção6. Outra dimensão mensurada pelo estudo foi relativa aos cuidados tomados pela gestante durante a gravidez. O consumo de fumo pela mãe foi admitido por 11,4% dos entrevistados e o de álcool por 17,9% deles. (Tab. 12).
GRÁFICO 4
GRÁFICO 5
GRÁFICO 6
Realização de consulta pré-natal
Número de consultas pré-natal realizadas
Presença do pai nas consultas pré-natal
1,2%
0,2% 2,1% 42,4%
19,8%
2,0% 3,4%
97,6%
52,2%
79,0%
Mãe realizou
Até 2 consultas
Acompanhou
Mãe não realizou
De 3 a 6 consultas
Não acompanhou
Não sabe / não respondeu
7 ou mais consultas
Não sabe / não respondeu
CRIANÇA PEQUENA
Não sabe / não respondeu
16
6 Segundo dados da PNDS – 2006, entre 1996 e aquele ano aumentou a prevalência de uso de anticoncepcional por mulheres brasileiras devido à expansão do uso de métodos nos estratos socioeconômicos mais baixos. Também segundo a PNDS – 2006, mudou ao longo daquela década a distribuição proporcional dos métodos usados. Houve redução da esterilização feminina e aumento do uso da pílula, da esterilização masculina e da adoção do preservativo. A despeito disso, a esterilização feminina ainda foi o método mais utilizado por mulheres com pequena escolaridade e renda.
A questão referente a situações em que a gestante deve ser imediatamente encaminhada ao médico, de respostas múltiplas, registra algumas discrepâncias significativas conforme elas sejam espontâneas ou estimuladas. Alguns exemplos: “o bebê parou de mexer”, como situação em que a gestante deve ser imediatamente encaminhada ao médico, teve como resposta espontânea 9,9%, que se elevou para 79,8% como resposta estimulada, ou seja, quando o entrevistador perguntava textualmente se a gestante deveria ser levada ao médico caso o bebê parasse de mexer. Outro exemplo: “a gestante tem convulsões” – de 6,3%, como resposta espontânea para 86,0% como resposta estimulada. No total das respostas (espontâneas mais estimuladas) as opções que aparecem com menores percentuais são “a gestante tem inchaço anormal de pernas e braços”, 68,8%, e “a gestante tem dor de cabeça”, 70,5% (Tab. 13). Os indicativos da proximidade do parto, também questão de respostas múltiplas, primeiramente espontâneas e a seguir estimuladas, são de conhecimento dos respondentes. As dores são o sinal mais lembrado, apontado de forma espontânea por 75,4%. A seguir, ainda de forma espontânea, apareceram a perda de líquido (52%) e a de muco (14,4%) (Tab. 13).
GRÁFICO 7
GRÁFICO 8
Consumo de álcool e tabaco durante a gestação
Providências possivelmente tomadas pela mãe em caso de atendimento insatisfatório
18,0% 17,9% 16,0%
6,2%
14,0%
28,8%
5,2%
12,0% 10,0%
13,3%
11,4%
21,0%
8,0%
14,5%
6,0%
11,0% 4,0% 2,0% 0,0%
Consumiu álcool
Consumiu tabaco
Consultar em outro posto
Reclamar na rádio / jornal
Consultar outro médico no mesmo posto
outros
Não consultar mais
Não sabe / não respondeu
Reclamar na prefeitura / conselho
Duas considerações se fazem aqui necessárias, uma sobre o perfil das respondentes e outra sobre o instrumento de coleta de dados. A primeira é de que em mais de 95% dos casos, a respondente era a mãe da criança; ou seja, uma mulher que passou pelas experiências da gestação e do parto. A segunda portanto, não é possível saber se houve de forma espontânea a citação de outras situações nas quais a gestante deve ser levada com urgência a um médico, ou o apontamento de outros sinais de proximidade do parto.
CRIANÇA PEQUENA
é de que o questionário utilizado na pesquisa não traz espaço para registro de outras respostas,
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3
Bloco C
| Nascimento
Diz respeito aos seguintes aspectos: local do nascimento; presença de parteira no momento do nascimento; presença de familiar na hora do parto; qual o familiar presente; razões para procura imediata de médico após o parto; retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao parto.
Segundo os entrevistados, apenas 4,0% dos nascimentos ocorreram em casa. Na maioria destes partos (70,6%) a mãe contou com a presença de uma parteira (Tab. 14 e 15). Em sua grande maioria (94,8%), portanto, os partos foram hospitalares. Ainda que elevado, o percentual de partos hospitalares observados em Euclides da Cunha é um pouco menor que o índice nacional (98,4%) e o da região Nordeste (97,7%), conforme a PNDS 2006 (Tab. 14). Já no que tange à presença de familiar na hora do parto, observa-se que Euclides da Cunha, onde 18,6% dos respondentes disseram que a gestante contou com este apoio, apresenta índices superiores aos nacionais (16,3%) e bastante acima dos índices nordestinos (12,1%), região onde a presença de familiar no momento do parto é menos frequente (Tab. 15). Das mulheres que contaram com familiar presente, a maioria teve a companhia do pai da criança (35,9%). A seguir, em citações aparecem a avó (17,9%) e o avô, (12,8%), sem, contudo, fazer distinção se maternos ou paternos (Tab. 15). Como dito anteriormente em relação à importância do acompanhamento do pai às consultas de prénatal, sua presença na hora do parto é valiosa para a criação de um ambiente de apoio necessário à melhoria das condições da saúde materna e do recém-nascido. Mas, como se tem constatado, trata-se de prática ainda bastante limitada. Ainda neste bloco de questões, foi perguntado ao principal cuidador quais seriam as razões para a mãe procurar imediatamente um médico nos dias posteriores ao parto. A existência de sangramento foi apontada de forma espontânea por 47,6% dos respondentes, seguida da presença de “dores na parte de baixo da barriga” (36,1%), “febre” (29,6%) e o início de “corrimento com cheiro forte”, citado por apenas 7% dos respondentes. Exceção feita a esta última razão, que somou 86% de concordância entre respostas espontâneas e estimuladas, todas as demais somaram GRÁFICO 9 Retorno da gestante ao médico nos dois meses seguintes ao parto
percentuais de respostas positivas superiores a 91% (Tab. 16). O retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao parto ocorre, conforme os entrevistados, em apenas 37,1% dos casos (Tab.17). Neste quesito, Euclides da Cunha está um pouco abaixo dos
4,0%
índices observados no Brasil em 2006 pela PNDS, porém mais de 10 pontos percentuais acima das taxas observadas no Nordeste, da 37,1%
ordem de 26,1%. Entretanto, trata-se de um número muito baixo, inferior a todos os encontrados em pesquisas anteriores do UNICEF, sobre o assunto, o
58,8%
que pode ser considerado grave, tendo em vista as importantes CRIANÇA PEQUENA
finalidades dessa revisão. Trata-se de valiosa oportunidade
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para oferecer à gestante orientação a respeito de numerosos Sim Não Não sabe / não respondeu
aspectos de interesse para sua saúde e a da criança, tais como amamentação, cuidados com a criança e, até, sobre planejamento de próxima gravidez.
Em consonância com os números apresentados pela PNDS 2006, o relatório UNICEF – Situação Mundial da Infância 2009, dedicado à saúde maternal e neonatal, afirma que nenhuma outra taxa de mortalidade é tão grande, em consequência da desigualdade social, quanto a relativa à morte por complicações relacionadas à gestação ou ao parto. Segundo o Relatório, as mulheres que vivem nos países menos avançados correm riscos 300 vezes maiores do que as que vivem em países mais ricos. E mais: perto de 99% das mortes no mundo, decorrentes de gravidez e parto, ocorrem nos países em desenvolvimento. Referindo-se a este assunto, S.M Rainha Rania Al Abdullah, da Jordânia, Defensora Eminente do UNICEF para as Crianças dá o seguinte exemplo: “Atualmente, na Suécia, o risco de uma jovem morrer devido a causas relacionadas à gestação é de uma em 17 400. Em Serra Leoa, esse risco sobe vertiginosamente para uma em oito”. (Relatório UNICEF – Situação Mundial da Infância 2009, p.11)
Dados do Ministério da Saúde – DATASUS 2006 – informam que, no Brasil, em 2005, a taxa de mortalidade materna foi da ordem de 53,5 por 100.000 nascidos vivos (embora, devido a subnotificações estaria próximo de 74), quando a recomendada pela Organização Pan-Americana de Saúde é de 20 casos a cada 100 mil nascidos vivos. O Ministério da Saúde, considerando que a gravidez e o parto, embora eventos fisiológicos, ocasionam alterações físicas e emocionais na mulher, tem destacado a importância do papel e do apoio da família nesses momentos e também durante todo o puerpério. Várias iniciativas, visando à redução do número de cesarianas e da mortalidade materna, neonatal e infantil, têm assinalado e recomendado o significado desse suporte emocional.
4
Bloco D
| Alimentação
Inclui questões sobre os seguintes assuntos: amamentação logo após o parto; comportamento materno durante a amamentação; oferta de líquidos à criança doente; período de amamentação; período em que a criança apenas mamou; alimentação da criança nas 24 horas anteriores à entrevista; atitudes adotadas quando a criança não quer comer.
Conforme os entrevistados, a amamentação logo após o parto se deu em 84,5% dos casos e em 14,8% isso não ocorreu; 0,7% disseram não saber ou não responderam (Tab. 18).
A respeito da oferta de líquido em caso de criança doente, também questão de resposta estimulada, pouco mais da metade, 55,2%, informaram oferecer maior quantidade de líquidos, enquanto 23,1% disseram oferecer a mesma quantidade de sempre e 21,0% afirmaram até que reduziam essa quantidade (Tab. 20). Neste sentido, é possível que um reforço à orientação de aumentar a oferta de líquidos à criança doente tenha impactos positivos em Euclides da Cunha. Relativamente à oferta de alimentos à criança doente, também questão de resposta estimulada, o mais comum é a redução da quantidade de alimento, 41,4%, seguido da opção “mesma quantidade de sempre”, 33,1%. Somente 25,2% afirmaram oferecer maior quantidade de alimento (Tab. 20).
CRIANÇA PEQUENA
Com relação ao comportamento da mãe durante a amamentação, diante de questão de respostas múltiplas, estimuladas, a maioria dos entrevistados respondeu de forma positiva – 85,7% declararam olhar nos olhos da criança; 82,9% conversavam com a criança e 81,2% tocavam a criança. Apenas 30,7% admitiram conversar com vizinho(a) ou alimentar outra criança (5,7%) durante o processo (Tab 19).
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Às mães cujo filho mais velho já havia completado seis meses foram endereçadas questões referentes à amamentação e oferta de alimentos à criança nas 24 horas que antecederam à entrevista. A parcela mais significativa dos respondentes (43,3%) declarou que a criança mamou até os seis meses de idade. Quase 20% declararam que a criança mamou durante todo o primeiro ano de vida, e 28,5% que esta rotina se manteve mesmo depois de a criança completar 12 meses. E apenas 4,3% afirmaram que a criança nunca mamou (Tab. 21). Sobre o assunto, documento da Organização Pan-Americana de Saúde e da Organização Mundial de Saúde, após ressaltar a importância do leite materno, recomenda que: “Todas as mães devem ter acesso à assistência profissional e técnica para iniciar e manter a amamentação exclusiva nos seis primeiros meses da criança e para assegurar a introdução, no período correto, de alimentação complementar adequada e segura, juntamente com a amamentação até os 2 anos de idade ou mais”. (www.biblioteca.planejamento.gov.br).
Conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde, a duração da amamentação, e sua ocorrência imediatamente após o parto, são consideradas extremamente importantes. O leite materno, além de ser considerado uma vacina natural, é o alimento mais completo, até o sexto mês, pois além de conter proteínas, vitaminas e anticorpos, é fácil de digerir. Diz-se ainda: não precisa ferver, misturar, coar, está sempre pronto para ser servido. Afora tudo isso, reduz os riscos de a criança contrair alguma doença. GRÁFICO 10
Período de amamentação
5,1% 4,3%
28,5%
43,3% 18,8%
Nunca mamou Mamou até os 6 meses
Por sua vez, em Manual denominado Saúde da Criança: Nutrição Infantil, o Ministério da Saúde, advertindo que amamentar é muito mais do que nutrir a criança, chama a atenção para a interação profunda que, então, se estabelece entre mãe e criança. E ainda para “repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, além de implicações na saúde física e psíquica da mãe”. No que compete ao período pelo qual o aleitamento materno foi a única fonte de alimento da criança, 24,5% declararam “menos de um mês”, 27,9% “de um a dois meses”, 22,1% “de três a cinco meses” e 21,3% “mais de seis meses”. Os demais 4,3% não souberam precisar este período, abstendo- se, assim, de responder (Tab. 21).
0
Mamou até o 1 ano
Como se vê, a recomendação internacional de que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e se prolongue até os 2 anos Não sabe / não respondeu de idade também não é observada entre a maioria das mães de crianças nesse faixa etária. Por isso, está mais do que justificado o destaque que é atribuído à amamentação em várias publicações do UNICEF, e de modo especial no KIT FBF. Os resultados obtidos no município objeto desta avaliação confirmam que, não obstante todos esses esforços, o tema ainda necessita ser cada vez mais realçado e trabalhado. Assim, vale insistir na advertência contida em documento do UNICEF – Situação Mundial da Infância, Caderno Brasil, 2008, segundo a qual: 0
Mamou depois do 1 ano
CRIANÇA PEQUENA
“embora o país venha desenvolvendo inúmeras ações e campanhas desde a década de 80 em prol do aleitamento materno, a recomendação internacional de que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês de vida e se prolongue até os 2 anos de idade está longe de ser cumprida”.
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A identificação dos alimentos ofertados à criança nas 24 horas que antecederam à entrevista foi feita através de pergunta estimulada, com respostas múltiplas, e sem possibilidade de inclusão de outros itens que não aqueles previstos no questionário (Tab. 22). “Arroz, farinha ou pão” foi consumido por 78,6% das crianças das famílias entrevistadas. A seguir, apareceram “feijão” (76,4%), “leite de vaca ou em pó”
(74,8%) e “carne ou peixe” (64%). Dos alimentos cujo consumo foi avaliado pela pesquisa, “legumes e verduras” (39,3%) e “ovos” (21,2%) foram os menos citados. Aos cuidadores de crianças com idade igual ou superior a um ano, foi perguntada qual a atitude mais comumente tomada quando a criança não quer comer no almoço ou no jantar. A oferta de uma comida diferente da anteriormente oferecida é a opção da parcela mais significativa dos cuidadores – 28% –, seguida de “inventar brincadeiras para ajudar a criança a comer” (15,5%). Entretanto, 14,1% dos cuidadores declararam forçar a criança a comer mesmo quando ela não tem vontade (Tab. 23).
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Bloco E
| Suplementação
Busca avaliar em que medida a criança vem recebendo a suplementação devida de vitamina A, ferro e iodo. Inclui questões sobre: administração de vitamina A; número de vezes em que isso ocorreu; remédio com ferro no último trimestre; tipo de sal utilizado pela família.
A taxa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos caiu, no Brasil, de 59,6 para 31,1 por mil nascidos vivos entre 1990 e 2005, segundo números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A redução de 48% neste índice significa que entre 2000 e 2005 a morte de mais de 20 mil crianças foi evitada. Grande parte dos avanços obtidos se deve à adoção generalizada de ações e políticas de saúde básica, como o aleitamento materno precoce e exclusivo, a vacinação contra o sarampo, a oferta de suplementos de vitamina A e de ferro e o emprego de mosquiteiros impregnados com inseticida para evitar a malária. As deficiências de vitamina A e de ferro exigiram intervenções especiais no Brasil, pois sua prevalência permaneceu elevada entre as crianças brasileiras, não tendo acompanhado a queda na ocorrência de desnutrição proteico-calórica, observada nas últimas décadas (PNDS 2006). Considerada como uma das mais importantes deficiências nutricionais do mundo, a carência de vitamina A é, segundo a Organização Mundial da Saúde, a principal causa de cegueira evitável, estando também associada a 23% das mortes por diarreias em crianças e a manifestações diversas de deficiência energético-proteica. Neste sentido, o efeito da descoberta da vitamina A como recurso para salvar a vida de crianças através da possibilidade de reduzir a taxa de mortalidade e a incidência e severidade das infecções, em especial as doenças diarreicas e infecções respiratórias agudas, estimulou um interesse global rumo à produção de conhecimento científico sobre a extensão dos benefícios da suplementação com vitamina A e de outros micronutrientes, e seu significado para a saúde pública. Dados de 2009 do Ministério da Saúde apontam que a carência de ferro afeta mais de 20% das crianças brasileiras e a falta de vitamina A atinge 17% delas. A população infantil do Nordeste está entre as mais vulneráveis ao problema, uma vez que 16% a 55% das crianças apresentaram dosagem de vitamina A abaixo de 20 mcg/dl, caracterizando situações carenciais endêmicas (PNDS 2006).
Nacional de Suplementação de Vitamina A7. 7
O Vitamina A Mais - Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A - é um programa do Ministério da Saúde, com apoio dos Estados, que busca reduzir e erradicar a deficiência nutricional de vitamina A em crianças de seis a cinquenta e nove meses de idade e mulheres no pós - parto imediato (antes da alta hospitalar), residentes em regiões consideradas de risco. No Brasil, são consideradas áreas de risco a região Nordeste, Vale do Jequitinhonha em Minas Gerais e Vale do Ribeira em São Paulo.
CRIANÇA PEQUENA
Enquanto no Brasil, de acordo com a PNDS 2006, apenas 30,7% das mães recebem indicação de ministrar à criança vitamina A, no Nordeste, quando se consideram apenas as crianças de seis a 59 meses de idade, faixa etária incluída na pesquisa, 50% das crianças receberam esta indicação. A diferença de procedimentos se deve à implementação, na região, por parte do Ministério da Saúde, do Programa
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Em Euclides da Cunha, a grande maioria dos entrevistados, 78,6%, afirmou haver ministrado vitamina A à criança (Tab 24). Quanto ao número de vezes em que essa vitamina foi ministrada, 33% disseram “duas vezes”, 28,8% “uma vez” e 16,4% “três vezes”. Muito poucos, cerca de 20,0%, o fizeram acima de 3 vezes. (Tab. 24). A deficiência de ferro, prejudicial ao desenvolvimento motor e cognitivo e à resposta imune das crianças, é considerada outra das graves e importantes carências nutricionais atuais no mundo, afetando principalmente os países não-industrializados. Embora no Brasil já existam evidências da diminuição da desnutrição infantil, sabe-se que há ainda um número significativo de casos de anemia por deficiência de ferro, que varia dependendo da região de residência e do estrato socioeconômico da família. Tendo em vista os potenciais prejuízos irreversíveis causados por esta carência, o Ministério da Saúde, além da fortificação das farinhas de trigo e de milho, desenvolve desde 2005 o Programa Nacional de Suplementação de Ferro, visando à suplementação universal de sulfato ferroso a crianças de 6 a 18 meses, a gestantes a partir da 20ª semana de gestação e por até 3 meses depois do parto, e a mulheres que passaram por processo de abortamento pelos três meses subsequentes à intercorrência. Em Euclides da Cunha, no que tange à oferta de remédios com ferro no trimestre que antecedeu à pesquisa, a maioria dos cuidadores (56,0%) declarou não tê-lo feito, e 3,3% disseram não saber se havia ou não ministrado à criança (Tab. 25). A última questão relacionada à suplementação perguntava sobre o tipo de sal utilizado na casa. 80% declararam utilizar sal iodado e apresentaram a embalagem ao entrevistador. Em 19,3% dos casos a embalagem não pôde ser vista, de forma que não foi possível averiguar o tipo de sal utilizado pela família. (Tab. 26).
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Bloco F
| Prevenção e tratamento de doenças
Contém as seguintes questões: criança com cartão ou caderneta de saúde; apresentação do cartão quando solicitado; marcação, nele, de informações sobre vacina, peso, desenvolvimento; respeito ao esquema vacinal; informações sobre o desenvolvimento da criança; impressão do entrevistado/cuidador da criança sobre seu crescimento; situações nas quais uma criança deve ser levada com urgência ao médico; situações nas quais o entrevistado /cuidador da criança lavou as mãos no dia anterior à entrevista; situações nas quais a mãe lava suas mãos ou as da criança; cuidados para prevenir dengue ou malária.
CRIANÇA PEQUENA
A Caderneta de Saúde da Criança é um importante instrumento de registro e orientação que auxilia no acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil. Seu uso adequado contribui para estreitar e manter o vínculo da criança e da família com os serviços de saúde. A quase totalidade das crianças de Euclides da Cunha possui a Caderneta de Saúde – 98,6%, sendo que destes 97,6% a apresentaram ao entrevistador (Tab. 27).
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Com relação a marcações, no cartão, os números são também altamente positivos. Todos têm o registro das vacinas, com esquema respeitado em 97,5% dos casos. É igualmente elevado o percentual de crianças com peso registrado na Caderneta – 94,8%. O registro do desenvolvimento infantil, no entanto, ainda é relativamente baixo, tendo sido observado em pouco mais da metade das Cadernetas (55,4%) (Tab. 27 e 28). A despeito da falta de registro, os entrevistados, em sua grande maioria (90,0%), afirmaram receber informações sobre o desenvolvimento da criança. Quase 72% declararam que ela está bem e 18,6% “mais ou menos” (Tab. 29 e 30).
Da mesma forma que foi solicitado ao entrevistado que apontasse as razões para levar com urgência a mulher em estado puerperal a um médico, foi pedido que citasse, de forma espontânea, as situações nas quais uma criança deve ser levada com urgência a um médico. A seguir, o entrevistador leu, uma a uma, até quatorze situações hipotéticas para que o cuidador avaliasse se haveria ou não necessidade de encaminhamento emergencial da criança a um médico, excluindo, evidentemente, aquelas citadas espontaneamente. As respostas foram bastante diferenciadas conforme fossem elas espontâneas ou estimuladas, como apresentado na Tabela 31. De forma espontânea, a presença de febre (78,9%), vômito (64,8%) ou diarreia (64,1%) foram as mais citadas. “Criança fica com mãos, lábios, pés e mãos arroxeados” foi a situação menos citada de forma espontânea, lembrada por apenas 1,9% dos entrevistados. Contudo, é possível que o baixo percentual de apontamento se dê mais pela complexidade da descrição, do que pela incapacidade do cuidador em identificar a gravidade do conjunto de sintomas, uma vez que quando estimulados 89,5% responderam positivamente. O mesmo foi observado quanto à “criança tem olhos fundos, sede intensa, moleza extrema”, que somou 4,1% de citações espontâneas e 90,2% de estimuladas. A criança tomar pouco líquido (61,2% de citações somando-se espontâneas e estimuladas) e não conseguir mamar no peito (74,8% de citações somando-se espontâneas e estimuladas) foram as situações com menores índices de respondentes, compreendendo-as como graves. Os cuidados com a higiene também foram objeto de investigação. Pediu-se ao cuidador que apontasse as situações nas quais lavou as mãos nas 24 horas anteriores à entrevista. “Antes de cozinhar” foi citado pela parcela mais significativa de respondentes – 64,8%. Já “depois de trocar as fraldas” foi lembrado por apenas 12,2%. Entretanto, aqui cabe lembrar que nem todas as crianças cuidadas usam fraldas. Quando a pergunta era refeita de forma estimulada, todas as situações obtiveram índices elevados de concordância (Tab. 32). Lavar as mãos da criança, todavia, é um ato menos frequente. Cerca de 44% afirmaram de forma espontânea fazê-lo depois de levar a criança ao banheiro e 72% antes das refeições (Tab. 32). Ressalta-se a importância de boas práticas de higiene como forma de prevenção de doenças, especialmente em relação às crianças que, como se sabe, são vulneráveis e constituem até grupo de risco em casos de falta de segurança sanitária. Daí os cuidados necessários no trato dos alimentos, desde sua origem até o seu preparo. Consideram-se também, dentre outras práticas recomendáveis, o uso de água fervida ou filtrada, o hábito de lavar as mãos em água corrente, com sabão, antes de preparar os alimentos, a lavagem adequada dos utensílios em que eles vão ser preparados. Ao final deste bloco, foi perguntado ao entrevistado quais os cuidados endereçados à prevenção da dengue e da malária. Novamente observaram-se discrepâncias significativas entre os resultados obtidos de forma espontânea e de forma estimulada.
