O Perú Molhado

o m o c u e e d n O ? s ê n o p esse ja

De 18 a 25 de janeiro de 2013 • Edição 1124 • ANO XXXIII • www.operumo­lha­do.com.br

PREÇO SUGERIDO: R$ 1

O encarte retrô 2012 não pode ser vendido separadamente

O MAIOR JOR­NAL BÚZIOS

m e i u q A , s o h n i Mangu ! e m a d ma

Um jornal cego, surdo e mudo

2013 Editorial Por Hamber Carvalho

O

ano de 2013 será regido pela força da espada de Ogum, o santo guerreiro, combinada com a força dos mares de Yemanjá e pela infinita sabedoria de Nanã, a orixá que representa ao mesmo tempo vida e morte, saúde e maternidade.

Força e sabedoria será então a grande energia que irá comandar o planeta a partir da movimentação das forças da natureza, que tanto orienta os adeptos das religiões ou seitas que tem como base os 4 elementos da natureza: O fogo, o ar, a terra, a água e suas combinações.

E é assim também que iremos nortear nosso trabalho no Jornal O Perú Molhado, para esse ano que se aproxima, deixando para trás as criticas rancorosas, a absorção de energias negativas em matérias que dizem respeito a pessoas que estão no mundo apenas para envenenar as relações interpessoais, sementes mal plantadas, que já nascem com cara de abortadas.

Alegria, humor e cobrança serão os componentes de nossa pauta semanal, no sentido de colaborar para que tenhamos uma cidade com qualidade de vida para os que aqui vivem e não apenas para aqueles estejam de passagem, ou para aqueles que desejam apenas especular e levar nossas riquezas naturais, morais e estéticas.

Como sempre, não queremos e nem seremos apenas mais um jornal, pois somos a cara de todos e não apenas de um segmento social, pois a verdade não é nossa conhecida, nem a razão nosso meio de vida.

Não temos estilo, pois não estamos presos ao tempo, esse ente que nos escraviza e nos amarra aos ponteiros de um relógio. Somos isso mesmo, tudo aquilo que não queríamos ser, mas que no fechar da edição, acaba dando certo.

Não somos demasiadamente sérios, pois a seriedade envelhece, nem tampouco infantis em excesso, pois muita risada é sinal de pouco siso. Talvez sejamos alucinadamente desequilibrados, pois assim podemos contemplar de longe e sem compromisso as caretices e sandices dessa nossa sociedade.

Temos um pé no poder e uma mão na massa, pois os dois só fazem se revezar em seus lugares e a nos enganar que são sérios.

Puta que Pariu que viagem, ainda bem, só assim temos a certeza que ainda resistiremos por um bom tempo.

Nanã preocupada com a saúde de Búzios

Con­se­lho edi­to­rial Bri­git­te Bar­dot, Clau­dio Kuck, Ivald Gra­na­to, Jo­ mar Pe­rei­ra da Sil­va, Fi­no Quin­ta­ni­lha, Re­na­ta Des­ champs, Ota­vi­nho, Umberto e Clau­dio Mo­dia­no, Er­nes­to Za­bo­tinsky, Tra­ja­no Ri­bei­ro, Re­na­to Pa­co­ te, Jor­ge Te­des­co, Clau­dio Co­hen, Lau­ritz Lach­man, Gui­lher­me Araú­jo, Pe­dro Pau­lo Bul­cão, Pau­lo Ma­ ria­ni, Al­ber­to Fan­ti­ni, Ma­rie Anick e Jac­ques Mer­ cier, Ara­guacy da Sil­va Mel­lo, Luis Ed­mun­do Cos­ta Lei­te, Mar­cos Pau­lo, Elie Sha­ye­vitz, Jo­nas Suas­su­na, Gló­ria Ma­ria, Ruy Castro, Heloisa Seixas, Márcio Fortes, Luiz Fernando Pedroso, Lula Vieira, Antônio Pedro Figueira de Melo, Eduardo Modiano, Ancel­ mo Góis, Etevaldo Dias, Joaquim Ferreira, Thomas Sastre, Adriana Salituro e Armando Ehrenfreund.

Di­re­tor Mar­ce­lo Lar­ti­gue Editor Adjunto Janir Hollanda Jor­na­lis­ta res­pon­sá­vel Hamber R. de Carvalho (reg. prof. 13.501 DRT/RJ) Editor de fotografia Taxista João de Nair Re­pór­ter Sandro Peixoto Mônica Casarin Alessandra Cruz Denis Kuck Gustavo Garcia Diagramação Caroline Moreira Diretora Comercial Alessandra Cruz

EXCETO FINS DE SEMANA

Fun­da­do­res Ma­rio Hen­ri­ques e Pe­dro Luis Lar­ti­gue Ge­rên­cia de Ven­das Tráfego Publicidade & Marketing Ltda.

(21) 2532-1329 (21) 9100-7612 Me­ce­nas Umberto Mo­dia­no Im­pres­são Ediouro Diretor de Distribuição Muchacho Bicho Doido Depto. Jurídico Dr. Ulisses Tito da Costa

Designer Gráfico Ivan Aros O Pe­rú Mo­lha­do / Edi­to­ra Mi­ramar CNPJ: 02.886.214/0001-32 Rua Alfredo Silva, 226, casa 4 Cep 28 950-000 – Brava - Ar­ma­ção de Bú­zios – RJ Celular/redação: (22) 8128-3781 / 2623-1422 Comercial: (22) 7814-2441 E-mail: operu­mo­lha­do@globo.com operumolhado@gmail.com Si­te: www.operu­mo­lha­do.com.br

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De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

O livro mais lido de 2012

agora você encontra também na Livraria Máscaras, no Espaço Domme

ESGOTADO Aguarde nova edição

! a d n e m o c e r ú r O Pe ! a i r ó t a g i r b o a r Leitu Esse livro é esperado há anos pelo mercado editorial brasileiro.

Jornalista Ancelmo Góis

Finalmente saberemos o que há na cabeça do Pedroso.

Junta médica do Pinel De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

Com certeza será um sucesso de vendas!

Luiz Fernando Pedroso

Nós não temos nada a ver com isso!

Francisco e Gilda Pedroso - pais do Luiz

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SOBRE ENGARRAFAMENTOS E EQUÍVOCOS

Por Vilmar Madruga

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lguém saberia explicar a ausência de vendedores de água, amendoim e refrigerantes nos engarrafamentos de Búzios? O famoso isopor a tiracolo, que nas estradas significa transito lento ou totalmente parado, não aparece nos diversos afunilamentos de nossa península, para matar nosso tempo ou saciar nossa ansiedade. Ninguém com nariz de palhaço na moldura de nossos para-brisas, nem meninos de rua: eu poderia estar roubando, eu poderia estar matando...

Tenho saído da Marina, agora na versão sem ponte, em direção ao Porto da Barra e o engarrafamento é tão grande que fico esperando aparecer corpo de bombeiros, guincho, policiais fazendo ocorrência, o escambau. Ao invés disto o transito é milagrosamente desatado justo em frente à desatadora dos nós, isto é em frente ao bazar Cajaíba. Só então, entendemos o motivo do engarrafamento. A multidão de carros abandona a fila dupla e passa um a um como numa porta blindada de banco. Aí sim, temos um guarda municipal conduzindo também um a um os pedestres numa faixa de total segurança. Por um momento pensa-se estar em Zurique.

Não que eu seja totalmente contra engarrafamentos. São momentos preciosos que uso para orar, organizar meu dia, conferir sorrateiramente os torpedos, ouvir a crônica do Jabor na CBN ou passar os olhos nas manchetes da banca do Charuto.

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Búzios sem ter para onde ir

Houve um tempo em que sonhávamos com a entrada de turistas em Búzios costeando a Lagoa de Geribá (ou Jeribá): muito verde, velhinhos tomando sol, casais de namorados, a meninada manobrando skates, a juventude dourada de nosso balneário voltando do mar com suas pranchas de surf, bicicletas, etc.

Longe deste cenário hollywoodiano, pensa-se duas vezes antes de sair de casa e enfrentar aquele calor onde nem Djavan encontra um bom lugar para ler um livro.

Outro dia, num engarrafamento destes um guarda municipal me cumprimentou efusivamente e depois de se identificar como meu vizinho na Rasa,me pediu um presente para sua casa: um quadro.

Felizmente, estou acostumado com pessoas de excelente nível social que me pedem a mesma coisa.

Só que me oferecem em troca um banho de piscina e um churrasquinho como pagamento pelo trabalho, em geral um mural de grandes proporções na sala ou na área de lazer. Diante disto, o pedido de um operário da lei, chega a ser comovente e por um momento cheguei a pensar em ofertar-lhe sim uma obra.

No entanto, como faço com os demais pretendentes achei que deveria ensiná-lo sobre o capital moral que representa o trabalho. Então, lhe falei da ideia de fazer uma grande festa em minha casa na Marina e perguntei se ele faria de graça a segurança do evento. Balançou a cabeça e sorriu: Entendi, seu Madruga...

Engarrafamentos, falta de planejamento, pequenos e grandes equívocos... Sei não, se o mundo continuar assim acho que vai acabar mesmo.

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O dono do espetáculo Por Gustavo Garcia

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Que todos observem o caráter do futebol messiânico de nosso representante da América do Sul. Que tudo os imitem, afinal, ele é um artista e futebolista. Ele é um exemplo de ser honesto, e o futebol dele fala de humildade, ele é um pássaro, um poeta...

Uma cidade mazelada precisa de médico Por Hélio Pellegrino

A

ndo feliz com os últimos acontecimentos no nosso querido balneário, que nos mostrou depois da emancipação estar se tornando uma cidade adulta capaz de escolher com critério aquele que nos próximos 4 anos se encarregará da administração, do bem estar, da limpeza, da geração de empregos. Enfim, do governo deste palco de celebração da vida.

