Modos de Cuidar - Dever de casa, do estado e da sociedade

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MODOS DE CUIDAR

DEVER DE CASA, DO ESTADO E DA SOCIEDADE


MODOS DE CUIDAR Dever de casa, do Estado e da sociedade (Julho 2007 a Dezembro 2008)

“O critério de avaliação de uma nação deveria estar na análise do cuidado que uma geração mais velha tem para com a mais nova” (Bronfenbrenner, 1995)


REALIZAÇÃO Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) Marie-Pierre Poirier Representante do UNICEF do Brasil

Às famílias matenses que abriram suas casas Vilma Cabral Oficial de Projetos – UNICEF Cláudia Monteiro Fernandes Revisão Técnica Andréia Neri Revisão textual

e corações para os 25 agentes comunitários de saúde do município, capacitados e cadastrados como entrevistadores nessa pesquisa de Competências Familiares em Mata de São João.

AGRADECIMENTOS ESPECIAIS ELABORAÇÃO AVANTE - Educação e Mobilização Social

Ao prefeito João Gualberto Vasconcelos

José Carlos Dantas Meirelles Deborah Kotek Selistre Osorio Ana Luiza Oliva Buratto Análise e Redação do texto

Aos secretários de Educação e Saúde Otávio Marcelo Matos de Oliveira Luciana Peixoto

Mylene Alves Coordenação da Pesquisa

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO KDA Design

Escritório do UNICEF na Bahia Alameda Benevento 103 Edifício Empresarial 14 BIS 5º andar. Pituba 41835-595 - Salvador - Bahia

Aos pesquisadores Albino Nascimento Santana Neto Alessandra Moreira dos Santos Cláudia Souza Campos Silva Crispina Maria Xavier Ednalva Noélia de Jesus Santos Elisabeth dos Santos Lopes Brito Elisangela Regis dos Santos Isis Emanuel Andrade Silva Joana Francisco do Carmo Jocinalva Maria Silva Teixeira José Antônio Lima de Santana José Brás dos Santos José Valdécio N. da Conceição Jovelina Carvalho Alves Jurandir Correia da Silva Maria Cícera dos Santos Silva Maria Ivonete Lopes Rocha Maria Luiza de Jesus Marli Reis Alves Caboré Rosenilda Santos Silva Sineide Muniz dos Santos Suely Figueiredo de Cardoso Vilma Ferreira da Luz Waldirene Lima de Souza Zeig Marcelo Souza Bonfim


Apresentação

A Pesquisa de Avaliação das Competências Familiares na Atenção às Crianças de até 6 anos no Município de Mata de São João teve por objetivo levantar informações relacionadas com coesão familiar, interatividade, proteção, atenção e cuidados em relação às crianças dessa faixa etária. A análise dos resultados do levantamento revelou que as famílias começam a demonstrar preocupação com certos aspectos formais desses cuidados com as crianças, especialmente no que se refere a registros de informações. Quase a totalidade delas informa que as crianças possuem registro de nascimento, bem como Cartão de Saúde das Crianças com anotação das vacinas. A análise indica, porém, aspectos que parecem carentes de empenho ainda maior por parte das famílias, dos órgãos de saúde, de educação e de assistência social e de quantos estejam engajados nesta nobre missão de atenção às crianças de 0 a 6 anos. O acompanhamento pré-natal da gestante é superior, em termos do número de mulheres, à média nacional, porém é ainda uma minoria que realiza sete ou mais consultas, seguindo a orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS). São poucas também as mães que fazem a revisão puerperal, perdendo, tanto a família quanto o município, uma excelente oportunidade de orientação quanto a aleitamento, planejamento familiar e saúde da mulher. Ciente destas carências, a Secretaria de Saúde do Município vem empreendendo esforços para aproximar, cada vez mais, este público do posto de saúde. A proteção das famílias às crianças é outro fator que ainda merece atenção. À medida que a idade aumenta, os cuidados diminuem, o que é de extrema gravidade, visto que é justamente a partir de um ano de idade que a criança ganha maior mobilidade e autonomia, estando potencialmente mais exposta a acidentes. Os vários estudos existentes sobre a questão da proteção e dos cuidados para evitar acidentes na infância chamam a atenção para o fato de que, apesar de muitos deles serem facilmente previsíveis – e, portanto, poderem ser evitados – a verdade é que ainda representam importante causa de mortalidade na infância. Visando justamente a reverter este quadro, os cuidados com a criança vêm sendo trabalhados, junto às famílias, pelos reeditores sociais, com base no Kit FBF. Proteção e estimulação psicossocial da criança são assinaladas, hoje, como da maior relevância pela quase totalidade dos especialistas e profissionais da educação infantil. Dois fatos são por eles indicados como determinantes desta concepção, infelizmente ainda muito recente. São eles: a nova maneira de ver e pensar o ser criança e, em consequência, o significado e o novo valor que passaram a ser dados a esse período da vida humana. Há quem diga – talvez exagerando um pouco – que a criança é uma invenção dos dois últimos séculos. Outra consequência desse novo entendimento é o estabelecimento, indispensável, de uma associação e uma complementaridade entre dois processos fundamentais no trato da criança pequena – o cuidar e o educar. Daí o enfoque na atenção, na proteção contra a violência, física ou psicológica, na prevenção de acidentes, nas práticas de higiene, nos cuidados de um modo geral, na interatividade, na convivência familiar e na estimulação psicossocial.


Muitos dos resultados desta pesquisa de avaliação indicam a necessidade da continuidade, ou da intensificação da disseminação dos preceitos teóricos e legais a respeito do significado da atenção, cuidados, brinquedos, espaços para brincar, da participação dos familiares nas brincadeiras; em suma, da proteção e da estimulação psicossocial das crianças, desde o seu nascimento e, especialmente, ao longo dos seus 6 primeiros anos de vida. Felizmente, desde a realização desta coleta de dados, em 2007, muito já foi feito em Mata de São João para melhorar este quadro. O acesso à educação infantil, por exemplo, precisa ser ampliado, aos moldes do que já foi observado pelo UNICEF em todo o Brasil. Os números encontrados sobre crianças em creches e pré-escolas são bastante diferenciados: o percentual de crianças na pré-escola é da ordem de 89,1% e na creche, de apenas 6,8%. Projeções feitas com base no levan-tamento realizado para elaboração do Mapa de Políticas Públicas e Serviços para Crianças de até 6 anos, no município, no ano de 2007, indicaram taxas de atendimento de aproxi-madamente 71,5% nas pré-escolas e de apenas 3,4% para a população de 0 a 3 anos. Por reconhecer o papel da educação infantil – tanto da creche como da pré-escola – complementar àquele da competência familiar para o desenvolvimento futuro da criança, a prefeitura está investindo nesta área. Em Mata de São João, os passos importantes que foram dados com a construção e instalação do Centro de Referência de Desenvolvimento Infantil e Atenção às Famílias Dom Miguel Fluxá Roselló – em parceria com a Fundação IBEROSTAR - vêm sendo acompanhados por outras medidas necessárias à ampliação e ao aprimoramento das atuais taxas e formas de atendimento às suas crianças de até 3 anos. Todas essas observações têm em vista a consecução de objetivos e pressupostos presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Constituição Federal Brasileira, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e, de forma operacional, no projeto Família Brasileira Fortalecida (FBF), visando a assegurar à criança a garantia dos seus direitos. Com relação ao FBF, ressalte-se a relevância por ele atribuída: à importância dos 6 primeiros anos de vida para o desenvolvimento integral da criança; ao exercício adequado das competências familiares em relação a essas crianças e, por último, mas não menos importante, à necessidade de conquistar, estimular, orientar e apoiar as famílias para que possam bem exercê-las. Por tudo isso, segundo defendem e vêm praticando o UNICEF e a AVANTE, as ações a serem desenvolvidas devem contemplar um trabalho conjunto, de aprendizados mútuos, entre famílias, órgãos públicos, notadamente das áreas de saúde, educação e assistência social, e outros atores sociais. Respeitados, sempre, nesse esforço, valores, crenças, saberes locais, bem como princípios básicos da construção coletiva do conhecimento, da educação de adultos e da educação continuada.


Sumário

PREFÁCIO

7

O CONTEXTO: PROJETO TECENDO A MANHÃ

8

A PESQUISA

9

Metodologia aplicada

9

Questionário

9

Amostra

9

Pessoal e coleta de dados

10

Tratamento dos dados

10

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE MATA DE SÃO JOÃO

11

RESULTADOS E ANÁLISES

13

1

Bloco A - Identificação

13

2

Bloco B - Pré-Natal

15

3

Bloco C - Nascimento

17

4

Bloco D - Alimentação

18

5

Bloco E - Suplementação

19

6

Bloco F - Prevenção e tratamento de doenças

20

7

Bloco G - Estimulação psicossocial

21

8

Bloco H - Gerenciamento do comportamento

23

9

Bloco I - Proteção

24

10

Bloco J - Conscientização, demanda e uso de serviços

25

11

Bloco L - Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses

28

12

Bloco M - Aspectos Socioeconômicos

28

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

30

ANEXOS

31

Tabelas

32

Questionário

48



Prefácio

A participação da sociedade na gestão das políticas públicas voltadas para crianças pequenas e suas famílias vem, aos poucos, ganhando corpo na Bahia e tornando o processo mais democrático e centrado na garantia dos direitos das meninas e meninos, em detrimento de ações com enfoque assistencialista. Mas permanece o desafio de promover melhorias significativas na qualidade de vida da população de 0 a 6 anos do Estado. O desenvolvimento interpessoal, psicopedagógico, cognitivo, afetivo e emocional das crianças depende, dentre outros fatores, do acesso dos pais e responsáveis à educação e a informações sobre como cuidar e proteger seus filhos. O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Prefeitura de Mata de São João, a Fundação IBEROSTAR e a AVANTE – Educação e Mobilização Social uniram esforços para promover, entre gestores públicos e cuidadores das meninas e meninos de 0 a 6 anos, uma melhor compreensão sobre o primeiro ciclo de vida. A partir de uma pesquisa de campo, as organizações parceiras investigaram aspectos relacionados às competências das famílias e do município na atenção às crianças pequenas. Identificaram as lacunas existentes nas áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, e conheceram de perto as relações vigentes entre pais/responsáveis e seus filhos. Não resta dúvida de que a rede de atendimento precisa ser repensada e fortalecida. Os principais resultados da investigação foram consolidados no presente documento, produzido com o objetivo de oferecer um retrato da atual situação das crianças de 0 a 6 anos de Mata de São João, apontar caminhos para interferências técnicas e políticas, além de um comparativo para avaliações futuras das condições de vida das meninas e meninos. A publicação reforça o trabalho iniciado pelas já citadas organizações, que contempla a sensibilização e a capacitação de profissionais da rede básica de atendimento a crianças pequenas, centrado nos conteúdos e princípios do Kit Família Brasileira Fortalecida1- instrumento político-pedagógico, desenvolvido pelo UNICEF e parceiros nacionais, já adotado pelo Ministério da Saúde. Esperamos que a gestão pública dê continuidade ao compromisso de qualificar e universalizar sua oferta de serviços, assegurando os direitos de cada criança de sobreviver e se desenvolver em

1 No âmbito do Projeto “Família Brasileira Fortalecida”, o UNICEF e diversos parceiros especializados em desenvolvimento infantil elaboraram um conjunto de álbuns seriados para dar suporte ao trabalho de fortalecimento das capacidades das famílias e cuidadores das crianças pequenas. O Kit é composto de cinco álbuns que tratam dos cuidados desde o período pré-natal até os 6 anos de idade da criança.

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ambientes saudáveis e de proteção.

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O contexto: Projeto Tecendo a Manhã

O projeto Tecendo a Manhã foi desenhado com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento infantil de crianças até 6 anos de idade e diminuir sua situação de vulnerabilidade em relação à violência, tem sua estratégia alicerçada em dois grandes eixos: qualificação do exercício das compe-tências familiares e fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos da Criança de do Adolescente. Contou com o apoio da Fundação IBEROSTAR, que aportou recursos para construção do Centro de Referência de Desenvolvimento Infantil e Atenção às Famílias Dom Miguel Fluxá Roselló, cuja equipe foi capacitada no âmbito deste projeto. As ações iniciaram-se com o levantamento de dados para avaliação e construção de um conjunto de informações básicas – uma linha de base – sobre o exercício das competências familiares na atenção de crianças de 0 a 6 anos no município, mediante aplicação de questionário próprio, do UNICEF. A partir dessa linha de base poderiam ser monitoradas, ao longo do tempo, as mudanças no comportamento das famílias no que diz respeito ao cuidado com suas crianças pequenas, e os resultados das ações implementadas através deste e de outros projetos. Também como parte do projeto Tecendo a Manhã foram desenvolvidas ações de qualificação de profissionais em diferentes áreas – especialmente de saúde e de educação – além de outros atores sociais ligados à rede de apoio às famílias e à garantia de direitos das crianças. Oficinas, reuniões, seminários foram realizados visando à preparação de entrevistadores, de reeditores sociais para o trabalho com o kit FBF junto às famílias, além de encontros e outras atividades com autoridades locais, especialmente representantes do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente2. O desenvolvimento dos trabalhos contribuiu, ainda, para a elaboração do documento Mapa de Políticas Públicas e Serviços para Crianças de até 6 anos, de Mata de São João. Importante fonte de consulta para agentes públicos, sociedade civil organizada e para os cidadãos em geral. O Mapa contém informações sobre Estrutura de Serviços e Instrumentos Essenciais de Proteção à Criança de 0 a 6, Mapas Geográficos do Município, Previsões Legais sobre o Quadro de Órgãos de Gestão do Sistema de Garantia de Direitos, além de matérias sobre Educação (Rede Municipal de Serviços da Educação, Acesso à Educação Infantil no Município e outras), Saúde (Rede Municipal de Serviços, Atendi-mentos etc.) e Assistência Social

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(Rede Municipal, Programa Bolsa Família do Governo Federal, dentre outras).

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2 O Sistema de Garantia de Direitos (SGD) é o conjunto articulado de pessoas e instituições que atuam para efetivar os direitos de crianças e adolescentes. Sua atuação está alicerçada em três grandes eixos: Promoção, Defesa e Controle Social. Fazem parte desse sistema a família, as organizações da sociedade (instituições sociais, associações comunitárias, sindicatos, escolas, empresas), os Conselhos de Direitos, Conselhos Tutelares e as diferentes instâncias do poder público (Ministério Público, Juizado da Infância e da Juventude, Defensoria Pública, Secretaria de Segurança Pública). Maiores informações sobre o SGD podem ser encontradas no Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como no endereço eletrônico http://www.ceca.ba.gov.br/eca_sistemadireitos.html.