Por outro lado, observa-se que aquelas ações que envolvem maior custo são as menos citadas, mesmo quando somadas as respostas estimuladas às espontâneas. Uso de tela nas janelas e de repelente quando a criança está fora de casa foram apontados, respectivamente, por 21,4% e 28,8% dos entrevistados (Tab. 33).
CRIANÇA PEQUENA
Espontaneamente, os cuidados mais citados foram “pátio sem garrafas vazias ou sacos plásticos” (73,7%), “manutenção dos recipientes de água sempre fechados” (71,9%), “manutenção do pátio limpo” (58,3) e “pátio sem pneus” (53,5%). É possível que a associação mais direta entre estas ações e a prevenção da dengue e da malária se dê em função do reiterado direcionamento do foco de campanhas informativas sobre elas, gerando, de fato, mudanças de hábitos na população 9 (Tab. 33).
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Bloco G
| Estimulação psicossocial
É constituído por questões que buscam investigar em que medida a criança está recebendo a necessária estimulação psicossocial. Contém questões sobre: almoço, ou jantar, da família, reunida, nas 24 horas que antecederam a entrevista; existência de jornais ou livros à disposição da criança; existência de livro infantil ou com gravuras/figuras; hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança; objetos utilizados pela criança para brincar; se a criança brinca com outras crianças; existência de TV na residência; número de horas que a criança assiste à TV; seleção prévia da programação a ser assistida pela criança; envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista; e atividades realizadas por membros da família, com 15 anos ou mais, com a criança com menos de 1 ano, com a criança entre 1 e 2 anos, com a criança entre 3 e 4 anos, e com a criança entre 5 e 6 anos.
Essas questões estão diretamente relacionadas a uma nova maneira de ver o ser criança e à importância que passou a ser atribuída ao período de 0 a 6 anos da vida humana. Como se sabe, a principal consequência desse fato foi a compreensão da complementaridade entre o “cuidar” e o “educar” da criança pequena, o que coloca juntos, no mesmo nível de importância: a atenção, os cuidados de higiene, a proteção e a prevenção de acidentes, e também a convivência familiar, a interatividade e estimulação psicossocial. Em relatório anterior, referente a resultados de pesquisa de avaliação de competências familiares na atenção a crianças de 0 a 6 anos, realizada no município de Mata de São João e intitulado “Modos de Cuidar – Dever de Casa, do Estado e da Sociedade”, afirma-se a respeito do assunto o seguinte: “Pesquisas científicas apontam que as crianças que se beneficiam de um cuidado afetuoso e de uma boa mediação mostram-se mais seguras e interessadas, não só em pessoas como no mundo ao redor delas. Nunca é demais ressaltar que não bastam os cuidados físicos, mas a interação afetiva, efetiva, contínua entre a mãe/o pai ou cuidador e a criança.”
Relativamente à primeira questão deste bloco, ou seja, se a família almoçou ou jantou junta nas 24 horas que antecederam a entrevista, observou-se uma pequena predominância dos que responderam afirmativamente – 59,0%, contra 41,0% dos que o fizeram negativamente (Tab. 34). O percentual de respostas que afirmaram a existência de jornais ou livros ao alcance da criança é de 68,6%, contra 30,7% que responderam negativamente. É maior, todavia, o número de respondentes que declararam a inexistência de livro infantil ou com gravura – 49,8%, contra 46,9% que disseram possuí-lo e 3,3% que “não sabem ou não responderam” (Tab. 35).
CRIANÇA PEQUENA
Sobre o hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança, 83,1% disseram possuí-lo. Com relação aos objetos utilizados para as brincadeiras – questão admitindo respostas múltiplas – prevalece o lápis ou giz de cera, em 94,0% dos casos, seguido de bola, 69,0% e boneco(a), 67,9%. À pergunta sobre se a criança brinca com outras crianças, 79,5% responderam afirmativamente (Tab. 36, 37 e 38).
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Referindo-se ao significado do brincar, como forma de estimulação psicossocial, e coisa séria e essencial à saúde física, intelectual e emocional do ser humano, afirma-se que a brincadeira é, na verdade, a principal forma de aprendizagem da criança na primeira infância. Através das brincadeiras ela conhece melhor a si mesma e o mundo que a cerca. É brincando que ela aprende a seguir regras, a resolver problemas e a compreender papéis sociais. Quando, por exemplo, brinca de casinha, ela utiliza o repertório do mundo adulto de qu tem referência. Ou seja, na brincadeira de faz-de-conta a criança tem um comportamento para além da sua idade, o que lhe oferece oportunidades de saltos cognitivos significativos. A brincadeira, portanto, deve ser levada a sério pelos adultos, pois além do desenvolvimento social, afetivo e cognitivo, ela também permite o desenvolvimento físico das crianças,
ao estimulá-las a correr, a enfrentar obstáculos e a conhecer as possibilidades e os limites do seu corpo. Por essa razão, os especialistas em educação infantil ressaltam a importância das brinquedotecas, ou seja, de espaços preparados, apropriados, dotados de uma variedade de brinquedos, especialmente para possibilitarem às crianças oportunidades de atuarem à vontade, sem cobranças de desempenho. Elas podem proporcionar às crianças oportunidades para aprenderem “a jogar, participar, esperar sua vez, a competir e a cooperar” (Associação Brasileira de Brinquedotecas, www.brinquedoteca.org.br). A presença da televisão na residência foi afirmada por 92,9% dos entrevistados e apenas 6,4% deles disseram não possuí-la. Quanto ao número de horas que a criança assiste à televisão, a maior parte dos entrevistados escolheu a opção “menos de 3 horas” – 61,5%, mas 17,7% disseram que ela o faz de “mais de 3 a 6 horas” e 3,6% por mais de 6 horas; 16,4% declararam que a criança não assiste à televisão. Declararam realizar “seleção prévia da programação a ser assistida pela criança/orientação sobre o conteúdo” 71,6% dos entrevistados. (Tab. 39). À questão “envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista”, de respostas múltiplas, a maior parte dos entrevistados escolheu a opção “sempre”, alguns a opção “às vezes” e, menos ainda, “não”. Sobre as formas desse envolvimento destacaram-se o conversar com a criança, 76,2%, e cuidar da criança, 74,0%. (Tab. 40). Quanto a atividades realizadas, por membros da família, com a criança, as questões, de respostas múltiplas, foram divididas segundo as seguintes faixas etárias: apenas para crianças com menos de 1 ano; apenas para crianças com idades entre 1 e 2 anos; apenas para crianças com idades entre 3 e 4 anos; e apenas para crianças com idades entre 5 e 6 anos. Na faixa de até 1 ano a atividade mais frequente é cantar para a criança (78,8%). Já nas faixas etárias entre 1 e 2 e entre 3 e 4 anos o mais comum é levar a criança para passear (73,3% e 60,3% respectivamente). As respostas permitem identificar certa tendência ao crescimento das atividades de interação com as crianças à medida que se eleva a faixa etária destas. Isto parece mais claro em relação às crianças da faixa de 5 e 6 anos, que já inclui questões ligadas ao ensino - do alfabeto, ler e escrever, como se comportar na escola etc. (Tab. 41 a 44). Neste ponto vale observar que a forma como nos relacionamos com as crianças é algo que muda ao longo dos tempos e também de cultura para cultura, pois depende, em grande parte, da concepção de infância que construímos no percurso da nossa história, a partir de experiências sociais. Inicialmente, a infância nem sequer era reconhecida e as crianças tinham que ter comportamentos muito próximos dos adultos, pois eram consideradas “adultos em miniatura”. Por isso, elas não eram ouvidas e a atenção dos adultos se restringia aos cuidados básicos e aos ensinamentos relacionados ao bom comportamento. Mais recentemente, as crianças passaram a ocupar gradativamente outro lugar na sociedade. Como sujeitos de direitos, o olhar dos adultos sobre elas tem avançado no sentido de reconhecê-las como seres que continuam necessitando de cuidados, mas que pensam, têm ideias e precisam ser escutadas. Esta visão renovada da infância inaugura também uma série de conquistas sociais relacionadas aos direitos das crianças.
Diante deste novo olhar sobre a criança, sobre suas necessidades e potencialidades, cresce o compromisso de assegurar a elas um ambiente seguro e estimulante, a fim de que possa se desenvolver da melhor forma. Mas o que isto significa?
CRIANÇA PEQUENA
Além disso, uma nova compreensão sobre o desenvolvimento humano, e mais especificamente, sobre o desenvolvimento da inteligência, aponta que o homem se desenvolve a partir das experiências sociais que vivencia, ou seja, que a inteligência é construída socialmente. Não se trata apenas de uma herança genética. O desenvolvimento humano é compreendido como produto de trocas recíprocas entre indivíduo e meio, que se estabelecem durante toda a vida, cada aspecto influindo sobre o outro, interativamente. Assim, a qualidade das relações que as crianças estabelecem com o meio, incluindo os adultos que a cercam, ganha muita importância.
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Em primeiro lugar, um ambiente seguro representa um conforto não apenas físico, mas também afetivo. A criança deve conviver com adultos que interajam com ela de forma saudável, sem nenhum tipo de violência, assegurando seu pleno desenvolvimento. Pesquisas científicas apontam que as crianças que recebem um cuidado afetuoso e são encorajadas e apoiadas nas suas iniciativas mostram-se mais seguras e interessadas. Por outro lado, a ausência de uma pessoa para dar tal cuidado e atenção nos primeiros anos de vida compromete o desenvolvimento físico e mental saudável. Além disso, elas precisam ser constantemente estimuladas a desenvolver sua curiosidade. Nesse sentido, estimular a criança significa despertar, instigar e impulsionar, ou seja, apoiá-la para que se sinta encorajada a compreender o mundo em que vive e a se posicionar diante dele. Estas reflexões nos levam a concluir que o principal papel do adulto no desenvolvimento da criança é o de reconhecê-la como um ser capaz e em constante desenvolvimento. Por isso é necessário que interaja com ela de forma a respeitá-la, ao mesmo tempo em que busque proporcionar ricas experiências de aprendizagem nos campos afetivo, relacional, cognitivo e corporal, assegurando-lhe um ambiente seguro e estimulante.
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Bloco H
| Gerenciamento do comportamento
É composto das seguintes questões: desejo da criança de acompanhar, ou não, o entrevistado em determinada atividade; atitude do entrevistado em caso de comportamento inadequado da criança; responsável pela criança na ausência do cuidador.
Boa parte dos entrevistados, 40,0%, declarou que sempre pergunta à criança se esta deseja acompanhálo e só a leva quando ela quer. Mas quase o mesmo número deles, 33,8%, afirmou que “não pergunta e sempre leva a criança”. Além disso, 17,1% disseram que perguntam sempre, mas a levam mesmo quando ela não quer. Há, também, os que nem perguntam nem levam a criança – 6,4% (Tab. 45).
CRIANÇA PEQUENA
Diferentes contextos familiares, como a existência ou não de outra pessoa capaz de se responsabilizar pela criança na ausência do principal cuidador, bem como a idade da criança, certamente influenciam este comportamento. Segundo os entrevistados, os responsáveis pela criança na ausência do cuidador são os mais variados, mas prevalecem a avó, 29,3%, seguida do avô ou do pai da criança ambos com 17,1%. Segue-se a tia da criança, com 12,1%. As demais opções distribuem-se entre crianças com 10 anos ou mais, 4,3%, vizinhos, 2,9%, e outras. (Tab.47).
