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Um jornal cego, surdo e mudo


L A I R O T I ED A VELA EM BÚZIOS Está um rebuliço danado na cidade a questão da vela. Uns querem, outros não vem motivo para tanto oba-oba. De um lado comerciantes e hoteleiros com seus empreendimentos que sim, oferecem uma estrutura de dar inveja a outras cidadezinhas turísticas, do outro lado a população que enxerga a cidade com outros olhos, o olho do morador que se envergonha dos buracos na pista, da falta de ciclovia, do atendimento desastroso do único hospital municipal, da onda de violência que assusta moradores e turistas... Nós do Perú resolvemos fazer esta edição especial para mostrar os dois lados. Sim, queremos e muito que a raia olímpica seja aqui. Queremos turistas que movimentem a cidade! Queremos muito que os restaurantes e hotéis lucrem muito e anunciem no Perú, o maior jornal de Búzios. O Marcelo Lartigue sempre foi amante da Vela e dos esportes náuticos, com certeza ele esta torcendo lá de cima (ou debaixo) para que a raia venha para cá. Mas convenhamos, não é só montar uma estrutura móvel e enfiar todos nas pousadas e hotéis. Como fica o transporte, a saúde e a estrutura da cidade para comportar tal evento? Não é a toa que o governo não esteja na briga, estes sabem que a vela aqui também pode ser uma vergonha mundial (no quesito organização e infraestrutura, porquê nossos competidores – esses sim são campeões e se beneficiariam da raia olímpica na cidade). CONSELHO EDITORIAL Brigitte Bardot, Claudio Kuck, Ivald Granato, Jomar Pereira da Silva, Fino Quintanilha, Renata Deschamps, Otavinho, Umberto e Claudio Modiano, Ernesto Zabotinsky, Trajano Ribeiro, Renato Pacote, Jorge Tedesco, Claudio Cohen, Lauritz Lachman, Guilherme Araújo, Pedro Paulo Bulcão, Paulo Mariani, Alberto Fantini, Marie Anick e Jacques Mercier, Araguacy da Silva Mello, Luis Edmundo Costa Leite, Marcos Paulo, Elie Shayevitz, Jonas Suassuna, Glória Maria, Ruy Castro, Heloisa Seixas, Márcio Fortes, Luiz Fernando Pedroso, Lula Vieira, Antônio Pedro Figueira de Melo, Eduardo Modiano, Ancelmo Góis, Etevaldo Dias, Joaquim Ferreira, Thomas Sastre, Adriana Salituro, Armando Ehrenfreund, Mário Pombo, Nelson Bellotti e José Leão Portinari. Diretora Eva Lartigue

Diagramação Vinícius Romão

Editora Juliana Avila

Fundadores Mario Henriques e Pedro Luis Lartigue

Jornalista responsável Mônica Casarin 2.879/13/48 DF Secretária Janice Coelho

Gerência de Vendas Tráfego Publicidade & Marketing Ltda. (21) 2532-1329 (21) 9100-7612

Estagiário André Abrantes

Mecenas Umberto Modiano

Colaboradores Armando Mattos Eduardo Almeida Isabela LOV Luciano Moojen Luisa Barbosa Luisa Pessoa Suzana Mello

Impressão Tribuna de Niterói Diretor de Distribuição Muchacho Bicho Doido Depto. Jurídico Dr. Ulisses Tito da Costa

O Perú Molhado / Editora Miramar CNPJ: 02.886.214/0001-32 Rua Alfredo Silva, 226, casa 4 Cep 28 950-000 – Brava - Armação de Búzios – RJ Celular/redação: (22) 999-383-615 / 2620-0639 E-mail: operumolhado@gmail.com Site: www.operumolhado.com.br

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“...O BARQUINHO VAI, O BARQUINHO VEM...” por Armando Mattos

Acabo de chegar do Rio e, por lá, pelo menos no meio das artes e do disse-me-disse das noitadas e mesas de bar, nada se fala, nada se sabe, nada se ouviu sobre a transferência das raias das Olimpíadas para Búzios. Então, só para por lenha na fogueira, me digam: cade o Protocolo de Intenções da tal Comissão da Vela Búzios? Aliás, existe um Protocolo? Quais seriam os compromissos a serem assumidos pela cidade para receber a elite dos esportes náuticos? Quais os custos disso para os

cofres públicos? Até o momento - pelo menos aqui na redação - nada é sabido, nenhuma mísera folha xerocada com as assinaturas da tal comissão, nada que documente tão pretensiosa intenção a ter sido encaminhada ao Conselho Olímpico. Quem recebeu? Qual a resposta? Mas retornando a realidade oficial das Olimpíadas no Rio o assunto, que não quer calar, é o ‘edifício’ de quatro andares que está sendo construído no Aterro para abrigar duas casas

