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De 20 a 27 de fevereiro de 2014 • Edição 1182 • ANO XXXIV • www.operumo­lha­do.com.br

O MAIOR ­ AL JORN BÚZIOS


Antiga redação do Perú em frente a Praça Santos Dumont, toda pintada pelo Élio Lago

Fachada da Redação, hoje é a Pousada Santa Fé

Marcelo, Nélia, Alan, Miriam e Mário Moreira no fechamento do Perú no Shopping da Caneta

Nossa eterna secretária Nélia

Parabéns ao Perú pelos 33 anos. Família da Alessandra Cruz, nossa diretora comercial

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A maior alegria do Marcelo é ver seu Perú impresso

De 20 a 27 de fevereiro de 2014 – O Perú Molhado


Os famosos também amam o Perú

O Perú e seus FUROS furados Da redação

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odo grande jornal que se preze faz coberturas internacionais ou publica furos incríveis. Com o Perú não é diferente. Já publicamos furos como a declaração de Pedro Bial que afirmava que não assistiria ao Big Brother (ele não gostou), a benção dos seios de Luiza Brunet (o padre que abençoou também não gostou) Também fizemos coberturas internacionais como a que em Cuba Marcelo conseguiu fotografar e ser fotografado ao lado de Fidel Castro. Sandro foi mandado para a China e ninguém em Búzios acreditou. Por que ninguém acreditou? A razão pode estar no fato de que em alguns momentos demos uns furos, digamos, meio furados (risos): A morte do Papa, o envio de Sylvana Graça para ajudar Sandro na China (houve até uma capa com ela na Praça da Paz Celestial, que na verdade era a Praça Santos Dumont mesmo). Houve também a ida de Sandro ao Peru (o país) em que esteve ao lado do presidente Fujimori extasiado diante da multidão, posando ao lado de uma lhama e observando um momento folclórico do povo andino. Sandro também entrevistou Cristina Kirchner (a ida a Argentina foi real, a entrevista que não era). Mesmo que agora tenha se desligado do Perú, Cabelada também foi cobrir a Copa do Mundo na África do Sul esteve em momentos decisivos junto aos torcedores, jogadores e técnicos. Victor (ainda só um colaborador) noticiou que uma onda gigante tinha engolido a Rasa e mais de uma vez anunciamos que era a última edição do Perú. Pesquisando bem descobrimos que tudo teve origem lá nos primórdios desse Perú, quando Marcelo e Aníbal entrevistaram Brigitte Bardot por telefone e trouxeram Julio Iglesias a Búzios. Vamos às provas! Que são as imagens exclusivas que dizem mais que mil toques no teclado.

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Sandro no Peru e Cabelada na Copa

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Comecei a diagramar o jornal em 2002, quando trabalhava na Usina Artes Gráficas com Alan Câmara. Lembrome muito bem da primeira matéria diagramada: era sobre um médico, sobre miomas, edição 529. Eu tinha 20 anos, tinha acabado de entrar pra faculdade de Ciência da Computação e não sabia nada sobre a função ou sobre como seria trabalhar com Marcelo e companhia. Confesso que as coisas que ouvia não me animavam muito, mas encarei o desafio. Afinal, precisava pagar a faculdade. Naquela época, por incrível que pareça, o Perú era organizado, graças à querida Nélia. Ela já me trazia tudo organizado: uma pastinha para cada assunto era criado em seu disquete ou zipdrive. Cartas, classificados, proclamas, agenda, fotos já nomeadas, anúncios... Bem diferente de hoje em dia. Fui entrando no clima do fechamento aos poucos. Eu começava a preparar o jornal e Alan finalizava, fazia a capa e tratava as fotos. Eu ficava até às 21h; ele varava a madrugada. Nessa época fazer o jornal era bem desgastante. A gente começava na segunda e só terminava na sexta... era feito em doses homeopáticas. Passava a semana toda escanendo negativos e fotos. Ainda não havia a máquina digital. Todo dia, Nelia trazia alguma coisa pra fazer: um classificado pra colocar... um anúncio pra preparar... Em 2007, Alan fechou a Usina e eu assumi sozinha toda a diagramação do jornal. Uma responsabilidade imensa. Nesse momento eu já estava em sintonia com todo o processo, mas tratar as fotos ainda era uma coisa difícil de dominar. Cada vez que o Perú mudava de gráfica, era um tormento até achar o jeito ideal de tratar as fotos. Não é só técnica, tem o tal do feeling também. Casei em 2008 e me mudei para Cabo Frio. Começava então o pior momento da minha relação com o Perú. Nesta época também trabalha no escritório do Grupo Chez Michou com a Bárbara Brandan. Não agüentei o pique. Sai do Chez Michou com menos de um ano de casa. Dividia-me entre dois empregos, casa nova, rotina nova, marido, cachorro, periquito e alguns freelas... meu dia-adia era puxado. Em dia de fechamento chegava em casa tarde da noite... meu marido começou a não gostar... Marcelo muito menos, porque cada dia dava menos atenção pra ele. Com o tempo fui “adestrando” Marcelo pra seguir meu roteiro. Hoje em dia faço tudo na quinta-feira. Quer Marcelo queira ou não. Com o tempo aprendi a não ceder. Marcelo é muito espaçoso, abusado e sem noção. Se deixar, ele suga toda sua energia ao longo da semana. Se o jornal é especial ou tem mais de 24 páginas, até cedo mais um dia. Fora isso, não. No Perú não há férias, feriado ou algo parecido.Trabalhamos pra cacete pra botar o jornal na rua. Ao longo desses mais de 12 anos, muita coisa mudou. Muita gente passou pela redação, mas poucas ficaram.Talvez eu seja a única a ficar tanto tempo. Poucas pessoas conseguem agüentar o temperamento do Marcelo, suas manias, seu jeito de trabalhar, suas exigências. Eu consegui, não sei como, entendê-lo. Hoje em dia consigo fazer o jornal sozinha, do jeito que ele gosta, mesmo quando ele não está por perto.Quando ele viajava, a incumbência de fechar o jornal ficava comigo e Sandro. Antes de viajar ele me fazia mil recomendações, pedia para controlar o Sandro e não deixar o Perú ficar chato.Tinha que ter irreverência. O Perú e Marcelo são uma coisa só. Não dá pra falar de um sem falar de outro. Eu pego muito no pé do Marcelo, por N motivos. Toda quinta-feira é uma zoação só. A gente trabalha muito, ganha pouco, mas se diverte. Ele tenta nos agradar com doces, picolé, empanadas e tudo mais que possa saciar nossa fome.Trabalhamos de 10 da manhã até quase 10 da noite sem parar. Poderia escrever um livro sobre tudo que passei nesse jornal, as coisas que aprendi, todo o conhecimento que ganhei, as pessoas que conheci, as amizades que fiz. Mas vou tentar encurtar a história.

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A antiga formação do Perú: Mônica, Sandro, Alan e Mônica Casarin

u e e ú r O Pe A Usina foi a segunda casa do Perú

Marcelo, Luiz Fernando Pedroso, Lula Vieira e Rico de Souza comemorando a entrada do Perú no Guinness

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Eu já tentei sair do jornal inúmeras vezes, mas não consigo. Cortar esse cordão umbilical é difícil. Já tentei achar alguém pra ficar no meu lugar, ou pelo menos para dividir o trabalho, mas não é uma tarefa fácil. Já passaram muitas pessoas por lá tentando pegar a manha de fazer o Perú, mas ninguém agüentou. Não posso me dar o luxo de tirar férias, de ficar doente ou simplesmente faltar o trabalho. Se não, não recebo no fim do fechamento. Mas já avisei Marcelo: quando os gêmeos chegarem, eu caio fora. A sorte dele é que a cegonha tá me sacaneando.”

i, quanta ansiedade para entrar no Perú! Logo eu uma mineirin ha recatada, RS. Como vai ser quan do eu chegar em Minas e dizer aos me us amigos e parentes que estou trabalhando nu m jornal que se chama Perú Molhado? Doide ra! O mundo dá voltas e numa dessas voltas que a vida dá, acabei entrando no Perú. Embo ra o ritmo seja frenético... Eu gostei! Acho qu e o meu caso com o Perú está ficando sério. Minha primeira experiência com o Perú foi bo a, embora tenha doído um pouquinho. Cheg uei na redação cheia de gás, tomei um antiespas módico, daí melhorou. Tive como primeira missão fazer a matéria sobre a corrida dos ga rçons. Fui a campo conversar com alguns del es e vi o quanto essa brincadeira trazia alegri a e gerava satisfação em tod os . Me sen ti rea liz ad a ao pe ns ar em participar de um jornal que ao invés de levar más notícias e explorar fatos hediondos, traz bo m hu mo r sem esq ue ce r de ter a ve rda de como fio condutor. Sem contar na liberdade que temos na redação pa ra brincar e escrever conforme desejamos, sem manipulação. Achei muito interessante quan do sugeri o perfil de um garçom e o Marcelo me disse: “Não gosto dele, mas pode fazer”. E ele sempre diz: “faça como quiser”. Isso é o que sempre sonhei em ouvir. Senti uma lib erdade que sempre foi almejada por mim. Sinto que serei importante para o Perú e o Perú pra mim. Principalmente ne ste mo me nto em qu e O Pe rú Mo lha do completa seus 33 anos e passa por uma fase de renovação. Devo co nfessar que tive dúvidas. Seria mesmo esta minha missão no momento? Será que sobrevive rei ? Ma s co mo a dú vid a é o principio da sabedoria.. . Decidi, quero o Perú pra mim! Afinal, o que eu quero da vida é gra ça, dar boas risadas e isso é co m o Perú mesmo.

Caroline Moreira - diagramadora do Perú

Por Marcela Nósseis

Alan e Muchacho Bicho Doido visitando nosso amigo Hans Donner

Marcelo com Marie Anick, Jacques Mercier e amigo na antiga redação do Perú na Praça

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Já são 33 anos e esse Perú não seca!

“Tô Fudido” - diz Marcelo atualmente a todos que o perguntam como ele está

Por Victor Viana

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heguei para fazer um primeiro trabalho com o Perú, como é carinhosamente chamado em Búzios e em todo o Rio de Janeiro. Fiz o texto e disse ao Marcelo Lartigue (fundador e editor há 33 anos do jornal): “Quer dar uma olhada?”, “Nunca olho os textos”, foi a resposta direta e desinteressada do Marcelo. Alguém perguntou se iria haver uma reunião de pauta, Marcelo respondeu que não sabia o que se fazia em uma reunião de pauta, “nunca fiz uma reunião de pauta”, afirmou. Assim eu entrava para a equipe de O Perú Molhado, jornal de interior com mais tempo em atividade ininterrupta do país.

