Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal, faz balanço do Famalicão Made IN
“Criamos um ecossistema que facilita o desenvolvimento empresarial” O Famalicão Made In apresentouse em 2013 e nunca mais parou. Durante estes anos, foi criada uma relação ímpar entre a autarquia, instituições públicas e empresas. Este projeto, que promove o desenvolvimento empresarial, já foi premiado pelo seu arrojo. Os dados mostram que as empresas famalicenses estão cada vez mais fortes, colocando o concelho no pódio nacional das exportações. Em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, o presidente da Câmara, Paulo Cunha, não tem dúvidas de que Famalicão é um dos principais motores da economia nacional.
Como surgiu a ideia deste projeto? Na génese do Famalicão Made IN está a vontade de exponenciar a relevante performance económica de Vila Nova de Famalicão. Potenciar e alavancar o ADN empresarial do município que nos posiciona como o terceiro que mais exporta em Portugal e o principal do Norte e como o segundo com o melhor saldo líquido da balança comercial. Temos uma economia vibrante e o Famalicão Made IN assenta precisamente neste contexto municipal facilitador da iniciativa empresarial e de construção de um território dinâmico e competitivo.
Sofia Abreu Silva
O roteiro é a parte mais visível do Famalicão Made IN. Qual a importância desta iniciativa em concreto? Sim, o roteiro é a vertente mais mediática. Através desta iniciativa que me leva a visitar empresas famalicenses que se destacam pela sua capacidade empreendedora e de inovação conseguimos promover essas mesmas empresas, as marcas e os produtos famalicenses. A nossa estratégia passa por valorizar a di“Estamos muito interessados em criar nâmica produtiva de Famalicão, recompensando os empresários pela condições para o surgimento de uma nova sua visão e pelo contributo que dão geração de empresários que mantenha ao desenvolvimento da região e do país. Isso permitiu entrelaçar e eso concelho no topo dos mais dinâmicos treitar uma rede de compromisso e exportadores do país.” entre empresas, o poder local e as instituições do concelho ligadas ao Famalicão. É, aliás, muito bom notar torial, ambicioso e arrojado, e que, ensino e à investigação. o reconhecimento nacional a este de resto, o país já premiou. »»»»»continua nosso programa de afirmação terri-
O Famalicão Made IN arrancou a novembro de 2013. Volvidos mais de três anos, qual o balanço? PAULO CUNHA: É um balanço orgulhosamente positivo e que me dá a certeza de que o caminho que definimos para estimular o crescimento económico e para aproximar os agentes do território num trabalho concertado e em rede está a ser percorrido com êxito. Aponto, em particular, o importante e profícuo trabalho de atração de investimento empresarial, sobretudo privado, pelo seu efeito determinante na dinamização da economia e na criação de emprego. Em Famalicão a taxa de desemprego caiu 44% entre 2103 e 2016, o que muito nos satisfaz. O Famalicão Made IN criou uma
ligação estreita, permanente e construtiva entre empresas, autarquia e entidades públicas e privadas, particularmente as que estão ligadas ao ensino e à investigação (Citeve e CeNTI), inovação (ANI e IAPMEI) e à internacionalização (AICEP), que foi responsável pela criação de um ecossistema empreendedor que facilita o desenvolvimento empresarial, promovendo o reforço da vocação industrial e exportadora de
