CARTILHA 1
Realização:
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APRESENTAÇÃO A Associação Reciclázaro, por meio do Centro de Formação Profissional e Educação Ambiental (CEFOPEA), apresenta diversas ideias ambientais como: • emprego de diferentes técnicas para produzir alimentos em ambientes urbanos sem a utilização de agrodefensivos; • consumo consciente focado no processo de descarte, triagem e reciclagem de resíduos sólidos seco; • processo de descarte e tratamento de resíduos sólidos úmido (orgânico); • experimentação da natureza por meio do jardim dos sentidos. Todas essas ideias visam ensinar, proteger e interagir com o meio ambiente; melhorar a qualidade de vida das pessoas; apresentar possibilidades para geração de renda – ou auxiliar na economia doméstica – e podem ser realizadas em qualquer espaço, inclusive na sua casa! Neste contexto, o Projeto Ser Sustentável e a equipe do CEFOPEA trabalharam incessantemente este último ano com o objetivo de sensibilizar e divulgar essas ideias ambientais, “plantando uma sementinha” dentro de cada visitante. Este, por sua vez, se tornou um multiplicador e facilitador deste conhecimento dentro de sua casa e comunidade, mobilizando toda a população a agir de forma positiva em proteção ao meio ambiente e à cidadania. Outro objetivo específico deste projeto, ao receber escolas da rede pública de educação, foi potencializar ações ambientais desenvolvidas nas escolas, bem como possibilitar a realização de atividades práticas alinhadas aos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
EXPEDIENTE
Colaboradores Coordenação do Projeto Camille Carletti Responsável técnico Natalia Kaori Araki Assistentes administrativos Viviane Gonçalves e Deborah Gonçalves Instrutores técnicos Natalia Araki e Estefany Uchoa Equipe Fábio Oliveira, Diego Oliveira, Leandro Ferreira, Wellington Orpheu, Erica Cardoso, Wagner dos Santos, Nadilson Leal, Emely Parise Parceria Cooperativa Vitória do Belém Padaria Pão de Moça Textos Natalia Kaori Araki Projeto gráfico Nando Rodriguez Revisão Caroline Franco Imagens Rômulo Henrique Santana Arquivos / Divulgação
ÍNDICE
Produção de alimentos • Estufa de mudas...........................................................................6 • Hortas urbanas.............................................................................8 • Hortas domésticas......................................................................9 • Vamos montar uma horta!.....................................................10 • Aquaponia...................................................................................14 Consumo consciente • Reciclagem..................................................................................16 • Compostagem...........................................................................24 • Vamos montar uma composteira?......................................26 Experimentando a natureza • Jardim Sensorial........................................................................32
PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ESTUFA DE MUDAS De onde vêm as plantas? Todas as plantas vêm de sementes que, quando brotam, se tornam mudas. Estas mudas, quando se tornam adultas, produzem mais sementes que serão dispersas na natureza de diversas formas, tais como: • pelo vento (anemocoria); Exemplo: dente-de-leão (Taraxacum officinale). • pelos animais (zoocoria); • ingestão do fruto e liberação da semente (endozoocoria).; Exemplo: melão-de-são-caetano (Momordica charantia). • transporte de fruto e semente acidentalmente (epizoocoria); Exemplo: picão-preto (Bidens pilosa). • por elas mesmas, quando os frutos “explodem” (autocoria); Exemplo: beijinho (Impatiens walleriana). • pela água (hidrocoria); Exemplo: coco (Cocos nucifera). A maior parte das hortaliças que comemos são plantadas e cuidadas em estufas de mudas. Durante esta etapa da vida, a germinação, as plantas são sensíveis e necessitam de cuidado redobrado. Vulneráveis, acabam servindo de alimento para diversos animais em virtude de seu alto valor nutritivo.
