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Textos: Sofia Abreu Silva Magda Ferreira José Clemente Ana Sampaio Tânia Silva

José Pina Ferreira, presidente do FC Famalicão Num ano ímpar para o Futebol Clube Famalicão, em que a coletividade conquistou muitas vitórias e atingiu o grande objetivo de subir à II Liga, há muitas novidades previstas para o futuro. Em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, o presidente do FC Famalicão, José Pina Ferreira, promete dar continuidade ao trabalho que foi feito para não desiludir todos os que “amam” este clube e que o têm apoiado incondicionalmente. Para a próxima época a aposta será na manutenção, porque, avisa o dirigente, é preciso ter os pés bem assentes na terra. OPINIÃO PÚBLICA: O Famalicão passará a ser uma Sociedade Desportiva Unipessoal por Quotas (SDUQ), uma mudança que foi aprovada por unanimidade em assembleia. Em termos práticos, o que muda? José Pina Ferreira: A mudança acontece com o propósito de dar cumprimento a uma obrigação legal, é uma imposição da Liga. A SDUQ vai permitir que o clube se organize de outra forma, com mais profissionalismo. É assim que eu quero que vejam o Famalicão, estruturado em termos profissionais e com boas infraestruturas, porque de outra forma o sucesso não acontece. Esta estrutura vai permitir que nós tenhamos mais consciência que há mais leis a cumprir e, como sou um homem de regras, gosto de cumpri-las. Assim, tirando proveito da SDUQ, seremos ainda mais exigentes. Já está pensado quem será o presidente da SDQUQ? A SDUQ não terá um conselho fiscal, nem assembleia, basta ter um administrador e isso seria suficiente. Considerando que essa não é a nossa forma de estar, porque trabalhamos em conjunto, estarão cinco elementos dos corpos sociais do clube, sem querer adiantar nomes, que a seu tempo serão divulgados. Com a entrada nas competições profissionais os requisitos são maiores. A direção está preparada? Este campeonato foi distinto e acho que o Famalicão se destacou na forma como o disputou e jogou, mas também na forma como se apresentou, como se relacionou com os adversários, como comunicou com os sócios… tudo isto fez a diferença. Quero dizer que estamos preparados,

“A aposta não é a subida, é a manutenção” mos que eles venham ter connosco. Nós falamos com as pessoas para pedir que eles sejam sócios e vamos às empresas para pedir que elas sejam nossas patrocinadoras. Valorizamos as pessoas e consideramos que este projeto é dos famalicenses e é para eles, não é um projecto de meia dúzia de empresários. Quando entramos no estádio, vemos a publicidade de diferentes empresas. Foram, portanto, bem recebidos? Fomos sempre bem recebidos, por alguns melhor, por outros com algumas reticências, porque o passado pesa nesta questão. Há empresários que não foram tão bem tratados quanto mereciam e ainda estamos a pagar essa fatura. Mas as pessoas que cá estiveram fizeram as coisas com a melhor das intenções e entregaram-se ao projeto e nós também temos de valorizar o trabalho realizado. tendo consciência de que há muito trabalho para fazer. Temos de contratar profissionais a tempo inteiro, não quero aqui demasiado voluntarismo, porque não é suficiente. Se queremos o Famalicão mais forte, teremos de ter pessoas a trabalhar e a pensar 24 horas no clube no departamento de comunicação e marketing. Quero que cada sócio do Famalicão seja valorizado, porque a comunicação é muito importante. Já alugámos um espaço condigno para que tenhamos condições para poder fazer esse trabalho e temos de alterar infraestruturas, como, por exemplo, colocar torniquetes. Basicamente, queremos ter a informação toda, o que nos vai permitir saber quantas vezes um sócio vem ao estádio ver o jogo, a faixa etária, entre outros dados. Essa informação é importante para nós, depois, podermos trabalhá-la. Também no departamento financeiro pretendo melhorar mais o que temos vindo a fazer. Para isso tudo é preciso muito dinheiro… Não vamos gastar menos de 1 milhão. É normal que assim seja, até porque outros clubes que disputam esta divisão têm um or-