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»»»»» Depois, há toda uma estrutura que tem ajudado a alavancar negócios e a tornar ideias em empresas… Não podia ser de outra forma. O Famalicão Made IN tem dado um forte estímulo para o surgimento de novas iniciativas empresariais e apoiado muitos outros projetos a expandirse, contribuindo decisivamente para a criação de postos de trabalho no concelho. O Gabinete de Apoio ao Empreendedor, que inaugurámos em 2014, é talvez o melhor testemunho de reconhecimento ao mérito do Famalicão Made IN. O trabalho realizado pela sua equipa técnica junto dos investidores e dos novos empreendedores, como disse, tem impulsionado a criação de novas empresas e ajudado muitas outras a ganhar escala. Esta ligação concertada entre empreendedores e empresários é algo que distingue o Made IN de outros projetos municipais de apoio à atividade económica e ao empreendedorismo. 2016 voltou a ser um ano em que os empresários investiram no concelho? Foi um ano sem precedentes nesse capítulo. O reforço da competitividade do território foi um fator decisivo para a criação de novos e relevantes investimentos empresariais apoiados pelo município de Famalicão. Em causa está já um volume de investimento de 300 milhões de euros, repartidos pelos Projetos de Interesse Municipal, pelo Compete 2020 e pelo Norte 2020. Os dados concretos não enganam: a Câmara Municipal já garantiu perto de 100 milhões de euros de iniciativa empresarial no concelho, a que está diretamente associada a criação de 865 novos empregos, resultado das suas ativas políticas de estímulo ao investimento privado, através do Regulamento de Projetos de Investimento de Interesse Municipal – Made 2IN. Já o investimento elegível aprovado pelo Compete 2020 e pelo Norte 2020 para projetos em Famalicão é de 195 milhões de euros. Mas o nosso Gabinete continua a receber contactos, nomeadamente de empresas de fora do concelho e até de fora do país, o que é revelador do expectável aumento do investimento ao longo do ano.
“Famalicão está em contraciclo, apresentando, ano após ano, uma balança comercial positiva, sendo mesmo a segunda melhor do país.” nhecida competência dos centros de investigação, a par do apoio facilitador do município. O município é, de resto, uma das cerca de 90 entidades acreditadas pelo IAPMEI para a prestação de serviços de incubação, através da Incubadora Famalicão Made IN, que integra a Rede Nacional de Incubadoras. De facto, estamos muito interessados em criar condições para o surgimento de uma nova geração de empresários que mantenha o concelho no topo dos mais dinâmicos e exportadores do país.
Muitas empresas já saíram das incubadoras e estão agora em instalações próprias? Sim, podemos dizer que “ganharam asas e voaram”, o que é ótimo. São projetos com valor acrescentado e que estão a ganhar escala. Estou convencido que o mesmo suceHoje, temos o Gabinete de Apoio ao Empreen- derá com outras startups que estão instaladas dedor do Município, mas também temos duas nas nossas estruturas de incubação e de aceincubadoras. Quais os objetivos destas es- leração de ideias de negócio. truturas? A incubadora Famalicão Made IN conta já com Podemos afirmar que o Famalicão Made IN dois polos: Riopele, em Pousada de Sarama- tem ajudado na economia? gos, e Edifício Globus, em Vilarinho das Cam- De forma inequívoca. Famalicão é um dos bas. Através destas estruturas oferecemos às principais motores da economia nacional. startups o ambiente propício para que pos- Como já referi, estamos cada vez mais fortes sam crescer, em estreita colaboração com o nas exportações, com presença no pódio remais experiente tecido empresarial e a reco- servado aos três municípios mais exportado-
existem entre startups e empresas maduras no âmbito do Elevador é assinalável. O que pretendemos é apoiar e dar outra dimensão às pequenas empresas e, em simultâneo, fixar no concelho empresas de crescimento rápido. Para tal criámos uma rede de mentores composta por três dezenas de empresários de renome que orientam os empreendedores com ideias de negócio. É minha convicção de que a convocação dos nossos empresários é decisiva para o crescimento e fortalecimento da malha empresarial do concelho e que a todos beneficiará.
