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Puericultura é o tema do Especial desta semana. Cuidar das crianças não é fácil, mas damos-lhe alguns conselhos para que possa aproveitar ao máximo a infância do seu fillho. fi

Os primeiros tempos podem ser difíceis, mas tudo acalma

Bem-vindo filho! Sofifiaa Abreu Silva Aqueles que já passaram pela experiência dizem que é um momento ímpar. Cuidar de uma criança pode ser muito trabalhoso, mas também oferece boas sensações. Quando nasce uma criança, os primeiros dias são de muito trabalho, nomeadamente para a mãe. É ela que, depois do parto, é responsável pela alimentação do seu filho, dando-lhe de mamar diariamente. Aliás, de acordo com os especialistas, a mulher sofre um grande desgaste físico e psicológico. Há algumas que passam por fases complicadas de ansiedade e angústia nas primeiras semanas. Para ela, o importante é cuidar, de forma perfeita, do seu filho e é muito natural que as forças comecem a faltar. O pai tem aqui um papel importante e deve ser ele a ajudá-la e apoiá-la, até na sua auto-estima, porque a parte psicológica pode estar fragilizada. O choro da criança é uma das coisas que mais preocupação causa aos pais, porque muitas das vezes não percebem a razão dele. Na verdade, aos poucos, os pais vão sabendo controlar o choro da criança e responder de imediato às exigências desta. O aleitamento é outra das coisas complicadas para a mãe. No início o bebé parece não querer, mas depois tudo acontece normalmente. Os pais, nesta ocasião, devem também aprender a controlar o sono por causa das mamadas do bebé. A maternidade e paternidade

A mulher deve continuar a cuidar de si

são muito importantes, mas o melhor é ter algumas pessoas que fiquem com o bebé quando os pais quiserem algum tempo para si. Os momentos podem ser aproveitados para estarem os dois

mais relaxados e assim recarregar as energias. É claro que todas as ajudas devem ser na medida certa, pois devem ser os pais a cuidar do seu filho para que a relação pais-filho comece a ser

construída desde cedo e se torne cada vez mais sólida e cúmplice. Como sabemos, os primeiros anos de vida são muito importantes para a formação da personalidade e bem-estar futuros.

É inegável que uma mulher fica muito desgastada depois do parto. O corpo não é o mesmo e além disso há muitas exigências no que toca ao bebé, ao marido e até face à própria família. Mas, a mãe nunca se deve esquecer de si. De forma gradual, deve preocupar-se em ganhar a sua forma antiga, mas sem grandes angústias, porque essas estrias e algum peso não são nada perante o seu bebé. A mãe deve ter em mente que o clima de tensão, a incerteza, o cansaço extremo, as poucas horas de sono e tudo o que surgiu de novo depressa passará. Daqui a nada, todas as tarefas estarão rotinadas e custarão menos a realizar. No entanto, pode-se afirmar que a vida não será a mesma, mas numa perspectiva positiva, acredite que será mais feliz, porque afinal uma nova pessoa está em pleno crescimento.


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pública: 27 de Agosto de 2008

especial

Moda dos pequeninos

Os mais pequeninos devem aprender a tratar de si, quer da sua higiene, quer da sua beleza, porque é importante que eles percebam os cuidados que devem ter com o seu corpo e o bem-estar. O melhor material é o algodão, porque no Inverno é quente e no Verão fresco, além de que para as brincadeiras é o melhor. Ao escolher, prefira os tons que

combinem com outros tantos tons. No armário pode ter algumas roupas de marca, mas não precisa de ter tudo, até porque eles crescem demasiado depressa. Na hora de comprar calçado, não compre vários pares. Além de passarem de moda, o importante é dar primazia à qualidade. Deve mesmo gastar mais alguns euros em nome do conforto. O calçado sem qualidade pode levar a más formações no pé e a maus cheiros. Compre peças básicas de cores neutras: sapatilhas, sandálias, chinelos e sapatos. Todos os dias, incentive os seus filhos a colocarem o seu creme, o seu perfume, mas antes ensine-os como devem fazer. Procure que sejam eles próprios a escolherem as suas roupas e a combiná-las, claro com a sua ajuda. Vai ver que isso lhes dá autonomia. Os acessórios, tal como para os adultos, são importantes. Compre uma bijutaria para os meninos (relógios, braceletes) e também para as meninas (brincos, pulseiras, fios). Eles vão adorar. Nessa altura, ensine-os a terem cuidado com as suas coisas e a cuidar delas.

