Carpintarias
Serralharias E st e E s p e ci a l é d e d ic a d o ao s t r a b a l ho s d e s e r r a l ha r i a e c ar pi n ta r i a s . D ua s á re a s c ad a ve z m a i s p ro cu ra d as pa r a v a l o r i za r o ex t e r i or e i nt e r i o r d e d i v er s as d i v i s õ e s . C o nh e ça a u ti l i z a çã o d es t e s m at e r i a is .
Mais estilos, utilizações e vantagens
O poder da madeira
Sofia Abreu Silva Não é difícil ver que nos últimos anos, a carpintaria tem sofrido uma enorme evolução no que respeita à utilização da madeira. Jorge Correia, que trabalha na área há muitos anos, explica que esta evolução se deve à transformação da madeira em si. "Há cerca de 10 ou 15 anos, 95% dos trabalhos eram efectuados com madeira maciça e hoje são realizados por derivados de madeiras, como aglomerados, folheados, MDF, contraplacados e materiais fenólicos". Este profissional afirma mesmo que, ao longo dos tempos, a carpintaria passou a ser vista como uma mais-valia na decoração de casas, apartamentos, espaços comerciais e os clientes têm o
cuidado de pedir aos arquitectos e decoradores para que seja dada importância à madeira na decoração das diferentes divisões. Joel Oliveira, também profissional de carpintaria, afirma que a madeira é um pouco como a moda. "Tudo depende das tendências do momento. Hoje em dia as madeiras mais usadas têm sido as mais escuras, tais como a kambala, ipê, sucupira, wengue", esclarece, acrescentando que as tendências de hoje não serão as mesmas de amanhã, por isso a preferência dos clientes "é relativa" e depende, sobretudo, mais do gosto de cada um e da finalidade pretendida. Além da potencialidade decorativa da madeira, este material, em relação a outros, apresenta várias vantagens,
nomeadamente no campo da resistência, durabilidade, economia, além do conforto acústico e térmico. "Verifica-se que a baixa condutibilidade térmica da madeira faz com que esta tenha um grau de isolamento seis vezes superior ao tijolo e 15 vezes superior ao betão. E, quando existem variações de temperatura no exterior, quer seja mais frio ou mais calor, as diferenças são menos sentidas em casas construídas em madeira. Países como o Canadá, os Estados Unidos e os do Norte da Europa utilizam muito a construção de casas em madeira", explicam estes profissionais. Segundo Jorge Correia e Joel Oliveira, em Portugal as preferências vão para as madeiras de origem africana: mogno, tola, afizelia, kambala, entre outras. Já os países nórdicos preferem as europeias: faias, pinhos nórdicos, castanho e carvalho. Hoje, facilmente os profissionais da carpintaria, os arquitectos e os engenheiros cooperam entre si, e assim o cliente ganha com um resultado final mais interessante e sustentado, uma vez que os profissionais da área podem decidir a aplicação mais correcta e verificar o comportamento físico e mecânico da madeira pretendida. Nota: A madeira é o material aconselhável em quartos e salas. As opções são tábuas corridas, laminados, tacos e parquês. Não se recomenda a sua utilização em áreas molhadas, porque pode ser difícil mantê-los impecáveis.
Móveis em madeira de Oliveira à conquista
A madeira de oliveira não é, actualmente, considerada como uma madeira nobre para o fabrico de mobiliário, sendo essencialmente utilizada em peças mais rústicas. Em Espanha, há mais de cem anos que a província de Córdova se tem destacado no uso deste material no mobiliário, dadas as inúmeras vantagens que apresenta face a outras madeiras já que, por exemplo, tem uma densidade superior ao carvalho.
Mobiliário tecnológico Já há cinco anos que a Cemer – Consórcio Escola da Madeira de Espanha está a realizar experiências e a criar protótipos de móveis inteligentes. O objectivo é acrescentar valor ao mobiliário e tornar as empresas deste sector mais competitivas. Para além do sofá, a Cemer realizou ainda
experiências no móvel bar, mas tem como finalidade instalar os sistemas que tornam o mobiliário inteligente em qualquer tipo de peça. Desta forma, o fabricante tem diversas opções à sua disposição e o consumidor final pode eleger os extras para o seu mobiliário.
