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TEXTOS: Sofia Abreu Silva e Bruno Marques FOTOS: Bruno Marques e José Clemente

O futsal assume cada vez mais importância no panorama desportivo português, sendo mesmo uma das modalidades com maior número de praticantes. O concelho de Famalicão revela também grande dinamismo em termos de futsal, embora não tenha representação no escalão sénior nos dois principais campeonatos nacionais. A Associação Recreativa e Popular de Antas (ARCA) e a Associação Desportiva e Cultural de S. Mateus são as duas equipas do concelho que levam mais alto a modalidade, disputando esta época a 3ª divisão nacional. A ARCA foi despromovida na última temporada e procura já este ano regressar a esse escalão, enquanto que o S. Mateus vive a sua segunda experiência na terceira divisão mais importante do futsal nacional. Noutro patamar, a 1ª divisão distrital da Associação de Futebol de Braga, a representação famalicense fica-se pelas equipas do Mouquim Associação Unida, Associação Recreativa Pousadense e Associação Desportiva de Esmeriz. A manutenção é o objectivo primordial destas três formações, embora nenhuma delas feche a porta à disputa de um escalão nacional num futuro próximo. Com a temporada 2007/2008 de futsal já em andamento, tem agora a oportunidade de ficar a conhecer estas cinco equipas famalicenses que se destacam na modalidade. O OPINIÃO ESPECIAL tem um suplemento com tudo o que precisa de saber.


II

opini達o especial: 21 de Novembro de 2007

especial


especial

Presidente da ARCA admite entrada de jogadores em Dezembro

Futuro está mais risonho António Pereira, presidente da ARCA, está ao serviço do clube há já alguns anos, estando mesmo intimamente ligado à criação da modalidade de futsal nesta colectividade do concelho. Depois de ter liderado uma Comissão Administrativa, numa fase complicada do clube, António Pereira está agora a resolver todos os problemas financeiros, juntamente com a sua direcção, e pretende dar novo fôlego à ARCA. "Como a situação estava difícil, inclusive com a iminência do futsal acabar na associação, senti pena e resolvi assumir novamente os destinos da ARCA. Sabia o risco que corria e as dificuldades financeiras, mas estamos a tentar solucionar tudo aos poucos", recorda Pereira. O presidente contava "com mais apoio dos adeptos e da própria autarquia" para tirar a colectividade desta situação, mas está confiante de que "melhores dias virão". Os problemas financeiros não têm para já repercussões no plano desportivo já que a época não poderia estar a correr muito melhor do que tem corrido. Um dos grandes objectivos da actual direcção é criar fontes de receita e solucionar em definitivo os problemas económicos. Melhorar a sede social e encontrar formas de sustentação fortes para a colectividade são as prioridades de António Pereira e seus pares, que revelam grande confiança no futuro. "Tenho de governar a ARCA como o faço em minha casa, com rigor e disciplina, e esta época já conseguimos reduzir o orçamento para menos de metade", aponta. Questionado sobre uma possível subida de divisão, António Pereira garante não

pensar no assunto esta época, embora não enjeite agarrar a oportunidade caso surja. "Este ano penso em manter a ARCA na 3ª divisão nacional porque se o conseguir já será um feito bom, olhando a todas as dificuldades", diz, sem esquecer que se existirem possibilidades de subir de divisão "poderemos reforçar a equipa com alguns elementos em Dezembro". "O principal objectivo da ARCA é ganhar credibilidade e que as pessoas confiem na direcção. E sinto que isso já acontece com os sócios e posso mesmo adiantar que já alguns jogadores se ofereceram para jogar por esta equipa a partir de Dezembro", adianta como sendo um sinal de confiança. Certo é que António Pereira está na disposição de encontrar mais jogadores para o clube, caso os resultados continuem a ser positivos, para lutar pela subida. Isto sem fugir ao rigor orçamental.