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A seguir, perguntou-se ao entrevistado, primeiramente de forma espontânea e depois estimulada, quais as atitudes tomadas em caso de mau comportamento da criança. Aproveitar a oportunidade para educar a criança, dizendo que não e explicando por que o comportamento é inadequado foi a opção declarada espontaneamente por 35,4% dos respondentes e de forma estimulada por mais 49,9% (citação global de 98,3%). Entretanto, a imposição de alguma punição física foi ainda mais comum: 98,6% declararam bater na criança e 99% dar palmadas (Tab. 46). Este alto percentual preocupa em função do papel que a família representa na socialização dos seus membros, inclusive na transmissão do patrimônio cultural. Como tal, a família é considerada como um contexto privilegiado de desenvolvimento para crianças e jovens, ou seja, como espaço e ambiente especialmente propício para a formação e o desenvolvimento de atitudes e de valores, inclusive daqueles relacionados com a boa convivência e a tolerância nas relações interpessoais. Além disso, a família é hoje reconhecida, por inúmeras pesquisas, como espaço de acolhimento e proteção de seus membros inclusive para viabilização da sobrevivência cotidiana frente a condições sociais adversas como insuficiência de salários, instabilidade no emprego, abandono dos mais velhos e/ou doentes, etc.
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Bloco I
| Proteção
Aborda questões relativas à proteção da criança. São elas: criança presenciando briga violenta na família; decisões de consumo relacionadas a necessidades da criança; cuidados para evitar acidentes com crianças com menos de 1 ano de idade e com crianças com idade igual ou maior de 1 ano de idade.
A presença de crianças diante de brigas violentas na família foi confirmada por 15,0% dos entrevistados (Tab. 48). Sabe-se que as transformações sociais do mundo contemporâneo, na sua forma acelerada de acontecer, têm contribuído, em nosso país, para gerar desamparo e violência, impactando profundamente nas relações familiares, a exemplo da preocupante “violência cotidiana, já estrutural, da exposição contínua desses brasileiros [das camadas sociais mais pobres] à condição de excluídos em relação aos direitos sociais básicos que os identificam como cidadãos: moradia, alimentação, educação, saúde, participação”8. Nessa condição, muitos pais, envolvidos constantemente no clima de desrespeito às suas necessidades mais básicas, reagem, de forma agressiva aos comportamentos ou atitudes que consideram divergentes ou inadequados por parte de seus membros, especialmente dos seus filhos. Estudiosos do desenvolvimento infantil como Bronfenbrenner, Ana Cecília Bastos e Zélia Biasoli Alves, defendem que em sendo a família um “nicho de desenvolvimento” sua atmosfera, suas atitudes, valores e relacionamentos são o meio crítico pelo qual a personalidade da criança se forma. É o contexto familiar, portanto, “o lugar das relações mais íntimas e constitutivas da identidade pessoal e nele se defrontam e se compõem as forças da subjetividade e do social, e se constrói um indivíduo inserido no grupo”. Por essa razão é que se diz que o fio condutor da educação da criança deveria ser o exemplo relacional dos pais entre si e para com todos da família e da comunidade como forma e expressão do respeito do direito à vida, à liberdade e à propriedade, valores fundamentais da vida em grupo e da convivência social. Em seguida à abordagem sobre a criança presenciar brigas violentas na família, o questionário traz perguntas relativas aos cuidados para evitar acidentes através de questão estimulada com respostas múltiplas. Acidente nos remete, via de regra, à ocorrência de acontecimentos aleatórios, que fogem ao nosso controle. Todavia, a grande maioria dos acidentes com crianças tem origem em eventos passíveis de prevenção, que envolvem desde a qualidade da moradia até a atenção dos pais ou responsáveis pela sua adequação à existência de uma criança (PEDEN; MCGEE; SHARMA, 2002). Segundo a Organização Mundial da Saúde, os acidentes responderam por 3% das mortes de crianças menores de 5 anos no biênio 2002/2003. Estas mortes são muito mais frequentes nos países de renda baixa ou média, sendo a principal causa de mortalidade em crianças maiores de um ano. Além disso, é sabido que para cada criança que morre por acidente, há vários milhares que sobrevivem com algum tipo de sequela (PEDEN; MCGEE; SHARMA, 2002).
Das crianças que se acidentaram no período, 81% sofreram quedas, 10% queimaduras, 8,6% choques elétricos, 7,6% mordeduras de animais, 6,1% afogamentos, 4,9% intoxicações, 4,8% esmagamentos, 4% acidentes de transporte, 1% envenenamentos e 1,3% outros tipos de acidente9. 8
In Bastos, Ana Cecília de Sousa, “Modos de Partilhar: a criança e o cotidiano da família”, Taubaté: Cabral Editora Universitária, 2001, p. 74
9
A soma desses percentuais é de 129,6% porque muitas crianças sofreram mais de um acidente no ano.
CRIANÇA PEQUENA
De acordo com a PNDS 2006, do total das crianças brasileiras menores de cinco anos, 37,8% sofreram algum tipo de acidente nos 12 meses anteriores à pesquisa, das quais 9,7% foram levadas pelas mães a algum serviço de saúde, ficando uma em cada 100 internada, por causa do acidente. Ainda segundo a pesquisa, os acidentes foram menos comuns em meninas que em meninos. E embora pareçam também menos comuns nos menores de um ano, é preciso lembrar que esses índices estão subestimados, pois a idade dessas crianças é menor que o tempo de observação para outras faixas etárias.
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Corroborando o já apontado por PENDEN, MCGEE, SHARMA, 2002, a PNDS 2006 descortinou que 81,0% das vezes o acidente ocorre na própria casa das crianças, 11,3% em outra casa, 3,9% na rua, 1,9% na escola e 2% em outros lugares. O predomínio da própria casa, seguido de outra casa, são comuns a quase todos os tipos de acidentes. Em Euclides da Cunha, relativamente aos cuidados para evitar acidentes com crianças com menos de 1 ano, 90,4% dos cuidadores afirmaram que a “criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina”, e 82,7% disseram que ela dorme longe do chão. Mas apenas 34,6% declararam que ela dorme longe de tomadas elétricas e apenas 53,8% afirmaram que ela não fica sozinha (Tab. 50). Quanto a crianças com idade igual ou maior a 1 ano, o cuidado com mais alto percentual de anuência por parte do cuidador foi a não permissão da criança dormir próximo ao fogão, vela ou lamparina (97,3%). A seguir aparecem a manutenção de medicamentos fora do alcance das crianças (94%) e o cuidado para que os cabos das panelas fiquem virados para dentro do fogão (93,5%). Pouco mais de 60% dos cuidadores reconhecem o alto risco inerente ao ato de uma criança de até 6 anos brincar com fogos de artifício ou fogueiras. E manter tomadas tapadas é um cuidado observado por pouco mais 34% dos respondentes (Tab. 51). Estas questões se justificam porque os acidentes infantis ainda constituem uma questão de saúde pública, tão grande é o número deles e tão graves muitas vezes as suas consequências. Mais importantes ainda porque se sabe que frequentemente é possível preveni-los e evitá-los. E também que é uma questão de informação, atenção e responsabilidade de pais, cuidadores, educadores e de quantos se dediquem ao trato de crianças. Além disso, estudos indicam que os acidentes domésticos estão entre as principais causas de mortes ou invalidez na infância. Eles incluem quedas, envenenamentos, sufocação, queimaduras, dentre outros. De acordo com os especialistas, a prevenção dos acidentes infantis deve levar em consideração diferentes faixas etárias. Na faixa de 0 a 6 meses, a proteção precisa ocorrer praticamente o tempo todo. Por exemplo, costuma-se recomendar que os brinquedos colocados à disposição das crianças devem ser grandes o suficiente para que não possam ser engolidos. Já na faixa dos 3 a 6 anos, quando as crianças começam a correr, a se movimentar com mais velocidade, é preciso vigilância para evitar que atravessem ruas e se exponham a atropelamentos ou a outros riscos. Reportando-se às questões da saúde, da higiene e da prevenção de doenças e de acidentes de crianças de 0 a 6 anos nas instituições de educação infantil, Cibeli de Souza Prates e Maíra Sanhudo de Oliveira10 chamam a atenção para os seguintes aspectos e cuidados que devem ser tomados em relação a elas: ambiente (importância da ventilação e iluminação naturais; aproveitamento do sol, limpeza, de pisos, paredes, mobiliários, brinquedos, dentre outros); higiene da criança (por exemplo, exame frequente de fraldas, lavagem, também frequente, das mãos, preservação do sono e repouso da criança, incentivo ao aleitamento materno, promoção de brincadeiras, jogos, músicas, importantes para o desenvolvimento da criança e outras ações da mesma natureza); conhecimento do rol de doenças infecto-contagiosas mais comuns na infância (catapora, caxumba, coqueluche, sarampo e outras); controle do calendário
CRIANÇA PEQUENA
de vacinações (BCG, anti-hepatite B, Tríplice, Poliomielite etc.).
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10 Cibeli de Souza Prates e Maíra Sanhudo de Oliveira – In: Crady, Carmem e Kaercher, Gládis E. Educação Infantil – Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001
10 Bloco J | Conscientização, demanda e uso de serviços
Compreende as cinco questões a seguir indicadas: participação do entrevistado/cuidador em reuniões para discutir serviços de saúde; serviços disponíveis no local de residência do entrevistado/cuidador da criança; entrevistado/cuidador solicitou a criação de serviços; a criança na creche; a criança na pré-escola.
A participação da comunidade nos espaços para discussão acerca dos serviços de saúde ainda é baixa em Euclides da Cunha. Mais de 55% declararam que membro algum da sua família participa de reuniões para este fim, enquanto 22,6% deles afirmaram que “não há reunião” (Tab. 52). Estudiosos do assunto atribuem tal comportamento a fatores contextuais tais como extremas condições de pobreza, falta de informação, além da não percepção da saúde como um direito. Em relatório de pesquisa publicado nos Cadernos de Saúde Pública, Vasquez e outros11 advertem que embora a legislação constitucional e infraconstitucional brasileira tenha ampliado consideravelmente a possibilidade de participação social na saúde, esta ainda está muito longe de ocorrer. E concluem: “Se o que se persegue é a participação da sociedade brasileira nas tomadas de decisões do SUS, ainda devemse realizar amplas campanhas de educação ao público”, sugerindo, complementarmente, que tais campanhas devam orientar-se também aos próprios serviços de saúde. A seguir, foi lido aos entrevistados uma lista de serviços para que apontassem se eles existiam ou não em seu local de residência. Aproximadamente 88% apontaram a existência de pré-escola, 44,5% de posto de saúde e 27,9% de creches. A polícia é indicada por 24,5% e pronto socorro ou hospital por apenas 22,4%, enquanto 18,8% referem-se ao serviço de assistência social. Ainda de acordo com os respondentes, apenas 26,4% já solicitaram a criação de algum serviço (Tab 52).
GRÁFICO 11
Serviços disponíveis no local de residência do entrevistado / cuidador da criança (respostas múltiplas)
100% 87,9% 80% 60% 44,5%
40% 20%
27,9%
24,5%
22,4%
18,8% 0% Polícia
Serviço de assistência social
Pré escola
Creche
Pronto socorro ou hospital
Posto de saúde
Confirmando avaliações anteriores, realizadas em outros municípios do estado da Bahia (Salvador, Lauro de Freitas, Mata de São João), é muito baixo, de acordo com os respondentes, o número de crianças na creche em Euclides da Cunha – 7,3% (Tab. 53). O Censo Escolar 2009 do Município registra um total de 401
11 VASQUEZ, Maria Luiza e outros – Participação social nos serviços de saúde; concepções dos usuários e dos líderes comunitários em dois municípios do Nordeste do Brasil – Cad. de Saúde Pública, Rio de Janeiro 19(2)579-591, mar-abr 2003
CRIANÇA PEQUENA
Registre-se, portanto, que como se tem constatado em pesquisas anteriores, sobre o mesmo assunto, é bastante restrita a participação e, consequentemente, o nível de conscientização, demanda e uso dos serviços. Ou seja, da educação, da saúde e da assistência social como direito do cidadão e dever do Estado.
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1,0%
crianças em creches, sendo 378 em estabelecimentos municipais e 23 na rede privada. Segundo o IBGE, em 2007 Euclides da Cunha contabilizava 3.716 crianças com até 3 anos, 1.605 na área urbana e 2.111 na rural, todas potenciais usuárias do serviço de creche.
