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Motas e Bicicletas Bicicletas podem ser sinónimo de aventura em contacto com a natureza

BTT está na moda Bruno Marques A designação BTT remete-nos para uma Bicicleta de Todo o Terreno. É isso que significa a sigla de uma modalidade que é originária dos Estados Unidos, mais concretamente das montanhas da Califórnia, na década de 70. Daí até agora pode dizer-se que muita coisa mudou, mas o gosto pela aventura, pelos caminhos sinuosos e pela superação de obstáculos mantém-se intacto para os, cada vez mais, praticantes de BTT. A razão do surgimento deste tipo de bicicletas tem a ver com o facto das bicicletas de estrada não serem adequadas para superar obstáculos da natureza. Sim, porque a modalidade tem muito de contacto com a natureza e com as dificuldades que poderá criar a quem nela se aventura. Pode mesmo dizerse que as primeiras bicicletas prontas para todo o tipo de “passeio” fora da estrada foram elaboradas de forma artesanal, essencialmente adaptadas nas garagens de cada um dos aventureiros. Hoje em dia tudo é um pouco diferente, uma vez que as bicicletas sofrem adaptações à custa da alta tecnologia, visando essencialmente a criação de bicicletas cada vez mais robustas, seguras e com bons desempenhos face às maiores dificuldades impostas pelo terreno. Para aqueles que não passam sem testar as suas capacidades, o BTT tem três vertentes que apelam à mais pura competição. No DownHill (ou DH), o praticante tem, por exemplo, de descer uma encosta o mais rapidamente possível, sendo que quanto maiores as dificuldades encontradas no caminho, mais adrenalina e interesse traz. O FreeRide é uma variante do DownHill e é utilizado como forma de lazer, tendo a diferença de utilizar terrenos variados, em vez de apenas descidas. A bicicleta de FreeRide apresenta algumas variações em relação ao DownHill. Já no CrossCountry (ou XC), uma vertente do BTT, é necessária uma maior resistência fí-

Jorge Paulo Oliveira, vereador do Desporto e Juventude na Câmara Municipal

“Apoiamos vários eventos ligados às bicicletas e às motas” É um amante das duas rodas, sejam motas ou bicicletas. O seu pelouro tem apoiado associações que trabalham nesta área, assim como vários eventos desportivos. Em entrevista ao OP, Jorge Paulo Oliveira, dá a sua perspectiva sobre o desenvolvimento destas actividades em Famalicão.

sica, com provas de alguma durabilidade, em que as quedas são mais frequentes e por isso torna-se uma vertente quase exclusiva para os verdadeiros destemidos. Quanto ao TripTrail (ou Maratona) é o tipo de prova em que o percurso é longo e leva de um ponto a outro, que pode ser ou não o mesmo do início da prova. Tem o nome TripTrail porque se trata de uma jornada por trilhos e estradas de terra. Se a extensão do percurso foi alargada pode então designar-se também por Maratona. Convém no entanto não esquecer que a prática do BTT tem regras bem definidas e os betetistas (designação dos praticantes da modalidade) possuem um código de valores que tem de ser seguido por todos. O atleta de BTT, nomeadamente nas provas de resistência (CrossCountry), é responsável pelas reparações na sua própria bicicleta. Não pode receber apoio exterior, por exemplo em furos ou noutra qualquer avaria com que se depare ao longo da prova. O praticante apenas pode ser ajudado em termos de fornecimento de alimentos ou de assistência médica.

O BTT em Famalicão A modalidade de BTT é também cada vez mais praticada no concelho de Famalicão. Ultimamente são muitos os núcleos que têm surgido, normalmente integrados em associações famalicenses de carácter cultural e desportivo. O número de praticantes tem aumentado, embora sejam mais aqueles que preferem um passeio descomprometido ao fim-de-semana em detrimento da componente competitiva. A associação Vento Norte faz a promoção da modalidade de BTT, reunindo um conjunto de amantes das bicicletas que se encontram normalmente aos domingos para alguns passeios pela região. Para além disso, organizam e participam em diversos eventos por todo o país ao longo do ano. A Vento Norte tem já prevista a realização de uma prova, designada “Manobras VII”, que se realizará no próximo dia 20 de Outubro, com partida e chegada em Bairro, num total de 65 quilómetros. A inscrição nesta prova é gratuita. Quem também tem um núcleo de BTT é a Associação Milho D’Oiro, de Gavião, designado por “D’Oiro Bike”. Os seus membros preparam algumas actividades, sendo frequentes os passeios por locais propícios à prática deste desporto. A vertente competitiva não está presente. Já o Centro de Recreio Camiliano, de Seide S. Miguel, tem equipas de competição de BTT, desde os veteranos até aos escalões mais jovens. Ao todo são cerca de 22 os elementos que integram a equipa, entre a competição e o recreio. Referência ainda para a “BTTeatro”, um núcleo da Associação Teatro Construção, de Joane, que participa em provas desportivas realizadas em diversos pontos do país.