A origem O Perú é fruto da mente de uma dupla de amigos, um argentino e um português; Aníbal Fernando, que infelizmente já não escreve mais nesse plano, e Marcelo (já citado acima), que mesmo cambaleante de saúde (sua dieta de gorduras e álcool aliada ao sedentarismo não ajuda muito) toca o Perú Molhado semana a semana desafiando o tempo e as previsões catastróficas sobre o fim do jornalismo impresso em todo o mundo. O primeiro exemplar do Perú Molhado foi resposta a um desafio, “uma chilena que morava aqui em Búzios disse para mim e ao Aníbal que iria ao seu país e quando retornasse iria montar um jornal e nos chamaria para trabalhar com ela. Um amigo de Aníbal, o pintor Ivald Granato, disse: ‘Por que vocês mesmos não fazem um jornal? Começa isso antes dessa chilena voltar (risos)’. Assim fomos desafiados a fazer o jornal em uma noite”, contou Marcelo enquanto acendia um legítimo Habano e levantava os olhos sobre os óculos para ver uma das muitas intimações judiciais que chegam ao jornal mês a mês. Marcelo continuou contando que naquela noite ele e Aníbal se prepararam, “arrumamos uma mesa, juntamos umas bebidas, drogas e atravessamos a noite. Pela manhã estava pronto”, afirmou. Contou que um milionário argentino incentivado pela esposa (ele havia acabado de comprar a Praia da Azeda), iria investir muito dinheiro no Perú. A alegria durou pouco e veio uma profunda crise financeira na Argentina e o cara perdeu tudo, faliu. Marcelo fez um rateio com amigos da Fundação Oswaldo Cruz (dinheiro que nunca devolveu) para a segunda edição e assim começou a história de notoriedade e pindaíba do Jornal O Perú Molhado. Quase 30 anos depois estava tudo certo para o Perú sair en-

Marcelo e Cláudio Kuck em Santa Maria Madalena, no Museu da Darcy Gonçalves

cartado semanalmente no Jornal do Brasil, mas meses depois deixou de ser impresso e passou a ser só uma publicação online. O fato virou piada em toda a cidade, o próprio Perú publicou um texto fazendo gozação com seu próprio azar.

Os primeiros anos Os primeiros exemplares de O Perú Molhado não tinham o intrigante acento agudo no u. Era publicado em vários idiomas e tinha na capa quatro preços diferentes: 20 centavos para brasileiros, 50 centavos para uruguaios, 27 cruzeiros e 50 centavos para franceses e 70 cruzeiros para alemães. Na capa do primeiro exemplar um pequeno box com o horóscopo di-

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zia que estava sempre tudo bem e no boletim meteorológico dizia ao leitor que procurasse um instituto de meteorologia para obter essa informação. No interior do primeiro exemplar havia a foto de uma nota de um cruzeiro com o provérbio: “Se dinheiro fosse merda pobre nasceria sem cu” (essa nota com a inscrição está em uma moldura que decora a redação do jornal até hoje). A irreverência e anarquia seriam marca dali em diante ao longo desses mais de 30 anos. Mas será que eles sabiam que iria durar tanto? Marcelo disse que não, não podia prever que sua história e do Perú seriam quase a mesma e atravessariam tantos anos. E foram três décadas acompanhado Búzios crescer e aparecer; vila, cidade recém emancipada, primeiros

grandes desafios e problemas, conquistas e tristezas. Mas o Perú esteve e está, levando informação e humor, sem se levar a sério, mas levando sua missão a sério. Qual missão ninguém de sua pequena equipe sabe ao certo, se perguntam ao editor ele diz: “ Não sei também”, e ri. Na década de 80 o Perú era todo preto e branco e sempre informava que a próxima edição seria toda colorida, fato que demorou anos para acontecer. Páginas recheadas de fotos montagens e desenhos do Aníbal, traziam as fotos do Marcelo e já contava com variedade de colaboradores para textos de opinião e notícias, nada era convencional. Os primeiros políticos já começavam encontrar nas páginas do jornal um novo palanque. O Perú não

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foi um tabloide por todos esses anos, da edição de número 13 até o número 17 o Perú foi um standard, mas retomou desde então até aqui sua vocação assumida de tabloide. A década de 90 foi marcada pelo apoio à emancipação de Búzios (foi literalmente o jornal da emancipação) e o turismo. O Perú Molhado sempre esteve batalhando para que Búzios fosse uma referência nos esportes de vela. O Perú assistiu o nascimento e a morte de uns cem números de jornais, muitos com a promessa de derrubar o Perú e outros com a certeza de que eram a verdadeira voz de Búzios, coisa a qual o Perú nunca se atreveu a ser. O jornal foi sempre uma caixa de ressonância dessa pluralidade que é Búzios e assim muitos famosos e famosas estiveram nas páginas do jornal que foi então ganhando espaço na Zona Sul Carioca através de seus fãs ilustres, para o Perú ganhar o mundo via mala direta foi rápido. Charges de Jaguar, Paulo e Chico Caruso, Glauco e Ykenga. Alguns nomes importantes do jornalismo e da literatura já assinaram textos no Perú; Ruy Castro, Nelson Motta, Arthur Veríssimo, entre outros. Do ano 2000 em diante Búzios passou a viver para as disputas eleitorais e eleitoreira, a manutenção de castas e o nascimento de vícios até então pouco observados no paraíso. Assistiu muitas mudanças no cenário político nacional, internacional e de alguma forma no municipal. Mas o Perú sempre se manteve ereto e não deixou a peteca cair. Vem desde então inventando moda, criando eventos, entre eles há a procissão do São Perú (em que se corta a cidade com pessoas bebendo cachaça e levando um andor com a imagem de um santo com cabeça de peru) promovendo a cidade pelo Brasil e fora dele. O Perú foi o primeiro jornal da cidade, o primeiro a ter página na internet, a ser totalmente colorido, a ser vendido nas bancas, a ter edições em inglês e espanhol, a acompanhar representantes políticos e do setor de turismo da cidade no exterior e já está disponível no Kindle e no iPad e outras tecnologias. Em 2008 entra para o Guinness Book com o maior jornal do mundo. Se torna parte da “rotina” dos famosos que veem descansar em Búzios saírem na capa do jornal. O jornalista Pedro Bial em 2002, após o fim da segunda edição do Big Brother Brasil, veio passar férias em Búzios e, segundo o dono do Perú, em entrevista disse que “como espectador provavelmente não assistiria ao BBB...”. Ancelmo Góis dá destaque no O Globo, o apresentador leva um puxão de orelha do Dr. Roberto Marinho, e nega tudo.

Marcelo e seus amigos do começo

Marcelo há 10 anos atrás...

Marcelo e Otto Weisser

Marcelo e sua educação sueca

Linha editorial possível Quando alguém menos informado “pega o Perú na mão” (esse tipo de piada infame sempre é encontrado nos textos do jornal) diz que lembra o Pasquim. Marcelo não nega que de alguma forma tenha havido uma influência, mas quem é leitor assíduo, e são muitos pelo mundo á fora, sabe que essa influência não é tão grande. O Perú trás em si sua singularidade, uma delas é que não há linha editorial, assim como também não há projeto gráfico, não há “espelhos”. Cada edição é uma surpresa ao sabor da criatividade de seu criador, com auxilio da sempre pequena equipe, ou das necessidades, digamos econômicas. Mas em tantos anos de existência se não há uma linha editorial ao menos se pode perceber algumas características que se repetem, como já foi observado pelo publicitário Lula Vieira, e então formam de alguma forma uma direção ao conteúdo do jornal: escândalos, política local e mulher bonita. Mas muito mais importante que qualquer coisa sobre o editorial é a primeira página. Para Marcelo “capa é foda” e é assim que todos de sua equipe se comportam no fechamento de uma edição do Perú, sabendo que no final chegará o momento mais emocionante e divertido de todo o trabalho, fazer a capa (que não precisa ter nenhuma ligação com o conteúdo da edição). As chamadas mais criativas saem ao acaso, ditas muitas vezes por terceiros que chegam a redação no momento do confuso fechamento regado a muita comida, as vezes alguma bebida alcoólica, e conversas paralelas de todo o tipo.

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Guilherme e Marcelo

Porque Perú Molhado Existe todo tipo de interpretação da razão do nome. Desde a afirmação de que é uma conotação sexual (relacionada ao jeito que fica um pênis após o fim de uma transa) até as explicações mais estapafúrdias como a versão de que seria um mergulhador que ficava rodando como um “peru tonto” na loja de quadros e fotos, montada por Marcelo e Aníbal ao chegarem em Búzios, molhando o chão e saindo sempre sem comprar nada. Perguntado o porquê do nome do jornal Marcelo responde: “Não sei. Tudo que se diz sobre o nome é mentira. Eu realmente não sei”.

Brigitte Bardot e Júlio Iglesias

Marcelo com a primeira máquina digital de Búzios, que não aprendeu a usar

mantém até hoje em relação às cidades vizinhas, como de todo o restante do interior do Rio de Janeiro. É celebre a publicação em que O Perú Molhado entrevistou a atriz francesa e mito buziano, Brigite Bardot, por telefone. Sempre impressionou a credibilidade do Perú, visto que a entrevista se tratava apenas de uma peça literária criada pela dupla Marcelo e Aníbal. Mas houve fato que as pessoas puderam ver e até tocar; a vinda de Júlio Iglesias a Búzios. O Perú molhado realmente trouxe um dos maiores cantores românticos do mundo a cidade, foi em novembro de 1981 no restaurante Karlitos. Búzios parou para ver o cantor que na verdade era o ator argentino Victor Laplage, idêntico ao original Uma verdadeira fila se formou para pedir autógrafos e tirar fotos com ele, até hoje há quem ache que viu de perto Júlio Iglesias em Búzios.

Ele é o Perú

No ano de 1981, o Perú Molhado era ainda uma criança e promovia, mesmo que sem saber, uma revolução em Búzios. Era o primeiro meio de comunicação da cidade feito na cidade e para a cidade e que conseguia captar a singularidade que a cidade

Filho de psiquiatras, o editor do Perú nasceu em Buenos Aires, é torcedor do Boca Juniors, ou ao menos era (há mais de três décadas morando no Brasil acabou sendo torcedor do Botafogo). Marcelo Larti-

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gue chegou ao Rio de Janeiro no final dos anos 70. Completou 60 anos em novembro do ano passado no Japão, distribuindo exemplares em japonês de seu jornal a lideres mundiais em uma convenção sobre os males do mercúrio promovida pela ONU na cidade de Minamata, (O Perú foi o único órgão de imprensa brasileiro presente na solenidade). Mais da metade desses 60 anos foram dedicados ao Perú Molhado. Marcelo era correspondente de uma revista de seus país e estava aqui com o objetivo de entrevistar Garrincha, que nessa fase levava uma vida amarga e entregue ao alcoolismo. Marcelo conta que foi algumas vezes até a casa do craque, em Bangu, onde descobriu que os troféus do jogador faltavam pedaços que tinham sido vendidos para pagar dividas. Do porque decidiu ficar no Brasil conta um caso curioso, “no dia dos Pais, em agosto de 1979, vi na TV uma criança perguntar ao general Figueiredo o que ele faria se tivesse que educar um filho ganhando salário mínimo. O último presidente militar respondeu: Daria um tiro na cabeça, meu filho”, conta e emenda outro fato que faria com que decidisse pelo Brasil definitivamente: “Logo depois um cara subiu no topo de um prédio, no centro do Rio, e durante horas ameaçou se jogar. As horas passaram e nada de se jogar como prometia. O pessoal se cansou e começou a exigir o suicídio: ‘Se joga logo, porra!’, ‘Covarde!’, ‘Preciso trabalhar, pula filho da puta!’. O homem foi retirado pelos bombeiros e a polícia teve que impedir que a multidão o linchasse”. Em entrevista ao Jô Soares em 2008 Marcelo contou que quando da “palhaçada” da guerra das Malvinas, em 1982, montou uma mesa na rua e doou sangue para os soldados ingleses, recusando a, segundo ele, ser enganado pelo governo militar de seu país que pedia doação de sangue para os soldados argentinos. São 33 anos de uma história que pode ser sobre jornalismo, mercado editorial e curiosidades da imprensa de interior. Mas não há como ser só isso por ser tratar de Búzios, Perú Molhado e seu editor Marcelo Lartigue, uma lenda.