A Pesquisa

O objetivo deste estudo foi avaliar o exercício das competências familiares na atenção às crianças de 0 a 6 anos no município de Mata de São João. Seus resultados originaram a linha de base sobre o tema, que poderá servir como parâmetro, em estudos futuros, para avaliação dos resultados das ações de políticas públicas municipais, bem como do uso do Kit Família Brasileira Fortalecida junto às famílias. Para tanto, foi realizada uma coleta de dados primários3 a partir de um questionário estruturado, com perguntas fechadas, aplicado a 419 famílias matenses entre os dias 30 de julho e 15 de agosto de 2007.

METODOLOGIA APLICADA Seguindo a orientação constante da publicação UNICEF Como avaliar as competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos4, optou-se pelo método de amostragem por conglomerado para se ter uma amostra representativa do nível das competências familiares como um todo. A seguir, foi estimada a quantidade de questionários a serem aplicados junto à população de Mata de São João, realizado o sorteio probabilístico simples das áreas pesquisadas e efetuada a distribuição de entrevistadores nas áreas sorteadas.

QUESTIONÁRIO O instrumento de coleta utilizado foi um questionário padronizado e pré-codificado, com perguntas fechadas, fornecido pelo UNICEF. Organizado em doze blocos de questões – de A a M – o questionário permite levantar dados e informações que vão desde a identificação da família e da criança, aos aspectos ligados ao atendimento pré-natal, à gestante, ao nascimento da criança, à amamentação, a práticas de higiene, até à estimulação psicossocial da criança e ao gerenciamento do seu comportamento, dentre outros. Os blocos e uma cópia do questionário encontram-se disponíveis no Anexo, ao final deste documento.

AMOSTRA O questionário foi aplicado junto a 419 famílias de Mata de São João com pelo menos uma criança de até 6 anos. O entrevistado foi o principal cuidador da criança mais velha dentro desta faixa etária. No caso de existência de mais de uma criança no domicílio, o questionário fazia referência apenas à criança mais velha, admitindo-se que os cuidados endereçados às demais crianças seriam semelhantes. Isso significa que o universo do estudo foram famílias com uma ou mais crianças de até 6 anos de idade, e o era aplicado.

3 Dado primário é aquele produzido no decorrer da pesquisa, pela interação pesquisador – objeto da pesquisa. 4 Bernando Lessa Horta – [et al.]. Como avaliar as competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos. Brasília : UNICEF, 2005.

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universo de crianças, elas mesmas. Após a obtenção do consentimento do responsável, o questionário

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O apoio do Escritório Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística na Bahia (IBGE-BA) no fornecimento de informações quanto às unidades territoriais, chamadas de setores censitários, no município, foi da maior importância para composição da amostra.

PESSOAL E COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada por 25 Agentes Comunitários de Saúde do município. Cada AgenteEntrevistador trabalhou em sua própria área de atuação, em uma cobertura de 88% dos setores censitários do município. Em cada domicílio, conforme destacado, foi entrevistado o responsável por cuidar da criança mais velha, da faixa etária de até 6 anos de idade, ali residente.

TRATAMENTO DOS DADOS A crítica dos questionários aplicados foi realizada pela coordenação da pesquisa. A revisão dos questionários foi feita, inicialmente, pelos supervisores do trabalho de campo e, posteriormente, os dados obtidos foram tabulados e analisados, utilizando-se o programa SPSS (Statistical Package for Social Sciences). Foram realizadas análises descritivas de frequência e cruzamento entre variáveis. Algumas

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variáveis foram submetidas a teste de correlação (qui-quadrado), tratando-se de variáveis nominais.

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Caracterização do Município de Mata de São João

Previamente à comunicação e análise dos resultados da pesquisa, faz-se necessária uma breve descrição do município de Mata de São João, especialmente voltada aos serviços públicos oferecidos às suas crianças, aos adolescentes e às famílias matenses, bem como uma breve referência à instalação e funcionamento do seu Sistema de Garantia de Direitos. O município de Mata de São João integra a Região Metropolitana de Salvador e está loca-lizado na orla Norte do Estado, com área territorial de 683,50 Km2 e população total de 37.175 habitantes, segundo dados do IBGE 2007. O crescimento populacional anual é da ordem de 0,8% e sua população é predominantemente jovem, de acordo com dados da Prefeitura Municipal em 2007. Seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,671, abaixo da média do estado da Bahia, que é de 0,680 (IBGE, 2000). Vale ressaltar, entretanto, que dados do relatório de Desenvolvimento Humano de 2005, do PNUD –Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - apontam para o crescimento do IDH do estado, que saltou para 0,742 - o melhor da região Nordeste - a qual, contudo, concentra os nove estados com piores índices do país. Em termos de estrutura de serviços e instrumentos essenciais de proteção à criança de 0 a 6 anos, Mata de São João melhorou muito sua situação nos últimos 4 anos. Conforme dados da prefeitura em 2007, 94% dos seus domicílios eram servidos de água por abastecimento da rede pública, 45% possuíam rede geral de esgotamento sanitário e 61% deles tinham seu lixo coletado pelo Poder Público. Da mesma forma, vários postos de saúde e equipes do Programa Saúde da Família (PSF) foram instalados ou estruturados, sendo que a cobertura do atendimento nessa área abarcava, em 2007, mais de 85% do município. Em 2007, além dos 11 postos de saúde instalados e em funcionamento, a comunidade matense contava ainda com um hospital municipal, referência na região – Hospital Eurico Goulart de Freitas. Na área educacional, o atendimento à criança e ao adolescente vem sendo bem incremen-tado em termos da sua qualidade, a partir da construção e reforma de várias escolas nas três grandes zonas municipais – sede, zona rural e orla. Em 2007 a rede municipal contava com 45 escolas e 3 Centros de Educação Infantil, sendo um público e 2 privados conveniados. Mas, se o atendimento à criança e ao adolescente na educação foi qualificado, Mata de São João ainda tem uma grande tarefa a realizar – melhorar muito os resultados de aprendizagem dos alunos. Em 2007, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB5) do município ficou abaixo da média do estado da Bahia, bem como da média da região Nordeste, tanto nos anos inicias do Ensino Fundamental como nos seus anos finais, conforme

5 O IDEB foi criado em 2005 com intuito de medir a qualidade de cada escola e de cada rede de ensino. Criado pelo Instituto Nacional de Estudos e de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ( INEP), ligado ao Ministério da Educação como parte do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), é calculado com base na taxa de rendimento escolar (aprovação e evasão) e no desempenho dos alunos no SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) e na Prova Brasil. Assim, para que o IDEB de uma escola ou rede cresça, é preciso que o aluno aprenda, não repita ano escolar e frequente a sala de aula.O índice é medido a cada dois anos e o objetivo é que o país, a partir do alcance das metas municipais e estaduais, tenha nota 6 em 2022, em uma escala de zero a dez – correspondente à qualidade do ensino em países desenvolvidos.

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quadro demonstrativo a seguir.

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QUADRO 1

Comparativo do IDEB municipal com média do Estado e da Região

Mata de São João

Média do Estado da Bahia

Média da Região Nordeste

Anos Iniciais do Ensino Fudamental

3,0

3,4

3,5

Anos Finais do Ensino Fudamental

2,4

2,7

2,9

IDEB 2007

Trazer o resultado do IDEB municipal no contexto desse documento tem sua razão ligada ao fato de que, para os pais, esse índice é uma excelente ferramenta para orientar a escolha de em qual escola matricular seus filhos, como também para estimulá-los a cobrar, dos governantes e dos diretores das instituições, melhorias na oferta e na qualidade da educação pública a seus filhos, pois uma educação de qualidade é direito de toda criança e adolescente brasileiro. Em relação ao Sistema de Garantia de Direitos (SGD), o município tem trabalhado no sentido de instituir o atendimento universal aos cidadãos matenses, com atenção aos regramentos do Estatuto da Criança e do Adolescente para atendimento preferencial a essas faixas etárias e às gestantes. Entre os órgãos de defesa que compõem o Sistema, estão instalados e em funcionamento os seguintes: Conselho Tutelar - constituído por 5 membros titulares e 5 suplentes, com mandato de 3 anos, atendendo às 3 regiões municipais – sede, orla e zona rural; Conselho Municipal da Criança e do Adolescente – composto por 8 conselheiros titulares e 8 suplentes, divididos paritariamente entre representantes do Poder Público e organizações da sociedade civil. Foro Judicial Desembargador Francisco Pondé Sobrinho – funciona diariamente das 08h às 18h, com serviço de plantão judicial. Ministério Público – composto por dois promotores que atendem no Fórum Desembargador Francisco Pondé Sobrinho. Juizado da Infância e da Adolescência – lotado no Foro Judicial, cumulado com a Vara Criminal, atuando quando solicitado, por meio de comissários voluntários. O município presta também outros serviços para proteger, por meio de atividades e medidas desenvolvidas no âmbito do SGD, crianças e adolescentes em situação de maus tratos, abusos e explorações, com famílias em situação de risco social, bem como portadores de transtorno mental, distúrbio neurológico, usuários de drogas ou em conflito com a lei. Na área da Assistência Social, o município contava, em 2007, com os seguintes serviços

e programas:

Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), órgão de apoio e atendimento população carente, que realiza, dentre outros serviços, entrevistas familiares, atendimentos psicológicos, visitas domiciliares, encaminhamentos para retirada de documentos e para órgãos do SGD. Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) - órgão que presta

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atendimento direto à população, atuando em programas sociais como o Serviço Sentinela e na

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execução do Programa Cidadania para Todos. Serviço Sentinela – programa do Governo Federal que presta atendimento especializado no CREAS, junto a crianças e adolescentes vítimas de abuso e/ou exploração sexual, bem como a suas famílias com vistas ao fortalecimento da sua auto-estima, da garantia do acesso a serviços


de assistência, da inserção de suas famílias em programas de geração de renda, do fortalecimento de ações coletivas para enfrentamento do problema do abuso e da exploração. Projeto Criança Cidadã – executado pela prefeitura em parceria com a Petrobrás e a Filarmônica 8 de Dezembro, busca preparar crianças e adolescentes, de 5 a 18 anos, para o exercício da cidadania, fortalecendo o interesse pela escola e a harmonia na família, mediante o desenvolvimento de atividades de música e arte. Programa de Desenvolvimento Social e Cidadania para Todos - desenvolvido pelo CREAS com apoio da prefeitura, com o objetivo de promover a inclusão social das famílias em situação de vulnerabilidade via redução do índice de desemprego, redução do número de habitações inadequadas, do risco nutricional, etc. Programa Nossa Sopa – que beneficiava, em 2007, 148 famílias matenses, por meio do fornecimento de alimentação gratuita. Projeto Conviver – executado pelo CRAS, beneficiava 168 idosos na sede do município com oficinas de teatro, preparo de festas municipais e outras atividades. Vale ressaltar, porém, que alguns desses serviços não estão plenamente à disposição de todos os cidadãos matenses, seja pela dispersão territorial, seja ainda pela falta de acesso a alguns deles.

Resultados e Análises Os comentários que se seguem, em relação aos diferentes blocos, acompanham o ordenamento do questionário e dizem respeito aos resultados mais expressivos ou significativos. Alguns desses resultados são ilustrados com Gráficos. O conjunto completo das Tabelas, de números 1 a 63, referentes aos blocos, de A a M, pode ser encontrado no Anexo, páginas 32 a 47.

1

Bloco A

| Identificação

Contém questões contemplando os seguintes aspectos: crianças com menos de 6 anos na residência; crianças por sexo; crianças por faixa etária; por cor da pele; com certidão de nascimento; idade de registro das crianças com certidão; crianças com deficiência; tipo de deficiência; grau de parentesco do entrevistado com a criança; idade do entrevistado/ principal cuidador; cor da pele do entrevistado; estado civil do entrevistado.

Esse bloco tem por objetivo permitir uma caracterização inicial da amostra trabalhada. Como já mencionado anteriormente, os questionários foram aplicados junto a 419 famílias, com pelo menos uma criança de até 6 anos, tendo como entrevistado o principal cuidador da criança mais velha. anos. 75,7% dessas mães vivem um relacionamento estável, das quais 29,4% são formalmente casadas (Tab. 5 e Tab. 6 no Anexo). As 419 famílias entrevistadas são responsáveis por 601 crianças. A maioria das famílias entrevistadas (65,2%) tem apenas 1 criança, perfil consonante com os resul-tados da Pesquisa Nacional por Amostra

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Em 84% dos casos, o principal cuidador é a própria mãe da criança, cuja faixa etária variava de 18 a 40

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de Domicílios 20076, que apontam uma significativa redução no

GRÁFICO 1

tamanho médio da família brasileira (Tab. 1 no Anexo). A Pesquisa

Crianças por sexo

Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher7 (PNDS–2006) traz resultados semelhantes, apontando que a taxa de fecundidade manteve a tendência de queda observada na última década, atingindo, em 2006, o valor de 1.8 filhos por mulher, em 51,4%

48,6%

contraste com os 2.5 registrados em 1996. A distribuição das crianças matenses por sexo é equilibrada: 48,6% são meninos e 51,4%, meninas (Gráfico 1, Tab. 2 no Anexo). Pouco mais de 67% das crianças cujas famílias foram entrevistadas têm entre 3 e 6 anos, o que indica, neste momento, uma maior

Feminino

demanda por vagas na pré-escola do que em creches (Gráfico 2, Tab.

Masculino

2 no Anexo). Outra sinalização que estes resultados nos oferecem é uma redução no número de nascimentos, nos moldes do que vem ocorrendo, com maior ou menor intensidade em todo o território nacional (PNAD 2007).

GRÁFICO 2 Crianças por faixa etária

Quando da realização da coleta de dados deste estudo, a rede municipal de educação infantil contava com 240 vagas nos Centros

0,3%

de Educação Infantil, destinados a crianças de 3 a 6 anos, e 1.392 14,0% 35,8%

vagas de pré-escolas em instituições de educação infantil, segundo dados do Mapa de Políticas Públicas e Serviços do Município de Mata

28,6%

de São João para Crianças de Até 6 Anos8. Face às projeções realizadas pela equipe que elaborou o Mapa a partir dos dados do

31,3%

Censo do IBGE (2000), vislumbrou-se que a população estimada de crianças de 4 a 6 anos no município era de aproximadamente 2.200 pessoas em 2007, o que representa uma capacidade de atendimento

Menores de 1 ano Entre 1 e 2 anos

em escolas públicas, por parte do município, de 71,5%.

