MAPEAMENTO DE FLUXOS DE ATENDIMENTO PARA MULHERES

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Hub das Pretas: insurgências malungas rumo a um novo marco civilizatório Hub DF23 O Hub DF é integrado por agentes fazedoras da História da diáspora negra no microcosmo cotidiano no qual estão inseridas. O projeto foi implementado pelo Instituto de Estudo Socioeconômicos – Inesc e contou com a parceria do Fórum de Juventude Negra24 para a mobilização das participantes. “Nossos passos vêm de longe” e o território que ocupa a Capital Federal possuem relação com a diáspora negra desde a época da formação de quilombos nesta região, a partir de insurgências escravistas, e ainda se debruça não apenas na cor negra da população, mas também na arquitetura faraônica de Brasília. Entre Candaces25 e Guerreiras de Daomé26, as mulheres negras que malungam27 esse território representam 55,1% da população28. Espalhadas na 23 Em nome de todas as integrantes do Hub-DF. 24 O Fórum de Juventude Negra DF consiste em um espaço de interação afrocentrada permanente envolvendo articulação, diálogos, aglutinação de coletivos, movimentos, organizações de juventude negra e demais jovens negros interessados em uma “Nova Perspectiva na Militância Étnico-Racial” no âmbito do Distrito Federal, em conjunto com o FONAJUNE - Fórum Nacional de Juventude Negra. Ver mais em: http://forumdajuventudenegradf.blogspot.com/ 25 Candace era um título atribuído a um tipo de dinastia de rainhas guerreiras. Mulheres que detinham o poder do Reino de Meroé, no sul do Egito, pouco tempo antes da era cristã, formando uma sociedade matrilinear. 26 Guerreiras de Daomé - As Ahosi (“esposas do rei” em Fon) ou Mino (“nossas mães”), como eram chamadas as mulheres treinadas militarmente para serem guardiãs do rei de Daomé, região da atual República do Benin. Não só existiram como foram um dos exércitos mais prósperos do continente africano durante as incursões coloniais europeias. Também conhecidas como Amazonas de Daomé. 27 Malungagem - Vem da palavra ‘malungo’, que vem dos povos de matriz bantu da África Central e Oriental, particularmente entre os falantes das línguas kikongo, umbundu e kimbundu. Entre seus vários significados, que dependem do tempo e lugar, está “companheiro de viagem”, termo utilizado pelos negros escravizados para com os que estavam na mesma situação que eles no navio negreiro. Ver mais em: https://www.geledes.org.br/o-reflexo-da-malungagem-na-teoria-interseccional-dialogos-de-uma-mulher-negra-no-08-de-marco/ 28 Segundo pesquisa da Companhia de Planejamento do Distrito Federal, com base no Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, mulheres negras compõem 55,1% da população do Distrito Federal (DF). Quanto à divisão por região do DF, a maior parte delas vive em cidades como Estrutural, Fercal, Varjão, São Sebastião e Itapoã. Ver mais em: http://www. codeplan.df.gov.br/wp-content/uploads/joomla/65ea4dd2316eaed61e67f4400840097c.pdf

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