çamento semelhante a 1 milhão Em relação ao futebol, Rui Borde euros, que é o que gastare- ges assumirá funções como dimos. retor geral do clube, além de ser diretor desportivo. Está tudo em É um orçamento a pensar numa sintonia com o treinador Daniel nova subida? Ramos? O sonho não tem de acabar aqui, O treinador tem feito um perporque Famalicão é um concelho curso excecional e temos concom um tecido empresarial trato para esta época até ao fimuito forte. Os famalicenses são nal. O Rui Borges foi uma pessoa um povo de luta e eu, sendo bei- que veio, contra tudo e contra torão, também não cruzo os bra- dos, disciplinar este clube. É ços. É preciso ir mais longe, mas uma pessoa com pulso firme, este projeto tem de ser feito com que chegou aqui e encontrou os pés bem assentes na terra, de tudo um bocado desorganizado forma sustentável. Quero que o e conseguiu realizar no departaFamalicão vá para a I Liga… mas mento do futebol um excelente temos que ter infraestruturas trabalho. Reconheço-lhe mérito para isso. O estádio não tem ca- e fui eu que o convidei para aspacidade para disputar a I Liga e, sumir as funções de diretor geral além disso, é necessário outras do clube. Ou seja, tínhamos uma condições, mesmo a nível de re- lacuna de formação há alguns cursos humanos. Eu assumo que anos, pois o foco tem sido na a aposta não é a subida, é a ma- equipa sénior, mas este ano as nutenção… mas não vamos tra- coisas estão melhor definidas e var que isso aconteça. o Rui Borges será também diretor da formação na parte da organiComo é que se consegue unir as zação. Já o líder do Departapessoas à volta do Famalicão, mento de Formação continuará a nomeadamente os sócios que ser Rui Fernandes, vice-presiestavam divorciados e também dente do clube, que tem vindo a muitos empresários... fazer um trabalho notável, com O termo indicado é dedicação e novidades para breve. não ter vergonha de pedir. A nossa equipa está muito unida e O Estádio Municipal precisa de nós não temos problema em ir a obras. Como está esse processo? casa das pessoas, não espera-

Vamos definir claramente com a Câmara aquilo que será feito. Tivemos uma reunião com a Liga, em que eu pedi para que fossem feitas o mínimo de obras para que não se estrague dinheiro. Precisamos que o FC Famalicão tenha, o mais breve possível, uma bancada que permita ter camarotes suficientes para vender aos nossos empresários, porque a procura é muito superior à oferta. Precisamos de fazer uma bancada capaz de albergar pelo menos 4 mil pessoas, porque estas não têm as medidas ideais e temos de alterar isso. A seguir temos de fazer o relvado, mas a Câmara é que sabe, porque o estádio é municipal e os dinheiros são públicos. Esta direção tem um mandato de quatro anos, este é o primeiro e ficou marcado pelo sucesso. O futuro é risonho? Eu acho que sim, porque por aquilo que me vão dizendo, e modéstias à parte, nunca vi uma equipa tão unida e a fazer tanto em tão pouco. Sinto que com esta capacidade e com a colaboração dos diferentes departamentos da Câmara, o futuro é risonho. O nosso presidente da Câmara, Paulo Cunha, tem dado um apoio excecional e, segundo palavras dele, está disponível para este projeto. Se nós não dermos um dia continuidade a este projeto, temos de garantir, pelo menos, a sucessão. Se não pusermos aqui pessoas capazes para dar prossecução a este projeto, não fizemos um bom trabalho porque o deixamos inacabado. Que mensagem deixa aos associados que foram incansáveis ao longo da época? Tenho de lhes agradecer a forma carinhosa como se entregam, que me emociona… Mas gostava de lhes dizer que vale a pena, que se dediquem, que eu também vou continuar a dedicar-me e juntos vamos conseguir levar o Famalicão ao lugar onde ele deve estar. Às pessoas que amam e respiram futebol, que adoram e amam o Famalicão, que se entreguem cada vez mais que não terão desilusões. Eu não os vou desiludir.


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