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O que é uma estufa de mudas? Uma estufa é um local que também pode ser utilizado para a produção de alimentos. É geralmente coberta e protegida, o que permite não apenas controlar condições ambientais como temperatura, intensidade solar e umidade, como também oferece proteção contra a ação de diversos animais.
Sementes
Sementes
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PRODUÇÃO DE ALIMENTOS HORTAS URBANAS São classificadas como hortas urbanas as produções de alimento realizadas em casas, praças e jardins. Existem diversas técnicas e estruturas para se montar uma horta na cidade, sendo as mais comuns: • hortas em vasos e jardineiras; • hortas suspensas em telhados e paredes verdes; • hortas em canteiros nas praças e jardins;
Ref.: decorfacil.com/hortas-suspensas
• hortas em janelas, quintais e varandas, etc.
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HORTAS DOMÉSTICAS Já pensou em produzir verduras, legumes e temperos na sua casa?
É possível ter sua própria horta em casa, por meio de técnicas que vão além da tradicional horta no chão (canteiros). É fácil e prático (veja o passo a passo adiante). Ao criar a sua horta você: • terá uma alimentação mais saudável com verduras, legumes, ervas e temperos sem agrodefensivos*; • terá a comida mais elogiada da vizinhança, pois os ingredientes serão mais frescos que da feira; • você conseguirá economizar nas compras; • aproveitará o tempo que vai passar no plantio e manutenção como um momento terapêutico e antiestresse, além de ser elogiado por ter um espaço verde em casa.
FIQUE ALERTA! * O que são agrodefensivos? São produtos químicos utilizados na agricultura convencional para controlar e/ou combater pragas e doenças nas plantações. A maior parte são produtos tóxicos que prejudicam a saúde humana e da natureza. Por isso, seu uso é restrito e controlado por órgãos fiscalizadores competentes.
TOME NOTA Não usar agrodefensivos não torna sua horta orgânica. Neste tipo de cultivo é utilizado um sistema de manejo sustentável, que visa a preservação ambiental, a biodiversidade local, a qualidade de vida do homem nos âmbitos social, ambiental e econômico.
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PRODUÇÃO DE ALIMENTOS
Vamos montar uma horta!
Faça uma horta com material reutilizado! Simplesmente porque ela pode ser feita com a reutilização de diversos tipos de recipientes, como: caixa de feira (madeira ou plástico), latas de alumínio, garrafas pet, saco de ráfia, entre outros.
Siga os próximos 8 passos para você conseguir ter uma horta na sua casa!
Existem várias técnicas de plantio que podem ser realizadas em qualquer recipiente. Tudo depende dos recursos (materiais e dinheiro) disponíveis.
LISTA DE MATERIAIS: Alguns exemplos de recipiente são: caixa de plástico ou madeira, vaso, jardineira, garrafa PET, pote de sorvete, etc. A sua escolha depende da disponibilidade do material e do espaço que você terá para montar a sua horta.
Se o recipiente for pequeno, não é necessário.
• recipiente ; • saco de ráfia ou manta bidim (opcional) ; • argila expandida ou pedra; • terra preta ou terra fertilizada; • mudas (preferencialmente orgânicas)
Pode ser usado qualquer tipo de terra. No entanto, terras de cores mais escuras tendem a ter mais matéria orgânica em sua composição, portanto, são mais recomendadas para o plantio de hortas domésticas.
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de hortaliça, legume ou ervas desejadas • matéria seca (folhas, palha ou capim seco).
Deixe todo o material ao seu alcance para facilitar as etapas.
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Escolha um recipiente e limpe-o. Caso queira, é possível customizá-lo nesta etapa.
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Forre o lado de dentro da caixa com o saco de ráfia ou a manta bidin.
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Coloque uma fina camada de argila expandida ou pedra (aproximadamente da altura), para auxiliar na drenagem da água e manutenção da umidade ideal na terra da horta. DICA 1 Pode-se cobrir a camada de argila com um pedaço retangular de saco de ráfia. A perda de terra e nutrientes, carregados pela água, pode ser minimizada com esta camada.