res, e temos uma das taxas de desemprego mais baixas da região. Note que o país, de acordo com os dados oficiais do INE, mantém um dos mais elevados registos negativos entre os países da zona euro ao nível da balança comercial. Famalicão está em contraciclo, apresentando, ano após ano, uma balança comercial positiva, sendo mesmo a segunda Como descreve os empresários famalicenses? melhor do país. Resilientes e com fibra. Os empresários faNo ano passado, a Câmara de Famalicão lan- malicenses puxam pelo país. E puxam obviaçou um projeto de inserção de doutorados mente pelo seu concelho. Sobretudo, e tenho nas empresas do concelho. Como está esta a certeza, vestem a camisola da causa do crescimento económico e da criação de eminiciativa? A primeira edição deste projeto piloto correu prego, convictos de que com isso estão a fordentro das expectativas da Câmara Municipal talecer os seus projetos e a contribuir simule do Citeve, parceiro nesta iniciativa. As em- taneamente para uma melhor qualidade de presas manifestaram interesse, mas notámos vida e de padrões de felicidade pessoal e que aguardam por melhor oportunidade para profissional de todos quantos compõem a poderem realmente avançar com a contrata- comunidade em que se inserem. ção de doutorados. De futuro, vamos com certeza voltar a apostar nesta matéria, assim Quais os próximos projetos do Famalicão que o Norte 2020 lançar novos concursos e Made IN? Este será um ano de consolidação das mediincentivos. das e ações desenvolvidas. Queremos eviFoi lançado também o Elevador, programa de denciar que este programa tem um carácter aceleração de startups, com uma rede de estruturante para o concelho. Nesta fase, a mentores. Quais são os objetivos desta ini- nossa ambição é dar corpo ao que já existe e ciativa? Os mentores têm sido procurados? que tão bons e evidentes resultados tem O contacto permanente e a proximidade que apresentado.
27 novos projetos foram considerados de interesse municipal
100 milhões de investimento empresarial criam 865 novos empregos O terceiro município que mais exporta em Portugal e o principal do Norte soma e segue na atração de investimento. A Câmara Municipal de Famalicão já garantiu perto de 100 milhões de euros de iniciativa empresarial no concelho, a que está diretamente associada a criação de 865 novos empregos, resultado das suas ativas políticas de estímulo ao investimento privado, através do Regulamento de Projetos de Investimento de Interesse Municipal – Made 2IN. Entre janeiro de 2015 e dezembro de 2016, ao abrigo desse
regulamento, foram já anunciados como de interesse municipal 27 novos investimentos empresariais com forte impacto na geração de riqueza e na criação de emprego. Ao todo, representam cerca de 100 milhões de euros e a criação de 865 novos empregos, sendo fundamentais para o desenvolvimento económico de Famalicão e para a afirmação do concelho como um dos principais centros industriais de Portugal. A Câmara Municipal confere, assim, “condições excecionais às novas iniciativas empresariais”, que reconhece como Projetos
Made 2IN, concedendo benefícios fiscais e outras vantagens. Os benefícios fiscais, de acordo com os critérios do regulamento, podem ir desde a isenção total ou parcial do IMI e do IMT até à redução de 50% do valor das taxas das operações urbanísticas. O Gabinete de Apoio ao Empreendedor, criado no âmbito do projeto Famalicão Made IN, continua, assim, a receber candidaturas, o que traduz a tendência de crescimento do número de empresas que pretendem investir no concelho.
