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Quinzena Gastronómica

Certame decorre de 1 a 15 de Fevereiro, com 13 restaurantes

António Freitas

Sabores tradicionais na Quinzena Gastronómica

Leites Gomes, Paulo Cunha e António Peixoto na apresentação da Quinzena

Cristina Azevedo “Coisas espantosas” é o tema da edição deste ano da Quinzena Gastronómica de Famalicão, que decorre de 1 a 15 de Fevereiro, numa iniciativa do Pelouro do Turismo da Câmara Municipal. Este ano participam 13 restaurantes do concelho e a concurso estarão o Arroz de Cabidela, o Bacalhau com Broa, o Cozido à Portuguesa e os Rojões com Papas de Sarrabulho. Novidade nesta oitava edição do certame é a introdução de um outro evento, denominado “Sugestão do Chefe”, que decorrerá de Março a Dezembro e que pretende dar continuidade à quinzena. “É uma iniciativa que vai percorrer

as quatro estações do ano – Primavera, Verão Outono e Inverno – com a possibilidade de os restaurantes que participarem na Quinzena poderem divulgar a restante ementa, aproveitando até os diferentes contributos que cada época dá à gastronomia”, explicou o vereador do Turismo, Paulo Cunha, a semana passada, na apresentação da Quinzena Gastronómica à imprensa. Quem gostou da ideia foi Leite Gomes, da Confraria dos Gastrónomos do Minho, entidade que preside ao júri do concurso, para quem “é excelente estender a gastronomia ao longo do todo o ano e, além disso, ser uma gastronomia de época”. Leite Gomes considerou

interessante ver como os restaurantes vão responder ao desafio, lembrando que “de facto, há uma gastronomia de época”, dando como exemplo “a caça, as castanhas ou os cogumelos”. O objectivo principal continua a ser o de divulgar o que de bom se faz na gastronomia famalicense, potenciando, ao mesmo tempo, o concelho em termos turísticos e até culturais. Paulo Cunha sublinhou que a Câmara Municipal tem “um projecto integrado para aquilo que é a Cultura e o Turismo”, por isso, “pretende-se fazer desta iniciativa uma forma de mostrar Famalicão”. “Não é só mostrar os restaurantes ou os pratos típicos, é também mostrar Famalicão a outros níveis”, acrescentou o vereador, afirmandose convicto de que “Famalicão é um produto vendável, porque tem uma conjugação de factores, culturais e turísticos, que são cada vez mais apreciados por pessoas que nos visitam”. Tradição e qualidade A tradição é um dos factores que pesam no concurso que acompanha a Quinzena, mas não é o único. Não menos importante, está a qualidade, quer seja na confecção e apresentação dos pratos, quer seja do serviço. “A perspectiva deste concurso é que tenha também uma atitude didáctica, de forma a que os restaurantes tomem algumas atitudes correctivas que

possam elevar a sua oferta e a sua qualidade”, sublinha António Peixoto, presidente da Associação Comercial e Industrial de Famalicão, que também faz parte do júri. Leite Gomes complementa a ideia referindo que, muitas vezes, a diferença entre o 1º, o 2º ou o 3º classificados pode estar na posição da chávena do café que é servido ou no pousar da garrafa no copo. “Já são oito anos e, como tal,

o nível de exigência vai aumentando e, além da confecção do próprio prato, os pequenos detalhes são cada vez mais importantes”, avisa. De resto, este ano também há novidades no que respeita à componente competitiva. Os melhores restaurantes serão premiados com prato de outro, de prata e de bronze, em vez dos tradicionais 1º,2º e 3º lugares.

Restaurantes e pratos a concurso Arroz de Cabidela: Churrasqueira do António (Calendário) Restaurante Moutados de Baixo (Gavião) Restaurante Sobreiro (Bairro) Restaurante Torres (Calendário) Bacalhau com Broa: Restaurante Benfica (Calendário) Restaurante Ferrugem (Portela) Restaurante Pateo das Figueiras (Gavião) Cozido à Portuguesa: Restaurante Cozinha do Gonçalves (Gavião) Restaurante Malcriada (Calendário) Sara Cozinha Regional (Famalicão) Rojões com Papas de Sarrabulho: Casa de Pasto 7 Velhos (Famalicão) Hotel Moutados (Gavião) Restaurante Prato das Oliveira (Avidos) pub.


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pública: 27 de Janeiro de 2010

especial pub

Alimentação saudável deve ser variada

É carne ou peixe?

