PROPOSTA·- 12 revista a serviç_o da educ_aç_ão de base
t
XILOGRAVURA : JOSÉ
COSTA
LEITE
P ROP OS T A REVISTA A SERVIÇO DA EDUCAÇAO DE BASE AGOSTO - 1979, nQ 12 EDITORIAL
ANO 3
TRIMESTRAL 3
ARTIGOS Erminia Mar i cato
5
Movimento de Bairros: compromisso no cotidiano.
Thomaz Miguel Pressburger
13
NÓs e a Trilateral ou
...
seu Antonio vai a roça. 26
39 Congresso da CONTAG:
•
Lavradores apertam Ministro. Vanderlei Caixe
41
Considerações sobre o trabalho do
advogado
junto aos
agricultores. FASE/Rio
48
Reflex~o
sobre o Movimento
Operário.
PAINEL
59
SERVIÇO
69
PROPOSTA; revi~ta a serviço da educaç~o de base, ê editada pela FASE - Federaçao de 6rg~os para Assistência Social e Educacional; Rua das Palmeiras, 90, Rio de Janeiro (RJ). Coordenador Nacional: Jean Pierre Leroy. Conselho de Redaç~o: Ademar Andrade Bertucci, Antônio Ivo de Carvalho, Jo~o Luís van Tilbur~, Joaquim Alcides R. Ribeiro, Jorge Eduardo Saavedra Dur~o, Zilea Reznik. Diagram~ ç~o: Julio Simões. Datilografia. Elita Vicente de Paula Duailibe. Impress~o: Vickson de Souza Viana. Assinatura anual: Cr$ 170,00; número avulso: Cr$ 45,00. Enviar cheques nominais à FASE. Exteri or; assinatura anual: US$ 20,00; pagos através de "International Money Order" nominal à FASE.
ED I T OR I AL Con~elho
de Redação
Há 3 ano s, começava a circular o pr1me1ro número de "Propos-ta". A expectativa era que a revista funcionasse como um instrumento mul pr~
tiplicador e agilizador do necessário, mas ainda artesanal,
cesso de soc i alização de experiênc i as entre os diversos grupos de agentes de base. Visava-se sobretudo aqueles grupos menos familia rizados com o uso de instrumenta i s teÓricos de leitura da realida de e análise da prática. A revista deveria estimular e
instrumen
talizar a teor i zação da prática, entendida esta como o
conjunto
das experiências diretas e concretas dos diversos agentes. Em
ou
tros termos, o conteÚdo da revista deveria expressar o aprendizado sistematizado das diversas equipes de base na sua
interação
com a realidade. Esperava-se dela que fosse simultaneamente o 1ns trumento e o escoadouro dessa produção das equipes e, ass i m,o des tinatário de Proposta deveria ser também seu co-artÍficie. Ao longo desse perÍodo de existência, se é verdade que "Proposta" não atingiu em termos gerais seus objet i vos, oscilando em
altos
e baixos, em acertos e desacertos, é verdade também que a
exper~
ência acumulada autor i za hoje uma v i são mais clara das insuficiên cias do projeto original e aponta algumas
pistas para as
reti
ficações necessárias. Menos do que desf i ar um rosário de auto c rític as e novas
in"ten
ções, cabe aqui ressaltar duas ordens de problemas, cujo enfrenta mento pretende ser o eixo do pro c esso de dinamização e
atualiza-
ção do projeto ed i torial de "Proposta". O primeiro diz respeito à necessidade de superar um falso
dile
ma, tipo ovo/galinha, engendrado pela prÓpria concepção orig i nal da revista. Concebia-se que a revista, na medida em que fosse al i mentada pela produção dos agentes de base, est i mular i a as pessoas
-
3 -
a escrever sobre sua experiência. Na prática verificou-se que pessoas nao escreviam, portanto a revista
n~o
as
era alimentada
e
portanto ... era incapaz de estimular as pessoas a escrever. Ora, ou bem uma publicaç~o estimula o debate atrav~s de seu teGdo editorial concretizado a cada ediç~o, ou s~o
con
absolutamente
inGteis as intenç5es de debate e as solicitaç5es formais
de
tribuição. Ou seja, antes de ser um forum de debates,
revista
a
con
precisa ser um produto passível de consumo, de leitura. Antes
de
e a fim de conquistar colaboradores, precisa conquistar leitores. O que implica em clareza, e qualidade editorial que, no
conteGdo
e na forma, sejam capazes de despertar e responder aos interesses dos leitores potenciais de "Proposta". A
quest~o
de determinar a faixa onde se situam os interesses e in
dagaç5es do leitor potencial conduz ma. Embora não
t~o
à
discuss~o
do segundo probl~
flagrante no momento do lançamento da "Propos-
ta", há um elemento na presente conjuntura que salta aos olhos ~ altamente relevante para os que desenvolvem experiências de
e ba
se: o fato de que o Movimento Popular n~o ~ mais uma virtualidade, e sim uma realidade concreta. Hoje, as camadas trabalhadoras se
~
presentam na sociedade e expressam seus interesses atrav~s de ins trumentos muito concretos de luta e
organizaç~o.
Portanto, a referência doo que se engaJam em trabalhos n~o pode mais se assentar simplesmente em projetas,
de
id~ias,
base inten
ç5es ou m~todos, mas tem de necessariamente levar em conta as for mas reais de existên cia
do Movimento Popular e suas
-
. exlgenclas
concretas. Se o novo vigor dos movimentos soclals os situa não só como de fundo, mas como ponto de referência e convergência das
pano prát_i
cas de intervenç~o social e educação de base, ~ evidente que isso por Sl só tende a universalizar a discuss~o em torno dessas prát_i cas, no sentido de que cada vez mais ela incorpora de forma tantiva a discuss~o em torno das quest5es postas pelo prÓprio
subs de
senvolvimento concreto do Movimento Popular. Colaborar no campo da produção e veiculação dos subsÍdios necessá rios ao debate concreto a cerca do conteÚdo e formas do
-
pro cesso
. - das camadas trabalhadoras, e hoje uma atual de luta e organlzaçao exigência, um desafio e uma nova "Proposta". - 4 -
M OVIMENTODE BA IRROS COMPROMISSO NO COT IDIANO Enrnlnla Manlc.a:to
-
' tuem uma gang, nlnguem
"Não vamos negar que os i nte lectuais t~m i nstrumentos de anãlise cientif ic a da realidade politica e econôm i ca. Mas sua relação com os movimentos de bairro tem que partir dos valores e do estãg i o em que se encontra o pessoal do ba ir ro . Senão, a relação ê uma forma de dominação de c i ma pra bai xo" .
~'c.
conse-
gue intervir . E acontece
que
cada regional fez campanha leitoral para um can didat o. regional de Santo Amaro, exemplo, quando o pessoal bairro ia fazer alguma mação, algum ped i do , eles
eA por
do recla di
ziam: n6s t emos ca nd i datos : va mos pôr ped r egulho nas ruas se vocês levarem o Arthur pra lá,
P: - O clientel ismo , tem pene tr aç~o nos mov iment os de ba i~ ros, isto é, os coronéis urba= nos, os polfticos oportunis tas e carreiristas influenci am e conseguem manobrar ? Ava lie o papel que eles desempe nham e o alcance deles. -
R: - As eleições
levarem fa i xas . E realmente is bairto foi feito em v ár ios ros , passaram maqulna nas ruas, -
puseram pedregulhos e o Arthur teve uma votação malu ca.
mostraram
* Arquiteta e Profess ora da Uni versidade de são Pau lo. Part i c i pa ha varias anos de movimento de periferia e 5 autora de es ~ u dos sobre autoco nstrução e so= bre a proletarização d o espaço urbano sob a grande indústr ia . Produz i u um f ilme sobre o mov i mento de loteamentos . Esta entrevista foi dada ao Jornal EM TEMPO n9 42 3 logo após a campanha eleitoral de novembro . Publ ic amos com algumas modificações feitas pela autora.
que os polÍticos oportunistas, carreiristas, realmente muito espaço . A
votaç~o
mir Achôa, da Nodeci
têm do
preendente. As
Sa
Nogueira
e do Arthur Al ves Pinto é
sur
admin i strações
regionais sâo
profundamente
corruptas. Conversei com um a! to funcionár io da e ele falou que elas
o
Prefe itura consti -
5 -
A esquerda preclsa se dar con-
intelectuais (no sent i do a mp lo )
ta que o client eli s mo
têm instrument os, que
é
uma
c oisa v iva, a c esa demais. ja nas reg i ões do
dominam
Ve
certos elementos cientÍf icos de
loteamento
análise da realidade po l Ític a e
clandest i n o : os trê s
~
cand i da
.
economlca, que de v am t e r
uma
tos citados t iveram ma i s votos
proposta que é sempr e ma is a van
do que qualquer outro .
çada, que organ i za e
Então
há as Soc i edades de Amigos
aponta
de
perspectivas. Mas a s ua relação
Bairro e as Administrações Re-
tem que ser necessar i amente dia
gionais como força real e con-
lética, partindo d os va l or e s
cre t a do clientel i smo .
Quando
do estágio em que se enc on tra o
parti
pessoal do ba i rro. I s s o i mp lica
levemos
em às vezes até prestar serVlÇO
houver uma reformulação dária é provável que
um susto, por enquanto a
col
que é algo visto com mu ito prui
sa tá fácil, ou se é contra ou
do por parte da esquerda .
a favor do governo. Se
exemplo, no caso do s
uma fragmentação com
houver mul
to c laras . . . ~
Por
advogados
de loteamentos c lande s t i n os . Le
censura,
que as c olsas não f i carem
e
.
vam uma proposta polÍtica
e
prestam um serviço. Não é
um
trabalho purament e
O cli e n t el i smo t af e é ser lo pra esquerda levar em cont a, princ i palmente os setore'S mais "doutrinaristas" ou "apress~ dos". Quer dizer, a hora que você está no movimento de bair ro, a posição de quem é de fo ra não deve ser de quem está de fora. Deve ser a de assumir a perspec tiva lá porque se se val com uma proposta polÍtica fechada junto a setores politi camente atrasados, pode-se ln correr numa relação de dominação - uma f orma de dominação de outra qual i dade, mas e uma forma de do mi nação de cima pra baixo. Não v amos negar que os
d ou trinário
e quem tentou uma rela ç ã o p uramente doutrinária não f oi
b em
sucedido . É prec i so s e comp rome ter com o cotidiano do
pe ssoal
sem perder de vista s eu papel. tem
Isso é um negÓc io ant igo :
p a ra
que se dar i nstrumento s
formar uma l i derança com autono mia lá. É exatamente o qu e
se
pode contrapor a o c li ent elismo . Estas eleições mo stram que
os
nao
setores populares em g eral votam ainda no pro g r ama .
Mesmo
a votação dos c a n d id a tos do
~
au
mento do custo de vida , foi uma escolha que teve um caráter deolÓgico claro, ma s não -
6 -
lpcd~
mos dizer que foi em cima de um
caráter de toda a máquina
programa.
tada. Isso não impede evident~ experiências mente que haja
O perigo que veJo da
-
atuação
bem sucedidas realmente
nas SABS e que começa a se con fundir os meios com os
perder de vista sua
como do
-
bairro, mas a importância
importân -
mãos clientelÍsticas.
e
deslocada para a tomada do
não
cia numérica em relação ao con em junto de milhares de SABS
instrumento para a organização independente e autônoma
repr~
sentativas, mas é preciso
fins,i~
to é, ela não é vista
mon
ap~
relho em si, como forma de con quistar poder. Usam-se até mes
A Igreja e -a grande organizadora dos movimentos de bairro em São Paulo, não tenha duvida . Sem ela, não existiriam os mQ vimentos populares que 11 existem hoje, eu diria em 90 %. 11
mo argumentos que comparam sua "tomada" com a "tomada" do
sln
dicato das mãos do pelego. Ves guice? Não, concepção até certo ponto autoritária de que
o
poder se "toma" através da con quista de aparelho como
SABS.
Temos insistido que não
lmpo~
P: - Há correntes polÍticas que consideram que o movimento ~e bairro é puro reformismo - nao resolve os problemas mais estruturais das classes trabalha doras e serve como paliativo: propiéiando uma participaçã~ polÍtica ilusória. O que voce acha disto?
ta o nome da Associação ou Sociedade mas seu caráter de organizadora e representante
de
mocrática de base. No caso
de
SABS convém lembrar que
além
de um passado criticável de suas orlgens
des
R - Eu não considero o movimen
(populistas)
Ele
há uma estrutura oficial cuja
to de bairro reformista.
tendência é absorver e contro-
pode ser paliativo, dependendo
lar as unidades, que congregam
de como se der a orientação.Al
só em São Paulo mais de
três
guns setores da Igreja -
num
mil SABS, com plenários
regl~
documento que defendia o
reunião
nulo, por exemplo diziam
voto que
nais e até mesmo uma
geral anual que congrega todas
polÍtica correta é a que o
as unidades onde comparecem Pre
vo faz, e não a da
feito, Governador, etc.
a dos polÍticos e tal. AÍ
autêntica festa que revela
numa o
burgues i a,
te caso, o trabalho de -
7 -
p~
nes
bairro
está de fato propiciando partic i pação polÍtic a
vezes contradiz o discurso. Ou
uma ilusó -
tro problema sério é que o
mo
ria, se e l e diz que não tem na
vimento de bairro depende
da
da a ver com o poder que
está
- consegue conjuntura, ele nao
aí. Tanto por parte de
quem
se desenvolver, por exemp lo , se
defende o populismo -
"polÍti_
-
to por parte do pessoal que
falsa questão. Acho que a nização operária é
lÍtica efetiva - um canal
d~
de
uma
participação que pode ser pa~ realmente tidário, etc. - aí
org~
ele corre o risco. O movimento
organiz~
ção operária, coloca-se
uma
perspectiva de participação p~
qua~
ca e a que o povo faz" fende unicamente a
você não conseguir dar
fundamen -
está crescendo muito e pra
su
tal, mas ela não existe isola-
perar a situação
da se você esquecer da organi-
dos bairros é necessário criar
zaçao
em geral de todos os
mo
formas de participação
vimentos populares.
ca e isso depende da
re
e também da conjuntura .
engajaram
na campanha eleitoral, de
conjunt~
formista dependendo da direção
movimentos
de bairro, que se
políti
ra . Então ele deixa de ser
per~
Vejo ainda que existe um go atualmente, nos
geográfica
en
P: - Que Rapel desempenha a I greja Cat5lica neste contexto! Sua atuação é positiva ? Quais os limites que representa? A Igreja CatÓlica em São Paulo a ge como um conjunto homogêneo~ ou há diferenças no engajamen to do trabalho de bairro (hã forças reacionárias) ?
xergarem uma saÍda no MDB, den t _
•
per~
tro do parlamento, isto e
goso. A esquerda sempre discute que o fundamental não é
a
luta do parlamento, mas de
re
pente pelo que estou vendo , tá todo mundo embolado nos diretó rios do MDB, em torno de candi datos . . . Uma coisa é a opinião,
R: - A Igreja é a grande
os discurso s. Outra coisa
nizadora dos movimentos
- e
org~
de
isto es t á faltando - é uma d i s
bairro em São Paulo , não há ne
cussao em cima da prática
nhuma d~vida . Além do
con
aspecto
creta. Uma herança destes anos
de ser uma instituição que
se
todos de ditadura é a
organiza pela cidade toda,
de
conversar as coisas muito
gente
ter uma infra-e strutura, um lo
no
nÍvel da int enção, da proposi-
cal de fazer reunião, tem
ção polÍt ica e a prática
certo respaldo . Então se
-
as -
8 -
um ~
voce
está num trabalho de bairro
A d i scussão que estamos
e
fazen
quer fazer uma reunião for a da
do , quando falamos em
Igreja ~ dific!limo. Mesmo qu e
n Gcleos independentes , se refe
as pessoas concordem
nao
montar
rem tamb~m ~ Igreja . Não
tem
se inclu
trata de um rompimento,
local. Do ponto de vista politico ~
Igreja de forma nenhuma
sive grande parte do
a
~ cristão.
homo
começo
da discussão.
gênea. Há diferenças profundas no engajamento do trabalho
Isto ~ só o
pe ssoal
de
bairro e as eleições mostraram Igr~
bem isso. Havia dentro da
11 Mo vi mentos de ba irr os e de
ja posições de voto nulo - mais aprofundadas, respeitáveis: de voto nulo - daquelas bem
mo-
ralistas de não se envolver na
nao
politica que está ar , que tem nada a ver com o povo .
fã
bricas não se excluem, se c om plementam . Elevar o ni vel pol i t i co do tr a balho de per i fe ri a ê r ea l men te di scut i r pol i t i ca . t co l oca r a questã o do pode r , da or gan iz ação11.
SÓ
entre estas duas posições - de voto nulo - já há muita
dife
rença. E haviam posições
P : - De que maneira o proces so de desenvolvimento urban!stico do Brasil nas Últimas décadas determina a precariedade das condições de vida nos bairros populares?
con enga]~
trárias , padres que se
ram na campanha eleitoral.
De
pois há ainda os setores rea -
-
. . . ClOnarlOS Eu não estou julgando as
R: - Eu fiz um estudo que
li e
tra que a periferia da
grande
pop ~
São Paulo , como existe
hoje , c~
di
ça a se desenvolver em
1940 .
nhas da Igreja. Sem ela não xistiriam os movimentos lares que existem hoje , eu
mos
d izer
Mas foi a partir do
ingresso
que eu estou constatando isto ,
da grande indGstria
mult in a
isenta de julgar , ~ uma
cional que se inicia a
prolet~
ria em 90%. Então vamos
situa
ção objetiva. Agora, u ma
das
rização do espaço como se
limitações ~ o passaroda
rel
hoje . Você tem um espaço
vindicação para o plano tico de discussão da
do ponto de vista do
poli
que
conceito
urbano , não ~urbano. São
questão
vê
ca-
sas , pura e simplesmente , pre-
do poder.
-
9 -
cárias, se estendendo por gra~ des reg i 6es.
N~o
há
leria de águas f l uv i a is ,
nao
serv1ços urbanos, comércio, enfim, toda
há pos to s de s aÚde, t u do o que
parte de i nfra-estrutura urba-
numa certa med i da,
na. A
populaç~o
se
instala,s~o
seria ne c e ss á rio. As o cres c imento ma s
e scolas a comp anham
pr ec a ri ame~
verdadeiros acampamentos. Isto
te. O Ún i c o equ i pament o
do Es
muito como resultado deste
tado que se i ns t ala em
lotea-
ob
jetivo polÍtico e econômico do desenvolvimento da
acumulaç~o
do capit al onde o Estado 1gn~ ra a instalaç~o das grandes
-
massas na cidade (que e
funda
mental à acumulaç~o de c~pital porque garante o exército dus t rial de reserva).
1n
Ent~o
es
sas massas se instalam a custa de seus pr6pr i os recursos .
En
tre 50 e 60 o ABC,
Di adema, Guarulhos, Osasco, s~o regi6es que c res c em ao redor da capi tal . Em meados da década de 60 o processo começa a extravasar. A indÚstria sa1 para um
raio
de 100, 2 00 quilÔmetros.