Penso que em Búzios a beleza e harmonia da natureza nos comovem. Assim, como a beleza ou o que resta dela, da cidade, nos emociona também. Graças ao arquiteto Raja Gabaglia, salvamos o município da voracidade reinante, e conseguimos manter uma escala que torna a cidade humana e aprazível.

Essa harmonia existe dentro dos moradores de Búzios, que somatizam as belezas

das praias, as escalas da cidade, as alegrias dos encontros. E fazem disso a verdadeira hóstia, já que morar em Búzios é uma religião.

Acredito, por isso, que a cidade tem uma repercussão enorme dentro de cada um dos moradores. Já que cada monumento é um órgão, e cada via é uma veia de todo morador do espaço.

Assim, creio que devamos cuidar e preservar aquilo que faz parte do nosso organismo. Digo isso para ilustrar a questão da porta de entrada da nossa cidade, que foi destruída por um ex- prefeito sob a alegação de que a obra arquitetônica teria um papel excludente, separando ricos de pobres. E, por isso, ele transformou uma harmoniosa construção numa galinha morta de despacho de macumba.

Cada vez que passo pelo pórtico de Búzios tenho contato fulminante com esse aspecto indesejável do ser humano e com

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espetáculo é uma apresentação pública que impressiona. É tudo aquilo que atrai a vista e prende a atenção. E nós, seres humanos, somos apaixonados por espetáculos, sejam eles cinematográficos, musicais, teatrais ou até mesmo esportivos. E, atualmente, ninguém mais nos impressiona no futebol do que ele, Lionel Messi, o menino que saiu jovem de Rosário, da Argentina, para conquistar aplausos e reconhecimento do mundo. Podemos até dizer que contemplá-lo representa a própria arte, pois Messi, o intocável do século XXI, jamais precisou subjugar o espetáculo, pois sempre representou o espetáculo em si.

Humilde, ele trata a bola, brinquedo mágico do esporte, como companheira. Assim como trata todos os outros. Habilidoso, paciente e determinado, em campo se assemelha a um lampejo, mas que mesmo veloz, consegue integrar a ternura do tango, e assim, dançando, ultrapassa as filas de oponentes que se opõem no seu caminho até o gol.

E não seria exagero algum denominá-lo como a objetividade em pessoa. Talvez seja até o motivo de ser tão diferenciado dos demais. Messi, mesmo capaz, não dribla para agraciar o show ou agradar a plateia, joga sempre para a equipe, buscando a todo o momento a vitória.

Esta semana, mais uma vez, ele ergueu a Bola de Ouro da FIFA, prêmio dado ao melhor jogador do mundo. E usando um terno diferenciado, agradeceu aos companheiros de equipe e de seleção por o colocarem em tal patamar. Coitado, mal sabe ele que os companheiros é que deveriam agradecê-lo pela honra de atuar ao lado de um dos maiores jogadores de todos os tempos, quem sabe até o maior.

Os argentinos estão em festa. Mas se esquecem de que chegará um dia em que Messi não será mais argentino ou lembrado como jogador do Barcelona, pois pessoas como ele rompem os sentidos de nacionalidades ou bandeiras, para superar qualquer fronteira ou diferença.

E os que puderam assisti-lo atuando, serão, de fato, os donos de seu espetáculo, pois carregarão os grandes momentos dele na memória e no coração.

tudo aquilo que não queremos. É uma agressão o fato de termos que conviver com tamanha idiotice.

Assim como não entendo não existir ciclovias no espaço plano destinado a esse tipo de transporte. E que tão bem preserva e produz adrenalina positiva em corações e mentes.

O código de posturas tem que ser atualizado para conter o excesso de propagandas que está fazendo das principais vias da cidade baias de supermercados. Cada um chamando em letras garrafais para si o mercantilismo mais ignóbil.

A saúde em frangalhos é um assunto que fico tranqüilo, já que nosso prefeito tem conhecimento de causa.

E a educação que é o futuro de nosso país tem que ser tratada a pão-de-ló.

Tenho absoluta certeza que Búzios é uma das catedrais plantadas por Deus, a verdadeira Praça de São Pedro, para que nós

tenhamos contato com o milagre da vida através da percepção da trilogia água/ areia/terra, vegetação, da biodiversidade inusitada, da mata penteada pelo vento, da lagoinha como um umbigo enérgico da América do Sul, e de tantas outras belezas que têm um compartimento assegurado dentro de nossa alma.

Gostaria de distribuir cotonetes para que as pessoas pudessem, num mutirão, limpar cada folha e cada grão de areia, já que esse é o verdadeiro diamante da nossa busca. Impressiona-me o fato de alguém se fascinar com alguma coisa e não cuidar daquilo que o mobilizou.

Nesse sentido, o meu apelo é que através dessa golfada de esperança, calcificada na mudança politicamente importante, tenhamos por Búzios o mesmo carinho que temos por nós, pela nossa família e pelos nossos amigos.

E tenho dito.

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Armando Mattos preocupado com a balbúrdia dos bundões (Ensaio de Alexandre Vogler)

Cara de Bunda Por Hamber Carvalho

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primeira imagem que veio a minha mente, quando tomei conhecimento que o primeiro ato do novo presidente da Câmara de Vereadores foi a criação de mais 14 cargos que irão se somar aos 89 já existentes, foi a do clipe do Gabriel O Pensador, Nádegas a Declarar.

Como contribuinte senti como se tivessem passado literalmente a mão na minha bunda, pois a criação destes cargos para abrigar as viúvas desbundadas do governo anterior, vai custar a população mais 33.000 ao mês ou 430.000 ao ano.

Por que é que temos que bancar a acomodação de tan-

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to bundão, se recentemente foi realizado um concurso público exatamente para moralizar a Casa Legislativa?

Pelo concurso já homologado, 13 destes cargos deverão ser efetivamente ocupados.

A impressão que se teve na sessão de terça-feira dia 8 de janeiro e que aprovou esta medida, é a de que os parlamentares pensam com a bunda, pois acham que a população acomodou a bundinha e não vai correr atrás, ainda que seja da própria bunda.

Messias e Henrique Gomes, que não são bobos, tiraram a bunda da reta e votaram contra esta decisão que sabemos, por proximidade, vai dar merda.

Essa posição de nossos nobres parlamentares deixam todos com a bunda exposta na janela para a população

passar a mão nela, como diria nosso saudoso Gonzaguinha.

O pior é que nossos parlamentares, desfilam com suas bundas empinadas, como se os eleitores fossem uns bundas sujas e que não vão reagir a essa verdadeira relação carnal libidinosa.

Entendemos que cada um deve fazer com a sua bunda o que bem entende, o que não dá é uma maioria que controla a Câmara sair bolinando a bunda da população a troco de seus interesses, pois quem acaba pagando a conta dessa grande sacanagem somos todos nós. E, antes que eu me esqueça, vão todos solenemente cuidar de seus bumbuns.

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Jacarés vivem próximos a Rua das Pedras

Em Búzios até jacaré no seco anda

Por Gustavo Garcia

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eonardo Sandre, antes bicheiro em Friburgo, largou o jogo para cuidar dos bichos de verdade de Búzios, e hoje é diretor geral do Instituto Ecológico Búzios Mata Atlântica. Inspirado na maneira de atuar do personagem Crocodilo Dundee, do filme australiano dirigido por Peter Faiman, Leo hoje é um dos principais responsáveis pela proteção dos animais na Região dos Lagos.

- Eu trabalhava no jogo de bicho na época, mas sempre fui apaixonado por natureza. Sempre acompanhei documentários relacionados à natureza, sobre ecologia e tudo mais. Inclusive, tenho vários guardados. E eu descobri que dinheiro é só uma besteira, e um dia me cansei de ser bicheiro. Então, resolvi fazer este trabalho voluntário. Eu continuei a mexer com os bichos, porém, para viver outra história – disse Leonardo.

Entre um bate-papo e outro com ele, descobrimos, para nossa surpresa, que jacarés vivem na lagoa que fica próxima a Rua das Pedras, um dos locais mais movimentados do nosso balneário.

- Búzios tem lugares espetaculares. Na lagoa próxima a Rua das Pedras, por exemplo, é possível encontrar vários jacarés. Estou falando do animal mesmo.

Eu falo isso porque é um tipo de bicho que não se espera encontrar em Búzios.

Aves, tartarugas, pinguins, às vezes, são normais, mas jacarés não. Dizem que jacarés não existem na nossa cidade. Existe sim, e em grande quantidade. Toda vez que eu passo por lá eu encontro um ou dois. Eles ficam lá, olhando as pessoas passarem – contou o Crocodilo Dundee de Búzios.

Ainda segundo o Crocodilo Dundee de Búzios, na Praia do Canto existe uma grande quantidade de jacarés, mas que

as pessoas acabam não percebendo a presença dos animais, que tomam sol diariamente no local.

- Normalmente em lagoas com grande quantidade de areia, em determinadas horas do dia, os jacarés saem para tomar sol. E quando eles estão tomando sol, na hora do calor, ficam imóveis, e as pessoas não os percebem. E isso ocorre desde a Praia do Canto até próximo a Vila Caranga.

Quando é preciso, Leonardo é o responsável por transportar os jacarés de volta para a lagoa em que eles que vivem, e todo o recolhimento é feito manualmente.

- Quando os jacarés acabam indo para outras áreas ou causam problemas para os cidadãos, eu os recolho para soltá-los novamente no local que eles vivem.

Utilizamos alguns truques para fazer o recolhimento. Colocamos um lenço nos olhos dos bichos com cuidado, depois damos e volta e prendemos a boca dele. Os jacarés só têm força para fechar a boca, não conseguem abrir se exercemos força sobre ela. Todo processo é feitos sem que eles se machuquem – disse o Crocodilo Dundee de Búzios.

E para Leonardo, os animais da cidade precisam ser tratados melhor, e que os jacarés podem conviver e dividir tranquilamente o mesmo local que os seres humanos, pois não fazem mal se não forem aborrecidos.