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É preciso deixar claro que uma alimentação saudável deve ser rica e variada e tanto a carne, como o peixe apresentam vantagens numa alimentação equilibrada. A carne apresenta várias propriedades nutritivas, é rica em sabor e presta-se a inúmeros usos culinários. Na pirâmide alimentar está contemplado que devemos consumir carne para termos um crescimento adequado e para resistirmos melhor às infecções e cansaço. No entanto, são muitas as pessoas e sites que defendem o corte da carne na nossa alimentação. O facto é que a carne é o conjunto digestível de proteínas, ácidos essenciais e fonte de ferro e vitamina B12 mais disponível, equilibrado e fácil de obter que se pode encontrar. Todos sabemos que na hora da escolha, devemos preferir as carnes brancas (frango, peru, coelho) às vermelhas (vaca, vitela, porco). No entanto, as carnes vermelhas devem também ser incluídas, nomeadamente na alimentação de grávidas, que precisam de muito ferro no período de gestação. Para um bom crescimento intelectual e físico, as crianças e adolescentes devem também consumi-las, bem como os atletas. Também os idosos devem consumir carnes vermelhas porque será uma forma de garantir o consumo de proteínas de qualidade. E para quem precisa de perder uns quilinhos, a carne vermelha, uma vez por outra, ajuda a que a dieta seja cumprida saudavelmente. Afinal, são mui-

tos os que não resistem a um bife suculento. As carnes brancas são particularmente ricas em baixo teor de colesterol e de gordura saturadas na sua composição, características que as distinguem das outras e as aproximam dos peixes (ricos em insaturados e pobres em saturados). No entanto, é importante eliminar a pele das carnes de aves, pois é rica em colesterol. A carne é um alimento muito valorizado e apreciado pelos humanos. Cozer, assar, grelhar, guisar e estufar são algumas das formas de preparar carne. Aliás, os médicos aconselham a que confecção dos alimentos seja variada, mas sem grande adição de sal ou gordura, de modo a conservar o sabor de cada alimento e a proporcionar uma digestão fácil. Já em relação ao peixe, a melhor notícia é que este tem pouca gordura e é muito nutritivo. Deve ser consumido, pelo menos, duas vezes por semana, intercalando com outros tipos de carnes, como bovina,

suína e aves. Os peixes apresentam gordura polinsaturada, de onde se destaca o ómega 3, que proporciona a diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares e a redução da pressão arterial. O ómega 3 está presente, em maior quantidade, nos peixes de águas salgadas e frias, como: atum, arenque, bacalhau, sardinha e salmão. Os de águas doces, também apresentam ómega 3, mas em quantidade inferior quando comparados aos primeiros. Por último, uma das vantagens dos peixes em relação às carnes é a facilidade na sua preparação. Os peixes frescos cozinham em pouquíssimo tempo e podem ser usados em diversas preparações, como ensopado, cozido, grelhado, frito, ao molho, panado, assado e até mesmo cru. Além do peixe fresco, podemos escolher o peixe congelado, uma vez que os estudos mostram que esta é uma alternativa saudável e saborosa que preserva todo o sabor e valor nutritivo deste alimento.

Enchidos para petiscar

Venha saborear o melhor da gastronomia

Portugal é, inegavelmente, um país cheio de tradições e os enchidos são uma delas. A maioria dos portugueses aprecia estas verdadeiras delícias que são óptimas para acompanhar pratos, servir como entradas ou rechearem um lanche. Os enchidos resultam de técnicas ancestrais de conservação de carnes e tornaram-se quase imprescindíveis nos mais diversos géneros de gastronomia. Temos os enchidos crus que são feitos à base de carne triturada e condimentada, antes de ser introduzida em tripa, podem ou não ser fumados. Já nos enchidos cozidos, a carne é cozida antes de ser introduzida na tripa. Podem secar ao ar ou passar pelo processo de fumagem. A base tradicional dos enchidos é a carne de porco, de uma peça única ou combinada com outras peças. Mas também existem enchidos de carne de vaca, borrego, galinha, peru, entre outras. Como elemento unificador da mistura, utiliza-se gordura, pão ou farinhas. Os condimentos acentuam o sabor do enchido e utiliza-se para esse efeito, sal, pimenta, alho, cebola, colorau, cominhos, cravinho, coentro, salsa, entre outros. Também entram na composição a água, o vinho, o sumo de laranja ou limão, azeite e vinagre. Os aditivos, naturais ou sintéticos, melhoram o aspecto e aumentam o tempo de conservação dos enchidos. Os enchidos podem ser curados ou não. Normalmente, a cura é feita em sal ou ao ar, com recurso à fumagem ou não. Alguns enchidos são submetidos a secagem (que pode durar dias ou meses). Os frescos devem ser consumidos pouco tempo após a confecção. Normalmente de formato cilíndrico, os enchidos são feitos em invólucro natural (tripa de porco ou vaca) ou artificial (película de plástico). Para grelhar, cozer, assar, servir ao natural, com pão ou broa, os enchidos são indispensáveis em diversos pratos típicos e proporcionam um sabor muito especial aos diferentes cozinhados.