Marcelo no auge, com sua mansão em Saint Tropez e sua Lamborguini

Marcelo e seu amigo Léo Gandelman

Ele também apareceu no Programa do Jô O banho de sal de grosso no inicio do governo de Toninho Branco não adiantou muito Marcelo com seus amigos de profissão Anibal, Sandro e Ancelmo no Don Juan

Tivemos a informação de que um grupo de senhoras católicas irão começar uma novena pelo Marcelo, ele sorriu e pediu para publicar isso. Ele é devoto da Virgem de Fátima e amigo de Francisco, o Papa

Marcelo, Renatinha e Dona Eva

Dona Nelly, mãe de Marcelo, passeando com Valdete no festival de cinema

Esse continua sendo nosso lema até hoje

Diga trinta e três... Diga trinta e três... Diga trinta e três...Hum... Vamos examinar melhor? Bom ou ruim é nosso. Parabéns de qualquer jeito! I♥️O PERÚ MOLHADO Adriana Salituro

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Promoções Café duplo c/ leite e pão francês na chapa c/ manteiga extra R$5,00 Suco de laranja, café duplo c/ leite e misto quente R$ 12,00 Majestuoso sanduiche de milanesa no pão ciabatta R$ 12,00 Aberto das 7h ás 20h. Rua Cesar Augusto São Luis 165, Centro. Tel.: 2623-0974

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“No Perú, 99% do que se diz é verdade” Da redação

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ntônio Carlos Calvet é conhecido de todos aqui em Búzios, é oficial de justiça, atua e mora em Búzios desde 2000, “minha primeira função foi entregar um mandato ao Marcelo Lartigue, que eu ainda não conhecia. Cheguei na Praça Santos Dumont e comecei a perguntar quem era e me indicaram. Foi nosso primeiro contato”, lembra. Dali em diante Calvet teria em sua rotina neste quase 14 anos na cidade entregar mandatos judiciais ao editor do Perú Molhado, “teve um dia que na mesma se-

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mana saíram 15 mandatos, então marquei com ele e sentamos na mesa do cinema e ele abriu os 15 mandatos na mesa, tirou fotos e publicou”, divertisse ao contar. Calvet se apaixonou por Búzios e, segundo ele, não há nada mais característico da cidade que o Perú Molhado, “minha opinião pessoal é o tipo de linguagem que ele (Marcelo) usa no jornal e as pessoas são muito melindrosas e não aceitam. Elas entendem com uma interpretação diferente do que ele quer dizer. Ele escreve como se fosse na época do Pasquim, e eu queria ver se tinha esse monte de processo contra o Pasquim. Outros jornais falam as mesmas coisas e ninguém diz nada.

Mas como aqui é uma cidade cosmopolita reduzida a um micro organismo todo mundo quer processar e tirar proveito. Depois do Pasquim, que conheci primeiro, é o jornal que leio todas as semanas e é sempre irreverente. Eu acredito em 99% do que leio no Perú”, afirma e conta algo do qual se admira: “Marcelo nunca pediu para não citar ou por uma data na frente, obedece tudo conforme manda a lei. Nesses anos todos de justiça, quase 30 anos de oficial de justiça, nunca vi alguém como ele, nunca fugiu, não deixou de ir nem uma vez. Nos anos que estou aqui só eu já entreguei mais de 60 mandatos contra o Marcelo e o Perú Molhado”.

Nosso oficial de justiça preferido

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A São Silvestre dos garçons de Búzios:

a corrida mais esperada do ano Por Marcela Nósseis

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Jornal Perú Molhado está promovendo mais uma edição da corrida de garçons, neste sábado, dia 22. O evento, como de costume, será na Rua das Pedras, repleto de bom humor, animação e boas vibrações. A competição faz parte do circuito de eventos que comemorará os 33 anos do Perú, momento em que o jornal busca sua renovação. A disputa acontece há alguns anos e envolve os garçons de toda região, que desejarem participar. O pessoal da picanha do Zé, de Cabo Frio, são sempre presentes. As inscrições são gratuitas e feitas na hora da competição, que acontecerá as 17hrs. Será dada a largada em frente a Creperia Chez Michou e correrão até ao Capitan´s Bar. Neste momento os garçons inscritos sairão correndo equilibrando suas bandejas que terão um copo cheio de água. O vencedor, que chegará em primeiro lugar com o copo cheio, levará o premio de R$1.000,00, o segundo lugar terá o prêmio de R$ 500,00 e o terceiro R$ 250,00. Esta brincadeira promete boas risadas e acaba por refletir o que acontece na prática desses profissionais que estão sempre apresados para servir a todos da melhor maneira possível, podendo ganhar ao final uma boa gorjeta como prêmio. A profissão de garçom já foi considerada um bico, mas hoje é bem remunerada, reconhecida e tem plano de carreira. Há um tempo, ninguém sonhava em ser garçom. Muitos acabavam na profissão por falta de opção, outros para terem uma outra fonte de renda. Mas esse cenário mudou. Com o turismo crescente, principalmente neste momento em que o País se prepara para receber dois importantes eventos: a Copa do Mundo, em 2014, e os Jogos Olímpicos, dois anos depois. Com isso, cresce a exigência do público e ninguém aceita mais ser mal atendido. Essa carreira começa, então, a ser reconhecida e aponta para um futuro promissor. Conversamos com alguns garçons para saber o que eles acham da corrida e se estão dispostos a participar. Ao falarmos sobre a corrida, pudemos perceber a empolgação e entusiasmo de muitos que aguardam ansiosos o evento. Segundo JD, garçom que trabalha há 14 anos no Cigalon, o evento é bem divertido e disse ser o único evento que prestigia a classe. Também comentou sobre a animação dos colegas ao aguardar o dia de participar da corrida. Ao continuar a missão de entrevistar os garçons de Búzios, me deparei com o argentino Maximo, proprietário do Bar Blue Martini, mas garçom durante vários anos pelo mundo. Ao ser informado sobre a data da corrida demonstrou grande satisfação e disse que sempre quis participar desta brincadeira. Morador de Búzios há 25 anos, mas quando ainda morava na Argentina, via as corridas em Bariloche e sempre achou muito legal. Maximo, neste ano não ficará de fora e disse ser um prazer participar de um evento promovido pelo Perú Molhado, “um jornal que faz parte da história de Búzios”, disse ele . Já no “La pizza quadrada” conversamos com Keila Carvalho, a intitulada “queridinha do Marcelo”, que adora ser garçonete, tem orgulho de sua profissão, que exerce há anos, por vários lugares da Europa. Keila atende a todos com alegria e atenção e embora não vá participar este ano, manda boas vibrações a todos e diz gostar muito do evento. Como a partida do evento será no Chez Michou, fomos lá conversar com alguns garçons, e ao convidá-los, nos deparamos também com a alegria e empolgação dos garçons. João Luís, logo disse que ganharia a competição, e seu colega Flavio “Obama” concordou e se conformou em ficar com o 2º lugar. Também fomos até a chegada da corrida que será no Capitain´s, onde encontramos o proprietário, Leo Grubel, que curte bastante o evento e já participou várias vezes. Leo comentou sobre um episódio que aconteceu com ele em uma das vezes que participou. “Eu estava em terceiro lugar, quando de repente escorreguei e perdi a competição.” Neste ano, Leo está torcendo para não chover e incentivando seu garçom, Marcos, a participar. Realmente, na corrida de garçons acontecem vários imprevistos, fatos inusitados que são motivos de boas gargalhadas. O garçom Diego que trabalha na Casa da Pizza há alguns meses, tem o cargo de garçom como sua única experiência profissional, começou na profissão aos treze anos de idade. Ao informar Diego sobre a corrida de garçons, ele logo sorriu e se animou, dizendo ser um forte concorrente. Ele é conhecido na pizzaria como “ligeirinho” por atender com agilidade, principalmente quando o local atinge sua lotação máxima. O garoto fala da profissão com orgulho e satisfação, e quando eu perguntei o que o desagradava, se haveria algum ponto negativo, ele respondeu prontamente que não. Para ele esta tudo bem e pretende investir na profissão. O evento também é uma forma do Perú homenagear aos garçons, profissionais que estão sempre prontos a nos servir. A estes que servem a todos com eficiência, amor e alegria, devemos nossa gratidão. E diante da situação de sermos servidos, devemos pensar que em algum momento também serviremos e gostaríamos de sermos valorizados e respeitados. “O mundo é um moinho...Roda moinho, roda gigante”.

De 20 a 27 de fevereiro de 2014 – O Perú Molhado

Garçons de Búzios uni-vos em torno do Perú

Keila, destaque de La Pizza Quadrada

Concentração no Chez Michou e chegada no Captain’s

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2ª Travessia de Stand Up do Perú

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erá neste sábado (22) a 2ª Travessia de Stand Up do Perú e quem fez os troféus que serão entregues aos campeões foi o surfista e artista buziano, Sérgio Dido da Art in Surf. A travessia terá largada na Praia do Canto (centro) ás 10h e terminará na Praia de Manguinhos (Búzios Vela

Club). São seis categorias (sendo apenas três com premiação em dinheiro). A inscrição custa R$ 20,00 e dá direito a camiseta do evento e consumo de frutas e água. A competição faz parte das atividades em comemoração dos 33 anos do Jornal O Perú Molhado e está sendo organizado por Kakado da Secretaria de Esportes e pelo vereador

A turma da travessia do Perú

Toni e sua namorada Gabriela na festa dos Empresários do Ano

Por que acha que o stand up cresce tanto mundo á fora? Principalmente por ser um esporte muito fácil e amigável. Pode ser praticado em qualquer lugar que tenha água. Seja no mar, lagoa, represa, rios e até piscinas. É uma atividade física completa. Trabalha equilíbrio, força e resistência. E é perfeito para ser praticado em família. Diferente da maioria dos esportes individuais. Acho que esses são os principais motivos para o rápido crescimento do esporte. Búzios é mesmo um dos melhores lugares do mundo para velejar, surfar e remar? Pra velejar com certeza. Temos uma melhores raias do mundo. Para remar também é muito bom. Devido a beleza natural da costa e das condições de vento a favor. Com a relação a surfar, não é tão bom assim. As opções são um pouco limitadas. Sendo Geribá praticamente a única opção do dia-dia. Mas, não dá pra reclamar. Pois cada dia você optar por praticar um esporte diferente, dependendo das condições de vento e ondulação. Búzios é sem 10

Gugu de Nair com o apoio da Molusco, Arte in Surf, 900 graus, Team Brazil Búzios Surf e prefeitura de Búzios. Categorias Race Open Masc e Fem Race Master Masc e Fem Fun Race Masc e Fem Fun Race Master Masc e Fem

OC1 Master Masc e Fem Premiação R$ 500,00 1º race Masc e 1º Fem R$ 500,00 1º Fun Race Masc e 1º Fem R$ 500,00 1º Race Masc Master R$ 300,00 1º OC1 Masc e Fem Troféus em todas as categorias

Vinnicios Martins, o campeão dos campeões

Toni Portinari, que foi escolhido pelo Perú como um dos empresários do ano, foi ele que implantou em Búzios a bem sucedida Art in Surf. Respondeu-nos por e-mail (estava na Malásia) e garantiu que a Travessia de Stand Up do Perú será uma das maiores coisas de Búzios daqui pra frente!

duvida um dos melhores lugares do mundo para se praticar esportes aquáticos. Como é sua história com o stand up? Conheci o esporte em 2008 no Havaí. Me apaixonei na primeira remada. Comecei a trabalhar com Stand up alguns meses depois no Rio. Fomos os primeiros a vender Stand Up no Brasil. Até hoje estou ligado ao esporte através da Art in Surf, apoiando atletas e eventos de Stand Up no Brasil e no mundo. O que acha da iniciativa do Perú com essa segunda edição da Travessia? Muito legal. Cada ano está crescendo mais e ficando mais atrativa para remadores de todo Brasil. Você vai participar da premiação? Como a Art in Surf irá participar? Sim, claro. A Art in Surf vai dar remos e acessórios de premiação e uma prancha inflável, que é um lançamento nosso, para ser sorteada entre todos os remadores.