Entre 3 e 4 anos

Tomando por base os mesmos dados projetados pelo IBGE para

Entre 5 e 6 anos

crianças de 0 a 3 anos, a população de crianças seria de 2.400

Não sabe / não respondeu

pessoas. Pelos dados coletados, são atendidas nos Centros de Educação Infantil conveniados 240 crianças de 3 a 6 anos, o que aponta para, aproximadamente, 60 crianças de 3 anos atendidas, as

quais representam 3,4% da demanda. Todavia, cabe destacar que após a conclusão do Mapa foi inaugurado o Centro de Referência em Educação Infantil e Atendimento às Famílias Dom Miguel Fluxá Roselló, o que representou um incremento de 95 vagas na rede. No que tange à cor da pele das crianças, segundo seu principal cuidador, 82% são preta ou parda (Tab. 2 no Anexo). Quanto à cor da própria pele, 90,1% dos entrevistados declararam-se pretos ou pardos (Tab. 6

MODOS DE CUIDAR

do Anexo). Esta similaridade de resultados era esperada, uma vez que na maioria dos casos o cuidador era

14

6 Realizada bienalmente pelo IBGE, aborda questões relativas às características gerais da população, migração, educação, trabalho, famílias, domicílios e rendimento. Seus resultados estão disponíveis através do endereço eletrônico http://www.ibge.com.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2007/default.shtm 7 Realizada pela área de População e Sociedade do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), financiada pelo Ministério da Saúde, a PNDS-2006 tem seus resultados disponíveis através do endereço eletrônico http://bvsms.saude.gov.br/bvs/pnds/index.php. 8 Avante – Educação e Mobilização Social. Mapa de Políticas Públicas e Serviços do Município de Mata de São João para Crianças de Até 6 Anos. Salvador: Unicef, 2007


a própria mãe da criança. Quanto ao percentual de 3,7% de

GRÁFICO 3

crianças cuja cor da pele é declarada amarela, este pode ser

Crianças por cor da pele

explicado pela existência, no município, do Núcleo Colonial JK, constituído, inicialmente, por imigrantes / colonos japoneses

0,5% 1,7% 3,7%

(Gráfico 3, Tab. 2 no Anexo). Com relação ao registro de nascimento das crianças, 98,8% dos informantes declararam possuí-lo. Em 70,8% dos casos, este

12,2% 12,3%

foi feito antes da criança completar um mês de idade (Tab. 3 no Anexo). 69,7%

Apenas 1,2% das crianças, cujos cuidadores foram entrevistados, possui algum tipo de deficiência. Enxergar pouco ou não enxergar é o problema de 60,0% destas crianças, e criança alguma apresenta mais de um tipo de deficiência (Tab. 4 no Anexo).

2

Bloco B

Branca

Amarela

Parda

Indígena

Preta

Não sabe / não respondeu

| Pré-Natal

Compreende questões que abrangem desde a intencionalidade da gravidez e o número de consultas de pré-natal realizadas, até o nível da participação do pai nessas consultas.

De acordo com os entrevistados, 87,8% das mães tiveram acompanhamento médico pré-natal. Contudo, apenas 39,9% destas realizaram sete ou mais consultas – número mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (Gráficos 4 e 5, Tab. 7 no Anexo). Pesquisas9 sobre o mesmo assunto – 7 ou mais consultas de pré-natal –, realizadas pelo UNICEF em Salvador e Lauro de Freitas, em 2007, apresentaram os seguintes resultados: Salvador, 54,3% e Lauro de Freitas, 67,1%. Segundo relatório UNICEF Situação Mundial da Infância, 2008, a média, nesse caso, para todo o estado da Bahia, é 31,5% e para Brasil é da ordem de 52,8%, o que demonstra estar Mata de São João acima da média estadual, mas abaixo da nacional. Idealmente, deveriam ser 14 as consultas feitas pela gestante no período pré-natal: uma vez por mês, do primeiro ao sexto mês de gravidez; uma, a cada quinze dias, no sétimo e oitavo; uma vez por semana no último. De acordo com o Ministério da Saúde10, a proporção de gestantes sem acompanhamento pré-natal em 2006, último ano para o qual existem informações consolidadas, foi de 9,3%, o que representou uma

9 Avante – Educação e Mobilização Social. Ser Criança – resultados da pesquisa de avaliação das competências familiares na atenção de crianças de 0 a 6 anos nos municípios de Salvador e Lauro de Freitas. Salvador: Unicef, 2007 10 Consulta realizada em 15 de fevereiro de 2009 ao Sistema de Informações da Saúde, mantido pelo Departamento de Informática do SUS – DATASUS, através do endereço eletrônico http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php

MODOS DE CUIDAR

significativa redução frente ao percentual de 20,8% observado em 2000.

15


GRÁFICO 4

GRÁFICO 5

GRÁFICO 6

Realização de consulta pré-natal

Número de consultas pré-natal realizadas

Presença do pai nas consultas pré-natal

2,2%

1,4% 10,7% 40,0%

25,8%

6,0% 6,0%

87,8%

72,9%

48,1%

Mãe realizou

Até 2 consultas

Acompanhou

Mãe não realizou

De 3 a 6 consultas

Não acompanhou

Não sabe / não respondeu

7 ou mais consultas

Não sabe / não respondeu

Não sabe / não respondeu

A presença dos pais em uma ou mais consultas é da ordem de 25,8% (Gráfico 6, Tab. 8 no Anexo). É preciso ressaltar a importância da participação do pai nessas consultas, o que tem ocorrido pouco no município. A despeito do elevado percentual de gestantes que realizaram acompanhamento pré-natal e das orientações passadas pelo(a) médico(a) nestas oportunidades, o consumo de tabaco por parte destas mulheres manteve-se elevado – 30,3% continuaram fumando. Já a incidência de consumo de álcool foi bem menor, ainda que grave: 9,6% das gestantes seguiram consumindo álcool durante a gravidez, contrariando a orientação de abstinência (Gráfico 7, Tab. 12 no Anexo). Quanto à questão relativa à intencionalidade da gravidez, em Mata de São João, registre-se que 59,7% das respostas obtidas foram negativas, ou seja, predomina a gravidez não intencional (Tab. 11 no Anexo). A alta incidência de não-intencionalidade aponta a necessidade da amplia-ção dos programas de direitos sexual e reprodutivo que orientem os casais quanto aos diferentes métodos contraceptivos ou do

GRÁFICO 7

Consumo de álcool e tabaco durante a gestação

90,0%

Álcool

89,7% 80,0%

Fumo

70,0% 68,5%

60,0% 50,0% 40,0%

MODOS DE CUIDAR

30,0%

16

30,3%

20,0% 10,0%

9,6%

0,7%

1,2%

0,0% Consumiu

Não consumiu

Não sabe / não respondeu


aumento da distribuição gratuita dos mesmos. De acordo com a

GRÁFICO 8

PNDS-2006, 19% das mulheres brasileiras que vivem em alguma

Providências possivelmente tomadas pela mãe em caso de atendimento insatisfatório

forma de união estável não fazem uso de qualquer método contraceptivo. Finalmente, com relação a providências adotadas pela mãe em caso de atendimento insatisfatório no atendimento pré-natal, apenas 12% responderam que reclamariam à Prefeitura ou ao Conselho; 34,8% declararam que se consultariam em outro posto, enquanto 28,3% procurariam outro médico no mesmo

3,8% 34,8%

6,8% 3,3% 12,0%

posto (Gráfico 8, Tab. 9 no Anexo). Grave é o fato de que mais de 11% das respondentes suspenderiam o acompanhamento pré-

28,3% 11,1%

natal em caso de atendimento insatisfatório, índice que denota a necessidade de se investir ainda mais em campanhas educativas acerca da importância deste procedimento para a saúde da gestante e do bebê.

Consultar em outro posto Consultar outro médico no mesmo posto Não consultar mais Reclamar na prefeitura / conselho Reclamar na rádio / jornal outros Não sabe / não respondeu

3

Bloco C

| Nascimento

Diz respeito aos seguintes aspectos: local do nascimento; presença de parteira no momento do nascimento; presença de familiar na hora do parto; qual o familiar presente; razões para procura imediata de médico após o parto; retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao parto.

Em 96,2% dos casos, os nascimentos ocorreram em hospital ou maternidade (Tab. 14 no Apêndice). A presença de familiar na hora do parto – independentemente do local onde este ocorreu – verificou-se em 59,9% dos nascimentos. Em 41,0% das vezes este familiar foi o pai, seguido da avó da criança, citado por 14,7% dos entrevistados (Tab. 15 no Anexo). O retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao parto atingiu o percentual de 43,2% (Gráfico 9, Tab. 17 no Anexo), o que é baixo, tendo em vista a importância que é atribuída a essa revisão, e o percentual de mães que realizaram acompanhamento pré-natal (87,9%). Sabe-se que essa revisão, além da oportunidade de avaliação do estado de saúde da mulher, é um ensejo para que ela possa ser orientada sobre aspectos ligados à amamentação, a respeito de vários tipos de cuidados com a criança e até sobre questões relacionadas com o planejamento de futura gravidez – aspecto de suma relevância para uma população na qual quase 60% das gestações não foram intencionais. O relatório UNICEF – Situação Mundial da Infância 2009 dedicado à saúde maternal e neonatal, afirma à relativa à morte por complicações relacionadas à gestação ou ao parto. Segundo o Relatório, as mulheres que vivem nos países menos avançados correm riscos 300 vezes maiores do que as que vivem em países mais ricos. E mais: perto de 99% das mortes no mundo, decorrentes de gravidez e parto, ocorrem nos países em desenvolvimento.

MODOS DE CUIDAR

que nenhuma outra taxa de mortalidade é tão grande, em consequência da desigualdade social, quanto

17


Dados do Ministério da Saúde – DATASUS 2006 – informam que, no

GRÁFICO 9 Retorno da gestante ao médico nos dois meses seguintes ao parto

Brasil, em 2005, a taxa de mortalidade materna foi da ordem de 53,5 por 100.000 nascidos vivos (embora, devido a subnotificações estaria próximo de 74), quando a recomendada pela Organização

12,2%

Pan-Americana de Saúde é de 20 casos a cada 100 mil nascidos vivos. 43,2%

O Ministério da Saúde, considerando que a gravidez e o parto, embora eventos fisiológicos, ocasionam alterações físicas e emocionais na mulher, tem destacado a importância do papel e do apoio da família nesses momentos e também durante todo o puerpério. Várias

44,6%

iniciativas, visando à redução do número de cesarianas e da mortalidade materna, neonatal e infantil, têm assinalado e recomendado o significado desse suporte emocional.

Sim Não Não sabe / não respondeu

4

Bloco D

| Alimentação

Inclui questões sobre os seguintes assuntos: amamentação logo após o parto; comportamento materno durante a amamentação; oferta de líquidos à criança doente; período de amamentação; período em que a criança apenas mamou; alimentação da criança nas 24 horas anteriores à entrevista; atitudes adotadas quando a criança não quer comer.

GRÁFICO 10 Período de amamentação

De acordo com os entrevistados, 13,84% das mães não amamentaram logo após o parto (Tab. 18 no Anexo). Cabe aqui destacar que o questionário não delimita quanto tempo depois do parto entende-

6,9% 3,3%

se por “logo”, ficando esta interpretação por conta do respondente. Quanto ao período da amamentação – independentemente se exclu29,8%

siva ou combinada –, o percentual das que afirmaram amamentar até os 6 meses (29,8%) e até o primeiro ano (16,2%) supera em pouco mais de um ponto percentual a parcela das que declararam

43,7% 16,2%

fazê-lo mesmo depois do primeiro ano (43,7%) – (Gráfico 10). E 3,3% afirmaram que a criança nunca mamou (Tab. 21 no Anexo). Conforme recomendado pela Organização Mundial da Saúde, a duração da amamentação, e sua ocorrência imediatamente após o

Nunca mamou Mamou até os 6 meses 0

MODOS DE CUIDAR

Mamou até o 1 ano

18

parto, são consideradas extremamente importantes. O leite materno é considerado uma vacina natural, o alimento mais completo, até o

Mamou depois do 10 ano

sexto mês, pois além de conter proteínas, vitaminas e anticorpos, é

Não sabe / não respondeu

fácil de digerir. Diz-se ainda: não precisa ferver, misturar, coar, está sempre pronto para ser servido. Além de tudo isso, reduz os riscos de a criança contrair alguma doença.


Segundo os entrevistados, 25,7% das crianças receberam exclusivamente aleitamento materno apenas no primeiro mês, 19,6% o mantiveram de um a dois meses, 18,5% de 3 a 5 meses, e 23,7% seguiram com o aleitamento materno exclusivo para além do sexto mês (Tab. 21 no anexo). Como se vê, a recomendação internacional de que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês e se prolongue até os 2 anos de idade também não é observada. Por isso, está mais do que justificado o destaque que é atribuído à amamentação em várias publicações do UNICEF, e de modo especial no Kit FBF. Os resultados obtidos no município objeto desta avaliação confirmam que, não obstante todos esses esforços, o tema ainda necessita ser cada vez mais realçado e trabalhado. Assim, vale insistir na advertência contida em documento do UNICEF – Situação Mundial da Infância, Caderno Brasil, 2008, segundo a qual: “embora o país venha desenvolvendo inúmeras ações e campanhas desde a década de 80 em prol do aleitamento materno, a recomendação internacional de que o aleitamento materno seja exclusivo até o sexto mês de vida e se prolongue até os 2 anos de idade está longe de ser cumprida”.

5

Bloco E

| Suplementação

Busca avaliar em que medida a criança vem recebendo a suplementação devida de vitamina A, ferro e iodo. Inclui questões sobre: administração de vitamina A; número de vezes em que isso ocorreu; remédio com ferro no último trimestre; tipo de sal utilizado pela família. 11

De acordo com o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil 2007 , 50,0% da população de Mata de São João vive abaixo da linha da pobreza, ou seja, com renda familiar per capita abaixo de ½ salário mínimo. Entretanto, este dado, ainda que bastante negativo, parece não impactar de forma significativa na nutrição das crianças matenses. Em 2007, das 4.769 pesadas pelo Programa Saúde da Família era de 4.769, apenas 0,9% estavam desnutridas, parcela bastante inferior à média observada no Nordeste, onde PNDS–2006 apontou uma taxa de desnutrição infantil crônica na casa de 5,7%. A pesquisa sobre exercício das competências familiares no município, cujos resultados são aqui apresentados, traz informações que contribuem para entender esta taxa de nutrição. Dos respondentes, 82,6% afirmaram haver ministrado vitamina A à criança. Quanto ao número de vezes em que isso ocorreu é extremamente variado: 19,1% dos entrevistados afirmaram ter ministrado a vitamina apenas uma vez; 32,7% declararam o haver feito duas; e 23,4% três (Tab. 24 no Anexo). Quanto à administração de ferro à criança obteve-se apenas 33,2% de respostas positivas, ou seja, afirmando que a criança recebeu esse mineral (Tab. 25 no Anexo). Aqui cabe destacar que só necessitam de suplementação de ferro lactentes que não estão recebendo leite nem suplementação apropriada à idade. Com relação à utilização, pela família, de sal iodado, 55,4% responderam afirmativamente. Foi elevado, porém, o número de casos em que as embalagens do sal não foram exibidas ao entrevistador.

(96%) e rurais (94%).