AÍ
também se dá a proletarizaç~o do espaço, onde podemos Jundiaí, Campinas,
mento clande s t i n o é o grupo es colar. As favelas em S ~o Paul o , pouco tempo, eram
sign ificati
vas, mas não t a n to como no Rio
de Janeiro. Ma s n os Últimos nos o cres c iment o é N~o
a
a b surdo.
ocorrem como n o
Ri o
onde
-
são imensas fave l a s. Aqu i voce
tem pont il hada a ci dade rinha da peri fe ri a . f
inte i prec i so
começar a estudar a favela
co
mo o lugar do f ul a no i ntegrad o , é a força de trabalho , nada de marg i nal iz aç ~o .
a
Tu do isto leva
cond i ç 6 e s de vi da mu ito
cár i as e p repara a s
pr~
co n d i ç6es
objetivas par a os
citar
até
moviment o s
de bai rro .
muito mais
recent emente Sorocaba e também nesta década a área de S~o
Jo
sé dos Campos. Ent~o
este tipo de crescimento
extremament e precário, as pe~ soas c ons t ru i ndo as pr6prias
P - Qual a d if erença bá sic a entre o movimen t o no local de trabalho e o mov i mento n o lo cal de morad ia , a seu ver? E les s~o exclu dentes ou se com plement am ?
a
R: - Bom, o l oc a l de
t rabalho
partir de fo ss a, n~o há telefo
quando no cas o é uma
fáb ric a
ne, n~o há c orreio, n~o há
realmente prop ici a
casas, água de poço, esgoto
vimentaç~o
p~
nas ruas, n~o há g~ - lO -
(n~o
gara~
te) um nÍvel de or g an i zaç~ o
e
-
. quanto os homens, pela proprla
consciência rnals
avançados. Agora, eu acho que numa situa
constituição do operariado
çao onde há urna imensa
número de homens e mulheres .
popula
çao pobre corno é o nosso caso, a grande São Paulo, onde
rnals
ou menos 75% da população
Na luta de bairro, claro, ex i~ te o perigo da reivindicação
tem
parar na reivindicação. Por is
renda familiar abaixo de cinco salários - há um potencial muito grande de
to eu digo que o trabalho bairro não é corno o de
mobilização . que teria na classe operarla
-
rnovlrnen
tos se complementam e de forma
-
difÍcil hoje no Brasil,
pa~
tir das comissões de
bairros,
na Zona Leste-Sul, por exemplo. São pessoas que trabalham mesma fábrica ou em
na
fábricas
diferentes, que trocam
inforrn~
ções através do trabalho bairro. Na prática
de
polÍtico. Por exemplo,
urna
população que é predorninant~ mente operária e levam a organização do bairro pra
o respaldo do movimento
de
bairro. Corno se arruma, por
e
xernplo, fundos para urna greve? Corno foi em Itu? Nos
o~
contrariando urna polÍtica do Estado que é de não aplicar na reprodução das camadas
popul~
res. Quer dizer, o Estado apli ca no sentido de reprodução do capital. Às vezes ele é o
pr~
prio capitalista ou então
age~
te do capital, repassa para os setores privados, prepara con dições, infra-estrutura para acumulação do capital, etc . En tão na medida que o Estado no abun Brasil não tem recursos dantes, ele tem que
resolver:
ou ele aplica na reprodução da
bairros, •
quando
ganiza pra reivindicar água na SABESP, ela na verdade está
fábrica
e vice-versa. f necessário p~ ra o movimento de fábrica ter
ser
a população de um bairro se
realmente,
apesar da rotatividade,há
mesmo
o trabalho de bairro não
nenhuma são excludentes. Muita greve de fábrica surgiu a
de fábri
depende ca, ele é disperso e bem mais da direção o Agora, e
a liderança, o setor mais avan çado. Acho que estes
em
força de trabalho ou no
proce~
4'
há donas-de-casa que sao lncrl
so do desenvolvimento do
veis, são ultra-atuantes
no
tal. No Brasil, apÓs 64, a OE fazia ção é clara. Antes ele
movimento operário, as rnulhe res não têm tantas chances
um jogo, ora aqui, ora ali. Se ele aplica na reprodução do ca
movimentos de bairros. Já
nos
- 11 -
cap~
pital e voe~ tem um
movimento
com força ex i g i ndo que o trans
-
porte melhore, asfalto,
a gua,
polÍt ica . f colocar a
que s tão Ag~
do poder, da organização . ra, as formas ... Por
enquanto
a prQ pria orientação polÍtica, ~ a
-
e
ne cess~rio criar nGcleos
i nde
prÓpria sustentação
pendentes no traba l ho de
ba ir
etc. isto ~ contrariar
~
econômica
-
eu gos taria de d i zer so que
do regime que vai entrando em
ro, nÚcleos que organizem e t e
jogo. Não quero deixar
nham uma perspect iva polÍt i ca.
de
zer que o movimento deve car assumir o nível da
di bus
cansei
-
pro -
No pro cesso eleitoral, o pr1o Movimento do Custo de
~ncia polÍtica, estritu
da - que se colocava como
mas apenas que nesse
sendo contra o governo -
senso tipo de
movimento emerge claramente
a
consci~ncia da luta de classes.
Vi
na- o
se
viu e nvolvido numa campanha o n de as palavras de ordem
real -
mente eram contra o go v erno .
P: - Como fazer a
vinculação entre o trabalho de bairro e o fabril? Tem havido resist~ncia a~i~so? Como elevar o nível PQ l1t1co do trabalho de periferia? Como foi a campanha elei toral?
le teve que se envolver p o liti camente. O processo não s e deu tão envolvente no movimento de
~
vel polÍtico do trabalho de p~ riferia ~ realmente discutir
- 12 -
tel~
bairro quanto se hou v esse vis ão ou
r~dio.
Muitos ba irr o s porque não foram alcançado s realmente voce tem que
R - Eu acho que elevar o
f
distân cias fÍsica al i ada s~ncia
-
çao.
de canais de
v enc er
à
au
parti ci p~
NOS E A TRILATERAL ou
SEU ANTONIO VAI A ROÇA Thomaz Miguel
Maurice Goldring
lnlcla
seu
Pne~~bungen
rnento dentro do sistema
.
capit~ ...
lista, que certamente
lra
(Editions Sociales-Paris,l978)
terminar este fim de
século.
dando conta de sua estupefação
A partir de indagações,
"Dernocratie
Croissance
public~
ao travar contato com ções da
Comissão
Zero"
Trilateral
mente
~udernos
improvisado
de
final
participar de um ag~
simpÓsio, já
cerca de três anos após de cons
ra com vasto material, corno se
tituÍda e operante.
diz , " de primeira mão", e duas
NÓs, ressalvadas breves e co elucidativas
po~
referências
que vez por outra
surglrarn,
principalmente em
pronunciarne~
tos de alguns membros da
hie
rarquia da Igreja, nada
mais
sabÍamos acerca do
assunto.
"Trilateral" parecia
qualquer
colsa corno um acordo comercial ou um vago protocolo sobre
ta
rifas alfandegárias, sem maior interesse no noticiário
dos
rneiro a nebulosidade em
.
.,
- apenas no Rio de nao
de
biblio
tecas especializadas na Europa e também em conversas,
subi ta
mente nos demos conta estar humanidade diante de um
Janeiro,
mas também em Roma, Paris e Ge nebra (no tanto que pudemos ve rificar) sabia - se vagamente de
-o na
sua existência corno algo mais importante que literários de
nomes
devaneios corno
Sa
rnuel P . Huntington, Michel Cro Zler e mesmo de Zbigniew a
Brze
. COJillSSaO
existia , tinha um endereço,
.
lnlClO
1978, em andanças por
torno
da Comissão Trilateral se dava
zinski . Segundo,
jornais. Em fins de 1977,
coisas nos ficaram claras: pri
p~
blicava livros, revistas,boletins e . . . determinava ou
pr~
tendia determinar urna polÍtic a mundial.
a
lilOVl
*Advogado~
- 13 -
assessor da CPT-RJ .
conj u~
Já agora, e xi ste um esforço em
para correlações com a
aprofundar, quanto mais não se
tura deste lado do hemi sf é rio .
j a,- o; conhec i mento acerca
do
assunt o e algumas poucas publi caçoes em português estão ace~ surpree~
sívei s. Mas, e a i nda
dentemente, patrocinadas
por
Órgãos ligados à Igreja Católi ca. Especifi c ament e,
chamamos
atenção para um artigo de José Fernandes Dias
(Comissão Tri
lateral: a "Nova" Fase do Capi talismo
Transnacional
e
dos
Direitos Humanos) na
A data oficial de
i ns titu ição
da Comissão é de 19 73. Ma s b em antes, pelo menos em 19 70, se poderia sentir que a
c r ise
atravessada pelo si s tema
era un ifo~
encarada de maneira não
me nas potências capital i s t a s, O melhor sintoma diss o - verd a de que à época ainda nao
se
lhe poder i a atribuir
va
este
lor - foi o famoso
"Relat ório
Revista Ecles~ástica Brasileira , vol .
Rockefeller" (no Bras i l
38, fase. 149, março de
"As Condições de Vi da nas
1978 ;
e, para "A Trilateral Fase do Capitalismo
Nova Mundial"
editada por Hugo Assmann, la Vo z es, em 1979~ Fora do bito da Igreja, pode-se tar alguns poucos
p~
-
am
detec
pronuneiame~
tos de polÍ t icos, que começam a incorporar a Trilateral suas l i nhas de
em
argumentação . A~
slm, a 22 de abril de 1979, o JB dá conta de que o Senador Teotônio Vi le l a, num ciclo debates, di s correu sobre
de
já
do pela Record sob o
t ítulo
ricas" em 1968). Nas recomendações
do
e dita Amé
diversas Relat ório ,
endereçadas ao Pres i dente xon, são cont es t adas
posições
polÍt i cas e econômic a s tes nos círculo s
Ni vige~
dirig entes
norte-ameri c anos, e
p ropo stas
alternat i vas ba s tant e
pouco
ortodoxas, do ponto de
vista
com que se encara ou e ncara va o "imper i al i smo ~ ·. Verd ad e que o Relatór io não pa ssou de mera
reco
peça literár i a durante
algum
mendações da Comissão Trilate -
tempo. A d l. spu t a e n t re
" po~
ral aos go v ernos dos paÍses do 39 mundo .
e inexpress i va s
De cert a forma, t udo ainda tant e nos l i mites da ção, e xi s tindo por um vas to espaço para e crít icas, e
bas" e "fal cÕ e s ",
~~
divulg~
percorrer análises
principalmente
ridÍculas denominações
das facç õ es es tadunidenses , guerra do Viet n a n, a litik" do "herr doktor "
a
" realp~ Kissi.~
ger, desestab i l iz aç ões de regi mes sul-americanos, nao - 14 -
perm1
tiram a visualização das cont r~
passar adiante opini~es ma1s do
diç5es dentro do sistema .
que informaç5es ou mesmo análi
Talvez a "bomba" de corriqueiro fato
ses cientÍficas.
Watergate ,
de espionag em
polÍtica tão frequente
quanto
insignificante dentro da
~tica
capitalista, fez com que
pr~
meiramente se atentasse
para
a mudança profunda que iria
Começar dizendo que o
capitalista atravessa uma
crl
se sem paralelo em toda
sua
história ~ acaciano
cionamento de todo o sistema.
dos, e que acarretam
eleição nom1
nal da Comissão Trilateral , ao mesmo tempo criação
- New York , N. Y. l0017
ciclos registr~
cr1ses
ao sistema capitalista , nem de
-
.
leve se compara com a
cr1açao
de excedentes econômicos de
e
desta
comissão. Daí para diante , o e~ dereço de 346 East 46th
repeti
que a soma de todos os
de
de superprodução já
de Jimmy Carter, criador
e
tivo. Mas chamar atenção para
terminar daÍ para diante o dir~
O próximo passo foi a
sistema
Street deixará
penas um ano de atividade
a do
atual sistema, já ~ suficiente para se avaliar o
tamanho
da
cr1se.
a fantástica Wall Street em con
Em seguida, quando se verifica
dição de mero beco de "basfond "
que os mecanismos
suburbano.
nais , dos quais a guerra de re
tradicio -
distribuição de mercados era o mais eficiente , não tem
... A Tr i 1 ate r a 1 e um c 1 ube de r i c os que t em de defender seus i n t e r e s ses, não po r ma i s uma deca da , mas po r ma is um s ecu 1o,ap1T cando a seus negõ ci os mecanis mos que ~fas t em an t agon is mos 11 • -
ma1or
valor para repor o capitalismo em uma situação favorável ,
de - se iniciar a pesqu1sa sobre os novos mecan1smos. dep~
E , por Último, quando se ra com a " desegemonização" Sem aprofundar históricos,
de
sados nas
publicaç~es
procuraremos nesta
do de conviver com o
citadas , primeira
abordagem , suficientemente su perficial para suportar quer críticas e
qua i~
contestaç~es ,
sistema capitalista em
socialista e com
naçoes
do
termos
mundiais, inelutavelmente
resto já ao alcance dos interes
p~
ten
sistema em e r
gentes que certamente não opt~ rão pela via capitalista , lnlcia - se o entendimento da Comis
- 15 -
são Trilateral.
ime~
dirigida e controlada por
g
E este inicio pode ainda
base
ar - se em textual explicação
de
Zbigniew B. que caracteriza
a
Trilateral como " um clube
dos
r1cos, que tem de defender seus interesses, não por uma
década
mas por mais um século pelo nos , aplicando a seus
me
negÓcios
mecan1smos que afastem
antag~
nismos " (entrevista a
" PolÍti
ca Externa"- Roma ,
novembro
sos conglomerados
transnacio
nais que explorar i am ramos
es
pecÍficos. As previsões trila teralistas
são apocalÍpt icas ,
vendo a humanidade
ameaçada
por devastações ecolÓgicas, e~ plorações irracionais,
confli
-
. tos de classes, crescente m1se
ria , etc. , mas ao ofertar a so lução , oculta ser ela
baseada
não só na permanência do siste ma como no seu aperfe içoamento
-
1976).
extremado, o que leva a permanência das so ci edades divididas
A proposta tr i late ral is ta e baseada não sõ na pe rmanênc i a do s i ste~a, como no seu aper f e i çoamento ext r emado 11 • 11
em classes. E mais,
extrapola~
do as classes para âmbito
mun
dial, a divisão de nações
por
classes produtiv as acima delas pairando uma pequena c úpula di retiva e consequentemente Concretamente , preconiza t a
Co
missão Trilateral , sob o de INTERDEPENDÊNCIA
nome
uma
divisão mundial de
vasta
trabalho ,
com definições de todos os
o
resultante desta produção
colo
cado ao alcance de toda a
huma
nidade. Mas para tanto ,
certos
conceitos obsoletos , como nalidade por exemplo ,
naci~
deverão
ou
melhor
transnacional. Desta forma,
a
competição interimperialista estar~
1n
teresses concernidos, sendo
ploradora, multi
ex
livre de seus
efeitos
predatórios e retaliante s ;
o
risco de guerras afas tado ;
os
ciclos de acumulação
garanti
dos; e a luta de classes
rele
gada a um pas sado , vez que abolição de uma burguesia
a na -
cional retiraria do operariado
ser substituÍdos e subordinados
o arqui-inimigo visível , palp~
aos interesses comuns. Ou seja :
vel e derrot~vel .
o que até agora não passava ficção futurolÓgica de autores, a produção
de
certos mundial
Com relação aos paíse s
soc1a
listas, acordos e detentes
- 16 -
P2
rlam diques a q ua lque r possi b i -
a o capital is mo moderno. Tal
lidade de expansionismo ou
mo , hoje em d i a, o
portação " de ideologias
" ex exóti
cas. Quanto ~s naç5es que
bus
cam sua independência, e que no momento não estão alinhada s sistema cap italista, num
ao fut u
ro próximo inevitavelmente nele teriam de ingressar por
força
compulsÓria exercida pelo a mplo mercado mundial. simplificadamente , aqul
estão
alguns pontos básicos da
i deo
log i a trilateralista , recheá-la com vagas
bastando digress5es
sobre direitos humanos,
luta
contra a pobreza extrema,
pl~
c~
coronelato ... no interior goiano e um entra ve ~ capital ização agrária , o " coronelato nacional" deixou de ser um a liado para s e to r nar um peso ~ modernização do sistema, e como tal deve ser subst it uid o. Claro que lenta e gradativamente . . . Mesmo po~ qu e , sua brus ca deposição p o d~ rá acarretar a incontrol ada as cenção de i deais p o p ular e s , e a reposição ser ia p ior que o; sta tus quo " . A passagem da s d itaduras um regime o u tro ,
para
necess a riame~
ralismos politicas e outras que
te será ant e cipada por medidas
tais.
no terreno econ8mico,garanti da
Mas, vamos ao que nos
int e res
a Interdependência
p erma necer
como ideolog i a de governo ,
s a de perto .
mo depois da transição. ponto , do i s aspe ctos 11
As di taduras sangu i nãr i as
e
vi olentas ' têm demonstrado ser um e nt ra v e a o capital i smo moder no 11 •
me~
Nest e parec e -
-no s essenclals para uma t ent a tiva de compreensão de
nossa
conj untura: a atuação das trans n a clonals e o model o
polÍtico
adequado ~ subst it uição do r eSe , numa é poca anterior a Waterg~ te , a desestabilização dos
reg~
mes populares na América La tina
extremado níve l de
exp l oração
nos paÍses desenvolvidos ,
siste -
ma , mu ito rapidamente as ditadu ras sanguinolentas e
Ao contrár io do que ocorrla , o e re p ressão da classe o p erária
era um ponto básico para o efi ciente funcionamento do
glme.
autocráti
cas demonstraram ser um entrave
é i mprescindÍvel para a
não acumu
lação cap it a list a . Hoj e em dia , o p a pel de " repressor mund i al "
- 17 -
dos Estados Unidos ou qualquer
gerando revisões
outra potência, é
FilÓsofos" que se esforçam por
discutível
tipo
do ponto de vista econômico, e
comprovar que o marx ismo
diferentemente do
era".
"imper i alis
mo" (denominação dada por
Lê
" Novos " já
n1n à etapa superior do capit~
colo Com relação à rapinagem ... relevan nial, ela tampouco e
lismo e por Hinpferding ao "fi
te, já que as colossais empre-
nantzkapital"), a nova
fase
sas estão transformand o
do capitalismo não ma i s neces-
trialmente as máter i as-prima s
sita exercer ação de rapin~ gem sobre os paÍses fornecedo
no prÓpr io local de
produção, mercado prefer indo lançar no
res de matérias-primas, a eles impingindo manufaturados . Se tal situação é ainda
e-
mundial o produto pronto e aca bado. É claro que ocorreu uma in substituição: ao inves de
-
detectá
... resqu~
vel aqui ou alhures, c1o de um passado de todo
fluir no produto pronto o a vil tamento do preço da ma éria
des
necessário ou irrelevante para
-prlma, pesa agora
a econom1a das potências dese~ apr~
priação da "mais valia", é
e fiscais de comum acordo
a
tadas pelas multinaciona is
gora feita nos paÍses sub~ese~
os regimes do Terceiro
volvidos cujos regimes cordial mente se sujeitam às
tactos Unidos e na Europa
interessante o confronto
"nat i
de
e aqui . Aplicando-se a diferen
te
ça Cambial e a taxaçao, o
nha atingido um relativo drão de conforto, a tal
-
so
preços de mercadorias por exem plo da GM nos Estados Un i do s
Es
dese~
volvida, a classe operária
e
para comprovação matemát ica , é
cionais, permitindo-as exaurir vos". Isto faz com que nos
enc~
Mundo o
Também incidentalmente, e
transna
a força de trabalho dos
(negativ~
mente) o preço da força d e tr~ balho e as manobras cambiais
volvidas. A superexploração da mão-de-obra e consequente
indus
pr~
ço de um produto fabri cado nos ponto
de aparentemente barganhar
em
condições de igualdade com
o
Estados Unidos é o mesmo deste produto fabricado aqu i. Portan to, pode ser vendido em
alugador de força de trabalho.
qua~
quer país sem que haja a menor
Incidentalmente, esta aparente superação da tese econômica ma~
diferença para a GM. Ou melhor, existe uma diferença e grande:
xista é um dos fatores que vem - 18 -
ela paga muitíssimo menos
pela ~
força de trabalho do
.
operarlo
nÍveis com instalações produt! vas e desenvolveu uma urbaniza
brasileiro na produção
desta
ção compatível. Da mesma
mercadoria, como também
obtem
ma, ocupou a mão-de-obra disp~
à título de "incentivos" vanta-
nível em atividades
gens subsidiárias que não
als ou então no setor
exls
tem na matriz.
rlo de prestação de
Em decorrência, resta
estabele
cer dentro da interdependência, quais os papéis que tocarão
a
cada conjunto, até agora denomi
for-
industri terciá servlços
em nível superior (para
dife
renciar da prestação de
servl
ços subdesenvolvida como
engr~
xate, carregador, etc.). No Ja pão, fenômeno semelhante ocor-
nados de nação.
reu, com a agravante de
po~
quíssima disponibilidade 11
Dentro das concepções trilate ralistas, a comercialização de alimentos e um grande negõcio e, portanto, não deve ficar no espontaneismo 11 •
de
territôrio e uma superpopula ção aglomerada nas
cidades.
