Têxtil
A I n dú s t r i a T ê x t i l e d o V es t u á r i o t em c o n h ec i d o a lt o s e b a i x o s . O Va le d o A v e é u m b o m e x e m p l o d e sse p e rcu r so , ne m s em p re f á ci l p ar a e m p re sa s e t r ab a lh ad o r e s. N e s t e es p ec i al , o O P f al o u co m o C i t e ve e a A T P q ue p ro j e ct a m u m no v o p ara d i g m a d e cr es ci m e n t o d e st e se ct o r q u e e st á , d e fa ct o , a m u d ar .
ATP acredita no rejuvenescimento do sector
"Já nos tentaram fazer o velório" Sofia abreu Silva
Paulo Almeida, presidente da ATP
A crise é verdadeira, mas a indústria têxtil já passou por várias, diz a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). "Já várias vezes nos tentaram fazer o velório, mas o velório tem de ter defunto e nós nunca quisemos fazer esse papel", afirma Paulo Nunes de Almeida, presidente da ATP. "Já passámos por fases extremamente difíceis e estamos numa delas, mas este sector incorpora sempre uma capacidade de rejuvenescimento e reinvenção do seu posicionamento. O resultado de 2006 e do primeiro trimestre de 2007 em que inclusivamente nós crescemos em exportações em 1%. Pode não ser muito, mas é sinal que crescemos", acrescenta. A indústria têxtil promete não se deixar abater, mas sabe que o futuro não depende apenas dela. Na realidade, e como faz questão de lembrar a ATP, há um conjunto de factores que interferem no diaa-dia das empresas e muitos deles podem, ou não, serem determinantes para que o sector vença. "Refiro-me à flexibilidade das relações laborais, às questões energéticas que hoje estão na ordem do dia, às questões ambientais, em que hoje é exigido às empresas um esforço ambiental completamente diferente do que
em outras partes do mundo", elenca aquele responsável. Nunes de Almeida refere ainda a questão da abertura dos mercados, uma vez que Portugal abre o seu mercado a produtos de determinados países, mas esses países não abrem os seus da mesma forma. Assim, defende-se uma harmonização em termos de mercado, de direitos aduaneiros. "A mesma camisa da China ou da Índia se entrar na Europa pode não pagar direitos, mas se nós quisermos exportar essa mesma camisa para a China ou Índia, as tarifas são elevadas", exemplifica para lembrar que as grandes decisões políticas não dependem só de Portugal. "Se dependesse não teria a mínima dúvida para dizer que acreditava no sector". Apostar na marca própria Portugal é, segundo a ATP, reconhecido pelos diferentes subsectores da têxtil e é um país com grande capacidade de fabrico, flexibilidade e um Know-how adquirido ao longo de muitos anos. Paulo Nunes de Almeida sublinha que as empresas passaram a investir noutros vectores, como num melhor serviço e numa entrega mais rápida, para serem mais competitivas comparativamente a outros países. O presidente da Associação fala também na questão da marca própria, na qual muitos empresá-
rios estão também a apostar, que envolve não apenas o design ou moda, mas também a distribuição. "Muitas empresas souberam criar a sua própria marca e têm tido uma presença muito forte nas principais feiras do mundo. A ATP, através do braço de feiras que é a Associação Selectiva Moda, tem proporcionado a muitas empresas estarem nos melhores palcos para a mostrarem os seus produtos", observa. No apoio à internacionalização das empresas, tem havido um esforço tripartido: "as empresas por um lado, a ATP por outro e do ICEP, por parte do Governo". Na verdade, por parte dos sucessivos governos, Paulo Nunes de Almeida diz que a ATP tem sentido uma grande receptividade àquilo que são as problemáticas do sector. "Temos, por exemplo, o PRIME, que apoiou muitas empresas na sua modernização e internacionalização". "Temos recebido apoio ao nível da formação profissional, o que permite a muitas empresas melhorarem e valorizarem os seus recursos humanos, que nós consideramos ser um pilar vital para o sector", diz aquele responsável que espera que os jovens formados nas escolas de moda portuguesas sejam colocados nas empresas para colocarem em prática a sua criatividade.