Deixá-los no infantário com segurança Na sociedade actual, os pais vêem-se obrigados a separaremse dos seus filhos e a perderem, por vezes, grande parte dos momentos mais importantes do seu crescimento: os desenhos, as primeiras palavras, os primeiros passos, a primeira música, entre outros. Os pais trabalham e trabalham muito e a única opção é mesmo deixá-los num infantário. Neste momento, os pais devem escolher uma instituição que lhes ofereça confiança e que eles possam visitar à hora que entenderem. Procure saber das ementas, as actividades, as infra-estruturas que a instituição oferece e, claro, os profissionais. O seu filho irá passar muito tempo no infantário, mas lembre-se que lá ele irá aprender muitas coisas novas, desde o mais prático até às coisas do coração, como a amizade. É claro que a educação não se concretiza apenas na instituição, porque em casa os pais devem participar no processo de desenvolvimento. Os momentos de conversa devem ser privilegiados sempre que possível.

Os amiguinhos deles! Os mais velhos devem valorizar todos os momentos que levem à conquista de novos amigos, porque é com estes momentos que as crianças vão aprendendo a relacionar-se com as outras pessoas. No fundo, acabam por ter de resolver os seus próprios problemas e aprendem que ser amigo é a melhor maneira de fazer amigos. Antes do período pré-escolar as crianças brincam ao lado umas das outras, mas não exactamente umas com as outras. Já a partir dos 3 anos começam a ter amigos, geralmente do mesmo sexo, sendo muitas vezes bastante selectivos em relação à escolha desses amigos. Por norma, escolhem crianças com as quais viveram experiências positivas. Gostam de brincar com crianças sociáveis e simpáticas, que partilham brinquedos e brincadeiras ou até aqueles que ofereçam ajuda.


especial

Biberões

O biberão acarreta alguns cuidados. Para começar, compre vários. Procure aqueles que sejam fáceis de lavar, com marcações nítidas, leves mas resistentes à queda e com uma tampa protectora. As tetinas devem caber devidamente no biberão e devem ser de boa qualidade. Comece por comprar uma ou

duas e depois vá adquirindo outras. Conforme estas se forem desgastando devem ser deitadas fora. Compre ainda uma escova própria para lavar biberões. Adquira também uma espátula para nivelar a medida do leite em pó, porque é mesmo importante que respeite a dose acon-

selhada. As tetinas e os biberões devem ser esterilizados e lavados, depois de serem usados para evitar infecções. Após a mamada, passe-os por água fria e só depois com água quente e detergente, recorrendo à escova. Tenha em atenção para o orifício não ficar entupido. A esterilização pode ser realizada de várias formas. O mais antigo método de esterilização é o da fervura, onde os biberões são colocados numa panela até ferverem, durante 10 minutos. No entanto, existem outros. Este

processo pode ser feito mesmo no micro-ondas – mas o melhor é consultar a o folheto informativo de cada biberão. Antes de preparar o leite ao bebé, lave cuidadosamente as mãos. Quando der de comer ao seu bebé encontre a posição certa. Saiba que deve ter em atenção que há bebés que gostam de mamar tudo de uma vez e outros preferem fazer pequenas pausas. Veja se a temperatura do leite está boa, deixando cair algumas gotas na parte interior do pulso.

Chupeta Face à variedade de chupetas, pode parecer uma tarefa difícil a escolha de uma. Assim, tal como sucede com as tetinas para os biberões, o melhor é comprar vários tipos e deixar que o bebé escolha a sua preferida. No entanto, ao escolher deve ter em atenção ao tamanho, uma vez que estas são fabricadas em função da idade. Escolha o tamanho e o modelo aconselhado para não prejudicar o nascimento e crescimento dos seus dentes. As chupetas de látex são as mais macias e flexíveis, embora não durem muito tempo, enquanto que as de silicone são mais firmes e mantêm a mesma forma durante mais tempo. A chupeta deve estar sempre

limpa e para isso deve substitui-la frequentemente e lavá-la em água quente ou fervida. Para evitar que ela caia coloque um alfinete e uma corrente de plástico na roupa do bebé ou até mesmo no carrinho. Pode comprar uma caixa higiénica

para guardar a chupeta quando esta não está a ser utilizada, protegendoa devidamente dos micróbios. Inspeccione com regularidade as chupetas do seu bebé e deite fora as que estiveram com um aspecto desgastado ou a começar a romper.