Búzios será a capital do stand up O Perú tá fazendo a sua parte

Vinnicios Martins que ganhou o Rei de Búzios no ano passado e esteve entre os ganhadores da 1ª Travessia do Perú ficou em 11º lugar no mundial de Stand Up na Califórnia, por pouco não ficou no Top 10 do mundo. Vinnicios começou a remar muito cedo, conta que foi criado no Búzios Vela Club em Manguinhos e ajudava no treinamento dos alunos, “as vezes tínhamos de ir buscar os alunos no mar e íamos remando sobre a prancha sem a vela e usávamos remos de caiaque. Quando o stand up surgiu aqui eu vi que já era meio o que eu fazia”, contou. Com 14 anos participou de sua primeira competição de stand up e ficou em 5º lugar entre 40 pessoas. O jovem atleta buziano está fazendo faculdade de economia, mas não pensa em abandonar o esporte, continua seguindo firme e se amarra na iniciativa do Perú: “Fiquei amarradão na iniciativa do Perú. E cada dia é uma surpresa, no ano passado veio de gente de outros países. Quem ganhou foi o campeão da Nova Zelândia. É muito maneiro o Perú fazer isso. Esse ano to lá de novo!”. Priscila do Fishbone começou a praticar por lazer e descobriu que a prática faz muito bem a saúde e também para a mente, “o melhor do stand up é o contato com a natureza. Você pode ver a beleza de Búzios de outro angulo, visto do mar. É outra visão! A iniciativa do Perú é grandiosa”. Dominique também fez contato com o esporte por lazer e descobriu que o esporte mexe com todos os sentidos do ser humano, “é uma união Dominique e Priscila, profunda entre o ser as rainhas do mar humano e a natureza. Eu acho que travessias grandes devem ser sempre feitas em dupla, é mais seguro”, opina.

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A arte e o surf de um buziano Por Victor Viana

S

érgio Dido, de 49 anos, é original da terra, como gosta de dizer. Nascido aqui mesmo em Búzios e se não for mesmo o primeiro é com certeza um dos primeiros nativos a pegar onda. Morava no Canto Direito de Geribá (onde hoje é o Beach Clube). Seus avós eram pescadores e seu pai funileiro e sua mãe doméstica. Sérgio nunca viveu da pesca, sempre trabalhou “com as mãos”. Aos quatro anos brincava com as pranchas que os jovens que acampavam no quintal de sua casa deixavam guardadas e assim passou a ter “água salgada na veia”. Acabou que também foi um dos primeiros buzianos a remar em stand up assim que o Toni Portinari (hoje seu parceiro na Art in Surf) trouxe as primeiras pranchas pra Búzios. Casado com a Celeste da Costa (neta da Celeste que dá nome a famosa rua da cidade) Sérgio, que sempre trabalhou “com as mãos”, fazia gargantilhas e anéis com o couro do boi. Mas foi aos 14 anos que começou a trabalhar com a madeira em carpintaria naval, junto com a família do Sr, Pires. Sua criatividade o levou a fazer pequenas traineiras e as pessoas gostavam. Novas ideias foram surgindo e Sergio foi desenvolvendo mais coisas. Quando adolescente Sérgio ajudou na construção da Pista de Skate de Geribá, espalhou o concreto. Contou que no outro dia foi ver como a obra tinha ficado e encontrou um tatu tentando subir a pista, o animal subia e depois escorregava de volta, “na época tudo ao redor era mato”. Durante 10 anos Sérgio trabalhou em uma casa em Geribá, depois que o proprietário vendeu a casa decidiu que iria viver de sua arte. Contou que uma vez foi convidado por um amigo (também artista) que mora no Alasca, e que estava em Búzios passeando, para dar uma volta de veleiro e disse que não poderia ir por ser segundafeira e que precisava trabalhar. O amigo lembrou que ele (Sérgio) era um artista e que não tinha patrão nem horas a cumprir, tinha apenas de viver. Sérgio foi. Voltou do passeio com madeira e novas ideias, desde então passou a seguir o conselho do amigo. Montou a primeira loja na frente da sua própria casa e depois ao lado da Igreja de Santa Rita (onde era a casa do seu avô). Passando pela Avenida José Bento Ribeiro Dantas sempre via o Porto da Barra cheio de carros. Conta que Clemente (Magalhães) lhe emprestou uma loja em que ficou por um ano. Então essa casa (onde antes funcionava um hortifruti) seria demolida e Sérgio viu que seria ideal para ser a nova loja. Foi difícil impedir a demolição, mas ele conseguiu. Pegou o notebook e mostrou como seria a Arte in Surf e Clemente gostou. Começou uma parceria com o Toni Portinari e

a loja se tornou uma referência e um sucesso total. Na Art in Surf Sérgio atende de bermuda e sem camisa. “Os amigos dizem que devo ‘por uma roupa’ para atender os clientes, mas dessa forma deixaria de ser eu”, contou. Você imaginava que suas obras teriam toda a repercussão que está tendo, com matérias em grandes jornais, programas de TV e elogios de pessoas de referencia do meio artístico? As pessoas me diziam que eu ia chegar longe, mas eu nunca me preocupei muito com isso. Eu gosto é de fazer, de criar. Todo o material que você usa é de refugo? Como você fás para adquirir esses barcos? Sim, utilizo madeira descartada pela obras e também pela própria natureza. Os barcos eu compro. Essa canoa (aponta para uma estante feita a partir de um embarcação) eu trouxe de Saquarema e esse aqui, que fiz mesas e bancos, da Praia Gorda. Só lá na Gorda tem esses botes que eram usados para a pesca da Pescada da Amarela. Essas canoas não tem igual aqui na península não, são “toda encavernada”. Essas canoas são difíceis porque além de eu ter de ir buscar longe, os donos são muito idosos, alguns de 70 a 80 anos, e guardam um grande apego por essas embarcações. Se lembram que já pescaram tantos quilos de camarão com elas, já vieram carregados de peixe, essas coisas. O pessoal antigo de Búzios remava até a Ilha dos Gravatás nessas canoas. Então eu faço a peça e levo fotos para eles verem como ficou. Há algo em especial que esteja querendo fazer relacionado a sua arte? Eu to tentando encontrar um barril de madeira que era da casa do meu avô. Ali no canto (Geribá), tinha uma pedreira e o Zé Russo estourava pedras lá. Lá meu avô tinha esse barril e ele deitava e colocava dois ferros do lado e ia arrastando até onde hoje é a Pousada dos Tangarás, no campo de aviação. Lá tinha um poço que era uma coisa linda, gramado e com pitangueiras em volta. A mulherada lavava roupa e ficava quarando nas pintagueiras. Meu avô enchia esse barril de água tampava e levava de volta para o canto, enchia os potes e a água era limpinha. Soube que esse barril está na casa de uma família lá em São José, estou correndo atrás deles para transformar esse barril em alguma coisa. Você também pinta, isso é assim desde criança? Meu pai trabalhava na Petrobrás e por isso moramos um tempo em São Paulo. Lá tiraram uma foto, minha tia não quis me dar essa foto, guardou pra ela. Na foto eu estava sentado fazendo a lição de casa e olhando para trás e no meu caderno tinha um desenho quadra-

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Tiffani, filha de Dido, hoje com 15 anos, foi a primeira criança a remar stand up em Búzios

do com um horizonte e com uma ilha. Já indicava o meu futuro. Esse é o segundo ano que fará o troféu da travessia de stand up organizada pelo Perú? Sim, sim. Ano passado apanhei a beça com aquelas mãozinhas de gesso do São Perú, que vão em cima do troféu. To acostumado a trabalhar com madeira pesada. Mas esse ano já peguei a manha (risos). Você é um veterano do surf, o esporte mudou durante esses anos? Mudou muito. Hoje existem três tipos de surfista: O que gosta de pegar onda mesmo, o que enche a prancha de adesivo de patrocinadores e que nem é profissional e chega na praia tirando marra, e tem o cara que deixa a prancha no quarto o ano inteiro e quando vem pra Búzios põe a prancha em cima do carro e chega aqui finca ela na areia e fica parado olhando pra dentro do mar (risos). Tem gente que pega onda e outros que tiram onda. Acho que o Perú tinha de realizar no próximo ano uma campeonato de surf, seria bacana.

É verdade que você matou dois surfistas? Matei eles de raiva. Eram exibidos e sem respeito pelos locais, então não deixei eles pegarem onda. O stand up se tornou parte do surf? O Stand Up resgatou muita gente que já tinha parado de pegar onda. E muita gente que nunca conseguiu ficar em cima da prancha e com a stand up consegue. É o esporte que mais cresce no mundo. E você faz pranchas de stand up? É fácil adquirir uma prancha? Já fiz algumas pranchas de madeira para surf, mas as pranchas que vendemos são de fabricação do Toni Portinari e algumas feitas na China. Aqui na Arte In Surf dá para comprar pranchas em até 6 vezes no cartão. Hoje está muito mais fácil ter uma prancha. Hoje sou uma referência em pranchas por conta da Art in Surf, aqui há pranchas infláveis que você pode esvaziar e cabem dentro da mochila.

“Pego onda desde os 13 anos, por volta de 1979. Migrar para o stand up foi algo natural, até porque eu remava canoa quando morei no Havaí. É um esporte muito fácil de começar, com isso pode ver que tem desde criancinha até vovô. A mulherada também tá mandando ver no stand up. Eu fabrico pranchas e as de stand up estão sendo muito procuradas, pessoas de Rio das Ostras e até Macaé estão chegando aqui. Na travessia do ano passado realizada pelo Perú eu cheguei em 4º lugar, se eu tivesse treinado minha colocação poderia ter sido melhor. Esse ano acho que será um sucesso ainda maior. Como instrutor eu percebo que as pessoas precisam se concentrar no aprendizado da remada, porque ficar sobre a prancha é fácil, saber remar é muito importante”. Michel Graf Lichnowsky 11


Fotos: Iuri

Notas • Notas • Notas • Notas • Notas • Notas • Notas • Notas

A chef Joanna Gallo e a equipe do Donna Jô

O Quadrucci Búzios tinha dois sócios, e um acabou de comprar a parte do outro. Na partilha, entre potes de açafrão, sal marinho e pinolis, vamos deixar de ser a filial do

A capa do Perú (não é qualquer jornal que tem uma charge do Chico Caruso) causou um bafafá na cidade e fora dela. É claro que a grande maioria gostou e se divertiu (os membros da equipe que creem em Deus acham que até ele riu), mas não dá pra agradar todo mundo e alguns (sabemos que não são todos) católicos e evangélicos ficaram muito ofendidos e protestaram nas redes sociais de uma forma cheia de caridade. Muitos crentes de ambos os lados ex-

Quadrucci para ser a matriz do Donna Jô. Por isso, a partir deste fim de semana, quando você chegar vai ver muito mais do que um novo nome na porta. Vai ver que a aten-

pressaram abertamente que esperam a morte eminente do Marcelo (Lartigue) e afirmaram com toda a certeza própria de fundamentalistas que Deus não o conhece e que a mão dele pesará (é uma forma bonita de dizer que Deus castigará as pessoas) sobre nosso editor e ele pagará por toda a sua blasfêmia. Saquem só um dos comentários feito pelos religiosos de Búzios: “Um jornal que é a cara do dono, um saco infeliz. Repúdio dele e do jornal, mais

ção, o clima, o cardápio assinado pela chef Joana Gallo, o tempero e a qualidade - nossos principais ingredientes nesses 5 anos em Manguinhos - ficaram ainda melhores!

uma hora a mão de Deus vai pesar por que se depender da justiça desta cidade vão estar todos soltando fogos, porém eu vou guarda os meus para o dia que anunciarem que ali ao lado da igreja de Sant’ana ele (Marcelo) repousa, só espero que repouse próximo de uma ribanceira e a chuva o leve para o fundo do mar”. Como a religião elevou essas pessoas! Nós do Perú estamos convencidos de que a religião fez muito, mas muito bem a eles.