de shows, quatro restaurantes e uma garagem, com elevadores sofisticadíssimos, para elevar e estacionar os barcos da Marina da Glória. E a parte o questionamento sobre a pertinência de tal empreendimento em Bem Tombado, cabe a questão: seria possível imaginar, diante dos compromissos e investimentos públicos e privados revistos e aprovados na última reunião do Comitê Internacional das Olimpíadas, na semana passada, haver MESMO a possibilidade das Olimpíadas virem para Búzios? Um jornal cego, surdo e mudo

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CRÔNICA

A PALA por Gabriel Cassar

VOCÊ QUE ME LÊ: CONHECE A EXPRESSÃO “DAR PALA”? Quando era pequeno, vá lá, uns cinco, seis anos, não curtia futebol. Embora a expressão não fosse tão usada na época, poderia-se dizer que eu dava pala de menininha. O gosto pelas Meninas Super Poderosas, mais tarde, ajudou a consolidar esta primeira pala da minha vida. Mais uns anos se passaram e eu comecei a ouvir rock, deixando meu cabelo crescer. Cruzes com caveiras eram meus adornos preferidos e as vestes pretas davam o tom “Metaleiro”. Nesta época, eu dava pala de punk. O tempo, sempre ele, continuou suas andanças e meus olhos pediram arrego. Os óculos, agora, preenchiam meu rosto e me davam um ar mais geek, especialmente porque eu curtia animês e qualquer coisa que o Japão lançasse. Era a pala de nerd. Veio aquela malfazeja fase da pré-adolescência. Pele mais oleosa que comercial da Clear, dente cheio de resto de pão que grudou no aparelho, espinhas em locais inexplicáveis e a vontade de beijar meninas (paradoxal, não?). As roupas da moda eram as de surfe: Quiksilver, Rip Curl, BillaBong e etc. O cabelo deveria ser obrigatoriamente jogado para o lado (quem não tinha cabelo liso ---eu--- costumava se dar mal nessa hora). Era a pala de Playsson ou Playboy. O reloginho efêmero de areia continuava a gotejar, para desespero da galera que queria apenas ficar sossegadona na sua tribo. Veio a minha fase predileta: a dos torcedores. Assim que fiz dezoito, tasquei a tatuagem do escudo do Fluminense nas costas e passei a ser fanático. Ia em todos os jogos. Faltava aula, encontro (mentira), festa, palestra, cinema, teatro e até velório. Cheguei a viajar para fora do Rio de Janeiro, chegando até a Argentina, apenas para assistir a um jogo de futebol. Eu dava pala de torcedor! O vestibular apertou minhas rédeas e eu tive que estudar. Foi nessa época

que vieram os interesses por sociologia e política e as definições sobre qual modelo ideológico eu iria me encaixar. O ingresso na Federal e em um curso de humanas, me tachava na hora: esquerdista. Veio a fase “bomba” (muitos conhecidos ainda vivem nela). Raspa-se a cabeça, acaba-se com o salário dos pais em academia e suplementos e começa-se a malhar (ou treinar) todos os dias, inclusive aos domingos. Era a pala de marombeiro. Como toda pala, ela acaba. Hoje, não tão magro como outrora, mas longe de ter a silhueta do modelo da Men’s Health, cá estou eu, novamente de madeixas longas, barbicha e um óculos que surrupiei do meu falecido avô. Os olhos verdes, sempre avermelhados, Contribuem para a pala de maconheiro, que, sem nenhum preconceito, não sou. Outros me atribuem a imagem de pseudo intelectual, já que agora ando de pernas cruzadas e escrevo crônicas. Alguns ainda me colocam na estante dos alternativos. As palas que passaram me fizeram a pala que sou hoje. Cruzo pernas, escuto Joss Stone, passo do Slipknot para o Raça Negra no Ipod em questão de segundos. Já me enfiei na torcida do Flamengo, Vasco e Santos, mas sigo Tricolor. Votei no Psol, mas não acredito em socialismo e tenho algumas posições libertárias. Como Big Mac na segunda e janto no Delirio Tropical na sexta. Me Embebedo num fim de semana e no outro fico em casa, vendo série e lendo livros. Gosto de futebol, mas não jogo. Vou em boate de bacana e, no dia seguinte, estou na Rua do Ouvidor ou tentando, de maneira frustrada, copiar os passos dos dançarinos do Viaduto de Madureira. E a pala? Bem... Depois de um tempo, descobri sua real função: não serve pala porra nenhuma!