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O OPINIÃO ESPECIAL volta a destacar as empresas famalicenses que foram visitadas pelo Presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do Famalicão Made In. Aqui ficam as que integraram o Roteiro durante o ano de 2016. Fotos: António Freitas
Confeitaria Estrela Doce
Super 2000
Villa Prime Hotel
FDS
A confeitaria Estrela Doce, localizada em Brufe, produz 150 toneladas de marmelada por ano, que chegam ao consumidor através de confeitarias, salões de chá, lojas gourmet, lojas de comércio tradicional e mini e supermercados. No mercado desde 1947, os produtos mantêm intactas as características de sempre. A produção é em quantidades industriais, mas a componente artesanal está fortemente presente no fabrico. Entretanto, uma nova geração ligada aos fundadores está apostada em modernizar as instalações, em inovar nos produtos, mas também a manter a tradição. Foi pioneira na venda automática de produtos alimentares em Portugal e hoje fatura 20 milhões de euros por ano e dá emprego a 160 pessoas. Foi fundada em 1993 pelo famalicense Joaquim Peliteiro, emigrante em França, e é hoje um exemplo de sucesso. As 4.100 máquinas da Super 2000 estão em vários espaços, totalizando cerca de mil clientes. Nas instalações da empresa, em Vale S Cosme, são fabricadas e embaladas uma média de 18 mil sandes por dia. Além disso, a empresa também já distribui sopas, além dos produtos que é habitual encontrar nestas máquinas, desde bebidas quentes a bolos e outros. O Villa Prime Hotel situa-se na Rua Barão da Trovisqueira (junto ao Tipografia Bar) e apresenta-se como uma nova unidade hoteleira de Famalicão, sendo composta por 10 quartos de qualidade superior para os hóspedes, um restaurante e um wine bar abertos ao público em geral. O conceito é único em Famalicão e tem como principal alvo o universo empresarial do concelho, disponibilizando-lhe um ponto de encontro para estadias, reuniões e encontros informais. O Villa Prime Hotel implicou ainda a criação de sete postos de trabalho. O preço dos quartos varia entre os 49,5 e os 88 euros. A FDS nasceu há 25 anos em Calendário e continua a ser a única empresa em Portugal a produzir máquinas para fazer meias. A FDS abastece a maioria das empresas do setor do fabrico de meias com as suas máquinas 100% produzidas dentro de portas. As máquinas são compostas por mais de 3 mil peças, executadas com o rigor do centésimo de milímetro por jovens qualificados provenientes do ensino profissional. Aliás, a inovação esteve sempre presente nas máquinas desenvolvidas, que permitem produzir em 24 horas até 90 dúzias de meias com alto valor acrescentado.
Celoplás
Têxil Nortenha
Tesco
Famasete
A Celoplás foi fundada por dois famalicenses, João Cortez e José Artur Campos Costa, e é hoje uma referência mundial na produção de peças plásticas de elevada precisão para a indústria doméstica, automóvel, militar e da saúde. O grupo está sedeado no concelho de Barcelos, mas uma das suas principais empresas – a CCL Plásticos – continua a laborar em Famalicão e com grandes perspetivas de crescimento. A Celoplás exporta mais de 95% do que produz. Além da CCL Plásticos, o grupo possui em Famalicão mais duas empresas: a Celoprint, em Mões, e a Centi-support, Máquinas e Equipamentos para a Indústria, em Jesufrei. Fundada em 1954, a Têxtil Nortenha, localizada em Avidos, sentiu os efeitos da crise do têxtil em Portugal, mas soube moderniza-se e readaptar-se aos desafios da economia global. É um exemplo de resiliência e hoje dá emprego a uma centena de pessoas. Fabrica peças de vestuário em malha de alta qualidade para homem, senhora e criança para mercados tão exigentes como o escandinavo ou norte-americano. A empresa tem coleção própria, mas também segue as sugestões dadas pelos clientes. Toda a produção tem como destino a exportação para mercados como Suécia, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos. A Tesco, com capital 100% japonês, produz as peças de alumínio fundido por alta pressão dos motores Honda e de outras marcas automóveis. A Tesco nasceu na Trofa em 1993, mas mudou-se para Ribeirão, em Famalicão, em 2008. Desde aí, a fábrica já passou por duas fases de ampliação. Atualmente emprega 360 funcionários num processo de laboração contínua, ou seja, 24 horas por dia, sete dias por semana. Ligada ao Grupo Honda Foundry, que possui onze fábricas em todo o