A genialidade de Baden Powell
Já todos conhecem a história do fundador do Escutismo, mas poucos saberão que foi, é, e será considerado por muitos um génio. Na verdade, Baden Powell conseguiu, com perspicácia, fazer o que os pedagogos do seu tempo não conseguiram, isto é, juntar várias vertentes numa só escola. Aquela que foi chamada de Escola Nova. Com nove pontos essenciais, esta escola tinha como prioridades o primado pela psicologia, o respeito pela individualidade, a escola activa, o papel do mestre, a pedagogia do interesse, a
vida na escola, a actividade manual, o espírito criador e a auto-disciplina. Actualmente, o escutismo está alicerçado em quatro princípios de base que constituem as leis e crenças fundamentais deste grupo tão sólido: o princípio pessoal, o social, o ambiental e o espiritual. No seu discurso de encerramento da 9ª Conferência Internacional do Escutismo, realizada em Haia, em Agosto de 1937, Baden Powell definiu assim a finalidade do seu movimento: “O nosso objectivo último é criar homens viris para os nossos
CNE de Famalicão vai a eleições em Junho
Jaime Rebelo não se recandidata a novo mandato Carla Alexandra Soares Termina, em finais do mês de Maio, o mandato de Jaime Rebelo enquanto chefe do Núcleo famalicense do Corpo Nacional de Escutas (CNE). Sem dúvidas, o responsável avançou ao OPINIÃO ESPECIAL que não vai recandidatar-se a novo mandato. “Eu acho que fiz o meu trabalho e que o fiz bem. Eu, e as equipas que me acompanharam, as quais foram sempre muito boas”, declara. Assim, Jaime Rebelo diz sentir que esta é a altura ideal para deixar o Núcleo, o qual dirige há 12 anos, para que venha outra geração. O chefe famalicense considera mesmo que no seu núcleo existem jovens dirigentes com muita capacidade e até com outras aptidões para desenvolver um trabalho melhor do que o seu. “Já este último mandato, como não houve pessoas que quisessem assumir o cargo, todos achavam que eu devia continuar e assim o fiz. Desta vez o cenário estava a repe-
tir-se, mas é um ciclo que termina”, assegura. Entretanto, existem já dois dirigentes que pretendem avançar para uma candidatura para as eleições que se aproximam. Jaime Rebelo conhece essas duas pessoas e dá-lhes nota máxima: “São duas pessoas interessantes e que dão garantias que vão fazer um
bom trabalho”. Um aspecto que deixa o chefe satisfeito, “porque nestas coisas dificilmente aparecem pessoas com disponibilidade”. “É uma tarefa que requer muito trabalho e tempo livre”, reforça. Para além das qualidades humanas, quem se seguir tem todas as condições físicas e materiais para desenvolver
um bom trabalho, garante Jaime Rebelo, que apela à força de vontade e ideias novas. Quanto ao seu futuro, o responsável é peremptório em dizer que não vai por um fim na sua carreira escutista, até porque se diz disponível para outro cargo que implique ajudar os que se seguem. “Neste momento não estou inserido em agrupamento nenhum, ainda não sei se o vou fazer. Sei que os escuteiros são a minha vida e nunca deixarei de o ser”, confidencia. Sem vaidade, mas com orgulho, para o chefe Jaime Rebelo o balanço destes 12 anos de trabalho não poderia ser mais positivo. Mesmo assim, diz que terá uma divida de gratidão eterna para com o CNE. “Costuma-se dizer que ser escuteiro é uma opção de vida. Para mim é uma boa opção de vida. Aquilo que de bom e grandioso aprendi nos escuteiros supera, de longe, os episódios menos felizes que tenha passado, que felizmente não são muitos”, conclui.
respectivos países, fortes de corpo, de mente e de espírito, homens em que se possa confiar; homens que saibam decidir por si próprios, sem se deixarem levar pelas sugestões das massas; homens que saibam sacrificar muito do que é pessoal em prol do interesse mais vasto da nação”. Todas as ideias desenvolvidas por este britânico, mas cidadão do mundo, continuam aplicáveis aos dias de hoje, tendo em conta a formação de jovens. Com ‘vista larga’, Baden Powell viu mais longe quando fundou o Escutismo.