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Tipos de madeira
Pinho: de origem europeia, o pinho nórdico existe na qualidade de vermelho e branco. O pinho nacional é designado de pinho marítimo e tal como o nórdico, tem como aplicações soalhos, carpintaria de interior e exterior, perfis e rodapés. Bubinga: de origem africana onde a sua aplicação passa muito pela carpintaria exterior e interior, decoração e mobiliário de interior e pavimentos. Cerejeira: madeira proveniente dos Estados Unidos e do Canadá. Trata-se de uma madeira muito utilizada para mobiliário de interior e outros trabalhos de interior. Ipê: trata-se de uma madeira de origem brasileira, que tem como principal aplicação pavimentos no interior e exterior. Bétula: esta madeira tem a sua origem na Europa, onde a sua utilização tem mais valia na decoração de interiores e mobiliário de
interior. Mogno: com origem na Africa, trata-se de uma madeira com mais de cem espécies, embora as mais utilizadas sejam a madeira Sapelly e Sipo. A Sapelly tem como a aplicações a carpintaria de interiores e exteriores, decoração, mobiliário, assim como na construção naval (embarcações de luxo) e em instrumentos musicais. Já a Sipo tem como finalidade revestimentos interiores, carpintaria de interior e escadas. Sucupira: proveniente do Brasil muito utilizada em marcenaria, carroçarias, revestimento de interiores, carpintaria exterior, pavimentos e construção civil. Wengue: com origem na África Oriental onde a sua aplicação passa pela carpintaria de interiores, mobiliário de interior, assim como pavimentos. Zebrano: próvem da África Ocidental, onde a sua aplicação é
mais destinada à decoração de interiores e ao fabrico de mobiliário.
de decoração de interiores e de fabrico de mobiliário.
Mutene: originária de África, é muito utilizada na carpintaria de exterior e interior, torneados, marcenaria, cutelaria e decoração de interiores.
Pau Rosa: também do Brasil onde a sua utilização prevalece mais sobre a decoração de interiores e sobre o fabrico de mobiliário de interior.
Eucalipto: provém da Austrália, onde o seu uso se aplica mais no fabrico de mobiliário, na decoração de interiores, na marcenaria, na tornearia, sendo também usada na construção civil. Utiliza-se no fabrico de pasta de papel.
Pau Ferro: vem de África e a sua utilização passa mais pela decoração de interiores e no fabrico de mobiliário de interior.
Faia: tem a sua origem na Europa, mais a Ocidente do que a Oriente. As suas principais aplicações centram-se na carpintaria de interior, no mobiliário e marcenaria, escadas e pavimentos de interior. Esta madeira é usada nos brinquedos e também nas solas dos sapatos. Pau Cetim: do Brasil, esta madeira é conhecica como Pau Amarelo. É uma madeira usada a nível
Nogueira: provém da Europa e Estados Unidos, sendo usada principalmente em decoração de interiores e no fabrico de mobiliário de interior. Carvalho: tanto pode ter a sua origem no Sudeste da Europa e Ásia Menor, como na América do Norte (designado de Carvalho Americano). O Carvalho Europeu pode ser utilizado a nível de artesanato, carpintaria de interiores, carroçaria de transportes, decoração de interiores, instrumentos musicais e pavimentos. O Carvalho Ameri-
cano tem a sua utilização virada para o fabrico de mobiliário, marcenaria, revestimentos de interiores, assim como pavimentos. Tola: é de origem Africana e aplicada mais a nível da carpintaria de interior e no fabrico de mobiliário. Jatobá: tem a sua origem na América, nomeadamente no Brasil. Trata-se de uma madeira utilizada na construção civil, em mobiliário de luxo, em material desportivo, em carroçarias, em escadas, pavimentos e decoração de interiores. Afizelia: a sua aplicação passa pela carpintaria de exterior e interior, construção naval, pavimentos de interior, escadas e no fabrico de mobiliário. Kambala: vem do continente africano. É uma madeira usada no fabrico de mobiliário, em pavimentos (soalho, parquet), na construção naval, na carpintaria de interior e exterior e na marcenaria.