Em ambos os casos , a
tendên
ela é o desaparecimento de ter ras agriculturáveis e, o
que
é mais grave do ponto de vista No mundo conhecido como
desen
volvido, ou o l? mundo, de certa forma já está
uma
estabiliza
da a produção nos seus
ramos.
Os imensos investimentos efetua dos, a tecnologia desenvolvida, a formação de uma
mão-de-obra
adequada, faz com que nao
se
do sistema, do
campesinato ,mã~
-de-obra baratíssima. Em trapartida, a ascenção do europeu, faz crescer
ininter
ruptamente a necessidade consumo, primeiramente de
tanciais, mesmo porque
ralistas, é um excelente
crl
se que isto poderia gerar.
Na
de ali
mentos básicos. Dentro das concepções
mente seria imprevisível a
p~
drão de vida norte-americano e
possa pensar em alterações subs social
con
trilate
cio e portanto não deve
~
neg~
ficar
no expontaneismo, a comerciali
Europa e nos Estados
Unidos,
zação de alimentos. Grandes gr~
o que se convenclonou
chamar,
pos, em nível mundial
de forma muito pouco
histôri
sam orientar e planificar
ca, de vocação industrial,
fez
por ocupar os territôrios disp~ - 19 -
prec~
a
produção. Compete a esses grupos a distribuição em
nível
internacional, para
hia e São Paulo; 3)
abasteci
local iza
mento de to dos os mercados ,
da
ção da pecu~ria no inter i or
queles produtos de consumo
em
na Amazônia legal,
e
liberando
terras mais prÓximas ~s vias
constante crescimento . Foi, graças a isto , graças crescimento da demanda de
ali-
mentos e ~ inelasticidad e
de
crescimento da produção na
Eu
ropa, Estados Unidos e
de transporte para agricultura;
ao
4) " investimentos "p esadÍ.ssimos de grandes grupos no setor grÍcola, compreendendo ,
a toda
a linha de produção,estocagem,
Japão,
transporte,
que 1 ngre ssamos na era trilate -
comercialização, reo~
seguros e financeiros; 5)
ralista.
. - do pequeno gan1zaçao
produtor
(aqui entendido como
produtor
modernizado) para atendimento
11
Em alguns circulas europeus,jã em janeiro de 1978 dava-se como certo o nome do futuro Ministro da Agricultura 11 •
o
o
A
do consumo interno. E ma1s, Ja era alardeado o na1pe de
prod~
tos agrÍcolas que teriam assegurado o seu crescimento:
ca
cau; café, algodão , soja e ole Em alguns c!rculos europeus, j~
oginosos , poss ivelmente
em janeiro de 1978 dava - se como absolutamente certo o
e, em estudos, os laticínios.
futuro Em contrapartida, a
t
Ministro da Agricultura do sil, em que pe se o
Bra
dato. E mais, dava-se como certo
o
gr!cola , SEM REFORMA
quem
produz" ao invés de terra
para no
Paran~
me
(considerada uma das
produção; certo, porém que
em
América
bastecimento dos mesmos
1m a
pelas
indÚstrias localizadas no
Bra
sil . Ma is recentemente, um
ou
tro produto acrescentou-se
a
lista de pr ioridades: a
lhores regiões agr!colas do mun
-
cana-
-de-aç ú car, numa manobra das multinacionais para ocuparem o
do), Esp!rito Santo e Sul da Ba -
de
tindo-se progres sivamente o
ocupaç a- o
de espaços, especificamente
p oucos revertido o fluxo
plantação de indÚstrias, gara~
AGRÁRIA,
num lema de " terra para
aos
do Sul ser1a estimulada a
a
du
r~veis seria estagnada e
nenhum outro pais da
programa deste ministério: 1) a reorganização da propriedade
industria
lização de bens de consumo
notici~rio
local apontar Delfim como candi
quem trabalha; 2) a
arroz
20 -
espaço aberto pelo álcool
mo
tor .
Esta
nÍvel de dependênc i a ao
Tivemos a tentação de
alinhar
os pronunciamentos do
Ministro
Delfim Neto, e as medidas postas em prática ou
já
anunc1a
das, a fim de serem
confronta
das com as preconizações da
Co
missão Trilateral; mas, o Óbvio ressaltou com tamanho
v1gor
- justificou este que nao
traba
um
o cidadão individualmente
es
do, de tal forma que hoje
tão praticamente esterilizados todos os movimentos sociais . Maurice Goldring (na obra c ita reg~
da) traça paralelo deste
me com as tentativas de implaE!:_ tações semelhantes nos
outros
paÍses europeus, especialmente França, Inglaterra, Holanda Itália onde ainda existe
lho.
e uma
reação contra as quebras de li Finalmente, queremos
abordar
um ponto que é decorrência lÓgi
berdades consideradas
intocá
veis.
ca dessas observações. Numa tão grande guinada econômica, o
mo
delo polÍtico anterior torna-se
Em que medida a social-democra cia poderia funcionar como mode lo polit i co adequado i sustent~ ção do regime? 11 11
inteirament e inadequado.E, ni~ s o também são inegáveis
todos
os sintomas . prop~
Pela leitura de todas as
sições contidas nas inGmeras bras editadas pela
o
Trilateral,
o sistema almeja um modelo lÍtico que aparente o
po
máximo
de liberdade e pluralismo, mas cuja essência seja o mais
caz controle por parte do Estado garantindo a tranquila e nor mal execução do programa. Mesmo correr manifestações de
fragmentos, surge uma
os grande
interrogaçâo.Paralelamente com a campanha de Jimmy Carter
em
prol dos "d ireitos humanos",oE_
efi
que superficialmente possam
No rejuntamento de todos
o
opos~
ção ou contestação.
servou-se o surg i mento de
uma
idéia totalmente nova no
Bra
sil: a social democraci.a.
Sem
o menor embasamento
hist6r i co
ou social na nossa realidade , quase que repent i namente os rautos social democratas
a pa~
Provavelmente o melhor de todos
sam a ocupar vastos espaços de
os modelos atuais é a social de
noticiários inclusive em publi
mocracia alemã, que criou
cações circunspectas que usual
para
- 21 -
mente afrontariam a
dos, senadores, e polÍticos m~
idéia.
Em que medida a social
nores a Bonn ? E, o que
democra
dizer
da triunfal v isita de Perez da
cia poderia funcionar como mode
Venezuela ao Brasil, inves tid o
lo politico adequado ~ sustenta
- do regime? çao
no papel de garoto
propaga~
da e arauto da abertura? Sem grande necessidade de se re troagir ao ideário da II
tos foram suficientes para
nacional, sem esmiuçar as polê-
flagar não só na imprensa
mlcas com os renegados Kautskys te, ou melhor mecanicistamente, é de se lançar uma olhada em vol ta. Teria sido uma mera
imagem bastante em voga ao
fim
da prime i ra guerra mund ial
com
relação ao trem blindado que vou Lenine ~ URSS, o a revolução dos cravos
v erme
lhos . Ou ainda, o
PTBs,
.
za que uma palha sequer do
ap~
lado, o mais i nsignificante pri vilégio das multinacionais foi ameaçado, o menor passo
ou tentativa de envolvimento de
possibilite a atuação
Pepe
ca das c la ss e s
so
que pol!ti
trabalhadora s
cial democrata como alternati va
fo i franqueado . f verdade
de uma Espanha
as greves já nã.o são
pÓs-franquista "
E, de novo voltando ~s
~
relho repress1vo foi desmante -
envolvimento
Gonzales na bande ira
fes
qu inze anos de trancamento , Ja na- o se percebe com tanta clare
torpedo contra
mortas ,
A par desse sopro , que na- o dei de xa de ser inovador depois
1~
Mário Soares disparado
1
PSs., e quejandos.
He l muth uma
rá p ido e ef i caz tráfego de
tivas discussões sobre
aca
Schmitdt? Ou ainda, usando
o
e que está culminando com
to pelos Estados Unidos e em se lentadores braços de
também na grande imprensa ,
das se não realmente
acolh i me n
guida o seu envio para os
corno
dé ias aparentemente , adormeci-
co1nc1
dência a expulsão de Brizola do Uruguai, seu pronto
de que
se c hamava alternativa ,
mecanicame~
e outros, quase que
mov1rnen
Ao que parece, esses
Inter
nossas
das
que
repr1m2_
s angu i nole ntamente
(me s
plagas, casual um semi-clandes-
- s e arvoram mo porque nao
tino encontro entre soc i al demo
greves polÍt ic as); os
cratas lat i no-americanos e euro
cos de anist i a s ão
peus em meados de 1 977, com
su~
nos para-brísas e até l i vros e
deput~
- libe peças antes proibidos sao
seguente peregrinação de
-
22 -
em plástl
permitido s
rados.
por ser dentro do seto r
Tal c omo na reorganização econô
micamente ma1s impo r t a nt e para
m1ca, procura o reg1me um novo
o regime, as luta s
modelo em que se possa estribar
ma agrária - e pode-se af irma r ,
e aperfe i çoadamente
todas e qua i squer
implantar
diretrizes coerentes com as
e c o no ref o~
p el a
- s conc epç oe
reformistas ou não - são
re
t a ti
comendações tr i lateralistas,que
camente de efeito pro fundame n -
ap~
te devastador. Se, hist c r ic a -
se esforçam por conjurar o calipse que se abaterá sobre
o
mente, a reforma agrár i a
uma bandeira liberal burguesa
capitalismo, segundo suas previ
soes.
tas, e desempenhou papel
Diante disso, às forças que pr~ sentido da superação do
reg~
por um lado a conjuntura
Se possa
parecer desalentadora
diante
do imenso peso de uma
Comissão
Trilateral ou do que ela é
re
presentante, cabe analisar a Sl tuação do outro polo, o polo do minado, e tentar enxergar
as medidas que vão sendo postas
em execuçao.
hoj e
pode-se af i rmar, no c aso b rasi leiro, estar o c orrendo
fen ôme
no diverso . O capital i smo dernizado está se
mo
estabelec e n
do sem haver destruÍdo de so- golpe
um
. - s ar e a l as organlzaçoe
cas, mas absorvendo-as e
ree s
truturando-as. Verdade que
so
vrevivem formas atrasadas
de
latif~ndios,
como
influirão
se t or
ma1s arcaic o do si s tema,
se das atuais condições, da dinâmica e das contradições.
de ci
s1vo na destruição do
no
me, cabe levar a fundo a análi-
sobre ele influem ou
pré-cap it a li~
contra formas
tendem atuar politicamente
fo i
t al como há
cem
ou ma1s anos atrás . Mas, e cono mica e polit i camente,
p r ep o.!:!_
deram as grandes empresas
ag r~
-industriais o u agro -pec uár i a s ,
11
As lutas pela Reforma Agrãria são taticamente de efeito pro fundamente desvastador sobre o regime 11 •
estruturadas de f orma
moderna
e altamente rentáve i s
den r o
das benesses e i n c entiv o s
ou
torgados pel o regime, cu j o
p e~
fil dourado seri a a gran de
em
presa de um lado e o"bo i a-fria" de outro. A grande massa Abordando apenas um dos pontos, que de momento se reveste grande significação
de
exatamente -
nesa, que constante e
c amp~
i n i nt e r
ruptamente, vem sen d o de s p o j ~ da da terra, c ada vez ma l s se 23 -
-
ve as voltas não mais com coro-
A organização sindical no
n~is e sim com lmensas
po, a legisl ação trabalhista de
socieda
des an~nimas na maioria das
trabalhador agrÍ cola, a
ve
d~ncia
zes multinacionais .
-
Ao se plantear a reforma
za ser a luta não apenas
pela
ta-se agora, de retomar que está em mãos de
cia do reg i me, preparado
Se, o conceito de
'
empresas
assim qu isermos denominar , e que poderão determinar grande s e im
pr~
portantes avanç os na
retrocesso.
ganização do trabalhador.
possa parecer avançado na atual tamente válido e a ceitável dian nao
um
complexo pecuário . Tão sem
sen
tinua sendo e, a g ora mai s
aln
da, a reforma agrária, na
dls
cussão da qual são
faz sentido, por exemplo, ~ frag uma usina açucareira ou de
Mas,
sem dÚvida, a grande questão con
conjuntura, ele se torna perfei
de
formação
da consci~ncia e no n!vel de or
socialização
mentação em pequenas glebas
a
tendiment o. são questões que se situam no terreno do tático se
terra
te do fato concreto de que
reivin
dicações, com ma ior ou menor
organizadas, e na retomada o me priedades seria um
para
absorver estas e outras
Tra
ro parcelamento em pequenas
a
v~
velmente não at i ngem a
apare~
te, ou apenas improdutiva.
pro esse-n
polÍtica agrár i a . Mas,
apropriação de um pedaço de ter ra devoluta, sem dono
temas
sao que se trava com vistas
ria, na co nsci~ncia do campesiclare
social rural, são
de grande import~nc i a na dis cus
agr~
nato vai. se formando com
cam
delinead os
os pr~-requ isitos da
depo sição
e substit u ição do regime . E
no
curso da qual se colocam enfat i funda
camente o u tras questões
t i do quanto o loteamento de uma
menta is , como por exemplo a das
Volkswagen . ..
al i anças, vez que, se ainda não
A coisa está tamb~m perfeitamen
com clareza, a mudança de
te estabelecida para o
regime,
me e uma necess idade
quando taxativamente o
Minis
tro da Agricultura se
-
regi
sentida
por todas as classes trabalhado
coloca
ras, a reforma agrária
tem sus
contra a reforma agrária,sequer
tentação nos interesses
imedia
tentando demagogicamente
caE tar simpatias do plenário do III
tos delas toda s. E ~ no
longo
caminho da luta pela reforma
a
Congresso de Trabalhadores Agri
grária que s e porá em cheque
a
colas, rec~m realizado em sÍlia.
propriedade capitali sta ,
Bra -
24 -
mesmo
que o objetivo da caminhada não
vada capitalista e aqueles
que
seja contra a propriedade vada individual.
pr~
Na etapa subsequente,
con
lineada a nova estrutura al.
pri
Apesar da Comissão Trilateral.
no
fronto entre a propriedade
por ela são oprimidos, será
- 25 -
de socl
39 CONGRESSO DA CONTAG: LAVRADORES APERTAM MINISTRO ··· · ··· ·
Um dos pontos a1tos do I I I Congresso Na ci ona 1 dos Traba 1hadores Rura i s, rea 1..:!._ zado de 21 a 25 de ma i o ulti mo, em Brasilia, fo i a no i te em que o Ministro de Agricultura, Delfi m Netto, se vi u di ante de uma verdade i ra sabatina real i zada pelo plenãri o dos 1500 t rabalhadores parti ci pantes do Congresso , Maior encontro de lav rado res desde 1961, a i mportânci a do Congresso residiu não sõ no conteúdo das teses aprovadas, expressivo do nivel de combatividade e consci~ncia do movimento sindical rural, mas sobretudo no fato de ter s i do, como afirmam muitos de seus part i ci pantes, um "Congresso sai do das bases" . O processo de discussão e preparação se estendeu por vãrios meses e, embora de sigual em termos do conjunto do pais, se desenvolveu através de uma sucessao de Encontros loca i s, estaduais e regiona i s o que, em algumas ãreas, garanti u uma discussão fecunda nas bases e, portanto, uma real representati vidade das delegações e suas teses , No Congresso propriamente os trabalhos se desenvolve ram em torno de 5 sões, cujas princi pai s conclusões, em l i nhas ge rai s foram:
comi s
- Luta pela l i be r dade e autonumia si ndi cais, vi nculada ã luta pelas l i be r da des democrãti cas. Pela an i stia ampla, geral e i rrestri ta . Pela constr ução da Central Onica de Trabalhadores , Pelo fortalec i mento do ca rãte r rei vi ndi catõrio e combativo dos sindicatos, contra o seu carãter ass i stenci al . - Pelo salãrio-minimo un i ficado , Contra a pol i t i ca de ar rocho salari al . Pelo estabeleci mento da contratação coleti va . Pelo di re i to de greve . Pela manutenção da "prescrição bi ena l ". Contra a implantação do FGTS no me i o r ural. - Luta pala Reforma Agrãri a ampla, geral e mass i va , Contra os projetas gover namentais que favorecem os grandes propri etãri os de terra e de capital . -Ma i ores vantagens pa ra os pequenos produto res . Contra as garanti as do dito agricola .
cre-
Pela equ i pa ração da Prev i dência Soci al, Urbana e Rural . O debate entre os lavradores e o Ministro da Agri cultura, que rep roduz i mos a seguir, ê um testemunho vi vo do clima de combati vidade do Congresso e do ca rãter consensual das teses aprovadas . -
26 -
1- Sr . Minist r o , considerando que h~ mai s de ll milh5es de traba l h a d ore s s em terra ,que só n o Pa ra n ~ h~ ma is de 800 mil bÓ i a s - frias , com m~dia de sal~ rio de 50% , que só no Paranã h~ ma {s de soe mi l trabalhado re s ru rais c omo ex c edente d~ mão -de - o b r a, que n o meio urba no h ~ u ma in f i n i dade de traba l hado r es como con sequência dÕ ê x odo r u r a l , d o desemprego e subempr eg o , per guntamos como V. Excia . e x pl i ca a sua coloca ção no Congre sso Nacional d~ que a ag ric ultur a necessita l i berar mã o-de-obra para a in dÚstr i a, quan do está comprova do ne ss e s 1 5 anos, que a indÚs tr i a não consegu i u assegurar o cont i ngente de mão-de-obra que vem do meio -rural . (PALMAS)
ra liberou mão-de-obr a d e a cor do com as necessidades d o Paí s e, nos Últimos anos, tem liberado at~ mais mão-de- o bra M~s
ve
rificamos que este País não
e
sido capaz de absorver.
uma baixa taxa de cresciment o . Se nós acelerarmos a
pr o dução
agrÍcola como pretendemos a c elerar, isto
~ignifica
em
melro lugar uma diminu i ção
de
ritmo de mi gração do campo
p~
t em amp l1 ~
- da atividade industr i a l. As çao duas coisas combinadas vão pr~ duzir, certamente, a
A
ele v ação
do sal~rio real na agr i cu ltura . E é isto o que aconteceu
-de-obra . contrá.r io .
pr ±
ra a c "dade e, ao mesmo
gricultura prec1sa libertar ma- o ~
o
qua~
do o País se d~senvol vi a rap l -
o
damente e o que vai voltar
~
que eu disse
~
um País que po s sa conv 1 v er com
R: - A pergunta se refere basi cament e à idé i a de que eu te
Realmente, o que eu disse e
t~m
que a atividade i ndustr i al
po, um estímulo para a
ria dito no Congresso que a
do
e
a
acontecer no futuro . (SILtNCIO)
que a ag ri cult ura, pelo , menos nos Últ imos 40 anos, cumpriu~ dequadament e o seu papel pro c es so
de
2- Quando o Sr . era Mi n i st r o da Fazenda af i rmava que o s in centivos à agricultura fa vo r~ ciam o aumento da inflação, o que causou a renúnc i a do ex-mi nistro Cirne Lima . Hoje o Sr 7 afirma o contr~r i ó. O Sr . mudou de posição po~ que ? . (PAL-
no
de s envolvimento
des t e Pa !s . Cumpr i u, como? Cu~ priu de um l ado , aumentando oferta de al i ment os; de
outr6
lado, aumentando a oferta produto s export~veis, do mão-de-obra e c apita l para que a se dese nvolvesse. É que, realmente, a
a de
MAS)
liberan
fornecendo
R: - Essa
indÚstria
~ uma pergunta mu ito
boa porque vai me perm i t i r
evidente
es
clarecer algumas coisas . Eu du
agricult~
-
27 -
vido que em
algum
perÍodo
tes, obviamente não são
da
sufici
história do Brasil tenha
havi
entes por não se alterar a
do um aumento do
a
a
trutura das propriedades. E mu1
h ou
to menos, no caso, quando se te
crédito
-
gricultura superior ao que ve entre 1967 e 1973. tísticas estão aí
As
e podem
-
consultadas. Tanto
ceu muito nesse perÍodo. A agri disputa
com o ministro Cirne Lima
não
foi a respeito do crédito agrÍrespeito
(SIL~NCIO)
do preço da carne.
leira, hoje, é um exemplo cara~ terístico disso.