Escuteiro de corpo e alma Há quem nasça para amar certas causas e ideais sem nunca as por em causa. Jaime Rebelo é uma dessas pessoas. Está nos escuteiros desde os seis anos de idade, quando começou nos Lobitos, no agrupamento de Vale S. Cosme, que de resto ainda existe. Tem 41 anos, é casado, tem três filhos e é o chefe do núcleo famalicense desde os seus 29 anos. Na altura, apresentou-se como um jovem irreverente e cheio de ideias novas para dirigir o núcleo. E assim foi. Apresenta-se como um seguidor de Baden Powell, quem considera uma pessoa com uma visão e espírito únicos. É graças a ele, diz Jaime Rebelo, que o escutismo é a maior associação de jovens do mundo e que, de todas as crises que o planeta atravessou, foi a única que se manteve de pedra e cal. “Um homem que em 1907 teve a visão de criar um grupo e que hoje todos os métodos persistem, era alguém que via muito à frente”, aponta. O chefe famalicense defende que o segredo do método escutista está nos jogos desenvolvidos que fazem com que os jovens gostem de aprender: “Cada jovem tem o seu espaço e pode expressar a sua ideia e opinião. Tem uma utilidade na patrulha em que está inserido. O que muitas vezes acontece na sociedade é que os jovens não se sentem incluídos”. Mas a frase chave de Jaime Rebelo é que, no CNE, os jovens aprendem, antes de mais, a serem felizes. Por isso, e enquanto pai, deixou os seus filhos descobrirem e escolher o escutismo e hoje os três já são escutas. Mas para além desta passagem de pais para filhos, Jaime Rebelo revela que os escuteiros servem também para formar casais e deu um exemplo significativo. “Este ano, só no agrupamento do Louro, existem cinco casais que se conheceram lá e vão casar. Isto é muito positivo porque estando os dois no escutismo não existe aquela questão do perder tempo para a família”, afirma. Mesmo assim o responsável lembra a todos os escuteiros que, em primeiro lugar, deve estar sempre a família e a escola. “Isto também é uma forma de os responsabilizar”, diz. Quando se pergunta se um escuteiro é um cidadão melhor, Jaime Rebelo não tem dúvidas na resposta e diz: “Claro que sim”. “Nós ensinamos aos nossos jovens determinados valores que fazem a diferença. Se de facto não houver escolas como o CNE, de certeza que os adultos de amanhã não serão responsáveis, úteis e solidários”, defende. C.A.S. pub
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pública: 11 de Março de 2009
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pública: 11 de Março de 2009 19
especial
Escuteiros dividem-se em 4 secções
Um Maio realiza-se o Dia de Núcleo
As etapas do crescimento enquanto cidadãos Lob itos ( 6 a 10 ano s): Vivem a caçada. Esta etapa está directamente ligada ao Imaginário, ao Livro da Selva e à vida numa alcateia. E x pl o ra d o re s (1 0 a o s 1 4 anos): Vivem a aventura, exploram, procuram, descobrem. Esta etapa estimula o lado aventureiro, o querer saber, o querer fazer. P i o n e i r o s ( 1 4 a o s 17 a n o s ) : Vivem a fase do empreendimento. Começam a ficar responsáveis e querem pôr na prática o que sabem. Tudo o que desenvolvem já tem muita mais responsabilidade. Ca m i n h e i r os ( 1 7 a o s 2 2 anos): Vivem a caminhada e têm como patrono S. Paulo. Procuram ser Homens e Mulheres responsáveis. Quando atingem esta idade são adultos que assumem a sua vida. F i l h o s l e v a m pa i s p a r a e sc u tis m o Para Jaime Rebelo, que observou durante muitos anos todas estas fases, cada uma delas tem uma particularidade. Mesmo assim, na sua opinião, as fases em que se vivem mais intensamente as suas experiências nos escuteiros, sãos os Exploradores e os
Pioneiros. Considera que tem tudo a ver com o fervor natural da idade e da própria descoberta. “Lembrome, quando tinha esta idade, adorava todas as actividades”, diz o chefe de núcleo, que está nos escuteiros desde os Lobitos. “Fiz a minha promessa no núcleo de S. Tiago da Cruz”, recorda. O ingresso no Escutismo é permitido em qualquer idade e, por isso, Jaime diz que existem muitos casos em que os filhos é que fa-
zem com que os pais ingressem neste mundo. “Os pais têm os seus filhos nos escuteiros e como vão leválos e buscá-los às actividades começam a aproximarse e a ganhar gosto. Temos grandes dirigentes que nunca passaram pelas etapas dos escuteiros. Eu acredito que esses até são os melhores porque vivem e empenham-se muito mais. A sede de ser escuteiro é maior”, avança o chefe famalicense. C.A .S . pub
CNE de Famalicão “virado para dentro” em 2009 Apesar de estar todo programado, o ano de 2009 está condicionado pelas eleições que deverão ocorrer em Junho. Prevê-se, por isso, um ano calmo a nível de actividades externas, mas trabalhoso no que diz respeito ao trabalho mais interno. Para este ano está traçado um plano de acção de formação e de partilha com todos os agrupamentos. “É um trabalho mais interno e desenvolvido nas bases, em que proporcionamos oficinas de trabalho para os miúdos. Por outro lado, aproveitamos para reunir com as direcções dos agrupamentos”, explica. No fundo, diz o chefe de núcleo, este tempo serve para se arrumar a casa e avaliar as dificuldades e necessidades mais prementes em todos os núcleos: “É um trabalho necessário. As pessoas não imaginam as horas que se dedicam a este trabalho na sede. É uma preparação para que haja resultados”.