- Não existe essa coisa de que o animal faz mal para o homem. Sempre o animal vai fugir de você, o negócio é você não aborrecer o animal. Obviamente que acidentes acontecem, mas o animal não te ataca por nada. Não existe ataque de cobras, por exemplo, o que existe são acidentes com cobras. Se o animal não for incomodado, viverá naturalmente – finalizou o Crocodilo Dundee de Búzios.

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Léo, nosso Crocodilo Dundee

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VAMOS SOFRER

EM BÚZIOS! Por Hamber Carvalho, Muchacho Bicho Doido e Marcelo Lartigue

É preciso esquecer o asfalto.

Fazer uma educação anti asfalto, é muito bonito Búzios calçada, não asfaltada.

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Paulo Gabriel Godinho Delgado, Sociólogo, pós-graduado em Ciências Políticas, Professor Universitário, foi deputado federal por seis mandatos a partir da Constituinte iniciada em 1987. É autor da Lei da Reforma Psiquiátrica Brasileira e da Lei das Cooperativas Sociais. É membro da Ordem do Rio Branco - Itamaraty - e Chanceler da Ordem do Mérito Nacional da França. Confe-

rencista e Consultor nas áreas educacional, empresarial, trabalhista e política.

Paulo Delgado vem da militância sindical, assinou o manifesto de fundação do partido e sempre exerceu de forma crítica sua militância nas fileiras do Partido dos Trabalhadores.

A instalação dos Centros de Atenção Psicossocial em todo o pais é uma de suas principais leis

enquanto congressista que batalhou incansavelmente pela reforma psiquiátrica no Brasil.

Paulo Delgado pensa em residir em Búzios e aqui escrever seus livros, atividade que vem se dedicando ultimamente.

Nessa entrevista ela fala das mazelas de uma cidade que conhecemos bem e de um paraíso que não podemos perder de vista.

Há que se preparar também os turistas para visitar uma cidade como Búzios.

Mutatis mutandis, Búzios é uma Ouro Preto. Se o turista for para ouro preto só para fruir de suas qualidades voltadas para o consumo, ele destrói Ouro Preto.

em melhoria da qualidade de vida, vai virar uma maldição. A urbanização de Rio das Ostras e das cidades sob a influencia dos royalties como Cabo frio também, é horrorosa.

As pessoas não têm noção do que é uma cidade balneária. A maioria destes governantes já foram a Saint Tropez, a Barcelona e a Paris que é uma cidade essencialmente turística. Todos os políticos brasileiros elogiam Paris, passeiam em Paris, vivem em Paris, mas não trazem nada de Paris para nossas cidades.

Marcelo, Paulo e Hamber e o filho do Paulo, os últimos comunistas em Búzios

O que você está achando deste verão Buziano?

Eu acho que cada ano que passa, Búzios tem ficado um pouco mais complicado no tocante a qualidade do verão, embora a natureza seja exuberante e a preservação predomine. O principal problema no meu entender é o da oferta de serviços, aliás um problema clássico de todo o processo de inclusão social no pais. A mobilidade social no Brasil, não está sendo acompanhada de aumento de infraestrutura . Não acompanha o aumento da oferta de serviços. Você não vê fila para comprar geladeiras, porque a geladeira é um bem industrial, você não vê fila para comprar um ar condicionado, pode até ter alguns picos no verão.

Por que você vê fila para comprar serviços? Porque você não teve planejamento para a expansão do consumo no país.

Eu acho que esse é o grande desafio de Búzios, e que é o desafio dessa nova administração. É preciso então trabalhar a questão da mobilidade urbana?

A mobilidade humana é o novo nome do congestionamento. Búzios tem que ter coragem de convencer os seus moradores de que a cidade é um patrimônio da humanidade. E que os turistas para virem aqui não podem só usufruir disso, por um determinado período, tem que ajudar a preservar para voltar e ver do mesmo jeito.

Você tem que ter uma política de civilizar os construtores, para que eles não sejam predadores, você tem que civilizar a segurança pública, para que a segurança publica seja pedagógica, não seja repressiva, nem achacadora e nem subjugada aos poderosos.

Da mesma maneira você tem que educar o turista. Mas para educar o turista você tem que ter mictório público, tem que ter controle do lixo público, pois o volume da produção do lixo nessa época é infinitamente superior a capacidade de coleta por meio de lixeiras. Búzios tem uma tradição de lixo nas ruas, ainda que os caminhões façam a coleta regularmente.

A outra coisa que vejo aqui muito claro é a velocidade da ocupação urbana. E preciso disciplinar isso. Você quer aumentar a população residente na cidade? Será bom para Búzios se tornar uma metrópole? Isso tem a ver com a natureza de Búzios? Será que não seria hora de se pensar num processo de tombamento não só histórico, ambiental, mas também turístico?

Uma coisa que conversávamos com o Prefeito André, no dia 31 de dezembro era sobre a construção um estacionamento gigantesco na entrada da cidade. Quando eu fui a Saint Tropez, quando um prefeito acabava de assumir, ele me falou que ia me mostrar o que mudou na cidade, pois arrecadava mais dinheiro com o estacionamento publico do que com qualquer outra fonte de receita. Em Saint Tropez, o visitante é obrigado a deixar o carro no estacionamento para entrar na cidade.

Eu acho boa ideia, é uma operação Veneza, você chega de trem, de avião ou de automóvel mas você não entra desse jeito na cidade.

Aqui em Búzios está havendo um processo que acontece no restante do pais que é o processo intenso de mobilidade social, aliás esse é um fenômeno mundial característico do Brasil e da China por motivos diferentes. No Brasil há circulação de classes, há políticas de inclusão social, só que estas políticas estão todas centradas no consumo e não estão centradas no acesso a educação de qualidade. Veja que é uma contradição, pois Búzios é uma cidade rica, melhor dizendo, uma cidade de ricos, onde você tem um povo pobre e onde você tem uma das maiores evasões escolares do Rio de Janeiro e do Brasil. Não tem sentido, qual é a contradição que está havendo em Búzios, em que você atrai as pessoas pela sua riqueza e, no entanto, essa riqueza não se traduz em qualidade de vida para o habitante de Búzios?

André pode fazer uma marca do governo dele que é tirar o automóvel de Búzios. Como é no centro de Roma, onde somente o morador anda de automóvel no centro da cidade.

Também entendo que não tem sentido Búzios ser asfaltada, embora esteja na região dos lagos, onde você tem pré sal, onde você tem royalties. Veja Macaé, por exemplo, o que é que o petróleo trouxe de bom para Macaé? Nada. O Petróleo é uma maldição em Macaé. É até arriscado dizer isso. Mas se não tiver uma administração que faça os royalties do petróleo se converter

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O Hamber é fã das ciclovias, anda de bicicletas.

Aqui em Búzios embora seja risco de vida, a ciclovia é um dos bons caminhos para o município.

Deixa eu dar uma situada nessa questão, voltando a mobilidade urbana.

Tem um grupo de arquitetos da cidade, em sua maioria concursados da prefeitura, que possuem um trabalho de governo onde o transporte alternativo é privilegiado e ai, mais destacadamente as bicicletas, retirando portanto os grandes veículos da cidade, pois o município não é uma cidade de passagem, o sistema de transporte se fecha pois estamos num península, pelo menos do pórtico até João Fernandes.

Hoje a relação política no município é de um prefeito que não tem formação ideológica, política, na essência da palavra,o que não é nenhum demérito, e que é o mais comum na região dos lagos, e nos temos o vice prefeito que é do PT. Você acredita que vai acontecer alguma movimentação do partido em relação a Búzios, que pode funcionar como caixa de ressonância das políticas publicas do PT? Certamente, eu acho que a experiência de co-responsabilidade do PT no governo de Búzios, vai interessar a direção nacional, a bancada do partido no congresso certamente. André já esteve com o Senador Lindbergh Farias em Brasilia, e eu também reforcei com o senador a necessidade dessa aproximação.

Para nós essa tomada de posição é fundamental, não sei se dar ideologia a gestão, mas o PT tem uma visão ambientalista e sistêmica muito sofisticada e nós já ti-

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vemos algumas experiências vitoriosas em cidades que governamos como por exemplo, sobre tratamento do lixo urbano.

Se o PT tiver um interesse especial pela administração de BÚZIOS e eu espero que tenha, podemos trazer para cá as experiências boas que tivemos em administrações de grandes cidades.

Eu acho que o Brasil precisa e no Congresso Nacional, quando eu fui Deputado, eu discutia isso várias vezes, da necessidade de formarmos administradores com qualificação especial para gerir cidades do tipo de Búzios.

Como sou mineiro eu gosto de dar sempre o exemplo de Ouro Preto e também de Tiradentes. O que salva a cidade de Ouro Preto, primeiro é a UNESCO, o tombamento Mundial que obriga Ouro Preto a manter um padrão de preservação, o estilo. Não pode descaracterizar a cidade. Segundo, a sorte de termos tido em Ouro Preto, Prefeitos sensíveis. Porque sem a sensibilidade do Prefeito nada seria feito.

Búzios atrai artistas, essa cidade atrai escritores, artistas do mundo todo. Essa cidade é uma paisagem. A insensibilidade das administrações de Búzios destroem a cidade. Veja o que aconteceu no réveillon, a ficou bloqueada porque não havia como transitar. Para você se deslocar do centro de Manguinhos para minha casa aqui na praia de Geribá, que deve ter uns 500 metros, você levava mais de uma hora.

A policia não conseguia resolver o problema do transito. Pois saia carros de todos os lugares, em todas as direções e com todas as calçadas ocupadas.

gestão destas oportunidades.

Isso ai é um plano de governo. Vocês que conhecem mais a cidade detém essa preciosa informação, eu apenas usufruo da cidade periodicamente. Acho o mais belo balneário do Brasil e do Mundo. Búzios possui uma relação mística inclusive com Bali. Eu trabalhei muito na indonésia e na independência do Timor Leste.

