Esta semana, o OPINIÃO ESPECIAL volta a falar sobre as empresas que se têm distinguido no universo empresarial e foram distinguidas pelo Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) com o estatuto de PME Líder. O estatuto PME Líder é um selo de reputação de empresas criado pelo IAPMEI para distinguir o mérito das PME nacionais com desempenhos superiores, e é atribuído em parceria com o Turismo de Portugal e um conjunto de bancos parceiros, tendo por base as melhores notações de rating e indicadores económico-financeiros. Segundo o IPAMEI, este estatuto tem associado um conjunto de benefícios, como o acesso em melhores
condições a produtos financeiros e a uma rede de serviços, a facilitação da relação com a banca e um certificado de qualidade para as empresas na sua relação com o mercado. Estimular a eficiência do processo de intermediação bancária e potenciar o alargamento do mercado de capitais a empresas de dimensão intermédia fazem ainda parte dos objetivos deste programa. Neste OPINIÃO ESPECIAL, falamos com algumas empresas Líder e quisemos saber o que é ser líder, como se chega a este estatuto, e, sobretudo, como se assegura no futuro este reconhecimento. Num mundo dos negócios cada vez mais competitivo, a liderança é fundamental e prende-se com a capacidade de estimular e
influenciar os outros, de forma positiva, de modo a que uma equipa trabalhe para alcançar os objetivos definidos. Ser líder é uma ambição de muitas empresas, mas apenas algumas conseguem atingir esse patamar. São empreas que contribuiem verdadeiramente, e de forma determinante, para o desenvolvimento da economia nacional. Dito assim até parece fácil, mas não é. O mundo e o nosso país ainda vivem momentos economicamente difíceis e muitas empresas tiveram de se reestruturar, encontrar novos mercados, produzir novos produtos, apresentar outros serviços para se manterem no leque das melhores. Na verdade, são muitos os exemplos de sucesso que ficamos a conhecer neste Especial. pub
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ESPECIAL
opiniãopública: 23 de fevereiro de 2017
Mota & Pimenta: uma empresa que trabalha para ser líder Nome da empresa completo: Mota & Pimenta, Lda. Data de criação: 1978 Localização: Vila Nova de Famalicão Produtos/Serviços: Produtos relacionados com repintura automóvel Colaboradores: 18 Volume de negócios em 2016: 2 milhões de euros pub
A empresa Mota & Pimenta, Lda., em Vila Nova de Famalicão, dedica-se à comercialização de produtos relacionados com repintura automóvel. O ano passado foi um ano de várias reestruturações, quer a nível financeiro como comercial, tendo em vista uma implementação de mercado segura e estruturada. “Não obtivemos as vendas que qualquer empresa gostava de ter, mas dado as grandes oscilações e mudança no mercado das tintas, foi com agrado que conseguimos atingir os valores de vendas que obtivemos”, começa por afirmar a diretora financeira Alexandra Mota, vincando que os indicadores financeiros alcançados contribuem para que a empresa se apresente cada vez mais sólida económica e financeiramente no mercado das tintas, colocando-a entre os líderes no sector e como um exemplo. A Mota & Pimenta tem uma visão muito particular dos tempos de crise e de contração que o mercado vive. “Temos de ver esta realidade como uma oportunidade no mercado, quer para conquista de quota de mercado, quer para a fomentação cada vez maior de uma estrutura sólida que seja largamente mantida no futuro”, considera. Desde 1978 que a aposta da empresa tem sido sempre na orientação para o cliente, procurando para isso a constante formação da equipa de colaboradores, no sentido de corresponder às expectativas de cada cliente. Diferenciada como PME Líder, a empresa Mota & Pimenta, Lda. vê neste reconhecimento um motivo de orgulho pelo qual tem lutado diária e arduamente ano após ano. “Esta distinção vem comprovar a nossa análise global, ou seja, atesta que o nosso objetivo foi alcançado ou está no bom sentido, pois somos uma empresa líder no mercado, quer ao nível do produto como ao nível da assistência pós-venda e a nível estrutural”, releva a diretora financeira. Alexandra Mota não tem dúvidas de que somente com uma gama de produtos de qualidade e com um serviço pós-venda e acompanhamento ao cliente diário, se consegue, atualmente, vencer. “Apresentamos uma variedade de produtos, com qualidade acima da média, e com as devidas certificações”, indica. É inegável que o abrandamento económico tem afetado as empresas. “Cada vez mais, as famílias e os utilizadores finais só investem e compram em situação obrigatória e sem qualquer tipo de recurso, fazendo com que cada venda seja mais difícil e de valores cada vez mais baixos”, esclarece Alexandra Mota, revelando que, por outro lado, o abrandamento originou uma falta de moeda no mercado, originando um constante controlo dos créditos, o que complica também as vendas. Para um futuro mais sólido a nível empresarial, a Mota & Pimenta entende que será fulcral uma triagem do tecido empresarial, eliminando as empresas que têm denegrido o mercado e originado perda de valor. Por outro lado, “devia haver um maior apoio às PME, quer seja no recurso a crédito, como na ajuda ao comércio e ao desenvolvimento tecnológico das empresas que se distinguem pelos seus serviços de alta qualidade”, defende a diretora. Alexandra Mota entende que com a carga fiscal no nosso país, bem como