mundo, a Tesco é a única do grupo na Europa que exporta tudo o que produz: cerca de 4.800 toneladas de componentes de alumínio. A Famasete, em Vilarinho das Cambas, foi a primeira empresa a lançar o primeiro quadro interativo em Portugal. A empresa, vocacionada para a informática e venda de computadores, nasceu há 20 anos e tem vindo a apostar no desenvolvimento de produtos inovadores. A Famasete concebeu ainda a primeira mesa interativa em Portugal e passou a equipar, de norte a sul do país, milhares de salas de aulas com os seus quadros interativos. Apesar de já exportar para os quatro cantos do mundo, a empresa continua a ter a internacionalização como sua grande aposta. pub
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LBJ Wash
Camisaria Machado
Vishay
Carnes Seara
Electro Instaladora de Bairro
CMI – Construções Metálicas e Industriais
Bruno Neves, Carlos Fonseca, Álvaro Oliveira e Luís Martins ficaram desempregados, mas não desanimaram e criaram a sua própria empresa: a LBJ Wash, localizada em Fradelos. Iniciou a atividade em junho de 2014 e em 2015 lavou 100 mil pares de calças de ganga, conseguindo uma faturação de 200 mil euros. O conhecimento dos clientes e do mercado, o saber-fazer adquirido ao longo de anos de trabalho e o suporte que o GAE da Câmara Municipal lhes deu, foram motivos suficientes para pediram a antecipação do pagamento do subsídio de desemprego e um empréstimo ao banco e montarem a LBJ Wash. A Camisaria Machado, em Joane, há 30 anos que atrai a nata da política nacional. O Primeiro-ministro António Costa, ou o próprio presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, são alguns dos clientes. Alcino Machado aprendeu o ofício na antiga têxtil Sampaio Ferreira, de Riba d’Ave, e a necessidade de estar mais perto da família, levou-o a trabalhar por conta própria. No primeiro andar da sua habitação criou uma alfaiataria especializada em confeção de camisas feitas por medida. Hoje a Camisaria Machado fabrica uma média de 60 camisas por semana para clientes de todos os pontos do país. E alguns até do estrangeiro. A multinacional Vishay, antiga Roderstein, em Calendário, passou por momentos difíceis, mas soube readaptar-se e hoje fabrica condensadores de filme. Nesse sentido, a aposta nos veículos elétricos e híbridos surge como a grande oportunidade de futuro. A empresa nasceu em 1969 com o nome do fundador, o alemão Joerg Roderstein. Em 1992/3 passou para as mãos da Vishay, uma das líderes mundiais do mercado de componentes eletrónicos passivos, de capital americano. Hoje, emprega atualmente cerca 170 pessoas e fatura à volta de 13 milhões de euros ao ano. A empresa Carnes Seara, empresa familiar especializada no abate e transformação de suínos, tem vindo a crescer de forma sustentada ao longo das últimas quatro décadas. Com o intuito de aumentar a produção, conquistar mais mercado externo e apostar em novos produtos, a empresa anunciou, no ano passado, um investimento de 1,5 milhões de euros na ampliação da sua unidade industrial. Atualmente, a Seara já exporta para Angola, Moçambique, Cabo Verde, França e Espanha. A empresa, fundada em 1974, tem nos dias de hoje uma carteira com mais de 800 clientes e emprega cerca de 200 funcionários. A Electro Instaladora de Bairro (EBI), fundada em 1976, aposta na inovação, na tecnologia e na robótica para conquistar o mercado nacional e internacional. A EBI é líder de mercado no fabrico de quadros elétricos que estão espalhados um pouco por todo o país e que chegam ao estrangeiro. Além disso, produz também armários metálicos para telecomunicações e outros produtos complementares destinados às instalações elétricas e telecomunicações. A empresa, que mantém a sua matriz familiar, emprega atualmente mais de 50 funcionários e fatura cerca de 2,5 milhões de euros ao ano. O grupo francês Saint-Eloi, que fabrica estruturas e construções metálicas há cerca de 40 anos em fábricas situadas em França, investiu, no ano passado, numa unidade produtiva em Famalicão. A empresa adquiriu um pavilhão de 1000m2 em Requião e criou a CMI – Construções Metálicas e Industriais, a unidade do grupo fora do território francês. A empresa está a produzir os painéis para a reconversão da estação de comboios de Bordéus, a mais antiga da Europa, num total de 10 mil unidades. Já investiu um milhão de euros em Famalicão e o plano em curso assegura mais quatro milhões a curto prazo.