Uma senhora evangélica parou nosso amigo Caverna na rua e disse que recomendou ao Marcelo ir a uma Igreja. Marcelo ouviu e não comentou e nem esboçou nada. Os vereadores de Búzios entraram na onda das indiretas pelo Facebook. É cada farpa sem endereço claro... A gente fica só imaginando de quem cada um está falando.

LIQUIDAÇÃO

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Notas • Notas • Notas • Notas • Notas • Notas • Notas • Notas Está proibida a propaganda eleitoral antes de 6 de julho: iniciativas de políticos ou partidos visando angariar votos antes dessa data podem ser denunciadas no site do TRE-RJ (www. tre-rj.jus.br) pelo sistema e denúncia. No ar desde sexta (14), ele permite ao cidadão comunicar irregularidades na propaganda eleitoral e acompanhar o andamento da denúncia no próprio site. A notícia será submetida à apreciação do juiz eleitoral responsável pela fiscalização, que poderá determinar a realização de diligências ou enviar ao Ministério Público Eleitoral. Abuja (Nigéria) - A nigeriana Zuratu Mohammed, 48, afirma ter desenvolvido um pênis ao lado da bexiga

durante a gestação de seu primeiro filho, há cerca de 30 anos atrás. Casada com um policial da aldeia onde mora, contra a vontade de seu pai, a mulher viu sua rotina modificada aos cinco meses de gravidez, quando notou o órgão genital masculino. Uma manifestação dos professores de Búzios está marcada para o dia 25 deste mês ás 15:00 horas em frente a Prefeitura. O ato está sendo organizado pelo SEPE Lagos. Já conhece o Espaço Repercussivo do Marcos Dias Correa no Porto da Barra? Vá visitar porque é bacana! É lá na loja 7.

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Sua vida mais fácil?

Búzios tem MAIS

A 5ª Feijoada do Perú foi espetacular!

A festa estava animada, cheia de gente bonita de todas as idades e todos os lugares prestigiando essa tradicional feijoada em honra aos 33 anos do Perú. Só podemos dizer uma coisa: Foi um sucesso! Essa parceria Perú Molhado, Turma do Arroz, Cacau Agostini e Ângela Barroso arrebentou e todos comemoram muito feijão, beberam, riram e dançaram. 14

Av. José Bento Ribeiro Dantas, 3178, Loja 4 - Manguinhos - Armação dos Búzios/RJ Tel.: (22) 2623-3734

buzios@cartoriomais.com.br www.cartoriomais.com.br/buzios

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NOS BAILES DO RIO, CARNAVAL COM GLAMOUR

M

uito antes de Brigitte Bardot, Bardot sonhar em conhecer o Brasil (e apaixonar-se por Búzios), os grandes salões cariocas fervilhavam com foliões-pierrots em busca de suas colombinas durante o carnaval. Foi um Rio que passou em nossa vida e deixou saudades. Para afastar a nostalgia, recuperar o glamour e a alegria, Ricardo Amaral pensou em reviver esses grandes momentos e trazer de volta o espírito dos áureos tempos. A ideia vingou. Desde 2011, os Bailes do Rio foram incorporados ao calendário carnavalesco da cidade e o público comparece em massa. Mais de 40.000 pessoas já participaram dessa grande festa. Este ano de 2014 consolida o movimento de volta dos bailes e traz no tema “O RIO É UMA FESTA” uma homenagem ao espírito animado e receptivo da cidade. E outra novidade: Rick Amaral passa a fazer parte do time de frente dos eventos. Junto ao irmão Bernardo e ao empresário Luiz André Calainho, ele compõe o trio empreendedor que comanda os bailes. É o entretenimento no DNA. A FOLIA É NA HÍPICA-- Depois de atravessar praticamente um deserto do Saara, com todo calor do inicio de ano, está chegando a hora... De aproveitar o carnaval e ir embora só quando o dia já vier raiando, meu bem. De 27 de fevereiro a 4 de março separe a fantasia e a alegria, porque vamos colocar mais água no feijão, e pegar uma Devassa bem gelada, para dar ritmo à folia. Os cinco dias dos Bailes do Rio acontecem na Sociedade Hípica Brasileira, um paraíso de 54.000 metros quadrados incrustado no coração da zona sul do Rio, sob os braços do Cristo Redentor e bem em frente à Lagoa Rodrigo de Freitas. O palco principal toma conta do charmoso picadeiro. No salão nobre, DJs farão o público dançar a noite toda. Os foliões ainda poderão circular pelo terraço e o quiosque da Hípica. A cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, abre alas para o Baile Oficial da Cidade do Rio de Janeiro, o Baile Devassa, o CarnaUOL, o Baile Glamurama e a tradicionalíssima Feijoada do Amaral, praticamente patrimônio imaterial da cultura carioca. Tiago Abravanel, Leo Jaime, Latino, Simoninha e Max de Castro estarão no palco, só para listar algumas das atrações. A música vai rolar, garrafa cheia, não vai sobrar.

“Um viva aos 33 anos do Perú Molhado, o órgão (de imprensa) com menos juízo e DE 27/02 maior sucesso A 04/03 do mundo!” HÍPICA BAILESDORIO.COM.BR LOCAL

Ricardo Amaral

PROGRAMAÇÃO Atrações: Orquestra Lunar com a participação de Tiago Abravanel e a escola de samba Beija Flor. TRAJE OBRIGATÓRIO: FANTASIA OU BRANCO

BAILE DEVASSA 28/02 | SEXTA-FEIRA | DAS 22H ÀS 5H Atrações: Latino e Orquestra Lunar.

FEIJOADA DO AMARAL 01/03 | SÁBADO | DAS 14H30 ÀS 22H

BEBA COM MODERAÇÃO

BAILE OFICIAL DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO 27/02 | QUINTA-FEIRA | DAS 22H ÀS 5H

VENDA E CONSUMO PROIBIDOS PARA MENORES DE 18 ANOS.

O BONECO DO BONI-- O Baile Oficial da Cidade do Rio de Janeiro abre o carnaval carioca. Com a presença do prefeito Eduardo Paes, a festa reúne famosos, socialites, gente bonita e a rapaziada gingando no pé. O dress code da noite é fantasia

Atrações: Leo Jaime e Grupo Puro Acaso. Obrigatória a apresentação do ingresso e o uso da camiseta oficial. Feijoada, refrigerante, cerveja Devassa e caipirinha incluídos no valor. A camiseta oficial estará disponível para retirada a partir do dia 24/02/2014 no local do Evento.

27/02 A 04/03

DE

BAILESDORIO.COM.BR LOCAL

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HÍPICA

BAILE DOS BLOCOS CARNA UOL 03/03 | SEGUNDA-FEIRA | DAS 22H ÀS 5H Atrações: Encontro de blocos Cordão do Bola Preta e Orquestra Voadora.

BAILE GLAMURAMA 04/03 | TERÇA-FEIRA | DAS 22H ÀS 5H Atrações: Baile do Simonal com Simoninha e Max de Castro.

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PATROCÍNIO


ou branco. No palco, a Orquestra Lunar, formada apenas por mulheres, abre a noite e recebe Tiago Abravanel. No repertório, Tim Maia, Ivete Sangalo, Roberto Carlos e muitas novidades. Em ritmo de carnaval. No palco, ainda, a escola de samba BeijaFlor de Nilópolis, que participa da homenagem ao convidado de honra da noite, o empresário e, como diz o samba-enredo, o ‘astro iluminado da televisão’, José Bonifácio de Oliveira Sobrinho. Boni terá um boneco de 5 metros de altura, à sua imagem e semelhança, e um painel de fotos com momentos de sua trajetória. Outras presenças confirmadas são a do Rei Momo, da Rainha e das Princesas do Carnaval 2014. O Momo, inspirado na mitologia grega, faz referência a um personagem que personificava a ironia e o sarcasmo. No Brasil, a figura do homem bonachão, de cetro, coroa e gordurinhas extras tornou-se referência de folia. DEVASSA COM LATINO - Para o Baile Devassa, na sexta-feira, Latino leva a festa do apê para os salões da Hípica, em apresentação com a Orquestra Lunar. O cantor, que já se apresentou em outras edições dos Bailes, esteve entre os nomes mais pedidos pelo público para constar da lista de atrações deste ano. O sábado será da concorrida Feijoada do Amaral, que comemora 37 anos de existência (na conta imprecisa do Amaral, é bem verdade). Tradicional e disputadíssima, a Feijoada foi precursora na criação das camisetas-convite e até na forma de servir a delícia aos comensais. Separar as carnes em recipientes diferentes— um jeito inovador e, cá entre nós, mais democrático-- foi uma ideia de Titá Burlamaqui na primeira feijoada. Pela feijoada passaram inúmeros personagens ilustres do Brasil e do exterior, como Robert de Niro, Vincent Cassel e Arnold Schwarzenegger. TEMPERO DOS DEUSES-- A feijoada terá nova apresentação e um tempero elaborado pela chef Heaven Delhaye, uma bela morena filha de pai português e mãe francesa, criada em Petrópolis e que atualmente mora em São Paulo. Heaven dará um toque ‘divino’ ao nosso evento intencionalmente profano. O show será de Leo Jaime e do grupo Puro Acaso. Na segunda-feira, marchinhas na veia. O Baile dos Blocos CarnaUOL terá o som do tradicional Cordão do Bola Preta e do badalado bloco Orquestra Voadora. E nessa onda vamos nós, iaiá, com referências a um outro bloco que fez história: O Bafo da Onça. Essa é a temática que inspira a decoração do quiosque da Hípica, um dos pontos-chaves do espaço dos Bailes do Rio neste ano. O ambiente terá onças e telas com a estamparia espalhada.

Latino Max de Castro e Simoninha

Tiago Abravanel

MESTRES NO COMANDO-- Os Bailes do Rio têm a direção do produtor cultural Haroldo Costa, um dos maiores especialistas em carnaval do país. Assim como nas edições anteriores, a cenografia é assinada pelo grande Mario Monteiro. Para criar o ambiente que mostra como o Rio é uma festa, Monteiro trouxe para o salão elementos de comemorações importantes, como o Réveillon, o próprio carnaval e até datas religiosas. Os bailes terão, ainda, referências à divertida campanha deste ano da Devassa, cervejaria que nasceu no Rio e é o patrocinador-master dos Bailes do Rio: ‘Pelada: o lado Devassa do futebol’. Para fechar a folia com chave-de-ouro, na terçafeira, o Baile Glamurama reúne glamuretes e foliões de estilo— muitos com produção impecável e fantasias produzidas. Eles assistirão ao Baile do Simonal, comandado pelos filhos do cantor, Max de Castro e Simoninha e o setlist de músicas brasileiras do DJ Janot.

Chef Heaven

Vai ser total alegria até o raiar da quarta-feira de cinzas. E viva o Carnaval.