55,7%
Já com relação à matrícula em pré-escola, o percentual de respostas positivas eleva-se para 91,1% (Tab 54). O Censo Escolar 2009 registra um número total de 1.969 matrículas, sendo 1.601 em escolas munici-pais e 368 em escolas particulares. A contagem 2007 do IBGE apontava a existência de 2.122 crianças de 4 a 5 anos no município, o que nos permite aferir que, apesar das 1.969 matrículas nem todas as crianças que deveriam estão frequentando a pré-escola.
GRÁFICO 12 Participação do entrevistado / cuidador em reuniões para discutir serviços de saúde
22,6%
20,7%
Embora se observe em todo o País um pequeno incremento nas matrículas na Educação Infantil, ao que se presume em virtude da Participa Não há reunião incorporação desse nível de ensino nos repasses do FUNDEB, a Não participa Não sabe / não respondeu ampliação do acesso às creches públicas continua sendo considerado um dos maiores desafios enfrentados pelas autoridades educacionais. Não obstante a importância hoje atribuída aos 6 primeiros anos de vida, e aos seus reflexos no desenvolvimento futuro das crianças, constata-se ainda que, sobretudo nos estratos socioeconômicos mais humildes, a maioria das mães, quando colocam seus filhos nas creches públicas, não têm qualquer preocupação com sua qualidade pedagógica. A simples obtenção de um local para deixar a criança quando estiver longe da família, a prestação de serviços de alimentação, higiene e atenção à saúde, faz com que elas se sintam satisfeitas. Esta é uma das conclusões de pesquisa realizada pela Faculdade de Saúde Pública, da Universidade de São Paulo – USP, sobre creches na cidade de São Paulo (www.aprendiz.uol.com.br/content). Na área da Saúde, com uma população de mais de 56 mil habitantes, Euclides da Cunha conta apenas com três Unidades de Saúde da Família, sendo duas na zona rural – Aribicé e Ruilândia, e uma na Sede Urbis/Populares. Dispõe ainda de 110 ACS que atendem a 79,71% da população do município e de um hospital com atendimento 24 horas. Em relação à Assistência Social, a sede do município tem também uma unidade do CRAS e uma do CREAS, ambas bem estruturadas e equipadas. A ausência destes equipamentos na Zona Rural, onde residem 54% da população, deve contribuir para o desconhe-cimento dos serviços relacionados à assistência social.
GRÁFICO 13
GRÁFICO 14
GRÁFICO 15
Entrevistado / cuidador da criança solicitou a criação de serviços
Crianças de 0 a 3 anos na creche
Crianças de 4 a 6 na pré-escola
2,6%
7,3%
3,8%
0,6% 8,4%
26,4%
CRIANÇA PEQUENA
69,8%
30
91,2%
90,2%
Sim
Sim
Sim
Não
Não
Não
Não sabe / não respondeu
Não sabe / não respondeu
Não sabe / não respondeu
11 Bloco L | Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses Contém três questões que avaliam a ocorrência e o manejo de depressão pós-parto. São elas: atitudes e comportamentos maternos nas duas semanas anteriores à entrevista; atitudes tomadas pela mãe em razão de seus sentimentos e comportamentos, também nas duas semanas que antecederam à entrevista; atitudes que a mãe tomaria quanto aos seus sentimentos e comportamentos nesse mesmo período. Todas essas questões admitindo respostas múltiplas.
Segundo os respondentes, somam quarenta e quatro as mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses. Assim, os resultados obtidos junto a este universo, ainda que de extremo interesse, têm pouca relevância estatística, dado o reduzido tamanho da amostra. Primeiramente, foram lidas sete perguntas relacionadas aos sentimentos e estados de espírito da mãe nas duas semanas que antecederam as entrevistas, para as quais o entrevistado deveria responder apenas sim ou não. Aproximadamente 34% declararam sentir-se permanentemente cansada. Dificuldade em gostar da atividade diária e permanência, na maior parte do tempo, de sentimentos de tristeza ou infelicidade foram declarados por 22,7% dos respondentes, ao passo que pouco mais de 20% afirmaram que a mãe teve dificuldade de pensar com clareza (Tab. 55). Àqueles que responderam sim a pelo menos uma das perguntas anteriores, foi perguntado quais as medidas tomadas pela mãe. A integralidade dos cuidadores declarou que a mãe conversou com amigos ou familiares sobre seus sentimentos, e um terço deles afirmou que a mãe procurou um serviço de saúde. Já àqueles que responderam não a todas as sete primeiras perguntas, foi perguntado o que a mãe deveria ter feito caso enfrentasse as situações relatadas. Prevaleceu, mais uma vez, a opção conversar com a família ou amigos, 37,9%, seguida de procurar serviço de saúde, 27,6% (Tab.57). O Manual Técnico do Ministério da Saúde, relativo ao pré-natal e ao puerpério, salienta que, hoje, a maioria dos estudos sobre o assunto “converge para a ideia de que esse período é um tempo de grandes transformações psíquicas” – ansiedades, medos, mudanças nos vínculos afetivos. Por isso, ressalta a importância da adoção de formas adequadas de abordar esses aspectos emocionais por parte do profissional na sua interação com as mães. Como já assinalado anteriormente, isso reforça quão valioso é o retorno delas à presença desse profissional.
12 Bloco M | Aspectos Socioeconômicos
Com relação ao letramento do entrevistado, 89,0% deles declararam saber ler e escrever. Pouco mais de 7% dos cuidadores disseram não ter estudado, e 44,8% declararam tê-lo feito até a 4ª série do 1º grau, enquanto 47,6% disseram ter ido além desse nível (Tab. 58). Segundo os entrevistados, as condições do pai da criança, em relação a esses aspectos, são relativamente inferiores. Quanto ao letramento, eles declararam que 76,7% lêem e escrevem e 20,0% não o fazem; e
CRIANÇA PEQUENA
Compreende questões sobre os assuntos seguintes: letramento do entrevistado/cuidador da criança; escolaridade do entrevistado/cuidador da criança; letramento do pai da criança; escolaridade do pai da criança; fonte da água utilizada para beber; hábito de ferver a água que não venha da rede pública; tipo de sanitário/privada existente na residência; ligação sanitário/privada; residência com energia elétrica; residência com rádio; residência com TV.
31
GRÁFICO 16 Escolaridade do pai da criança
10,5% 19,3%
32,9% 37,4%
Não estudou Estudou até a 0 4 série do 10 grau Estudou além da 40 série do 10 grau Não sabe / não respondeu
há 2,6% que declararam não saber ou não responderam. Aproximadamente 19% não estudaram, 37,4% o fizeram até a 4ª série do 1º grau e 32,9% foram além desse nível. Não sabem ou não responderam a respeito da escolaridade do pai da criança 10,5% dos entrevistados (Tab. 59). Embora a maior parte dos respondentes (63,8%), afirmasse que a rede pública é a principal fonte da água utilizada para beber, são mencionadas também as fontes seguintes: cacimbão/poço – 12,4%; nascente/olho d´água – 7,6% e “outras” – 11,9%. O hábito de ferver a água que não vem da rede pública é indicado apenas por 13,8% – a maioria expressiva, 77,6%, admite não fazê-lo, enquanto 8,6% não sabem ou não responderam (Tab. 60). A existência de sanitários com descarga é apontada por 44,9% dos entrevistados. No entanto, nada menos do que 20,5% deles declaram simplesmente que “não há sanitários”. É irrisório, 8,5%, o número de ligações sanitário/privada à rede de esgotos. A maioria, 51,4%, possui fossa séptica e 38,2%, fossas rudimentares. (Tab.61).
Importante ressaltar que a coleta, o tratamento e a disposição ambientalmente adequada do esgoto sanitário são fundamentais para a melhoria do quadro de saúde da população do município. De acordo com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), os investimentos em saneamento têm um efeito direto na redução dos gastos públicos com serviços de saúde. As estimativas da Fundação apontam que para cada R$ 1,00 (um real) investido no setor de saneamento, economiza-se R$ 4,00 (quatro reais) na área de medicina curativa. Ainda de acordo com a Fundação, as crianças, em especial as de 0 a 4 anos, são as mais afetadas pela falta de saneamento. A falta desse serviço é o principal responsável pela morte por diarreia de menores de 5 anos no Brasil, e 65% das internações hospitalares de crianças menores de 10 anos. De uma maneira geral, os índices de mortalidade infantil caem 21% quando são feitos investimentos em saneamento básico.
CRIANÇA PEQUENA
Quanto a residências com energia elétrica, 93,1% a possuem, e 81,0% disseram ter rádios e que eles funcionam. Não os possuem 14,5% e 4,3% declararam que têm, porém não funcionam. (Tab. 62 e 63).
