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Vinhos famalicenses são cada vez mais conhecidos

Frutivinhos espera aumento de mais de 10% Sofia Abreu Silva Para esta época das vindimas, a Frutivinhos já fez as contas e, para este ano, prevê-se um aumento considerável de produção em cerca de 10 a 20% face ao ano de 2014. Prevendo-se também uma melhoria significativa na qualidade. Armindo Oliveira, presidente da Cooperativa Agrícola de Famalicão, aponta dois fatores em concreto que levaram a esse aumento na produção. “O primeiro podemos considerar a nascença que foi generosa comparativamente a outros anos, o segundo, e não menos importante, foram as condições meteorológicas verificadas nestes últimos meses que condicionaram favoravelmente a evolução da campanha”. Em relação ao universo da Frutivinhos, a cooperativa aponta para uma previsão de 60 a 70 produtores associados a entregarem as suas uvas, o que é considerado como “bastante positivo”. Na verdade, a cooperativa famalicense continua a ser uma grande referência na região ao

nível dos vinhos, e, sublinha Armindo Oliveira, têm sido desenvolvidos vários esforços para que esse papel seja reforçado a cada ano que passa. “O resultado é que conseguimos todos os anos aumentar o número de sócios inscritos e a entregar os seus produtos agrícolas, sejam eles as uvas, como também as frutas e as hortícolas”. A Frutivinhos apresenta os vinhos verdes brancos e o vinho verde rosé ou rosado. Dentro dos brancos, temos o “D. Sancho I”, uma marca já consolidada n a r e gião e p r e miada por diversas vezes nos concursos de vinhos a

que foi submetida. Recorde-se que o D. San-

cho I nasceu duma parceria estabelecida entre a Câmara de Famalicão e a Frutivinhos há uns anos, mas é para “continuar a reforçar e a apostar”. Depois, temos o vinho verde branco de marca “Adega Cooperativa de Vila Nova de Famalicão”, e o vinho verde rosê de marca “Adega Cooperativa de Vila Nova de Famalicão”, também já medalhado nos respeti vos concursos, o

que demonstra elevado potencial e grandes capacidades de crescer em termos de quota de mercado.

O presidente da Frutivinhos não tem dúvidas de que os vinhos famalicenses são cada vez mais apreciados e conhecidos, não só na região como também fora dela. “Neste campo atrevo-me a falar não só dos vinhos da Frutivinhos, mas dos vinhos famalicenses em geral, que, felizmente, e com muito orgulho, começam a afirmar-se cada vez mais ao nível dos melhores vinhos verdes e até mesmo no panorama geral dos vinhos nacionais e internacionais”, assinala. O certo é que além do mercado nacional, o vinho famalicense já ultrapassou fronteiras e está presente em vários países do mundo. Porém, no caso dos vinhos da Frutivinhos, a exportação ainda está longe de alcançar os objetivos a que a cooperativa se propôs. Contundo, revela o presidente, “estamos a conseguir manter e reforçar os destinos já conseguidos, nomeadamente França e estamos em negociações com o Canadá, Brasil e Espanha, para onde esperamos vir a exportar os nossos vinhos muito em breve”. pub


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pública: 3 de setembro de 2015

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Preocupação com qualidade é maior

Se a qualidade do vinho começa nas videiras, então todos os cuidados são poucos. “Vinhos bons todos temos, mas para fazer a diferença temos de começar a preparar os vinhos nas vinhas, nomeadamente com a seleção das castas, as podas, os tratamentos e a vindima”, afirma Armindo Oliveira, presidente da Frutivinhos, realçando que, para além disto, existe todo um conjunto de técnicas enológicas que todos os anos são melhoradas e aperfeiçoadas com o objetivo de alcançar os melhores vinhos. As dificuldades neste setor a na produção do vinho são variadíssimas. Na verdade, algumas difíceis ou impossíveis de controlar pelo produtor, no entanto é possível apontar algumas que são fundamentais na obtenção de vinhos de qualidade. “Desde a qualidade das uvas, a maturação, a sanidade e a seleção por castas”, explica, acreditando que a melhoria no setor passa por uma profissionalização e aperfeiçoamento dos produtores de uvas, que “felizmente já se tem vindo a verificar ao longo dos anos, mas é necessário fazer muito mais”. Relativamente ao panorama nacional, para Armindo Oliveira, os vinhos em Portugal são, cada vez mais, uma referência, quer ao nível da economia, pelos milhões de euros que movimenta, quer ao nível do turismo. “Se há uns anos, os especialistas referiam que o futuro de Portugal estava no turismo, aqui temos um bom exemplo em que se pode associar o turismo a outras atividades rentáveis e assim evoluir e criar riqueza”, observa. E acrescenta: “somos, claramente, um país de bons vinhos, e isso é perfeitamente visível através das exportações de vinhos que têm vindo a crescer todos os anos, bem como das classificações que os nossos vinhos têm conseguido ao nível dos concursos internacionais da especialidade, onde os vinhos portugueses conseguem estar classificados como dos melhores do mundo”. Para este responsável, as potencialidades dos vinhos têm sido aproveita-

