Feliz Páscoa Páscoa celebra-se no próximo domingo
Cristo Ressuscitou e está no meio de nós! Atualmente, a Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes no nosso país. A origem desta celebração remonta a muitos séculos atrás. Esta época é marcada por inúmeras tradições, umas cada vez populares e outras estão a cair no esquecimento. As privações, os jejuns e as peregrinações assinalam a data. A Páscoa é uma festividade celebrada pelos judeus e pelos cristãos, as duas maiores religiões monoteístas. Porém, o significado difere. Os primeiros evocam a libertação do povo de Israel do Egipto, passando o Mar Vermelho. No cristianismo evoca-se a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. Percorrer o Caminho Português de Santiago, na Semana Santa, está a tornar-se cada vez mais um hábito entre os portugueses, porque alia a caminhada ou esforço físico, à cultura, mas sobretudo à oração e reflexão. As privações e os jejuns são característicos desta época da Páscoa. Na pedagogia da Igreja, há tempos em que os cristãos são especialmente convidados à prática da penitência: a Quaresma e todas as Sextas-feiras do ano. A penitência é uma expressão muito significativa da união dos cristãos ao mistério da Cruz de Cristo. Por isso, a Quaresma, enquanto primeiro tempo da celebração anual da Páscoa, e a sexta-feira, enquanto dia da morte do Senhor, sugerem naturalmente a prática da penitência. O jejum é, assim, uma forma de penitência que consiste na privação de alimentos. Na disciplina tradicional da Igreja, a concretização do jejum fazia-se limitando a alimentação diária a uma refeição, embora não se excluísse que se pudesse
tomar alimentos ligeiros às horas das outras refeições. Já a abstinência, por sua vez, consiste na escolha de uma alimentação simples e pobre. A sua concretização na disciplina tradicional da Igreja era a abstenção de carne. Será muito aconselhável manter esta forma de abstinência, particularmente nas sextas-feiras da Quaresma. Mas poderá ser substituída pela privação de outros alimentos e bebidas, sobretudo mais requintados e dispendiosos ou da especial preferência de cada um. Contudo, os fiéis devem lembrar-se de que o essencial do espírito de abstinência é o que dizemos acima, ou seja, a escolha de uma alimentação simples e pobre e a renúncia ao luxo e ao esbanjamento. Só assim a abstinência será privação e se revestirá de carácter penitencial. Depois deste período de privação, no Domingo de Páscoa celebra-se a Ressurreição e volta-se a comer-se carne e as mesas estão recheadas com cabrito ou borrego, como se fazia nos tempos antigos. Não faltam os doces, que incluem as amêndoas, os casadinhos, os ovos, o pão-de-ló e também os folares, entre outros. É por esta altura que se limpam muito bem as casas, se pintam (ou caiam, nas zonas em que isso é habitual) e se arranjam, pois irá passar o Compasso, a visita pascal que anuncia a ressurreição de Jesus Cristo. Um dos membros das famílias pega na cruz para que os restantes familiares a beijem. Assim, os Cristão preparam-se para celebrar no próximo domingo a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo, o chamado Tríduo Pascal, que se inicia hoje, Quinta-Feira Santa.