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Preencha com uma camada de terra preta ou fertilizada em cima da última camada, até a sua superfície (boca), do recipiente.
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Faça berços (buracos) ao longo da caixa. A distribuição das mudas varia conforme o tamanho final da espécie plantada e o tamanho do recipiente.
Vamos plantar as mudas!
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É só colocá-las dentro do berço e cobrir com terra suas raízes. Lembre-se de deixar espaços entre as mudas para que elas possam crescer e se desenvolver.
Faça uma camada de matéria seca, cobrindo a superfície da terra, para ajudar a manter a umidade e auxiliar na nutrição do solo.
DICA 2 Cuidado para não cobrir as mudas recém plantadas!
Vamos regar!
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Jogue água até ela começar a sair por baixo da sua horta.
DICA 3 A quantidade de água e de rega depende da espécie escolhida e do local onde a sua horta ficará. Sempre verifique a umidade do solo antes de regar. Se estiver úmido, não precisa regar. 12
OUTRAS DICAS:
Pode ser misturado húmus de minhoca na terra para deixá-la mais fertilizada, isto é, com mais nutrientes para sua muda crescer. Pode colocar a sua horta em prateleira, mesa, parapeito da janela (cuidado para Os pedaços excedentes de saco de ráfia podem ser cortados ou dobrados para dentro, deixando a sua horta mais bonita e convidativa.
O desenvolvimento de espécies tuberosas (cenoura, batata, beterraba, rabanete, nabo, etc.) está
condicionado à altura da horta montada.
não deixar onde ela caia!)
ou mantê-la no chão. Também é possível facilitar a mobilidade da horta colocando-a sobre um suporte com rodas. Para um melhor crescimento, recomenda-se que as hortas fiquem em locais com pelo menos 4h de sol por dia.
Para controle de pragas e doenças, recomenda-se realizar técnicas de produção em consórcio (mais de um tipo de planta na horta) e controle
A adubação com húmus ou composto (adubo natural) da horta está condicionada à possibilidade de ter uma composteira em casa. Evite usar adubação química, a não ser que seja estritamente necessário.
biológico.
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PRODUÇÃO DE ALIMENTOS AQUAPONIA
Outra forma de produzir alimentos que foi ensinada durante as visitas monitoradas e pode ser reproduzida em sua casa é a aquaponia.
O QUE É AQUAPONIA? A aquaponia é um sistema que integra a produção de hortaliças, legumes, temperos e ervas com a cultura de peixes. Nele ocorre um ciclo fechado da água, no qual a água que sai dos peixes está rica em nutrientes, é filtrada pelas raízes das plantas e volta aos peixes. No meio deste caminho da água, há as bactérias que auxiliam na biodisponibilização dos nutrientes, especialmente dos elementos nitrogenados, para que ocorra a absorção pelas plantas.
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A produção alimentar neste sistema possui diversos benefícios, como: • economia de até 98% da água quando comparada com a produção convencional; • dobro de eficiência no desenvolvimento das hortaliças, legumes e ervas; • aumento considerável da produtividade de legumes, ervas e temperos; • requer pouco espaço para sua implantação; • é de fácil manutenção; • não utiliza agrodefensivos para manutenção da hortas, pois pode prejudicar os peixes; • pode ser montada com baixo custo.
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CONSUMO CONSCIENTE RECICLAGEM Você sabe o que é reciclagem? RECICLAGEM (re = de novo • ciclagem = ciclo) É manter ou colocar no ciclo o resíduo* gerado nele. Isto é, é transformar - através de ações físicas e químicas - um material já usado e dar outro ou novo uso a ele.
Peraí... O conceito de reciclagem é diferente de reutilização. Na reutilização nós damos outro destino/uso ao material, não sendo necessário passar por transformação física e química para isso.