11 Atlas do Desenvolvimento Humano, disponível em www.pud.org.br

MODOS DE CUIDAR

O percentual de “embalagens não vistas” foi de 43,7% (Tab. 26 no Apêndice). No Brasil, segundo a PNDS-2006, 96% das famílias fazem uso de sal iodado, com pequenas diferenças entre as áreas urbanas

19


A importância da pesquisa sobre a utilização desse nutriente costumava ser justificada pelo fato de que era comum no Brasil o consumo de alimentos dele desprovidos. O crescimento do consumo de alimentos industrializados, observado a partir dos anos noventa, reverteu esta tendência. Atualmente, segundo o Ministério da Saúde, o único estado da federação cuja população enfrenta problemas significativos pela carência de iodo é Tocantins, onde o consumo de sal grosso supera o de sal iodado12. Como se sabe, a carência de iodo pode gerar graves consequências, como retardo mental, retardo do crescimento, problemas do sistema nervoso, entre outros.

6

Bloco F

| Prevenção e tratamento de doenças

Contém as seguintes questões: criança com cartão ou caderneta de saúde; apresentação do cartão quando solicitado; marcação, nele, de informações sobre vacina, peso, desenvolvimento; respeito ao esquema vacinal; informações sobre o desenvolvimento da criança; impressão do entrevistado/cuidador da criança sobre seu crescimento; situações nas quais uma criança deve ser levada com urgência ao médico; situações nas quais o entrevistado /cuidador da criança lavou as mãos no dia anterior à entrevista; situações nas quais a mãe lava suas mãos ou as da criança; cuidados para prevenir dengue ou malária.

A quase totalidade dos respondentes (98,1%) declarou que a criança possui cartão de saúde, sendo que 89,3% o exibiram. Sobre marcação no cartão de saúde – questão de respostas múltiplas – os resultados foram: vacinação – 100%; peso – 81,7%; desenvolvimento – 67,8% (Tab. 27 no Anexo). O respeito ao esquema vacinal é da ordem de 90,46% (Tab. 28 no Anexo). A grande maioria dos entrevistados (76,6%) afirmou que vem recebendo informações sobre o desenvolvimento da criança (Tab. 29 no Anexo). E igualmente elevado – 70,4% – é o percentual daqueles que declararam que o desenvolvimento “está bem”. Ao principal cuidador foi também perguntado quais as situações em que a criança deveria ser levada com urgência a um serviço de saúde. A pergunta foi feita primeiramente de forma espontânea, ou seja, deixando que o entrevistado declarasse seu entendimento. A seguir, o entrevistador lia alguns sintomas não citados pelo cuidador, elencados no próprio questionário, para que o entrevistado apontasse se aquela era ou não uma situação que demanda urgência no encaminhamento da criança a um serviço de saúde. De forma espontânea, a situação mais comumente citada foi a febre, apontada por 72,6% dos respondentes. A seguir apareceram vômito (39,6%), tosse com febre alta (34,1%) e diarréia (32,2%) (Tab. 31 no Anexo). Já quando a pergunta foi feita de forma estimulada, os índices foram todos elevados. De forma estimulada, as situações com maior índice de afirmativas positivas foram: criança com mãos, lábios e pés arroxeados (93,8%); criança tem olhos fundos, sede intensa, moleza extrema (92,4%); criança tem ataque, convulsão (92,4%); criança fica com a pele muito amarela (92,1%); e criança tem sangue nas

MODOS DE CUIDAR

fezes (92%).

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12 O Ministério da Saúde iniciou em 31 de março de 2008 a Pesquisa Nacional para Avaliação do Impacto da Iodação do Sal (Pnaisal). Para tanto, cerca de 20 mil crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, de mais de 800 escolas de todo o País, serão submetidas a exames de urina que permitem medir o nível de consumo do iodo. A investigação, que vai durar 11 meses para cobrir todos os estados do país, será conduzida pela Universidade Federal de Pelotas (RS), responsável pela seleção das crianças e pela coleta do material que depois será analisado pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. Os resultados estarão disponíveis no final de 2009.


Somando respostas espontâneas com estimuladas, observa-se que apenas dois sintomas tiveram reconhecimento de urgência elevado, porém inferior a 95%: criança bebe pouco líquido (72,6%) e criança não consegue mamar no peito (74%). Orientações quanto à potencial gravidade destes sintomas podem ser feitas diretamente no posto de saúde, quando das consultas de rotina, não havendo, a princípio, necessidade de se desenvolver campanhas orientativas específicas. Outro tema que merece maior atenção no momento da consulta é a necessidade de o cuidador lavar as suas mãos depois de levar a criança ao banheiro ou trocar suas fraldas, hábito não observado por 23,2% dos entrevistados (Tab. 31 no Anexo). Por fim, mas não menos importante, destacava-se quando da coleta de dados a necessidade de levar à população maiores informações sobre cuidados para prevenir a malária e a dengue, doença que vem atingindo proporções epidêmicas nos últimos anos. De acordo com as entrevistas realizadas, apenas 12,4% das famílias possuíam telas nas janelas e portas de suas casas, e o uso de repelente fora de casa era observado por 22,2%. Por outro lado, o uso de mosqueteiro é bastante comum (81,4%). Já os cuidados com o ambiente, tais como a manutenção dos recipientes de água fechados, do pátio limpo e sem garrafas vazias ou sacos plásticos são observados pela grande maioria das famílias, o que pode indicar que, quando informada, a população responde (Tab. 33 no Apêndice).

7

Bloco G

| Estimulação psicossocial

É constituído por questões que buscam investigar em que medida a criança está recebendo a necessária estimulação psicossocial. Contém questões sobre: almoço, ou jantar, da família, reunida, nas 24 horas que antecederam a entrevista; existência de jornais ou livros à disposição da criança; existência de livro infantil ou com gravuras/figuras; hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança; objetos utilizados pela criança para brincar; se a criança brinca com outras crianças; existência de TV na residência; número de horas que a criança assiste à TV; seleção prévia da programação a ser assistida pela criança; envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista; e atividades realizadas por membros da família, com 15 anos ou mais, com a criança com menos de 1 ano, com a criança entre 1 e 2 anos, com a criança entre 3 e 4 anos, e com a criança entre 5 e 6 anos.

Outra consequência desse novo entendimento é o estabelecimento, indispensável, de associação e complementaridade entre dois processos fundamentais no trato da criança pequena – o cuidar e o educar. Daí o enfoque na atenção, na proteção contra a violência, física ou psicológica, na prevenção de acidentes, nas práticas de higiene, nos cuidados de um modo geral, na interatividade, na convivência familiar e na estimulação psicossocial.

MODOS DE CUIDAR

A proteção e a estimulação psicossocial da criança são assinaladas, hoje, como da maior rele-vância pela quase totalidade dos especialistas e profissionais da educação infantil. Dois fatos são por eles indicados como determinantes desta concepção, infelizmente relativamente nova. São eles: a nova maneira de ver e pensar o ser criança e, em consequência, o significado e o novo valor que passaram a ser dados a esse período da vida humana. Há quem diga – talvez exagerando um pouco – que a criança é uma invenção dos dois últimos séculos.

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Estimular significa despertar, instigar, incitar, animar, impulsionar. A estimulação psicos-social de crianças começa com o seu nascimento, é especialmente realizada pela mãe ou cuidador e é essencial para elas desenvolverem uma melhor habilidade para explorar o ambiente e para se relacionar com os outros. Assim é que crianças com necessidades físicas e emocionais satisfeitas estarão prontas para entrar no mundo social. Esse entendimento conduz a pensar que toda criança precisa de um mediador humano presente para dar sentido à experiência interacional entre ela e o mundo ao redor. Pesquisas científicas apontam que as crianças que se beneficiam de um cuidado afetuoso e de uma boa mediação mostram-se mais seguras e interessadas, não só em pessoas como no mundo ao redor delas. Nunca é demais ressaltar que não bastam os cuidados físicos, mas a interação afetiva, efetiva, contínua, entre a mãe / o pai, ou cuidador, e a criança. Assim, além da exposição a certas experiências e/ou objetos faz-se necessário algum tipo de interação com pessoas. Os pais precisam, portanto, ser ajudados a compreender que não é suficiente fazer coisas para suas crianças; eles devem fazer coisas com elas (OMS, 1997). Nesse sentido, a qualidade da interação entre a criança e seu cuidador é muito importante. Por outro lado, a ausência de uma pessoa para dar tal cuidado e atenção nos primeiros anos de vida compromete o desenvolvimento físico e mental saudável. Por essa razão é que pais e cuidadores têm discriminado, entre suas competências, a estimulação psicossocial de seus filhos pequenos. Assim, a quantidade e a natureza das questões contidas neste bloco revelam não só a importância que se costuma atribuir à estimulação, bem como o papel que, nela, a família precisa e deve desempenhar. Os tipos de interações a que aludem as questões são considerados fundamentais na medida em que, conforme destacado, contribuem decisiva-mente para gerar retornos positivos no desenvolvimento físico, mental, social das crianças. Referendando a importância da estimulação psicossocial e do brincar, como instrumento importante desse processo, afirmam os especialistas em educação infantil: brincar é coisa séria, essencial à saúde física, emocional e intelectual do ser humano; porque no brincar há sinceridade, engajamento voluntário e doação. Daí a importância da brinquedoteca – “espaço preparado para estimular a criança a brincar, possibilitando o acesso a uma variedade de brinquedos”, em um ambiente alegre, lúdico, encantador para a criança. Dizem os especialistas: não deve ser uma sala cheia de estantes com brinquedos, porém frias, como são muitas bibliotecas13. Número expressivo dos respondentes, 73,7%, declarou existirem jornais ou livros ao alcance da criança. Relativamente a livros infantis ou com gravuras/pinturas, 56,3% dão respostas positivas (Tab. 35 no Anexo). Dos entrevistados, 90,9% afirmaram ter o hábito diário de “brincar, conversar ou ler para a criança” (Tab. 36 no Anexo). Os objetos mais utilizados nessas brincadeiras são: boneco(a), lápis ou giz. Dentre os menos usados: brinquedos feitos por adultos (pipa, por exemplo), brinquedos de movimento (corda, chocalho, raquete) e brinquedos de encaixar e montar (Tab. 37 no Anexo). Dos respondentes, apenas 16,2% admitiram que as crianças não brincam com outras crianças (Tab. 38 no Anexo). Entretanto, cabe destacar que a grande maioria das crianças cujos cuidadores assim responderam frequenta creche ou pré-escola, de forma que ao menos neste ambiente há convívio – e provavelmente brincadeiras – com outras crianças. Crianças que, segundo seus cuidadores, efetivamente não brincam com outras nem estão matriculadas em creche ou pré-escola somam 5,7%.

MODOS DE CUIDAR

Embora 86,2% declararem possuir TV em casa, 56,2 % afirmaram que as crianças assistem menos de 3 horas de TV por dia e 14,1% que as crianças não assistem em hora alguma (Tab. 39 no Anexo).

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Quanto à questão “envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista” – questão de respostas múltiplas, e com as opções “sempre, às vezes, não”, foram obtidas as seguintes 13 CUNHA, Nylse Helena da Silva – Brinquedoteca: definição, histórico no Brasil e no mundo.


respostas: 57,5% afirmaram sempre brincar com a criança; 67,3% sempre conversar; 60,9% declararam sempre cuidar da criança; 37,0% sempre passear com a criança; e 40,6% ajudar a criança a comer (Tab. 40 no Anexo). A atividade mais comumente realizada por membro da família com mais de 15 anos com crianças com menos de 1 ano de idade é cantar, apontada por 67,4% dos respondentes (Tab. 41 no Anexo). Já com crianças com idades entre 1 e 2 anos, a atividade mais frequente é levar a criança para passear (72,7%), seguida de cantar para a criança (71,6% (Tab. 42 no Anexo). Cantar destaca-se também como a atividade mais comumente realizada com crianças entre 3 e 4 anos (69,7%). Em se tratando de crianças com idades entre 5 e 6 anos, o foco recai sobre atividades educativas: ensinar a como se comportar na escola foi apontado por 95,1% dos entrevistados, ensinar a ler e escrever por 92,3%, e ensinar o alfabeto por 91,6%. Apesar de esses números não configurarem um quadro totalmente negativo de possibilidades de relacionamento com a criança, a importância dessa interação para seu desenvolvimento é tão grande que continua sendo necessário, sempre, ressaltá-la. Especialmente entre famílias das camadas mais populares, onde o significado do lúdico para o desenvolvimento da criança ainda precisa ser mais difundido. Mais difundida também precisa ser a importância da criação, instalação e manutenção adequada, pelos órgãos e entidades competentes, de brinquedotecas e outros tipos de espaço para brincar.

8

Bloco H

| Gerenciamento do comportamento

É composto das seguintes questões: desejo da criança de acompanhar, ou não, o entrevistado em determinada atividade; atitude do entrevistado em caso de comportamento inadequado da criança; responsável pela criança na ausência do cuidador.

Como constatado em pesquisas anteriores sobre exercício das competências familiares, a exemplo das que foram realizadas em Salvador e Lauro de Freitas, em 2007, os resultados encontrados revelam que as opiniões da criança sobre participação na rotina do seu principal cuidador não costumam ser respeitadas. Embora 38,4% das respostas afirmem que os entrevistados perguntam sempre e só levam a criança quando ela quer, em 55,6%das vezes eles declararam que a levam mesmo quando ela não quer; enquanto 22,9% disseram perguntar sempre, mas a levam mesmo quando ela não quer. E em 32,7% dos casos, não perguntam e levam (Tab. 45 no Anexo).

Esses números permitem concluir que a opinião da criança ainda é pouco ou nada respeitada. E que a violência física ou verbal com a criança ainda persiste, e precisa ser combatida. Trata-se de constatação séria, e grave, e, certamente, merecedora de estudos e recomendações posteriores capazes de contribuir para o encaminhamento da questão. Quanto ao “responsável pela criança na ausência do cuidador”, as possibilidades se distribuem entre as muitas opções, prevalecendo, porém, duas figuras femininas: a avó da criança, 22,4% e a tia da criança, 16,7% (Tab. 47 no Anexo).

MODOS DE CUIDAR

Com relação a atitudes assumidas pelos entrevistados em caso de comportamento inadequado da criança, 83,3% deles declararam dizer não e explicar por que o comportamento é inadequado, ainda que apenas 21,7% tenham declarado esta atitude de forma espontânea, ou seja, sem que o entrevistador perguntasse especificamente ao cuidador se ele(a) explicava à criança a inadequação de seu comportamento. Todavia, 74,0% admitiram dar umas palmadas e 54,6% afirmaram que batem nas crianças. Além disso, 52,7% disseram fazer ameaças. (Tab. 46 no Anexo).

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9

Bloco I

| Proteção

Aborda questões relativas à proteção da criança. São elas: criança presenciando briga violenta na família; decisões de consumo relacionadas a necessidades da criança; cuidados para evitar acidentes com crianças com menos de 1 ano de idade e com crianças com idade igual ou maior de 1 ano de idade.