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Cinema Cine Bardot - AMOR BANDIDO. Pais: EUA. De: Jeff Nichols. Com: Matthew McConaughey, Tye Sheridan, Jacob Lofland. Dias: SÁBADO 21:30 / DOMINGO 19:30. O MORDOMO DA CASA BRANCA. Pais: EUA. De: Lee Daniels. Com: Forest Whitaker, Oprah Winfrey, Mariah Carey. Dias: SEXTA 21:30 / SÁBADO 19:30. TERRA FIRME. Pais: França , Itália. De: Emanuele Crialese. Com: Filippo Pucillo, Donatella Finocchiaro, Mimmo Cuticchio. Dias: QUARTA 21:00 / SEXTA 19:30 / DOMINGO 21:30. Ingresso: INTEIRA R$ 22,00 MEIA R$ 11,00. Informações: Tel.: (22) 2623-1298

Ampla sem energia Bombeiro sem água

Artes Plásticas Abigail V. Schlemm – Pinturas. Rua das Pedras. Vilmar Madruga – Atelier com exposição permanente da obra do artista. Porto da Barra. Tel.: 2623-7452 Anauê Mosaicos e Esculturas – Rua das Pedras, 266 – loja 04. Telefone: 2623-2225 Atelier Decor-Resina – Peças exclusivas em materiais nobres misturados com resina cristal. Rua Vila das Aroeiras, no 180. Tel.: (21) 9729-3795 Lula Moraes – Rua A - Lote 3 - Alto de Búzios. Tel: 2623-5744. Atelier Flory Menezes - Rua das Pedras 168 lj 8 Búzios (2623-0264 - 9994-7831). www.florymenezesescultura.com. O Perú recomenda a Mostra da pintora e escultora Ana Clara Martins até fim de julho. Eduardo Sardi - Retratos artísticos, pinturas a óleo e pátinas - Vila Caranga, 32 - Telefone: 2623-4072 - 9223-0457 Julián Juaréz - artista plástico - Tel: 2633-7037 / 92096364. julian23artistaplastico@hotmail.com. Rua Nicolau Antônio Estevão, 68 • Alto da Boa Vista • Rasa. Sérgio Joppert - Pinturas e Desenhos. Rua Zaíras Street. Nº. 09 Baia Formosa - Lote 09. Quadra 05. sergiojoppert@hotmail.com. (21) 9559-0014 Eduardo Pieretti Atelier - Rua da creche Barbara Writh, Parque das Acácias. Tel: (22) 2623-6179 Atelier Maremato do André Cira - Tel 22 26291351 acira@wanadoo.fr Artista plástica Argina Seixas. Endereço: Centro Hípico de Búzios - Marina Porto. Horário de funcionamento: 10:00 às 18:00. Telefone contato: (22) 8843-6604 Ana Colombo - Na Galerida da Vimolagos

Por Muchacho Bicho Doido A Ampla volta a deixar os moradores da Rasa na escuridão. Desta vez foi na rua Otacílio Gonçalves e na rua 15, Vila Verde, próximo a divisa Cabo Frio – Búzios. A rua Otacílio ficou sem energia por 3 dias, de domingo a terça-feira 23 horas. Os moradores ameaçaram protestar. Já a rua 15 fiou sem energia por volta das 2 horas da madrugada de quarta-feira e a população se manifestou as 21 horas em um grande protesto com madeiras queimadas e galhos de árvores interditando a rua para chamar atenção das autoridades. A polí-

cia militar chegou no local e viu que a manifestação era pacífica, então não tomou uma atitude arbitrária. Inclusive, junto com os moradores, os policiais ligaram para a Ampla informando que estariam no local aguardando a presença deles, pois em outra ocasião carros da companhia elétrica já foram queimados no bairro da Rasa e os funcionários poderiam estar com medo. Militares do corpo de bombeiro foram ao local e ao soltar as mangueiras não havia água no reservatório deles. Eles tiveram que apagar o fogo com enxadas. Os moradores reclamam: “E se fosse uma casa em chamas?”.

a s a R a n o t s e t o Pr

Comidas & Shows Barceloneta - Todas as terças festival de tortillas espanholas. No sábado tem feijoada. Reservas tel.: 2623-0035 Buda Beach - Todas as quintas Show de Samba a partir das 21h. Rodizio de massas e pizzas. Orla Bardot. Reservas 2623-6307. O Perú recomenda! Crêperie Chez Michou - Deliciosas crepes e exóticos drinks. 14 monitores para assistir os mais novos DVD´s e todos os eventos esportivos. Programação musical com Dj´s. Venha a comemorar seu aniversário no point mais badalado de Rua das Pedras. Aberto todos os dias do meio dia ao ultimo cliente. Tel. (22) 2623-2169 – www. chezmichou.com.br – Rua das Pedras, 90. Centro.

Leia o Perú

na internet

operumolhado.com.br

Pátio Havana - De frente para o mar, gastronomia contemporânea. Programação de shows ao vivo, quintas feiras Salsa para bailar e domingos roda de samba. Aberto todos os dias a partir das 18h e até o último cliente (exceto terças feiras). Reservas: (22) 2623-2169 – Ramal 6 – www.patiohavana.com.br - Rua das Pedras, 101. Centro. Estância Don Juan - As melhores carnes de importação com a melhor seleção de vinhos, no restaurante mais aconchegante de Búzios. Shows de tango são apresentados todas as terças feiras. Aberto todos os dias do meio dia até o ultimo cliente. Reservas: (22) 2623-2169 – Ramal 5 – www. estanciadonjuan.com.br – Rua das Pedras, 178. Centro.

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Galeria Abigail Vasthi

Rua das Pedras, 151 Tel.: 2623-2261 De 20 a 27 de fevereiro de 2014 – O Perú Molhado


Viva o Perú! Bando de loucos e a polêmica dos 33 Por Janir Júnior

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um belo fim de semana de sol, deixei mulher e filhos de lado nas areias de Geribá para ser entrevistado pelo Perú Molhado. Fui recebido por Sandro Peixoto e Marcelo Lartigue. Logo de cara, percebi que não eram normais. Pelo contrário. Eram doidos. Relaxei e matutei: “estou em casa”. O papo foi sobre jornalismo esportivo, noitadas de Adriano, o sofrimento do Marcelo com seu Botafogo e futebol. E acabou que entrei no time do bando de loucos. Desde meus tempos de adolescência, sempre me chamou a atenção as capas e o humor por vezes fino, outras vezes ácido, do Perú. Um jornal que informa, não tem rabo preso com ninguém, que traz assuntos polêmicos, outros mais leves e várias mulheres lindas e gostosas em suas páginas. Depois de meu pai, Janir Hollanda, estreitar laços com Marcelo, foi a minha vez de lançar “minhas pretinhas” (as letras estampadas em jornais) nas páginas do Perú. E vesti a camisa com orgulho. Sou Perú Futebol Clube, esse time que sempre atua no ataque, fechadinho lá atrás, jogando enfiado, de forma aguda. Recentemente, lá estava meu nome estampado na primeira página ao lado de Ruy Castro. Ancelmo Gois é outro colaborador, assim como os traços de Chico Caruso e até Roberto Marinho. Com sua ginga argentina e pitadas de brasilidade, Marcelo driblou as dificuldades, deu cambalhotas, arrumou um jeitinho e carregou nos ombros o peso do Perú. Com a ajuda de amigos, colaboradores e patrocinadores, apaga as velinhas – e não as velhinhas – pelos 33 anos do jornal. Ao comemorar a idade de Cristo, o Perú foge do óbvio assim como o diabo da cruz. Uma coincidência futebolística fez com que o Perú comemore seus 33 anos na semana da polêmica dos 33 cm. Os 33 centímetros do gol não assinalado no clássico entre Vasco e Flamengo, domingo. Posicionado atrás da meta de Felipe, o auxiliar Rodrigo Saraiva Castanheira não viu a bola quicar depois da linha na cobrança de falta do meia vascaíno Douglas. Desde então, tem sido ameaçado nas redes sociais, viu seu endereço ser espalhado por membros de organizadas do CruzMaltino e deu queixa na polícia. A polêmica dos 33 causaria inveja em Kid Bengala, ator brasileiro de filme pornô que garante ter 33 cm de pura raça. Nesse caso, poderíamos dizer que, nem por um caralho, Castanheira não teria visto a bola entrar - sem duplo sentido. Esse Castanheira é do peru. Kid Bengala é do peruzão. Você é do Perú. Eu sou do Perú, com muito orgulho. O Perú tem um bando de loucos. Edgar Allan Poe escreveu: “Resta saber se a loucura não representa, talvez, a forma mais elevada de inteligência.” É do peru também. Parabéns, grande Perú. E, como diz meu editor Marcelo Lartigue, “um abrazon”.

O correspondente do Perú no Céu “Deus criou este mundo. O homem, todavia, Entrou a desconfiar, cogitabundo... Decerto não gostou lá muito do que via... E foi logo inventando o outro mundo.” Mário Quintana Por Cláudio Kuck (1942-2010)

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eus existe. Pode se preparar, Sandro Peixoto (ex-coveiro, ex-repórter do Perú Molhado e atual empresário do ramo de bebidas de Búzios, única pessoa mais ateia do que eu que conheci quando era vivo). Mas não se preocupe, continue fazendo suas piadas de religião, que ninguém aqui se importa, inclusive achamos engraçado. Isso vale para o Porta dos Fundos também, assim como para os chargistas que retratam com humor um dos muitos filhos do Senhor, Maomé. A turma aqui em cima só não gosta muito de fundamentalismos, de quem mata em nome de sua crença ou rejeita o comportamento dos outros em função da religião. É quase como se Deus fosse ateu, o cara não tem grilo nenhum. Bem diferente do que as pessoas pensam (e temem). Portanto, turma aí de Búzios, terra de porra-loucas, malucos, transgressores, artistas, bêbados e poetas, podem ficar tranquilos. O Céu está à espera de vocês. Mas mesmo por aqui, ainda conservo alguns hábitos de outrora. Adoro nariz-de-cera, por exemplo. Para quem não sabe, esta é a forma romanceada de começar uma reportagem, antes de se abordar o tema da matéria propriamente dito. Fazia muito isso nas minhas reportagens na extinta revista O Cruzeiro. Hoje em dia, infelizmente, a técnica não é mais tão usada. Antes eram Nélson Rodrigues, Millôr, Paulo Francis, Rubem Braga... Hoje em dia é Gregório Duvivier e Rodrigo Constantino. Lembro de cobrir, no lombo de um cavalo, uma caçada à onça no Pantanal. E do Prêmio Esso que ganhei por uma reportagem sobre contaminação alimentar. Que saudade! Trabalhei em muitos outros lugares, na antiga Veja, Globo, Folha, Gazeta Mercantil, Estadão, JB... Fiz reportagens sobre a Transamazônica, aldeias indígenas, garimpo e grupos de extermínio no campo. Entreviste o Fidel Castro e o Luis Carlos Prestes. Morei em Porto Alegre, Rio, Londres e Brasília. Fiz grandes amigos no jornalismo: Etevaldo, Zequinha, Britto, Arthur, Moa, Ascânio, Flora, Isabel, Ed, Lucia, Marcão e muitos outros.