opinião especial: 21 de Novembro de 2007 III

Hélder Soares não esperava entrar tão bem no campeonato

"Grupo de trabalho é muito bom" Um calendário inicial com jogos complicados e um plantel ainda em construção pareciam ser duas boas razões para que o início da competição não fosse tão positiva para a ARCA. Ainda assim, e contrariando mesmo as perspectivas de treinador e direcção, a formação de S. Tiago de Antas ocupa, neste momento, a liderança da 3ª divisão nacional com 12 pontos, em igualdade com o Nogueiró. Talvez por isso já há quem neste momento pense no regresso à 2ª divisão. A ARCA desceu de divisão na última temporada e por isso é quase uma obrigação lutar pelos lugares cimeiros. "Neste tipo de competições parte-se sempre do princípio de que quem desce de divisão tem a obrigação de lutar para subir na época seguinte", embora reconheça que o caso da equipa famalicense é diferente porque "esta equipa não tem nada a ver com a da outra época já que saíram quase todos os jogadores".

Mas o espírito da colectividade é sempre lutar pelos lugares cimeiros, até pela história que tem no futsal. Os bons resultados começaram a aparecer de forma mais rápida, numa equipa que ainda está em construção. O grupo de trabalho da ARCA tem quase todos os jogadores novos, apenas um dos guarda-redes e um homem de campo permaneceram da última época, e por isso não seria de esperar a liderança nesta fase da época. "Não esperava ter um grupo tão bom porque eles vão para os treinos com muita vontade, fazem tudo com alegria e estão sempre atentos a todos os pormenores tácticos para os quais chamo a atenção", diz. O plantel é constituído por um misto de experiência e juventude, sendo que grande parte dos jogadores não jogaram nos dois últimos anos nas divisões nacionais. Aliás, os jogadores que compõem o grupo de trabalho famalicense têm muitos elementos que actu-

avam nas divisões distritais da Associação de Futebol de Braga. Por isso, "os jogadores ainda estão numa fase de adaptação aos nacionais porque a cultura táctica e o tipo de jogo é muito diferente em relação aos distritais". Hélder Soares está também satisfeito com a atitude dos atletas no terreno de jogo, uma vez que "nem sequer protestam as decisões da equipa de arbitragem mesmo quando têm razão", graceja, admitindo que "o grupo de trabalho é constituído por elementos com grande vontade de trabalhar e melhorar a cada dia que passa". Por todos estes motivos, o optimismo quanto ao futuro desportivo reina no seio da ARCA que atravessa um bom momento de forma. Para além do campeonato nacional da 3ª divisão, que lidera, este conjunto famalicense está ainda a disputar a Taça de Portugal da modalidade, depois de ter ficado isento na primeira ronda.

A s s o c i a ç ã o R e c r e a t i v a e C u l tu r a l d e A n ta s


IV

opinião especial: 21 de Novembro de 2007

Treinador do S. Mateus quer melhores resultados

Miguel Marques promete trabalho

Na 3ª divisão nacional de futsal, Miguel Marques, treinador do S. Mateus, assume que os jogos fora de casa não têm corrido de feição, embora a manutenção continue a ser um objectivo ao alcance da equipa. É por isso que o técnico deixa a promessa de continuar a trabalhar cada vez mais. "É verdade que não nos tem corrido tudo bem, infelizmente temos feito jogos menos bons que não se têm traduzido em pontos. Também estamos limitados em relação ao plantel porque temos alguns jogadores lesionados que são importantes. E realmente temos tido alguma dificuldade em encarar esses jogos fora". Entretanto, e depois da pausa do campeonato, seguem-se dois jogos

em casa e por isso Miguel Marques garante que as próximas semanas serão de trabalho para tentar recuperar os jogadores que estão lesionados e cumprir o castigo dos que estão castigados. "Vamos nestes jogos tentar dar a volta e entrar no caminho certo para termos alguma tranquilidade". Na décima posição, o treinador confessa que não espera assim um início de campeonato. "Sinceramente não. Esperava que estivéssemos melhor, mas também dado a essas complicações não podemos apresentar sempre a nossa melhor equipa e as melhores soluções. Vamos tentar ir à luta com o que temos e vamos procurar progredir nesta paragem do campeonato que vai ser benéfico". Segundo as estatísticas, o S. Mateus é a segunda equipa menos concretizadora, mas também é a sexta equipa que menos golos sofreu. Face a estes números, Miguel Marques, assume que quer mudar alguns aspectos pois nos jogos fora a equipa teve algumas dificuldades em concretizar as oportunidades criadas. "A concretização é uma lacuna que temos de resolver, mas ao nível da qualidade de jogo temos estado mais ou menos ao nível pretendido", afirma. A manutenção é mesmo o objectivo do S. Mateus, embora nem sempre seja possível dizer que se vai "fazer isto ou aquilo, mas vamos lutar e trabalhar muito". "A minha forma de estar é jogar para ganhar, mas temos de contar com as dificuldades porque os outros também jogam para ganhar. O importante é trabalhar no dia-a-dia com os pés bem assentes para depois colher os frutos e, de facto, crescermos".

