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Cuidados na hora de avaliar as suas peças

De acordo com a Associação de Ourivesaria e Relojoaria

Famílias vendem Portugal exportou cada vez mais ouro 13 toneladas de ouro em segunda mão

Em tempos de dificuldades financeiras, muitas famílias recorrem à venda dos seus pertences de ouro. Na verdade, muitas vezes o dinheiro não chega para pagar as contas e é preciso recorrer a diversos métodos para obter algum desafogo financeiro. Quem é que não tem uma peça de ouro, um anel, uma pulseira ou um fio, que não usa e permanecem na gaveta? Se pensa que o ouro usado não tem grande importância, desengane-se, pois muitas vezes pode despertar mais atenção e interesse que determinadas peças novas. A importância atribuída ao ouro não pode ser subestimada e antes de tentar vender os seus artigos, deve limpá-los com água e sabão delicadamente para não riscar. Depois, passe um pano macio para dar novamente brilho às suas jóias. Na hora de vender os seus bens, torna-se necessário ter conhecimento de certos procedimentos e cuidados, para que não fique prejudicado. Na verdade, a compra e venda de ouro usado pode ser muito rentável, se for bem negociada. Critérios de avaliação do ouro Os critérios de avaliação que classificam e atribuem o valor do ouro usado, permitindo estabelecer o preço da peça que se deseja vender são, essencialmente, cinco: o tipo, a antiguidade,

o peso, o estado de conservação e a pureza do ouro. O preço da venda de ouro varia consoante o tipo de peça, isto é, um fio de ouro vale mais do que um anel, uma vez que a revenda se torna mais fácil. A antiguidade da peça também influencia a sua valorização, pois quanto mais antiga for a jóia, mais valiosa ela é, nomeadamente, se esta for para revenda. Quanto mais pesado for o objecto, mais dinheiro se receberá por ele, uma vez que a compra e a venda de ouro é feita à grama. Entretanto, se a peça de ouro usado estiver em bom estado de conservação, por exemplo sem riscos e sem amolgadelas, o comprador atribuirá um valor mais elevado. Finalmente, a pureza do ouro, conhecida por quila-

tes, é muito importante no acto da venda. De acordo com os diferentes tipos de ligas de ouro, a peça de ouro terá maior ou menor valor. Quanto mais quilates tiver a peça de ouro usado, maior é o seu grau de pureza, logo também terá mais valor, sendo os 24 quilates o valor máximo. Os especialistas que se dedicam a comprar ouro usado, regra geral, fazem avaliações gratuitas. Porém, quem estiver a pensar em vender as suas peças de ouro deverá ter conhecimento dos procedimentos e cuidados de forma a salvaguardar a sua segurança e a conseguir um preço justo pela respectiva peça, sendo que também deverá pedir uma avaliação a várias ourivesarias, para ver qual delas oferece mais dinheiro.

Portugal exportou 13 toneladas de ouro adquiridas pelas lojas de compra e venda deste metal em segunda mão em 2010, divulgou o presidente da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, Manuel Alcino. “Em 2010, exportaram-se 13 toneladas de ouro compradas por essas casas [de compra de ouro usado]. Eram investimentos de famílias mais débeis", disse o presidente associação, que foi ouvido no passado dia 29 de Fevereiro pelo grupo de trabalho sobre compra e venda de ouro, que funciona na Assembleia da República. Manuel Alcino disse não ter dados sobre a quantidade de ouro exportada no ano passado, mas adiantou que em 2010 existiam em Portugal quatro mil lojas deste ramo, um número que aumentou para cinco mil em 2011. Além da Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, foram também ouvidas pelo grupo de trabalho responsáveis da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, das associações de Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul, de Comerciantes do Porto e Portuguesa de Joalharia Contemporânea. Os responsáveis de todas as entidades ouvidas pelos deputados defenderam a necessidade de regular a atividade da compra e venda de ouro em segunda mão, afirmando que a mesma carece de legislação adequada. Paulo Martinho, da Associação de Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul, afirmou que nas lojas de compra e venda em segunda mão o ouro é adquirido a “valores muito inferiores ao valor de mercado” e não é

feita qualquer avaliação por um técnico. A Associação de Comerciantes de Ourivesaria e Relojoaria do Sul defendeu que os cálculos do valor de compra de ouro têm de ter em atenção a cotação diária, “para que não haja situações de aproveitamento”. Já o presidente da Associação dos Comerciantes do Porto, Nuno Camilo, afirmou que as coimas previstas para esta atividade, que vão dos 250 euros aos 2.500 euros, “são um convite ao incumprimento", acrescentando existir uma “incapacidade muito grande de meios para poderem fiscalizar”. A legislação que regulamenta a actividade tem mais de 30 anos e não prevê que seja dada uma autorização específica para o comércio de compra e venda de ouro usado, apenas sujeitando a licenciamento quem comercialize estes produtos, independentemente de serem novos ou usados. Regras: identificação dos clientes Entre as regras a cumprir neste comércio está a informação da atividade à Polícia Judiciária, bem como a exigência de identificação dos clientes que vendem o ouro usado. A visibilidade do sector fez já chegar o negócio à Internet. Há pelo menos um site que promete comprar em Portugal jóias em ouro "para as derreter e refinar". Fonte oficial da associação de defesa dos direitos do consumidor Deco disse não ter registo de qualquer reclamação relacionada com a atividade das lojas de compra e venda de ouro usado. Fo n t e : w w w . l u s a . p t pub


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