Oe1179

Page 1

A tradição volta a ser o que era!

Esta época do ano é propícia às tradições e ao que remete para as memórias passadas. E as compras no comércio de proximidade ainda são uma tradição que muitos famalicenses fazem questão de manter. Caminhar nas ruas, desfrutar o ambiente envolvente e deixar que as diferentes propostas das lojas de comércio façam o resto na escolha dos presentes ideias para as pessoas mais especiais. E ainda são muitos os famalicenses que se mantém fiéis às tradições e sobretudo à boa tradição

de comprar no comércio de rua. Onde encontra um conhecido e uma relação de maior confiança, onde sabe que vai levar para casa um produto de qualidade e com a garantia de ser bem servido e atendido. Famalicão prima por um comércio diversificado, com lojas das mais diversas áreas e uma variedade de produtos e serviços que satisfazem os mais exigentes dos clientes. Desde a roupa ao calçado, passando pelas perfumarias, ópticas ou ourivesarias, até às pastelarias e à gastronomia em

geral, o concelho de Famalicão tem muito para oferecer aos consumidores que chegam de cidades vizinhas, fruto também da excelente situação geográfica. Com a primeira relação de troca surgiu a primeira transacção comercial e o mais tradicional dos comércios. O comércio foi evoluindo, até que surge a moeda como forma de facilitar as relações de troca e, com ela, o preço. Com o aparecimento do preço, a concorrência assume um grande e especial relevo, contribuindo também para o desenvolvimento de todos

os tipos de trocas comerciais. Os métodos tornam-se mais agressivos, com os meios de estabelecer relações comerciais a avançarem numa mesma medida. Com o desenvolvimento aparecem os centros comerciais, um aglomerado de lojas num único espaço de fácil acesso, com parques gratuitos e muita comodidade. Começou aí a desventura do chamado comércio tradicional. Como forma de combater a concorrência imposta pelos centros comerciais, os lojistas do comércio tradicional foram-se adaptando, moderni-

zando, primando pela qualidade no atendimento e, abandonando, quase por completo, o conceito do “estar sozinho”. Passaram a instalar-se em verdadeiras ruas comerciais, em bairros comerciais, tratando os seus clientes com simpatia, boa disposição e com a amizade de quem conhece os seus clientes há já uma vida. O comércio tradicional não tem os dias contados, bem pelo contrário. O comércio de rua tem características únicas que lhe garantirão, se bem trabalhado, importantes vantagens competitivas face à concorrência das grandes superfícies ou das grandes marcas em regime de franchising. A tradição, a proximidade, as relações afectivas que se criam entre o comerciante e o cliente, o ambiente familiar, o cuidado e atenção com que os produtos são seleccionados, tratados, embalados, são todas elas características que muito dificilmente se encontrarão numa grande superfície ou centro comercial. Actualmente, o acesso que qualquer pequeno comerciante tem a um conjunto de ferramentas acessíveis em termos de comunicação permite-lhe concorrer de forma capaz com os espaços de maior dimensão que no início dos anos 90 começaram a retirar alguns clientes habituais. Aliás, a tão badalada crise poderá servir de argumento de peso para o regresso de alguns clientes que assim podem evitar os apelos desmesurados e próprios das imagens publicitárias que invadem esses espaços. O comércio tradicional desempenha uma importante função no contexto do espaço urbano, uma vez que para além de o humanizar, potencia a dinamização social, económica e cultural. O comércio tradicional é por isso um elemento fundamental para o equilíbrio do espaço urbano e, como tal, deve ser preservado. pub


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.