especial

António Andrade, presidente da Assembleia-Geral do S. Mateus

Ficar na 3ª divisão nacional é prioridade A Associação Desportiva e Cultural de S. Mateus está a jogar na 3ª divisão nacional, repetindo a experiência da última época. António Andrade, presidente da Assembleia-Geral, e ex-presidente da colectividade, diz que a experiência, no ano passado, foi positiva. "Não foi mau, foi até muito bom ter participado nesse escalão. Sabemos que é diferente, mas este ano começamos bem". No entanto, António Andrade lembra que há algumas lesões, um castigo de um jogador e uma derrota na última jornada do nacional, mas que em nada preocupam a colectividade, porque "há um plantel capaz de superar tudo isso". Na verdade, a equipa só pensa na manutenção no actual escalão, embora no início da época o pensamento fosse um pouco mais ambicioso. "Inicialmente pensámos em voos mais altos, mas neste momento concreto a prioridade é a manutenção". António Andrade sabe que uma subida de divisão exige mais de todos e é necessário criar um grupo para atingir isso e conseguir esses objectivos. "Este ano, por exemplo, inscrevemos três atletas, que passado quinze dias, nos abandonaram. Não tiveram a noção da responsabilidade ao aceitar um compromisso que devia, supostamente, ser cumprido. Vimos o nosso plantel reduzido e agora estamos a tentar colmatar essas situações, com muita dificuldade, mas vamos conseguir". A associação de S. Mateus tem e teve sempre como timbre a aposta nas camadas jovens e participou durante vários anos consecutivos na Primavera Desportiva, de onde "saíram [jovens jogadores] para outros clubes de importância", lembra aquele dirigente. Actualmente, e por pertencer a um escalão nacional, a colectividade é obrigada a ter um grupo de formação. "No ano passado tínhamos uma equipa de menor relevo, mas este ano já preparamos as coisas com mais tempo e acho que temos uma equipa bastante boa e a nossa intenção é formar atletas para o escalão sénior". A direcção da S. Mateus não tem dúvidas que o futsal está enraizado na colectividade e na freguesia e por isso acredita que eram "merecedoras de um pavilhão", pelo facto de, há tantos anos, se dedicarem à prática desta modalidade. "As entidades responsáveis ainda não se debruçaram sobre isso e enveredam por outras situações, mas enquanto for vivo, mantenho essa esperança", revela.

A s s o c ia ç ã o D e s p o r ti v a e C u l tu r a l d e S . M a te u s


especial

opinião especial: 21 de Novembro de 2007

V

Carlos Fernandes, presidente do Mouquim AU

Equilíbrio no campeonato é nota dominante

“Queremos chatear os primeiros”