Pouco mais de ¼ dos informantes (25,3%) responderam afirmativamente à primeira pergunta – a criança presencia briga violenta na família? (Tab. 48 no Anexo). Esses números confirmam constatações de pesquisas anteriores sobre exercício das competências familiares realizadas na região metropolitana de Salvador, que demonstram tratar-se de fato, infelizmente, corriqueiro na realidade local. Não há ainda consciência sobre os danos que tais cenas de violência, física ou verbal, podem acarretar ao desenvolvimento psicossocial da criança. Para compreender melhor o impacto que esse tipo de experiência pode ter sobre o desenvolvimento da criança, faz-se necessário resgatar alguns conceitos e aprofundar aná-lise dos seus sentidos e significados. O primeiro deles refere-se à idéia amplamente disse-minada, porém muitas vezes pouco compreendida, da família como um “nicho do desen-volvimento”, ou seja, como espaço e ambiente especialmente propício para a formação e o desenvolvimento da atitude de tolerância nas relações interpessoais. A intensa e especial experiência de convivência e de comunicação, que só a família é capaz de propiciar, determina que aquilo que eventualmente perturbe ou quebre o equilíbrio dessa experiência traga algum impacto sobre esse processo de formação de atitude da criança. Impacto que será tão maior quanto mais frequente ou mais forte for a experiência. Estudiosos do desenvolvimento infantil como Bronfenbrenner14 defendem que é muito importante que se dirija a atenção para a maneira como se dão os relacionamentos na família, pois ela pode servir como parâmetro para avaliar o cuidado dos adultos para com as crianças. Importante também lembrar que grande parte da aprendizagem, na primeira infância, acontece por modelação, isto é, o mundo adulto fornece à criança os modelos nos quais se basear. Portanto, não é através do discurso que a criança assimila o que é certo ou errado. É o modo de agir dos pais, dos professores e das pessoas que lhe são significativas que se constitui parte do conteúdo que a criança introjeta, compara, discute, para finalmente aceitar ou rejeitar, num trabalho incessante de formação de sua consciência moral. A seguir, o questionário aborda questões relativas aos cuidados para evitar acidentes através de questão estimulada com respostas múltiplas. Em se tratando das famílias com crianças com menos de 1 ano de idade, embora 86,1% afirmarem que a criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina e, exatamente também 86,1% declararem que objetos pequenos ficam fora do alcance das crianças, 58,1% disseram que a criança dorme na mesma cama dos pais15 e apenas 44,2% que elas o fazem longe de tomadas elétricas (Tab. 50 no Anexo). Relativamente às famílias com crianças com idade igual ou maior de 1 ano (Tab. 51 no Anexo) os números são mais preocupantes uma vez que parecem indicar uma crescente diminuição dos cuidados. MODOS DE CUIDAR

Somente 25,7% demonstraram preocupação de manter os cabos das panelas voltados para dentro do

24

14 BRONFENBRENNER, U. –“Uma Família e um Mundo para o Bebê do Século XXI – Sonho e Realidade”. IN: GOMES – PEDRO, J & PATRICIO, M.F. (Orgs) Bebê XXI – Criança e Família na Viragem do Século. Lisboa – Fundação Calouste Gulbenkian, 1995, pp115-126 15 Uma vez que o questionário não especifica a freqüência do dormir na cama dos pais, nem mesmo se esta é a rotina ou uma exceção, se faz importante destacar que a criança deve ter seu próprio espaço.


fogão; tomadas elétricas tampadas é fato observado por apenas 19,6% e medicamentos fora do alcance das crianças são mantidos por apenas 34,8%. A redução dos cuidados nesta fase é de extrema gravidade, visto que é justamente a partir de um ano de idade que a criança ganha maior mobilidade e autonomia. Os vários estudos existentes sobre a questão da proteção e cuidados para evitar acidentes na infância chamam a atenção para o fato de que, apesar de muitos deles serem facilmente previsíveis – e, portanto, poderem ser evitados – a verdade é que ainda representam importante causa de morbimortalidade16. Prates e Oliveira17, advertindo que “se não pensamos na possibilidade do acidente, já podemos estar atrasados para o salvamento”, relaciona alguns cuidados básicos que, no entanto, costumam ser esquecidos. Por exemplo: fechar as portas de entrada e saída; proteger adequadamente tomadas elétricas e janelas; guardar produtos de limpeza e remédios fora do alcance das crianças; deixar também longe das crianças objetos que possam lesioná-las; chamar a atenção para a impropriedade do uso da chupeta que, além do risco de acidentes, pode acarretar eventuais patologias e deformidades; e, finalmente, quando a despeito de tudo, a criança usá-la, não prender a chupeta por um barbante em torno do pescoço da criança. São recomendações simples, porém muito importantes.

10 Bloco J | Conscientização, demanda e uso de serviços

Compreende as cinco questões a seguir indicadas: participação do entrevistado/cuidador em reuniões para discutir serviços de saúde; serviços disponíveis no local de residência do entrevistado/cuidador da criança; entrevistado/cuidador solicitou a criação de serviços; a criança na creche; a criança na pré-escola.

GRÁFICO 11 Participação do entrevistado / cuidador em reuniões para discutir serviços de saúde

similares, é baixo o nível de participação em reuniões para discussão a respeito dos serviços de saúde disponíveis no município – apenas 20,3% dos respondentes afirmaram que o fazem (Gráfico

4,3%

11, Tab. 52 no Anexo). Registre-se que, em pesquisas realizadas 16,7%

20,3%

A exemplo do que tem sido constatado em outras avaliações

em Salvador e Lauro de Freitas, em 2007, os índices de participação nesse tipo de reunião foram, respectiva-mente, 17,7% e 22,9%. Portanto, igualmente baixos, o que confirma o baixo nível de participação social ainda prevalecente entre os residentes da região metropolitana de Salvador.

58,7%

Estudiosos do assunto atribuem tais comportamentos a fatores contextuais, como extremas condições de pobreza, falta de

Não há reunião

informação, além da não percepção da saúde como um direito.

Não participa Participa

16 Impacto das doenças e dos óbitos que incidem em uma população. PRATES, Cibeli de Souza e OLIVEIRA, Maria Sanhudo de. "Temas de Saúde em Instituições de Educação Infantil". IN: CRAIDY, Carmem e 17 KAERCHER, Gládis E. (Orgs) Educação Infantil - Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

MODOS DE CUIDAR

Não sabe / não respondeu

25


GRÁFICO 12

Serviços disponíveis no local de residência do entrevistado / cuidador da criança (respostas múltiplas)

100%

83,29%

80%

76,85% 60% 58,23% 40%

43,91%

40,57% 36,04%

20%

0% Polícia

Serviço de assistência social

Pré escola

Creche

Pronto socorro ou hospital

Posto de saúde

18

Em relatório de pesquisa, publicado nos Cadernos de Saúde Pública, Vasquez e outros advertem que embora a legislação, constitucional e infraconstitucional, brasileira tenha ampliado consideravelmente a possibilidade de participação social na saúde, esta ainda está muito longe de ocorrer. E concluem: “Se o que se persegue é a participação da sociedade brasileira nas tomadas de decisões do SUS, ainda devemse realizar amplas campanhas de educação ao público”. E sugerem que tais campanhas devem orientarse também aos próprios serviços de saúde. Quanto à questão – de respostas múltiplas – sobre os serviços disponíveis no local de residência19 do entrevistado/cuidador da criança, os percentuais mais altos se referem à pré-escola, 83,3%, e a postos de saúde, 76,9%. Os mais baixos são relativos à creche, 36,0%, e pronto-socorro ou hospital, 40,6% (Gráfico 12, Tab. 52 no Anexo). Observe-se, porém, que apenas 34,8% dos entrevistados responderam afirmativamente à questão sobre se haviam solicitado a criação de serviços (Gráfico 13, Tab. 52 no Anexo). Também a exemplo de pesquisas anteriores sobre o mesmo tema, o percentual de respostas positivas à questão número de crianças de até 3 anos na creche é irrisório: 6,8%, conforme pode ser observado pela análise do Gráfico 14 (Tab. 53 no Anexo). Os levantamentos feitos, em 2007, em Salvador e Lauro de Freitas, conforme destacado, também indicaram baixa utilização de creches – 9,1% em Salvador e em Lauro de Freitas, 13,2%. Projeções feitas com base no levantamento realizado para elaboração do Mapa de Políticas Públicas e Serviços para Crianças de até 6 anos, no município, no ano de 2007, indicaram taxas de atendimento de aproximadamente 71,5% nas pré-escolas e de apenas 3,4% para a população de 0 a 3 anos. Nos últimos anos, vem sendo observado, no município, um movimento intenso e contínuo de investimento na MODOS DE CUIDAR

educação infantil.

26

18 VASQUEZ, Maria Luiza e outros – Participação social nos serviços de saúde; concepções dos usuários e dos líderes comunitários em dois municípios do Nordeste do Brasil – Cad. de Saúde Pública, Rio de Janeiro 19(2)579-591, mar-abr 2003 19 Vale lembrar que o município é composto por três áreas geográficas desagregadas: sede, zona rural e litoral.


Os números confirmam, no que tange à carência de creches, dados divulgados pelo documento UNICEF – Situação Mundial da Infância, 2008, segundo o qual das 11 milhões de crianças brasileiras com idade de 0 a 3 anos, apenas 15,5% freqüentam creches. O Ministério da Educação considera a ampliação do acesso de crianças de até 3 anos a creches públicas um dos grandes desafios da educação no Brasil20, uma vez que as instituições de educação infantil são importantes espaços de “descoberta do mundo” e uma forma moderna de ver e se relacionar com o sujeito infantil, além de constituírem-se uma solução para os problemas surgidos “a partir de novas formas de organização da família e de participação das mulheres na sociedade e no mundo do trabalho”21. Com referência à pré-escola, no entanto, os resultados são mais favoráveis. Em Mata de São João, conforme se pode ver no Gráfico 15 (Tab. 54 no Anexo), essa utilização é de 89,0%, enquanto que em Salvador e Lauro de Freitas, é de 78,3% e 83,5%, respectivamente. Tais fatos indicam que, não obstante o reconhecimento da importância da educação infantil, consagrada na legislação brasileira – Lei de Diretrizes e Bases (LDB) – como primeira etapa da educação básica, falta ainda muito para a sua aplicação prática.

GRÁFICO 13

GRÁFICO 14

GRÁFICO 15

Entrevistado / cuidador da criança solicitou a criação de serviços

Crianças de 0 a 3 anos na creche

Crianças de 4 a 6 na pré-escola

4,7%

3,1%

6,8%

5,7% 5,2%

34,8%

89,1%

62,1% 88,4%

Sim

Sim

Sim

Não

Não

Não

Não sabe / não respondeu

Não sabe / não respondeu

Não sabe / não respondeu

Felizmente, no caso de Mata de São João, medidas objetivas começam a ser tomadas, de que é exemplo a construção e instalação do Centro de Referência de Desenvolvimento Infantil e Atenção às Famílias Dom Miguel Fluxo Roselló. Construído ao longo de um ano e em funcionamento desde julho de 2008, este CEI atende atualmente 95 crianças de 0 a 4 anos, a grande maioria filhos de mães que trabalham e/ou que têm renda familiar abaixo de ½ salário mínimo. Com relação aos objetivos gerais deste BLOCO J – avaliar o grau de participação da família na demanda, uso e gestão dos serviços educacionais e de saúde – evidencia-se, mais uma vez, quão limitado ainda é o nível de participação social, ou cidadã. Tem-se dito, e com razão, que o desenvolvimento de um novo modelo de relacionamento Estado – cidadãos, usuários, beneficiários de seus serviços é algo fácil de ser

20 Maria do Pilar, Secretária de Educação Básica, do MEC – palestra na Câmara dos Deputados, Brasília, 15/10/2007 21 BUJES, Maria Isabel Edelweiss, Escola Infantil, Pra que te quero. IN Educação Infantil – Pra que te Quero Carmem Maria Crady e Gládis Elise P. da Silva Kaercher (orgs). Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

MODOS DE CUIDAR

proposto, mas muito difícil de ser praticado.

27


11 Bloco L | Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses Contém três questões que avaliam a ocorrência e o manejo de depressão pós-parto. São elas: atitudes e comportamentos maternos nas duas semanas anteriores à entrevista; atitudes tomadas pela mãe em razão de seus sentimentos e comportamentos, também nas duas semanas que antecederam à entrevista; atitudes que a mãe tomaria quanto aos seus sentimentos e comportamentos nesse mesmo período. Todas essas questões admitindo respostas múltiplas.

Dentre as respostas à primeira pergunta – atitudes e comportamentos maternos nas duas semanas que antecederam à entrevista – ressaltam-se o sentimento de estar “permanen-temente cansada”, 55,0% e o de sentir-se “triste ou infeliz a maior parte do tempo”, 35,0%. Observe-se ainda que 27,5% admitiram “dificuldade de pensar com clareza” (Tab. 55 no Anexo). Importante destacar que todas as afirmativas foram apresentadas ao cuidador – que podia ou não ser a mãe –, a quem cabia responder sim ou não, não havendo espaço para declarações espontâneas das(os) respondentes. Sobre atitudes tomadas em relação aos sentimentos e comportamentos da mãe nas duas semanas que antecederam a entrevista, mais da metade (54,2%) declarou que as mães conversaram com a família ou amigos e 25,0% que foram à igreja, conversar com o padre ou o pastor (Tab. 56 no Anexo). Quanto a atitudes que as mães tomariam em relação a seus sentimentos e comportamentos, 56,3% escolheram a opção “conversariam com a família ou amigos”, 12,5% “iriam à igreja, falar com o padre ou pastor”. No entanto, 68,8% admitiram que tomariam remédio sem procurar médico, atitude que, além de não resolver o problema, pode gerar maiores complicações (Tab. 57 no Anexo). A importância desses comportamentos, relacionados com a chamada depressão pós-parto, reside no fato de que eles podem afetar profundamente a qualidade da interação com o bebê e influenciar o desenvolvimento posterior da criança. O Relatório UNICEF – Situação Mundial da Infância, 2008, salienta que, desde 1979, a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres, hoje já ratificada por 185 países, determina que “sejam garantidas às mulheres serviços adequados em conexão com os períodos de gestação, puerpério e no pós-natal”. Nas últimas décadas, o assunto vem chamando a atenção dos especialistas. No Brasil, a depressão pósparto atinge cerca de 10 a 15% das gestantes. Fatores biológicos, obstétricos, sociais e psicológicos a determinam. Alguns especialistas destacam, entre eles, além de adversidades econômicas, a não intencionalidade da gravidez22. Aliás, como já se disse, é expressivo em Mata de São João o número de respondentes que declararam essa não intencionalidade – 59,7%.

MODOS DE CUIDAR

12 Bloco M | Aspectos Socioeconômicos

28

Compreende questões sobre os assuntos seguintes: letramento do entrevistado/cuidador da criança; escolaridade do entrevistado/cuidador da criança; letramento do pai da criança; escolaridade do pai da criança; fonte da água utilizada para beber; hábito de ferver a água que não venha da rede pública; tipo de sanitário/privada existente na residência; ligação sanitário/privada; residência com energia elétrica; residência com rádio; residência com TV.