VOCÊ SABIA? * Resíduo é o popularmente chamado, lixo. Isto é, o material que será descartado, pois não tem mais utilidade para você.
Vamos pensar... Por exemplo, o papel sulfite branco que você usa vem, provavelmente, de áreas de reflorestamento. Se você jogar esse papel fora, no lixo comum, você vai encher mais rápido o aterro**. Mas, se você separá-lo corretamente com os recicláveis, ele voltará para a cadeia produtiva e será utilizado como matéria-prima para produzir novos tipos de papéis.
** O que é um aterro?
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O aterro é um local estruturado e próprio para a deposição/acúmulo de resíduos (popularmente chamado de lixo) que são gerados na sua casa, em uma indústria, em um hospital, etc. Conforme legislação, os aterros são classificados de acordo com o tipo de material que recebem: aterro sanitário, aterro controlado e aterro industrial.
Por que é importante reciclar? Com a separação e correta destinação do material reciclável acontece: • diminuição do volume de lixo acumulado diariamente nos aterros; • redução de extração de recursos naturais, que são matéria-prima; • aumento da utilidade do material ao longo do seu ciclo de vida; • inserção da longevidade do resíduo como aliado do meio ambiente, pois ele pode entrar na cadeia produtiva de reciclagem várias vezes; • proteção da natureza; • redução de resíduos que seriam lançados na rua, rios, esgotos, etc.; • geração de renda às pessoas que trabalham com material reciclado; • contribuição com a limpeza da sua cidade, dentre outras consequências positivas.
COMO FUNCIONA? Você é que inicia o processo de reciclagem, na sua casa mesmo, com a separação entre os materiais recicláveis*** e os não recicláveis. Isso é chamado de coleta seletiva.
*** Lembre-se! Sempre descarte o seu resíduo limpo! Exemplo: a caixinha de leite deve ser lavada antes de ser descartada!
Seu material reciclável deve ser destinado corretamente para a coleta seletiva, para que a reciclagem ocorra. As Centrais de Triagens, espalhadas pela nossa cidade, farão a separação desse material e estes resíduos já triados serão encaminhados para as empresas recicladoras fazerem seu beneficiamento.
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CONSUMO CONSCIENTE RECICLAGEM Afinal, como acontece essa transformação nos principais materiais recicláveis? Os principais materiais recicláveis que temos em casa são:
1 - METAL Quase todo resíduo de metal é reciclável. No final da reciclagem, ele é transformado em outro recipiente de metal, estrutura de metal, fios e cabos de metal, etc. Metal reciclável: latas de alumínio, tubos de pasta de dente, papel alumínio, ferro, aço, panelas sem cabo, chumbo, arames, fios, cobre, objetos de metal, tampinhas de garrafa, etc. Metal não reciclável: agulha de seringa usada, pilha, baterias, celular, esponjas de aço.
VOCÊ SABIA? O metal demora mais de 200 anos para se decompor na natureza!
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2 - PAPEL Um dos materiais que mais utilizamos em nosso dia a dia, o papel provém da celulose retirada de árvores. Deste modo, a reciclagem de papel cuida da natureza ao diminuir o corte de árvores e de áreas para o cultivo de monoculturas de arbóreas para este fim. Além disso, diminui o uso de água e de energia elétrica para o cultivo e processamento do tronco da árvore em papel. Sua reciclagem tem como produto final um novo papel. Papéis recicláveis: jornais, revistas, folhas de caderno e sulfite, calendários, envelopes, rascunhos, formulários, papelão, papel de presente, embalagens de papel (caixa), papelão, papel reciclado, cartões, papéis de propagandas, caixas longa vida, catálogos telefônicos, livros, etc. Papéis não recicláveis: fita crepe, papéis metalizados, parafinados, carbono, fotográfico, sanitários e de bala, embalagens de biscoitos, lenços de papel, guardanapos, etiqueta adesiva, bituca de cigarro, papéis engordurados, papel higiênico, papel vegetal, fotografias.