Paulo Viana quer lugares cimeiros

Na 3ª divisão nacional de futsal, Miguel Marques, treinador do S. Mateus, assume que os jogos fora de casa não têm corrido de feição, embora a manutenção continue a ser um objectivo ao alcance da equipa. É por isso que o técnico deixa a promessa de continuar a trabalhar cada vez mais. "É verdade que não nos tem corrido tudo bem, infelizmente temos feito jogos menos bons que não se têm traduzido em pontos. Também estamos limitados em relação ao plantel porque temos alguns jogadores lesionados que são importantes. E realmente temos tido alguma dificuldade em encarar esses jogos fora". Entretanto, e depois da pausa do campeonato, seguem-se dois jogos em casa e por isso Miguel Marques garante que as próximas semanas serão de trabalho para tentar recuperar os jogadores que estão lesionados e cumprir o castigo dos que estão castigados. "Vamos nestes jogos tentar dar a volta e entrar no caminho certo para termos alguma tranquilidade". Na décima posição, o treinador confessa que não espera assim um início de campeonato. "Sinceramente não. Esperava que estivéssemos melhor, mas também dado a essas complicações não podemos apresentar sempre a nossa melhor equipa e as melhores soluções. Vamos tentar ir à luta com o que temos e vamos procurar progredir nesta paragem do campeonato que vai ser benéfico". Segundo as estatísticas, o S. Mateus é a segunda equipa menos concretizadora, mas também é a sexta equipa que menos golos sofreu. Face a estes números, Miguel Marques, assume que quer mudar alguns aspectos pois nos jogos fora a equipa teve algumas dificuldades em concretizar as oportunidades criadas. "A concretização é uma lacuna que temos de resolver, mas ao nível da qualidade de jogo temos estado mais ou menos ao nível pretendido", afirma. A manutenção é mesmo o objectivo do S. Mateus, embora nem sempre seja possível

dizer que se vai "fazer isto ou aquilo, mas vamos lutar e trabalhar muito". "A minha forma de estar é jogar para ganhar, mas temos de contar com as dificuldades porque os outros também jogam para ganhar. O importante é trabalhar no dia-a-dia com os pés bem assentes para depois colher os frutos e, de facto, crescermos".

O actual treinador do Mouquim chegou com a época já em andamento, mas já revela bom conhecimento da prova que a equipa irá disputar, bem como do grupo de trabalho desta equipa famalicense. O técnico pretende fazer melhor do que na última temporada, mas no discurso a precaução é alguma já que a valia das formações é muito idêntica.“Todas as equipas estão niveladas mas acho que se pode fazer qualquer coisa de engraçado, ou seja, ficar nos quatro ou cinco primeiros lugares e chegar o mais longe possível na Taça. Queremos pensar jogo a jogo na certeza de que só uma equipa regular cumprirá os seus objectivos”, começa por dizer Paulo Viana. E num escalão tão competitivo como promete ser este da 1ª divisão distrital, ter boas condições de trabalho é fundamental para cumprir os objectivos. Paulo Viana está satisfeito “com a vontade demonstrada pela direcção e pelos jogadores”, referindo “a aplicação dos jogadores e a sinceridade dos directores que não têm faltado com nada e têm estado sempre ao meu lado”. E todos sabem que ter uma boa base de sustentação é meio caminho andado para o sucesso. O Mouquim tem como casa no campe-

onato o Pavilhão das Lameiras, já que na freguesia famalicense de onde é originária a equipa não existem infra-estruturas desportivas adequadas. Apesar desta poder ser uma situação desfavorável, o treinador da equipa não parece preocupado com a situação. “Jogamos para vencer em qualquer pavilhão e o único senão que vejo neste momento é o piso do Pavilhão das Lameiras que é bastante escorregadio e não é condizente com a prática do futsal”, diz. Neste momento esta equipa ocupa os lugares cimeiros da tabela classificativa e dos três representantes do concelho famalicense na 1ª divisão distrital, o Mouquim é o conjunto que está melhor em termos pontuais. É por esse caminho que Paulo Viana pretende seguir, sendo certo que não é por falta de conhecimento dos adversários e do escalão que a concretização dos objectivos irá fugir. É sobretudo na expectativa, e usando o lema de pensar jogo a jogo, que o Mouquim Associação Unida procura ser uma das agradáveis surpresas da principal divisão distrital de futsal. O actual treinador chegou já com a prova a decorrer, mas está muito optimista quanto ao futuro da equipa na competição.

M o uq ui m A s so ci a çã o U n id a


VI

opinião especial: 21 de Novembro de 2007

especial

Joaquim Ferreira, presidente do Pousadense

Primeiro as obras, depois os resultados Joaquim Ferreira será presidente do Pousadense até 2009. Quis sê-lo com o intuito de remodelar as infra-estruturas da colectividade, desde a sede aos balneários, passando pela construção de um ringue. “Foi com esse objectivo que me candidatei, para criarmos condições para trabalharmos melhor”, diz. Em relação às competições, Joaquim Ferreira diz que

a meta é ganhar o maior número de jogos, embora nem sempre seja possível. “Não estamos bem, mas também não estamos mal, estamos razoavelmente e o plantel está limitado”, classifica, adiantando contudo que a prioridade não são os resultados desportivos, mas antes colocar tudo em ordem em termos de condições físicas para depois “dar o passo seguinte”.