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especial
A versatilidade do ferro, alumínio e aço
A nobreza dos metais Sofia Abreu Silva Serralharia é, numa breve e sucinta definição, a arte de fabricar fechaduras, portões, grades, varandas em ferro batido ou forjado. Hoje em dia, uma serralharia, além do ferro, trabalha também o aço, o inox e o alumínio e faz também portões, caixilharias, marquises, todo o tipo de automatismos, entre outros. Estes materiais são muito utilizados na construção, quer pela sua composição, quer pela resistência que apresentam face ao desgaste, à corrosão, às diferenças atmosféricas e ao desgaste. Possuem ainda uma boa relação qualidade/preço e podem ser utilizados no interior ou exterior de um edifício. O ferro, que era inicialmente usado em ferramentas, armas e jóias, depressa ganhou o seu lugar na construção. Um belo exemplo é a Torre Eiffel, em Paris, projectada por Gustave Eiffel. Em Portugal, do século XIX, temos na Ponte D. Luís (Porto/Gaia) um exemplo representativo da arquitectura e técnicas de ferro. Ainda hoje muitas estações de caminhosde-ferro mantêm bem visíveis as estruturas de ferro que lhe conferem um ar robusto. Na decoração de exteriores e no interior das habitações,
este material é muito comum, pois nas suas vantagens contempla a boa resistência mecânica, o preço apelativo e a facilidade de manuseamento. O ferro é, no entanto, um material pesado e necessita de algum trabalho de manutenção. Desde bancos de jardim a camas, o ferro é, na verdade, um material versátil e por isso, muito interessante no seu uso. Aço e a lum íni o Actualmente há mais de 2.500 tipos de aço no mundo todo. É claro que o ferro é o principal elemento, contudo os processos de siderúrgica criam um material mais macio, permitindo o fácil processamento. Em 1912, cientistas na Alemanha descobriram, acidentalmente, como fabricar aço à prova de ferrugem. Nasce o aço inoxidável, composto por ferro, cromo e níquel. O aço inoxidável é cada vez mais usado, pois apresenta propriedades físico-químicas superiores aos aços comuns e alta resistência à oxidação atmosférica. Dado aos seus componentes, o aço inox confere uma excelente resistência à corrosão. Uma das grandes vantagens é a sua força decorativa, pois trata-se de um material que vai muito bem com madeira e pedra, além de que é de fácil manutenção. No que
respeita a inconvenientes, podemos apontar o preço elevado e a pouca resistência superficial, pois risca com alguma facilidade. Por último temos o alumínio que na temperatura ambiente é sólido, é o elemento metálico mais abundante da crosta terrestre. O valor deste material é concretizado pela leveza, apresentação em cinza-prateado e fosco, a condutividade eléctrica e a resistência à corrosão. Mas, a elevada quantidade de energia necessária para a sua obtenção pode reduzir, de alguma forma, a sua aplicação. O baixo custo na sua reciclagem aumenta o seu tempo de vida útil e estabilidade do seu valor. Resta ainda dizer que o alumínio é o mais maleável, o segundo metal logo a seguir ao ouro. É de fácil mecanização e bom para fundição, além de ter uma excelente resistência à corrosão e durabilidade devido à camada protectora de óxido. O baixo peso, maior resistência a ambientes agressivos e pouca manutenção são os pontos a favor deste material, enquanto de negativo fica a fraca resistência ao impacto. O alumínio encontra-se no lar sob a forma de utensílios de cozinha, ferramentas, portas, janelas corrimões, entre outros.