Eu freqüentei Bali nos anos 90. Bali possui uma beleza especial, mas é dentro dos hotéis. A Rua das Pedras se parece muito com a Rua principal de Bali., só que é uma rua gigantesca de 10 quilômetros, que poderia ser o próprio inicio da Bento Ribeiro Dantas ali no pórtico.

Bali é muito bonito mas você tem que estar em grandes hotéis, não tem essas praias, tem muitas pedras, é uma região vulcânica. É no interior que você se diverte em Bali, é um turismo “in”, você visita a avenida principal mas depois você tem que se meter num grande hotel, num resort. Totalmente diferente de Búzios. E todos os estrangeiros percebem isso, que Búzios tem esse lado natural e que vem conquistando o mundo desde os anos 60.

Paulo, a gente sempre comenta do Partido mostrar suas politicas publicas, ou pelo menos direcionar suas ações para uma cidade especifica como é Búzios. Quem é que faz esse link, quem é que define essa prioridade do partido?

Em primeiro lugar, nossa bancada do Rio de Janeiro tem obrigação de fazer isso. Nós temos bons Deputados Federais, Estaduais, temos uma parceria com o governo do Rio de janeiro, com a prefeitura do Rio de janeiDilma perguntando a Paulo: ro. Não tem sentido o PT não olhar Búzios aonde você fez essa progressiva? com distinção. Eu posso fazer essa ponte com as instancias do partido, isso eu me comprometi com o André em ajudar nessa interlocução. E trazer para cá programas de inclusão social, que não estejam focados só no con- Essa vocação dos esportes náuticos, dos esportes radisumo, e que não sejam focados só na distribuição de cais, das trilhas, aqui se pode fazer de tudo como atrabens. tivo turístico. Para isso, é preciso esquecer o asfalto, Por exemplo, você pode trazer o minha casa minha vi- fazer uma educação anti asfalto, é muito bonito Búzios da para Búzios, mas não pode entregar a um construtor calçada, não asfaltada. que escolha o terreno que ele considere o mais adequa- È muito mais barato, além de empregar mão de obra lodo para o lucro dele. Aqui tem que ser uma minha casa cal. E mais fácil de manter. minha vida, ecologicamente correta. Ambientalmente preservada.

Mas ai vai ter o problema que as pessoas têm que Qualquer outro programa do governo, como o Brasil trabalhar. sem miséria, tem que ter um componente de estimulo O Brasil tem que descobrir as vantagens da vida Prias pessoas para se prepararem para os serviços. vada. Eu fui publico durante muitos anos, tenho vocaA população de Búzios tem que ser parceira para o de- ção pública, tenho formação pública, tive seis mandatos senvolvimento da cidade. E preciso que se tenha um de Deputado Federal e ainda sou suplente. A qualidade censo da cidade, tanto sanitário, como educacional e de de vida brasileira está melhorando eu diria que de uns demanda de trabalho. anos para cá , mas precisamente uns 20 anos para cá, Onde está o doente da cidade? Em qual domicilio, hoje pois foi quando o setor privado, que tem mais respono sistema digital e a computação permite que o prefei- sabilidade do que o setor público começou a atuar.O to tenha uma sala de situação lá na prefeitura onde ele setor publico há uns 20, 30 anos atrás abandonou o insaiba onde esta cada doente da cidade. Onde ele saiba teresse público. onde está cada desempregado.

Você não tem infraestrutura, você não tem estrada, você não tem metrô, você não tem ônibus de qualidade, voAi o prefeito vai descobrir que o doente é a própria cê tem os transportes inseguros. Veja a Espanha que em prefeitura, que é o maior empregador do município. 10 anos, fez 200 kilometros de metrô. O Brasil em 20 Onde a prefeitura troca o voto por emprego. anos fez 3 kilometros de metrô. Muito embora eu tenha Nós fizemos uma campanha em que dizia, veta não boas relações com a china, ela fez 800 kilometros de Dilma, pois os royalties nessas cidades como Búzios metro em 10 anos. Mas o regime chinês é diferente, é usado para qualquer coisa. Vamos ver se a prefei- o chinês decide o que vai fazer e faz. Eu prefiro as ditura vive sem royalties, trabalhando de outra ma- ficuldades do sistema democrático do que as ilusórias neira que seja interessante para a cidade. facilidades do sistema autoritário. Mas essas dificuldades do sistema democrático não podem comprometer a Apenas para completar o que Marcelo disse, nós te- qualidade de vida e o acesso da população aos bens. mos um orçamento de 204 milhões, sendo 80% só Essa política fluminense é famosa pelas dificuldades de repasse. Uma folha de pessoal de mais de 130 mi- que ela cria para a população. E uma tradição emperlhões de reais. O que sobra para investimento não rada da política aqui da região dos lagos onde você tem passa de 30 milhões de reais. Desde que foi emanci- essa ilusão do emprego público, onde você tem muita pada, a cidade se acostumou a viver de repasse. Você violência cultural por falta da cultura sofisticada, por tem um potencial turístico que nem sequer foi mexi- falta de festivais de musica de qualidade, festivais de do, você tem atrativos em Búzios que são encontra- cinema, de poesia, de literatura. dos em quase todas as cidades de destino turístico, Veja como Parati mudou a visão dela perante o mundo com opções em terra, no mar e no ar. Você tem uma por causa de uma feira de literatura, mudando o perfil organização social vinculada a essas opções turísti- da cidade e atraindo outro tipo de pessoa. Essa musica cas que não são incrementadas. que esta começando a predominar em Búzios não tem a Essas associações que poderiam ser o incentivo as ver com o barulho desse mar. Essa musica que parece atividades turísticas não participam, não opinam na convulsões intestinais ininterruptas , porque é um bate

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estacas constante. Essa musica é imposta a população.

Búzios é uma península para reflexão, Búzios é um península indiana, Búzios na realidade tem a energia da índia.

Eu tenho muita vontade de vir para Búzios, principalmente para escrever. Hoje eu escrevo para o Correio Brasiliense no Estado de Minas, onde tenho uma coluna aos domingos, escrevo no Globo , as segundas feiras, alias estou pensando escrever na próxima coluna, “Sofrer em Búzios”.

Depende do que você pague, pode até escrever no Perú Molhado.

Não me custa nada, só me custa a vida.

Fale um pouco de sua vida parlamentar.

A reforma psiquiátrica é de onde veio a minha Lei mais conhecida, eu sou autor de varias leis, mas é essa que ficou mais conhecida que é a lei da reforma psiquiátrica brasileira que criou os CAPS, os Centros de Atenção Psicossocial. Essa é a minha maior realização parlamentar. Criei uma instituição que justifica os mandatos que tive. Na realidade você tinha um internação no Brasil que era um verdadeiro holocausto, a que estavam submetidos os doentes mentais. Eles não tinham tratamento. E claro que é preciso do acolhimento, os cuidados, de atenção para as pessoas que sofrem de doença mental. Nesse aspecto é que eu acho que se a prefeitura instituir o cadastro social de todas as casas da cidade ela ira saber onde estão os doentes mentais da cidade. Então o serviço pode ser domiciliar, na saúde mental, na diabetes, doenças crônicas. O serviço tem que ser domiciliar progressivamente, para que você não tenha que ir ao hospital, o hospital é que tem que ir até você.

Na realidade a fila também é um desvio político. Acho que os vereadores precisam ser educados.

Na política hoje predomina o antipolitico, a contra politização da política é a maior marca da política brasileira hoje. Apareceu o caridoso, apareceu o demagogo, apareceu o corrupto, apareceu o safado, enfim apareceu tudo. O político desapareceu, porque político não é só a pessoa que vive de aplauso, que vive só de compreensão. Político é um incompreendido. O bom político é o incompreendido. Porque ele só vai ser entendido depois. O bom político é aquele que gosta também de vaia. Eu não estou defendendo que um político seja vaiado todo dia, mas o Brasil está precisando vaiar os políticos. Não precisa de ser organizado como na Inglaterra, onde tem um palanque armado, para quando a rainha passar ser vaiada.

Os políticos brasileiros não têm medo mais de vaia.

Porque eles são intimidadores, primeiro que não andam mais sozinhos, eu vejo aquela estatua solitária do Juscelino, na armação. Hoje você não consegue ver um político sozinho, porque é que os políticos andam com tanta gente junta?

Paulo, você é um dos fundadores do partido, assinou o manifesto de fundação, foi da executiva nacional e sempre se posicionou dentro do partido, exercendo de publico criticas em relação a orientação partidária. E a pergunta que a gente faz é a seguinte: hoje o que é que mudou, o Brasil ou o PT? Eu acho que os partidos se harmonizam com o tempo.

Uma coisa que eu acho insustentável é esse quadro partidário excessivo e voraz, que tem hoje no Brasil, pois fundar partido virou um bom negócio. Se eu oferecer um cardápio a minha secretaria na cozinha de 30 opções para fazer o almoço, a comida não vai sair. Não tem país que tenha 30 possibilidades de governança.

Cada partido é uma possibilidade de governança pois se você vota nele, ele pode ganhar a eleição e governar o pais. Então o Brasil hoje oferece equivocadamente a sociedade um pluripartidarismo falso e manco. Ele esta errado, ele está mutilado, pois não existem 30 maneiras diferentes de governar o pais. Acho até que existam 5, 6 maneiras diferentes. As soluções para o transito são todas conhecidas, no transporte público todas são conhecidas, para a saúde de qualidade todas conhecidas, para a educação não há muita distinção nos chamados bons programas de governo.

