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Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Famalicão

“A gastronomia ganhou uma projeção turística enorme” A gastronomia tradicional será entre 1 a 15 de fevereiro a principal atração em Famalicão. Assim, o concelho será o destino de visitantes que virão degustar as iguarias confecionadas pelos restaurantes a concurso, que além da avaliação do público, serão igualmente sujeitos à apreciação de um júri. Em entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, Paulo Cunha diz que, com a realização desta iniciativa, todos ficam a ganhar ao promover a gastronomia como um património inigualável. Sofi fia a Abreu Silva

OPINIÃO PÚBLICA: Qual a importância da Quinzena Gastronómica para o município? PAULO CUNHA: A gastronomia é um dos valores sócio-culturais que mais identificam uma comunidade, constituindo um património riquíssimo de saber, de bem-fazer e de bem receber. Nos dias de hoje, a gastronomia ganhou uma projeção turística enorme tornando-se num fator de atração e afirmação dos municípios, das regiões e dos países. Muitas pessoas fazem centenas de quilómetros só para provar determinada especialidade ou comparar sabores. Quem ganha é o turismo, a economia, as pessoas e claro, a região e o país. Por isso, são sempre de louvar estas iniciativas que têm como objetivo a preservação e a valorização deste património. É o caso da Quinzena Gastronómica de Famalicão.

Qual o balanço das edições anteriores? É um balanço positivo, tanto para a organização, como para os restaurantes participantes, como para o público. Este é um tipo de iniciativa onde todos ganham. A Câmara Municipal ganha porque cumpre o seu objetivo de preservar e valorizar a gastronomia, afirmando-a como um fator de atração turística. Os restaurantes ficam satisfeitos porque vêm o seu trabalho valorizado e distinguido. E as pessoas ganham porque ao longo de 15 dias têm oportunidade de se deliciar com as

receitas mais genuínas da nossa gastronomia. Que benefícios, em concreto, apresenta esta iniciativa para o concelho? A Quinzena Gastronómica é uma iniciativa muito importante para o município a vários níveis, pois para além de reafirmar Famalicão como destino gastronómico por excelência, trazendo, por estes dias, muita gente ao nosso concelho, incentiva os restaurantes a praticarem uma ementa tipicamente minhota, genuína e de grande qualidade contri-

buindo de forma decisiva para a va- mico novo. Famalicão tem conselorização da gastronomia tradicio- guido criar o seu espaço e projetar a nal portuguesa. sua marca e isso é que é essencial, neste momento. Famalicão é, na verdade, um concelho onde se come bem? Como foram escolhidos estes três Desde tempos ancestrais, em que a pratos para esta edição? viagem, por exemplo, entre Porto e Estes pratos a concurso foram votaBraga se fazia a um ritmo diferente dos pelos restaurantes participando de hoje e que de Famalicão era tes. local de paragem obrigatória para aconchegar o estômago, pois a Os restaurantes mostram-se intenossa terra tem fama do bem co- ressados nesta iniciativa? mer e do bem receber. Os conventos Sim, sem dúvida. A Quinzena Gasque existiam no concelho, onde se tronómica é também uma mais-vaelaboravam verdadeiras iguarias e lia para os restaurantes, pois é uma inventavam deleitosas receitas con- oportunidade para conquistarem e tribuíram também para a passagem fidelizarem clientes. desta herança coletiva de grande valor. Existem no concelho de Fa- Este é o figurino ideal para a Quinmalicão magníficas receitas da gas- zena Gastronómica? tronomia minhota, com tradição se- Temos sempre que questionar cular, que hoje são confecionadas aquilo que fazemos. A Quinzena com brio e talento pelos nossos res- Gastronómica tem alguns anos e taurantes. Mas, Famalicão tem tam- aquilo que foi bom ontem, não quer bém ganho fama no âmbito da co- dizer que seja o adequado para o amanhã. No exercício das nossas zinha de autor. funções temos de questionar para O concelho não tem um prato ou melhorar. Apesar disso, não acredoce próprio deste concelho, não dito que haja um modelo ideal e peacredita que, com tantos restauran- rene. tes e chefs, não seria uma ideia criar algo “verdadeiramente” famali- E por fim… quais as suas preferêncense? cias em termos gastronómicos? Acho que sim. Famalicão orgulha- Sou um bom prato. Gosto de aprese de possuir grande chefs que se ciar uma boa refeição e gastronoafirmam cada vez mais no pano- micamente falando sou uma pesrama gastronómico nacional, como soa com a mente aberta. Confesso, é o caso da Lígia Santos ou ainda do contudo, que a cozinha tradicional é Renato e da Dalila, entre outros. a minha praia. Uns bons rojões à Mas, não me parece que seja ur- moda do Minho, cabrito assado, argente criar um produto gastronó- roz pica no chão... pub


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