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Brinquedos: coloridos, mas seguros As lojas estão cheias deles e é necessário respeitar a idade do seu filho e todas as recomendações que os brinquedos apresentem. Cada brinquedo é fabricado a pensar numa determinada idade para desenvolver determinadas capacidades e é vendido em embalagens próprias. Desde o momento em que nasce, a criança começa a desenvolver a sua percepção visual, de modo que os brinquedos mais apropriados são aqueles de cores brilhantes, com música e movimento lento. Entre os 2 e os 4 meses são as rocas, as bolas, brinquedos para a banheira e tudo o que emite sons. Dos 4 aos 6 meses, os mais adequados são os mini ginásios, em que o bebé fica no chão e o ginásio por cima dele com elementos que ele pode olhar, pontapear e que ao serem tocados emitem sons. Entre os 6 e 9 meses, as crianças já podem atirar os objectos, segui-los com a vista e depois apanhá-los. Os brinquedos ideais são mantas com actividades, aros de plástico ou tecido para encaixar numa vara. A partir dos 12 meses podem ser oferecidos ao bebé brinquedos com portas para abrir e fechar, telefones, bolas, jogos de encaixe. Já os brinquedos, os triciclos e os cubos de madeira permitem, a partir dos 18 meses, descobrir a noção de deslocação. A partir dos 2 anos, deixe-os brincar com barro, plasticina, jogos com massas, guaches, quebra-cabeças até quatro peças e triciclos de três rodas. Conforme a idade for avançado, a dificuldade dos equipamentos deve ser maior para estimulá-los nas suas actividades e desenvolver as suas capacidades.


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Leitinho da mamã é bom!

Diz-se por aí, mas é verdade. Não há nada melhor do que o leite materno. Segundo os especialistas este é, desde logo, o alimento mais completo para a espécie humana capaz de satisfazer as necessidades do lactente, pelo menos até aos seis meses. Por conter anticorpos protege-o contra infecções é de fácil digestão, além de proporcionar maior satisfação e bem-estar. Será verdade também afirmar que o aleitamento promove um vínculo mãe-filho forte e é capaz de reduzir certas doenças alérgicas, como a asma e o eczema, porque está sempre pronto e à temperatura ideal. Já para as mães que amamentam há uma grande vantagem, porque além de lhes proporcionar um melhor regresso à forma física ideal, ao promover a mobilização de gorduras, protege-as também de certas formas de cancro.

especial

Alimentação nos primeiros anos de vida

Comer bem, estar melhor O primeiro ano de vida é essencialmente um ano de aprendizagem de amor. Durante, pelo menos, metade do primeiro ano a criança deve passar ao peito da mãe. Ao fim dos 6 meses de aleitamento materno, é chegado o momento de iniciar a alimentação diversificada. Não deve existir uma tabela igual para todas as crianças, porque cada uma tem o seu próprio desenvolvimento e crescimento. Fique a saber que as sopas caseiras não são as sopas de boiões, e a fruta não é igual aos boiões de fruta. Fazer a sopinha em casa não custa nada e demora pouco tempo. A sopa de legumes deve ser preparada, inicialmente com os ‘legumes brancos’ como a batata, a abóbora, o arroz, a cenoura, a couve-flor, depois a couve-branca, batata doce e depois os ‘legumes verdes’ onde se incluem os espinafres, feijão verde, brócolos, alface, entre outros. As sobremesas do almoço e jantar devem ser de fruta (maçã, a pêra, banana) e não devem ser lácteas. No lanche os iogurtes são uma boa opção e devem ser iniciados antes do leite de vaca. As farinhas também podem ser iniciadas, mas com alguma cautela para não dar energia a mais do que a criança necessita e isto não substitui uma fruta. Alimentos ao natural Até ao primeiro ano, a criança deve saborear diferentes texturas e sabores e ser estimulada a mastigar para iniciar uma alimentação normal. Ensinar a comer significa calma e