No entanto, esse pluripartidarismo excessivo e a remuneração de tudo é o que distorceu para mim o quadro partidário brasileiro. A política virou qualidade de

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vida do político. Então as pessoas procuram a política joso se associar a partidos políticos que hoje não como vocação, mas sim, como carreira. E um botam preço na sua aliança. médico que é formado atrás de uma profissão que dá O grande problema desse processo é que dinheiro, não será um medico por vocação, por isso é a opinião publica não percebe, o eleitoque os médicos hoje não colocam a mão no paciente, rado não percebe que o risco que é você os médicos de hoje não tem tempo de perguntar , eles eleger um poder executivo sem que ele não tem interesse pela vida do paciente, e se você não tenha uma base parlamentar correspontem interesse pela vida do paciente , você não é me- dente. O lula no seu mandato inicial codico, você é qualquer outra coisa mas não é medico. mo presidente, tomou posse em minoria Se eu chego com o pé quebrado num hospital ou num no congresso. Como Collor tomou posse posto de saúde e a primeira coisa que o medico faz é em minoria. E qual é esse motivo?. A mandar tirar um raio x, ele não é médico, ele tem pelo maioria dos prefeitos brasileiros se elemenos perguntar como quebrei meu pé, pois não vai ser geram agora em novembro em minoria no raios x que descobrir porque caí. Pois pode ser que no parlamento, nas câmaras municipais. eu cai por um problema de um desequilíbrio mental, no Os governadores estão se elegendo em meu estomago, um problema de labirintite, então pode minoria. A sequencia de um governo que não ser um problema de osso. Ele vai consertar o osso se elege em minoria são os mensalões.

Seja o nome que tiver, são mensalões. dependendo do motivo que me levou a queda.

Acho que em algumas profissões, como a medicina, o Como é que você atrai imediatamente governo só devia certificar o médico depois de ele pres- após a derrota de um outro grupo, para tar trabalhos comunitários. O medico precisa efetiva- o seu governo. A realidade concreta do mente conhecer as doenças do pais, o que efetivamente Brasil é essa. Tem os da grana, tem os não acontece. A maioria não sabe o que é uma vermi- do cargo, tem os das benesses, e tem os Paulo Delgado explicando a Lula e ao nose, uma febre amarela, o que é um tifo, não sabe o dos pequenos favores. Tem todo tipo de ex Ministro da Educação como precoisa. Isso não é política, isso não é mais que é uma doença de chagas. parar os turistas para visitar Búzios Nesse ponto a medicina cubana é exemplar. Eu tive um política, isso não ajudou nenhum pais problema de alteração de pressão em Cuba de noite no do mundo. Não conheço nenhum pais hotel e veio um medico cubano me olhar, e não tinha do mundo onde esse sistema fisiológico remédio na ilha alguns anos atrás e ele me perguntou de formação de maioria criou estabilidade política e das as possibilidades de saber quem está com patrimôa quanto tempo eu tinha esse problema de pressão? Ai eficiência administrativa. Por que? Porque essa gula é nio além da sua capacidade. Na Europa e nos Estados ele disse: eu vou estabilizá-la rapidamente. Perguntou insaciável, você começa a criar dificuldades para o ad- Unidos é assim que se mede a fortuna dos políticos, é ao atendente do hotel se ele tinha grapefruit ou toranja. ministrador, você começa a chantagear a administração. assim que se mede a legitimidade da fortuna dos polítiPediu que ele fizesse um suco dessa fruta, a mais azeda É preferível quarar e por ao sol, é preferível ter clara- cos. No Brasil as vezes se fazem acusações as pessoas, mente definida quais são as forças políticas que vão sem a comprovação de que aquela acusação é verdaque tivesse.

Tomei o suco e aos poucos minha pressão foi retornan- ganhar as eleições, e quais são as forças políticas que deira. E isso está criando uma dificuldade muito grande do ao normal. Ele então disse, como sua alteração tem vão se opor a administração. É assim que se governa na opinião pública de entender o que é que é honestifundo emocional, nos controlamos com o suco desta no mundo todo. Você veja a eleição americana. Em ne- dade e desonestidade. Se você não encontra patrimônio nhum momento os republicanos, nem naquela hora que na conta de um político acusado de desonesto, a popufruta.

Que médico brasileiro diz hoje para você tomar um houve aquela tragédia natural, na véspera das eleições, lação acha que ele escondeu patrimônio, mas ninguém chá? Você vai ao medico porque está com um problema quiseram se parecer com os democratas. E perderam as avalia se a acusação de desonestidade é verdadeira. no estomago e ele não pergunta o que você comeu, não eleições ali, porque os republicanos eram contra aquela O Ministério publico se interessa muito por decisões do coloca a mão em sua barriga, não olha a sua garganta. organização de emergência de furacão nos estados uni- judiciário. Acho que o MP devia começar a observar as Acabaram com a amígdala brasileira. Quem teve dor de dos, criada pelos democratas, pelo Clinton, e que gas- não decisões do judiciário. Hoje no Brasil há mais corrupção em não decidir que em garganta há 30 anos atrás, perdeu decidir. Porque os grupos podeas amígdalas. rosos , os que não querem boas Depois o Brasil foi o campeão decisões compram juízes para da cesariana no mundo. Não tisentarem nos processos . Então, nha mais parto natural, é como se não julgar é tão criminoso coDeus tivesse feito errado. E agomo julgar errado. Você tem que ra começou com a hérnia de disarrumar advogado para fazer co. Não tenha problema na coluum processo andar, porque ele na que eles te arrancam a coluna. não anda por si próprio. Eu veEu sou contra a medicina cirúrjo um processo hoje de , como gica, eu sou a favor da medicina se diz em Minas gerais, de vaca natural, da homeopatia, da acudesconhecendo o bezerro, hoje puntura. Essas idéias que eu teeu vejo um processo de relativinho nessa área, elas se refletem zação dos valores e de duvidas na área da política também. Eu em relação a honestidade das fui muito critico do PT, fechado, pessoas que não constrói uma radical, pois eu sabia que o PT ia nação. ter que governar com alianças, O Brasil precisa voltar a ter com composições e que ia enum processo de conhecimenfrentar fortemente esse tradicioDa esquerda para a direita: Jair Meneguelli, Marcelo Déda, Olívio to, de transparência de reconalismo da política brasileira que Dutra, Paulo Delgado, Lula, Vladimir Palmeira e José Dirceu, em nhecimento e de avaliação do predomina ainda no pais inteiro. encontro do PT realizado em 1987, ano em que o partido começou desempenho publico das auE muito difícil você fazer a renoa discutir possíveis alianças com outras agremiações (Foto: AE) toridades e do funcionamento vação política no Brasil. Nenhum da administração publica e da partido político de esquerda conresponsabilidade das autoridaseguirá fazer a renovação política no Brasil, sem ter como aliança a organização da socie- tava um recurso muito grande prevenindo furacão que des pela administração pública , ou seja, a honestidade dade independente. Da sociedade não aparelhada. Não as vezes vinha com baixa intensidade. Só que deram como uma coisa natural e não como uma distinção ou querer ser dono da organização social. Hoje nós temos azar, pois a catástrofe aconteceu na véspera das elei- o valor de alguém. Ser mais tranquilo, seguir a lei e a os proprietários dos movimentos sociais. Há muita ções. Obama foi para a TV defender esses recursos que ordem do que buscar as exceções , que vão desde você acusação de manipulação de Ong’s que são verdadei- os republicanos votaram contra inclusive diminuíram entrar numa fila prioritária sem ter a idade mínima ou sem ter a necessidade de usar esta fila especial. Isso é ras, mas a muita manipulação de Ong’s que são inde- os recursos. desonesto. Como é desonesto desviar recurso publico, pendentes. Elas começam independentes e logo vem a Esse problema da má administração aconteceu sem- aderir a uma administração para receber uma vantagem política e amordaça, se encastela. pre no governo federal e acho que o mensalão só fez . É um conjunto de atitudes, como cuspir na rua, não Aqui em Búzios depois das eleições percebeu-se que trazer a tona esses problemas. Você não acha muito embrulhar o lixo. Não colocar o mictório durante o réveillon, o mictório publico em numero suficiente para a sociedade quer mudança, pois a cidade sempre foi forte colocar na prisão, por exemplo o José Dirceu? controlada pelo mesmo grupo politico. Esse ciclo de Eu vejo o seguinte. O PT não deve querer se defen- as pessoas. A Administração publica tinha que ser resder dizendo que cometeu o crime dos outros. Porque ponsabilizada pelo xixi na rua se ela não bota o mictódependência foi quebrado, com a derrota do PDT. Isso estou vendo no Brasil todo e acho que o mensa- a honra que um partido tem é uma honra derivada da rio, mas ela aceita qualquer carro que entra na cidade. lão ajudou nessa mudança. O que é que você acha sua integridade e da sua coerência partidária. Então o Não tem limite de convidados hoje nas cidades brasileifato do Brasil se comportar desse jeito, não deveria nos ras, mas não tem mictório para todo mundo. Então são disso?

Eu tenho muita esperança no governo do André e acho deixar satisfeitos pelo partido ter se envolvido em uma dois crimes concorrentes, dois delitos pequenos mais que ele tem uma vontade e uma visão dos problemas base de governo que o levou a isso. Levou a essa dis- concorrentes, a administração que não coloca o micde Búzios, principalmente na área de educação e Saúde, torção da formação da base. E bom sempre lembrar que tório e o cidadão que faz no muro. Ou seja , de quem quem denunciou o recurso que não recebia foi o PTB, é a maior responsabilidade? E ai a autoridade pública que é o que eu pude conversar rapidamente com ele.

O que levou o mensalão a ser tratado como crime? Pois foi o Roberto Jeferson que disse fulano paga e não esta tem que voltar a entender que cargo público é sacrifío mensalão é um erro que foi tratado como crime, por- entregando. E ai ele escolheu uma vitima com visibi- cio, cargo público não é benesse. É preciso diminuir que os partidos políticos da base do governo na época, lidade. Ele teatralizou o problema, escolhendo o Minis- um pouco o narcisismo do poder, é preciso aumentar não assumiram a responsabilidade de defender o gover- tro da Casa Civil que foi o José Dirceu. O que se tem o narcisismo do povo e diminuir o narcisismo da auno. E o PT cometeu o erro de imaginar que era vanta- que avaliar para mim é que a receita Federal tem to- toridade.