com todas as restrições no recurso ao crédito, as PME enfrentam “cada vez mais um mercado agressivo, um futuro com reduzido poder de compra, o que faz com que o negócio seja cada vez mais discutido ao pormenor e ganho por diferenciação no serviço e na qualidade”. Por outro lado, vinca a responsável, este mercado concorrencial tem-se traduzido em margens cada vez menores e de ganhos cada vez mais reduzidos. Para o futuro, a empresa Mota & Pimenta espera já este ano crescer a nível de quota de mercado e vendas e continuar a apostar num crescimento sustentado. A nível de investimento, este será canalizado para a formação interna como externa, bem como a nível tecnológico, permitindo uma informação mais rápida e eficiente. “Em 2017 iremos consolidar a nossa estrutura comercial adaptando-a às novas realidades”, sintetiza.
Restaurante Diogo: a qualidade à mesa tem fidelizado clientes opiniãopública: 23 de fevereiro de 2017
2016 foi um ano positivo para o Restaurante Diogo. Diogo Costa fala mesmo num período de “alguma bonança, durante o qual foi sendo possível aplicar ideias e planos traçados, no sentido da consolidação da nossa empresa”. A trabalhar no setor da restauração desde 1996, o Restaurante Diogo recebeu a distinção de PME Líder, criado pelo IAPMEI para distinguir o mérito das pequenas e médias empresas nacionais com desempenhos superiores positivos. Este é mais um reconhecimento entre os vários que tem recebido desde que abriu portas. “É, sem dúvida, um selo de garantia para o cliente e demonstra o empenho da nossa equipa”, refere Diogo Costa, que não esquece, sobretudo, a importância dos milhares e milhares de pessoas que já passaram por aquele espaço para almoçar ou jantar, onde se incluem famalicenses e muitos outros portugueses de todo o país, bem como estrangeiros. A recuperar de um país e de um mundo em crise, este empresário da restauração diz que o abrandamento económico refletiu-se no decréscimo de vendas, mas o Restaurante Diogo manteve como principal foco “não
desiludir as expectativas do cliente nos momentos de menor poder de compra”. E assim foi: “naturalmente, estamos, hoje, a ver refletidos os resultados positivos desta forma de trabalhar”, aponta o empresário, vincando que, com ou sem abrandamento no poder de compra, “o cliente não esquece onde foi bem recebido e o esforço feito para o servir melhor”. Num mercado competitivo, ao longo destes anos, a aposta do Restaurante Diogo tem sido manter as bases da sua identidade e acompanhar as mudanças. “Desde sempre, temos
Data de criação: 6 dezembro 1996 Localização: Calendário, em V.N. Famalicão Produtos/Serviços: restauração e bebidas Colaboradores: 20 Volume de negócios em 2016: 1 milhão euros
procurado valorizar os nossos recursos humanos, estabelecemos parcerias com fornecedores certificados e procuramos acompanhar a evolução na área alimentar, além de privilegiarmos a qualidade dos nossos produtos”, aponta Diogo Costa. Num olhar global ao mundo empresarial, Diogo Costa diz que era importante a redução parcial dos impostos, sendo este o principal imperativo para a sustentabilidade de uma empresa. “Conseguiríamos contratar mais recursos humanos e melhorar os nossos meios tecnológicos. Os empresários também não preci-
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sariam de recorrer, de forma alta, ao crédito e aos bancos”, revela. Para Diogo Costa é essencial fixar jovens no país, automatizar regiões, dinamizar de forma organizada o turismo, concentrar esforços na nossa agricultura, juntando a tudo isto bons políticos, além de uma boa fiscalização do nosso sistema bancário. Neste ano, os objetivos do Restaurante Diogo passam pela “contínua solidificação da empresa, não estando, para já, em perspetiva qualquer tipo de expansão, mas antes a sustentabilidade do projeto”. pub
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Tufama: qualidade e compromisso
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opiniãopública: 23 de fevereiro de 2017
É na sua equipa que a Tufama confia para conseguir os seus objetivos. O empresário António Matos entende que é preciso estratégia, visão e pessoas competentes para um crescimento sólido e continuado. E assim tem sido feito o caminho. A atuar na área da construção civil, mais concretamente na metalomecânica, serralharia, tubagens e montagens industriais, em cada projeto a Tufama procura “dar aos clientes qualidade, responsabilidade, e, acima de tudo, compromisso”. Numa análise global ao ano que passou e tendo em conta a atual conjuntura, 2016, não sendo extraordinário, “foi um ano bom durante o qual foram atingidos os objetivos traçados pela empresa”. Reconhecida pelo IAPMEI como PME Líder, António Matos refere que é sempre positivo ser reconhecida como uma organização líder. “É sempre importante, mas fundamental é manter esse estatuto por anos consecutivos. É o reconhecimento do trabalho de uma equipa que procura fazer sempre melhor”. A atuar num mercado cada vez mais exigente, a aposta da Tufama tem sido na procura de novos mercados, nomeadamente na internacionalização da empresa. Na verdade, o abrandamento da economia afetou todos os setores e o da construção civil foi um dos que maiores perdas sofreu. “A falta de dinheiro no mercado e as incertezas em relação ao futuro condicionaram de forma brutal alguns investimentos que eram vitais para alimentar o setor”, considera o empresário famalicense.
