N un c a a s p e s s o a s t i v e r a m t a n t a s d e p o s s i b i l i d a d e s d e fo r m a çã o e d e m o s t r a r a s s u a s re a i s ca p a c i d a d e s . P or q u e h o j e é p o s s í v e l a p r e n d e r e m to d as as i da de s , d e di ca m o s e s t e E s p e c i a l à F o r m a ç ã o . Textos: Sofia Abreu Silva
A chave do crescimento económico P or Armind o Costa* No ano 2000, o Governo lançou o programa “Novas Oportunidades”, com o objectivo de criar uma rede nacional de centros de certificação de competências profissionais para milhares de portugueses que, todos os anos, deixam a escola antes do tempo. Foi a fórmula encontrada para tentar resolver uma debilidade estrutural: o baixo nível da qualificação dos recursos humanos. Uma vez que mais de 70 por cento da população activa portuguesa só conseguiu atingir o 9º ano de escolaridade ou menos do que isso. São quatro milhões de portugueses nesta situação. É quase toda a população activa do País. A este diagnóstico nacional também não escapa o tecido económico-social de Vila Nova de Famalicão, embora, entre nós, tenham sido registados avanços enormes com a abertura de duas escolas superiores – a Universidade Lusíada e a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave – cujo impacto já é notório na melhor qualidade de grande parte dos nossos recursos humanos. De qualquer modo, o nível médio de escolaridade é ainda muito deficitário, facto que constrange a capacidade de o País crescer economicamente, uma vez que as baixas qualificações académicas e profissionais limitam o aumento da produtividade. Segundo dados da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE), mais um ano de escolaridade contribui para aumentar a taxa de crescimento anual do produto interno bruto (PIB) entre 0,3 e 0,5 pontos percentuais. A qualificação académica e profissional dos recursos humanos é a chave para mais crescimento económico, mais emprego e mais coesão social. Nesta sociedade da informação e das tecnologias em que vivemos, e nesta economia em mudança permanente, baseada na inovação e no conhecimento, a certificação de competências dos trabalhadores sem formação específica, no âmbito do programa Novas Oportunidades, é mais uma chave para abrir as portas de um futuro melhor na vida de cada Famalicense, na vida das
empresas, e na competitividade do Município e do País. O programa Novas Oportunidades significa que os Famalicenses têm uma nova oportunidade para relançar a sua vida profissional e projectar o seu futuro. É uma oportunidade nova para os jovens que falharam no sistema de ensino e uma nova oportunidade para muitos adultos que não puderam estudar mais e ambicionam agora outra categoria profissional. Sabemos que a formação académica e profissional, assim como a certificação de competências, por si só, não garantem o emprego. Mas está provado que um trabalhador com habilitações académicas e profissionais demora menos tempo a conseguir uma colocação. Hoje, o concelho de Vila Nova de Famalicão dispõe de um total de sete centros de Novas Oportunidades, a funcionar no Citeve, na Adrave, nas escolas profissionais Cior e Forave e nas escolas Didáxis (Riba de Ave e S. Cosme do vale), Secundária Benjamim Salgado (Joane) e Secundária Camilo Castelo Branco (na sede do concelho). Temos ainda um conjunto de entidades públicas e privadas prontas a desenvolver acções de educação e formação de adultos, complementando a oferta no âmbito das Novas Oportunidades. Isto significa que os Famalicenses estão dispostos a agarrar esta nova oportunidade, de modo a terem condições de competir num mercado de trabalho cada vez mais exigente. E os resultados têm sido francamente positivos. Estão de parabéns os trabalhadores, que têm uma nova hipótese de reforçar as suas qualificações académicas e profissionais, de modo a serem melhor remunerados. E estão de parabéns as empresas, que poderão contar com uma mão-de-obra melhor preparada para um trabalho cada vez mais qualificado. * Preside nte da C âmara Muni cipal de V ila Nova de F amal ic ão