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Na onda do verde D Por Gustavo Garcia

omingo de sol, visual belíssimo. Nada melhor do que discutir e debater o caminho que Búzios vai trilhar. Na onda do verde e da sustentabilidade, descobrimos que o futuro do balneário passa pelo ecoturismo. Pelo menos é o que afirma o viceprefeito Muniz e o empresário Hugo, do APA Pau Brasil. Pois ambos pretendem colocar em prática sonhos e projetos antigos para criarem um parque ambiental na cidade, totalmente voltado para o ecoturismo, assim como ocorre em Foz do Iguaçu.

Confira na integra um bate-papo com o vice-prefeito de Búzios, Muniz, e o empresário Hugo, do Resort APA Pau Brasil, sobre o futuro do turismo na cidade.

Quando você chegou a Búzios, Hugo?

Você sempre foi envolvido com o meio ambiente?

Hugo: Eu cheguei a Búzios com 17 anos, há 40 anos. Morei 20 anos na cidade e agora fico indo e voltando da Argentina. Búzios era muito pequena, estava começando. Resolvi morar em Búzios no ano de 1986. E eu não era muito ligado à parte ecológica, mas Búzios é um lugar único no mundo, e pude ver que devemos cuidar das belezas naturais daqui. Então, surgiu a ideia de realizar uma proteção ambiental e de fazer um parque. Nesse momento não existia a prefeitura de Búzios, e não tínhamos o apoio devido. Agora, com Muniz na prefeitura, tenho esperança de que tudo pode acontecer.

E quando você passou a ser um “ecologista”?

Hugo: Eu não ligava para ecologia. Mas em 1988 mais ou menos, eu tinha um projeto com alguns investidores, e tinha uma proposta muito interessante. E a minha filha tinha mais ou menos cinco ou seis anos na época. E ela estava apreciando a natureza e me disse “pai, esta natureza, esta beleza vai ficar para os meus filhos?”. Então, ela me abriu os olhos e passei a apoiar a causa.

Qual a importância do ecoturismo?

Muniz: O ecoturismo é o futuro do turismo de locais como Búzios. E esse é o caminho. Temos potencial para isso. Nós temos uma riqueza natural enorme, que infelizmente é desconhecida pela própria população buziana. Mas antes de

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Hugo e Muniz na parceria pelo parque ecológico

podermos disponibilizar este potencial, precisamos organizar o setor. Se um fizer o ecoturismo e der certo, existe a possibilidade de todos quererem fazer. E, para que isso ocorra, precisamos colocar uma espécie de referência para licenciar quem vai trabalhar no setor. Avaliar a capacidade de suporte, a quantidade de visitas, por exemplo.

E a vegetação da cidade é propicia para o ecoturismo?

Muniz: Nossa vegetação é única no mundo. É considerada uma dos maiores centros de vegetação a nossa região.

Nós, talvez, sejamos o município com maior cobertura vegetal, original, ainda disponível da região litorânea. Os índios da região não eram muito receptivos, e isso preservou a natureza local. Por isto, temos uma floresta de Pau Brasil original, intacta, por exemplo.

Hugo, você disse que gostaria de reservar uma parte do parque para o lado espiritual. Por quê?

Hugo: Estamos fazendo um roteiro pa-

ra pessoas com vocações espirituais, que querem conhecer e trabalhar isso.

Os moradores locais falam que existem seres espirituais na mata, e que algo diferente acontece aqui. Temos três pedras gigantes, de difícil acesso, e elas são incríveis. Uma, inclusive, parece com o rosto de um extraterrestre, e essas pedras são muito parecidas com pedras que se encontram na Europa. E esses são lugares de energia, mesmo que o Marcelo não acredite. Então, aqui encontramos muitos locais que os gringos e os turistas em geral, gostam de conhecer. E é muito interessante esta rota.

E como vai se suceder a criação do parque?

Muniz: O Secretário Minc colocou a nossa disposição os recursos para podermos organizar, de fato, a estrutura do parque. Colocar guaritas para os guardas ambientais, criar espaços de abrigo para os pesquisadores, espaço para visitação organizada e um espaço para atrações ambientais. Precisamos nos espelhar a aprender com os outros parques ecoló-

gicos do Brasil. Aprender com os erros deles, saber o que deu certo e o que não deu. Precisamos ouvir todos os setores para podermos criar um produto especifico para Búzios. A cidade já tem muito nome, é conhecida, então, precisamos criar um leque, e criar um suporte para Búzios.

Além de ajudar a economia, o parque vai ajudar a desafogar o caos do trânsito no Centro, não é mesmo?

Muniz: A cidade está insuportável devido à grande quantidade de pessoas no mesmo local. Com o parque, vamos tirar um pouco disso, desafogando o trânsito e o caos que fica na cidade. O futuro de Búzios passa pela ecologia, pois o petróleo um dia irá acabar, e os recursos dos royalties estão arriscados a acabar antes do fim do petróleo. Precisamos pensar na sustentabilidade financeira do município e no bom turismo. E o bom turismo vai ser a grande sustentação financeira do município no futuro, na era pós-petróleo.

E realmente existe o projeto para o

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parque?

Muniz: Eu tenho um sonho. Mas aprendi que uma cabeça só não é o melhor para tomar uma decisão. Então, eu prefiro conversar com o pessoal do INEA, com o Minc, com a equipe toda, com todos os setores, inclusive com empresários como o Hugo, que pensaram em ecologia quando ninguém pensava. Ou seja, temos de ouvir todos os segmentos para obtermos o melhor para Búzios. Mas, posso adiantar, tenho a intenção de trazer novamente um Jardim Botânico para a cidade, junto com um orquidário e um bromeliário. Pois vale dizer que nas matas daqui temos 28 tipos de orquídeas e 44 tipos de bromélias, inclusive temos a maior bromélia do mundo. E tenho a ideia de criar um borboletário, que é uma atração incrível.

Seria muito bom que tudo isso realmente fosse feito, Muniz.

Muniz: Essa é minha paixão. E o cenário do atual governo é um cenário de parceria, de trabalho conjunto. E o André também tem a ideia de voltar o turismo para ecologia. O interessante é que quando nos sentamos para discutir a coligação, um dos itens colocados na mesa foi esse. E nós dois falamos a mesma coisa. Que temos que criar os parques e as unidades de visitação. E o Minc falou a mesma coisa. Vamos estruturar e trabalhar isso. Ou seja, nós temos um alinhamento de pensamento que passa por todos os setores.

Hugo: Tudo que realizamos aqui é feito sem ajuda nenhuma. Antes, estava faltando à parte da prefeitura de Búzios para tudo ser possível. Quando Muniz e Dr. André assumiram, pude ver que agora é possível. Pois eles se prontificaram a fazer o melhor para Búzios na parte ecológica. E trabalhando em conjunto dá pra fazer. Já avançamos muito, e isso é muito importante.

Então podemos dizer que o parque ecológico não é mais um sonho, já virou realidade?

Muniz: Eu vou dizer que é realidade quando estiver pronto, tudo certinho.

Mas estou muito otimista. Eu acho que a teimosia quanto à questão ambiental acabou criando este novo cenário. Antes, era tudo voluntário. E agora, é o momento de amadurecer todo o esforço antigo.

Hugo, Marcelo, Gustavo e Muniz à espera dos extraterrestres, das fadas, dos gnomos, dos duendes, dos pirilampos, de Peter Pan e do pó de pirlimpimpim

Centro de meditação (não confundir com centro de macumba) onde Marcelo não foi convidado

Bromélias, borboletas azuis e mico leão prontos para serem exportados para o Parque Nacional do Iguaçu

Hugo: Búzios chegou muito perto de destruir todo o seu meio ambiente. E conseguimos reverter isso. E vamos continuar revertendo.

Reverteram como?

Muniz: Cada metro de área verde que conseguirmos preservar já é uma vitória.

E cada metro quadrado valoriza o município. Búzios até hoje criou pouco em relação às questões ambientais. Búzios era tido no Brasil como um município irresponsável e suicida. Que não preservava, só tirava e tirava. E eu acredito que o caminho de criar o Parque Costa do Sol foi o maior gesto de carinho que Búzios recebeu. E eu adorei quando foi criado o APA Pau Brasil, pois isso demonstra intervenção, e não omissão. Estávamos indo no ritmo do suicídio. Eu digo que se o Pão de Açúcar estivesse nas mãos dos gestores de Búzios, teríamos casas até em cima do Pão de Açúcar. Essa é a realidade. E o Estado salvou Búzios da desgraça total, agora cabe a nós retomar o rumo. E isso passa pelo saneamento, limpando os lixos das praias... Eu acredito que com as áreas verdes preservadas, vamos progredir. Chega de condomínios, chega de construção. Precisamos de locais para preservar.

E como vai funcionar em Búzios, então?

Muniz: Tenho quatro irmãos. Quando eu era pequeno, minha avó fazia bolo de chocolate para nós e colocava para esfriar na janela. Cada moleque passava e pegava um pedacinho por de trás da janela, pensando que ninguém ia reparar.

Quando minha avó ia partir o bolo, ele estava todo esburacado. E Búzios é assim. Seja qual for o segmento, os caras pensam em tirar um pedacinho, achando que não vão alterar o todo. Mas o resultado é esse aí, no qual a cidade se en-

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contra. E não será mais assim. Inclusive, tenho certeza que daqui a quatro anos o Marcelo vai abrir uma ONG ambiental (risos).

Hugo, então você acha que chegou a hora de realizar seus sonhos?

Hugo: Todas as pessoas são mais importantes que o cargo. E agora, com o Muniz sendo vice-prefeito, para mim, é mais importante que ele seja o Muniz. E o Muniz acredita que pode dar certo.