(SIL~NCIO)
rapidame~
te no perÍodo 67/73. A
cola, foi realmente a
3- A mensagem 33 enviada pelo Presidente Castelo Branco ao Congresso Nacional, encaminhan do o Estatuto da Terra, fala na necessidade de uma Reforma A grária integral. Em 1970, quan do V.Excia. era Ministro pa Fa zenda, Reforma Agrária para o Governo virou colonização nas áreas de fronteiras do Norte e C~ntro-Oest~ do País. Contudo, sao nessas areas em que a con centração da propriedade da ter ra mais cresceu em todo o País~ Agora, recentemente, V.Excia.de clarou aos jornais que uma Re forma Agrária é inviável. Houve uma reviravolta total na polÍti ca agrária governamental de 69 para cá? (PALMAS)
4- Hoje, 60 policiais estarão provavelmente em Coqueirinho e Cachorrinho, no municÍpio de Pedras de Fogo' na ParaÍba, p~ ra dar cumprimento a uma ordem judicial para despejar 300 a gricultores daquelas terras~ Esse despejo está sendo promovi do pela Usina Central Olho D'ã gua de Pernambuco. Esse despejo de arrendatários irá benefici ar, apenas, um grupo de empresã rios da cana-de-açúcar. Sr. MT nistro, o Estatuto da Terra pre vê que será feita a desapropria ção em área de grande densidade demográfica, quando houver ten são social. Que a propriedade terá uma função social.Por que, então, a Lei não é cumprida,por que o Estatuto da terra não é cumprido? (PALMAS)
R: - Eu acho que este
exemplo
é interessante, porque va1
dadeira, nós estamos
R: - Não. Não houve. A minha
p~
sição é exatamente a mesma.
Os
processos de colonização,
ma de ação dentro do
-
suficien
mos que respeitar as
a
-
ver
cumprindo No entanto
o INCRA está estudand o uma
-
ra possam acelerar o acesso sao
embo
uma ordem judic ial .
mos proc~
trar como é que estamos rando agir. A proposição é
terra, eles não
ca
so da fronteira agrÍcola brasi-
cre~
que a agricultura cresceu e
tempo ,
de grandes propriedades . O
ser
verdade
e
cultura cresceu muito
ve um avanço, ao mesmo
esta
es
for
Estatuto
da Terra. É evidente que nós t~
28 -
decisões
judiciais . O desalojamento e s tá
é prec1so corrlglr a estatísti
proced i do por uma ordem
ca pelo fato de que os
cial, e o INCRA va i
judi:_
traba
procurar
lhadores perderam o pedaço
de
Terra
terra em que trabalhavam e
no
ut i lizar o Estatu t o da
para resolver o problema . (SILf~ CIO)
qual eles tinham um
salário
muito importante. Estou absol~ tamente convencido de que esse movimento reduziu o salário re
A extensão do FGTS ã ag ri cul tura poderã produzir um desas tre 11 • 11
al da agricultura . Quanto ~ ex tens~o
do FGTS ~
agricultura,
eu acho que existe um
impedi:_
menta muito importante na
sua
..
aplicabilidade ao setor agrlCQ 5- V. Exc ia . declarou ~ Revista STATUS que os salári os dos tra balhadores rurais cairam quan do deixaram de ser assalariado~ permanentes para ser bÓias - fri as, pois perderam a casa, a 1~ voura de subsistênc ia e a cria ç~o. A condiç~o de milhares d~ famÍlias tornou-se ainda mais mi serável. O FGTS causa, certa mente, maior rotatividade de m~o-de-obra como aconteceu na área urbana . No campo o FGTS causará uma rotat i v i dade aind a maior dos assalariados permane n tes, agravando a miséria rural e urbana. Qual a opini~o do Mi nistro da Agricultura sobre a extens~o do FGTS ao campo?
R: - Declarei isto mesmo
~
re
-
vista STATUS. O que eu disse que quando a Lei,
e
procurando
proteger o trabalhador,
tentou
subtraÍ - lo da propri edade,
ela
o prejudicou. Disse isto
num
contexto em que
há uma estatís
tica de que o salário real
ha
la , exatamente porque a ativi dade é estaciona! , é temperá perma r1a. Sem uma atividade nente, um sistema como
esse
poderia produzir um desastre.
6- De acordo com o que foi pu blicado no Jornal do Brasil~ V.Excia . disse que faria a Fe forma Agr á ria de um dia para o outro , só que para cada brasi leiro que assentasse na terra, t e ria que arranjar dois japone ses, pelo mínimo (VAIAS). Per guntamos a V. Excia:baseado em que V.Excia . faz essa afirma ç~o? Gostaria de dizer que os imigrantes japoneses foram co locados em situaç~o desconfor tável , nada tendo a ver com a estória. É bom lembrarmos, tam bém , que os imigrantes sempr~ tiveram um apo i o a mais, mas sempre receberam o carinho dos brasileiros .
R: -
É muito interessante e s sa
pergunta porque revela uma pe.E_
via crescido, disse i sso para corrigir a afirmativa, dizendo , - 29 -
feita tolice. Primeiro porque,
eu não declarei lsso ao Jornal do Brasil . Essa proposição e
conseguiram ter
uma
ra desenvolvida
fizeram.
uma estóri a antiga deste
temos que estabelecer uma poli
~
Pais . dep~
Foi contada na casa de um
ag r i cult ~
NÓs
tica inte l i gente e persegu i -la .
dado aqui em Brasilia . Tinha lá
O fundamental é ter uma
um jornal i sta, que
fa
clara daquilo que deve ser fei
disse
to; o fundamental e co mp ree~ der os objetivos finais que de
decidiu
zer uma graça . O que ~
e o oposto:
eu
(GAGUEJA) o que
disse é exatamente o
seguinte:
a Reforma Agrária é aquilo cada um deseja que Todo mundo quer,
eu
ela
que seja.
simplesmente qu~
dividir a terra? Não. NÓs
~
vem ser at i ng i dos . NÓs não demos de ixar -nos levar que a ma ioria das
trificação rural,
mente co nfundir os
fornecimento de crédito
o
total,
o forne cimento de adubo, o necimento de sementes
for
selecio-
~
e
pessoas
se
canto
da
deixa embalar pelo sereia. NÓs não
p~
simple~
mente por palavras. O fato
remos a divisão da terra, a ele queremos
idéia
podemos realproblemas .
Se nós queremo s ter uma
agr~
cultura prÓspera , é certo
que
à ter
nós temos de dar acesso
nadas. Se nós pudéssemos reali zar tudo isso , instantaneamen
ra ~queles que têm
te , é Óbvio que ninguém poderia
ter uma agricultura desenvolv i
s er contra isso, e
~~
nlnguem
~
e
de cult ivá-la.
condições
Se nós queremos
-
da, e c e rto que temos
contra a Reforma Agrária, se vo
apolo ~quele s que estão
cê entender como dar
z i ndo . Mas não
acesso
terra aos trabalhadores. O
...
a
que
de
dar prod~
podemos,s imple~
eu sou contra é a idéia tola de
ment e, ter a ilusão de que mo s as condições de fazer
que é possivel simplesmente e a
to da noite para o dia . NÓs te
través da divis ão, produzir uma
mos de trabalhar e vamos traba
mod i fi cação subs t anc i al das con
lhar duro, a despe ito das difi
dições de vida
c uldade s , a despeito de
dos
t rabalhado
r es . NÓs temos que fazer ma ls que 1sso . Não adianta tar e
nao
muito gr~
adianta bater palmas.
NÓs temos que fazer muito ~
que lsso, nos temos
que
aquilo que todos os paises
mais fazer que
- 30 -
os percalços, para que a
te lS
todos agr~
c ultura se modernize . E eu vol to a insi.stir, para que
aque-
les que têm condiçõe s
tenham
realmente o aces so a
terra .
...
(PALMAS E VAIAS)
~
R: - Esta s 1m , e uma
"N-ao vou fazer reforma Agrãria porque ao ladd de cada braSilei ro eu teria que colocar dois j~ poneses". ·
questão
relevante. Esta sim é uma que~
é uma
tão importante , es t a sim
questão que podemos
conversar
sobre ela e nos entender .
Eu
elimina-
lhes disse hoje que
mos, estamos enviando a o
7- Se
a ONU e o PAPA recomen daram uma Reforma Agrária em vasta região do mundo,inclusive o Brasil, por que ser contra e la? Em nenhum pais do mundo se fez Reforma Agrária através da taxação progressiva da terra, como faze-la aqui?
gresso Nacional uma
Con
pr o p osi -
ção que elimina o aval e o dosso dos produtores
en
rurais
nas promissórias rurais.
Es se
problema do Paraná é um pr obl ~ ma angustiante, difÍcil, e que
R: - Em nenhum lugar do se fez Reforma Agrária que
ver da melhor maneira
ti
.
absurdo 1mpor a um produtor ru
no prazo de 10 ou 15 anos, essa ~
~
o fato
ral que entregou a sua mercad o
da
ONU e o Papa recomendarem a
Re
forma Agrária,simplesmente
sig_
nifica a recomendação de que
ria de boa fé, que
o
comer -
ciante que ele supunha
hone s
surpreendido
e, talvez a t é por ingenuidade,
~
e e exatamente o que está colo-
te que nós temos que
ria, que entregou a um to, e ser depois
der aos seus objetivos sociais,
ter dado o seu aval, ser
programa
de PolÍtica AgrÍcola. f
co mer ciali
zou honestamente a sua me rcado
uso da propriedade tem que aten -
cado nas premissas do
po ssí -
vel. Eu acho que é um perfe ito
vesse dado resultados razoáveis e que e a verdade.
resol
o Governo vai procurar
mundo
preendido, ainda, com a
eviden
-
sur obrig~
çao de ter que pagar a merc ado
estimular
ria que ele mesmo entregou . Foi
o uso da terra de acordo com as
exatamente por isso qu e
necessidades sociais. Nada mais
h o je
mudamos, enviando ao Congres so
do que isso .
Nacional uma proposta de mudando isso. O Governo 8- Sr. Ministro ... os agricul tores do o~ste do Paraná pergun ~~m como vao ficar aqueles que Ja pagaram promissórias rurais com juros, acréscimos e honorá rios. Ele~ também v~o receber esse~ acresc~mos na mesma pro porçao, ou vao perder todo o di nheiro que pagaram?
realmente, pro c urar ajudar sa gente de todas a s
. pOSSlVelS. ...
lei va 1 ,
es
mane iras
"Sr. Minj_s~ro, ond~ vamos apl i car o cred1to se nao temos on de plantar?"
- 31 -
9- Professor Delfim Netto,o Sr . falou muito em crédito , não fa lou em terra. Onde vamos apli= car o crédito, se não temos on de plantar ? (PALMAS PROLONGADAS)
tros, é assunto também para os economistas desocupados ? (PAL MAS PROLONGADAS )
-
R: - Não. Esse não. Esses
R: - Segundo eu suspeito , Congresso tem v~rias
este
categori:_
as: tem pequenos proprietários , tem trabalhadores,
assuntos dos economistas
sao ocup~
dos. É deles que nos estamos o cupando. (SILÊNCIO)
(GAGUEJA)
.
...
posseiros, pessoas de
v ar las
categorias, que trabalham na gricultura . É claro que o
a
meca
nismo de resolver o problema
a
grÍcola está basicamente ligado
1 1- Sr. Ministro, em Pernambu co , a agricultura de al imentos está sendo substituÍda pelo ca pim pangola, com incentivos do Governo, substituindo o homem pelo boi. Corno o Sr.explica lS so? (PALMAS)
a possibilidade de ampliarmos a demanda de mão-de-obra no setor agrÍcola. Sem que se
. lsso ,
...
nos
nao
cons1..ga
conseguiremos
re
...
R: - Eu acho que a objeção
e
absolutamente válida. E essa
é
uma das coisas que es tamos
al
solver nenhum problema de agri -
terando . Realmente, não é
con
cultura. Mesmo os trabalhadores
cebÍvel que se estimule a
ex
ou os posselros têm muita coisa
pansão da pecuária, onde
a ver com isso, porque a
t expa~
tem uma atividade
~
voce
produtiva,
são do setor dos proprietários ,
a possibilidade de uma ativida
digamos, a expansão daqueles que
de produt iva em meios de
Ja possuem terra, a expansao de
sistência, como é concretamen-
....
-
sua produção, representa uma es tabilidade adicional
daqueles
que ainda não possuem terra. Eu
sub
te o caso de Pernambu co . É exa tamente isso que estamos fazen do . (SILÊNCIO)
volto a insistir, é objetivo do Governo dar o portunidade de
a
cesso à terra. Temos de fazê - la , entretanto, com
iDteligência.
(SILÊNCIO)
10- Sr. Ministro, o trabalhador rural que não possui terra para cultivar e vai se estabelec e r nos arrabaldes dos grandes cen - 32 -
12- O Sr. não acha errado que um amer icano tenha mais de 1 milhão de ha na Amazônia, Lud ....... wig - Jari, enquanto que · m~ lhÕes de bras ileiros padecem fome por falta de um pedaço de terra para plantar ? (PALMAS)
... R: - O que eu acho realmente e que nós temos que encontrar
o
caminho de dar acesso
à terra .
É Óbvio que propriedades
ditos subsidiados que o Banco do Bras i l lhe s fo r ne ceu . Segun do a i mprensa, os té cnico s do Banc o sugerem gu~ a s u sina s p~ guem as suas d 1v1da s com t er ra . As s i m a terra po de s er d i s tr i bu Í da a trabalhadore s , s em nada custar ao Gov ern o. Sr . Mi nistro, vai-se d i stribu ir t :er ras a trabalhadores ou s erao sustentados pelo Govern o empr~ . ..... sar1os que nao conseguem nem se manter ?
nessa
dimensão não me parece que
se
jam coisas razoáveis. Não cre1o também que ela seja dessa dimen são, nós estamos dando o tr i plo do tamanho . De qualquer
forma,
-
eu acho que não é razoável esti mularmos propriedades desse
ta
manho. E exatamente não é inten ção do Governo continuar a fazê -lo.
R: - Aqui o que aconte c eu,
(SIL~NCIO)
alment e, e que a proposta
redo
Banco do Bras i l, a proposta que está s end o analisada é exatamen
13- Sr . Ministro, os pequenos produtores produzem mais de 50% da produção de alimentação. Por que irão receber apenas 25% do crédito rural e não 50, que é proporcional ao que eles produ zem? -
te o pagamento (GAGUEJA) das d ~ vidas i nternas . E é Óbvio esse pagament o da dÍvida
qu e inter
na , se vier a oco r rer, v a 1
re
presentar s i mplesment e a pos s i -
R: - Como eu disse, essa uma questão de muita
b i lidade de d i str i bu i rmos e ss a s
era
terras, de v endermo s es s a s
importâ~
ras. Não é verdade que o
Ho Je, o crédito de custeio na- o tem mais nenhum limite. Tudo a quilo que os pequenos produt~ res, e os grandes também, pud~ rem plantar vai ser financiado. A decisão do Governo Figueiredo foi assim, de eliminar as res trições ao crédito de custeio ; para a prÓxima safra já não ha verá nenhuma limitação . Tudo a quilo que for plantado vai ser financiado. c1a até algumas horas atás .
14- Sr. Ministro, as usinas
no não pagará nada . O
Gove r Go verno re co
s i mplesmente deixará de lher a dÍv i da. Va i rec eber
a
terra c omo pagamento da dÍvida . Se isso vi er a ocorr er, a sição do Go verno é de,
d i sp~
rea l men
te, v endê - la ao s trabalhadore s .
Reforma Agrãr i a ê coisa econom ista desocupado 11 • 11
para
15 - Exmo. Sr. Ministro, qual a possibilidade de c réd ito fun diár i o para a const i tu i ção d~
de
a~~car do norte fluminense : nas
tem conseguido pagar nem os cre -
t er
33 -
pequenas propriedades rurai~? Qual a possibilida~e ~e . cr~dlto aos pequenos propr1etar1os r~ rais para aquisiç~o de equipa mentos e máquinas, com juros t~ talmente subsidiados e a preço de custo? Tendo em vista que o PROAGRO não atende aos pequenos produtores rurais, ~u~l a possi bilidade da institu1çao de um seguro agricola facultativo , ~~ mo garantia total da produça~ estimada com base nos preços ml nimos e n~o vinculados aos f i nanciamentos bancários? Para au mentar a produção é necessári~ a politica de preços comp~t~ veis com o custo da produçao . Logo, perguntamos, qual a pr~ posição desse Ministério com r~ lação a esse assunto? Qual a p~ litica de estímulo às pequenas cooperativas que esse Ministé rio pretende desenvolver?
mentos, máquinas agrícolas,pr~ dução totalmente subsidiada preços de custo, os
proprietários vão continuar
a
adquirir seus equipamentos
a
taxa de juros a 13% com prazos muito convenientes . Essas
ta
xas de juros representam
um
subsidio bastante para eles. Também limitação para
importante
-o na
fun
diário para a constituição
de
pequenas propriedades
rura1s.
Eu não sei se ele está
se refe
esse
do Brasil continuam func i ona.n-
tende aos pequenos
a
produção estimada,
no produtor rural e ele
pode p~~
dutor de alimentos,ele pode
f~
zer uma cobertura de
do
100 %
rea.lmen
te fazer a cobertura do
verno, talvez seja possível uma
pequ~
mais do que isso. Se for um
crédito. Ele não pode
mente grave e que preocupa o Go
lucro
cessante . Como o governo in s ti
Quanto
-
bancá-
Hoje o PROAGRO atende a o
fÚndios, que é um problema real
ru
base
rio?
mini
ra pequenos proprietários
com
lados ao financiamento
expansao
p~
da
nos preços mínimos e não vincu
real -
à possibil i dade de créditos
fa c ulta
tivo, com garantia total
fundiário
ampliação dessa linha.
a
produt o res
de um seguro agrÍcola
Existe
dessa linha. No caso dos
-
na.o
rurais, qual é a possib i l i dade
mente, não é muito grande) , mas é sempre possível
tend o
em vista que o PROAGRO
tá se referindo à instalação ru
(não é muito importante,
-
A terceira pergunta e:
to de minifÚndi os, ou se ele es
uma linha de crédito
des
te simples. As linhas do Banco
•
ral das propriedades.
pequeno
ses equipamentos é relat ivame~
reagrupame~
rindo realmente ao
ex i ste
produtor. A constituição
e- qual
a possibilidade de crédito
a
pequeno s
do.
R: - A primeira pergunta
equip~
rais para aquisição de
tuiu o seguro do créd i t o ,
a
possibilidade de fazer o s eg~ ro do lucro cessante, quer d i 34 -
zer, a diferença entre o
-
Logo se pergunta: qual e a re solução desse minist~rio, c om
cus
teio e o preço mínimo
cresceu enormemente; eu creio que tere
relação a esse assunto ? A agr! cultura precisa de preços . A a
mos em breve um sistema de seg~ ro cobrindo isso . Mas o impo~ tante ~ compreender que o
gri c ultura precisa de ver
cratividade. A agricultura de rentá ve ser uma atividade
pa~
-
so fundamental já foi dado: nos estendemos o seguro a 100% das despesas de custeio. O que
lu
ampli~
vel. NÓs desejamos a
ção da produção, sem lsso
res
na
cessante
da poderá ser feito, e a pre~ cupação do governo é dar a a
e lsso eu acredito que será fei
gricultura condiç5es de renta-
to num prazo muito curto. Volto
bilidade.
a insistir, não há nenhuma
A quinta pergunta e: qual e
ta agora ~ encontrar um mecanis mo de segurar o lucro
Quando ele disse
. e- preclso
-
-
a
-
utili
polÍtica que diz respeito
as
PROAGRO.
cooperativas, as pequenas
c o-
trição para o agricultor zar os benefÍcios do
res
-
operativas?
facultativo, compree~
O INCRA está desenvolvendo
e
da que o seguro vlve do número, ele vive da grande quantidade de pessoas que se juntam a ele .
está ~ disposição de todos
a
queles que desejem formar quenas cooperativas, dando
as
É frequente que na
sistência t~cnica, dando supo~
que a gente
agricultura
só aqueles que têm suas ras sujeitas a rlsco,
desejem
fazer seguro. Ora, ~ claro isso não pode funcionar. Se aqueles que têm
te material, permitindo que se
lavou que só
contratem gerentes
experlme~
tactos, técnicos de
organiz~
ção, capazes de auxiliar
aos
pequenos produtores que querem
probabilidades
de risco fazem seguro, o seguro
se agrupar ou se reagrupar
não pode funcionar. É por
pequenas cooperativas . Isso já
que o PROAGRO vai-se
lsso
está ~ disposição dos
transfor
mar num seguro obrigatório, e ~ por isso que ele está sendo pliado para 100%.