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pública: 27 de Janeiro de 2010

Prefira vinho famalicense A Quinzena Gastronómica oferece a quem aprecia boa comida muitas opções: arroz de cabidela, bacalhau com broa, cozido à portuguesa e rojões com papas de sarrabulho. Na verdade, a Quinzena faz questão de promover outros produtos concelhios, como por exemplo o vinho, uma vez que todos os restaurantes que participam na Quinzena têm na sua carta vinhos produzidos em Famalicão. Esta é, na realidade, a verdadeira oportunidade para juntar a uma óptima refeição um delicioso vinho famalicense. Assim, comprovaremos, efectivamente, que os famalicenses gostam de comer qualidade e beber com prazer.

especial

Paulo Cunha, vereador do Turismo da Câmara Municipal

“A gastronomia oferece-nos coisas espantosas” outro lado as pessoas que se deslocam durante a Quinzena, se gostarem do restaurante voltam para provar a restante ementa, pelo que directa ou indirectamente todos os produtos são promovidos durante o evento.

Arranca no próximo dia 1 de Fevereiro a VIII Quinzena Gastronómica com muitos pratos para provar. O OPINIÃO PÚBLICA falou com o novo vereador do Turismo, Paulo Cunha, que sublinhou a importância desta iniciativa para mostrar os produtos de qualidade que Famalicão oferece. Sofifiaa Abreu Silva Qual o signifi ficcado de mais uma Quinzena Gastronómica no concelho de Famalicão? É a concretização do trabalho e do esforço no sentido de divulgar um dos principais produtos turísticos do concelho, a gastronomia. Pretendemos valorizar Vila Nova de Famalicão pela positiva, apresentando tudo o que de melhor se pode desfrutar ao visitar o concelho. Esta edição decorrerá sob o signo “Coisas Espantosas”. Qual é a interpretação? O tema da Quinzena é o título de uma obra Camiliana “Coisas Espantosas” e trata-se de uma forma de associar a leitura à gastronomia, a cultura ao turismo, mas reflecte essencialmente o cuidado de realizar as coisas de forma adequada e harmoniosa, já que efectivamente a gastronomia nos pode oferecer coisas espantosas. Está satisfeito com os restaurantes que fazem parte desta Quinzena? Sim. A participação dos restaurantes neste tipo de eventos é de louvar, demonstra que valorizam o trabalho desenvolvido pelo Executivo, e que sentem ter retorno na parceria que realizam com o Município. Quanto à qualidade, a Quinzena tem sempre contado com a presença da maioria dos melhores restaurantes do concelho.

A gastronomia minhota continua a ser um imperativo… É o propósito máximo da Quinzena Gastronómica. O nosso objectivo é divulgar os produtos de qualidade que podemos oferecer, mas que ao mesmo tempo constituam factores de diferenciação em relação aos municípios que nos rodeiam. É fácil hoje em dia encontrar bons restaurantes, a facilidade de deslocação faz com que rapidamente nos desloquemos para tal, mas encontrar bons restaurantes onde se coma boa comida tradicional, já não é tão fácil. A gastronomia tradicional minhota tem que ser um dos principais produtos turísticos do concelho, e a Quinzena muito tem contribuído para a afirmação de Vila Nova de Famalicão como destino gastronómico de excelência. Além da gastronomia, que outros produtos serão promovidos? Os restaurantes são incentivados a usar os ingredientes locais e regionais, o exemplo que mais reflecte isso é a obrigatoriedade de os restaurantes que participam terem de apresentar na sua ementa um vinho produzido no concelho. Por pub

Quais os critérios que estão na base da selecção dos restaurantes? Os restaurantes que constam na nossa base de dados são todos convidados, depois a aceitação da inscrição de cada um é feita com base no conhecimento que possuímos dos mesmos e no historial que temos ao nível de participações anteriores. No ano passado houve um passaporte gastronómico que dava benefícios ao cliente. Este ano há também algo diferente… O objectivo desse tipo de iniciativas é atrair mais público. Este ano pensamos de forma diferente, pretendemos atrair mais público ao longo de todo o ano e não apenas durante o período da quinzena. Assim preparamos o Sugestão do Chefe, o qual decorrerá de Março a Dezembro. Este evento define épocas do ano, nas quais os restaurantes que participam na Quinzena podem promover um prato para sábado e outro para domingo por época. Desta forma os restaurantes poderão promover toda a sua ementa, sempre com o cuidado de respeitar as especificidades da zona onde se encontra e os diferentes contributos que cada época dá à gastronomia. Como novo vereador do Turismo, qual dos pratos que prefere e quais os que não deixará de provar? Como membro do júri tenho que provar todos os pratos a concurso, mas confesso que nutro mesmo apreço por todos os pratos a concurso. pub


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