E você tem previsão de quando serão realizados os projetos ambientais?

Muniz: O André está pedindo para ontem. O Minc está pedindo para ontem.

Então, acredito que ainda este ano estaremos colocando o bloco na rua e realizando os projetos. Temos muito trabalho pela frente. E alguns projetos sairão na frente, obviamente. Mas se Deus quiser, todos serão feitos.

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Cultura não é calendário de eventos Por Miriam Danowski

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á compararam cultura a um caldo, já que pressupõe mistura. Já a classificaram como material ou imaterial, tangível ou intangível, já que se traduz em patrimônio e legado de uma cidade, de um povo, de uma civilização.

No começo, quando tudo começou, se referia ao cultivo da terra e todo o conhecimento acumulado nessa atividade – diz o Aurélio.

Um município cosmopolita como Búzios não pode tratar a cultura setorialmente.

Encerrá-la numa secretaria e resumir sua atuação à promoção de eventos. A cultura é transversal, tem interface com todas as secretarias de um governo e tem que ser conduzida através de estratégias governamentais, incentivando as parcerias público-privadas.

A cultura também não pode se submeter apenas à lógica do turismo. Seres exóticos e suas práticas expostos à visitação e ao consumo.

Cultura é construção, não um calendário. Todas as religiões, todas as crenças, todas as tradições, todas as preferências, todos os sexos. Os partidários e os sem partido. Os de dentro, os de fora, os que nasceram aqui, os que nos adotaram. E os de fora não são poucos. Mais de 60 nacionalidades. Gente de todo o planeta, vindos do mar, do ar e da terra. Com memórias, paisagens, energia, esperanças.

Este, aliás, é o nosso desafio, em Búzios.

Construir essa identidade, integrar essas culturas. Resgatar nossas histórias, ouvir os mais antigos. Colocar gregos e troianos na mesma mesa e deixar que conversem. Ouvir também os mais novos. Ensinar-lhes histórias e geografias alheias, além da sua própria.

Cultura é inclusão, integração, compartilhamento. Também é cadeia produtiva, significando emprego e renda, ocupação, trabalho.

No mundo globalizado, temos que estar

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preparados para competir.

As cidades, que cada vez mais concentram população, disputam posições entre si. E isso não tem só a ver com economia, mas com identidade cultural, sendo que uma alimenta a outra.

O ano de 2012 não foi muito favorável à cultura em Búzios. Com raras exceções.

O delicioso festival de gastronomia. O charmoso festival de cinema (mas ainda de fraca sinergia com a cidade). O Perú Molhado, que comemorou seus 31 anos de resistência cultural à la Glauber (debaixo dos lemas insistência, irreverência e independência). A Bienal Anual (pitada contemporânea numa paisagem neo-colonial, que este ano não aconteceu no sítio, mas aconteceu no site). Os Anarquintas (5 anos de reuniões aos domingos e um livro de contos ainda no prelo).

Os blocos de carnaval e seus sambas-enredo divertidos (sem fôlego, ávidos por apoio financeiro).

Destaque também para a resistência cultural dos arquitetos do IAB, tentando impedir que Búzios vire um imenso shopping, que os moradores e visitantes possam se locomover pelas ruas e calçadas, que a cidade seja para as pessoas e não para os carros, que os muros dos condomínios não promovam guetos e escondam a paisagem, que as regiões de ocupação informal da periferia se transformem em bairros, em comunidades.

Destaque para nossa mais nova livraria (e única), As Máscaras, depois de tantas que vimos abrir e fechar, por falta de clientela.

Já somos 30 mil habitantes fixos, segundo o IBGE. Dezessete anos de emancipados. Está na hora de lidarmos com a cultura com mais profissionalismo.

Exemplos bem sucedidos não faltam.

Paraty, Gramado, Tiradentes, Inhotim.

O almejado status de melhor destino de sol e praia do mundo, como qualquer “monocultura” - voltando a falar de agricultura e cultivo - não dará conta de toda a potencialidade de Búzios. São

Ela, a cultura, em Búzios usa a farda: terno preto e Bíblia embaixo do braço

inúmeras as oportunidades de captação de recursos disponíveis para uma cidade como Búzios, ainda mais com tantos frequentadores ilustres, no comando de empresas e instituições, além da potencialidade de alavancar midia. Faltam, no entanto, projetos factíveis e de real interesse público, que potencializem a voca-

ção cosmopolita, o respeito à natureza e a preferência por soluções sustentáveis.

O esforço, ao meu ver, neste 2013, deve ser nesta direção. E além de agregar valor à atividade turística, a cultura pode ajudar a ampliar nosso sentido de comunidade, sem o qual nada do que se construir ou produzir valerá à pena.

De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

Qual é, tia?

Por Silvia Cosenza (jornalista e empresária)

H

á alguns anos, caminhando por uma rua da cidade onde moro, esbarrei com uma adolescente que acabava de jogar no chão um saco vazio de biscoitos, desses com embrulho brilhante, prateado com desenhos coloridos, biscoito fino. Era uma linda moça e eu, muito espontaneamente, disse a ela que não sujasse nossa cidade. Recriminei-a muito educadamente. Ela me olhou e disse apenas: “Qual é, tia?”

Ouvi aquilo e continuei caminhando, agora mais cabisbaixa, até em casa, e até hoje me pergunto se o que mais me chateou foi o fato de nada ter adiantado o alerta, afinal ela não recolheu o que havia jogado no rua, ou pelo fato de ter sido chamada de “tia”. Bem, já se vão alguns anos do ocorrido e hoje, “tia” super assumida, sou também ainda mais consciente do papel que devemos ter como cidadãos, seja na cidade onde vivemos ou na cidade onde visitamos, pois se vamos um dia, é porque tivemos vontade de conhecer.

O papel de cidadão se dá em todas as situações. Ser cidadão é agir e tomar atitudes do bem. Simples assim. É ser educado em cada gesto, em cada movimento. Complicado? Não. Tudo pode ser de forma natural quando nos propomos a isso. Nosso país está carente de educação, em todos os níveis. Mas não vou tão longe, vou falar um pouquinho do que está perto da gente, no jardim da nossa casa, na nossa esquina, na nossa rua, no nosso bairro, no nosso município. Deixo as mazelas estaduais e federais para os especialistas falarem. Através da minha simples e humilde observação, falarei um pouco sobre a tristeza de ver e conviver com o descaso do cidadão na nossa querida Búzios, tão linda e tão maltratada. Não dá para só culpar os “toninhos” e “mirinhos” da política. Somos todos culpados, por não sabermos cobrar nossos direitos e pior, por não termos, muitas vezes, a postura correta para mantermos nossa cidade limpa e linda como ela merece.

Búzios é um balneário e, como tal, recebe milhares de turistas todos os anos.

Uma população flutuante que eleva em muito o número de habitantes, principalmente na alta temporada. Vem gente de todas as partes do país e do mundo. Gente com as mais diversas culturas, mas saibam, a cultura da educação é universal. É uma linguagem única.

Estamos em um município abençoado por Deus e bonito por natureza. São raras as cidades no mundo que reúnem tantas belezas naturais, tantas praias, tantos flanboyants, tanta gente bonita e bronzeada que pode e deve mostrar seu valor.

Sem essa de lição de moral ou pieguices. É só chamar a atenção para nosso comportamento de dia a dia. Sem dramas ou grandes sacrifícios.

Mudando um pouco de atitudes no nosso cotidiano podemos evitar que os problemas se acumulem. Sejamos preventivos e, ao mesmo tempo, vamos ajudar nossos governantes na tarefa de cuidar desse patrimônio fantástico que é Búzios.

Se a Praça Santos Dumont não é linda como deveria ser, não vamos sujá-la para torná-la ainda pior. Se a Av. José Bento Ribeiro Dantas não tem o devido acostamento em toda a sua extensão, não é por isso que vamos emporcalhá-la. Se não temos um sistema de drenagem ade-

Silvia e sua filha reclamando do lixo na Livraria Mácaras

quado, não podemos entulhar as ruas, pois na primeira chuva forte, a cidade se transforma num mar geral. É praia por toda a cidade.

Estamos começando a viver um novo ci-

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clo de gestão administrativa em Búzios e vamos torcer e ajudar o Dr. André a cuidar dessa cidade enferma em tantas áreas. A gente precisa dele e ele precisa da gente. É uma relação de compromisso e

acho que todos concordam que compromissos devem ser tratados com cuidado e zelo.

E não adianta dizer: qual é, tia? Porque agora já sou até avó!

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A ARTE ESTÁ DE LUTO!

Perdemos o grande escultor e artista plástico Léo de Saules Por Ernesto Galiotto

A

o longo de 30 anos desenvolvemos culturas e promovemos restaurações de patrimônios históricos na Região dos Lagos.

Tivemos a oportunidade de ter ao nosso lado o trabalho e a criatividade desse grande artista que acabou de nos deixar para o descanso eterno.

O Léo de Saules participou das seguintes restaurações: •A Igreja e as imagens de Nossa Senhora de Sant’Ana, transformada em paróquia, construída em 1740 na Praia dos Ossos, em Armação dos Búzios-RJ; •Os quatros evangelistas da Igreja Matriz Nossa Senhora de Assumpção, fundada no século XVII, em Cabo Frio-RJ; •As 14 estações da Igreja de São Benedito, construída no inicio do século XVIII pelos escravos e pescadores do bairro da Passagem, em Cabo Frio-RJ; •Produziu algumas réplicas e fez restauração de algumas imagens do Convento Nossa Senhora dos Anjos, em Cabo Frio-RJ; •Produziu o globo que simboliza o Planeta Terra instalado em frente ao ECAEV (Espaço Cultural e Ambiental Érico Veríssimo) em Tamoios- 2º Distrito de Cabo FrioRJ; •Autor do projeto da escultura metálica que simboliza o S do Senna instalado na Praça Ayrton Sena, no Parque Central, em Cabo Frio-RJ. O Léo de Saules era uma pessoa de tamanho grande e suas mãos chegavam a assustar. Mas sua sensibilidade e criatividade artística eram muito maiores. Assim prova o trabalho deste grande artista de tantas obras realizadas, quadros pintados, e que deixa seu legado através de suas obras, muitas sem assinatura, mas que se pode saber de onde vinha aquela arte que sensibilizava a todos.

