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Sente-se à mesa em Famalicão Famalicão é um dos concelhos mais industrializados do norte do país, assumindo-se como o terceiro maior exportador a nível nacional. A somar a isso, Famalicão continua a apresentar inúmeros espaços aprazíveis e um rico património natural, histórico e cultural. Igrejas e capelas seculares, pontes romanas e mosteiros medievais, como os de Landim e de Arnoso, recordam o importante passado destas terras planas situadas no coração do verde Minho. Uma herança descoberta pelos visitantes dos muitos espaços museológicos do município, casos do Museu Bernardino Ribeiro, que evoca a vida do antigo Presidente da República, do Museu da Indústria Têxtil, a mais representativa do concelho, ou do Museu dos Caminhos de Ferro de Lousado. O mais emblemático é, porém, a Casa Museu Camilo Castelo Branco, onde o escritor viveu e escreveu algumas das suas obras. O património camiliano não se esgota, contudo, neste local em Seide S. Miguel, sendo revelado em diversos lugares e paisagens do concelho tão vivamente descritos nos seus romances. Também o Parque da Devesa faz parte do roteiro das famílias famalicenses para passear ou para fazer desporto. Além do incrível espaço verde, destaque ainda para alguns concertos, exposições e outras atividades ao longo do ano. Em junho, temos ainda as Festas Antoninas, as maiores do concelho, e em setembro a Feira de

Empresas do agroalimentar reconhecidas Fruto do saber fazer bem, em Famalicão são muitas as empresas do setor agroalimentar que se têm destacado pela qualidade dos seus produtos. À mesa das famílias, nas prateleiras do supermercado ou nos restaurantes, podemos encontrar, a nível nacional e internacional, produtos feitos no nosso concelho. Justamente, dada a forte concentração de empresas agroalimentares no concelho, a Câmara Municipal de Famalicão mantém a ambição de ver criado no concelho um centro de competências agroalimentar.

Artesanato e Gastronomia, que atraem milhares de visitantes à cidade. Quem vem a Famalicão pode visitar inúmeros lugares, mas deve, obrigatoriamente, sentarse à mesa para provar a rica gastronomia famalicense, que honra, é claro, a região do Minho. Uma refeição típica em Famalicão pode ser muito variada. Neste lo-

cal verde e cheio de tradição podemos saborear um maravilhoso pica no chão, um delicioso bacalhau, as famosas papas de sarrabulho acompanhadas de rojões, o cozido à portuguesa, umas belas pataniscas, um voluptuoso cabrito e um magnífico caldo verde. Mas, há muito mais para escolher, como os doces regionais e o bom vinho verde.

É caso para dizer, do que é bom não falta nada. Em Famalicão, podemos comer bem em vários lugares: nos cafés, nas pastelarias, nas típicas tasquinhas, nos restaurantes tradicionais e até nos espaços gourmet. Para os que gostam de provar outros sabores, há também várias opções, como a comida chinesa ou japonesa. A gastronomia é cultura, patri-

mónio e tradição. A sua salvaguarda significa manter as tradições mais ancestrais que marcam identidade de um povo que lhe confere a diferença e autenticidade. É uma verdadeira componente da oferta turística. Comer e beber bem é significado de hospitalidade e saborear a gastronomia de Famalicão é isso tudo e muito mais. pub


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Os diferentes tipos de queijo Será verdade afirmar que os portugueses apreciam e gostam de um bom queijo. No entanto, nem sempre é fácil ordená-los segundo regras muito precisas. Podemos classificar os queijos de uma forma simples segundo o leite de que são feitos: queijos de leite de vaca, ovelha, cabra, búfala, entre outros. Podemos ainda fazer a distinção em função da gordura no extrato seco do queijo: queijos magros (<10%), meio-gordos (25%-45%), gordos (45%-60%) e extragordos (>60%). Podemos também agrupá-los segundo a quantidade de humidade que têm e o respetivo tipo de pasta. Pastas fresca: contêm muita humidade e são em geral muito apreciadas para o pequeno-almoço ou para uma refeição ligeira. Com um pouco de sal complementam bem uma salada e acompanhadas de doce fazem um pequeno-almoço ou uma sobremesa ideal. Podem apresentar-se comercialmente de muitas maneiras, entre as quais com ervas aromáticas, pimentão, pimenta ou alho. Nesta categoria podem também incluir-se os queijos frescos de pasta filante, dos quais o mais representativo é o Mozzarella, originalmente produzido no Sul da Itália com leite de búfala. Ainda neste grupo inclui-se o requeijão, muito apreciado e utilizado em Portugal, Córsega e Sardenha. Pastas moles: são características de queijos com razoável grau de humidade e com uma textura plástica, cremosa ou amanteigada. Durante a cura, a casca dos queijos é lavada regularmente com água e sal. Os sabores podem variar entre uma vasta gama de tipos e intensidades de acordo com a variedade de queijo. Estas pastas podem ser revestidas de bolor branco, como o Brie, o Camembert ou o Bonchester, ou terem a casca lavada como o Munster, o Serra da Estrela, o Azeitão ou o Reblochon. Pastas semiduras: são características dos queijos em que a pasta é em geral maleável, com menor grau de humidade e em que a maturação é lenta, desenvolvendo um sabor bem definido e amplo no final da cura. Os sabores aqui podem lembrar as flores rústicas das montanhas da Europa (Édam, Fontina, Raclette] ou manteiga com um ligeiro fundo a nozes e frutos.