das. Em concreto, no que respeita ao vinho verde, tem sido feito um “trabalho transversal” desde a Comissão dos Vinhos Verdes aos produtores, cuja “visibilidade é notória” através do volume de exportações crescente que se tem conseguido alcançar nos últimos anos, e para destinos tão diversificados.

Solução da Frutivinhos em estudo Há mais de um ano que a Cooperativa Frutinhos deu a conhecer, publicamente, a sua difícil situação financeira, que se tem vindo a agudizar a alguns anos a esta parte. Numa tentativa de ajudar a resolver a questão, chegou-se a falar numa possível fusão com a cooperativa de produtores de leite, a FAGRICOOP. Sobre este assunto, o presidente da Frutivinhos, Armindo Oliveira avança que o “processo está em aberto, em avaliação, mas gostaríamos muito que já estivesse terminado”. Atualmente, está a ser desenvolvido um estudo por uma entidade externa às duas cooperativas, cujos resultados do mesmo se aguardam. Questionado sobre as atuais dificuldades da cooperativa Frutivinhos, o dirigente assume que esta apresenta várias fragilidades como qualquer outra entidade. Explica, concretamente, que uma das maiores dificuldades é o insuficiente volume de negócios da cooperativa face às suas despesas, resultante do abandono de alguns dos associados e a consequente diminuição das receções dos seus produtos agrícolas. “Quanto a investimentos, estes têm sido supridos de acordo com as prioridades e disponibilidades”, garante.


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pública: 3 de setembro de 2015 13 pub

Vinho português é o quarto mais caro do mundo Desde 2012, em que ultrapassou a mítica barreira dos 700 milhões de euros, Portugal tem vindo a bater recordes sucessivos nas exportações de vinhos. Os números revelam que em 2013 foram praticamente 720 milhões e em 2014 chegou-se quase aos 730 milhões de euros. Refira-se que esse crescimento dá-se, em simultâneo, com a redução das exportações em volume. O que significa que o país está a saber valorizar melhor os nossos vinhos. Basta ter em conta que, em 2014, Portugal foi o 9º maior exportador mundial de vinho, mas teve o quarto maior preço médio de exportação, com 2,55 euros por litro. Melhor, só a França, a Nova Zelândia e os EUA. A Itália, apesar de ser o segundo maior exportador de vinho, é o quinto no que ao preço médio diz respeito, com apenas 2,50 euros por litro. Analisando os preços médios só do vinho engarrafado, a posição portuguesa continua a ser simpática. Passamos para 5º no ranking mundial, sendo os terceiros na Europa, com 3,01 euros, só ultrapassados pela Itália (3,15 euros) e pela França (4,66 euros). Em declarações ao Dinheiro Vivo, Jorge Monteiro, presi-

dente da ViniPortugal (entidade responsável pela promoção internacional dos vinhos portugueses), acredita que Portugal tem já “uma posição interessante” no que ao preço médio de exportação diz respeito, mas lembra que não é esse o fator determinante, mas sim o rendimento por hectare. Frederico Falcão, presidente do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), r e c o n h e c e que a rentabilidade por hectare é u m a questão que tem de ser melhorada, mas lembra que esse é um esforço que tem vindo a ser feito, designadamente por via da reconversão de vinhas com a ajuda de fundos europeus. Sobre as importações e exportações de vinho a granel, Frederico Falcão recorda que Portugal não produz o suficiente para cobrir o consumo do país e as exportações. Embora o ano ainda não tenha terminado, tudo indica que 2015 possa vir a representar novo recorde de exportações. Nos primeiros cinco meses, as vendas ao exterior cresceram 3,9% em valor.