-
A quarta pergunta e: para mentar a produção ~ veis com o custo de
senho-
res.
am
16- O cr~dito fundiário, sem a desapropriação da terra não provocará o aumento de preço da terra, afastando ainda ma ls os que dela precisam para pr~ duzir?
au
necessário
uma polÍtica de preços
em
compati produção. -
35 -
R: - Não há risco realmente, de
que estamos seguindo deve
que esse aumento por procura de
correta. N6s estamos d is posto s
terra possa pro duzir qualquer feito no aumento de preço.
~
Se
tem um estoque de t erra
realmente a usar o
Estatuto
da Terra, usar os
instrumen
tos para resolver esse
real
ser
probl~
ment e imenso, claro que isto não
ma. O INCRA está sendo dinami-
vai produzir nenhum efeito
1m
zado e nós vamos usar os
1ns
portante . Volto a insistir ,
o
trumentos para resolver os
pr~
INCRA terá, no decorrer ano, a disposição para fundiário de 600.000
blemas localizados que existem
deste
no Brasil.
crédito hectares
de terra , crédito de 15
anos
com 5 anos de carência , 6%
1 8- O Sr . disse que em nenhum lugar do mundo a Reforma Agr~ r i a funcionou. O Senhor disse que por essa razão prefere re solver o problema fundiário a través do imposto territorial~ Pergunto: em algum país do mun do com problemas como os nos sos , a estrutura fund iária foi mudada através da tributação? (PALMAS E GRITOS)
de
JUros sem correção monetária.
11
Sr. Mini s tr o, s e u gover no va i c on ti nua r dando i nc ent i vos f i s cais para gru po s agropecuir i os estra nge i r os -? 11 .
R: - Eu gostaria de dizer 17- O Sr. declarou que s~ faria Reforma Agrária em casos de ten são social. Na fazenda Capataz: gleba dos americanos no · Pará , 500 famÍlias estão num conflito de terras. Na fazenda Luzia , no Maranhão, são 1.200 famÍlias , na área Pio XII no Maranhão , são 1.300 famÍlias, em Alagamar , ParaÍba são mais de 700 famí lias, em Xique-Xique na Bahia são mais de 100 famÍlias . Esses números não representam sequer o total de fam!lias envolvidas em questões de terra no Brasil , não são suficientes para conv e n cê-lo da necessidade de uma Re~ forma Agrária ampla, massiva e imediata? (PALMAS E GRITOS)
cialmente, que quando
1n1
critico
muita gente quando fala em forma Agrária, eu
Re
reivindico
uma exper1enc1a um p ouco ma1or •
-
o
que aqueles que falam,
porque
eu cometi também os meus equívocos, e no Governo
Carvalho
Pinto eu ajudei a conduzir uma experiência de Reforma Agrária em São Paulo. Conheço as
difi
culdades desse processo,
se1
da necessidade de dar acesso terra aos trabalhadore s,
à
mas
me recuso a em vez de resolver
R: - Pelo contrário, esses exem
o problema , cr1ar ma1s dez.
plos mostram que a
Vou lhe dizer com toda honesti
orientação ~
36 -
dade, em nenhum lugar do
( GAGUEJA) ~ um estudo que
mundo
a Reforma Agrária produziu
re
está em andamento no
pra zo de lO a 1 5 anos, e depois di ss o
e que vai ser feito .
sultados favoráveis num
.
~
nlnguem sabe se produziu
r esu l
tactos favoráveis. Em nenhum gar do mundo,
tamb~m,a
20- Sr . Ministro, levando - se em c o nta que segundo os dados ofi ciais no Estado de Mato Grosso~ a nt e s da sua divisão territori al , apenas 1 , 9% da área cadas trada ~ ocupada por trabalhad~ re s rurais. Pergunta - se:por que a s áreas arrecadadas ao inv~s d e s e rem distribuÍdas em pro pr i e dades familiares, são subme tida s e vendidas em leilão grandes proprietários, concen trando ainda mais a propriedade da terra?
lu
estrutu -
ra agrária foi mudada atrav~s do
O um
imposto territorial rural. que nós vamos introduzir ~ sistema de impostos:
diferenci~
a
do por tamanho, diferenciadopor localização e por uso , que certamente val induzir a uma ficação importante na
modi
estrut u
ra da propriedade. Esperem
a
proposta e depois podemos cutir.
R: - NÓs já vamos mudar essa po -
dis
lÍtica , já estamos autor i zando e já estamos fazendo para os pequ~ nos
19- Sr. Ministro Delfim Netto . Há vários anos o movimento sln dical de trabalhadores rurais vem reivindicando a Reforma A grária. Quais são as perspecti vas da Reforma Agrária em seu Governo? Segunda : queremos sa ber Sr . Ministro Delfim Nett~ se em seu governo vai continuar dando incentivos fiscais pa r a grupos econômicos estrangeir os agropecuários . (PALMAS E GR I TOS)
R:
g ov erno
tamb~m.
Eu acredito que nós
temos que modificar, realmente , esta polÍtica. E vamos faz~-lo. No caso concreto esta
autoriza
ção já foi at~ dada.
11
Ped i mos ao Sr. Mi nistro que s eja cumprido o Estatu t o da Te rr a, com uma mass i va di st rí bu içã o de te r ras através de uma Re f or ma Ag rã r i a justa, como opo rt uni dade para todos os traba l hado r e s, c apaz de promover o bem e s ta r s o ci al da classe e o engrande ci men t o da na ção 11 •
- A prlmelra p ergunta J. a res ~
~
pondi v ar las vezes aqul.. A se gunda pergunta eu acho que r ea l mente (GAGUEJA) nos vamos t er ~
de rever o sistema de
incenti
vos no que tange ao tamanho
21- Sr. Ministro da Agricultura, quais as perspectivas para uma Refor ma Agrária , capaz de dar o portunidades aos trabalhadores
de
propriedade . Esse ~ um processo
-
37 -
rurais sem terras? Como o se nhor v~ o problema dos trab~ lhadores em v~rias partes d~ País, sendo despejados da ter ra, gerando o desemprego e au mentando bs b6ias-frias, que como a gehte sabe, j~ é uma preocupaç~o do Governo. Senhor Ministro, a preocupaç~o da nos sa classe: temos conheciment~ de perto de muitos projetas go vernamentais para desenvolvi mento do nosso país. Esses pro jetos senhor Ministro, t~m ~ fastado milhares de trabalh~ dores da terra, sem reparos dos reais direitos dos trabalhadores, como foi o caso do Vale de S~o Francisco. Diante de tudo isso v~m inúmeros ou tros problemas para os trab~ lhadores rurais relacionados . com a estrutura agrar1a, que ainda é injusta com a concen traç~o das terras nas m~os de poucos latifundi~rios e,muitos trabalhadores com pouca terra, além do grande número de traba lhadores sem terra. Pedimos a~ senhor ministro que seja cumprido o Estatuto da Terra, com de uma massiva distribuiç~o terras através de uma Rêforma Agr~ria justa, como oportuni dade para todos os trabalhado res, capaz de promover o bem estar social da classe e o en grandecimento da naç~o.
em que voe~ tem a atuaç~o justiça e a lei nos perm ite utilizar os (GAGUEJA)
governo
v~
o
com muito desagrado
re tive
petir: nos casos em que mos condiç5es de agir, isto é,
naqueles casos em que voe ~ n~o tem ainda a atuação da justiça e (GAGUEJA) ou mesmo naqueles ~
p~
ra resolver a situaç~o.N6s n~o temos nenhum receio de
utili-
zar estes instrumentos. A est~
aí e vai ser utilizada
ra minorar esses problemas
lei p~
e,
para elimin~-los se for possi . vel. Eu vejo com repugnanc1a, ~
- com preocupaçao, . nao veJO
com
repugnância o desalojamento dos trabalhadores de sua terra.Nin guém concorda com isso e, o g~ verno vai utilizar o Estatuto da Terra para corrigir esta si tuaç~o
(VAIAS). Esse projetada
CODEVASF n6s j~ encontramos as s1m. O Ministro do Interior j~ est~
tomando as
provid~ncias.
Eu acho que 1~ houve uma ante cipaç~o exagerada. Realmente se desalojaram trabalhadores e se fez um sistema de irrigaç~o e hoje n~o se utiliza a terra que poderia perfeitamente
es
tar sendo utilizada. Este é um
e com muita tristeza esse pr~ cesso de desalojamento dos tra balhadores. Eu disse e vou
instru
mentos do Estatuto da Terra
-
':. : -
a
tuar, é deliberaç~o do governo
=
R: - Primeiro eu diria que,
da
problema que o governo j~ est~
também
corrigindo .
22- Sr . Ministro da Agricultu ra, Dr. Delfim Netto: O Presi dente da RepÚblica falou em re estruturaç~o fundi~ria, deixan do de lado a Reforma Agrári~ Integral. Vossa Excel~ncia de i
38 -
xa de falar em reestruturação fundi~r i a - do Presidente da Re pÚb l ica - para falar apenas de desapropriação com tensão soei al. O pre sidente do INCRA dei xou de fa l ar em r eestruturação fundi~ria (do Pres i dente da Re pÚbli c a) e de desapropriaçãopor t en s ã o (de Vossa Excelência), passando a d i zer que, até mesmo nas ~reas de tensão soei al, não se faria desapropria ções. Verifica-se que a coisa vai ficando mais preta na medida em que vai crescendo na hierarquia do poder. Desse jeito como ser~ que as coisas ficarão? (PALMAS)
R: - Nós vamos realmente
ce ~gil, para produzir exatame~ te aquilo que o presidente fundi~ria.
se
reestruturação
Eu estou
convencido
e, acho que os senhores se vencerão também, quando
con v1rem
o instrumento que vai ser utili zado, que o Imposto
Territo
rial Rural vai produzir
muito
rapidamente uma modificação
da
estrutura fundi~ria nesse país. Eu volto a insistir: o
governo
deseja aumentar o nÚmero de pr~ priet~rios .
O governo crê
que
a constituição de uma classe mé dia é extremamente
importante
para a estabilidade do país.NÓs vamos perseguir esse
são, não ad i anta é
i nc ompree~
( GAGUEJA)
deixar de entender que o no deseja dar ace s so
à
gove~
terra
a todos aqueles que t em
condi
ção de ter esse aces s o. O verno realmente va i uma modificação na
produzir estrutura
fundi~ria através do
Territorial Rural e
Imposto através,
quando for necess~r i o, da ut i lização do Estatuto da
Terra.
Isso ser~ feito .
23- Sr . Ministro, V. Sa . infor ma que acaba de elevar a taxa de cobertura do PROAGRO de 80 para 100%. No entanto, sabemos que o PROAGRO é opt ativo, bene ficiando somente ao s mutu~rios do Crédito Rural. Diante dessa situação, na pr~tica, os bene fici~rios do PROAGRO são, em sua grande maioria, os grandes propriet~rios, pois estatísti cas nos revelam que a ma1or parte do Créd i to Rural é absor vida pelos grandes agr i culto res, de forma que os pequenos propriet~rios são muit o pouco beneficiados. Perguntamos se existe algum estudo no Minist~ rio da Agricultura, n o sen tido de se institu i r ou e s tender o segur? asr~cola aos_ p~quenos propr1etar1os que nao s ao bene fici~rios, ou que po s suem la vouras que não são f i nanciadas hoje, visto que o PROAGRO so mente d~ cobertura ã lavoura financiada.
objetivo
com toda a perseverança.
g~
utili
zar o instrumento que nos pare-
referiu que é a
anta, entretanto, a
Vamos
utilizar os instrumentos que
t~
mos a nossa disposição. Não adi - 39 -
R: - A extensão de PROAGRO
-
e
absolutamente geral. Ele pode c o brir ag ora 100% e vai cobr i r
100% das lavouras de
subsistên
cia, arroz, feijão, milho e ma~ dioca. Ele não precisa mals ...
direção que foi sugerida nessa pergunta. O PROAGRO se transfor mou num instrumento de seguro
ele ser~ obrigat6rio.
agrÍcola que pode cobr i r
Ningu~m
100% das despesas de
mais pode, realmente, realizar um financiamento sem subscrever no PROAGRO. Ele pode ser crito por quem não entrou
P~
lo pequeno agricultor ou pelo grande agricultor. Basta que ele ou se financie ou que re
subs no
corra à agência banc~r i a ra realizar esse seguro.
na
t
-
custeio
realizadas pelo agricultor.
sistema de cr~dito. Basta a pe~ soa se habilitar na agência ba~ c~ria correspondente. O PROAGRO, portanto, j~ foi estendido
at~
40 -
pa-
CONSIDERAÇOES SOBRE OTRABALHO DO ADVOGADO JUNTO AOS AGRICULTORES Va.nde.Jt.te..-i. Ca.-<xe
trizes básicas no trabalho
PRELIMINARES O objetivo desse trabalho é
ticular, de advocacia no
pr~
fissional, ou seja:
o
de sintetizar a nossa experiê~ cia profissional, portanto
~':
l)
-
estar em permanente
que.§_
pa~
tionamento ao aprendizado
pr~
meio
fissional, o seu campo de
a tu
rural e, através dela, extrair
ação e as bases que o informam;
a concepçao
2)
que o
agricultor
-
ser um trabalho de
tem e passa a adquirir do dire_i
soria, fundamen t almen+e;
to - e o utiliza - na sua
3)
de
-
asses
não substitui r o povo mas
ajudá - lo a assum i r o seu direi
fesa. Nesse sentido, levamos
to;
em con
4)
ta dois fatores de orientação : suas
contra
dições na realidade do agricu! tor e, uma orientação de
o
..
o
e, entre a s var 1a v e1 s
do
trabalho profiss i ona l , ser fun
as leis como expressao da elas se dominante, as
-
- nao
de
damentalmente um serviço não - dominação .
b ) - a c on c ep ção qu e o agricul t or tem do s e u direito do di r e it o . A prática demonstra, a
-dominação. A par, algumas preliminares se
lém das formulações
fazem necessárias:
de
ordem
te6rica - e , particularmente o
a) - a ex pe riê nc ia pro f i ss i onal. Consideramos a exper1e~ o
cia profissional numa tiva de
perspe~
reaprendizagem
ao agricultor e evoluindo algumas
o
nosso trabalho,o rendeiro,
pa~
ceiro , meeiro, etc. - que, sao
junto com
as suas respostas e exigências. Ao lado, manter
agricultor a quem d i rigimos
~
dire
*
Advogado do Centro de Defesa dos Direitos Humanos da Arquf diocese da Paralba .
- 41 -
vários os informativos da
profissional em
relaç~o
s ua consci~ncia , ou melhor , da con
reito,
cepç~o do d ire ito.
de existirem leis . O
1)
~
S~o eles :
n~o
se bastam no
onde se situam as
de ordem das neces sidades
-
ao
di fato
quadro
possibilid~
conhecidas , var i áve i s por areas e agri c ultores;
des de proced~-las , isto
é,
realizá-las, releva-se da
mal
2) - do estágio e do
or importância.
processo
de luta;
No nosso caso - e de resto, no
3) - do ordenamento
norte e nordeste do PaÍs - , es
cultural
(sÓcio - cultural):
se quadro se apresenta
informações da sociedade civil , outros a prendizados com
místico
4) - das relações
domínio
submetido na
p~
a) - uma sociedade onde o
der polÍtico está montado ~ ba se dos interesses dos senhores
de
econômico-soc i al a
se
guinte maneira :
interveni~ncia
de terceiros de ordem religiosa;
da
que
proprietários de terras. Deten
est á
tores da máquina governamental
produç~o.
que , por sua vez
c) - a l e i , a r ea li dade
e
est~o
s uas cont rad i çõe s. AÍ
elementos caracterizadores propriedade, ou seJa ,
da
se , do uso e do g oz o da
delineia
as
demais instituições, ou
os
do judiciário, do
da
pÚbl ico e do principal
po~
seja,
ministério
de controle da ordem
•terra.
as
Órg~o
institui
da: o poder de polÍcia
e pela
contratuais
prÓpria polÍcia - comumente d~
secundárias e que se confundem
nominada como "capanga fardado
com as relações
do latifÚndio".
Afora as relações de
trabalho ,
o principal norteador das
co n
b) - o cerceamento, o
tradições reside no carâter da
mo e a indif erença dos
propriedade , entre a
de classe dos
ç~o
disposi
individual e a sua
funç~o
social. De resto , contam-se as relações de produç~o em transi
pelegui~
Órg~os
trabalhadores .
Manietados pelo i mpério de
l
númeras leis controladoras
e
def i n i doras da atividade
çao.
dical, de outro lado,
transfo~
mados em mini-hospita is
A LOCALIZAÇAO DO DI RE IT O Tanto a
concepç~o
g~ncias
quanto a prática do
a
de aposentadorias,
fo
tos precários do
trabalho -
e
ram reduzidos a meros
do agricultor
42 -
Sln
institu
assistencia
lismo e dependentes dos ticos que manejam a
tor e o seu mund o aos
poli
previdê!:!;
li mit es
do roçado.
cia social.
De outro lado, alguns as pe ctos
c) - quanto a população
posit ivos vão s e esboçando:
traba
lhado ra , particu larmente
a ru
ral, releva-se algumas
l) - alguns es tímu los da
carac
urbana, de classe e sindic al;
terísticas:
2) - revigoramen to de
l) - um comportamento
luta alguns
sindicatos rurai s ; 3) - conhecimento de lutas
relati
vi
vamente conformista,
derivado
de algumas situações
históri
toriosas no meio rural;
cas e de dependência
estrutu
4) - divulgação de le is em lin
guagem popular; 5) - alto grau de confl1to
ral; 2)
um homem temeroso
-
crente em qualquer
e
des
vocado pelo de s e nvo l vimento do
organismo
que possa defender o seu direi
capitai urbano, sua
to
para as área s rurais e as
(a repressão as Ligas
ponesas, o poder
Cam
de grande número de
das no me io rural. O
atual
-
con
aspe cto
importante nesse pro c ess o é
sindica
o
despejo coletivo, ou ameaça co
tos); 3)
projeção
tradições com as formas atrasa
arbitrário
da polÍc i a, a s i tuação
pr~
um conceito de
confuso entre as suas
direito
letiva , promovendo a
necessi
de interesse dos
dades, de um lado, e de outro ,
res;
da i gnor~ncia ~ lei
6)
fazendo
prevalecer o costume, a
déia relig i osa propalada
ra; 7) - a presença de
e,
de alguma forma ainda
prese!:!;
res com experiênci a s
te em inúmeros lugares
refor
em lutas pela terra
çando a obediência ao tár i o.
comunicações numa estática, reduz i ndo o
a
agricult~
passadas (Ligas,
das possib ili dade s de
das
aces so
a outras área s de terra;
sociedade
ciência da , sit uaçã o que se
agricul -
"opção
primeiros sindicatos etc o); 8) - a consc iênc ia da re duçaõ
propri~
d) - de resto, o conjunto
e v ang~
poiando as suas lut as pela t er
1
pelo
clero de uma certa época -
...
as "novas" linhas
pelos pobres e o pr i mi dos",
t e rra ,
das autoridades e ainda, a
agricult~
licas da Igreja, numa
pala-
vra do proprietário da
-
unidade
43 -
cons en
contram os "bÓi as-frias". imp~
Embora, tant o o s aspectos d it i vos quant o os
pontos,
consideramo s fundamental ,a
pa~
tir da prát ica do contato
com
o agr i .cult or , os elementos raz~es
to norma .
positivos
não se esgot em nesses
as
enqua~
portante que o direito
e
acima expostas
ex
pressas por eles.