Nota da Redação: Estamos dando para pra Vela em Búzios.

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ACENDER UMA VELA Alessandra de Souza Araujo é Juíza de Direito na Região dos Lagos

Em meio a tantas contradições, na contramão do desenvolvimento social, a caça doentia a um leão símbolo de um país, ataques advindos de políticos eleitos contra o desejo do próprio povo de firme jurisdição de combate à lavagem de dinheiro, podemos participar das pacíficas passeatas cujo tema é anticorrupção, podemos opinar nas redes sociais, podemos rezar, acender uma vela. Contudo, além das opções no nosso livre arbítrio, temos também deveres a cumprir. É dever “ascender” a Vela em Búzios. A cidade necessita de iniciativas mais contundentes visando a aprovação, no âmbito do Poder Público, da realização das provas da Vela nas Olimpíadas 2016 em Armação dos Búzios. Os benefícios são inúmeros: crescimento da arrecadação, mais empregos, vinda de suporte nos equipamentos urbanos, incentivo aos empresários, valorização imobiliária etc.,

além do mais importante: ao vivo na nossa cidade a nobre união dos povos e o culto ao esporte e à saúde. Nesta primeira quinzena de agosto e diante dos testes com os “lasers”, tem sido intensa a veiculação na imprensa da impropriedade da Baía de Guanabara para acolher o evento; entretanto, tímida tem sido ainda a citação de Búzios como opção para acolhê-lo, a qual é, a propósito, uma das mais belas cidades do mundo. A baixo custo poderia ser formalizado um projeto subscrito por engenheiros de peso, abordando a qualidade despoluída de parte de suas águas próprias para o esporte, as riquezas naturais e sua vocação para receber turistas estrangeiros que a elevam ao topo do reconhecimento como melhor cidade a sediar a Vela, além de, no projeto, serem pontuados urbanificação e providências de supressão de infraestrutura, tráfego, segurança,

previstos no Estatuto da Cidade (arts. 2º e 37 da Lei nº 10.257/01) que viabilizam o sucesso do evento. As Constituições Federal e do Estado do Rio de Janeiro não dão espaço para rivalidade: no trato com a coisa pública, deve viger a supremacia do bem-estar social (art. 37, caput, da CF). Aos administradores públicos é vedado praticar atos em prol de gostos pessoais em detrimento do interesse público: Búzios não concorre com o Rio, as cidades não têm interesses opostos, não há competição entre os entes públicos brasileiros. Não vislumbramos motivos justos que impeçam Búzios ser definida como o local para realização das provas olímpicas da Vela. Acendamos uma vela, rezemos e atuemos para que Búzios receba os Velejadores e todo o pessoal e aparato olímpico necessário em 2016.

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BÚZIOS, O REI DA VELA por Eduardo Almeida

Nossa matéria não vai falar das coisas ruins da Baía de Guanabara, que estão deixando os velejadores olimpicos com dietas excentricas como gargarejar com Cepacol de cinco em cinco minutos ou andarem com garrafinhas de agua mineral Perrier e tomar goles minuto a minuto. Nada disso, vamos falar apenas de Buzios e os motivos porque as competições de Velas das Olimpíadas devem acontecer em Búzios. O vento que sopra do leste e seu particular microclima afastam as chuvas e deixam a temperatura da região sempre agradável, em uma média anual de 26ºC. Comparando-se com outros municípios do estado do Rio, a média de dias de sol e de noites estreladas em Búzios é cerca de duas vezes maior que no município do Rio de Janeiro e três vezes maior que em Angra dos Reis. Com mais ou menos oito quilômetros de extensão e uma população em torno de 30 mil habitantes, a península de Búzios é banha-

da pelas correntes marítimas da Antártida, a corrente de Humbold e do Brasil. Buzios tem praias calmas, ao norte, o balneário oferece praias de mar calmo e águas um pouco mais quentes como Tartaruga, Azeda e João Fernandes. Já ao Sul, as praias são geralmente de mar aberto e águas bem frias - é o caso de Geribá, Tucuns e Zé Gonçalves e ainda de algumas enseadas como Ferradura e Forno. Búzios é como uma ilha. Águas cristalinas e as condições climáticas -muito sol e vento forte constante- tornam o lugar ideal para a prática de esportes como vela, surfe, windsurfe, kitesurfe, iatismo e standup. E não é de hoje que Búzios se destaca nos esportes nauticos, o nosso campeão Bimba amigo do Perú Molhado desde suas primeiras conquistas mora em Búzios e tem sua escolinha de vela aqui. Temos tambem o grande campeão George Rebello, conhecido como “Meu Garoto”, considerado a lenda viva do Windsurf. Com