VOCÊ SABIA? Dependendo do tipo de papel, o seu ciclo de vida na natureza é de mais de 3 meses.
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CONSUMO CONSCIENTE RECICLAGEM
3 - PLÁSTICO O plástico é um dos materiais mais utilizados no mundo e, consequentemente, um dos resíduos mais abundantes também. Existem diversos tipos de plástico e cada um deles se transforma, após a reciclagem, em muitos outros novos produtos. Exemplo de produtos feito com plástico beneficiados: potes diversos, garrafas, camisetas, acessórios de escritório, capas, embalagens de limpeza, sacolas plásticas, vassouras, fibras para carpete, mangueiras, peças de automóveis, conduítes, funis, bandejas, etc. Plásticos recicláveis: caixas longa vida, garrafas PET, copos e pratos descartáveis, potes diversos, embalagens de alimento em geral, sacolas plásticas em geral, brinquedos, baldes e bacias, embalagens de cosméticos e limpeza em geral, canos de PVC, tampas de embalagens, isopor limpo, etc. Plásticos não recicláveis: plástico tipo celofane, fralda descartável, absorventes, espuma, cabo de panela, tomada, adesivos e fitas adesivas, embalagens com material corrosivo ou tóxico, seringas usadas, espuma vinílica acetinada (EVA).
VOCÊ SABIA? O plástico pode demorar mais de 40 anos para se decompor na natureza!
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4 - VIDRO O vidro é 100% reciclável e, no final do processo produtivo, se transforma em novo recipiente de vidro, componente de pavimentação, espuma de vidro, fibra de vidro, componente de tintas reflexivas, garrafa, jarra, potes variados, etc. Vidros recicláveis: garrafas, potes, frascos, utensílios de cozinha, vidro laminado, vidro temperado, cacos de vidro, etc. Vidros não recicláveis: frascos de remédio, lâmpadas fluorescentes, lente de óculos.
VOCÊ SABIA? O ciclo de vida do vidro é de mais de 4000 anos! Isso mesmo, mais de 4 mil anos!!
5- ORGÂNICO O resíduo orgânico também é reciclável. E a reciclagem dele ocorre naturalmente, como você poderá ver na próxima seção, que abordará sobre a compostagem.
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CONSUMO CONSCIENTE RECICLAGEM
6- ELETRÔNICOS A reciclagem de eletrônicos ocorre, na verdade, com seus componentes internos e da carcaça. Eletrônicos recicláveis: tv, rádio, aparelhos de informática, eletroeletrônicos, etc.
7- RESÍDUOS ESPECIAIS Alguns resíduos gerados na sua casa são considerados especiais. Isso principalmente porque eles contêm substâncias tóxicas e metais pesados que podem não só contaminar o meio ambiente, mas causar impacto na saúde das pessoas. Para estes tipos de resíduos, há ecopontos específicos que realizam a coleta. Resíduos especiais: lâmpadas fluorescentes, pilhas, baterias e celulares.
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8- ÓLEO DE COZINHA USADO É o resíduo gerado ao se fazer um alimento, geralmente frituras, e não deve ser descartado nos ralinhos de pias e/ou tanques, pois pode entupi-los rapidamente além de contaminar os lençóis freáticos. Ele deve ser armazenado numa garrafa PET ou num pote similar e pode ser entregue nas cooperativas de reciclagem.
9- LIXO COMUM É todo o resíduo gerado na sua casa e que não se encaixa nas características anteriores. Após a coleta deste material, ele é encaminhado para um aterro.
LIXO
Exemplo: papel higiênico, fraldas descartáveis, absorvente descartável, lenços de papel, peças de roupas e calçados*, porcelana, cerâmica, fitas de tecido, rolha de vinho, espuma vinílica acetinada (EVA), esponja de limpeza ou de aço, metal enferrujado, fita crepe e adesivas, saco de cimento, papel laminado, guardanapos e papel toalha com restos de alimento/engordurado, fotografias, acrílico, lente de óculos, etc.