Já confi fid denciou que é um amante de motas. Costuma andar com alguma frequência ou é apenas um espectador atento? Só de longe a longe dou umas voltinhas na minha velhinha Yamaha DT. Continuo, no entanto, a dedicar alguma atenção ao fenómeno desportivo e em especial à evolução dos pilotos famalicenses, desde os ainda muito jovens (Gil Marques, Álvaro Gonçalves no minimotocross e Paulo Veloso no quad-cross), aos mais velhos (Sérgio Batista no motociclismo, António Moreirano quad-cross e André Joaquim no Stunt Riding). Como vê as associações famalicenses que se dedicam às motas e às bicicletas? O associativismo, em geral, sempre se assumiu como uma forma de participação cívica e do fortalecimento da sociedade civil. Detêm por isso, um papel fundamental, por vezes mesmo decisivo, no desenvolvimento e na prática desportiva, cultural, recreativa e social do concelho de Famalicão. As associações concelhias que se dedicam às motas e às bicicletas não fogem a esta regra. Em relação às bicicletas, a Câmara teve a preocupação de criar uma ciclovia. Para quem desconhece, qual o percurso que pode ser feito? A ciclovia de Famalicão é o resultado da transformação da antiga ligação ferroviária Famalicão-Póvoa de Varzim, desactivada em 1990, em pista ciclável e pedonal. Com uma extensão de 10 Km, esta ciclovia liga a cidade de Famalicão, com entrada próxima da Casa do Vinhal, até ao limite geográfico do concelho, em Gondifelos, atravessando as freguesias de Famalicão, Brufe, Louro, Outiz e Cavalões. Possui 26 pontos de entrada/saída, fruto dos inúmeros cruzamentos com passagens pedonais, caminhos agrícolas, florestais, vicinais e camarários, estradas municipais e nacionais. Conhecem a taxa de utilização dessa via? Estimam-se em cerca de três mil as pessoas que semanalmente utilizam esta infra-estrutura que oferece boas condições de segurança, de comodidade e informação, em contacto directo com a natureza num percurso quase plano. Como vê o desporto motorizado em Famalicão? Em termos mediáticos, o desporto motorizado em duas rodas e os pilotos famalicenses,

em geral, não têm hoje a mesma projecção que alcançaram noutros tempos, sobretudo quando Famalicão era uma referência incontornável no Enduro, pontificado por Paulo Marques, mas onde também se destacaram, entre tantos outros, pilotos como Joaquim Lima, Vítor Azevedo e mais recentemente Vítor Carvalho. Há, porém, razões suficientes para afirmarmos que o desporto motorizado em duas rodas está consolidado entre nós e com boas perspectivas futuras. Existem muitos jovens valores, em diferentes categorias, a competirem em termos de campeonatos nacionais. Famalicão tem sido consecutivamente palco de grandes realizações desportivas como o Trial Indoor, o Supercross e o Quad-Cross e de concentrações de referência de motas antigas. Além disso, existem no concelho dez colectividades que se vêm dedicando às duas rodas. Que tipo de apoios é que a autarquia concede às associações que se dedicam a motas ou bicicletas? São apoios financeiros, logísticos, humanos ou materiais, são sobretudo dirigidos para a realização de eventos desportivos ou simplesmente recreativos. Só no corrente ano a Câmara foi um parceiro privilegiado na organização de sete eventos desportivos dedicados às bicicletas. A mesma postura se verifica quanto ao desporto motorizado. Em 2008 a autarquia prestou importantes apoios à organização das três concentrações que integram o calendário da Federação Nacional de Motociclismo, bem como às provas de quadcross e supercross, pontuáveis para o campeonato nacional da modalidade. Uma outra modalidade de apoio tem sido a atribuição de comparticipação financeira aos pilotos que participam em competições de natureza internacional, como aconteceu recentemente com a presença de Sérgio Baptista no Grande Prémio de MotoGP, prova pontuável para o mundial, realizada no Autódromo do Estoril.