33 anos de experiência, Meu Garoto foi o primeiro representante do Brasil em Olimpíadas, possuindo vários títulos nacionais e internacionais, inclusive como técnico Olímpico e Panamericano da FBVM em 2003, trazendo medalhas de Ouro para o Brasil. Conclusão, não estamos disputando de esgoto, de cocô, de sujeira, estamos falando de quem entende do melhor da Vela no Brasil. sexta. Me Embebedo num fim de semana e no outro fico em casa, vendo série e lendo livros. Gosto de futebol, mas não jogo. Vou em boate de bacana e, no dia seguinte, estou na Rua do Ouvidor ou tentando, de maneira frustrada, copiar os passos dos dançarinos do Viaduto de Madureira. E a pala? Bem... Depois de um tempo, descobri sua real função: não serve pala porra nenhuma!

BÚZIOS, CAPITAL DA VELA 2016 por Eduardo Almeida

A cidade de Armação dos Buzios já é conhecida mundialmente por seu turismo, atraindo pessoas do mundo inteiro, em períodos de alta temporada e baixa, é contabilizado a passagem de aproximadamente cem mil visitantes pela região. Conversamos com o Salviano, representante da Associação Comercial de Búzios, que apoia a vinda da raia olímpica para Búzios e ele nos apresentou os argumentos à favor e contra. Situada na Região dos Lagos, interior da cidade do Rio de Janeiro, que receberá as Olimpíadas de 2016, a população

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pede a vinda da Raia Olímpica para Búzios, já que por motivos climáticos e estruturais nossa cidade receberia melhor o esporte e por sua vez os competidores. Analisando os fatores negativos da Raia Olímpica no Rio de Janeiro, podemos observar os seguintes fatos: a restrição das vias de acesso para o Aeroporto Santos Drumont que seriam bloqueadas durante as provas, em torno de 4 horas durante dez dias, a restrição da circulação da CCR Barcas Niterói x RJ, o clima seco atrapalhando os competidores com o desenvolvimento

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das provas e sem mencionar a poluição da Baía de Guanabara, que seria um agravante para o risco de contaminação dos participantes, tendo em vista que a água é impropria para qualquer tipo de uso. Em defesa ao município de Armação dos Búzios, podemos concluir que a vinda das competições para a Região dos Lagos, seria de um todo, ganho não só para ele próprio e população, mas sim para o Estado, e os participantes da modalidade, nas Olimpíadas de 2016.


FOLCLORE BUZIANO NO SARAU DE 5ª Luisa é doutora em sociologia (UFRJ) e professora sociologia e filosofia da rede pública de ensino.

“Folclore Buziano? Mas Búzios lá tem folclore?” Perguntou um amigo. Sim! Se tem. Quanto mais fuçamos a memória dos nossos queridos “velhos”, mais história aparece. A proximidade com a comemoração do Dia Nacional do Folclore Brasileiro – 22 de agosto – fez o Sarau de 5a realizar uma homenagem especial às lendas e histórias presentes no imaginário antigo da cidade e – muitas vezes – perdidas pelo fardo do tempo. Uma delas é a da Jabuticabeira Encantada, que ficava ali na Praia da Foca e alimentava homens e sonhos. Contam que, vez em quando, a jabuticabeira aparecia carregada do frutos. Quando isso acontecia, quem passava pelos arredores aproveitava para colher a fruta e provar o sabor delicioso que ela tinha. Logo depois de colhida a jabuticaba, a árvore desaparecia misteriosamente. Quem provava o doce da fruta, porém, não esquecia o sabor marcante da jabuticaba encantada. Um desses antigos moradores, experiente pescador da cidade, conta que certa vez sonhou um sonho que muitos, como ele, sonharam também. Ao lado do pé de jabuticaba tinha um vaso de barro cheio de ouro. Porque era costume local enterrar o ouro para evitar roubo e realizar “encantamentos” para ninguém