32
Referências Bibliográficas
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SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – Relatório de Gestão 2006, elaborado pela Assessoria Técnica da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Salvador, 2006 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – Relatório Anual do Departamento de Atenção à Saúde, 2006. Lauro de Freitas, Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas, 2006
CRIANÇA PEQUENA
SCHWENGBER, Daniela Delias; PICCININI, Cesar Augusto - O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (www.scielo.br/scielo.php)
33
TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado – Família, guarda e autoridade parental - Rio de Janeiro: Renovar, 2005 UNESCO - Fontes para a Educação Infantil – São Paulo: Fundação ORSA, Cortez Editora, 2003 UNICEF – Competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos: avaliação em oito comunidades brasileiras – HORTA , Bernando Lessa ... (et al.) – Brasília: UNICEF, 2005 UNICEF – Situação Mundial da Infância 2008 – Caderno Brasil, Brasil (DF), janeiro de 2008 UNICEF – Situação Mundial da Infância 2009 – Caderno Brasil, Brasil (DF), janeiro de 2009 UNICEF – Situação da Infância Brasileira – Crianças de até 6 anos – O Direito à Sobrevivência e ao Desenvolvimento – Brasília, 2005 UNICEF – O município e a criança de até 6 anos - Direitos cumpridos, respeitados e protegidos GIRADE, Halim Antonio e DIDONET, Vital (coord.), Brasília, 2005 UNICEF – Situação Mundial da Infância 2008 – Sobrevivência Infantil - Brasília (DF), 2007 VASQUEZ, Maria Luiza e outros – Participação social nos serviços de saúde; concepções dos usuários e dos líderes comunitários em dois municípios do Nordeste do Brasil – Cad. de Saúde Pública, Rio de Janeiro 19(2)579-591, mar-abr 2003
CRIANÇA PEQUENA
WERNECK, Nísia. “Tecendo o amanhã – pela justiça na educação” in: Pela Justiça na Educação, capítulo 23. Brasília – DF, MEC, FUNDESCOLA, 2000
34
ANEXOS
Tabelas Bloco A
| Identificação
TABELA 1
TABELA 2
Crianças com menos de 6 anos na residência
Crianças por sexo, faixa etária e cor da pele
N
%
Masculino
306
55,4
Feminino
232
42,0
2,6
Não respondeu
13
2,5
4
1,0
TOTAL
552
100
Cinco
0
0
FAIXA ETÁRIA
N
%
Seis
0
0
Menores de 1 ano
73
13,2
Mais de seis
0
Entre 1 e 2 anos
177
31,9
0
100
Entre 3 a 4 anos
154
28,1
420
Mais de 5 a 6 anos
126
22,8
22
4,0
552
100
N
%
Branca
146
26,4
Parda
348
63,0
Preta
16
2,9
Amarela
5
0,9
Indígena
5
0,9
Não sabe / não respondeu
32
5,8
552
100
N
%
Uma
307
73,1
Duas
98
23,3
Três
11
Quatro
TOTAL
SEXO
Não sabe / não respondeu
TOTAL COR DA PELE
TOTAL
TABELA 3
TABELA 4
Crianças com certidão de nascimento e idade de registro
Crianças com deficiência e tipo de deficiência apresentada
CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
N
%
Possui
13
3,1
404
96,2
3
0,7
420
100
DEFICIÊNCIA APRESENTADA PELA CRIANÇA*
N
%
65,9
Enxerga pouco ou não enxerga
5
41,7
118
28,8
Dificuldade de audição
2
16,7
Mais de 12 meses
11
2,7
Não caminha
2
16,7
Não sabe / não respondeu
11
2,7
Tem pé torto
1
8,3
410
100
Tem retardo mental
2
16,7
CRIANÇAS COM CERTIDÃO DE NASCIMENTO
N
%
410
97,6
10
2,4
-
-
420
100
N
%
Menos de 1 mês
270
Mais de 1 a 12 meses
Possui Não possui Não sabe / não respondeu
TOTAL
CRIANÇA PEQUENA
IDADE DE REGISTRO DAS CRIANÇAS COM CERTIDÃO
36
TOTAL
Não possui Não sabe / não respondeu
TOTAL
* Respostas múltiplas
1
TABELA 6 Principal cuidador por idade, cor da pele e estado civil
IDADE
N
%
Menos de 18 anos
16
3,8
Mais de 18 a 40 anos
372
88,6
Mais de 41 a 60 anos
31
7,4
Mais de 60 anos
1
0,2
420
100
COR DA PELE
N
%
Branca
55
13,1
Parda
330
78,6
TABELA 5
Preta
25
6,0
Grau de parentesco do entrevistado com a criança
Amarela
5
1,2
Indígena
4
1,0
Não sabe / não respondeu
1
0,2
420
100
ESTADO CIVIL
N
%
Solteiro (a)
79
18,8
Casado (a)
122
29,0
Vive junto
201
47,9
Viúvo (a)
6
1,4
Separado(a)/divorciado(a)
11
2,6
420
100
TOTAL
N
%
Avô ou avó
21
5,0
Pai
3
0,7
389
92,6
Tio ou tia
2
0,5
Irmão ou irmã
3
0,7
Outros
2
0,5
Não sabe / não respondeu
0
0
420
100
TOTAL Mãe
TOTAL
Bloco B
| Pré-Natal
TABELA 7
TABELA 8
Realização e número de consultas Pré-Natal
Acompanhamento e participação do pai nas consultas Pré-Natal
REALIZAÇÃO DE CONSULTAS PRÉ-NATAL
N
%
ACOMPANHAMENTO
N
%
410
97,6
Acompanhou
81
19,8
Mãe não realizou
9
2,1
Não acompanhou
324
79,0
Não sabe / não respondeu
1
0,2
Não sabe / não respondeu
5
1,2
420
100
410
100
NÚMERO DE CONSULTAS PRÉ-NATAL REALIZADAS
N
%
PARTICIPAÇÃO
N
%
Até 2 consultas
14
3,4
Participou
49
60,5
De 3 a 6 consultas
214
52,2
Não participou
28
34,6
Mais de 7 consultas
174
42,4
Não sabe / não respondeu
4
4,9
8
2,0
TOTAL
81
100
410
100
Mãe realizou
TOTAL
Não sabe / não respondeu TOTAL
TOTAL
CRIANÇA PEQUENA
2
TOTAL
37
TABELA 9
TABELA 10
Providências possivelmente tomadas pela mãe em caso de atendimento insatisfatório
Doses de vacina contra tétano recebidas pela mãe durante a gravidez
N
%
121
28,8
Consultar outro médico no mesmo posto
61
14,5
Não consultar mais
46
11,0
Consultar em outro posto
N
%
Não fez vacinação
10
2,4
Fez 1 dose de reforço
59
14,0
Fez de 1 a 2 doses
76
18,1
Fez 3 doses
192
45,7
1
0,2
63
15,0
420
100
Reclamar da prefeitura / conselho
88
21,0
Reclamar na rádio / jornal
22
5,2
Não sabe / não respondeu
Outros
26
6,2
TOTAL
Não sabe / não respondeu
56
13,3
420
100
TOTAL
Já era imunizada
TABELA 11
TABELA 12
Gravidez intencional
Consumo de fumo e álcool durante a gestação
N
%
Foi intencional
171
40,7
Não foi intencional
235
56,0
Mais ou menos
10
2,4
4
1,0
420
100
CONSUMO DE FUMO
N
%
Consumiu
48
11,4
Não consumiu
372
88,6
0
0
420
100
COMSUMO DE ÁLCOOL
N
%
Consumiu
75
17,9
Não consumiu
343
81,7
2
0,5
420
100
Não sabe / não respondeu
TOTAL Não sabe / não respondeu TOTAL
Não sabe / não respondeu
CRIANÇA PEQUENA
TOTAL
38
TABELA 13 Situações em que a gestante deve ser imediatamente encaminhada ao médico ou há indicativos da proximidade do parto*
ESTIMULADA
TOTAL
IMEDIATAMENTE ENCAMINHADA AO MÉDICO
N
%
N
%
N
%
O bebê parou de mexer
41
9,9
331
79,8
372
89,6
A gestante tem sangramento
235
56,5
171
41,1
406
97,6
A gestante perde líquido
129
30,8
278
66,3
407
97,1
A gestante tem dor de cabeça
85
20,4
209
50,1
294
70,5
A gestante tem convulsões
26
6,3
357
86,0
383
92,3
A gestante tem febre muito alta
58
13,9
339
81,1
397
95,0
A gestante tem dores e cólicas muito fortes
217
52,3
184
44,3
401
96,6
A gestante tem inchaço anormal de pernas e braços
22
5,3
265
63,5
287
68,8
A gestante tem ardência ao urinar
26
6,3
344
82,9
370
89,2
A gestante tem vomitado muito
39
9,4
288
69,4
327
78,8
INDICATIVOS DA PROXIMIDADE DO PARTO
N
%
N
%
N
%
A gestante tem as dores do parto
316
75,4
90
21,5
406
96,9
A gestante tem perda de catarro (muco, clara de ovo)
60
14,4
264
63,5
324
77,9
A gestante tem perda de d´água (líquido)
218
52,0
178
42,5
396
94,5
Bloco C
| Nascimento
TABELA 14
TABELA 15
Local de nascimento
Presença de parteira e familiar na hora do parto
N
Sim
12
70,6
Não
4
23,5
%
Hospital ou maternidade
398
94,8
Em casa
17
4,0
Não sabe / não respondeu
Outro
3
0,7
Não sabe / não respondeu
2
0,5
420
100
TOTAL
%
PRESENÇA DE PARTEIRA
N
1
5,9
TOTAL
17
100
PRESENÇA DE FAMILIAR
N
%
Sim
78
18,6
Não
327
77,9
15
3,6
420
100
Não sabe / não respondeu TOTAL
FAMILIAR PRESENTE
N
%
Pai da criança
28
35,9
Avô da criança
10
12,8
Avó da criança
14
17,9
Tio da criança
3
3,8
Tia da criança
12
15,4
Outro
10
12,8
Não sabe / não respondeu
1
1,3
TOTAL
78
100
CRIANÇA PEQUENA
3
* Respostas múltiplas
ESPONTÂNEA
39
TABELA 16 Razões para procura imediata de médico após o parto*
ESTIMULADA
TOTAL
N
%
N
%
N
%
123
29,6
257
61,8
380
91,3
A gestante tem corrimento com cheiro forte
29
7,0
364
87,5
393
94,5
A gestante tem sangramento
198
47,6
184
44,2
382
91,8
A gestante tem dor na parte de baixo da barriga
150
36,1
207
49,9
357
86,0
A gestante tem febre
* Respostas múltiplas
ESPONTÂNEA
TABELA 17 Retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao parto
N
%
Sim
156
37,1
Não
247
58,8
17
4,0
420
100
Não sabe / não respondeu TOTAL
4
Bloco D
| Alimentação
TABELA 18
TABELA 20
Amamentação logo após o parto
Oferta de líquidos e alimentos à criança doente*
N
%
Sim
355
84,5
Não
62
14,8
Não sabe / não respondeu
3
0,7
420
100
TOTAL
TABELA 19
OFERTA DE LÍQUIDOS À CRIANÇA DOENTE
N
%
Oferece a mesma quantidade de sempre
97
23,1
Oferece maior quantidade de líquidos
232
55,2
Oferece menor quantidade de líquidos
88
21,0
Não sabe / não respondeu
3
0,7
420
100
OFERTA DE ALIMENTOS À CRIANÇA DOENTE
N
%
Oferece a mesma quantidade de sempre
139
33,1
Oferece maior quantidade de alimento
106
25,2
Oferece menor quantidade de alimento
174
41,4
1
0,2
420
100
TOTAL
A mãe durante a amamentação*
40
Conversava com vizinho (a)
129
30,7
Alimentava outra criança
24
5,7
Tocava a criança
341
81,2
Olhava nos olhos da criança
360
85,7
Conversava com a criança
348
82,9
Não sabe / não respondeu TOTAL
* Respostas estimulada
%
* Respostas múltiplas - estimulada
CRIANÇA PEQUENA
N
Alimentação | APENAS PARA CRIANÇAS COM MAIS DE 6 MESES
TABELA 21
TABELA 22
Período de amamentação e que a criança apenas mamou
Alimentação da criança nas 24hs anteriores à entrevista*
AMAMENTAÇÃO
N
%
Nunca mamou
17
4,3
170
Mamou até o 1 ano
N
%
Leite de vaca ou leite em pó
314
74,8
43,3
Suco de frutas
183
43,6
74
18,8
Frutas
187
44,5
Mamou mesmo depois do 10 ano
112
28,5
Legumes / verduras
165
39,3
Arroz, farinha ou pão
330
78,6
Não sabe / não respondeu
20
5,1
Ovos
89
21,2
393
100
Carne ou peixe
269
64,0
APENAS MAMOU
N
%
Feijão
321
76,4
Menos de 1 mês
92
24,5
Gogó / Mingau
176
41,9
De 1 até 2 meses
105
27,9
De 3 até 5 meses
83
22,1
Mais de 6 meses
80
21,3
Não sabe / não respondeu
16
4,3
376
100
Mamou até os 6 meses 0
TOTAL
TOTAL
D2
* Respostas múltiplas - estimulada
D1
Alimentação | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 1 E 6 ANOS
TABELA 23
N
%
Deixa não fazer a refeição
16
4,3
Deixa não fazer a refeição e dá um lanche mais tarde
47
12,8
Força a criança a comer
52
14,1
Dá uma comida diferente
103
28,0
Mais tarde, dá a mesma comida
51
13,9
Inventa brincadeiras para ajudar a criança a comer
57
15,5
Outro
16
4,3
