Materiais de Construção Entrevista Reis Campos, presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN)
“Podemos encarar 2015 com maior confiança” Após anos consecutivos de crise, o setor da construção pode rá em 2015 aprese ntar resultados mais positivos. Em entre vista ao OPIN I Ã O E S P E C I A L , R e i s C a m p os , presidente da Associação dos Ind u s t r i a i s d a Co n s t r u ç ã o C i v i l e Obras Públicas (AICCOPN), refe re que o futuro deverá passar, necessariamente, por uma estratég i a de di n a m i z a ç ã o d o i n v e s t i me nto. Sofi fia a Abreu Silva O s ec t o r d a co n s t r u çã o f o i d o s mais afetados pela crise. Acredita q u e 2 0 1 5 s e r á u m a n o de v i r a g e m? Sim, existem sinais positivos que permitem encarar com maior confiança o ano de 2015. De facto, um conjunto significativo de indicadores económicos revelou, em especial a partir de meados
de 2014, sinais de inversão da tendência de quebra que tem marcado profundamente este setor. É o caso do investimento em construção que no terceiro trimestre de 2014 registou uma subida de 2,2%. Trata-se da maior subida trimestral desde 2008, a que se junta o comportamento do Valor Acrescentado Bruto (VAB) do setor, que apresentou um crescimento trimestral de 1,7%. Mas também se verificou, em outubro, uma diminuição de 18,9% no número de desempregados da construção e imobiliário inscritos no IEFP e o número de insolvências reduziu-se 17% em 2014, face a 2013. A produção do setor deverá ter caído no ano passado cerca de 4,5%, mas as estimativas para 2015 apontam para uma variação positiva acima de 1%, o que, a concretizar-se, irá interromper um longo ciclo de
13 anos consecutivos de perda jeados, veja-se que o volume anual de faturação externa da de produção. construção e imobiliário já suCom o ca rat e ri za a c onst r uç ã o pera os 9,8 mil milhões de euros, por tuguesa? o que constitui uma prova eviA construção portuguesa é reco- dente do prestígio deste tecido nhecida em todo o mundo pela empresarial. sua excelência e qualidade, a qual é indissociável das novas No a no p assado, falávam os da tendências ligadas à eficiência reabilitaç ão urbana e da sua imenergética, ao fomento da inova- portância. Na sua opinião estão a ção e à utilização de eco mate- se r dad os passos concer tos? riais, com elevada durabilidade, Foram dados passos muito conreutilizáveis, recicláveis e pouco cretos que constam do “Comproprejudiciais ao ambiente. As nos- misso para Competitividade Sussas competências técnicas e hu- tentável do Setor da Construção e manas, os materiais de constru- do Imobiliário”, que a Confedeção nacionais, a engenharia e a ração Portuguesa da Construção arquitetura são referências a uma e do Imobiliário assinou em escala verdadeiramente global e, março de 2013, com o Governo. É para além das inúmeras obras o caso da criação da taxa liberaem Portugal, que constituem uma tória para os rendimentos do Ardemonstração inequívoca do rendamento, a revisão das Leis nosso know-how e dos sucessi- das Rendas, o Regime Excecional vos prémios internacionais gran- de Reabilitação Urbana (RERU),
ou a simplificação dos procedimentos para a criação de Áreas de Reabilitação Urbana, que estão a possibilitar uma maior abrangência da aplicação de importantes incentivos, como a aplicação da taxa reduzida do IVA nas obras de reabilitação em diversos municípios. Porém, ainda há que completar este ciclo, em especial através da atuação no domínio da criação de instrumentos de incentivo e financiamento adequados e mobilizadores dos proprietários dos imóveis. De realçar que esta é uma matéria essencial em relação à qual temos a expectativa que o Governo possa dar resposta imediata com a concretização do já anunciado Fundo para a Reabilitação Urbana, que se espera poder vir a atingir os 2,5 mil milhões de euros. »»»»» pub