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Nome incontornável no desporto motorizado

Paulo Marques: o ás das motas

A infância de Paulo Marques sempre foi vivida em Famalicão e desde cedo demonstrou aptidões para o desporto. Depois de ter praticado várias modalidades, começou a andar de moto aos 10 anos e com 12 herdou a moto do seu irmão mais velho, uma Benelli, de 3 velocidades. Entre gincanas de liceu e outras brincadeiras, foi praticando a modalidade, que veio a abraçar mais tarde. A primeira prova de Motocross Regional aconteceu aos 17 anos e somente em 1983, já com 20 anos, é que realiza a primeira prova oficial, do 1º Campeonato Nacional de Enduro (Moto Rally de Sesimbra). Paulo Marques foi um dos pioneiros desta modalidade em Portugal. O piloto teve, ao longo da sua extensa carreira, diversos adversários de peso como José Projecto e Bernardo Vilar até 1986, os primos Lopes até 1993/94, Rui Lemos em 1992, Miguel Farrajota entre 1993 e 1997 e posteriormente nas motos, a 4 tempos, lutou pelos títulos com uma geração mais nova,

com Mário Brás, António Oliveira, Alexandre Mendonça, Pedro Barradas e Bianchi Prata no Enduro e Victor Azevedo ou mesmo Ruben Faria e Luís Serra, no Todo o Terreno. Um dos momentos mais importantes da carreira deste famalicense foi, sem dúvida, no momento em que consegue apoios para fazer o seu primeiro rali Paris Dakar, em 1994. Já com alguma experiência consegue o feito de vencer uma etapa, no Dakar de 1997, e é nesse dia que o seu nome corre toda a imprensa mundial. Sai do anonimato e o seu nome é evocado bem alto. Há quem diga que mesmo nos restantes títulos alcançados ao longo da sua carreira (foram 18) a ovação nunca foi tão grande. Como as carreiras também são feitas de baixos, os piores momentos tiveram a ver com as lesões ao longo destes anos, com destaque para as do Paris Dakar. O piloto lembra ainda a perda do título praticamente assegurado, na última prova do Campeonato Nacional de Enduro de 1987, na Figueira da

B i ci c l e t a s A s s o ci a ç õ e s : - Associação Moinho de Vermoim - Mouquim Associação Unida - Vento Norte - Futebol Clube de Landim - BTT Teatro (Associação Teatro Construção) - Centro de Recreio Camiliano - Associação Recreativa, Cultural e Desportiva Graxa - ARCA – Associação Recreativa e Cultural de Antas - Clube Bicicletas Antigas de Famalicão - Clube de Cultura e Desporto de Ribeirão - Milho D’Oiro - Associação Cultural e Artística de Gavião - Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos - Centro Ciclista de Avidos - Associação Clube Radical de Famalicão - BTT Lousado (Clube Desportivo de Lousado) - Sociedade Columbófila de Vale S. Cosme

Foz, quando foi desclassificado por se ter perdido, juntamente com outro piloto, entregando a vitória de bandeja, ao seu rival da época: João Lopes. Entre 2002 e 2004, Paulo Marques realizou um evento para praticantes mais jovens desta modalidade, com o nome de “Enduro Oportunity”, que consistia em eleger um dos participantes para a realização do campeonato nacional a custo zero. Após abandonar a carreira de piloto de moto, no ano de 2003, Marques dedica-se de corpo e alma às carreiras desportivas dos seus pilotos, formando o Team Honda Repsol RPM, tentando continuar na conquista de mais campeonatos. Tanto Luís Serra como Paulo Gonçalves são bem o exemplo do resultado positivo deste Team de Famalicão, alcançando diversos títulos nacionais ao serviço das cores de Paulo Marques. Actualmente, o ex-piloto dedica-se ao lançamento da carreira do seu filho Gil, acompanhando-o tanto no Motocross/Júnior como nas bicicletas (Downhill).