No que diz respeito a actividades mais externas, este ano é marcado pela realização do Dia de Núcleo, a 23 de Maio. Durante um dia, os 3.500 escuteiros dos 42 agrupamentos do arciprestado famalicense vão reunir-se no Parque de Sinçães, em Famalicão. “Pretendemos dar uma dinâmica muito interessante a este dia, porque é quando os escuteiros têm oportunidade para partilhar conhecimentos e desenvolver amizades”,
avança Jaime Rebelo. A nível internacional, o núcleo famalicense vai estar, mais uma vez, representado no Roverway’09, que vai decorrer em Itália. Esta iniciativa dirige-se a Caminheiros (17 aos 22 anos) e escuteiros famalicenses marcarão presença. Este é, de resto, um orgulho para Jaime Rebelo que avança que “tem havido um esforço para que escuteiros de cá estejam em todas as iniciativas internacionais”. C.A.S. pub
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pública: 11 de Março de 2009
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especial
Dia do Pai celebra-se a 19 de Março
Para o melhor pai do mundo O que é ser pai? Todos deveríamos parar para pensar nessa figura que nos acompanha ao longo da vida. Essa figura que nos protege, cuida e ensina e para quem, devemos parar para olhar, nem que seja apenas num dia: 19 de Março. Antigamente, e na maior parte dos lares, a figura do pai servia essencialmente para transmitir austeridade e rigor. Era quem trabalhava fora de casa e a tarefa de tratar dos filhos era exclusiva da mãe. Mas, com o passar dos anos, as coisas mudaram. A mulher começou a trabalhar fora de casa e as tarefas foram sendo divididas. Hoje ser-se pai é muito mais e muito melhor! Para além de continuar a exigir-nos rigor, o nosso pai também sabe brincar, pegar no colo, cozinhar e acarinhar. É ele que nos ajuda a molhar os pés no mar pela primeira vez, é ele que nos ensina a andar de bicicleta ou até a gostar dum clube. É o nosso pai que nos ajuda nos trabalhos que trazemos da escola e quem nos ensina a conduzir. É ele que se emociona com as nossas conquistas e chora com as nossas derrotas. É o nosso porto de abrigo. No fundo é isto que se pede. Nem que seja apenas no dia 19 de Março vejamos e avaliemos tudo o que nosso pai já fez, faz e fará por nós. O nosso pai, como diria alguém, é um num milhão e por isso é o melhor pai do mundo. Façamos com que ele saiba disso!
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Sugestões Livros Perfume Assinatura anual de uma revista ou de um canal de TV Acessórios para o carro Carteira Cds Dvd’s Roupas Telemóvel Caixa de ferramentas GPS Bilhete para um jogo de futebol Bilhetes de cinema Uma foto do(s) filho(s) em tamanho gigante
História Para quem não sabe, este é o dia dedicado a S. José, o pai de Jesus. Mas é claro que a homenagem estende-se a todos os pais do mundo. S. José, marido de Maria, era carpinteiro e vivia na cidade de Nazaré, na Galileia. Ao que parece, era um bom homem e aceitou ser o pai de Jesus. O culto a S. José começou no século IX. Não se sabe ao certo em que data José nasceu ou morreu, mas o papa Gregório XV, em 1621, referiu a data de 19 de Março como a da sua morte. pub.
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