Um homem de poucas palavras, que eram substituídas pela dedicação e atenção para com as suas criações.

O Léo de Saules deixa órfã uma parte do nosso desenvolvimento cultural e artístico. Nós produtores culturais estamos todos de luto. As suas cinzas possivelmente serão lançadas ao mar, entre as águas e as nuvens que tanto retratou em suas obras e que o levará para o infinito.

O primeiro, grande e único escultor do São Perú cantou pra subir na semana passada e já está guardando a vaga de Marcelo Imagem Nossa Senhora da Conceição esculpida por Léo e adquirida pelo nosso ambientalista Galiotto

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Nosso prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa, respondendo ao nosso repórter Gustavo Garcia sobre o novo centro de convenções

Cabo Frio vai receber um centro de convenções Por Gustavo Garcia

C Por aqui passaram muitos universitários que se formaram na UVA

Milton do Tia Maluca, Alair, Alexandre de Alair e Toninho de Alair imaginando como ficará o novo espaço

De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

abo Frio, finalmente, vai receber um centro de convenções para promover o turismo de negócios na cidade. Na última quarta-feira (16), o atual prefeito da cidade, Alair Corrêa, visitou a área onde ficava o supermercado Sendas e a Universidade Veiga de Almeida (UVA), para inspecionar o local que irá receber o novo espaço de eventos de Cabo Frio.

- Estávamos pensando no melhor local, na melhor área para construí-lo. E de repente, fomos alertados que o espaço que antes ficava a Sendas, estava fechado e que poderia receber um centro de convenções. Nós estamos fazendo essa visita, junto com os profissionais do turismo, para conhecer o espaço, já que eu determinei para a procuradoria geral da prefeitura que faça a desapropriação do local. Para nos permitir então, negociar com os proprietários a compra. E eu estou muito entusiasmado porque a estrutura está perfeita, e isso nos tranquiliza muito. Nós pensamos que seria preciso investir uma verba muito grande e não é isto. Só precisaremos adaptar o antigo mercado para fazer o centro de convenções. E um centro de convenções precisa ter vários auditórios. Auditórios com 300 lugares, com 600 lugares e até 1.800 lugares. E temos espaço para realizarmos esses auditórios e ainda um grande local para realizarmos as grandes feiras de negócios, como a Feira Forte – disse Alair.

E o atual prefeito de Cabo Frio ainda afirmou que o centro de convenções sairá antes do tempo que era previsto, pois o local já está pronto e só precisa de adaptações.

- Se nós tivéssemos que construir um espaço de convenções, demoraria muito tempo. E o local aqui é maravilhoso e está pronto. Só precisamos fazer as mudanças necessárias e adaptá-lo para o centro de convenções. Então, podemos conquistar nossos objetivos muito mais rápido do que se pensava. Nesta semana devemos assinar a desapropriação. Nos próximos dias vamos começar a negociação com os proprietários. E eu acredito que em 30 dias já estejamos com a compra feita, pois acredito também que os proprietários vão nos vender, já que a causa é justa, pois a cidade precisa e o espaço está ocioso – afirmou o prefeito.

Ainda segundo Alair, todo turismo de qualidade passa por um centro de convenções, e que a cidade de Cabo Frio nunca havia se voltado para isso.

- Nós queremos fazer um turismo forte e de qualidade em Cabo Frio. E isso passa, fatalmente, por um centro de convenções, que é um turismo de negócios, que nós nunca havíamos buscado. Nós sempre ficamos na expectativa de chegar o final de semana, de chegar os feriadões. E jamais focamos no turismo de negócios.

Então, digo que chegou o momento do turismo de Cabo Frio crescer – finalizou o prefeito.

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Itajahy, Inês, Cristina Reis e Octavinho consumindo na Livraria Máscaras

Nicole Belotti festejando seu aniversário na casinha de seu pai com alguns amigos

” a c u o p i “P

Gisela Amaral dando uma moral para seu marido também na Máscaras

O Valet Giovane. O único manobrista dos carrões que chegam ao Espaço Domme

Festa de 4 anos do Renascimento Nosso prefeito Sabino prestigiando o Projeto Botinho em Rio das Ostras Ricardo Boechat na praia de João Fernandes botou protetor solar só na cara. Dizem que ele é até argentino, pode?

Baby Marcelo de Ibiza e Maria do Socorro

A bela Alejandrita está de férias em pleno verão, pode isso!?!?

O DJ César Del Rio

O Perú recebeu vários e-mails de amigos do Índio preocupados com sua saúde. Nós do Perú também queremos sua franca recuperação.

Claudinho, Felipe Assad e Cadu Novellino

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De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

Gabriel O Pensador no Fishbone

Fotos: Muchacho Bicho Doido

No último domingo (13), o cantor movimentou a Praia de Geribá como antigamente. Uma fila quilométrica invadiu o Fishbone para a alegria da rapaziada. O Verão Skol veio para ficar. Vimos um Gabriel simples, humilde, comportado, simpático e familiar. Até seu filho Davi cantou sucessos com o papai.

Priscila, Sol, Cláudia, o príncipe Seilbad e a galera do Fisbone estão de parabéns.

Esperamos por mais eventos como este por aqui.

De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

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Atelier Flory Menezes - Rua das Pedras 168 lj 8 Búzios (2623-0264 - 9994-7831). www.florymenezesescultura.com Eduardo Sardi - Retratos artísticos, pinturas a óleo e pátinas - Vila Caranga, 32 - Telefone: 2623-4072 9223-0457 Julián Juaréz - artista plástico - Tel: 2633-7037 / 92096364. julian23artistaplastico@ hotmail.com. Rua Nicolau Antônio Estevão, 68 • Alto da Boa Vista • Rasa.

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Em breve toda a programação da festa do Perú de 32 anos! Uma semana de muita comemoração.

Aguardem!

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De 18 a 25 de janeiro de 2013 – O Perú Molhado

OS TRONCOS MORTAIS DE UM PEDAÇO DE MATA DO PARQUE DA PREGUIÇA. RESULTADO DA AÇÃO DE CRIMINOSOS AMBIENTAIS Por Ernesto Galiotto

D

urante o período em que minha falecida esposa Nóris Carmém Moré Galiotto estava sendo tratada de um câncer concentrou toda nossa atenção como seres humanos, na tentativa de salvar essa grande mãe, esposa e avó. Foi a prioridade número 1 durante um ano.

Nesse período em que estivemos um tanto afastados não faltou oportunismo dos invasores e desmatadores para avançar sobre o Parque da Preguiça. O pior é que eles obtinham informações de apoiadoressobre a nossa ausência na fiscalização do parque. E assim aproveitaram e destruíram entre 4 a 5 equitares de mata fechada, aproveitando os troncos das arvores para fazer as cercas de um loteamento clandestino dentro do parque.

O que nos entristece é a falta de fiscalização de órgãos oficiais, inertes em todo seu seguimento. Que fique bem claro: o Parque da Preguiça, além de ser uma área particular destinada a proteção da natureza, está inserida na APA Federal da Bacia do Rio São João/Mico-LeãoDourado e também, por força de Lei, é uma Área de Proteção Permanente, haja vista que fica às margens do Rio Gargoá. Desta forma, é dever sim, não só nosso como proprietários, mas dos órgãos públicos fiscalizar e cuidar desta área legalmente protegida.

Pasmem todos: Havia candidatos e cabos eleitorais que apoiavam e incentivavam a criação do loteamento clandestino,certamente para conseguir voto ou apoio financeiro para a campanha.

Quem pagou com isso foi a própria natureza e o principal corredor verde de Tamoios - 2º distrito de Cabo Frio. Na

E tome lenha pro churrasco...

verdade essa é uma prática que se multiplica por todo o Estado do Rio de Janeiro, onde a máxima que impera é a seguinte:não importa se a natureza vai desaparecer, o que interessa é me eleger.

No dia 09.01.2013 juntamos ao processo que tramita no Ministério Público de Cabo Frio - procedimento já conhecido como Gargoá – diversas imagens e a decisão judicial proferida nesta Comarca, isso para buscar sensibilizara Promoto-

ria a fim de levar essa questão crucial a julgamento, seja através de ação civil pública ou outra medida, uma vez que se arrasta naquele órgão desde 2006.

O nosso dever de casa já está feito, com a propositura de diversas ações judiciais como proprietário, todas com liminar ou tutela deferida. De lá para cá fomos obrigados a gastar recursos próprios fazendo consecutivas operações pararetirar os destruidores da Flora e Fauna do parque.

Só aguardamos a tão esperada movimentação do MP no famoso processo do Gargoá.

RESUMO DA OPERA: Tamoios precisa salvar o resto das suas matas e seus lagos artificiais.Esperamos o bom senso dos moradores e o empenho das autoridades responsáveis. Que tenham a alma ambiental e queiram que seus filhos e netos ainda possam apreciar as belezas naturais, enquanto ainda há tempo.

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MARCIO JUNQUEIRA DE SOUZA e MIRJA REGINA JANSSON; Solteiros. Ele, Brasileiro, engenheiro, filho de: Mauricio Costa de Souza e Yolanda Junqueira de Souza. Ela, Sueca, Do lar, filha de: Gote Roland Jansson e Marja Solveig Emson, ambos residentes neste Município/ RJ. Processo nº 2030/13.

Armação dos Búzios, 15 de janeiro de 2013.

Quem souber de algum impedimento, acuse-me.

Eu, Katharine Moreira Guimarães, Escrevente, a extraí.

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