Vilanova
Emotional Objects
NH Clima
Rsteel
JF Organpipes, Bom Organum e a JMS Organaria
Ferraz & Ferreira
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No ano passado, a empresa Tiffosi, do grupo Vila Nova Carneiro (VNC), lançava no mercado a marca de acessórios Vilanova com o anúncio da abertura de mais de 50 lojas. A marca de acessórios Vilanova é inspirada na cidade de Barcelona, destinando-se a uma mulher jovem, dinâmica e urbana, num segmento de preço médio. Recorde-se que a Tiffosi ganhou novo fôlego depois do grupo VNC, liderado por António Vila Nova, a ter resgatado à Cofemel, em 2008. Inicialmente com uma faturação de cerca de 30 milhões, o grupo, depois de uma reestruturação, já atingiu 168 milhões de euros de faturação. A Emotional Objects quer conquistar o mercado internacional. O arquiteto João Faria criou esta nova marca e apresentou-a na Maison & Objet, em Paris, recebendo, desde logo, muitos elogios. A Emotinal Objects apresenta peças de mobiliário de design apurado e valor acrescentado, como mesas de centro, secretárias, aparadores e colunas de som, entre outras, em que os materiais mais privilegiados são a madeira, aço inoxidável e vidro. Refira-se que as peças de João Faria já ganharam distintos prémios, como foi o caso da manteigueira Iris inspirada no extinto restaurante famalicense Íris. A NHClima investiu, no ano passado,1 milhão de euros em novas instalações em Requião. A empresa do Grupo Norte Hotelaria (NH) está vocacionada para a produção e comercialização de tubo e acessórios para Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (AVAC). O projeto empresarial nasceu em 2007 para suprimir uma lacuna existente no mercado na região Norte de Portugal no fornecimento deste tipo de produtos. Hoje, 70% da produção da empresa é para exportação, sendo que o exigente mercado da Dinamarca é o principal destino dos produtos. A Rsteel é exemplo da importância cada vez maior que o sector metalomecânico representa para a economia de Famalicão. A empresa de Lousado produz tubos de aço soldados longitudinalmente e quer reforçar a sua componente exportadora no âmbito da estratégia de internacionalização desenhada. No ano passado, a empresa anunciou a expansão e modernização da capacidade instalada, num investimento de 3,5 milhões de euros, através da entrada em funcionamento, no primeiro trimestre de 2017, de uma nova linha de produção com tecnologia de ponta. Em Landim e Avidos, existem três empresas organeiras que se dedicam ao fabrico dos elementos que integram os órgãos de tubos das grandes marcas alemãs que estão presentes nas catedrais, igrejas e salas de espetáculo de todo o mundo. A criação deste mini-cluster em Landim está relacionada com a fixação em Portugal, em 1995, de Georg Jann, construtor do grande órgão de tubos da Igreja da Lapa, no Porto, o maior da Península Ibérica. O mestre organeiro alemão terá optado por ficar em Portugal, tendo dado início ao desenvolvimento destas empresas, já que os seus atuais administradores aprenderam a arte com ele. Esta foi a primeira empresa de pré-cozinhados ultracongelados do país, abrindo caminho ao desenvolvimento do setor em Portugal. A Ferraz & Ferreira nasceu em Famalicão em 1979 e quase 40 anos volvidos continua a desenvolver novos produtos e a conquistar mercado. Recentemente, a empresa apresentou um novo produto: o hambúrguer de bacalhau. Com 35 colaboradores, a empresa produz, por hora, 15 mil rissóis ou 25 mil bolinhos de bacalhau. As exportações representam já 45% da produção, mas o objetivo é crescer ainda mais no mercado externo.
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