A
PR~TICA
PROFISSIONAL
Quase todas as relações
so regul~
c1a1s e econ5micas são
das por normas positivas ou ou tras disposições do mundo jurf dico (jurisprudência,etc.) . São
A t!tulo de ilustração poder!~ agr~
mos citar o exemplo dos cultores da Fazenda
direito
ou proibitivas e, outras de
c~
ráter procedimental, isto é,r~
Retirada, que,
gulam a maneira como o direito
reuni~es
ou conflito val ser soluciona -
no munic!pio de Caaporã , se recusavam a fazer
normas definidoras de
porque um major do exército h~
do.
via dito que era proibido.Eles
Esse é o mundo do profissional
diziam : "a le i do major
de advocacia . É nesse
que não pode fazer
diz
reuni~es,"
ou inGmeros que d i z i am que, riam ao sind i cato quando
mesmo
contexto que ele assume o
1 fos
flito, enquadra-o nas
con
normas
legais e faz procedê-las,
se para fazer a aposentador i a.
com
pondo o direito ,
~
Quant o a sua defesa dizia: "eu não sei que o sindicato é para essas coisas "; ou, em
casos
de ameaças de expulsão;"eu sei que se eu pago foro , eu
tenho
algum direito mas eu não quero fazer caso não . Eu s empre
cer o direito e pleiteá-lo, advogado, normalmente na no campo das suas
o
determ i relaç õ es
o s interesses em conflito e
a
regras legais . Se, de um lado ,
superiores " .
Embora esses exemplos
conhe
s ua composição nos l i mit es da s
fu i
um bo m homem e respei t ador dos meus
TiTular habilitado para
il ustr a
es s e processo al i ja o po vo
de
uma prática c onsoante com
os
seus interesse s
(nece s ~idades)
tivos sejam infindáveis e
se
reais, imediatas e históricas ,
rão de v idament e relatados
em
por outro lado, transfere
outra parte, cabe aqui ber que o quadro da
per c~
expressão
do d i re i to é, t a l vez, mais
1m
titular habilitado do um confronto num mundo
ao
dire i to limita
do, onde o direito se confunde
- 44 -
com o j urÍdico.
menslonar as
Há um outro aspecto, no
campo
da prática profissional,
que
mere c e ser considerado : o i deo lÓgico . Esse aspecto
é tão
p ortante quanto a sua
lm
ln ser
possibil idades da
u tili zação das
contradições
das normas e numa
perspectiva
histórica das classes trabalha doras. Ilustrativo disso, mais
comum
ção nas regras jurÍdicas defi-
entre nós, é que nenhum advog~
nidoras do direito e das
do limitado ao mundo
gras para a sol ução do
re confli
to. É o manancial
jurÍdico
discutiria uma contestação
rescisão contratual de arrenda
ideolÓgico aí inserto que ele assume no
mento, num dos casos de
âmbito da classe dominante con
to de retomada pelo
fundindo sua prática ao
rio da terra, fora do
lado
na
direi
propriet~
objeto
da classe trabalhadora. Abstra
em l i tÍgio. No entanto,da cons
tamente, equidistante do
ciência ,vivenciada com o
con
agr~
fl ito real - que envolve inte-
cultor(es), na sua decisão "de
re sses de cla sses , fatores
ficar, morar, plantar e viver",
ordem imediatas e
de
históricas,
concepções do prÓprio
agricu!
tor, etc. - o advogado,
somen
te possu i o mundo jurÍdico mo referência. I gnora o
co lmen
so papel que exerce a força cial das massas na luta
s~
pelo
seu direito.
sibilidades para explorar
junto ao povo, esse é o
mundo
que deve ser questionado. É
o
quadro que, somente, o agricu! questionar,
numa prática vivenciada no con texto real do conflito;
onde
po~
as
contradições da função
social
da propriedade face a
prete~
são do proprietário
retomá-la
com objetivo da fruição
indi
vidual. Um outro aspecto se abre, são as
Exercendo o papel profissional
tor pode ajudar a
abre-se um enorme campo de
que
perspectivas
da devolução ao povo dos
ele
mentos já caracterizadores
da
tensão social, consubstanciada no Estatuto da Terra. Entretan to , se não manifestada, não se caracterizará. O que se coloca para o
advog~
a consciência dos agricultores
do, nessa prática, não são
e a sua força social
regras impostas mas a consciên
fornecem
os elementos para afrontar
o
mundo jurÍdico; permitindo
di
cia e a necessidade do
as
povo,
cujo processamento é diferente
- 45 -
inúrne
do escolhido pelo adverso e, a
legal e no litÍgio, as
açâo depende do pr6prio povo.
ras possibilidades dos pr6prios agr icultores exercerem o
De resto, fechando essa primei
d ireito no local
ra parte, cabe suscitar alguns pontos revelados pela
seu
( desforço,
etc.) e, junt o ~s instituiç3es
prática
(intervenções extras nos
do papel do advogado junto aos
au
tos , através de cartas-petit6-
trabalhadores. Sâo elas:
esqu~
rias, etc .) , quebrando o a) - propiciar aos
agriculto-
ma tradicional da relaçâo:
ad
res a verificaçâo do mundo ju-
vogado x ju iz x promotor x
ad
rÍdico em relaçâo a sua reali-
vogado adverso; g) - a
dade, permitindo um
o litÍgio individual, deve ser
confronto
-
.
entre a sua concepçao,
necess~
causa,
e
sempre utilizada corno meio de agricultores, solidarizar os
hist6rica); b) - nâo
assumir
quebrando a relaçâo "fria",por
com exclusividade a
campos~
dade e pretensão
(imediata
çâo do litÍgio, ignorando possibilidades da
exemplo das testemunhas, esta-
as
belecendo urna relaçâo de
participa-
çâo dos trabalhadores no
pr~
cesso; c) - nâo ignorar a
for
inte
resse de cl asse, pela posse da terra,
etc.;
h) - nao ser
um agr~
mero tradutor da lei ao
ça social dos agricultores mas
cultor mas o seu crítico em re
colocá-la em funçâo da sua de-
lação as necessidades
fesa e completar-se com
o que absorve em cantata com fundamental povo; i) - ter
ela;
d) - ajudar os agricultores
a
sociais
experimentar a sua açâo coleti
mente, a convicção na força
va (confrontando com o real) e
cial para a composição do lití
pela pressâo, com o
gio.
objetivo
de, ao lado da forrnaçâo de sua consciência, serem eles,o to possível, os decis6rios litÍgio; e)- demonstrar agricultores, desde o
""
serem aplicadas, reflet i r
gia; f) - perceber no
-
dire ito se produza na realida de social, embora se construa
a com
aproveitando ou sem urna
norma
positiva. O fato é que, quando
p~
os agricultores arrancam
estraté
-
va
rios hectares de cana-de-açúcar
quadro -
reduzam
a isso . O que importa e que, o
o
prete~
são, colhendo os elementos ra a sua convicçâo e
formam, embora não se
lnlClO, o
re
gras ma s de práticas que as ln
do aos
todas as fases processuais eles a necessidade e
De fato, nao se trata de
qua~
s~
plantada pelo proprietário,nos 46 -
dor: "nÓ s estamos fazendo o di
limites da área arrendada, pe~ dente de uma ação judicial ra desfaz~-las ou não,
reito, depois vamos defender
p~
diante do juiz".
usando
a interpretação elástica do ar tigo 502 do CÓdigo Civil,
es
tão produzindo uma exegese
do
a Esta e a 1. parte do artig~ que terá prosseguimento no pro aximo numero de Proposta. A 2. parte enfocará a concepção que o agricultor tem do direito, e a 3a. versará sobre a Zei,a rea Zidade e as suas contradi= çoes. J
direito com a sua força social . Nesse caso o advogado que assu me uma prática ao lado do agri cultor , não pode negar a
vali
dade da afirmativa do trabalha
J
-
- 47 -
REFLEXÃO SOBRE OMOVIMENTO OPERÁRIO E q u~ p e
F AS E/R~o
Este texto e resultado de di scussões da equ i pe FASE / Ri o sob r e a si tuação do Mov i men t o Operãr i o no Ri o de Jane ir o e s obre concepçoe s para o Mov i mento Sind i cal hoje , Sua pretensão e, por um lado, i nformat iv a e, po r out r o, cont ri bu ir no processo de discussão que se faz, hoje, no pa is a r espe i to de s se tema tão i mportante. Não temos, aqu i , i ntenção de coloca r pr opo s ta s acabadas ma s , a nt e s de ma i s nada, nos s i tuarmos no quad r o dessa di scuss ão, r econhe cen do tanto os nossos l i mi tes quanto a nossa cond i ção de cont ri bu ir com as pr opostas que se co l ocam, hoje, na me sa de deba t e s.
A SITUACAO NO RIO DE JANE I RO J HISTORICO
Redonda, empresas estatais e de grande porte.
O Movimento
Operário no
Rio
de J a neiro , no perÍodo
ante
rior a 1964 , tinha nos setores lig a d os ao Estado a guarda . Eram
os
sua
van
portuári os ,
ferroviários e bancários camente . Al ém dest e s ,
podemos
inclu ir os metal~rgicos têxteis mas com
balh ista vincula do e
O golpe mostrou a ci a do trabalho
Volta -
inconsistên desenvolvido
~
nestas areas, que se
caracteri
zava pela au sência de uma
- com a organlzaçao " cupaçao tro das fábricas que sem , numa situação
na Companhia
Sid erúrgica Nacional e m
no
aparelho de Estado.
os
Nacio
tr~
manipul~
do por setores incrustados
organlz ~
das estavam na Fábrica
gratuito ,
expre ssava bem um movimento
m etal~rgi
cos , suas bases mais nal de Motores e
e
ex p r e~
menor
são , Mesmo entre os
basi
Este quadro não era
den
permiti~ po liticame~
te adver s a, a continuidade 48 -
pre~
do
volta está bastante
movimento operário. A partir de 1964 duas colsas o correm: a primeira é que o prÓ capit~
prio de s envolvimento do
lismo no Estado põe fim ao
se
tor têxti l, Ún i co com uma dição histórica que
tra
remonta
aos anos 20. A outra, pelas
r~
zões levantadas acima, é o des locamento do nÚcleo da oposi . çao ao reglme para os setores médios, principalmente o
Movi
mento Estudantil.
(quebra-quebra dos trens,revo! tas nas cantinas do
Movimento opos~
Operário formou várias
METRÔ)
os primeiros movimentos
e
grevi~
tas no Rio são reflexos desta revolta. De fato quem começa a se movimentar não são as cate gorias mais organizadas,
mas
as mais sofridas: motoristas de ônibus e garis. Estes movlmentos nascem depois de várias assembléias de categorias,
onde
as tentativas de diálogo
para
condições,
conseguir melhores A partir de 1968 o
difundido
sobretudo de salário, não em nada, levando a uma
dão
revolta
ções (bancários, metalÚrgicos,
que
ferroviários) no sentido
uma proposta de greve seja logo
toral do termo, que se
elei esgot~
vam ao f i m das disputas
para
as diretor i as .
aceita e levada à
execução
mo sem ter um mínimo de zação. A concretização
Não se conseguiu em termos Rio de Janeiro, se
cria as condições para que
de
constituir
mes
organ~
deste fragilid~
movimento mostra as
des devidas a esta falta de
or
e manter uma estrutura de org~ nização que unisse os setores
ganização: grupos que demoraram a parar, grupos que recomeçaram
mais c ombativos. Além dos tra -
a trabalhar antes do que os ou-
dicionais fatores de
tros, etc.
inércia ,
como a sua história especÍfica
Houve greve, com
e o gruplsmo, podemos acrescen
limitada, de funcionários
tar a extrema dispersão do paE
postos de gasolina. Houve pr~ posta não concretizada de greve
que industrial. O Único
setor
que escapa a isto é o da trução naval que foi o mais se desenvolveu e onde
cons que e
participação dos
por parte dos coveiros. Movimentos grevistas mais
bem
xistem grandes empresas.
organizados e sucedidos foram estaduais, os dos professores
OLTIMOS MOVIMENTOS
municipais, particulares,
Nos Últimos anos o clima de re
versitários e médicos .
- 49 -
unl
...
Fora
desta are a ligada
ma .l s
ao setor de serviços e que
no
Rio teve um peso e uma reper -
-
cussao bem forte, houve outros movimentos grevistas na
Fiat
de Xerem, cujo dissÍdio é
em
data diferente do dissÍdio
g~
ral dos metalÚrgicos. A quista principal desta
con greve,
além do aumento, foi a estabilidade dos delegados
ter um
certo peso nas decisões
toma-
das.
O Sindicato metalÚrgico de Vol ta Redonda é dirigido por
um
pelego dos duros. Em Volta Re donda há uma oposição organiz~ da,
(que tem o apoio de
setoorgan~
res da Igreja) com uma
zação prÓpria, boletins, etc.
sindi
cais. Outra greve, foi do
tênt.icos podem atuar e
Sindicato
dos MetalÚrgicos de Niterói
CARACTERTSTICAS DO MOVIMENTO OPER~RIO DO RIO DE JANEIRO.
e
Itaboraí. Foram 13 dias de gre ve, 70 horas de negociações
e
Grupismo: Sindicato e Fábrica. Falta de apoio da Igreja
ofi
cial.
a participação foi total.
Trabalho nas bases,
ALGUMAS OUTRAS INFORMAÇOES PARA AMPLIAR O QUADRO SOBRE O MOVIMENTO OPER~RIO NO RIO DE JANEIRO.
nas fábri
cas ainda incipiente. opos~
Não se dá a formação de
ções sindicais mais formais. Características diferentes
em
Volta Redonda.
A construção civil
que
ser a categoria mais
deve.
do Rio tem o sindicato está há mais de 20 anos na
-
A inexistência de trabalhos or
mais
pelego, com um presidente
reçao. Nessa area
Grupismo: Sindicato e Fâbrica
numerosa
-o na
que
ganizados com certa
amplitude
é a característica básica
di
existe
profi~
maioria das categorias sionais (têxtil, luz,
nenhum esboço de oposição.
da
motoris
tas e gráficos). Existem,é cer
O sindicato dos tem uma
metalÚrgicos
dir~toria
to , grupinhos trabalhando; mas
resultante
em sua totalidade tem o
de uma chapa de oposição forma da por uma frente de
cato (pela abertura que apre -
diferen
tes grupos que atuam na
categ~
ria. Esta diretoria abre ços onde metalÚrgicos mais
Sindi
esp~
au
senta) como o seu centro culador. Fora da
arti
represent~
ção oficial , a ligação é
só
com os grupos a que estão arti -
50 -
Oper~ria,
culados (Pastoral
der se manifestar de uma
ACO, et c . ) . Em grande
parte
ma mais ampla e mais
se c o nf i gur am enquanto
traba
Mesmo
for
pÚbl i ca.
assim o trabalho destes
lhos mole c ular es e artesanais.
grupos de Igreja parece c onse -
Uma das c ateg o r i as em que
guir mobilizar maior
o
trabalho se apresenta de maneira ma is ampla e
uma
organiza
quantid~
de de operar1os e atingir
se -
tores mais amplos da massa.
à
situaç~o privi
da, é a dos metalÚrgicos
do
Isso é devido
Rio e de Nit eró i. Nestes,
as
legiada que a Igreja teve, mes
linhas de
intervenç~o
s~o
mais
diferenc iadas e c om alguma netraç~o .
Sua semelhança
com
as outras categorias est~ fato de ser o Sindicato
no o elo
que as articula . Por outro do, se no p l ano do de algumas grandes
nível
empresas
onde existem v ~rios n~o
la
Sindicato
h~ uma convergência, ao
trabalhando,
p~
grupos
aparece nenhu
repre~
mo nos anos de maior s~o,
para continuar seu
traba
lho no meio popular e as novas formas de
aç~o
da Igreja,
so
bretudo: - as comunidades
de
base que, ligando o
à
evangelho
vida, além de combater o
talismo na
formaç~o
de uma
vam a encarar os problemas sentes na sociedade como fios que prec is am ser
construç~o
de
dos; - Pastoral Oper~ria
amplos.
oferecendo espaço para
pr~
desa
enfrent~
da
part ici p a ç ~ o
Vl
s~o crítica da realidade os le
ma tentativ a no sent ido de mecanismos
fa
que trocas
de experiências, cursos de CLT ,
Falta de apo i o da Igreja afiei al, que teoricamente admite uma Pastoral do
Trabalhador,
mas na realidade tem trabalho uma
vis~o
viço à mesma Igreja zaç~o
cursos de história do Movimento Oper~rio, an~lise da reali dade etc . , permite que
deste
mais de ser (Evangeli
res do operariado se para um trabalho de ç~o
seto motivem organiz~
na f~br i ca e no sind i cato .
do mundo do trabalho) do
que de serviço
à
classe.
H~ grupos de Igreja que
proc~
ram trabalhar em vista ao
for
talecimento da c lasse,mas
sua
atuaç~o é limitada aos
Quando se fala de t rabalho incipiente na f~brica n~o se
grupos
diretamente atingidos, sem
O trabalho nas fãbricas, gr~ pos de fãbrica, comissões de fãbrica ~ a i nda incipi ente .
p~
en
tende falar de grupos"fechados"
- 51 -
que atuam dentro de algumas em
estrutura ma1s formal de
presas visando atingir
ção. - As diretorias sindicais (não é só o caso dos metalúr
_,
seus
próprios objetivos.
opos~
O trabalho é incipiente enqua~
gicos) não chegam a agir
to grupos de fábrica que visam
uma forma pelega tão radical e dura. Isso permite (ou dá a
a organização de companheiros em vista de suas prÓprias re1
impressão de permitir) a inter ferência destes grupos de opo-
vindicações. Incipiente
quer
dizer que não tem muita
histó
ria, isto é, são de
formação recente; muitas vezes com uma
atuação eventual e não bem
de
finida, visando a solução problemas imediatos.
de
sição nas lutas que o
No Rio, ate hoje não se deu a formação de -o p os i ç õ e s s i nd i cais mais formais. Esta falta de oposições mais formais na- o quer dizer que não existem ele fazem um trabalho de
que
oposição
categorias, mas estes grupos não se formadentro de várias
sindica
to assume e faz com que os sin dicatos assumam algumas
lutas
destes grupos. Para estes
gr~
pos, em geral, a preocupaçao é mobilizar maior número de companheiros para o
mentos ou pequenos grupos
de
sindicato
para que, dentro do jogo democrático, suas posições
venham
a ser apoiadas pela
ma1or1a .
- Os grupos que têm
propostas
ma1s avançadas em alguns ca sos,participam diretamente den tro do sindicato até na toria.
d i re-
dentro dos sindicatos que pe~ manecem, para estes grupos,
No contexto do Rio de Jane i ro, Volta Redonda aparece enqua~ to uma exceção . É um cent r o me
sendo canais onde deve
talÚrgico importante (C i a .
lizam e sua atuação é
diluÍda
pesar
sua atuação e onde deve
ser
Barbará
etc.), é concentrado; há um
travada a luta. As explicações possíveis esta situação parecem
derÚrg i ca Nacional,
Si
para
fundame~
talmente: - Estes grupos sao pequenos, isto é, não somam forças mais expressivas
da
classe, o que não justifica ou não permite a montagem de
uma - 52 -
a
poio aberto da h i erarqu i a da Igreja ao movimento o per ário, tem uma oposição f o rmada.
Se
assemelha ao Rio de
J a ne i ro na tradição de seu mo vimento o
-
. perar1o.