SOLIDARIEDADE * Se a roupa ou calçado estiver em condições de uso, por que você não doa a quem precisa?
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CONSUMO CONSCIENTE COMPOSTAGEM
COMPOSTAGEM
Do mesmo modo que há a reciclagem dos resíduos secos, também existe a dos materiais orgânicos.* Ela é feita por meio de um processo natural chamado compostagem, em que atuam diversos organismos, como fungos e bactérias, principalmente minhocas e outros invertebrados detritívoros**.
* Matéria orgânica são restos de vegetais e de animais.
** Invertebrados detritívoros: animais sem vértebras, principalmente dos filos Annelida e Arthropoda, que se alimentam de material em decomposição.
O QUE É COMPOSTAGEM? A compostagem é uma técnica de decomposição do material orgânico, no qual o material úmido e o seco são dispostos em camadas intercaladas e, com a ajuda de bactérias, fungos, minhocas e outros invertebrados detritívoros, todo o material se transformam em adubo natural. Este mesmo processo, realizado preferencialmente pelas minhocas, é chamado de minhocário ou vermicompostagem. No final desta variação, temos produtos como o húmus e o chorume.
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VOCÊ SABIA? Adubo natural: também chamado de composto e húmus – conforme a técnica de produção realizada – quando misturado com terra, deixa o solo muito mais rico em nutrientes para o pleno desenvolvimento das plantas, inclusive, das suas hortas.
COMPOSTEIRA HORIZONTAL
COMPOSTEIRA VERTICAL
POR QUE? Como produto final da compostagem nós temos: • o composto, que é rico em nutrientes e recomendado para melhorar o solo ou a terra de hortas, vasos e jardins; • o chorume, que diluído em água, torna-se ótimo biofertilizante às mais variadas espécies de plantas e também pode ser utilizado para prevenir a ação de alguns insetos ao ser borrifado nas plantas; • o húmus, que misturado com a terra propicia um melhor desenvolvimento das plantas.
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CONSUMO CONSCIENTE
Ilustração: David Calil • Revista Mundo Estranho • Ago/09
Vamos montar uma composteira doméstica? O minhocário é a técnica mais recomendada para se ter uma composteira doméstica. LISTA DE MATERIAIS: • • • •
2 baldes com tampa*; furadeira; 1 torneira e acessórios; compasso.
3cm
1
No lado de fora do fundo de um dos baldes, faça uma demarcação como no esquema ao lado, deixando uma margem de 3 cm.
3cm
2
Dentro do círculo, faça vários furos (de 10 a 20 furos, dependendo do tamanho do balde).
CAIXA DIGESTORA
2cm
3
Pegue o outro balde e, na tampa, faça outra demarcação como no esquema ao lado, deixando uma margem de 2 cm.
5
2cm
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CAIXA COLETORA
Corte e retire o círculo da tampa.
1,5 cm
Em uma das laterais, respeitando a altura de 1,5cm da base, faça um furo para a torneira acima.
TOME NOTA 26
Acrescente mais um balde, como Caixa Digestora 2, e você poderá enchê-la após encher a Caixa Digestora 1.
6 Está pronto sua composteira de dois níveis!
*A montagem da composteira doméstica pode ser feita com qualquer tipo de recipiente fechado, empilhável e com tampa como: balde, caixa, lata, galão de água, garrafa pet, etc., sendo recomendado utilizar recipiente de plástico.
COMO ENCHER SEU MINHOCÁRIO? LISTA DE MATERIAIS: matéria úmida (ou verde) • matéria seca (ou marrom) • minhocas californianas
Deixe todo o material ao seu alcance para facilitar as etapas.