Produção de vinho vai aumentar 8% em 2015 As previsões para os vinhos de 2015/2016 são reconfortantes: mais 8% de produção a nível nacional, com algumas regiões a subirem quase 20%, de acordo com as previsões de Colheita para a Campanha 2015/2016 apresentadas pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV). As previsões do IVV apontam para a produção total de 6,7 milhões de hectolitros na campanha de 2015, depois da quebra no ano passado. Só Setúbal, Tejo e Alentejo não melhoram o comportamento Em 2015, a produção de vinho em Portugal deverá aumentar cerca de 8% face à anterior campanha, para um volume total de 6,7 milhões de hectolitros. No ano passado, os vitivinicultores portugueses produziram um total de 6,2 milhões de hectolitros, o que representou uma ligeira quebra de 0,8% face ao período homólogo. Em 2014, a quebra na produção acabou por ser mais ligeira do que a que tinha sido prevista pelo IVV antes da vindima. Os maiores problemas durante o período de floração afetaram sobretudo o Norte e Centro do país, onde a produção caiu 10%, mas acabaram por ser quase compensados pelo crescimento no Alentejo (9%), Tejo (17%) e na Península de Setúbal (22%). Em volume, Portugal é o 12º maior produtor e o nono maior exportador a nível mundial. Em termos de valor, as empresas portuguesas exportam perto de 60% da produção e conseguem vender no exterior os seus vinhos engarrafados pelo quarto maior preço médio mais elevado em todo o mundo (2,55 euros por litro em 2014, face a 2,37 euros obtidos em 2013), só atrás da França, Nova Zelândia e Estados Unidos. As exportações do setor tiveram, no último ano, o quinto registo consecutivo de crescimento, embora tenha abrandado o ritmo, progredindo apenas 0,4% face ao ano anterior (em que tinham aumentado 2,4%), para um total de 728,7 milhões de euros. Para este comportamento no valor das vendas portuguesas ao exterior contribuiu a subida de 7% do preço médio por litro, que voltou a compensar a quebra em volume.

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pública: 3 de setembro de 2015

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Norte-americanos bebem mais vinhos portugueses

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As exportações de vinho português para os Estados Unidos aumentaram 19,5 por cento entre janeiro e maio deste ano, com a produção portuguesa a dominar listas dos melhores, segundo o Diário de Notícias que indica dados da associação que promove as marcas portuguesas no estrangeiro. Este ano, os americanos compraram 420 mil garrafas de vinho português, afirmou o diretor de 'marketing' da ViniPortugal, referindo que 2015 está a ser “um grande ano” no mercado norte-americano, com vinhos portugueses nas capas de revistas da especialidade. Os dados de exportações para o mercado, de janeiro a maio, apontam para um crescimento de 19,5% em valor para o total de vinhos e 36,4% para os vinhos tranquilos (sem contar com vinho do Porto, Madeira e espumantes). A ViniPortugal investiu 1,5 milhões de euros este ano em promoção, organizando 142 provas de vinho dentro de supermercados. De 2010 a 2014 os vinhos portugueses cresceram em valor 32%. Em outubro, serão realizadas as grandes provas anuais, que vão passar por Nova Iorque, Chicago e São Francisco, e a participação noutra feira do setor. Atualmente, os EUA são o quarto mercado de exportação de vinhos portugueses, 2.º em termos de vinhos tranquilos, e o mercado de maior crescimento dentro dos cinco maiores mercados de exportação. Em 2014, os 16 milhões de litros exportados representaram vendas no valor de perto de 60 milhões de euros. Portugal classificou ainda três vinhos portugueses entre os quatro melhores do mundo, de acordo com a revista de referência no mercado Wine Spectator. Cerca de 11% de todos os vinhos portugueses provados por esta revista em 2014 obtiveram pontuação máxima (95 a 100 pontos).

Portugal é o sétimo país onde cada pessoa bebe mais vinho Destinos clássicos da emigração portuguesa, como Andorra ou Luxemburgo, integram também a lista dos dez maiores consumidores “per capita”, que é liderada pelo Vaticano. Desta vez, Portugal não aparece no fundo da tabela, mas num destacado sétimo lugar entre mais de 200 países analisados. Cada um dos 10,78 milhões de portugueses bebe uma média de 42,2 litros de vinho por ano. Contas feitas, os mais de 450 milhões de litros bebidos anualmente em Portugal representam 1,87% do total de vinho consumido em todo o mundo em 2011, surgindo em 13º lugar em termos absolutos. De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo norte-americano “Wine Institute”, o consumo “per capita” de vinho em Portugal parece também não ter sido muito afetado pela crise económica. Face a 2008, o valor mantém-se praticamente estável (-0,4%), ainda que tenha recuado no último ano em análise, depois do “máximo” de 43,5 litros registado em 2010. Este ranking é liderado pelos 836 habitantes oficiais do Vaticano – cada um bebe 62,2 litros por ano –, seguido, já a uma larga distância, por Andorra (50,39 litros). Além deste principado, nos dez primeiros surgem ainda outros locais onde reside uma grande comunidade de emigrantes portugueses, como o Luxemburgo (3º lugar), a França (5º) e a Suíça (8º lugar).


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