G ru p o s I n fo r m a is : - Biclasfriends - Famabyke - Biciatus - A Fim de BTT - Amigos do Pedal - BT Telhas - Whiskytistas - BTTeamArnoso - Team Bifana – Os Azeiteiros do Pedal

M otas A ss o c ia ç õ es - Alerta Motoclube - Grupo Desportivo de Cavalões – Secção de Motas Antigas - Moto Clube de Gondifelos - Clube Motard "Escopiões" - Associação QUAD XTT MOTOCLUBE - Associação Cultural e Desportiva "Amigos de Oliveira S. Maria" - Motoclube de Ribeirão - Moto Clube de V. N. de Famalicão - Moto Clube “Os Desgraçados” - Indian Motocyle Clube de Portugal


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Motociclismo continua a ser uma das paixões nacionais

Como escolher a sua moto Das duas às quatro rodas, o motociclismo continua a ser um território que movimenta muitos aficionados, de Norte a Sul do país. São diversas as concentrações motards existentes e inúmeros os núcleos unidos por uma paixão que tem muita coisa em comum, uma delas a velocidade. Em função do uso que se dá a uma motorizada, também vulgarmente conhecida por moto, pode dividir-se em algumas categorias. O uso está directamente relacionado com o aspecto final, uma vez que determinadas características propiciam o uso pretendido. Para os que gostam de acelerar as motos mais indicadas são as desportivas. Têm um design futurista e mecânica de excelente desempenho, com motores que geralmente possuem mais de 600 centímetros cúbicos de cilindrada, o que permite maior aceleração, algumas alcançando velocidades próximas a 310 km/hora. Em geral, possuem discos de travão duplos, quadros fabricados em materiais leves e pneus largos, visando uma boa área de contacto com o solo, tanto em rectas como em curvas. Não são motos muito confortáveis para utilização em vias urbanas. Para os mais tradicionais, e que privilegiam um passeio com possibilidade para admirar a paisagem, as motos custom são preferencialmente de estrada e não

de pista. Não têm como prioridade a velocidade e são mais voltadas ao conforto, mantendo a altura do banco baixo, pedaleiras avançadas, tanque grande em posição paralela ao chão de forma a proporcionar uma posição confortável para pilotagem. A maioria das peças é cromada e brilhante, copiando o design das motos antigas. Para além destas duas grandes categorias, as motos podem ter outras variantes, dependendo sempre do uso que cada um lhes pretende dar, tendo por isso características mais ajustadas a essas necessidades. Em Portugal, as scooters são também muito usadas porque permitem uma posição de condução confortá-

vel e sem necessidade de usar os pés para trocar as mudanças. Falando em termos de legislação em vigor em Portugal, as motocicletas são classificadas em duas categorias. Motociclos quando são motos capazes de velocidades superiores a 45 km/hora, o mesmo querendo dizer que são com cilindrada superior a 50 centímetros cúbicos. A outra categoria é a de ciclomotores e são motos com cilindrada inferior a 50 centímetros cúbicos e que apenas permitem velocidades até 45 km/hora. Ainda é possível dividir em duas subcategorias, conforme a cilindrada: superior ou inferior a 50 centímetros cúbicos. B.M.

Tiago Machado, a jovem promessa no ciclismo É considerado por muitos um dos melhores ciclistas da actualidade, com apenas 22 anos. No ano passado recebeu o Troféu Revelação do Ano pela Associação Portuguesa de Ciclistas Profissionais. Chama-se Tiago Machado e nasceu a 18 de Outubro de 1985, sendo natural de Vale S. Martinho. A sua primeira equipa foi a Escola Ciclismo Carlos Carvalho, em 2000/2001; seguindo-se o Centro de Ciclismo de Barcelos em 2002/2003, já em 2004 ingressa na Escola de Ciclismo Fernando Carvalho e em2005/2005 faz parte da equipa Carvalhelos/Boavista. Em 2007 é da equipa Riberalves/Boavista e actualmente corre pela Madeinox/Boavista. Só no ano 2007, Tiago Machado venceu o Grande Prémio de Gondomar, o campeonato Nacional CRI Sub23 e também o circuito da Malveira (tendo vencido o Prémio da Montanha). Obteve os segundos lugares no Grande Prémio de Portugal (Taça das Nações) e ainda no Circuito de Nafarros. Tiago Machado conseguiu o 4º lugar no Grande Prémio Internacional Torres Vedras, alcançando também o Prémio da Juventude. Já na Volta ao Algarve ficou em 6º lugar e consegue novamente o Prémio da Juventude. No Grande Prémio Abimota conquista também o 6º lugar. Seguiu-se a 7ª posi-

ção no GP Extremadura; a 11ª na Volta ao Alentejo e a 16º na Volta a Portugal – sendo galardoado, em todas as competições, com o Prémio da Juventude. No total das contas, ficou, em 2007, ficou em 5º ranking nacional e 134º lugar no Ranking Europe Tour. Para 2008, a agenda de Tiago Machado está cheia. Destaque para a sua participação em mais uma edição Volta a Portugal em Bicicleta que começa a 13 de Agosto. Assim, pelo prestígio que Tiago Machado tem trazido a Famalicão, o presidente da Câmara propôs ao executivo, no ano passado, um voto de congratulação e louvor ao jovem ciclista, após este ter alcançado o título de campeão nacional de Contra-Relógio Sub-23, a 30 de Junho de 2007.