De 20 a 27 de fevereiro de 2014 – O Perú Molhado

E claro que nesta lista de afetos, não poderia deixar de mencionar Búzios e o Perú Molhado: jornal fundado há 33 anos (mesma idade de meu filho Denis) pelo meu grande amigo Aníbal e a cidade onde também vivi, me diverti, fiz amigos, me estressei e abreviei um pouquinho a data da indesejada das gentes chegar. Poderia estar aqui do céu reclamando e xingando, velho turrão, como sempre fiz. Por exemplo: parti antes de finalmente ver a Rua Jacaré, em Geribá, onde tive casa, finalmente calçada. E o problema do lixo continua por lá. Além disso, os preços estão exorbitantes em Búzios. Surreais. E a cidade, principalmente no verão, cheia de exploradores que querem arrancar dinheiro dos turistas, e dos nativos por tabela também. E como se fosse pouco, o povo continua preguiçoso, as pessoas mal-educadas e o trânsito insuportável. Mas, ao invés, disso, por incrível que pareça para vocês, prefiro recordar o que vivi de bom em Búzios. Gosto de lembrar as férias que passava com meus filhos ainda pequenos na cidade e os finais de tarde em Geribá, comendo anchova grelhada na barraca da Chiquinha. A Festa de Sant’Anna do passado, o bairro da Rasa, passeios de barco (sem música alta), os Ossos. O saudoso Ponto de Encontro e o Alberto Fantini. Também teve a turma do Bipase, Flavio, as meninas e meu parceiro Carlos. E o Perú Molhado, com certeza, também está neste baú de lembranças. Nunca cheguei a trabalhar de fato para o jornal, mas me orgulho de estar, desde a primeira edição, em seu conselho editorial, bem ao lado da Brigitte Bardot. Saudades das maluquices do Marcelo, das redações pelas quais o Perú passou, do fechamento das edições, de suas capas criativas e de sua irreverência. Pelo maior jornal de Búzios entrevistei escritores, políticos, gente comum e até o rei da Noruega. Cascateei muito também, que era o que mais gostávamos de fazer. Foi no Perú que um amigo de meu filho Denis, um tal de Lauro Neto, excelente jornalista mas um pouco machista demais para o meu gosto, escreveu um bonito artigo sobre mim logo após minha morte. Quatro anos depois, fui eu que recebi o pai do Lauro aqui em cima, mas ao contrário de mim, ele já sabia há muito tempo da existência de Deus e entrou direto, sem ter que passar um bom tempo na sala de espera. Fui correspondente informal do Perú em Londres, Brasília e até em hospitais de Porto Alegre. Agora, sou correspondente do Perú no Céu. Aqui, aparentemente, não tem nada demais. Às vezes, se assemelha até a um pôr-do-sol no Bar do Gordo, em Manguinhos. O nosso Aníbal de vez em quando aparece. Mas não precisamos mais de bebida, pois o Céu já é um barato. Estamos esperando por você, Marcelo. Só não tenha pressa em chegar.

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O carnaval de Cabo Frio vai bombar, apareceu um santo por lá

Bongô mostrando seu Peru mole e seu carro detonado

Con­se­lho edi­to­rial

Por Marcela Nósseis

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este ano o carnaval de Cabo Frio promete. Serão 52 blocos participantes do projeto mais bem intencionado e ousado em se tratando de carnaval: O carnaval solidário do Brasil. A proposta é boa e neste caso os fins justificam os meios. Os abadás serão trocados por alimentos trazendo assim sustento a quem mais precisa. O pontapé inicial foi dado no ano passado e foi um sucesso, foram arrecadadas duas toneladas de alimentos e este ano a meta será de dez toneladas. O objetivo também é tentar mudar a idéia de que o carnaval é uma festa profana e inserir uma porção de solidariedade, além de levar esse conceito para o mundo. A ABACCAF (Associação de Blocos e atividades Carnavalescas de Cabo Frio) juntamen-

te com a Prefeitura de Cabo Frio se tornaram percussores do único carnaval solidário do Brasil. Mas o santo da história é Bongô, o presidente da ABACCAF, criado em bloco carnavalesco em Jacarepaguá, ele também é militar reformado, ficou na corporação do RJ durante 28 anos, e é conhecido na cidade por sua dignidade, uma raridade nos dias de hoje. Ele nos falou sobre a conscientização do real valor dos blocos perante a sociedade e considera os blocos um braço do poder público. Na entrevista que fizemos, ele demonstrou grande paixão pelo carnaval e vontade em ajudar as pessoas. Tanta dedicação resultou até em separação, segundo ele sua mulher o abandonou. Nosso santo carnavalesco já até tirou dinheiro do bolso para investir no carnaval, enquanto seu carro é usado para servir a associação e se encontra detonado. Ele afirmou com

animação: “sou o novo xoxoteiro da área”. Ele também comentou que tem um Perú, que é o mascote do bloco “Família é mole, mas é meu”. Meu caro Bongô, com um Perú desses vai ser difícil. Aqui o nosso Perú é duro de verdade. Nosso santo também traz mensagens iluminadas, nos confessou que o mais importante é fazer o bem e que não perde sua esperança no ser humano: “embora tenha tanta injustiça, devemos por a mão na massa, temos que fazer nossa parte”. Contudo, Bongô se considera feliz e embriagado pelo carnaval. Enquanto isso, a folia sagrada garante segurança e organização. As ações sociais terão uma ação conjunta, foram criados Portais Solidários, que são locais onde os foliões terão acesso às informações, e os abadás serão trocados por um quilo de alimento não perecível.

Bri­git­te Bar­dot, Clau­dio Kuck, Ivald Gra­na­to, Jo­ mar Pe­rei­ra da Sil­va, Fi­no Quin­ta­ni­lha, Re­na­ta Des­ champs, Ota­vi­nho, Umberto e Clau­dio Mo­dia­no, Er­nes­to Za­bo­tinsky, Tra­ja­no Ri­bei­ro, Re­na­to Pa­co­te, Jor­ge Te­des­co, Clau­dio Co­hen, Lau­ritz Lach­man, Gui­lher­me Araú­jo, Pe­dro Pau­lo Bul­cão, Pau­lo Ma­ ria­ni, Al­ber­to Fan­ti­ni, Ma­rie Anick e Jac­ques Mer­ cier, Ara­guacy da Sil­va Mel­lo, Luis Ed­mun­do Cos­ta Lei­te, Mar­cos Pau­lo, Elie Sha­ye­vitz, Jo­nas Suas­su­na, Gló­ria Ma­ria, Ruy Castro, Heloisa Seixas, Márcio Fortes, Luiz Fernando Pedroso, Lula Vieira, Antônio Pedro Figueira de Melo, Eduardo Modiano, Ancelmo Góis, Etevaldo Dias, Joaquim Ferreira, Thomas Sastre, Adriana Salituro, Armando Ehrenfreund, Mário Pombo, Nelson Bellotti e José Leão Portinari.

Di­re­tor Mar­ce­lo Lar­ti­gue Editor Adjunto Janir Hollanda Jor­na­lis­ta res­pon­sá­vel Alessandra Cruz (reg. prof. 27662/RJ) Editor de fotografia Photoshop Re­pór­ter Victor Viana Sandro Peixoto Mônica Casarin Alessandra Cruz Denis Kuck Gustavo Garcia

Fun­da­do­res Ma­rio Hen­ri­ques e Pe­dro Luis Lar­ti­gue Ge­rên­cia de Ven­das Tráfego Publicidade & Marketing Ltda. (21) 2532-1329 (21) 9100-7612 Me­ce­nas Umberto Mo­dia­no Im­pres­são Gráfica DMC

Diagramação Caroline Moreira

Diretor de Distribuição Muchacho Bicho Doido

Diretora Comercial Alessandra Cruz

Depto. Jurídico Dr. Ulisses Tito da Costa

O Pe­rú Mo­lha­do / Edi­to­ra Mi­ramar CNPJ: 02.886.214/0001-32 Rua Alfredo Silva, 226, casa 4 Cep 28 950-000 – Brava - Ar­ma­ção de Bú­zios –  RJ Celular/redação: (22) 8128-3781 / 2623-1422 Comercial: (22) 7814-2441 E-mail: operu­mo­lha­do@globo.com operumolhado@gmail.com Si­te: www.operu­mo­lha­do.com.br

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De 20 a 27 de fevereiro de 2014 – O Perú Molhado


Ao povo buziano Por Cabelada

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u, Cabelada, gostaria de dizer ao povo buziano que vivo nessa cidade há 30 anos, 15 deles como morador. Frequento os bares populares, campos de futebol, os lugares onde o povo de Búzios frequenta. Apitava decisões no Maracanã e vinha para cá e apitava o campeonato da cidade pelo prazer de estar com o pessoal, tanto na SEB como no Clube de Manguinhos. Tenho alegria de estar com os buzianos no Bar do Mithum, Gordo, na Armação onde tenho prazer de estar com a família do Sr. Zeca, onde contamos histórias, rimos e jogamos sueca. Sou extrovertido e brinco com todo mundo, frequento a casa das grandes famílias buzianas, como do Sr. Zeca, Minelli, Dona Dita de Pide, Dona Lurdes do Mangue, Sr. Hélio do Mangue, a Casa de Beloni (onde frequento os aniversários), os lugares que o povo de Búzios gosta de frequentar. Dificilmente vou a lugares finos, na Ruas das Pedras por exemplo, a não ser quando minha filha vem me visitar e me leva para jantar. Minha vida em Búzios sempre foi os lugares simples, ou seja, onde está o povão. Amo essa cidade e nutro grande carinho pelo povo daqui, que me acolheu. O que me referi em relação a droga, e que não soube me expressar adequadamente na matéria anterior, é que vejo que a juventude de Búzios está tomada pela droga, isso eu não falo com prazer mas com tristeza. Quando eu cheguei em Búzios há mais de 30 anos a droga vinha de fora, hoje já não é mais assim. Hoje temos no Centro de Búzios pessoas a que quero muito bem sofrendo com os males que a droga trás para a família tradicional buziana. Pessoas maravilhosas: pais, mães, avós, avôs (com os quais eu convivo mais) que estão sofrendo com problemas com filhos presos, envolvidos em roubo, e a tudo isso eu culpo a droga. Nossa juventude hoje está tomada pelo consumo de droga, em nenhum momento eu quis dizer que buziano só fuma e só cheira. Eu não teria como falar isso de um povo que só me trata bem. Crianças, senhoras que me chamam de Cabeladinha quando eu passo na rua, as pessoas gostam de mim e eu gosto delas. Espero sinceramente que compreendam que eu jamais teria uma reação como essa, não soube me expressar. Espero que me perdoem. Fui fundador com falecido Carneiro e Tendiele de um dos blocos mais badalados de todos os tempos de Búzios, que é o Rola Cansada. Vivi maritalmente por 10 anos com a neta de uma das senhoras mais tradicionais de Búzios, que é Dona Filhazinha. Tenho um grande apresso pela família Drumond de Pina, ao qual participo do convívio social. Então é certo que eu não poderia estar me referindo a todo o povo de Búzios. Houve uma má formulação na hora de me expressar e peço mesmo que me perdoem por isso, sinceramente nunca tive a intenção de magoar o povo buziano que me recebeu nessa cidade há tantos anos atrás. Ser afastado do convívio dos amigos que fiz aqui será uma das maiores dores da minha vida, em especial na idade que estou e que o que mais quero é finalizar a minha vida aqui nessa terra e junto de seu povo. Aproveito para informar o meu desligamento total de todas as atividades que já desenvolvi com o Jornal O Perú Molhado por todos esses anos, visto que o veículo acabou servindo para causar um mal entendido tão grande e doloroso para o povo de Búzios e, acreditem, para mim também.

Cabelada se expressou mal, não quis ofender ninguém. Vamos perdoar ele, pessoal!