Em toda sua história o correram pouqu1ss1mas greves na reg1ao ~
o
•
-
Ca
CSN que conc entra o
do proletariado, nunca
grosso
terói, ItaboraÍ), Light , Sindi
parou)
catas de bebidas,
motor is tas,
e se deram antes de 1964.A vin
etc. - estes grupos estâo
no
Oper~rio
sindicato e, engajados em
alg~
culaçâo do Movi mento
inte~
mas das instâncias , procurando
sa e desmobilizadora. ApÓs 1964
forçar as diretorias a atitu -
até hoje o Sindicato esteve
des ma is combativas .
ao popu lismo foi bastante
em
mâos pelegas .
Con c reta
mente as formas para forçar as
A primeira tentativa após
68,
diretor ias sâo v~rias:
de influir de forma mais organi
Concentrar as forças em
zada e ampla deu-se com a
guns setores do
for
al
sindicato .
maçâo do Departamento Trabalhi~
Por exemplo, no caso dos
ta do MDB, que nucleou
talÚrgicos o grupo que
setores
me tem
des content es até ser reprimido.
propostas mais autênticas se
Foi a un iâo destes setores
concentra ma1s na secretaria
com
grupos pa storais que deu or1gem
de lazer e cultura que
ao movimento de oposiçâo
responsabilidade direta
sin-
tem no
dical. Ant es disso, houve a for
jornal do sindicato , na pro-
maçâo de chapas ma i s combativas
gramaçâo de palestras, show,
que disputavam o Sindicato , mas
etc. Deste grupo saiu a
após as eleições os grupos
panha de sindicalizaçâo ~
as compunham se
que
dispersavam.Ne~
t e sentido a formaçâo da çâo Sindical aparece
Forçar a formaçâo de
Oposi
lhadores. Sua presença ~s
ro possível de elementos mais
organ~
ma1s amplamente os massas cres c eu bastante
pr~
curando colocar o maior núme
uma autocrítica do trabalho pa~ zar
com1s
sões salariai s abertas,
enquanto
sado e a necessidade de
cam
combativos (me t alÚrgicos,gr~
traba
ficas e aerovi~r i os).
junto Formação de comissões
na
para
acompanhar o trabalho da
atual Campanha Salarial.
di
retoria (Light).
PERSPECTIVAS
. Levar propostas concretas ra as assembléias, para
Na maior i a das categorias h~
onde
que
estas julguem e decidam, for
grupos que se colocam contra
çando ass1m a diretoria a as
a atual estrutura sind ical- com
sumir a proposta pela assembléia
preendendo metalÚrgicos (Rio,Ni -
p~
53 -
aprovada (metalÚrgi
cos, gráficos,
Light,
bebi
parecem apontar para a necessl
das e aeroviários).
dade de uma oposição
. Elaboração de teses para
organiza
da, independente da atual dire
se
rem levadas pelos sindicatos
toria, que não oferece o
nos Congressos, por
mo de espaço para agir.
Caso
típico: o Sindicato
Cons
exemplo
CNTI (1978), Congresso MetalÚrgicos (1979),
dos
da
trução Civil.
procu-
rando participar destes
en
Quanto ao trabalho mals de
ba
contros. A representação
me
se, sente-se a necessidade
de
no Congre~
formar e ampliar os grupos
de
talÚrgica do Rio
so de Poços de Caldas, a Única eleita
foi
fábrica, em todas as
categ~
pela
ria, pois a maioria foi
for
mada por elementos mais
eng~
as onde atuam estes grupos. Os grupos de fábrica são pens~ dos em vista das lutas
jados.
tas de cada empresa e
O trabalho, destes grupos, de~ tro do Sindicato não os fez de sistir da formação de chapas mais autênticas para concorrer nas eleições, nem prejudicou o fortalecimento do trabalho de base. Há outras categorias que situação em que se
categori
têm
sindicato como ponto rência para uma
imedia de
o ref~
participação
mais ampla e polÍtica.
Nesta
preocupação de ampliar o traba lho nas bases e ntra a necessidade de fortalecer e animar vida das delegacias
a
sindicais
(s indic atos metalÚrg icos) e e~
pela
contros de áreas Light).
encontram,
(gráficos,
ALGUMAS QUESTÕES SOBRE O , MOVIMENTO OPERARIO
As questões relativas ao traba lho com Sindicato, oposição
si~
dical, comissões de
fábrica,
etc. não podem ser
tratadas,
reçoes sindicais mals ou menos abertas, mais ou menos combati vas, autênticas, etc. questões devem ser
Essas tratadas
concepçoes
hoje,apenas a nível dos encaml
tamb~m
nhamentos imediatos e
para o trabalho operár io, pois
referi
dos à existência ou não de
informando a prática do dia
di -
a nível de
54 -
a
dia no mo vimento, existem ma1s
unificar toda a luta dos traba
ou menos expl i citadas e assumi
lhadores brasileiros, passando
das c onc epçÕes de luta e orga-
por instâncias intermediárias,
n i zação que se configuram
que unifiquem por categorias e por espaço geográfico / admi -
até
com um c erto gr au de autonomia em relação
à real i dade
concre
nistrativo (Munic!pio,
Estado,
ta de c ada Sindic ato.
etc.).
Seguindo essa l inha de racioci
No seu interior devem
nio explic i taremos
cana1s s6lidos, capazes de
algumas
questões em torno dos oposição sindical,
existir g~
rantir uma dinâmica interna de
temas: sindicato
mocrática, onde as bases
te
e comissões de fábrica;na per~ pectiva de contribuir com a
nham o poder de decisão e onde
discussão que, hoje, em vários
tivase de fato lideranças
cantos do pais se faz em torno do assunto.
movimento.
O movimento operário no Brasil
ra garantir um movimento
apresenta
hist6ria,
pressivo e unitário, uma estru
uma trad i ção marcada pelo atre
tura de representação sindical
lamento ao Estado.
Única. Deve-se evitar
na sua
O movimento operário deve ser não s6 i ndependente (politica e juridic amen t e) do
suas
do
Nesse sentido, é essencial, p~ ex
a
todo
custo, incorrer nos casos tipi cos de pa!ses da Europa,
onde sindi
cais, cada uma influenciada,ou mesmo vinculada, por um parti-
formas de organização e mani festação, refletindo a
representa
existem várias centrais
Estado,
mas, também, autônomo em
as direções sejam
reali
dade, anseios e o grau de cons
do politico (Itália, etc.). A consequência
França, disso,
dentre outras, é a forte divi-
ciência dos trabalhadores .
são que se estabelece no i nteConsideramos que esse
movimen
to deve estar fortemente
1m
plantado nas bases, com estrutura que vai das
uma formas
mais localizadas (seções,
rior da classe operária,dispe~ sa entre várias tendências s1n dicais, enfraquecendo seu der de luta à medida em
fá
p~
que
quebra sua unidade.
bricas) de organização até uma central sindical de caráter nacional. Esta central deve
O movimento de oposição cal que hoje se estrutura ma1s variadas partes do
-
55 -
sindi nas
-
com forte presença em
a re as
significativas do movimento
te dos organlsmos de
o
represe~
tação dos trabalhadores.
perário de trabalhadores em g~
deve-se confundir,
ral, não deve ser
com uma plataforma de
entendido
Não
portanto, opos~
como estrutura paralela de
re
ção "chap ista " ou diluÍdo numa
presentação sindical. Isto
e,
plataforma de luta
-
à estru-
não é uma alternativa
momentânea
(reajuste salarial por
exem-
tura sindical vigente a qual
plo) . É evidente que
queremos mudar. O movimento de
desses dois casos e de outros,
oposição sindicai é, isto sim,
a bandeira da oposição
um organismo que,
cal deve estar presente e
congregando
diante sindi pos~
uma faixa mais avançada e mais
cionada. Não é porém nesse
combativa dos
vel que se define sua
trabalhadores
ní
existên
brasileiros, tem como essência
cia, é num nível mais programi
e objeto de sua ação a
tico, numa luta de maior fÕle-
luta
contra a estrutura atual
do
go, que se realiza a cada
mo-
sindicalismo brasileiro.Dentre
mento do cotidiano da luta
op~
outras bandeiras, a
rária. Mas é, antes de
oposição
tudo,
l~
uma luta polÍtica, que defende
ta contra o atrelamento do sin
um espaço social de organiza -
dicato ao Estado, pela
ção e manifestação a partir de
sindical deve empunhar a de
monta
co~issões
gem de estruturas de
de fábricas expressivas e presentat ivas dos
determinados princÍpios
re
trabalhado
poli
ticos. E é por serem
bandei
ras de cunho polÍtico
(políti
res e pela formação de uma cen
ca operária), que procuram
tral Única capaz de
perfeiçoar um instrumento
unificar
de
luta da cl~sse operária por me
nacionalmente suas lutas. O movimento de oposição
sindi
cal deve ter cl aro suas
ban
lhores condições de vida e por formas de organização mals vançadas, que ela, a
deiras de luta, que têm ·· como eixo básico a luta por uma
es
trutura sindical autõnoma
a
programas e estruturas
a
a
oposlçao pr~
sindical, é instrumento
prio da parcela avançada, mals comprometida e mais
_políti
co-partidárias, independente em
politiz~
da do movimento operário.
relação ao Estado, democrático
O que estes pontos de
referên
em sua forma de
cia e orientação para
atuação
organização.
Seu programa deve estar volta-
no movimento operário colocam ,
do ao aperfeiçoamento
ao se pensar na realidade
constan -
56 -
con
creta em c1ma da
qual,
mo Órgão de massas, represe~ tativo de classe (mesmo que
hoje,
atuamos é o seguinte:
uma diretoria porventura
- é preciso cr1ar um movimento
poder não seja), deve-se atu
sindical forte, unitário, i~
ar no interior do mesmo
plantado nas bases, indepen-
lu
tando dentro dele pela
dente e autônomo;
da classe no seu interior, a
sentado em bases sÓlidas,mas
partir de lutas de massas ex
comissões de fábricas, ou em
press1vas dos anseios
grupos de fábricas onde aqu~
nificado nacionalmente,
u por
uma Central, capaz de
da
classe.
ainda inviáveis;
- esse movimento deve estar
sua
coesao
transformação e pela
- esse movimento deve estar as
las forem
no
afir
Devemos portanto ter claro que a proposta de oposição sindical não é alternativa de
organiza-
mar uma direção Única para o
ção sindical. A oposição
mesmo;
cal representa, por um lado, um
- deve-se estruturar no intermediário,
por
plano instânc~
sindi
espaço no interior do qual celas do Movimento Operário
pa~
se
tegorias ou inter-categorias
articulam para formular propo~ tas sobre o movimento operário
(inter-fábricas,
e que, por outro lado,
cia de representação
por
sindicatos geogr~
etc.) e por espaços fico/administrativo
(Municí
- deve acenar com palavras de ordem
comprometidas com uma visão sindicalismo autônomo, dente, democrático e
p1o, região, etc.); propostas e de
apelo
estejam de
indepe~
unitário.
Não há como pensar as comissões de fábrica como instância
da
estrutura de oposição
sindical,
dições de trabalho, melhores
ou seja, de uma nova e
alterna
salários, etc. Deve ter pr~ sente também, a luta contra
tiva forma de organização
massas. Há que pensá-las,as co-
v1ge~
missões, como instância do movi
por
mento operário, que pertence as
demo
massas e não a sua parcela ma1s
de massas, como melhores
a estrutura sindical te, atrelada ao Estado, uma estrutura sindical
co~
crática, independente e autô noma dos trabalhadores; - compreendendo o sindicato co
-
avançada, comprometida com
de
uma
concepção de movimento operário que inclui como ponto chave as . - . com1ssoes 57 -
- 8s
-
p:ainel
DOS TRABALHADORES PELA
ANISTIA
AMPLA, GERAL E IRRESTRITA,
TRABALHADORES PELA ANISTIA AMPLA1 GERAL E IRRESTRITA
con
vocado pelo ABC Jornal e por 11 realizado
sindicatos do ABC e
no dia 12 de agosto, no Paço nicipa ~
Diante da apresentação pelo verno do general João
Os sindicatos da Baixada Santis
a
ta deram também uma
seto
contribuição para o
Figueiredo de um projeto de res da sociedade têm-se
Cam
po.
g~
Batista
nistia parcial, diversos
de São Bernardo do
M~
mani-
importante es clareei .
mento da situação de cerca
de
festado, exigindo a anistia am
12 mil trabalhadores
pla, geral e irrestrita.
politicamente e que foram total mente excluÍdos do projeto g~
Os milhares de
trabalhadores
demitidos por motivos
vernamental. Este documento foi
polít!
levado ao III ENCONTRO NACIONAL
co s após 1964 e os inúmeros di
DAS ENTIDADES DE ANISTIA,
rigentes sindicais cassados e,
Comitê Brasileiro pela
afa~
por isso, permanentemente
da Baixada Santista, e o
tados da vida sindical não são anistiados pela proposta cedem-se as manifestações tra o projeto e suas ções. Dentre essas
çoes,
Anistia trans
Apõs o golpe de 1964, mi.lhares de brasileiros foram atingidos diretamente ou abrangidos pelos excepcionais efeitos dos atos editados. 11
con
manifesta
significativas aquelas que tem dos próprios
su
limita-
destacam-se como
pelo
crevemos a segulr:
gove~
namental. Em conseqüência,
punidos
mais pa~
A luta pela anistia tem sido de
trabalhado
senvolvida para a
res excluÍdos, como o ENCONTRO -
59 -
restauração
PAINEL
dos di re i tos vi olados atas de exceção .
pelos
A tôn i ca que tem norteado a a ção das entidades prõ-anistia direc i ona-se aos presos, pers~ guidos, punidos, cassados, exi lados, ban i dos, refugiados, c~ ja violência alcançou-os atra vés de atas especif i cas ou a part i r dos efe i tos que ger~ ram, e reiv i nd i ca a i ndispensi vel reparação . Entretanto, ex i stem muitos bra sile i ros que .. a part i r de 1964 sofreram a perda ou a restri ção de seus di re i tos, em decor rência da nova s i tuação pol i tl ca em que o pa i s passou ~ vi 11 ver (Dalmo A. Da l lari -Folha de São Paulo, pãg . 10 e 11 19 caderno, 10/06/1979) . A maior i a deles e r a composta de trabalhadores, mu i tos estã veis, ocupantes ou não de car gos s i nd ic a i s, cujos nomes nao consta r am das i gnom i niosas l i ~ tas, que não fo r am at i ngidos diretamente pelos atas de exc~ ção, mas que fo r am dem i tidos de seus empregos sumar i amente ou através de i nquér i tos na J~st i ça do Trabalho, sob a ju~ tificat i va de ausênc i a i njusti
f i cada ao serv i ço por ma i s de 30 (tr i nt a) di as, conforme f a cultado por di spos i tivos da Consolidação das Leis do Traba 1 h o. A ação dos empregadores, proc~ rando mascarar o seu Õd i o de classe contra os trabalhado r es mais combativos da classe operãr i a, ev i tou declarar a cano tação e mot i vação pol i t i ca s que a norteou e aju i zaram in quér i tos na Justiça do Traba lho para as demissões do s estã veis e dem i t i ram sumar i amente os não estive i s sob a roupagem legal de ausênc i a i njust i f i cada do se r vi ço ou abandono de função . Em vir tude da coaçao i rres i st i vel a que estavam su je i tos, apôs o golpe mi l it ar de 1964, vi t i mas de ve r dade i ras 11 Caçadas 11 pelos Õrgãos de repressão e param i l i tares , mui tos t r aba l hadores fo r am i mpedi dos de reassum i r seus em pr e gos, preocupados, un ic ame nte, com i nco l um i dade f i s ic a e de qua rté i s seus fam ili a r es . Os e nav i os transformados em g ~ les, como o caso do na vi o 11 Raul Soa r es .. fundeado no Estuãrio do Porto de Santos . Nem t odo s, quando tiveram opo r tun i dad e de - 60 -
P A I NE L
se defender, foram reintegr~ dos ou indenizados pela Justl ça do Trabalho. A maioria foi demitida e suas sentenças jã, de hã muito, transitaram em julgado, sem possibilidade de nova apreciação judicial pelo excesso de prazo prescricional. Embora não declarado formal e explicitante, o ajuizamento das ações e as demissões sumi rias tiveram carãter,motivação politica . Este aspecto, esta situação peculiar em que se e~ contraram muitos trabalhadores não tem sido enfocada, especificamente, pelas reivindicações prõ-anistia . O fato de terem sido seus casos apreciados p~ lo judiciãrio, que acolheu a tese de abandono dos empregadQ res e os demitiu nao lhes reti ra o direito de serem abrangi dos, especificamente, pela A nistia. Alem dos trabalhadores demiti dos por decisão judicial, que mantinham vinculo empregaticio com empresas, e os dispensados sem inquéritos, existem muitos que foram vitimas de sindicân cias, inquéritos administrati vos forjados para impedi-los
ao trabalho . Enquadram-se, neste caso, os trabalhadores avulsos, os ser vidores federa i s e estaduais dos portos brasíle í ros e de o~ tras categorias, como os fun cionãriospublicos que não ten do vi nculação de ass1duidade ao serviço e que tiveram cance lados os seus documentos de h~ bilitação ao trabalho e exonerados de suas repartições. Impõe-se, po i s, que as entida des prÕ-an i st i a, também lutem pela reintegração dos trabalh~ dores e funcionã ri os publicas, não atingidos di retamente pelos atos de exceção, que jur i dicamente ou não, perderam seus empregos sob a justif i cativa de aus~ncia ao serv i ço e ex i jam a sua inclusão de forma clara e precisa, em projeto de Anistia . Enfim, que a An i st i a, seja Am pla, Geral e Irrestr i ta,preoc~ pando-se em não de i xar de enfQ car quaisquer s i tuações que e! cluiram trabalhadores de seus amb i entes de trabalho 11 • Sind. Trab . Ind . Dest . Ref . Pe trõleo de Cubatão, Santos e
- 61 -
PAINEL
São Sebastião. Si nd. Trab. nas Inds. de Pani ficação e Confeitaria. Sind. Emp. Adm. Serv . Portuã rios de Santos, São Vicente, Guarujã e Cubatão . Sind. Empreg. Estabelecimentos Bancãrios de Santos. Sindicatos Operãrios de Serviços Portuários. S.:!_nd. Trab. Ind. Grãficas de Santos e São Vicente. Sind. Trab. Ind . Metal Mec. Mat. Eletrico de Santos, São Vicente, Guarujã e Cubatão. Sind. Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujã e Cubatão. Sind. Trab. Ind . do Trigo, Milho e Mandioca. ~ Comitê Brasileiro pela Anis,..... tia/C.B.A. - Baixada Santista.
ma i s diversas e intensas
mani
festações de repÚdio por parte das classes trabalhadoPas . anos
E não é para menos. ApÓs de estudos e promessas de
mo
dernização, a nova CLT não
so
não traz mudanças
~
essenciais
como incorpora uma série de re trocessos implantados após 64, tais como a lei anti-greve
e
o FGTS.