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Carlos Carvalho, o famalicense vencedor da Volta em 1959 Carlos Carvalho, natural de Pousada de Saramagos, é uma figura emblemática no ciclismo português ou não tivesse sido ele o vencedor da Volta a Portugal em 1959. Aliás, passados 50 anos é ele o único famalicense vencedor da Volta a Portugal. Carlos Carvalho começou a fazer os circuitos no concelho de Famalicão. Foi contratado pelo Futebol Clube do Porto e correu por essa equipa durante 16 anos, correndo depois, um ano, numa equipa de Viana do Castelo. Ao longo dos anos foi participando em várias provas do país, ficando em 1º lugar na prova Porto-Lisboa, em 3º lugar na Volta a Portugal em 1958, e em 1º lugar numa Volta a Espanha; sendo ainda cinco vezes o Rei da Montanha nas várias provas em que participou. Apesar de Carlos Carvalho já não ser vivo, a sua família dá continuidade à sua paixão pelo ciclismo através de uma escola em Pousada de Saramagos que tem como objectivo principal cativar os jovens a praticar ciclismo. Neste momento estão inscritos 21 praticantes. Esta escola é também uma forma de homenagear o ciclista famalicense, a quem a família acha que “nunca foi feita uma verdadeira homenagem”.

José Azevedo, uma carreira feita de títulos

É um dos nomes de ouro do ciclismo nacional das décadas de 60 e 70. José Azevedo, natural e residente em Ruivães, começou a correr aos 19 anos e aos 24 participou pela primeira vez na Volta a Portugal. O gosto pela bicicleta começou muito cedo. “Mal chegava aos pedais e já tentava meter a perna pelo meio do quadro para começar a andar”, disse ao OP. Confessa que o seu percurso “não foi fácil”, mas “com muito trabalho e humildade os êxitos foram sendo conquistados”. Pelos clubes por

onde passou deixou a sua marca: foi o primeiro campeão nacional de profissionais de ciclismo ao serviço de uma equipa de Viana do Castelo e foi o ciclista que mais títulos individuais deu ao FC do Porto (12 títulos em cinco épocas consecutivas). O seu palmarés é vasto e feito de êxitos nacionais e internacionais. Não foi por acaso que o seu nome foi incluído nos 24 melhores atletas do mundo, com apenas três épocas na categoria de profissional. Além dos títulos já referidos, José Azevedo bateu o recorde de quatro títulos consecutivos de rampa, foi campeão nacional de cross, camisola amarela na Volta a Portugal, melhor português na Volta à Suíça e melhor português em duas voltas à Cantábria. Do seu palmarés contam ainda duas presenças no Mundial (Alemanha e Inglaterra) e a participação e conclusão de 10 Voltas a Portugal. Obteve ainda dois títulos de pista. A cidade de Viana do Castelo prestou-lhe homenagem pelos feitos conseguidos, assim como a Câmara Municipal de Famalicão, que o fez por duas vezes: a primeira em 1994/95 e a segunda em 2005. José Azevedo já não anda de bicicleta, mas as saudades são muitas. “Não é por acaso que em sonhos me aparecem as corridas”, confidencia.

José Rodrigues, ciclista de renome José Rodrigues, de 29 anos, é ciclista este ano da Liberty Seguros. Foi em 2002 que José Rodrigues chegou ao profissionalismo, correndo até 2004 na Carvalhelhos-Boavista, em 2005 na Paredes-Rota dos Móveis e em 2006, de novo, na Carvalhelhos-Boavista. Na última temporada representou o Vitória-ASC, onde venceu a Clássica de Amarante e o Circuito de Nafarros. Rodrigues foi ainda 19º na última edição da Volta a Portugal e o seu melhor posto na principal prova portuguesa foi alcançado em 2005, tendo terminado essa Volta no nono posto da classificação geral.


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