22 SCHWENGBER, Daniela Delias; PICCININI, Cesar Augusto - O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (www.scielo.br/scielo.php)


GRÁFICO 16 Escolaridade do pai da criança

9,6% 33,4% 11,7%

45,4%

Não estudou Estudou até a 0 40 série do 1 grau

23

Os resultados revelam que os índices de letramento , tanto do cuidador (85,7%) quanto do pai da criança (83,1%), quase se equivalem. E os dos que não leem nem escrevem estão mais próximos ainda – 14,3% no primeiro caso e 15,0% em relação ao pai da criança (Tab. 58 no Anexo). Esses números são coerentes com os encontrados para os cuidadores que não estudaram (6,9%) e os que só o fizeram até a 4ª série do 1º grau (37,0%) e os dos pais das crianças, que não estudaram (9,6%) ou estudaram até a 4ª série do 1º grau (33,4) (Tab. 59 no Anexo). Pouco menos de 60,0% das famílias entrevistadas utilizam água proveniente de rede pública, enquanto 25,3% das famílias utilizam água de cacimbão ou poço. Não obstante essa origem da água, 76,4% informaram não ter o hábito de ferver aquela não proveniente da rede pública (Tab. 60 no Anexo).

Estudou além da 0 0 4 série do 1 grau

Conforme o IBGE – Censo 2000 – 53,3% dos moradores urbanos tinham acesso à rede de água geral. Da população rural, que em 2000 representava 0,2% do município, 9,5% têm acesso à rede de água. O percentual de moradores que, em 2000, viviam em domicílios com formas de esgotamento consideradas adequadas é de 31,1% na zona urbana e de 6,5% na zona rural. Não sabe / não respondeu

De acordo com o IBGE Cidades, o município declarou, em 2008, existirem loteamentos irregulares, mas não favelas, palafitas ou assemelhados. Informou, também, sobre a existência de processos, em curso, de regularização fundiária e de urbanização de assentamentos.

23 Letramento refere-se à habilidade de ler e escrever, enquanto escolaridade está vinculada ao número de anos da educação formal cursados.

MODOS DE CUIDAR

Além desses dados, que informam sobre a situação socioeconômica das famílias das crianças, vale a pena também chamar a atenção para uma característica do município. O fato, por sinal salientado no Mapa de Políticas Públicas e Serviços do Município, construído como parte deste projeto “Tecendo a Manhã”, é a existência de três realidades bastante diferenciadas: a sede, com variada gama de serviços à disposição da comunidade; a orla marítima que faz conviver a pobreza de boa parte da população local, de pescadores, ambulantes, artesãos, com o turismo e a sofisticação dos hotéis de luxo, e a zona rural, mais pobre e mais desprovida de serviços.

29


Referências Bibliográficas

AVANTE – Educação e Mobilização Social. Ser Criança – resultados da pesquisa de avaliação das competências familiares na atenção de crianças de 0 a 6 anos nos municípios de Salvador e Lauro de Freitas. Salvador: Unicef, 2007 AVANTE – Educação e Mobilização Social. Mapa de Políticas Públicas e Serviços do Município de Mata de São João para Crianças de Até 6 Anos. Salvador: Unicef, 2007 BONDIOLI, Anna e MANTOVANI, Susanna - Manual de Educação Infantil de 0 a 3 anos - uma abordagem reflexiva – Porto Alegre: ArtMed, 9.ed, 1998 BUJES, Maria Isabel Edelweiss, Escola Infantil, Pra que te quero. IN Educação Infantil – Pra que te Quero Carmem Maria Crady e Gládis Elise P. da Silva Kaercher (orgs). Porto Alegre: Artmed Editora, 2001 BRONFENBRENNER, U. –“Uma Família e um Mundo para o Bebê do Século XXI – Sonho e Realidade”. IN: GOMES – PEDRO, J & PATRICIO, M.F. (Orgs) Bebê XXI – Criança e Família na Viragem do Século. Lisboa – Fundação Calouste Gulbenkian, 1995, pp115-126 CUNHA, Nylse Helena da Silva - Brinquedoteca: definição, histórico no Brasil e no mundo. IN: O direito de brincar: A brinquedoteca. FRIEDMANN, Adrian (et al) São Paulo: Scritta: ABRINQ, 1992. DAHLBERG, Gunilla, MOSS, Peter e PENCE, Alan – Qualidade na educação da primeira infância: perspectivas pós-modernas,– Porto Alegre: ArtMed, 2003 KRAMER, Sonia e LEITE, Maria Isabel (orgs.). Infância: Fios e desafios da pesquisa –Campinas, SP: Papirus, 1996 PRATES, Cibeli de Souza e OLIVEIRA, Maria Sanhudo de. "Temas de Saúde em Instituições de Educação Infantil". IN: CRAIDY, Carmem e KAERCHER, Gládis E. (Orgs) Educação Infantil - Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. SCHWENGBER, Daniela Delias; PICCININI, Cesar Augusto - O impacto da depressão pós-parto para a interação mãe-bebê – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (www.scielo.br/scielo.php) SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – Relatório de Gestão 2006, elaborado pela Assessoria Técnica da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura de Salvador, 2006 SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE – Relatório Anual do Departamento de Atenção à Saúde, 2006. Lauro de Freitas, Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas, 2006 TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado – Família, guarda e autoridade parental - Rio de Janeiro: Renovar, 2005 UNESCO - Fontes para a Educação Infantil – São Paulo: Fundação ORSA, Cortez Editora, 2003 UNICEF – Competências familiares na atenção às crianças de até 6 anos: avaliação em oito comunidades brasileiras – HORTA , Bernando Lessa ... (et al.) – Brasília: UNICEF, 2005 UNICEF – Situação Mundial da Infância 2008 – Caderno Brasil, Brasil (DF), janeiro de 2008 UNICEF – Situação Mundial da Infância 2009 – Caderno Brasil, Brasil (DF), janeiro de 2009 UNICEF – Situação da Infância Brasileira – Crianças de até 6 anos – O Direito à Sobrevivência e ao Desenvolvimento – Brasília, 2005 UNICEF – O município e a criança de até 6 anos - Direitos cumpridos, respeitados e protegidos - GIRADE, Halim Antonio e DIDONET, Vital (coord.), Brasília, 2005

MODOS DE CUIDAR

UNICEF – Situação Mundial da Infância 2008 – Sobrevivência Infantil - Brasília (DF), 2007

30

VASQUEZ, Maria Luiza e outros – Participação social nos serviços de saúde; concepções dos usuários e dos líderes comunitários em dois municípios do Nordeste do Brasil – Cad. de Saúde Pública, Rio de Janeiro 19(2)579-591, mar-abr 2003 WERNECK, Nísia. “Tecendo o amanhã – pela justiça na educação” in: Pela Justiça na Educação, capítulo 23. Brasília – DF, MEC, FUNDESCOLA, 2000


ANEXOS


Tabelas Bloco A

| Identificação

TABELA 1

TABELA 2

Crianças com menos de 6 anos na residência

Crianças por sexo, faixa etária e cor da pele

N

%

Uma

273

65,2

Duas

115

27,4

Três

26

Quatro

SEXO

N

%

Masculino

292

48,6

Feminino

309

51,4

6,2

TOTAL

601

100

5

1,2

FAIXA ETÁRIA

N

%

Cinco

0

0

Menores de 1 ano

84

28,6

Seis

0

0

Entre 1 e 2 anos

172

14,0

Mais de seis

0

0

Entre 3 a 4 anos

188

31,3

419

100

Mais de 5 a 6 anos

155

25,8

2

0,3

601

100

COR DA PELE

N

%

Branca

73

12,1

Parda

419

69,7

Preta

74

12,3

Amarela

22

3,7

Indígena

3

0,5

Não sabe / não respondeu

10

1,7

TOTAL

601

100

TOTAL

Não sabe / não respondeu

TOTAL

TABELA 3

TABELA 4

Crianças com certidão de nascimento e idade de registro

Crianças com deficiência e tipo de deficiência apresentada

CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA

N

%

Possui

5

1,2

404

96,4

10

2,4

419

100

DEFICIÊNCIA APRESENTADA PELA CRIANÇA*

N

%

69,9

Enxerga pouco ou não enxerga

3

60,0

94

22,5

Dificuldade de audição

-

-

Mais de 12 meses

19

4,5

Não caminha

1

20,0

Não sabe / não respondeu

13

3,1

Tem pé torto

2

40,0

419

100

Tem retardo mental

-

-

CRIANÇAS COM CERTIDÃO DE NASCIMENTO

N

%

414

98,8

Não possui

5

1,2

Não sabe / não respondeu

-

-

419

100

N

%

Menos de 1 mês

293

Mais de 1 a 12 meses

Possui

TOTAL

MODOS DE CUIDAR

IDADE DE REGISTRO DAS CRIANÇAS COM CERTIDÃO

32

TOTAL

Não possui Não sabe / não respondeu

TOTAL

* Respostas múltiplas

1


TABELA 6 Principal cuidador por idade, cor da pele e estado civil

IDADE

N

%

Menos de 18 anos

14

3,3

Mais de 18 a 40 anos

356

85,0

Mais de 41 a 60 anos

44

10,5

Mais de 60 anos

5

1,2

Não sabe / não respondeu

-

-

419

100

COR DA PELE

N

%

Branca

32

7,6

TOTAL

TABELA 5

Parda

304

72,6

Grau de parentesco do entrevistado com a criança

Preta

73

17,4

Amarela

9

2,2

Indígena

1

0,2

419

100

ESTADO CIVIL

N

%

Solteiro (a)

74

17,7

Casado (a)

72

17,2

Vive junto

245

58,5

N

%

Avô ou avó

32

7,6

Pai

16

3,8

Mãe

352

84,0

Tio ou tia

9

2,2

Irmão ou irmã

1

0,2

Outros

8

1,9

Viúvo (a)

8

1,9

Não sabe / não respondeu

1

0,2

Separado(a)/divorciado(a)

20

4,8

419

100

419

100

TOTAL

TOTAL

Bloco B

| Pré-Natal

TABELA 7

TABELA 8

Realização e número de consultas Pré-Natal

Acompanhamento e participação do pai nas consultas Pré-Natal

REALIZAÇÃO DE CONSULTAS PRÉ-NATAL

N

%

ACOMPANHAMENTO

N

%

Mãe realizou

368

87,8

Acompanhou

95

25,8

Mãe não realizou

45

10,7

Não acompanhou

265

72,9

Não sabe / não respondeu

6

1,4

Não sabe / não respondeu

7

2,2

419

100

368

100

NÚMERO DE CONSULTAS PRÉ-NATAL REALIZADAS

N

%

PARTICIPAÇÃO

N

%

Até 2 consultas

22

6,0

Participou

61

64,2

De 3 a 6 consultas

177

48,1

Não participou

34

35,8

Mais de 7 consultas

147

39,9

Não sabe / não respondeu

-

-

Não sabe / não respondeu

22

6,0

TOTAL

95

100

368

100

TOTAL

TOTAL

TOTAL

MODOS DE CUIDAR

2

TOTAL

33


TABELA 9

TABELA 10

Providências possivelmente tomadas pela mãe em caso de atendimento insatisfatório

Doses de vacina contra tétano recebidas pela mãe durante a gravidez

N

%

Consultar em outro posto

128

34,8

Consultar outro médico no mesmo posto

104

28,3

41

11,1

Não consultar mais

N

%

Não fez vacinação

30

7,2

Fez 1 dose de reforço

39

9,3

Fez de 1 a 2 doses

95

22,7

Fez 3 doses

186

44,4

Já era imunizada

33

7,9

36

8,6

419

100

Reclamar da prefeitura / conselho

44

12,0

Reclamar na rádio / jornal

12

3,3

Não sabe / não respondeu

Outros

25

6,8

TOTAL

Não sabe / não respondeu

14

3,8

368

100

TOTAL

TABELA 11

TABELA 12

Gravidez intencional

Consumo de fumo e álcool durante a gestação

N

%

Foi intencional

153

36,5

Não foi intencional

250

59,7

Mais ou menos

10

2,4

Não sabe / não respondeu

6

1,4

419

100

CONSUMO DE FUMO

N

%

Consumiu

40

9,6

Não consumiu

376

89,7

3

0,7

419

100

N

%

Consumiu

127

30,3

Não consumiu

287

68,5

5

1,2

419

100

Não sabe / não respondeu

TOTAL TOTAL

COMSUMO DE ÁLCOOL

Não sabe / não respondeu

MODOS DE CUIDAR

TOTAL

34


TABELA 13 Situações em que a gestante deve ser imediatamente encaminhada ao médico ou há indicativos da proximidade do parto*

ESTIMULADA

TOTAL

IMEDIATAMENTE ENCAMINHADA AO MÉDICO

N

%

N

%

N

%

O bebê parou de mexer

19

4,5

380

90,7

399

95,2

A gestante perde líquido

137

32,7

239

57,0

376

89,7

A gestante tem dor de cabeça

77

18,4

333

79,5

410

97,9

A gestante tem convulsões

12

2,9

390

93,1

402

95,9

A gestante tem febre muito alta

28

6,68

369

88,1

397

94,7

A gestante tem dores e cólicas muito fortes

216

51,6

186

44,4

402

95,9

A gestante tem inchaço anormal de pernas e braços

16

3,8

302

72,1

318

75,9

A gestante tem ardência ao urinar

14

3,3

372

88,8

386

92,1

A gestante tem vomitado muito

34

8,1

308

73,5

342

81,6

INDICATIVOS DA PROXIMIDADE DO PARTO

N

%

N

%

N

%

A gestante tem as dores do parto

317

75,7

93

22,2

410

97,8

A gestante tem perda de catarro (muco, clara de ovo)

47

11,2

308

73,5

355

84,7

A gestante tem perda de d´água (líquido)