1 Na Caixa Digestora 1, prepare uma cama de minhocas (uma camada das minhocas californianas).
DICA 1 Por que utilizar as popularmente conhecidas minhocas californianas vermelhas (Eisenia andrei)?
Porque elas: • se adaptam facilmente a esta forma de criação; • se alimentam bem (equivalente ao seu peso) de matéria orgânica e produzem húmus rapidamente; • se reproduzem rapidamente, a cada 3 a 7 dias; • se adaptam às variações de temperatura entre o verão e o inverno.
2 Coloque uma camada de matéria úmida.
DICA 2 Não se preocupe em encher toda a Caixa Digestora de uma única vez, pois o objetivo é você ir enchendo conforme seu consumo de frutas, verduras e outros resíduos orgânicos que podem ser compostados.
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3
4
Adicione uma outra camada de matéria seca, cobrindo a camada anterior.
Repita os passos 2 e 3 até preencher a Caixa Digestora 1.
5 Quando encher a Caixa Digestora 1, você pode trocar a posição da Caixa Digestora 2, deixando-a em cima da Caixa Digestora 1.
6 Comece a encher a Caixa Digestora 2.
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7 Na Caixa Coletora, conforme for juntando o chorume (um líquido marrom), você pode ir retirando pela torneira instalada.
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Após 3 a 4 meses você pode retirar o seu húmus.
CUIDADOS: • Fique atento com a umidade dentro do minhocário! Se ele estiver muito úmido*, pode deixá-lo destampado, adicionar e misturar mais matéria seca com o que já está na caixa. • Mantenha o minhocário em ambiente arejado, protegido do sol e da chuva.
* Para ver se está muito úmido, pegue um pouco do húmus na mão e aperte. Se gotejar, acrescente mais matéria seca.
O que pode ou não pode entrar em uma composteira? • plantas, ou partes, mortas doentes • frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi, maracujá, acerola, etc) • cebola, alho, sal, vinagre, óleos, gorduras e pimenta • restos de comida cozida temperada • matéria úmida / verde
• alimentos fritos ou com gordura
• restos crus ou cozidos e sem tempero de verduras,
• salada temperada
legumes, frutas, temperos, ervas e outros vegetais
• carnes vermelhas e brancas, espinhos, ossos
• plantas, ou partes, mortas e que não estavam doentes
• leites e derivados
• borra de café (com moderação)
• comida industrializada
• filtro de café e saquinhos de chá
• bebidas em geral
• casca de ovo (com moderação)
• resíduo de banheiro
• arroz branco cozido
• cocô e xixi de animais domésticos
• pão assado (com moderação) • matéria seca / marrom • folhas e flores secas
(cachorro, gato, hamster, camundongo, peixe, etc.) • madeira tratada com verniz, cupinicida ou outros produtos químicos
• galhos secos triturados
• cinzas
• serragem e pó de serragem
• papel branco, de revistas, de jornais
• guardanapo, papelão e papel marrom (com moderação)
• materiais inorgânicos em geral
CONSUMO CONSCIENTE
TABELA SIMPLIFICADA
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USO DO CHORUME (Biofertilizante) O chorume retirado da Caixa Coletora é um líquido rico em nutrientes concentrado que, quando diluído, pode ser utilizado como biofertilizante para suas plantas. Essa diluição é ideal para uma melhor absorção dos nutrientes pelas plantas, evitando que as folhas fiquem queimadas.
Esquema para entender a diluição do biofertilizante Dilua o chorume com água na proporção: • 1 parte de chorume + 5 a 10 partes de água; • Regue a sua planta a cada 7 a 10 dias; • Caso prefira pulverizar as folhas, filtre o biofertilizante diluído e utilize um borrifador de sua preferência.