“Vamos tentar obter o nosso máximo junto às pessoas para tentarmos fazer umas coisas bonitas, interessantes e úteis para a freguesia”, afirma este responsável. E o Pousadense, que milita a 1ª divisão distrital, não esconde que, no futuro, a ambição é chegar a um escalão superior, talvez à 3ª divisão nacional da modalidade. Este ano, no futsal, arrancaram as camadas jovens, precisamente para começarem a preparar um caminho sólido: “se calhar vamos ter, no futuro, uma equipa forte e com jovens da freguesia, o que seria muito agradável”, prevê o dirigente. A equipa do Pousadense treina no Pavilhão Municipal de Delães, mas logo que o recinto de Vermoim esteja pronto a equipa deverá deslocarse para lá. “Bom seria treinarmos em casa, num pavilhão próprio”, idealiza. Em termos financeiros, a direcção decidiu equilibrar as suas contas através de uma gestão repartida. A verba obtida através das quotas é canalizada para as obras em curso que também contam com o apoio da Câmara Municipal de Famalicão. Já para as actividades desportivas, a direcção tem-se focado em arranjar patrocínios. O balanço para já é positivo, pois Joaquim Ferreira reconhece que muitas pessoas têm contribuído para ajudar a colectividade. “Temos muitas pessoas que nos ajudam, mas de vez em quando lá aparecem uns contra”, diz.

José Marques, treinador do Pousadense

Plantel reduzido traz dificuldades Decorridas que estão algumas jornadas do campeonato, José Marques, treinador do Pousadense, contava pelo menos ter mais seis pontos do que os actuais, mas admite que o plantel é “limitado”, o que reduz a capacidade de resposta. “Temos dez elementos de campo e três guarda-redes. Há trabalho de campo que tem de ser feito e basta faltarem dois ou três atletas para ficarmos limitados. Aqui ninguém ganha dinheiro e as pessoas às vezes têm de faltar e temos de gerir essas situações…temos um plantel curto… é isso”, explica. A manutenção é o principal objectivo do Pousadense e o técnico diz que isso será conseguido, nomeadamente com mais trabalho e com uma “atitude diferente”. “Esperamos ficar acima do meio da tabela”, avança. Sobre a actual divisão, José Marques afirma que há, de facto, equipas com plantéis muito bons, quer em quantidade, quer em qualidade. “Há equipas em que quando há, por exemplo, uma mudança de jogador, a equipa não quebra. Para isso é necessário quantidade e qualidade, como é o caso do ISAVE e do Cabreiros. De resto, a partir do quarto classificado as equipas são mais equilibradas entre si e será um campeonato muito renhido”, descreve. Perante as dificuldades esperadas, José Marques sempre que pode lembra aos seus jogadores que é “necessário concentração no campo, porque aqui a mais pequena falha é a morte do artista. O campo é pequeno e não há margem para erro”. O técnico referiu ainda que um dos aspectos a melhorar na actuação do seu plantel é mesmo a finalização: “um dos nossos problemas é esse. Somos capazes de ter várias oportunidades flagrantes de golo e não conseguimos… são contingências do futsal”, concretizou José Marques.