178

42,5

213

50,8

391

93,3

Bloco C

| Nascimento

TABELA 14

TABELA 15

Local de nascimento

Presença de parteira e familiar na hora do parto

PRESENÇA DE PARTEIRA

N

%

Sim

11

91,7

Não

-

-

N

%

Hospital ou maternidade

403

96,2

Em casa

12

2,9

Não sabe / não respondeu

Outro

4

1,0

Não sabe / não respondeu

-

-

419

100

TOTAL

1

8,3

TOTAL

12

100

PRESENÇA DE FAMILIAR

N

%

Sim

251

59,9

Não

156

37,2

12

2,9

419

100

Não sabe / não respondeu TOTAL

FAMILIAR PRESENTE

N

%

Pai da criança

103

41,0

Avô da criança

30

12,0

Avó da criança

37

14,7

Tio da criança

6

2,4

Tia da criança

33

13,2

Outro

39

15,5

3

1,2

251

100

Não sabe / não respondeu TOTAL

MODOS DE CUIDAR

3

* Respostas múltiplas

ESPONTÂNEA

35


TABELA 16 Razões para procura imediata de médico após o parto*

ESTIMULADA

TOTAL

N

%

N

%

N

%

A gestante tem febre

64

15,3

323

77,1

387

92

A gestante tem corrimento com cheiro forte

47

11,2

362

86,4

409

97

A gestante tem sangramento

148

35,4

230

54,9

378

90

A gestante tem dor na parte de baixo da barriga

151

36,0

241

57,5

392

93

* Respostas múltiplas

ESPONTÂNEA

TABELA 17 Retorno da gestante ao médico nos dois meses subsequentes ao parto

N

%

Sim

181

43,2

Não

187

44,6

51

12,2

419

100

Não sabe / não respondeu TOTAL

4

Bloco D

| Alimentação

TABELA 18

TABELA 20

Amamamentação logo após o parto

Oferta de líquidos e alimentos à criança doente*

N

%

Sim

354

84,5

Não

58

13,8

Não sabe / não respondeu

7

1,7

419

100

TOTAL

TABELA 19

OFERTA DE LÍQUIDOS À CRIANÇA DOENTE

N

%

Oferece a mesma quantidade de sempre

129

30,8

Oferece maior quantidade de líquidos

205

48,9

Oferece menor quantidade de líquidos

80

19,1

Não sabe / não respondeu

5

1,2

419

100

OFERTA DE ALIMENTOS À CRIANÇA DOENTE

N

%

Oferece a mesma quantidade de sempre

131

31,3

Oferece maior quantidade de alimento

98

23,4

Oferece menor quantidade de alimento

183

43,7

7

1,7

419

100

TOTAL

A mãe durante a amamentação*

36

Conversava com vizinho (a)

134

32,00

Alimentava outra criança

50

12,00

Tocava a criança

367

87,6

Olhava nos olhos da criança

359

85,7

Conversava com a criança

360

85,9

Não sabe / não respondeu TOTAL

* Respostas estimulada

%

* Respostas múltiplas - estimulada

MODOS DE CUIDAR

N


Alimentação | APENAS PARA CRIANÇAS COM MAIS DE 6 MESES

TABELA 21

TABELA 22

Período de amamentação e que a criança apenas mamou

Alimentação da criança nas 24hs anteriores à entrevista*

AMAMENTAÇÃO

N

%

Nunca mamou

14

3,3

125

Mamou até o 1 ano

N

%

Leite de vaca ou leite em pó

229

54,7

29,8

Suco de frutas

189

45,1

68

16,2

Frutas

176

42,0

Mamou mesmo depois do 10 ano

183

43,7

Legumes / verduras

129

30,8

Arroz, farinha ou pão

336

80,2

Não sabe / não respondeu

29

6,9

Ovos

79

18,8

419

100

Carne ou peixe

256

61,1

APENAS MAMOU

N

%

Feijão

289

69,0

Menos de 1 mês

104

25,7

Gogó / Mingau

142

33,9

De 1 até 2 meses

80

19,7

De 3 até 5 meses

75

18,5

Mais de 6 meses

96

23,7

Não sabe / não respondeu

50

12,4

405

100

Mamou até os 6 meses 0

TOTAL

TOTAL

D2

* Respostas múltiplas - estimulada

D1

Alimentação | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 1 E 6 ANOS

TABELA 23

N

%

Deixa não fazer a refeição

34

9,0

Deixa não fazer a refeição e dá um lanche mais tarde

46

12,2

Força a criança a comer

88

23,3

Dá uma comida diferente

77

20,4

Mais tarde, dá a mesma comida

61

16,9

Inventa brincadeiras para ajudar a criança a comer

41

10,9

Outro

17

4,5

Não sabe / não respondeu

13

3,5

377

100

TOTAL

MODOS DE CUIDAR

Atitudes quando a criança não quer comer no almoço ou janta

37


5

Bloco E

| Suplementação

| Prevenção e tratamento de doenças

TABELA 27

Vitamina A

Criança com cartão ou caderneta de saúde

N

%

N

%

Já foi ministrada

346

82,6

Sim

411

98,1

Nunca foi ministrada

59

14,1

Não

7

1,7

Não sabe / não respondeu

14

3,3

Não sabe / não respondeu

1

0,2

419

100

419

100

NÚMERO DE VEZES

N

%

Uma vez

66

19,1

N

%

Duas vezes

113

32,7

Três vezes

81

23,4

Sim

367

89,3

Quatro vezes

32

9,2

Não

42

10,2

Cinco vezes

11

3,2

Não sabe / não respondeu

2

0,5

Seis vezes

-

-

411

100

Sete vezes

2

0,6

Oito vezes

-

-

N

%

Nove vezes

6

1,7 100

1

0,3

Vacina

367

Dez vezes

34

9,8

Peso

300

81,7

346

100

Desenvolvimento

249

67,9

N

%

Não sabe / não respondeu TOTAL

TOTAL

APRESENTOU CARTÃO OU CADERNETA DE SAÚDE QUANDO SOLICITADO

TOTAL MARCAÇÃO NO CARTÃO OU CADERNETA DE SAÚDE (RESPOSTAS MÚLTIPLAS)

TABELA 25

TABELA 28

Remédio com ferro no último trimestre

Respeito ao esquema vacinal

N

%

Recebeu

139

33,2

Sim

332

90,5

Não

262

62,5

Não

29

7,9

Não sabe / não respondeu

18

4,3

Não sabe / não respondeu

6

1,6

419

100

TOTAL

367

100

TOTAL

TABELA 26

TABELA 29

Tipo de sal utilizado pela família

Recebimento de informações sobre o desenvolvimento da criança

N

%

232

55,4

Sal não iodado

3

0,7

Sal para consuma animal

1

0,2

Embalagem não viável

183

43,7

TOTAL

419

100

Sal iodado MODOS DE CUIDAR

Bloco F

TABELA 24

TOTAL

38

6

N

%

Sim

321

76,6

Não

90

21,5

Não sabe / não respondeu

8

1,9

419

100

TOTAL


TABELA 30 Impressão do entrevistado / cuidador da criança sobre o seu crescimento

N

%

295

70,4

Está mais ou menos

50

11,9

Não está crescendo bem

23

5,5

Não sabe / não respondeu

51

12,2

419

100

Está bem

TOTAL

TABELA 31 Situações nas quais uma criança deve ser levada com urgência ao médico*

ESTIMULADA

TOTAL

N

%

N

%

N

%

Criança não consegue mamar no peito

20

4,8

290

69,2

310

74,0

Criança fica com a pele muito amarelada

19

4,5

386

92,1

405

96,7

Criança fica cada vez mais doente

120

28,6

295

70,4

415

99,5

Criança fica com febre

304

72,6

97

23,1

401

97,9

Criança respira com dificuldade

31

7,4

379

90,5

410

95,2

Criança tem sangue nas fezes

14

3,3

385

92,0

399

72,6

Criança bebe pouco líquido

13

3,1

291

69,5

304

75,9

Criança tem diarréia

135

32,2

262

62,5

397

94,8

Criança tem vômito

166

39,6

235

56,1

401

95,7

Criança tem tosse com febre alta

143

34,1

266

63,5

409

97,6

Criança tem olhos fundos, sede intensa e moleza extrema

25

6,0

387

92,4

412

98,3

Criança fica com mãos, lábios e pés arroxeados

11

2,6

393

93,8

404

96,4

Criança tem ataque, convulsão

29

6,9

387

92,4

416

99,3

Criança respira rápido com chiado

37

8,8

362

86,4

399

95,2

* Respostas múltiplas

ESPONTÂNEA

TABELA 32 Situações nas quais o entrevistado / cuidador da criança lavou as mãos no dia anterior à entrevista e situações em que a mãe lava suas mãos ou as da criança*

TOTAL

N

%

N

%

N

%

Depois de ir ao banheiro

251

59,9

162

38,7

413

98,6

Depois de trocar as fraldas ou levar a criança ao banheiro

75

17,9

247

59,0

322

76,9

Antes de cozinhar

232

55,4

166

39,6

398

95,0

170

40,6

226

53,9

396

94,5

Antes de dar comida para a criança

MÃE LAVA SUAS MÃOS OU AS DA CRIANÇA

N

%

N

%

N

%

Depois de ir ao banheiro

196

46,8

173

41,3

369

88,1

Antes de comer

303

72,3

84

20,1

387

92,4

MODOS DE CUIDAR

ENTREVISTADO / CUIDADOR DA CRIANÇA LAVOU AS MÃOS NO DIA ANTERIOR À ENTREVISTA

ESTIMULADA

* Respostas múltiplas

ESPONTÂNEA

39


TABELA 33 Cuidados para prevenir dengue ou malária*

%

N

%

N

%

Uso de mosqueteiro

25

6,0

316

75,4

341

81,4

Manutenção do pátio limpo

104

24,8

292

69,7

396

94,5

Manter os recipientes de água sempre fechados

228

54,4

158

37,7

386

92,1

Pátio sem pneus

103

24,9

220

52,5

323

77,1

Pátio sem garrafas vazias ou sacos plásticos

229

54,7

136

32,5

365

87,1

Uso de telas nas janelas e portas

6

1,4

46

11,0

52

12,4

Uso de repelente fora de casa

10

2,4

83

19,8

93

22,2

Não tomar banho de rio ao anoitecer

20

4,8

300

71,6

320

76,4

| Estimulação psicossocial

TABELA 34

TABELA 36

Família almoçou ou jantou junta nas 24hs que antecederam a entrevista

Hábito diário de brincar, conversar ou ler para a criança

N

%

Sim

346

82,6

Não

59

14,1

Não sabe / não respondeu

14

3,3

419

100

N

%

Sim

381

90,9

Não

37

8,8

Não sabe / não respondeu

1

0,2

419

100

TOTAL

TABELA 35

TABELA 37

Existência de jornais, livro, livro infantil ou com gravuras / figuras ao alcance da criança

Objetos utilizados pela criança para brincar

N

%

Brinquedos feitos por adultos (peão, pipa, etc)

77

18,4

Objetos da casa (panelas, colheres, canecos, etc)

221

52,7

Objetos e materiais de fora da casa (pedra, graveto, etc)

259

61,8

Brinquedos que tocam música

170

40,6

142

33,9

128

30,6

Bola

280

66,8

Lápis ou giz de cera

300

71,6

Boneco (a))

296

70,6

N

%

Sim

309

73,7

Não

106

25,3

4

1,0

419

100

N

%

Sim

236

56,3

Brinquedos de encaixar

Não

178

42,5

(montar e desmontar)

JORNAIS OU LIVROS

Não sabe / não respondeu TOTAL LIVRO INFANTIL OU COM GRAVURAS / FIGURAS

Não sabe / não respondeu TOTAL

5

1,2

Brinquedos de movimento

419

100

(corda, chocalho, raquetes)

* Respostas múltiplas - estimuladas

Bloco G

TOTAL

MODOS DE CUIDAR

TOTAL

N

7

40

ESTIMULADA

* Respostas múltiplas

ESPONTÂNEA


TABELA 38

TABELA 39

Criança brinca com outras crianças

Presença de televisão na residência, número de horas que a criança assiste TV e seleção prévia da programação / orientação sobre o conteúdo

N

%

Sim

346

82,6

Sim

361

86,2

Não

68

16,2

Não

54

12,9

Não sabe / não respondeu

5

1,2

Não sabe / não respondeu

4

0,9

419

100

419

100

N

%

TELEVISÃO NA RESIDÊNCIA

TOTAL

TOTAL

N° DE HORAS QUE A CRIANÇA ASSITE TV Não assiste

%

N

51

14,1

203

56,2

Mais de 3 a 6 horas

75

20,8

Mais de 6 horas

26

7,2

6

1,66

361

100

N

%

261

62,3

Menos de 3 horas

Não sabe / não respondeu TOTAL

SELEÇÃO DA PROGRAMAÇÃO ASSISTIDA PELA CRIANÇA Sim Não

58

13,8

Não sabe / não respondeu

100

23,9

TOTAL

419

100

TABELA 40 Envolvimento da mãe, do pai ou do cuidador da criança na semana anterior à entrevista

NÃO

ÀS VEZES

N

%

N

%

N

%

Brincou com a criança

241

57,5

92

22,0

81

19,3

Conversou com a criança

282

67,3

81

19,3

52

12,4

Cuidou da criança

255

60,9

74

17,7

86

20,5

Passeou com a criança

155

37,0

126

30,1

132

31,5

Ajudou a dar de comer à criança

170

40,6

87

20,8

155

37,0

G1 Estimulação

* Respostas múltiplas

SEMPRE

psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO

TABELA 41

%

Brincou com brinquedos que fazem som / barulho

21

48,8

Cantou para a criança

29

67,4

Jogou bola ou objetos que rolam

10

23,3

Brincou com objetos pequenos

17

39,5

Base: 43 crianças

MODOS DE CUIDAR

N

* Respostas múltiplas

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

41


G2

Estimulação psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 1 E 2 ANOS

TABELA 42

N

%

Cantou para a criança

63

71,6

Jogou bola

45

51,1

Brincou com brinquedos pequenos

60

68,2

Desenhou / pintou

30

34,1

Levou a criança para passear

64

72,7

* Respostas múltiplas

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

Base: 88 crianças

G3 Estimulação

psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 3 E 4 ANOS

TABELA 43

N

%

Correu com a criança

89

61,4

Cantou para a criança

101

69,7

Jogou bola com a criança

61

42,1

Brincou com brinquedos pequenos

89

61,4

Desenhou / pintou

86

59,3

Levou a criança para passear

103

71,0

Brincou com quebra cabeça

27

18,6

* Respostas múltiplas

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*

Base: 145 crianças

G4 Estimulação

psicossocial | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADES ENTRE 5 E 6 ANOS

TABELA 44

42

N

%

Ensinou o alfabeto / as letras

131

91,6

Ensinou a ler ou escrever

132

92,3

Ensinou a criança à como sair com outras crianças

126

88,1

Ensinou a criança à como se comportar na escola

136

95,1

Jogou bola

81

56,6

Andou de bicicleta, cavalo, etc

66

46,2

Base: 143 crianças

* Respostas múltiplas

MODOS DE CUIDAR

Atividades realizadas por membros da família (15 anos ou mais) com a criança*


8

Bloco H

| Gerenciamento do comportamento

TABELA 45

TABELA 47

Questionamento sobre o desejo da criança de acompanhar o entrevistado / o cuidador em determinada atividade

Responsável pela criança na ausência do cuidador

Pergunta sempre e só leva a criança quando quer

N

%

161

38,4

N

%

Avô da criança

41

9,8

Avó da criança

94

22,4

Pai da criança

69

16,5

Tio da criança

11

2,6

Tia da criança

70

16,7

Criança menor que 10 anos

8

1,9

Pergunta sempre, mas leva mesmo quando a criança não deseja ir junto

96

22,9

Não pergunta e sempre leva a criança

137

32,7

Não pergunta nem leva a criança

14

3,3

Criança com 10 anos ou maior

26

6,2

Outro

5

1,2

Vizinho

6

1,4

Não sabe / não respondeu

6

1,4

Criança vai junto

41

9,8

419

100

Criança fica sozinha

5

1,2

Outro

40

9,6

Não sabe / não respondeu

8

1,9

419

100

TOTAL

TOTAL

TABELA 46 Atitudes tomadas pelo entrevistado / cuidador da criança em caso de comportamento inadequado