paciência e até um momento que pode ser divertido. A primeira regra é nunca substituir uma refeição por bolachas ou guloseimas que não os alimentam. Na refeição, os alimentos devem ser naturais, porque a preparação de uma refeição infantil é rápida e não exige muitos temperos, nem muitos graus de confecção. Já a partir dos 3 anos, a alimentação de uma criança deve contar 6-9

porções de fruta, legumes, pães e cereais, leguminosas (ervilhas, grãos, feijões) em forma de sopa, saladas, cruas cozidas, sumos; 2-4 iogurtes por dia ou ½ l de leite; 2 a 4 porções de carne/peixe, ovos. Deve usar moderadamente gorduras (como manteigas, margarinas, e fritos) e optar pelo azeite que ainda faz parte da nossa dieta mediterrânica. Evite açúcares, sal e farinhas refinadas.


especial

Schhhh….

Um bom descanso para o adulto é importante e para uma criança não é diferente. Os materiais necessários para o bebé dormir são um bom colchão firme, lençóis e cobertores. É importante manter alguma distância do bebé se dormir com ele na mesma cama, para poder respirar sem dificuldades. Não coloque roupa desnecessária no corpo da criança e na cama que possa causar aumento de temperatura e calor. Para dormir com tranquilidade, é necessário sinalizar que está na hora de dormir. Para isso é preciso criar uma rotina, como por exemplo, um momento de brincadeira, um banho morno, uma história, entre outros. O quarto da criança deve estar silencioso e tranquilo e com pouca iluminação. Além disso, as crianças devem adormecer no seu quarto, porém um adulto pode ficar uns momentos a fazer companhia no sentido de transmitir confiança. Pode, entretanto, encorajar o seu filho a ter um brinquedo, um travesseiro ou uma coberta de estimação. Isso dar-lhe-á segurança. Se achar que o seu filho tem medo, pode deixar a porta aberta e uma luz de presença. • Observação: Nunca deixe uma criança dormir com a noção de que poderá estar zangada com ela.

Quando eles respondem torto! As crianças respondem mal, ponto final. Às vezes apetece-nos responder da mesma forma. Mas ser adulto implica dar o exemplo. A primeira regra é não humilhar, não condenar e definir qual é realmente o problema. Os especialistas dizem que o melhor é todos procurarem a calma, porque isso ajudará os mais pequenos a acalmarem. Comece por lhe dar tempo para acalmar, mesmo que isso signifique mandá-lo de castigo para o quarto. No quarto, ele próprio irá organizar os seus pensamentos.

Fique atento(a) para ver quando é que o seu filho se chateia mais. Por exemplo se for ao fim da tarde, deixe-o relaxar um pouco por exemplo com um jogo. É muito importante que ao longo dos tempos, experimente abrir alguns momentos para falar, porque se isso acontecer ele irá perceber que tem confiança para lhe contar do que não gosta e do que gosta. E você poderá também transmitir o que sente. As crianças percebem-no mais do que imagina.

Ver bem, aprender melhor A má visão na infância escolar traduzse, por vezes, em fracasso nos estudos e na aprendizagem de conteúdos e problemas de comportamento. Na idade pré-escolar e escolar há defeitos de visão que podem manifestar-se por: • Dificuldade na leitura • Misturar letras e linhas • Aquisição de posturas incorrectas para ler e escrever • Ficar muito perto dos livros • Queixas de visão desfocada e/ou fadiga • Lacrimejar quando estudam e/ou vêm televisão • Esfregar os olhos repentinamente • Dores de cabeça Note: Se detectar algum destes sinais é aconselhável fazer uma avaliação da função visual do seu filho. Através de um exame feito por especialistas é possível detectar e corrigir defeitos visuais, mesmo antes da idade escolar. Não negligencie a visão do seu filho.

Licença para o pai Os pais têm direito a cinco dias de licença de paternidade, seguidos ou interpolados, a gozar no primeiro mês de vida do filho (obrigatórios desde 2003). Têm direito ainda a 15 dias de licença paternal, remunerados a 100%, a gozar no fim da licença de maternidade atribuída

à mãe em caso de morte, incapacidade física ou psíquica desta, ou de decisão conjunta dos pais (é obrigatório que a mulher goze as seis primeiras semanas). O documento deve ser apresentado no trabalho com, pelo menos, dez dias de antecedência.

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