Não sabe / não respondeu
26
7,1
368
100
TOTAL
CRIANÇA PEQUENA
Atitudes quando a criança não quer comer no almoço ou janta
41
5
Bloco E
| Suplementação
6
Bloco F
| Prevenção e tratamento de doenças
TABELA 24
TABELA 27
Vitamina A
Criança com cartão ou caderneta de saúde
N
%
N
%
Já foi ministrada
330
78,6
Sim
414
98,6
Nunca foi ministrada
84
20,0
Não
5
1,2
Não sabe / não respondeu
6
1,4
Não sabe / não respondeu
1
0,2
420
100
420
100
NÚMERO DE VEZES
N
%
Uma vez
95
28,8
N
%
Duas vezes
109
33,0
Três vezes
54
16,4
Sim
404
97,6
Quatro vezes
32
9,7
Não
10
2,4
Cinco vezes
6
1,8
Não sabe / não respondeu
-
-
Seis vezes
7
2,1
TOTAL
414
100
Sete vezes
-
-
Oito vezes
1
0,3
N
%
Vacina
404
100
Peso
383
94,8
Desenvolvimento
224
55,4
N
%
TOTAL
TOTAL
APRESENTOU CARTÃO OU CADERNETA DE SAÚDE QUANDO SOLICITADO
MARCAÇÃO NO CARTÃO OU CADERNETA DE SAÚDE (RESPOSTAS MÚLTIPLAS)
Nove vezes Dez vezes Não sabe / não respondeu TOTAL
-
-
13
3,9
330
100
TABELA 28
Remédio com ferro no último trimestre
Respeito ao esquema vacinal
N
%
Recebeu
171
40,7
Sim
394
97,5
Não
235
56,0
Não
4
1,0
Não sabe / não respondeu
14
3,3
Não sabe / não respondeu
6
1,5
420
100
TOTAL
420
100
TABELA 26
TABELA 29
Tipo de sal utilizado pela família
Recebimento de informações sobre o desenvolvimento da criança
N
%
336
80,0
Sal não iodado
1
0,2
Sal para consuma animal
2
0,5
81
19,3
420
100
Sal iodado CRIANÇA PEQUENA
3,9
TABELA 25
TOTAL
42
13
N
%
Sim
378
90,0
Não
42
10,0
-
-
420
100
Não sabe / não respondeu Embalagem não visível
TOTAL TOTAL
TABELA 30 Impressão do entrevistado / cuidador da criança sobre o seu crescimento
N
%
302
71,9
Está mais ou menos
78
18,6
Não está crescendo bem
12
2,9
Não sabe / não respondeu
28
6,7
420
100
Está bem
TOTAL
TABELA 31 Situações nas quais uma criança deve ser levada com urgência ao médico*
ESTIMULADA
TOTAL
N
%
N
%
N
%
Criança não consegue mamar no peito
14
3,4
300
71,9
314
74,8
Criança fica com a pele muito amarelada
16
3,8
372
89,4
388
92,4
Criança fica cada vez mais doente
92
22,1
312
74,8
404
96,2
Criança fica com febre
330
78,9
69
16,5
399
95,0
Criança respira com dificuldade
70
16,8
327
78,6
397
94,5
Criança tem sangue nas fezes
29
7,0
363
87,5
392
93,3
Criança bebe pouco líquido
14
3,4
243
58,8
257
61,2
Criança tem diarréia
268
64,1
135
32,3
403
96,0
Criança tem vômito
272
64,8
137
32,6
409
97,4
Criança tem tosse com febre alta
204
48,7
201
48,0
405
96,4
Criança tem olhos fundos, sede intensa e moleza extrema
17
4,1
377
90,2
394
93,8
Criança fica com mãos, lábios e pés arroxeados
8
1,9
368
88,2
376
89,5
Criança tem ataque, convulsão
24
5,8
377
90,6
401
95,5
Criança respira rápido com chiado
46
11,0
349
83,5
395
94,0
* Respostas múltiplas
ESPONTÂNEA
TABELA 32 Situações nas quais o entrevistado / cuidador da criança lavou as mãos no dia anterior à entrevista e situações em que a mãe lava suas mãos ou as da criança*
TOTAL
N
%
N
%
N
%
Depois de ir ao banheiro
196
49,9
197
50,1
393
93,6
Depois de trocar as fraldas ou levar a criança ao banheiro
40
12,2
287
87,8
327
77,9
Antes de cozinhar
260
64,8
141
35,2
401
95,5
154
41,5
217
58,5
371
88,3
Antes de dar comida para a criança
MÃE LAVA SUAS MÃOS OU AS DA CRIANÇA
N
%
N
%
N
%
Depois de ir ao banheiro
145
43,7
187
56,3
332
79,0
Antes de comer
22
72,0
102
28,0
364
86,7
CRIANÇA PEQUENA
ENTREVISTADO / CUIDADOR DA CRIANÇA LAVOU AS MÃOS NO DIA ANTERIOR À ENTREVISTA
ESTIMULADA
* Respostas múltiplas
ESPONTÂNEA
43
TABELA 33 Cuidados para prevenir dengue ou malária*
%
N
%
N
%
Uso de mosqueteiro
26
7,6
316
92,4
342
81,4
Manutenção do pátio limpo
238
58,3
170
41,7
408
97,1
Manter os recipientes de água sempre fechados
287
71,9
112
28,1
399
95,0
Pátio sem pneus
198
53,5
172
46,5
370
88,1
Pátio sem garrafas vazias ou sacos plásticos
297
73,7
106
26,3
403
96,0
Uso de telas nas janelas e portas
6
6,7
84
20,0
90
21,4
Uso de repelente fora de casa
10
8,3
111
26,4
121
28,8
Não tomar banho de rio ao anoitecer
4
2,6
151
36,0
155
36,9
| Estimulação psicossocial
TABELA 34
TABELA 36
Família almoçou ou jantou junta nas 24hs que antecederam a entrevista
Hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança
N
%
Sim
248
59,0
Não
172
41,0
-
-
420
100
TOTAL
N
%
Sim
349
83,1
Não
69
16,4
Não sabe / não respondeu
2
0,5
420
100
TOTAL
TABELA 35
TABELA 37
Existência de jornais, livro, livro infantil ou com gravuras / figuras ao alcance da criança
Objetos utilizados pela criança para brincar
N
%
Brinquedos feitos por adultos (peão, pipa, etc)
33
7,9
Objetos da casa (panelas, colheres, canecos, etc)
137
32,6
Objetos e materiais de fora da casa (pedra, graveto, etc)
189
45,0
Brinquedos que tocam música
201
47,9
121
28,8
114
27,1
Bola
290
69,0
Lápis ou giz de cera
395
94,0
Boneco (a))
285
67,9
N
%
Sim
288
68,6
Não
129
30,7
3
0,7
420
100
N
%
Sim
197
46,9
Brinquedos de encaixar
Não
209
49,8
(montar e desmontar)
JORNAIS OU LIVROS
Não sabe / não respondeu TOTAL LIVRO INFANTIL OU COM GRAVURAS / FIGURAS
Não sabe / não respondeu TOTAL
14
3,3
Brinquedos de movimento
420
100
(corda, chocalho, raquetes)
* Respostas múltiplas - estimuladas
Bloco G
Não sabe / não respondeu
CRIANÇA PEQUENA
TOTAL
N
7
44
ESTIMULADA
* Respostas múltiplas
ESPONTÂNEA
TABELA 38
TABELA 39
Criança brinca com outras crianças
Presença de televisão na residência, número de horas que a criança assiste TV e seleção prévia da programação / orientação sobre o conteúdo
N
%
Sim
334
79,5
Não
84
20,0
Não sabe / não respondeu
2
0,5
Não sabe / não respondeu
420
100
N
%
Sim
390
92,9
Não
27
6,4
3
0,7
420
100
N
%
TELEVISÃO NA RESIDÊNCIA
TOTAL
TOTAL
N° DE HORAS QUE A CRIANÇA ASSISTE TV Não assiste
64
16,4
240
61,5
Mais de 3 a 6 horas
69
17,7
Mais de 6 horas
14
3,6
3
0,8
390
100
N
%
Sim
255
71,6
Não
86
24,2
Não sabe / não respondeu
15
4,2
356
100
Menos de 3 horas
Não sabe / não respondeu TOTAL
SELEÇÃO DA PROGRAMAÇÃO ASSISTIDA PELA CRIANÇA
TOTAL
TABELA 40 Envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista
NÃO
ÀS VEZES
N
%
N
%
N
%
Brincou com a criança
235
57,9
109
26,8
62
15,3
Conversou com a criança
310
76,2
71
17,4
26
6,4
Cuidou da criança
302
74,0
48
11,8
58
14,2
Passeou com a criança
205
50,4
113
27,8
89
21,9
Ajudou a dar de comer à criança
238
58,6
75
18,5
93
22,9
G1 Estimulação
* Respostas múltiplas
SEMPRE
psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO
TABELA 41
%
Brincou com brinquedos que fazem som / barulho
31
59,6
Cantou para a criança
41
78,8
Jogou bola ou objetos que rolam
10
19,2
Brincou com objetos pequenos
22
42,3
Base: 52 crianças
CRIANÇA PEQUENA
N
* Respostas múltiplas
Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*
45
G2
Estimulação psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 1 E 2 ANOS
TABELA 42
N
%
Cantou para a criança
79
68,1
Jogou bola
60
51,7
Brincou com brinquedos pequenos
83
71,6
Desenhou / pintou
41
35,3
Levou a criança para passear
85
73,3
* Respostas múltiplas
Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*
Base: 116 crianças
G3 Estimulação
psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 3 E 4 ANOS
TABELA 43
N
%
Correu com a criança
70
53,4
Cantou para a criança
74
56,5
Jogou bola com a criança
58
44,3
Brincou com brinquedos pequenos
71
54,2
Desenhou / pintou
64
48,9
Levou a criança para passear
79
60,3
Brincou com quebra cabeça
9
6,9
* Respostas múltiplas
Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*
Base: 131 crianças
G4 Estimulação
psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 5 E 6 ANOS
TABELA 44
46
N
%
Ensinou o alfabeto / as letras
108
89,3
Ensinou a ler ou escrever
106
87,6
Ensinou a criança à como sair com outras crianças
103
85,1
Ensinou a criança à como se comportar na escola
116
95,9
Jogou bola
60
49,6
Andou de bicicleta, cavalo, etc
50
41,3
Base: 121 crianças
* Respostas múltiplas
CRIANÇA PEQUENA
Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*
8
Bloco H
| Gerenciamento do comportamento
TABELA 45
TABELA 47
Questionamento sobre o desejo da criança de acompanhar o entrevistado / o cuidador em determinada atividade
Responsável pela criança na ausência do cuidador
Pergunta sempre e só leva a criança quando quer
N
%
168
40,0
N
%
Avô da criança
72
17,1
Avó da criança
123
29,3
Pai da criança
72
17,1
Tio da criança
6
1,4
Tia da criança
51
12,1
Criança menor que 10 anos
11
2,6
Pergunta sempre, mas leva mesmo quando a criança não deseja ir junto
72
17,1
Não pergunta e sempre leva a criança
142
33,8
Não pergunta nem leva a criança
27
6,4
Criança com 10 anos ou maior
18
4,3
Outro
9
2,1
Vizinho
12
2,9
Não sabe / não respondeu
2
0,5
Criança vai junto
27
6,4
420
100
Criança fica sozinha
2
0,5
Outro
19
4,5
Não sabe / não respondeu
7
1,7
420
100
TOTAL
TOTAL
TABELA 46 Atitudes tomadas pelo entrevistado / cuidador da criança em caso de comportamento inadequado
ESPONTÂNEA
ESTIMULADA
TOTAL
N
%
N
%
N
%
Dá um castigo
131
31,4
94
22,5
417
99,3
Faz ameaças
44
10,6
169
40,7
415
98,8
Bate na criança
93
22,5
96
23,2
414
98,6
Diz não e explica porque o comportamento é inadequado
146
35,4
206
49,9
413
98,3
Dá umas palmadas
148
35,6
168
40,4
416
99,0
Grita com a criança
96
15,5
206
49,6
415
98,8
Diz não ou pára
75
18,0
273
65,6
416
99,0
Distrai a criança
34
8,3
263
63,8
412
98,1
Manda a criança sentar, ir para o quarto ou a leva embora
16
3,9
253
61,7
410
97,6
CRIANÇA PEQUENA
Não sabe / não respondeu
47
9
Bloco I
| Proteção
TABELA 48
TABELA 49
Criança presenciando briga violenta na família
Decisões de consumo (o que e quanto) relacionadas às necessidades da criança
N
%
Sim
63
15,0
Não
356
84,8
1
0,2
420
100
Não sabe / não respondeu TOTAL
N
%
Eu mesmo (a) decido
170
40,5
Os avós decidem
15
3,6
O pai decide
65
15,5
A mãe decide
151
36,0
Outros
15
3,6
Não sabe / não respondeu TOTAL
I1
4
1,0
420
100
Proteção | APENAS PARA CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO TABELA 50
N
%
Criança dorme na mesma cama dos pais
22
42,3
Criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina
47
90,4
Criança dorme longe do chão
43
82,7
Criança dorme longe das tomadas elétricas
18
34,6
Objetos pequenos ficam fora do alcance da criança
40
76,9
Criança não fica sozinha
28
53,8
* Respostas múltiplas e estimuladas