Além das condições do mercado, são vários os desafios com que as PME’S se deparam, desde logo “a pesada carga fiscal que têm de sustentar e que nestas alturas de crise vai asfixiando as empresas”. Além disso, refere António Matos,
“o acesso ao crédito torna-se difícil e provoca constrangimentos graves na funcionalidade das empresas”. Para uma economia mais saudável, o empresário entende que o país tem de consolidar as contas públicas. “Só a par-
Nome da empresa completo: Tufama - Construção Civil, Lda. Data de criação: agosto de 1984 Localização: Vale S. Cosme Produtos/Serviços: Metalomecânica, serralharia, tubagens e montagens industriais Volume de negócios em 2016: 12 milhões de euros, com 70% para o mercado internacional.
tir daí será possível injetar dinheiro na economia de maneira a que se possa criar emprego e pôr o país a crescer”, vinca. Atualmente, o objetivo principal é consolidação da Tufama, não pondo “de parte novos investimentos desde que necessários a essa mesma consolidação”, revela António Matos, sublinhando, porém, que na Tufama “a aposta é sempre nas pessoas, nas suas qualidades e na sua formação”. E acrescenta: “a nossa equipa é um dos grandes trunfos para o sucesso”. pub
Fernando Silva & C.ª Lda: no setor da construção civil há mais de 35 anos opiniãopública: 23 de fevereiro de 2017
A empresa Fernando Silva & C.ª Lda., sedeada em V.N. Famalicão e com escritórios na União de Freguesias de Avidos e Lagoa, dedica-se à construção civil, industrial e urbanística, reconstrução, recuperação e restauro, e vias de comunicação. Em 1982, a empresa começou apenas por se dedicar à construção civil, mas, posteriormente, decidiu também apostar no sector das obras públicas. Fernando Costa da Silva, que está no ramo da construção há mais de 40 anos, foi quem idealizou e materializou os primeiros passos da empresa que, ao longo destes anos, conheceu dificuldades, mas também granjeou múltiplos sucessos. “Atuamos num mercado que, inegavelmente, ao longo dos anos, tem vindo a sofrer as consequências duma crise financeira grave e também de uma concorrência desenfreada e, perante isto, a empresa procurou uma reestruturação de forma sustentada, inteligente e dinâmica”, refere. Ao longo do seu percurso, a Fernando Silva & C.ª Lda tem vindo a desenvolver e a aperfeiçoar os seus instrumentos de atuação, de forma a aumentar os padrões de satisfação dos
seus clientes em todos os seus segmentos de atuação. “Tivemos tempos difíceis com as crises que se instalaram na construção, mas lutámos com todas as nossas forças e temos vindo a recuperar”, lembra Fernando Costa da Silva, realçando que a empresa dedica-se hoje sobretudo às obras públicas, não descurando, contudo, os clientes particulares. Num balanço a estes anos, o empresário da construção revela que só pode sentir “orgulho”. “Nesta empresa, temos muitos colaboradores que estão connosco desde a criação da empresa e a nossa prioridade é
manter estes 18 postos de trabalho”. Neste momento, também Luís Silva e Júlia Silva, filhos de Fernando Silva, trabalham na empresa: “os meus filhos têm contribuído para o crescimento da empresa”. Apesar de atuar principalmente na zona Norte do país, a Fernando Silva & Cª, Lda orgulha-se de conseguir afirmar-se no panorama nacional. A empresa tem o estatuto PME Líder, título reconhecido pelo IAPMEI pela terceira vez, bem como a certificação por parte da EIC da NP EN ISO 9001:2008, desde 2010. A Fernando Silva & C.ª Lda.