ESTIMULADA

TOTAL

N

%

N

%

N

%

Dá um castigo

154

36,8

107

25,5

261

62,3

Faz ameaças

46

11,0

175

41,8

221

52,7

Bate na criança

125

29,8

104

24,8

229

54,6

Diz não e explica porque o comportamento é inadequado

91

21,7

258

61,6

349

83,3

Dá umas palmadas

102

24,3

208

49,6

310

74,0

Grita com a criança

39

9,3

227

54,2

266

63,5

Diz não ou pára

34

8,1

306

73,0

324

81,2

Distrai a criança

22

5,3

302

72,1

320

77,3

Manda a criança sentar, ir para o quarto ou a leva embora

18

4,3

280

66,8

298

71,1

Não sabe / não respondeu

154

36,8

107

25,5

261

62,3

Total

46

11,0

175

41,8

221

52,7

MODOS DE CUIDAR

ESPONTÂNEA

43


9

Bloco I

| Proteção

TABELA 48

TABELA 49

Criança presenciando briga violenta na família

Decisões de consumo (o que e quanto) relacionadas às necessidades da criança

N

%

Sim

106

25,3

Não

309

73,8

4

1,0

419

100

Não sabe / não respondeu TOTAL

I1

N

%

Eu mesmo (a) decido

183

43,7

Os avós decidem

21

5,0

O pai decide

86

20,5

A mãe decide

111

26,5

Outros

18

4,3

Não sabe / não respondeu

183

43,7

TOTAL

419

100

Proteção | APENAS PARA CRIANÇAS COM MENOS DE 1 ANO TABELA 50

N

%

Criança dorme na mesma cama dos pais

25

58,1

Criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina

37

86,0

Criança dorme longe do chão

33

76,7

Criança dorme longe das tomadas elétricas

19

44,2

Objetos pequenos ficam fora do alcance da criança

37

86,0

Criança não fica sozinha

22

51,2

* Respostas múltiplas e estimuladas

cuidados para evitar acidentes*

Base: 43 crianças

I2

Proteção | APENAS PARA CRIANÇAS COM IDADE IGUAL OU MAIOR QUE 1 ANO

TABELA 51

44

N

%

Os cabos das panelas ficam para dentro do fogão

97

25,7

Criança dorme longe do fogão, vela ou lamparina

134

35,5

Criança dorme longe do chão

120

31,8

As tomadas elétricas ficam tampadas

74

19,6

Os medicamentos ficam fora do alcance da criança

131

34,7

Detergente, veneno, água sanitária, ou hipoclorito de sódio ficam fora do alcance da criança

128

34,0

Facas e tesouras ficam fora do alcance da criança

120

31,8

A criança não brinca com fogos de artifício ou fogueira

96

25,5

Base: 377 crianças

* Respostas múltiplas e estimuladas

MODOS DE CUIDAR

cuidados para evitar acidentes*


10 Bloco J | Conscientização, demanda e uso de serviços

TABELA 52

PARTICIPAÇÃO EM REUNIÕES SOBRE O SERVIÇO DE SAÚDE

N

%

Não há reunião

70

16,7

Não participa

246

58,7

Participa

85

20,3

Não sabe / não respondeu

18

4,3

419

100

N

%

Posto de saúde

322

76,9

Pronto socorro ou hospital

170

40,6

Creche

151

36,0

Pré - escola

349

83,3

Serviço de assistência social

244

58,2

Polícia

184

43,9

N

%

Sim

146

34,8

Não

260

62,1

Não sabe / não respondeu

13

3,1

419

100

TOTAL DOS SERVIÇOS DISPONÍVEIS NO LOCAL DE RESIDÊNCIA*

SOLICITAÇÃO DE CRIAÇÃO DOS SERVIÇOS

TOTAL

Conscientização, demanda e uso de serviços

J2

Conscientização, demanda e uso de serviços

APENAS PARA CRIANÇAS IDADE ENTRE 0 E 3 ANOS

APENAS PARA CRIANÇAS IDADE ENTRE 4 E 6 ANOS

TABELA 53

TABELA 54

Criança na creche

Criança na pré-escola

N

%

Sim

13

6,8

Não

168

88,4

9

4,7

190

100

Não sabe / não respondeu TOTAL

N

%

Sim

204

89,1

Não

12

5,2

Não sabe / não respondeu

13

5,7

229

100

TOTAL

MODOS DE CUIDAR

J1

* Respostas múltiplas

A participação do entrevistado ou cuidador em reuniões, a disponibilidade e a solicitação referentes aos serviços locais

45


11 Bloco L | Mães que tiveram filhos nos últimos 6 meses

TABELA 55 A mãe nas duas semanas que antecederam a entrevista*

N

%

Sentiu-se triste ou infeliz na maior parte do tempo

14

35,5

Perdeu o interesse pelas coisas (trabalho ou lazer)

4

10,0

Sentiu dificuldade em gostar de atividades diárias

5

12,5

Teve dificuldade de pensar com clareza

14

27,5

O trabalho diário tornou-se um sofrimento

3

7,5

10

25,0

22

55,0

Teve dificuldade para tomar decisões Sentiu-se permanentemente cansada Base: 40 mães

12 Bloco M | Aspectos Socioeconômicos TABELA 58 Letramento e escolaridade do entrevistado / cuidador da criança

N

%

Lê e escreve

359

85,7

Não lê nem escreve

60

14,3

-

-

419

100

LETRAMENTO

Não sabe / não respondeu

* Respostas múltiplas

TOTAL TABELA 57

ESCOLARIDADE

N

%

Atitudes que a mãe tomaria quanto aos seus sentimentos e comportamentos nas 2 semanas antecedentes à entrevista*

Não estudou

29

6,9

Estudou até a 4ª série do ensino básico

155

37,0

Estudou além da 4ª série do ensino básico

229

54,6

6

1,4

419

100

%

N Conversaria com a família ou amigos

9

54,2

Iria à igreja / falaria com padre ou pastor

2

12,5

Procuraria serviço de saúde

5

31,3

Tomaria remédio sem procurar o médico

11

68,7

Não sabe / não respondeu TOTAL

TABELA 59 Letramento e escolaridade do pai da criança

* Respostas múltiplas

Base: 16 mães

N

%

348

83,1

Não lê nem escreve

63

15,0

Não sabe / não respondeu

8

1,9

419

100

ESCOLARIDADE DO PAI

N

%

LETRAMENTO DO PAI Lê e escreve

TABELA 56 Atitudes tomadas pela mãe quanto aos seus sentimentos e comportamentos nas 2 semanas antecedentes à entrevista*

MODOS DE CUIDAR

TOTAL

46

N

%

Conversou com a família ou amigos

13

54,2

Não estudou

40

9,6

Foi à igreja / falou com padre ou pastor

6

25,0

Estudou até a 4ª série do ensino básico

140

33,4

Procurou serviço de saúde

-

-

Estudou além da 4ª série do ensino básico

190

45,3

Tomou remédio sem procurar o médico

1

4,2

Não sabe / não respondeu

49

11,7

419

100

Base: 24 mães

* Respostas múltiplas

TOTAL


TABELA 61

Fonte da água utilizada para beber e hábito de ferver a água que não provem da rede pública antes do consumo

Tipo de sanitário / privada existente na residência e tipo de ligação

FONTE D´ÁGUA UTILIZADA

N N

%

TIPO DE SANITÁRIO

N N

%

Rede pública

245

58,5

Sanitário com descarga

188

44,9

Chafariz

30

7,2

Sanitário sem descarga

131

31,3

Cacimbão

106

25,3

Casinha / fossa negra

10

2,4

Rio / riacho / lagoa / açude

6

1,4

Não há

86

20,5

Nascente / olho d´água

24

5,7

Não sabe / não respondeu

4

1,0

Outros

6

1,4

TOTAL

419

100

Não sabe / não respondeu

2

0,5

LIGAÇÃO

N N

%

419

100

Rede de esgoto

55

17,2

HÁBITO DE FERVER A ÁGUA

N N

%

Fossa séptica

206

64,6

Sim

29

16,7

Fossa rudimentar

46

14,4

Não

133

76,4

Vala

4

1,3

Não sabe / não respondeu

12

6,9

Rio / lagoa / mar

5

1,6

174

100

Outros

-

-

Não sabe / não respondeu

3

1,0

319

100

N

%

TOTAL

TOTAL

TOTAL

TABELA 62

TABELA 63

Residência com energia elétrica

Residência com rádio

N

%

Sim

398

95,0

Sim, e funciona

303

72,3

Não

20

4,8

Sim, mas não funciona

37

8,8

Não sabe / não respondeu

1

0,2

Não tem

76

18,1

419

100

Não sabe / não respondeu

3

0,7

419

100

TOTAL

TOTAL

MODOS DE CUIDAR

TABELA 60

47


MODOS DE CUIDAR

Questionรกrios

48


49

MODOS DE CUIDAR


50

MODOS DE CUIDAR


51

MODOS DE CUIDAR


52

MODOS DE CUIDAR


53

MODOS DE CUIDAR


54

MODOS DE CUIDAR


55

MODOS DE CUIDAR


56

MODOS DE CUIDAR


57

MODOS DE CUIDAR


BLOCO L – ESTRESSE E DEPRESSÃO APENAS PARA AS M ÃES QUE TIVERAM FILHO NOS ÚLTIMOS SEIS MESES As perguntas abaixo se referem a como você se sentiu nas últimas duas semanas. Por favor, responda se, desde <DIA DA SEMANA> de duas semanas atrás, houve dias em que....

Sim

Não

NSA

81. Você se sentiu triste ou infeliz a maior parte do tempo? [L01]

1

2

8

82. Você perdeu interesse pelas coisas (seu trabalho ou outras coisas de que gosta)?

[L02]

1

2

83. Era difícil gostar das suas atividades diárias?

[L03]

1

2

84. Era difícil pensar com clareza?

[L04]

1

2

85. Seu trabalho diário era um sofrimento?

[L05]

1

2

86. Teve dificuldade para tomar decisões?

[L06]

1

2

87. Você sentiu cansaço sempre?

[L07]

1

2

Sim

Não

NSA

8

SE SIM EM ALGUMA DAS PERGUNTAS ENTRE 81 E 87 88. O que você fez quando (CITAR A(S) PERGUNTA(S) COM RESPOSTA SIM) AS OPÇÕES NÃO DEVEM SER LIDAS Conversou com a família ou amigos

[L08]

1

2

Foi à igreja / Falou com o padre (pastor)

[L09]

1

2

Procurou o serviço de saúde

[L10]

1

2

Tomou um remédio sem procurar o médico

[L11]

1

2

Sim

Não

NSA

8

SE NÃO EM TODAS AS PERGUNTAS ENTRE 81 E 87 89. O que você faria se tivesse sentido alguma dessas coisas que eu acabei de falar? AS OPÇÕES NÃO DEVEM SER LIDAS Conversaria com a família ou amigos

[L12]

1

2

Iria à igreja / Falaria com o padre (pastor)

[L13]

1

2

Procuraria o serviço de saúde

[L14]

1

2

Tomaria um remédio sem procurar o médico

[L15]

1

2

MODOS DE CUIDAR

BLOCO M – SOCIOECONÔMICO

58

90. Você sabe ler e escrever?

[M01]

Sim 1 Não 2

91. Até que série você estudou na escola?

[M02]

Não estudou 0 Até a 4ª série do 1º grau 1 Além da 4ª série do 1º grau 2

92. O pai de <CRIANÇA> sabe ler e escrever?

[M03]

Sim 1 Não 2 Ignorado 9

93. Até que série o pai de <CRIANÇA> estudou na escola?

[M04]

Não estudou 0 Até a 4ª série do 1º grau 1 Além da 4ª série do 1º grau 2 Ignorado 9

94. De onde vem a água da casa usada para beber? SE FOR DA REDE PÚBLICA Î 96

[M05]

Rede pública 1 Chafariz 2 Cacimbão, poço 3 Rio, riacho, lagoa, açude 4 Nascente/Olho d’água 5 Outro _______________ 6

95. SE NÃO FOR DA REDE PÚBLICA: A água é fervida antes de beber?

[M06]

Sim 1 Não 2

96. Como é a privada da casa? SE NÃO HÁ SANITÁRIO Î 98

[M07]

Sanitário com descarga 1 Sanitário sem descarga 2 Casinha/ fossa negra 3 Não há 4

97. SE HÁ SANITÁRIO: O esgoto dessa privada está ligado a: [M08]

Rede de esgoto 1 Fossa séptica 2 Fossa rudimentar 3 Vala 4 Rio, lagoa ou mar 5 Outro ________________ 6

98. Na sua casa, há energia elétrica?

[M09]

Sim 1 Não 2

99. Na sua casa, há rádio?

[M10]

Sim, funciona 1 Sim, não funciona 2 Não 3


A PARCERIA UNICEF-AVANTE NA CONSTRUÇÃO DA GARANTIA DOS DIREITOS DAS CRIANÇAS PEQUENAS

A AVANTE – Educação e Mobilização Social é uma organização social sem fins lucrativos, fundada em 1996, em Salvador, Bahia, Brasil. Em 2002, iniciou sua relação com o Fundo das Nações Unidas para a Infância -UNICEF, coordenando o programa Atenção Integral e Integrada – Direito da Criança, envolvendo os centros comunitários de educação infantil do Subúrbio Ferroviário e da península de Itapagipe e um centro de educação infantil público – CEI Cid Passos, tendo também como parceira a Prefeitura Municipal de Salvador. Dois anos depois, essa mesma parceria produziu o documento Diretrizes para Atenção Integral e Integrada à Criança de 0 a 6 anos do município de Salvador. Através deste e de outros projetos de que tem participado, a AVANTE desenvolveu sua metodologia própria de capacitação de adultos baseada na participação ativa, na construção coletiva de conceitos, procedimentos e atitudes e na apresentação e discussão de conteúdos indicados pelos próprios participantes. Desde a elaboração, pelo UNICEF, do kit FBF – Família Brasileira Fortalecida, quando a AVANTE teve a satisfação de contribuir com algumas sugestões, a identidade de princípios entre as duas instituições vem se ampliando e acentuando. Nos últimos anos – 2006 a 2009 – a AVANTE foi a executora dos projetos Família, Direitos e Cidadania, realizado em Salvador e Lauro de Freitas e Tecendo a Manhã, executado em Mata de São João. Esses projetos iniciaram-se pela Pesquisa de Avaliação de Competências Familiares em relação às Crianças de 0 a 6 anos, visando ao levantamento de dados necessários à construção de uma linha de base do exercício destas competências, em cada um dos três municípios pesquisados. Além de tais ações, os projetos citados incluíram também a capacitação de reeditores sociais para disseminação dos conteúdos do Kit FBF junto às famílias e atividades voltadas ao fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos. A presente publicação traz os principais resultados referentes à pesquisa das competências familiares em Mata de São João.



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