cuidados para evitar acidentes*
Base: 43 crianças
I2
Proteção | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADE IGUAL OU MAIOR QUE 1 ANO
TABELA 51
48
N
%
Os cabos das panelas ficam para dentro do fogão
344
93,5
Criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina
358
97,3
Criança dorme longe do chão
333
90,5
As tomadas elétricas ficam tampadas
126
34,2
Os medicamentos ficam fora do alcance da criança
346
94,0
Detergente, veneno, água sanitária, ou hipoclorito de sódio ficam fora do alcance da criança
324
88,0
Facas e tesouras ficam fora do alcance da criança
319
86,7
A criança não brinca com fogos de artifício ou fogueira
224
60,9
Base: 377 crianças
* Respostas múltiplas e estimuladas
CRIANÇA PEQUENA
cuidados para evitar acidentes*
10 Bloco J | Conscientização, demanda e uso de serviços
TABELA 52
PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE O SERVIÇO DE SAÚDE
N
%
Não há reunião
95
22,6
Não participa
234
55,7
Participa
87
20,7
Não sabe / não respondeu
4
1,0
420
100
N
%
Posto de saúde
187
44,5
Pronto socorro ou hospital
94
22,4
Creche
117
27,9
Pré - escola
369
87,9
79
18,8
103
24,5
N
%
Sim
111
26,4
Não
293
69,8
Não sabe / não respondeu
16
3,8
420
100
TOTAL DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS NO LOCAL DE RESIDÊNCIA*
Serviço de assistência social Polícia SOLICITAÇÃO DE CRIAÇÃO DOS SERVIÇOS
TOTAL
Conscientização, demanda e uso de serviços
J2
Conscientização, demanda e uso de serviços
APENAS PARA CRIANÇAS IDADE ENTRE 0 E 3 ANOS
APENAS PARA CRIANÇAS IDADE ENTRE 4 E 6 ANOS
TABELA 53
TABELA 54
Criança na creche
Criança na pré-escola
N
%
Sim
17
7,3
Não
211
90,2
6
2,6
234
100
Não sabe / não respondeu TOTAL
N
%
Sim
163
91,1
Não
15
8,4
Não sabe / não respondeu
1
0,6
179
100
TOTAL
CRIANÇA PEQUENA
J1
* Respostas múltiplas
A participação do entrevistado ou cuidador em reuniões, a disponibilidade e a solicitação referentes aos serviços locais
49
11 Bloco L | Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses
TABELA 55 A mãe nas duas semanas que antecederam a entrevista*
N
%
Sentiu-se triste ou infeliz na maior parte do tempo
10
22,7
Perdeu o interesse pelas coisas (trabalho ou lazer)
6
13,6
Sentiu dificuldade em gostar de atividades diárias
10
22,7
Teve dificuldade de pensar com clareza
9
20,5
O trabalho diário tornou-se um sofrimento
4
9,1
Teve dificuldade para tomar decisões
6
13,6
15
34,1
Sentiu-se permanentemente cansada Base: 44 mães
12 Bloco M | Aspectos Socioeconômicos TABELA 58 Letramento e escolaridade do entrevistado / cuidador da criança
N
%
Lê e escreve
374
89,0
Não lê nem escreve
46
11,0
-
-
420
100
LETRAMENTO
Não sabe / não respondeu
* Respostas múltiplas
TOTAL TABELA 56
ESCOLARIDADE
N
%
Atitudes tomadas pela mãe quanto aos seus sentimentos e comportamentos nas 2 semanas antecedentes à entrevista*
Não estudou
31
7,4
Estudou até a 4ª série do ensino básico
188
44,8
Estudou além da 4ª série do ensino básico
200
47,6
1
0,2
420
100
%
N Conversaria com a família ou amigos
15
100
Iria à igreja / falaria com padre ou pastor
1
6,7
Procuraria serviço de saúde
5
33,3
Tomaria remédio sem procurar o médico
4
26,7
Não sabe / não respondeu TOTAL
TABELA 59 Letramento e escolaridade do pai da criança
* Respostas múltiplas
Base: 15 mães
N
%
322
76,7
Não lê nem escreve
87
20,7
Não sabe / não respondeu
11
2,6
420
100
ESCOLARIDADE DO PAI
N
%
LETRAMENTO DO PAI Lê e escreve
TABELA 57 Atitudes que a mãe tomaria quanto aos seus sentimentos e comportamentos nas 2 semanas antecedentes à entrevista*
CRIANÇA PEQUENA
TOTAL
50
N
%
Conversou com a família ou amigos
11
37,9
Não estudou
81
19,3
Foi à igreja / falou com padre ou pastor
2
6,9
Estudou até a 4ª série do ensino básico
157
37,4
Procurou serviço de saúde
8
27,6
Estudou além da 4ª série do ensino básico
138
32,9
Tomou remédio sem procurar o médico
2
6,9
Não sabe / não respondeu
44
10,5
420
100
Base: 29 mães
* Respostas múltiplas
TOTAL
TABELA 61
Fonte da água utilizada para beber e hábito de ferver a água que não provem da rede pública antes do consumo
Tipo de sanitário / privada existente na residência e tipo de ligação
TIPO DE SANITÁRIO
N N
%
63,8
Sanitário com descarga
263
44,9
-
-
Sanitário sem descarga
56
31,3
Cacimbão
52
12,4
Casinha / fossa negra
1
2,4
Rio / riacho / lagoa / açude
17
4,0
Não há
97
20,5
Nascente / olho d´água
32
7,6
Não sabe / não respondeu
3
1,0
Outros
50
11,9
TOTAL
420
100
1
0,2
LIGAÇÃO
N N
%
420
100
Rede de esgoto
27
8,5
HÁBITO DE FERVER A ÁGUA
N
%
Fossa séptica
164
51,4
Sim
21
13,8
Fossa rudimentar
122
38,2
Não
188
77,6
Vala
5
1,6
13
8,6
Rio / lagoa / mar
1
0,3
152
100
Outros
-
-
Não sabe / não respondeu
-
-
319
100
N
%
FONTE D´ÁGUA UTILIZADA Rede pública Chafariz
Não sabe / não respondeu TOTAL
Não sabe / não respondeu TOTAL
N N
%
268
TOTAL
TABELA 62
TABELA 63
Residência com energia elétrica
Residência com rádio
N
%
Sim
391
93,1
Sim, e funciona
340
81,0
Não
29
6,9
Sim, mas não funciona
18
4,3
-
-
Não tem
61
14,5
419
100
Não sabe / não respondeu
1
0,2
420
100
Não sabe / não respondeu TOTAL
TOTAL
CRIANÇA PEQUENA
TABELA 60
51
CRIANร A PEQUENA
Questionรกrios
52
53
CRIANÇA PEQUENA
54
CRIANÇA PEQUENA
55
CRIANÇA PEQUENA
56
CRIANÇA PEQUENA
57
CRIANÇA PEQUENA
58
CRIANÇA PEQUENA
59
CRIANÇA PEQUENA
60
CRIANÇA PEQUENA
61
CRIANÇA PEQUENA
BLOCO L – ESTRESSE E DEPRESSÃO APENAS PARA AS M ÃES QUE TIVERAM FILHO NOS ÚLTIMOS SEIS MESES As perguntas abaixo se referem a como você se sentiu nas últimas duas semanas. Por favor, responda se, desde <DIA DA SEMANA> de duas semanas atrás, houve dias em que....
Sim
Não
NSA
81. Você se sentiu triste ou infeliz a maior parte do tempo? [L01]
1
2
8
82. Você perdeu interesse pelas coisas (seu trabalho ou outras coisas de que gosta)?
[L02]
1
2
83. Era difícil gostar das suas atividades diárias?
[L03]
1
2
84. Era difícil pensar com clareza?
[L04]
1
2
85. Seu trabalho diário era um sofrimento?
[L05]
1
2
86. Teve dificuldade para tomar decisões?
[L06]
1
2
87. Você sentiu cansaço sempre?
[L07]
1
2
Sim
Não
NSA
8
SE SIM EM ALGUMA DAS PERGUNTAS ENTRE 81 E 87 88. O que você fez quando (CITAR A(S) PERGUNTA(S) COM RESPOSTA SIM) AS OPÇÕES NÃO DEVEM SER LIDAS Conversou com a família ou amigos
[L08]
1
2
Foi à igreja / Falou com o padre (pastor)
[L09]
1
2
Procurou o serviço de saúde
[L10]
1
2
Tomou um remédio sem procurar o médico
[L11]
1
2
Sim
Não
NSA
8
SE NÃO EM TODAS AS PERGUNTAS ENTRE 81 E 87 89. O que você faria se tivesse sentido alguma dessas coisas que eu acabei de falar? AS OPÇÕES NÃO DEVEM SER LIDAS Conversaria com a família ou amigos
[L12]
1
2
Iria à igreja / Falaria com o padre (pastor)
[L13]
1
2
Procuraria o serviço de saúde
[L14]
1
2
Tomaria um remédio sem procurar o médico
[L15]
1
2
CRIANÇA PEQUENA
BLOCO M – SOCIOECONÔMICO
62
90. Você sabe ler e escrever?
[M01]
Sim 1 Não 2
91. Até que série você estudou na escola?
[M02]
Não estudou 0 Até a 4ª série do 1º grau 1 Além da 4ª série do 1º grau 2
92. O pai de <CRIANÇA> sabe ler e escrever?
[M03]
Sim 1 Não 2 Ignorado 9
93. Até que série o pai de <CRIANÇA> estudou na escola?
[M04]
Não estudou 0 Até a 4ª série do 1º grau 1 Além da 4ª série do 1º grau 2 Ignorado 9
94. De onde vem a água da casa usada para beber? SE FOR DA REDE PÚBLICA Î 96
[M05]
Rede pública 1 Chafariz 2 Cacimbão, poço 3 Rio, riacho, lagoa, açude 4 Nascente/Olho d’água 5 Outro _______________ 6
95. SE NÃO FOR DA REDE PÚBLICA: A água é fervida antes de beber?
[M06]
Sim 1 Não 2
96. Como é a privada da casa? SE NÃO HÁ SANITÁRIO Î 98
[M07]
Sanitário com descarga 1 Sanitário sem descarga 2 Casinha/ fossa negra 3 Não há 4
97. SE HÁ SANITÁRIO: O esgoto dessa privada está ligado a: [M08]
Rede de esgoto 1 Fossa séptica 2 Fossa rudimentar 3 Vala 4 Rio, lagoa ou mar 5 Outro ________________ 6
98. Na sua casa, há energia elétrica?
[M09]
Sim 1 Não 2
99. Na sua casa, há rádio?
[M10]
Sim, funciona 1 Sim, não funciona 2 Não 3
A EXPERIÊNCIA DA AVANTE NA CONSTRUÇÃO DA GARANTIA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS PEQUENAS
A AVANTE EDUCAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL é uma organização social sem fins lucrativos, fundada em 1996, em Salvador, Bahia, Brasil. Em 2002, coordenou, em parceria com o UNICEF e a Prefeitura Municipal de Salvador, o programa Atenção Integral e Integrada – Direito da Criança, envolvendo os centros comunitários de educação infantil do Subúrbio Ferroviário e da península de Itapagipe e um centro de educação infantil público – CEI Cid Passos. Dois anos depois, essa mesma parceria produziu o documento Diretrizes para Atenção Integral e Integrada à Criança de 0 a 6 anos do município de Salvador. Através deste e de outros projetos de que tem participado, desenvolveu sua metodologia própria de capacitação de adultos baseada na participação ativa, na construção coletiva de conceitos, procedimentos e atitudes e na apresentação e discussão de conteúdos indicados pelos próprios participantes. Quando da elaboração, pelo UNICEF, do kit FBF – Família Brasileira Fortalecida, a AVANTE teve a satisfação de contribuir com sugestões ao material, bem como de atuar na capacitação de reeditores sociais – professores, agentes comunitários de saúde, assistentes sociais, enfermeiras – para disseminação dos conteúdos desse Kit junto às famílias da criança pequena e em atividades voltadas ao fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos. Nos últimos anos – 2006 a 2009 – a AVANTE foi executora dos projetos Família Cidadã, Criança Cidadã e Família, Direitos e Cidadania, realizados em Salvador e Lauro de Freitas e Tecendo a Manhã, executado em Mata de São João. Esses três projetos, assim como o Tecendo a Manhã em Euclides da Cunha, iniciaram-se pela Pesquisa de Avaliação de Competências Familiares em relação às Crianças de 0 a 6 anos, visando ao levantamento de dados necessários à construção de uma linha de base do exercício destas competências, em cada um dos quatro municípios pesquisados. A presente publicação traz os principais resultados referentes à pesquisa das Competências Familiares, realizada em agosto/setembro de 2009 junto a 420 famílias do município de Euclides da Cunha.