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Pastas duras: prensadas e cozidas ou não, são características de queijos como o Cantai, o Emmental, o Gruyère, o Parmesão, o Manchego, o Cheddar ou o São Jorge. A crosta é muitas vezes de cor intensa e a pasta parece não ter humidade, podendo variar na textura. A cura pode prolongar-se de vários meses a vários anos. Industrialmente estes queijos são muitas vezes revestidos de películas plásticas para evitar perda de humidade excessiva e prevenir o desenvolvimento de fungos durante a cura. Os queijos de pasta semidura e dura, quando bons ou muito bons, podem sempre envelhecer como um vinho, refinando os seus aromas e sabores. Queijos azuis: são queijos como o Roquefort, o Stilton, o Gorgon-zola ou o Cabrales, de leite de ovelha ou vaca, não prensados, em que a cura é essencialmente realizada por bolores azuis. Estes queijos têm sempre um sabor muito forte, em geral muito apreciado pelos gourmets e por isso acompanham muito bem com vinhos doces ou licorosos como o vinho do Porto. Queijos de fantasia: podem ser queijos de pasta mole, semidura ou dura, adicionados de vários ingredientes tais como diversas sementes, nozes, avelãs, frutos secos, especiarias ou ervas aromáticas. O desejo de inovação multiplicou as alternativas de apresentação do queijo com outros ingredientes cujo sabor se mistura harmoniosamente com o queijo mas que, em algumas situações, se tornam muitas vezes bizarras. Queijo fundido: inventado em 1911 por Walter Gerber, o processo foi patenteado em 1916 por James Kraft. É resultante de um processo industrial que utiliza um ou vários tipos de queijo com menor qualidade comercial. A massa pastosa obtida pode ser enformada em moldes ou caixas de vários feitios: triangulares, quadrados, retangulares, cilíndricos ou até mesmo em bisnagas. São um sinal da época industrial e da velocidade com que se vive na atualidade e por isso são práticos para o dia a dia.


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Os portugueses adoram o pão!

Pão com menos sal teve efeitos positivos Cinco anos após a lei que veio regular o teor de sal no pão português, médicos e nutricionistas reconhecem os benefícios da medida na saúde, mas consideram que muito está ainda por fazer para reduzir o sal na alimentação. A Sociedade Portuguesa de Hipertensão considera “excelentes” os resultados do diploma que diminui o sal no pão, mas admite que se deve ir mais longe, reduzindo ainda mais o teor de sal no pão e noutros alimentos. A Sociedade de Hipertensão frisa que a redução do sal na alimentação é fundamental para diminuir doenças cérebro-cardiovasculares e recorda que desde 2003 houve um decréscimo de 46% da mortalidade por AVC, 12% dos quais atribuídos à redução do sal. Para a Ordem dos Nutricionistas, estes dados são positivos, mas ainda assim os portugueses continuam a consumir diariamente o dobro do sal que é preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ao pequeno-almoço, ao almoço, ao lanche, ao jantar e até à ceia, o pão está em quase todas as refeições. Em Portugal, a tradição de comer pão é longínqua e este é um dos alimentos que está na base da alimentação portuguesa. Feito à base de três cereais – milho, centeio e trigo – é diferente de região para região tanto na forma, como na cor, no gosto ou na textura do miolo, sendo usado em pratos tradicionais ou até em doces. Em Portugal existem muitas variedades de pão e aqui ficam algumas. Pão alentejano: de grandes dimensões e

Pão de centeio: neste tipo de pão, de cor mais escura, a farinha de trigo é substituída por farinha de centeio e é um pão rico em fibras.

Pão de mafra: com vários formatos, redondo, comprido ou em bolas, este pão de farinha de trigo e centeio, feito com elevada quantidade de água, é bastante apreciado pelo miolo macio e crosta rija. Diz-se que é descendente do pão saloio, produzido nos arredores de Lisboa (zona saloia) e que remonta ao século XIX.

Pão ou broa milho: pão de mistura de tom amarelado, cujo fabrico é feito à base de farinha de milho. O miolo é denso e macio, sendo muito apreciado como entrada, acompanhado com um bom queijo.

Papo-seco ou carcaça: pequeno pão de farinha de trigo e uma presença quase obrigatória ao pequeno-almoço ou ao lanche, acompanhado com fiambre e queijo, na versão sandes mista.

miolo compacto é bastante usado em pratos de açordas, ensopados e migas à alentejana, além de doces como fatias douradas.