o encontrar. Para esse pescador muita gente procurou o barro de ouro e se alguém achou, não contou a ninguém. O ouro também esteve presente em outros contos. Lá na Baía Formosa morava uma senhora repleta de luz, chamada Mãe do Ouro. Ela vivia numa região que serviu como cemitério, numa época em que muita gente veio a falecer de febre tifoide. Muitos dos mortos - espanhóis, portugueses, italianos, brasileiros – morriam e eram enterrados com todas as suas joias. Mas, em virtude da doença, as joias não atiçavam a ganância do povo que tinha medo de tocar nos objetos dos mortos e, talvez, ser infectado também. O cemitério, que era de cova aberta, não tinha laje e com o tempo eram as pedras brilhantes que mostravam o local onde as pessoas eram enterradas. Os moradores da região viam com frequência uma luz que subia cerca de cem metros e depois estourava: era a Mãe do Ouro. Há quem diga que a Mãe do Ouro era a defensora das mulheres mal tratadas pelos maridos e os mais antigos atestam: onde tem ouro, o lugar é encantado e assombrado. Há ainda a história da “Mulher da Olaria”. Bem atrás do Colégio Darcy Ribeiro, que foi construído entre cinco pés de jabuticaba, ficava uma mulher loira sentada

em baixo da árvore, assustando as crianças que iam atrás da fruta, do Bezerro Malhado, que aparecia no caminho da Ferradura trazendo uma forte ventania que levantava tudo o que tinha pela frente e depois, sumia por encanto; e do Caboclo gigante, um homenzarrão de 3 metros de altura que vivia na Armação, defendendo os negros da maldade dos brancos; e do Lobisomem, em dia de lua cheia, à meia noite de sexta-feira, era a vez, uivava alto e desesperava a todos da cidade. O bicho, metade lobo, metade homem, era – segundo contam – um homem conhecido da cidade que sofria da maldição. Vivia nas noites escuras de lua cheia como lobo e nas manhã como homem. Mas é o Boitatá o personagem assombrado mais conhecido – e o mais visto – na cidade. Era um bicho muito veloz, uns dizem que era uma espécie de pavão ou pássaro, outros que era cobra – cheio de faísca de fogo. Ele rodava a Ilha Feia, andava pela Praia do Canto, pela Praia Rasa e foi visto em várias regiões da cidade. Sair à noite era um perigo, por que o Boitatá colocava muita gente pra correr. Todas essas lendas e contos estiveram presentes numa tarde mágica do último Sarau de 5a , dia 20/08, na Biblioteca Municipal Dona Chica. O próximo você não pode perder!

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EDITAL PARA REGISTRO DE BEM DE FAMÍLIA O Dr. ALBERT DANAN, Oficial e Tabelião Titular do Serviço do Ofício Único da Comarca de Armação dos Búzios/RJ – Serviço do Registro de Imóveis –, situado na Av. José Bento Ribeiro Dantas, nº 2000, Cartório, Manguinhos, Armação dos Búzios/RJ, por nomeação, na forma da Lei, FAZ SABER a todos quantos o presente Edital virem ou dele conhecimento tiverem que, neste Serviço do Registro de Imóveis, foi apresentada a registro e prenotada sob o nº 36.133, a Escritura de 29/07/2015, do Serviço de Notas desta Serventia (lavrada no Livro nº 119, fls. 025/027, Ato 008), pela qual JOSÉ CARLOS SROUR DE MELLO, brasileiro, solteiro, maior, empresário, natural do Município do Rio de Janeiro/ RJ, portador da Carteira de Identidade n° 07395706-0, expedida pelo IFP/RJ em 25/04/1986, inscrito no CPF/MF sob o nº 016.801.547-10, residente e domiciliado nesta Cidade de Armação dos Búzios/ RJ, instituiu como seu BEM DE FAMÍLIA, o imóvel constituído pela unidade residencial nº 11 (onze) do Condomínio denominado “Toca da Tartaruga”, situado na Avenida José Bento Ribeiro Dantas, nº 53, em zona urbana deste Município de Armação dos Búzios/RJ, e, bem assim, a sua correspondente fração ideal de 1.834 do respectivo terreno onde a mesma encontra-se edificada e das demais coisas comuns do referido condomínio, designado por Área de Terra Remanescente com 16.634,35m², melhor descrito e caracterizado na Matrícula nº 19.207 do Serviço do Registro de Imóveis do 1º Ofício da Comarca de Cabo Frio/RJ. Ao registro da instituição do bem de família em questão, fica avisado que, se alguém se julguar prejudicado, deverá, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da publicação do presente edital, reclamar contra a instituição, por escrito e perente este Oficial. E para que chegue ao conhecimento de todos, e ninguém possa alegar ignorância, mandou este Oficial expedir o presente Edital, que será publicado, na forma da Lei. Dado e passado nesta Cidade e Comarca de Armação dos Búzios/RJ, aos 13 dias do mês de agosto do ano de 2015. Subscreve e assina. O OFICIAL.

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