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De 20 a 27 de fevereiro de 2014 – O Perú Molhado

allanvaq@hotmail.com Tels.: (22) 2623-0321 (22) 9 9222-3314 | id: 958*26413 Estrada da Usina Velha, nº 444 GR. 7 - Centro - Búzios

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Quem diria! A

Por Miriam Danowski

Por Aníbal Fernando

C

onfesso que sempre imaginei que o Marcelo morreria antes de mim. Apostava até mesmo que o Cláudio Kuck viveria mais que esse argentino escroto. Desde que conheço este gordo filho da puta ele é todo fodido de saúde. E no entanto ele continua vivo e hoje, certamente rindo de mim por ter aguentado ele e o Perú Molhado por tanto tempo. Verdade que fiz muitas besteiras assim que nossa sociedade acabou. Passei a beber ainda mais, a fumar ainda mais e para piorar a situação me juntei ao Dr. Ruy Borba no jornal Primeira Hora. Não deu outra: morri sozinho e fodido enquanto o Marcelo seguia em frente. Os erros foram todos meus, admito. Nem o diabo (é amigos, estou no inferno) entendeu minha união ao Dr. Rui. -Você é muito corajoso, portuga. Eu que sou o capeta me cago de medo do Rui-, declarou satanás meio sem graça numa sessão de tortura outro dia. Mas voltando ao Marcelo e o Perú, é realmente impressionante que o jornal tenha sobrevivido por mais de três décadas. Mas como bem disse outro dia o Isac Tillinger, qualquer empresa que não tenha fins lucrativos, é fácil sobreviver. Eu e Marcelo criamos o Perú Molhado nos anos 80 para sobreviver. Ganhar uma graninha para fazer o mercado, pagar o aluguel e viver em Búzios – a maior riqueza na verdade. Jamais acreditei que a idéia durasse tanto tempo. Sei que hoje o Perú não é mais o mesmo. Está parecendo a Revista Caras. Nas últimas três edições, o jornal falou apenas de si mesmo, do Marcelo e da Alessandra. Pouco disse da cidade. Não deu nenhuma notícia importante. Mas sempre foi assim. Para Marcelo, no mês de aniversário do Perú, apenas o jornal é importante. Mesmo assim o Perú continua sendo o melhor jornal de Búzios. E tenho muito orgulho de ter sido seu fun-

dador. Se é verdade que o Perú mudou, o mesmo pode-se dizer da cidade. Búzios está cada dia mais careta. Soube que querem processar o Cabelada por ter dito umas verdades. Calma, gente! O Cabelada é um personagem e nada que um personagem fale pode ser levado a sério. Por mais verdade que seja. Tudo bem: quem quiser que vista a carapuça. Outro dia conversando com Umberto Modiano via Skype (ele está no lado bom), perguntei se ele nunca se arrependeu de ter investido tanta grana no Perú, se não havia se arrependido de ter dado tanto apoio ao Marcelo. Ele disse que não e ainda por cima me deu uma bronca. - Aníbal, você é mesmo um portuguesinho idiota. Eu é quem deveria agradecer ao Marcelo por ter me trazido tantos sonhos para minha vida. Sempre tive que fazer tudo certo nas minhas empresas, agir dentro da Lei, etc. No entanto com o Marcelo, com o Perú, podia sonhar com coisas impossíveis, dava para ser um pouco irresponsável. Era tudo brincadeira. Vivíamos numa Búzios de sonhos e nunca gastei tanta grana assim. Neste momento a ligação caiu. Não sei se o Umberto desligou ou não... Gostaria de escrever mais vezes. Infelizmente a internet aqui em baixo custa uma fortuna. Poderia mandar meus textos em mãos, mas nunca soube de alguém que saiu daqui para Búzios. Soube que têm muita gente chegando. Mas são quase todos evangélicos e essa raça nunca foi com minha cara. Tô doido para ver o Marcelo desencarnar. Sei que estávamos meios que brigados, mas assim que ele baixar aqui, vou lhe dar um abraço bem apertado. Quero voltar a ser seu amigo. Tenho andado solitário nos últimos tempos. Não tem nada para ler aqui. Só os livros do Paulo Coelho. Também não tenho com quem conversar. Somente o Goebbels tenta falar comigo. Mas aquele filho da puta só fala alemão e eu não entendo porra nenhuma.

s datas estão confusas.O que sei é que, numa decisão intempestiva, lá pelo final dos anos 1980, troquei um emprego estável e bem remunerado no governo do Estado, onde trabalhava, no Rio, por um projeto incerto, mas muito atraente, de uma vida nova, sem patrão e sem horários, numa cidadezinha bucólica, à beira-mar – Búzios. É que, nessa época, recém-casada com Anibal, sócio do Marcelo, no Perú, que então saía quinzenalmente, apoiei sua idéia de vir pra Búzios e se dedicar mais ao jornal, escapando da rotina às vezes massacrante dos grandes jornais. Ele era um jornalista da antiga, formado na prática diária das redações, quando nem havia universidades para preparar esses profissionais. Já havia passado por quase todos os de maior circulação – Correio da Manhã, Folha de São Paulo e O Globo. Eu, arquiteta e urbanista, tinha terminado há pouco tempo o mestrado em Planejamento Urbano e Regional. Também trabalhava com Artes Visuais, especialmente com video-arte. Quando chegamos, olhei em volta para ver o que podia fazer. Como urbanista, só cabia trabalhar no governo e, como Búzios ainda não tinha se emancipado, só se fosse em Cabo Frio. Isso eu não queria. Então fiz alguns projetos de arquitetura, em parceria com arquitetos já estabelecidos. Mas acabei mesmo me envolvendo com a dinâmica do jornal. Primeiro, ajudando em matérias

como financiar a edição. E isso dava um trabalho enorme, cada novo jornal era um corre-corre, torpedos (naquele tempo, torpedos eram cartas e não mensagens eletrônicas) enviados aos potenciais parceiros, telefonemas estratégicos, jogos de sedução (modo de dizer) e convencimento. Estando a grana da gráfica garantida, ainda era preciso captar as graninhas menores, vindas dos pequenos anúncios, de onde devia sair o que os sócios precisam para sobreviver. A arte desses anúncios – fotos, ilustrações – iam para a gráfica nos bolsos do Marcelo e não foram raras as vezes em que se perderam, ou que se perderam os textos, causando problemas que se amontoavam logo após cada edição, já que os anunciantes se recusavam a pagar até que se consertasse a publicidade no jornal seguinte. Foi então que propus informatizar o Perú. Marcelo e Anibal não tiveram dúvida e responderam que não, de jeito nenhum. Resolvi, então, comprar um computador pra mim mesmo. Era um PowerMac, gigante, que congelava toda hora. Eu, que nunca tinha aprendido informática, tive que me virar. Fiz um estágio de uma semana no escritório de minha irmã Sula, que é designer e aprendi o suficiente para tentar, começando pelos anúncios, que ficaram mais caprichados. E quando a edição ia fechar, chegava uma diagramadora profissional, para acelerar o processo. Depois o jornal entrou definitivamente na era digital e foi se esmerando, com o empenho do Alan, da Carol e de tantos outros que já passaram pelas muitas redações que o Perú já teve na cidade – Manguinhos, Ossos, Rua das Pedras, Praça Santos Dumont (em 2 lugares). Sem falar nas redações ocasionais, tipo a Maré Mansa (estratégico para cobrar anúncios dos que saíam do Bradesco, que ficava em frente,

14 ANOS DE PERÚ que tinham a ver com a vida urbana e o planejamento da cidade, depois tentando organizar as contas – tarefa ingrata e complicada, pois desagradava a gregos e troianos (Marcelo e Anibal), principalmente quando se tratava de controlar as permutas. Na verdade, era como se estivesse colocando em risco a irreverência, o improviso e outros atributos, que eram a identidade do Perú, que tinha apurado durante anos a fio a arte de se equilibrar sobre o instável. E era isso mesmo. Só que havia também uma vontade de se solidificar. O Perú já nascera forte como instituição, mas faltava se afirmar como empresa. Aconteceu que Búzios foi mudando. Não tinha nem 10 mil habitantes quando cheguei e tinha mais do que o dobro quando saí, há 5 anos atrás. Hoje está com quase 30 mil (fora das temporadas). Ou seja, triplicou a população. Aquela sensação de que Búzios não era Brasil, que havia naquela época – uma espécie de ilha da fantasia – foi desaparecendo pouco a pouco. Lembro do Perú dizendo que Búzios nunca perdia uma Copa, porque tinha uma etnia tão múltipla, que saía sempre vencedor. Aliás, sobre esse cosmopolitismo, o Marcelo fez uma exposição, um livro e um filme, dando conta das então mais de 50 nacionalidades diferentes de estrangeiros que elegeram Búzios para morar – uma cidadania por escolha, cada um com suas razões. Adorei que ele tenha dado o título de “Praia de Babel” a este trabalho, horizontalizando a torre que originou o nome. Daí viria a alternância entre harmonia e cizânia, tão característica de Búzios, um lugar complexo de se entender – quer seja por urbanistas, sociólogos, antropólogos, jornalistas ou políticos. Do tipo “ame-a ou deixe-a”. O Perú teve que acompanhar toda essa mudança e funcionar como um grande jornal, sem ser. Foi experimentando várias peles, várias roupas. De “sai quando pode”, passou a mensal, quinzenal, semanal, voltou pra quinzenal. Chegou a sair diariamente, durante 6 meses, na contra-capa das edições do Daily Post, em inglês, inicialmente bancado pelo então sócio-atleta Umberto Modiano e depois com anúncios de diversos comerciantes e empresários da cidade. Nessa época, eu ainda morava no Rio e, além de selecionar entre as matérias que já tinham saído as de perfil mais adequado ao público de língua inglesa, diagramava a página, depois de traduzida. Aliás, essa foi outra das muitas funções que eu tive no jornal. A respeito, uma curiosidade. O jornal era ainda feito do jeito artesanal. O Anibal escrevia as matérias na sua Olivetti verde, com as entrelinhas bem afastadas, porque a revisão, feita por ele mesmo, com caneta, precisava desse espaço. O Marcelo, além de seu papel de editor, dono de um faro-fino de primeira para identificar as pautas, as matérias mais oportunas, era quem pensava também em

ao lado do restaurante do Pacato), e o Ponto de Encontro do Alberto Fantini e da Edi, na entrada de Geribá, quartel-general do movimento emancipacionista. Também vendi anúncios. Não tinha a mínima queda para isso, mas depois de muita insistência, o Marcelo me convenceu. Ele tinha razão no empenho, porque foi aí que eu comecei a conhecer de dentro o Perú, de que maneira era recebido pelas forças econômicas da cidade, qual era sua base social de apoio. Como a equipe era pequena, todo mundo fazia tudo. Eu, que sempre gostei de escrever, tive que me exercitar na expressão e na rapidez, que em jornal nunca há tempo a perder. Com o Anibal, aprendi como ir direto ao assunto no texto, não adjetivar, garantir a leveza e, sobretudo, o humor. Com o Marcelo, apesar de seu português quebrado, aprendi como se pode impactar e comover. Tudo isso para dizer de algo que, desde o início, me encantou no Perú. Nenhum dia era igual ao outro na nossa lida de escrever, fotografar, entrevistar, vender anúncios, conversar, conversar, conversar. Sempre havia uma idéia nova, um projeto novo. Um livro, um guia turístico, um mapa, um filme, uma camiseta, uma edição em inglês, em espanhol (a primeira, número zero, foi em portunhol) e até em japonês. De tamanho e forma, o Perú também mudou, ao longo do tempo. Tablóide, standard, tablóide esticado, revista, capa colorida, com 16, 20, 24, 48 páginas, com ou sem encarte, dependendo da grana. Aliás, por falar em encarte, lembro de uma proposta feita ao O Globo que, na época, tinha umas edições regionais, para que estas fossem encartadas no Perú e não vice-versa. Até de nome, o Perú já mudou. Um dia virou “Armação” – acho que foi idéia do Renato Pacote, na época pretendente a sócio, que queria vender anúncios para a CocaCola, que podia não aprovar a veiculação num jornal com um nome tão estranho… Quando separei do Anibal em 2001, separei também do jornal. Sete anos ainda fiquei em Búzios, voltando a trabalhar com arquitetura e depois na Prefeitura, no segundo governo do Mirinho e no governo seguinte, do Toninho, quando Búzios elaborou seu Plano Diretor, com Octavinho e Alice, na Secretaria de Planejamento. Há cinco anos no Rio, com meu novo companheiro, também arquiteto e urbanista, agora são as questões desta metrópole que mais me envolvem e desafiam. No entanto, Búzios permanece, como forte referência afetiva e âncora de muitas lembranças boas. Afinal, foram ao todo 21 anos, dos quais 14 no Perú, do qual sou eterna torcedora.


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