Broa de Avintes: pão tradicional de Avintes, Vila Nova de Gaia, castanho-escuro e denso, sabor intenso e agridoce, feito à base de farinha de milho e centeio. Pão com chouriço: frequente em festas e feiras, é mais apreciado acabado de sair do forno, sendo o seu interior recheado com fatias de chouriço. Bôla de carne: típico de Trás-os-Montes, este tipo de pão é recheado com sobras de carnes e diferentes tipos de enchidos. pub


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O vinho ideal para cada refeição

No Entrudo come-se tudo!

Beber vinho com moderação, além de ser uma atitude saudável, ajuda melhor a apreciar os diversos pratos que compõem a rica e variada gastronomia nacional. Beber vinho é, na verdade, um ato de cultura. Por isso, é fundamental a escolha do tipo de vinho de acordo com o prato servido.

com que os fiéis tomem parte do sacrifício de Jesus. Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, abstendo-se de uma coisa que gosta, neste caso, a carne. Porém, até lá ainda podemos comer muitas coisas boas.

Mariscos: os cozidos vão bem com vinho branco leve, acídulo ou com vinho verde branco. Os mariscos gratinados ou cozinhados com gordura, ervas aromáticas, especiarias ou natas requerem um vinho branco seco, menos acídulo e menos jovem.

Cozido à Portuguesa Ingredientes • 500 g de carne de vaca de boa qualidade • 500 g de orelha e focinho de porco • 200 g de toucinho • 500 g de costela • 500 g de chispe • 1 chouriça de carne • 1 chouriça de sangue • 2 cenouras • 1 penca • 1 couve-coração • 1kg de batatas

Peixes: cozidos ou grelhados são beneficiados quando acompanhados por um vinho branco, um pouco acídulo, leve e frutado. No forno, os peixes deverão ser servidos com vinho branco mais seco, encorpado e capitoso. Já com a sardinha assada e o bacalhau, vai bem um vinho tinto e encorpado. Carnes: as vermelhas necessitam de vinhos tintos encorpados. As carnes brancas irão melhor com vinhos brancos fortes ou rosados, mais jovens e menos carregados de aroma e sabor. A exceção é o leitão assado no forno deverá sempre ter um espumante natural a acompanhá-lo. Caça: combina com vinho tinto velho e aveludado. Massas: de uma maneira geral, os molhos à base de tomate combinam com o vinho rosé; os molhos com carne são acompanhados pelo vinho vermelho; e aqueles feitos com creme combinam com o vinho branco. Saladas: especialmente as de folhas verdes combinam bem com vinho tinto. Doçaria: acompanha bem com um vinho licoroso doce ou meio doce, conforme a sobremesa tenha mais ou menos açúcar na sua confeção, ou com um espumante doce. Se os doces tiverem chocolate ou nozes nunca acompanhar com espumante. Tome nota: os espumantes vão bem com tudo. Como aperitivo, o melhor é aquele que nos possa estimular o apetite para a refeição. Poderá ser um espumante bruto, um Madeira seco, um Porto branco seco ou um vinho branco fresco e frutado, com o qual iremos continuar durante a refeição, até ao prato de carne. O que nunca deverá ser servido como aperitivo, são os cocktails, pois estes deixarão o palato incapaz de apreciar os vinhos que venham a ser servidos posteriormente com a refeição. Como digestivo e para terminar a refeição deverá servir-se uma aguardente vínica ou bagaceira.

O próximo dia 7 de fevereiro é o chamado “Domingo Gordo”. Reza a tradição e diz a sabedoria popular que domingo gordo é dia de cozido. A tradição de domingo gordo tem por base o cristianismo. Todos os domingos desde o Dia de Reis são considerados gordos (fartos de comida), uma espécie de preparação para a Quaresma, altura de jejum e abstinência. Sendo o último domingo antes da Quaresma, este é um dia de folia, que serve para saborear determinadas iguarias fornecidas, essencialmente, pelo porco. Assim, temos o Domingo Gordo e depois a terça-feira de Carnaval, dias marcados pela folia e por grandes partos. Segue-se a quarta-feira de Cinzas, que representa o primeiro dia da Quaresma, uma data com especial significado para os cristãos. Na Quarta-feira de Cinzas (e na Sexta-feira Santa) a Igreja Católica aconselha os fiéis a fazerem jejum e a não comerem carne. Esta tradição já existe há muitos anos e tem como propósito fazer pub

Para o arroz • 1 cebola • Azeite q.b. • Óleo ou manteiga q.b. • 400 g de arroz Preparação: Coloca-se a cozer a carne de vaca em água e sal e, quando esta estiver cozida, retira-se. Na mesma água cozem-se os legumes, as batatas e as chouriças. Num tacho à parte cozem-se as carnes de porco. Cortam-se as carnes cozidas em pequenas porções. Numa travessa colocam-se as batatas, os legumes e as carnes por cima. Acompanha-se com arroz branco. Para o arroz, faz-se um estrugido com uma cebola picada no azeite e utiliza-se a água da cozedura da carne. Quando estiver a ferver acrescenta-se o arroz. Dicas: Se se utilizarem carnes salgadas as mesmas têm que ser colocadas de molho no dia anterior. pub


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