Assim, também,se procura ciliar a volta de
con
negociações
diretas entre patrões e empregados com a manutenção da
vi pal~
gilância C e da Última
vra) governamental: será devol vido o poder normativo ~ Justi ça do Trabalho até o ponto que suas decisões não se
em cho
quem com a polít ica anti-infla cionária do governo. Propõe-se a transferência da prerrogativa de intervenção nos
NOVA CLT REJEITADA PELOS TRABALHADORES
sindica
tos, do Ministério do Trabalho para a Justiça do Trabalho,mas . "" . lntervencloni .. . o prlnclplo sta , herdado do Estado Novo,
fica o
Sem falar nas intervenções pr~ vistas pelas "salvaguardas" in
O projeto de reforma da Conso-
seridas o ano passado na
lidação das Leis do Trabalho , recentemente divulgado governo, vem provocando
Cons
tituição. Anuncia-se a redução
pelo
de quorum para aprovação
as -
62 -
de
PAINEL
greve pelos sindicatos, sem re
desfavoravel para a
aplicação
vogar-se, porém, a lei
4330,
pura e simples da força,
proc~
a lei de greve, nem o
decre
ra outros caminhos para
esva-
to-lei 1. 6 3 2, que proÍbe a gr~
ziar e enquadrar as
ve em "atividades
ções e a mobilização crescente
essenciais"
reivindic~
dos trabalhadores .
e nos serviços pÚblicos. A eliminação da restrição
ao
trabalho noturno da mulher
-
e
E é contra esse tipo de
mano
bra que têm se manifestado
di
uma medida falsamente progres-
versas organizações sindicais,
sista e mal esconde o verdadei
inclusive, com a recusa de
ro objetivo, que é o de
cutir ou apresentar
zir, pela maior
redu
sugestões
ao projeto como alternativa, o
concorrencla, trabalho.
o preço da força de
di~
que vem se propondo é uma
am
Proposta que traz uma vantagem
pla discussão entre os traba -
imediata aos trabalhadores é a
lhadores que permita, de
exclusão do desconto do
xo para cima, a elaboração
INPS
bai de
dos que ganham salário mínimo.
um CÓdigo Nacional de Trabalho
Mas, além de ser pouco signifi
que reflita os reais
cativa, surge mals como
dos trabalhadores.
justificativa para
uma
tangenciar
o verdadeiro problema, que a negativa oficial em
Nessa linha, têm se
é
anselos
posiciona
do inúmeras entidades sindicais
reaJus-
combativas, incluindo
algumas
tar o salário mÍnimo em níveis
articulações horizontais
como
compatíves com as necessidades
as Unidades Sindicais de
Belo
vitais dos trabalhadores
e
Horizonte, Rio Grande do Sul e
preve
Rio de Janeiro. Além d i sso pr~
suas famÍlias, conforme
-
a Constituição.
nunciaram-se os participantes
Em resumo, o projeto da
nova
do 49 Encontro Nacional dos De
CLT nada tem a dizer ao
mOVl
partamentos JurÍdicos, os
mento operário que, nas
suas
cipantes do XV Encontro dos Di
lutas concretas, já o ultrapa~
rigentes Petrolistas, e
sou de muito. Fica
quÍmi6os, e 12 Federações
que o regime, em
evidente conjuntura -
pa~
Petro re
presentando 350 mil trabalhado 63 -
PAINEL
res de Santa Catarina.
de Consol i dação das Le i s do Trabalho pretendendo que os i n teressados, i nclus i ve o movimento sindical, ofereçam suge~ tões e emendas;
Repr~
sentantes de 59 Federações
op~
rárias acompanhados pelo
pr~
sidente da CNTI estiveram
em pr~
BrasÍlia para lavrar seu testo. Igualmente, o X9 Congresso
CONSIDERANDO, no entanto, que o referido anteprojeto vem sen do prepa r ado hã ma i s de cinco anos em meio a um periodo de exceçao quando a i nda não se a nunciava o restabelecimento do Estado de Dir e it o;
Na
cional dos MetalÚrgicos, reali zado em Poços de Caldas, em
J~
lho Último, aprovou por unanlmidade em Assembléia
Geral
Extraordinária uma moçao de re pÚdio ao projeto tal,
. ... cuJa lntegra
governamen se segue
que bem sintetiza a do conjunto dos
CONSIDERANDO, que na elaboração desse Anteprojeto os trabalha dores não tiveram nenhuma pa! ticipação;
e
poslçao
trabalhadores
das d iversas categorias .
CONSIDERANDO, por derrade i ro, que o Antep roj eto mantem a fe i ção corporativ i sta da organ i z~ ção sindical, os bloque i os que impedem o exe rcici o do di re i to de greve, as restr 1ções que d~ sestimu lam a prãt ic a das convenções colet iv as e ma is , mar cante retrocesso, face as con dições jã conquistadas pelos trabalhadores,
O Plenãrio do X CONGRESSO DOS TRABALHADORES NAS INDOSTRIAS METALORGICAS, MEC~NICAS E DE MATERIAL ELtTRICO NO BRASIL, reunido em sessao extraordinã ri a: CONSIDERANDO que a Consolid~ ção das Leis do Trabalho vige~ te acha-se de hã muito superada, impondo-se sua substituição por uma leg i slação capaz de cristalizar as sentidas rei vindicações dos trabalhadores;
R E S O L V E: a - repud i ar o Antep r oj eto de Consol i dação das Le is do Traba lho ex i gi ndo seu a rquivamento,
CONSIDERANDO que o Governo Fe deral anunciou seu Anteprojeto -
64 -
P AI NE L
de modo a nao ser remetido Congresso Nacional;
ao
grupos b - determinar que os de Trabalho e Estudos Técnicos de Direito do Trabalho e de sindicalismo deste Congresso deixem de apreciar teses que possam sugerir o encaminhamen to de emendas tanto ao referi do Anteprojeto como a vigente Consolidação;
, CARTA DE GRAGOATA
Pela primeira vez nos
Últimos
15 anos foi possível reunir re presentantes dos trabalhadores do campo e da cidade de as
.reg1oes
todas
... do pa1s para uma am
pla e democrática discussão so bre temas de interesse da elas
c - determinar que os mesmos Grupos de Trabalho definam os principias que a classe traba lhadora tem afirmado seguidamente, no que se refere i org~ nização sindical e a legisl~ çao do trabalho;
se trabalhadora. Esse encontro que recebeu o nome de Encontro Nacional dos Dirigentes cais, foi realizado em
Sindi Grago~
tá, Niterói, entre os dias 2 e 6 de agosto, contando
com
a
presença de representantes
de
286 sindicatos, entre os quais os lÍderes sindicais mais
re
d - criar, a nivel nacional, uma Comissão que, em conjunto com as demais categorias pr~ fissionais, estude e proponha um CÕdigo Nacional do Trabalho que reflita os reais anseios dos trabalhadores.
Ainda que a chamada "grande 1m
Poços de Caldas, 4 de junho de
nos cinco dias do Encontro,
1979.
le teve enorme repercussao
presentativos do quadro
sindi
cal do país.
prensa" (os grandes jornais revistas) não tenham do uma linha do que
- 65 -
e
divulg~
aconteceu e JU~
'
PAINEL
to aos sindicatos dos trabalha dores. De forma unitária,
os
participantes do Encontro
con
seguiram chegar a
importantes
conclusões sobre os
assuntos
que mais interessam ao
traba-
lhador no momento. No
Último
dia, foi aprovada a Carta Gragoatá, um documento
de que ,
mais que resumir as conclusões do Encontro, define novos mos para o sindicalismo
ru brasi
leiro. Abaixo a Íntegra da Carta apr~ vada pelos trabalhadores:
Reunidos de 2 a 6 de agosto de 1979 em Gragoa tã, Ni terõi, no ENCONTRO NACIONAL DE DIRIGENTES SINDICAIS, representantes de trabalhadores do campo e da cidade de todas as regiões do pais expressam, apõs amplos de bates sobre a situação politico-institucional e econômica, o compromisso de luta pela co~ quista da democracia, insepar~ vel da resolução dos problemas que afetam a vida sindical. E~ tendem, por essa razão, que e essencial para os trabalhado res a plena e integral restau raçao das liberdades democrãti
cas - de imprensa, de expre~ são, de livre associação e or ganização part i dãria - asseg~ rando-se a cada bras i leiro o direito de escolha dos gove~ nantes . Mas, para que a democratização realmente se efetive, consideram indispensãvel que os ca nais de part icipação politica sejam abertos aos trabalhadores de tal maneira que possam exercer a l i berdade e auto no mia sind icais, o direito de greve e a estabilidade no em prego, convertidos em princf ve pios constitucionais que nham a ser aprovados em Asse~ blêia Nac ional Constituinte,ll vremente ele i ta e soberana . Embora tenha sido determinada em grande parte pela ação dos movimentos grevistas que romp~ ram as barreiras legais ã autênt ic a atívidade sindical, a "abertura", como que acena o Governo, procura reduzir os trabalhadores ã condição de me ros espectadores do entendime~ to entre as el ites que prete~ dem assim modelar as transformações politicas segundo seus interesses . - 66 -
P A I NE L
As manobras de marginalização da classe trabalhadora se evi denc i am c la r amen t e no antepr~ jeto de r efo r ma da Consolida ção das Le i s do Tr abalho que reproduz a f il osof i a corporat i vista da leg i slação vigente com o que se pr etende perp~ tuar a subordinação dos Sindi catas ao Estado. Ao repudiar o anteprojeto da CLT, exortam os assalariados das diversas categorias para que, através da sindicalização e da organização nos locais de trabalho, fortaleçam os sindi catas que, no processo de lu ta pela conqu is ta da autonomia e liberdade s i ndicais, deverão ser coordenados por uma Cen tral Onica de trabalhadores. Pressionado pelo povo brasilei ro, o Governo e forçado a r~ cuar, enviando ao Congresso Na cional um projeto de anistia que, embora sendo parcial e restrito, e resu l tado do avanço das forças democrãticas e populares . E devolve a · cidada nia política a centenas de bra sileiros. Ma i s uma vez, porem, a açao governamental discrimi na soc i al e pol i ticamente, po~ -
do ã margem dos benef i c i as da anistia milhares de trabalhado res afastados de seus emprego s pela brutal repressao que se abateu, nos últimos qu i nze a nos, sobre a classe ope r ãr i a . Comprometidos com a luta po r irr es anistia geral, ampla e trita, que liberte todos os presos políticos e rest it ua ãs suas ocupações todo e qualquer brasile i ro afastado por mot i re vos políticos, esperam os presentantes dos trabalhado r es do campo e da cidade que o Con gresso Nacional sa i ba r eflet 1r na discussão e votação do p r~ jeto do Governo o que deseja o conjunto da sociedade bras il e1 ra: desmantelamento dos apar~ lhos de repressão, revogação das leis e medidas de exceçâo o Em suma, a abolição do reg i me de exceção em todos os pla nos . Com base no princípio de plena liberdade de organização de partidos polít i cos, i nerente ao regime democrãt i co, defendem o pluralismo plít i co. Por con seguinte, denunc i am e se opõem firmemente ãs tentativas de e x tinção dos atuais part i dos po r ato de força governamental qual 67 -
P A I NEL
quer que seja o pretexto utill zado para esse fim . A liberdade de organização partidaria porque lutam deve assegurar aos trabalhadores, assim como ãs demais forças e classes so ciais, o direito de se expres sarem atraves de partidos. Ao condenar o 11 modelo econômi C0 11 , alertam para o risco de 11 que a politica de economia de guerra 11 venha, na realidade~ a representar, a pretexto de co~ bater a inflação, um instrumen to de sustentação da politica de arrocho salarial - resgua! dando, no entanto, os lucros dos oligop6lios nacionais e estrangeiros. Para enfrentar tal situação,d~ vemos começar, desde jã, em t~ dos os locais de trabalho, uma ampla campanha df mobilização e conscientização politica · s~ bre os significados sociais da estratégia de recessão econômi
ca, de modo que estejamos preparados, se necessãrio, a re correr a greve geral.
-
Entendem os representantes dos trabalhadores do campo e da ci dade de todas as regiões do pais que o efetivo combate ã inflação repousa na recupera ção da econom i a, fundada num programa de gastos em habita ção popular, transportes cole tivos e urbanos, educação, saQ de, lazer e saneamento bãs i co. Para isso, torna-se indispensãvel a promoção das reformas financeira e tributãria. Sustentam tambem que a dinam i zação da agricultura, com ju~ tiça social, s6 serã efetiva com a promoção da reforma agr~ ria. PELO PROGRESSO E BEM ESTAR DO POVO BRASILEIRO; PELA UNIDADE DE TODOS OS TRABA LHADORES. Gragoatã,06 de agosto de 1979.
- 68 -
I
SERVICO ~
A Comissão PrÓ-Indio está aber
- PRO-INDIO COMISSAO OBJETIVOS E ATIVIDADES
ta
les que tenham contatos ou
ln
formações sobre populações
ln
dÍgenas ou queiram
divulgar
trabalhos relacionados A idéia de formação
da
são PrÓ-Indio surgiu
são
Paulo, em agosto de 1978, do antropÓlogos de todo o
o
se
Todo o apoio e espaço que
qua~
sil discutiram a minuta do
com
assun~o.
Comis
em
aqu~
à colaboração de todos
puder conseguir para
divulgar
Bra ·
a luta dos Índios se tornam im
pr~
portantes e necessários, pois,
jeto do governo que propunha a
somente com permanente
emancipação das comunidades in
zação, poderemos evitar
dÍgenas, concluindo
sua
investidas que ameacem as
li
de
berdades e direitos destes
p~
pela
condenação e necessidade
uma luta centralizada em favor
dente, que se propoe
um espaço urbano para
Material
indepe~
a
à disposição: -
tico "Pela Demarcação das
cr1ar
plá~
ter
ras indÍgenas".
divulg~
poster-calendário/79;
ção dos problemas e reivindic~ ções dos Índios, precisam do apoio de todos os setores (en
- jornal - um número saÍdo
estudantes e população em e
em
78, de apresentação da Comis são e outro saÍdo em 79,
tidades, associações,profissi~ nais liberais, indigenistas, ral) para concretizar
novas
vos.
dos interesses indÍgenas. Como entidade livre e
mobili
clusivo sobre os
ex
Kaxinauá-A
cre;
g~
avan
- Boletim Nimuendajú (que
çar nessas propostas.
ca ocupar o espaço
-
69 -
que
bus a
S E RVI ÇO
grande irnpre
,;a_
se nega a dar
à questão indÍgena e
criar
tar as lutas na sua
autentici
dade, através dos manifestos e
uma nova consciência pÚblica
documentos originais e dos
a respeito da vida do
gistros na imprensa. Para faci
Índio
brasileiro e seus problemas); - livros : - "VÍtimas do
Mila-
litar a consulta, as
matérias
encontram-se agrupadas de do com os seguintes
gre - Shelton Davis - " - " O Indio cor de Rosa " - OrÍg~ nes Lessa .
re
aco~
tópicos:
Sindicalismo e conflitos traba lhistas, Terra de morar, Terra
Sede: Rua da Lapa, 120/908 Cen
de plantar, Anistia,
Censura
à imprensa, Movimento estudan-
tro - Rio de Janeiro - RJ.
til. Fundada em agosto de 1977,
a
SDDH apresenta já um considerá
DOCUMENTO E RESISTENCIA
vel rol de serviços
prestados
ao movimento popular. Edita
o
jornal mensal "Resistência" e, além de empunhar as A Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
a
caba de publ icar urna coletânea sob o título "Povo do Pará Manifesta - 1976/79" , que ça um panorama das lutas ais travadas pelo povo
tra soc1
parae~
se nos Últimos três anos. posto por material já
se
Co m
public~
do, a id~ia básica foi aprese~
- 70 -
grandes
bandeiras populares de âmbito nacional, promove
perrnanent~
mente atividades de
subsÍdio
e apoio às lutas locais e
re
gionais, tais corno a prestação de serviços técnicos e cos, e a promoção de palestras, etc., sobre de interesse popular. Seu endereço é:
jurídi debates, ternas
SERVIÇO
Av. Pedro Miranda, 1556 - Pará
lar", que melhor exprimem as
Belém, para onde podem ser
en
viadas cartas e encomendas
de
déias que ela foi formando a través de sua vida e de sua lu
l.
ta junto ao povo boliviano. Es
publicações.
ses trechos são acompanhados de depoimentos e comentários trabalhadores e
-
de
trabalhadoras
brasileiros sobre os mesmos as
CADERNOS DE IDEIAS DO POVO TRABALHADOR
suntos, o que já significa o a tendimento e concretização
da
exigência de Domitila de
que
à
elas
"este depoimento volte
se trabalhadora para que, Com o caderno n9 l -
"Demiti-
ju.!!.
tos, operários, lavradores, do
la"; o Centro de Reflexão e D9_
nas de casa,todos inclusive
cumentação -
juventude e os intelectuais que
(CRD) de Goiânia,
lnlcla uma série trimestral de
querem estar conosco,
publicações sob o título geral "Cadernos de Idéias do
pretendia
"devolver ao povo
trabalhador
o pensamento que nasce
dele
mesmo, através de suas
pr9_
e verifiquemos os erros que c9_
-
corrigindo esses erros,
nos
mos os instrumentos que
-
-
melho fazem
falta e melhorar nossa luta".
tre
chos do depoimento da
bolivia
na Domitila Bamios de
Chunza
ra, do livro "Se me Deixam
que,
res no futuro ... criar nós mes
. serle
consiste numa seleção dos
metemos no passado para possamos fazer coisas
prias lutas". Esse primeiro número da
recolha
mos as experiências,analisemos
Povo
Trabalhador", que
a
Ao contrário da publ ic ação ant e rio do CRD, intitulada "19 maio: Lutas e Vitórias da
Fa
-
71 -
de elas
S ERV I ÇO
se trabalhadora" e que era des
A idêia partiu de uma série
tinada à massa, o presente
ca
profissionais que sentindo a ne
estu
cess i dade de prestar serviços à
derno é mais um livro de
do e, portanto , como lembra
a
de
indag~
classe trabalhadora por
circular do CRD , "serâo as lid~ ranças lo c ais que pensara·o a
classe, re s olveram fundar o CET
manelra mais ad e quada p a ra dis
que alêm de publicar os caderni
cuti-lo e aprofundá - lo nas suas
nhos , prestam servlços
bases " .
de pesquisas, cursos,
Outra iniciativa do CRD o lançamento em setembro
. pro -
mesma
ções que partiam dessa
atravé s bibl i ote
ca , arqulvo para consulta e
p~
blicações .
ximo de um pacote contendo uma
O CET já editou as seguintes p~
fita-cassete gra vada com 20 mú
blicações que poderão ser adqui
sicas de lavradores de
ridas
Goiás
à Rua Josê Brandão,
564
e os livrinhos com as respecti
Barre i ro de Baixo, Belo Hor i zon
vas letras .
te , Mi nas Gera i s.
O endereço do CRD
.. e:
Cadernos do CET - Sêrie
Traba-
Centro de Reflexão e Document a
lho:
ção - Caixa Postal
l ) Sa l ár i o e Custo de Vida;
646
74 . 000 - Goiâ nia - Goi á s - GO .
2)
O Traba l hador e o Transpo rte Coletivo;
3 ) Quando as Máqu i nas Param;
..
4) A maqulna de fazer dinhe i ro; 5) A Força do Operár io no Sind i
CET - CENTRO DE ESTUD ~ S DO TRABALHO
cato. Cadernos do CET - Sêr i e
O CET - Centro de Estudos
Hi stó-
do
trabalho, é uma associação que
l ) O Primeiro de Ma i o
faz e publi c a revistinhas
que
Edição Esp e cial: A
falam s o bre os problemas
dos
história da greve dos o perários
trabalhadores .
da construção civil. - 72 -
verdad e i ra
EQUIPES LOCAIS REGIONAL NORTE Escritório de Belém Rua Berna I do Couto n? 1329 (0912) 22.0318 66.000 - Belém- PA Escr itório de Cametá Praça dos Notáveis n? 38-B 68.400 - Cametá - PA Escritório de Santarém Rua 24 de Outubro n? 1059 68.100- Santarém- PA Escritório de St. Antonio de Tauá Rua Pres. Vargas n? 102 68.786- Sto Antonio de Tauá Escritório de Santa luzia Av. Newton Bello n? 1032 65.390- Santa luzia - MA REGIONAL NORDESTE Escritório do Recife Rua Cedro 52 Casa Amarela (0812) 268-3242 50.000 - Recife - PE Escritório de Garanhuns Av. Rui Barbosa n? 200 2392 55.300 - Garanhuns - PE Escritório de Fortaleza Rua Francisca Clotilde n? 680 Porangabaçú 60.000 - Fortaleza - CE REGIONAL SUDESTE-SUL E$critório de São Paulo Rua loefgren n? 1651, Casa 6 (011) 549.3888 04.040 - São Paulo - SP Escritório do Rio de Janeiro Rua 2 n? 201 - Acari (021) 350.1130 21.530- Rio de Janeiro- RJ Escritório de Vitória Rua 7 de Setembro n? 529 (0272) 223.7436 29.000 - Vitória - ES Escritório Porto Alegre Rua Gaspar Martins n? 470 (0512) 25.0787 90.000 - Porto Alegre - RS
g
FASE
Federação de Orgãos para Anistência Social e Educacional Escritório Nacional: Rua das Palmeiras, 90- ZC 01 Tel.: (021) 286-6797 e 286-6134 22.270- Rio de Janeiro (RJ)