As s o c i a ç ã o R e c r e a t i v a P o u s a d e n s e


especial

César Dantas, treinador da AD Esmeriz

"Vamos começar a escalar a tabela classificativa" O início de temporada do Esmeriz não está a ser o esperado, pelo menos em termos de resultados. César Dantas, técnico do Esmeriz, acredita que as lesões e muitos castigos têm ditado alguns dias menos positivos para a Associação Desportiva Esmeriz. "Tem sido uma coisa absurda. Tenho jogadores que apanham, em situações normais de jogo, três jogos de castigo… é um plantel muito jovem e que fica abatido com essas situações ", diz. Em jogo jogado, César Dantas mostrase muito satisfeito com a sua equipa: "a seguir ao ISAVE e ao Gualtar esta é a equipa que melhor futsal pratica. Somos dominadores no jogo todo". Assim, na visão do treinador, o problema não está no futsal praticado, mas na forma "mais macia como se defende e na forma mais matreira como o adversário joga". Dantas lembra ainda que há equipas muito experientes, coisa que a Esmeriz não é porque este é o plantel mais jovem do campeonato. O técnico refere que o objectivo central da equipa não é só a manutenção, mas também incutir o princípio de quando a sua equipa joga, os adversários devem respeitá-la. "Nesse momento isso acontece porque entramos em campo de uma forma dominadora e com pressão alta", aponta. Com esta força, o treinador não tem dúvidas que a sua equipa vai começar a "escalada na tabela classificativa porque a fase de adaptação está a passar, embora o futsal da Associação de Futebol de Braga (AFB) seja de grande qualidade e de muito trabalho. É tudo mais equilibrado". Para o futuro, César Dantas adianta que se esta direcção conseguir manter esta equipa, constituída por 70% de atletas de formação, é natural que daqui a dois, três anos aconteça a ascensão aos nacionais. "Estamos a falar de uma equi-

pa que foi campeã de juniores em dois anos e ganhou a taça da AFB. Falta a experiência sénior e de campeonato, mas é uma equipa de ganhadores", acrescenta. No que toca aos espaços de treino, o técnico conta que o primeiro treino num pavilhão aconteceu depois da primeira jornada. "Eu fiz todos os dias treino de pré-época ao ar livre. Só agora é que temos uma hora por semana em Delães e outra nas Lameiras. E estamos A falar de um desporto que é jogado em pavilhão. Parece-me inadmissível", declara, apontando que há equipas no concelho com mais horários de treino. "Todas essas limitações se reflectem nos resultados porque tudo conta, desde o piso, à respiração, ao equipamento desportivo", explica.

opinião especial: 21 de Outubro de 2007 VII

José Pedro Sampaio, da direcção da AD Esmeriz

"A nossa aposta passa pelos jovens" Para começar, os resultados da AD Esmeriz não têm correspondido às boas exibições da equipa que milita na 3ª divisão distrital de futsal. "Os resultados não têm sido tão satisfatórios, mas na época passada começámos ainda pior, com cinco jogos sem vencer, mas a segunda volta acabou por ser bastante melhor", recorda José Pedro Sampaio, dirigente da colectividade, que afirma ainda que o "clube tem sido também bastante prejudicado" por causa das arbitragens quer nos seniores, quer nas camadas jovens. E apesar do objectivo da equipa não ser o de subir a outro escalão, os jogadores "ficam bastante afectados com esse tipo de situações". "Mas as coisas irão melhorar ", confia. Com o pensamento na manutenção, o dirigente verifica que há realmente algumas equipas, da 3ª divisão distrital, que apostaram forte numa subida de divisão, nomeadamente a nível de jogadores. "Se calhar é até por isso que temos sido prejudicados porque as equipas famalicenses estão em minoria e a Associação, que tem um historial nesta modalidade, tem de ter mais respeito por estas equipas que trabalham nesta modalidade e que dão atletas para as selecções". O técnico diz mesmo que "isto tem de dar uma grande volta e há que respeitar a Esmeriz". Actualmente, o plantel sénior é composto por muitos jogadores que frequentaram as camadas jovens da colectividade e que fazem, no entender do dirigente, "um grupo fantástico". "Não pedimos para serem campeões de iniciados e juvenis, pedimos é que eles estejam ali para aprenderem e desenvolverem o futsal deles. Para nós é uma alegria ver os miúdos observados e saber que até vão para outro clube", destaca. "A nossa aposta passa pelos jovens e julgo que esse deve ser o objectivo do associativismo. Não nos interessa gastar rios de dinheiro porque esse não é o fim", concretiza. De resto, muitos são os

projectos que esta associação tem para cumprir, mas José Pedro Sampaio diz que o primeiro já foi conseguido ao reunir um grupo de trabalho muito interessante: "sempre que queremos fazer qualquer coisa conseguimos porque há um grande apoio e entreajuda".

A s s o c i a ç ã o D e s po r t i v a E s m e r i z


Saúdespecial: e VIII opinião 21 de Novembro de 2007

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