RETIRADA DO HUMUS • Após fechar uma Caixa Digestora, aguarde de 3 a 4 meses para retirar o húmus (dependendo da matéria úmida utilizada); • Para separar o húmus das minhocas, passe o conteúdo da Caixa Digestora por uma peneira; • O produto que passar pela peneira é o húmus* que, poderá ser utilizado como adubo/fertilizante nos vasos, hortas, canteiros, etc.; • Recoloque as minhocas de volta na Caixa Digestora. • Agora, a caixa está vazia e você poderá enchê-la novamente! *O húmus pode conter minhocas ou ovos de minhoca.
DICAS . Caso comece a exalar cheiro forte, adicione e misture mais matéria seca e evite colocar matéria úmida durante dois dias. . A presença de drosófilas (mosquinhas) é normal e elas aparecem em maior ou menor quantidade, dependendo do resíduo que você colocar no minhocário. 31
EXPERIMENTANDO A NATUREZA JARDIM SENSORIAL
Tocar, ouvir e sentir, com todo o corpo (e a alma) é o objetivo ao se entrar em um Jardim Sensorial. Nele é possível interagir diretamente com a natureza, através dos cinco sentidos do corpo humano:
TOME NOTA!
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Estes cinco sentidos fazem parte do sistema sensorial que correspondem à percepção do seu corpo com relação ao ambiente a sua volta.
TATO O órgão responsável pelo tato é, principalmente, a pele*. O tato é a sensação de toque que os diversos neurônios receptores distribuídos pelo seu corpo captam. São esses neurônios que enviam mensagens ao cérebro, que as interpretam.
VOCÊ SABIA? *A pele está por todo o seu corpo. Portanto, a sensação de toque (tato) está em qualquer parte do seu corpo: barriga, cabeça, pescoço, pernas, braços, etc. Contudo, há algumas partes mais sensíveis, como mãos, lábios e órgãos genitais.
AUDIÇÃO Os ouvidos* são os órgãos responsáveis pela audição. Nós escutamos algo porque o ouvido, com ajuda da orelha, capta sons, ruídos e barulhos do ambiente e enviam, para o cérebro.
VOCÊ SABIA? *O ouvido é diferente da orelha. A orelha ajuda na captação dos diferentes sons que estão no ambiente, mas é o ouvido que capta o som e envia o sinal ao cérebro.
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EXPERIMENTANDO A NATUREZA JARDIM SENSORIAL
VISÃO Nós visualizamos um objeto através dos feixes de luz dispersos/ refletidos* por ele e captados pelos olhos. Estes, por sua vez, mandam a mensagem para o cérebro, que faz a decodificação, interpretando-a.
*Quer entender mais sobre como enxergamos? Vamos estudar sobre óptica!
OLFATO O nariz é o órgão responsável pelo sentido do olfato. O nariz capta odores* no ar a nossa volta e envia uma mensagem para o cérebro, que processa as informações recebidas. *Odor = cheiro = aroma = perfume
VOCÊ SABIA? Por que o cheiro é ruim pra mim, mas bom pro meu amigo? Se o cheiro é bom ou ruim, é porque seu cérebro processa e relaciona com coisas boas (= cheiro bom) ou ruins (= cheiro ruim). 34
PALADAR É a língua o órgão responsável pelo sentido do paladar. A língua possui milhares de papilas gustativas* que captam e distinguem o sabor e a temperatura do que colocamos na boca.
VOCÊ SABIA? *Papilas gustativas são receptores do sistema nervoso que mandam mensagem ao cérebro de diferentes sabores – os básicos são: salgado, doce, azedo e amargo – e de temperatura do alimento que entra na sua boca.
ENERGIA • sexto sentido Além disso, outro sentido – chamado de sexto sentido – que pode ser estimulado em um Jardim Sensorial é a energia. Como este é um sentido que tem como base a espiritualidade, ainda não existe uma explicação científica para entender o poder das pirâmides em atividades como a meditação, mas existem diversas teorias.
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Av. Ariston de Azevedo, 10 • Belém 03021- 020 • São Paulo/SP • (11) 2081.3673 CNPJ: 03.960.066/0001-11
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