acredita que o seu sucesso deve-se, essencialmente, à qualidade das obras que executa, o que resulta “da capacidade e experiência profissional dos colaboradores”. “Além da integridade e transparência, cumprimento rigoroso dos orçamentos e prazos, assistência técnica, segurança e respeito pelo ambiente, planificamos bem os objetivos, estratégias e aplicação de processos, que promovam a melhoria contínua, permitindo atingir os mais elevados níveis de qualidade”, aponta Fernando Silva. Para o futuro, a meta é ver a empresa distinguida com o Esta-
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tuto de PME Excelência e continuar a apostar na formação profissional dos colaboradores. É ainda intenção proporcionar um ambiente de trabalho saudável, disponibilizando os meios técnicos e as infraestruturas necessárias, no sentido de aumentar a motivação e o desempenho dos colaboradores, conseguindo o envolvimento de todos na concretização dos objetivos definidos para a organização. “No fundo, o mais importante é manter a sustentabilidade da empresa”, aponta o empresário, considerando que o setor da construção civil começa a dar sinais positivos de progressão. pub
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opiniãopública: 23 de fevereiro de 2017
Governo lança linhas de Crédito Capitalizar de 1.600 milhões para PME opiniãopública: 23 de fevereiro de 2017
O Governo tem disponível desde o início do mês de fevereiro cinco linhas de Crédito Capitalizar para as pequenas e médias empresas (PME), no âmbito do programa Capitalizar, no montante de 1.600 milhões de euros, disse à Lusa o ministro da Economia. Com “o lançamento destas novas linhas, no montante de 1.600 milhões de euros, vamos ter um conjunto completo de instrumentos de financiamento às empresas”, afirmou Manuel Caldeira Cabral, que inclui instrumentos de investimento de projetos 2020, de plafond de tesouraria ou maneio, “respondendo de forma ampla e abrangente às necessidades de todas as empresas portuguesas”. O governante salientou que “as empresas precisam claramente de investimento e precisam destas linhas, que podem ser com prazos de três a 10 anos, prazos relativamente amplos para poderem investir com confiança. Mas precisam também de financiar a sua atividade, em particular as empresas exportadoras que neste momento estão a ter um aumento da atividade, precisam também de linhas de financiamento e de fundo de maneio para poderem financiar não só os investimentos, mas também financiar a atividade
corrente, podendo comprar matérias-primas, pagar salários, para depois, quando exportam, terem o retorno e receberem os seus rendimentos”. Estas linhas Capitalizar incluem instrumentos de apoio “às pequenas empresas para investimento, mas incluem também linhas de apoio ao fundo de maneio para as empresas gerirem
melhor a sua tesouraria”, afirmou, acrescentando que também incluem apoios para as empresas ‘mid-caps’, ou seja, “para empresas que têm maior dimensão”. Manuel Caldeira Cabral adiantou que estas são linhas “complementares aos instrumentos” que já tinham sido lançados. As cinco linhas de Crédito Capitalizar são destinadas a PME
com montantes de financiamento por empresa entre 25 mil e dois milhões de euros. A linha Micro e Pequenas Empresas tem uma dotação de 400 milhões de euros e tem como objetivo potenciar o acesso a financiamento para investimentos em ativos e reforço de capitais para aquelas empresas. Já a linha Fundo de Maneio
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tem uma dotação de 700 milhões de euros e visa complementar a linha IFD, alargando as restrições do uso de operações para reforçar o Fundo de Maneio ou Capital. Por sua vez, a linha de Plafond de Tesouraria conta com 100 milhões de euros e visa apoiar a introdução de plafonds de crédito em condições acessíveis para todas as empresas, enquanto o instrumento Investimento Geral, que também conta com 100 milhões de euros, tem como objetivo financiar investimentos em ativos com elevado prazo de recuperação. A linha Investimento Projetos 2020 tem uma dotação de 300 milhões de euros. “São linhas que pretendem dar dinheiro às empresas com prazos mais favoráveis do que a banca consegue conceder, como também spreads mais baixos, permitindo assim às empresas, em particular às pequenas e medias empresas financiarem-se num contexto mais amplo do que as linhas que já tínhamos lançado anteriormente”, afirmou o ministro. Relativamente às linhas lançadas anteriormente, Manuel Caldeira Cabral disse que será feito o primeiro balanço no primeiro semestre deste ano. pub
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