Vendas de carros sobem 7,7% em 2017
O mercado automóvel desacelerou em 2017. No con- aponta que o valor ideal para as vendas de veículos junto do ano passado, as vendas de automóveis novos novos em Portugal, atendendo à dimensão do meraumentaram 7,7%, depois de em 2016 ter registado cado, seria de 300 mil unidades ao ano. um aumento de 16,2%. Ainda assim, mantém-se a tendência de recuperação do mercado, num ano em que os portugueses já pediram, só até outubro, mais de 25 mil milhões de euros em crédito para compra de automóvel. Os dados foram divulgados, na passada semana, pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), que dá conta de que, ao todo, foram vendidos Segundo o estudo da ACP, no nosso país, 90% 266.386 automóveis novos no ano passado, o que dos adultos com mais de 18 anos tem carta de corresponde a um aumento homólogo de 7,7%. condução e pelo menos um veículo no seu agreO maior aumento verificou-se na categoria de veígado familiar. culos pesados, onde as vendas alcançaram as 5.732 O documento refere ainda que apenas 10% unidades no ano passado, mais 10,7% do que em dos condutores portugueses usa transportes pú2016. Já na categoria de ligeiros de passageiros, venblicos nas deslocações casa-trabalho-casa, enderam-se 222.134 unidades, um aumento de 7,1%, enquanto aumenta o número das famílias com quanto as vendas de comerciais ligeiros aumentaram quatro ou mais automóveis, que atinge já 11% do em 10,4%, para um total de 38.520 unidades. total, diz ainda o estudo do Automóvel Clube de Já quanto às perspetivas para 2018, a ACAP asPortugal. “Ao contrário do que alguns fundamensume que são positvas, lembrando que o setor autotalistas querem fazer crer, o automóvel não vai móvel acaba por ser um barómetro da economia. acabar e é utilizado cada vez mais por falta de al“Este crescimento do mercado automóvel deve-se, ternativa", afirmou aos jornalistas o presidente muito, também ao comportamento positivo da econodo ACP, Carlos Barbosa, na apresentação do primia portuguesa em 2017. E, como tudo indica que o meiro estudo realizado pelo Observatório ACP. crescimento económico se mantenha em 2018, tal Para o ACP, é preciso aumentar o número de como a descida da taxa de desemprego, o que traz, corredores 'bus' nas cidades e a construção de sempre, mais confiança, as expectativas são para que parques de estacionamento fora das cidades as vendas de automóveis no próximo ano se situem para se encorajar o uso de transportes públicos em valores semelhantes ou, até, ligeiramente inferiodentro da malha urbana. res”, diz Hélder Pedro. O secretário-geral da ACAP
Famílias têm cada vez mais carros
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Como comprar e escolher um carro
Pense no que pretende: antes de iniciar o processo de compra deverá analisar alguns pontos, nomeadamente quanto é que pode gastar e que tipo de viatura melhor se ajusta às necessidades da vida diária, qual o modelo de financiamento/aquisição que melhor se adequa à sua realidade. Determine um montante realista que esteja disposto a gastar na compra do carro. Esse montante deverá refletir as suas verdadeiras possibilidades financeiras, e deverá sempre evitar ultrapassá-lo, de modo a mais tarde não se vir a arrepender. Nunca coloque os seus sonhos à frente da sua estabilidade financeira
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Novo ou usado: para começar um automóvel novo traz mais segurança pois o risco de problemas é menor. Afinal é um carro que nunca foi usado. Antes de comprar um carro faça as contas. Apesar de gastar menos dinheiro num carro usado, a manutenção pode fazer, no futuro, subir esse valor de forma considerável. Sabemos também que o carro novo, a partir do momento em que é feita a matrícula o seu valor começa a baixar. Para evitar surpresas no futuro, escolha um carro usado com garantia. Por isso, a decisão será sempre muito pessoal. Pesquisa: o primeiro passo é pesquisar bem o carro que melhor se adequa às suas necessidades. Visite vários stands e peça informações sobre as características do automóvel e qual o método de pagamento. Deverá também recorrer a vários sites de venda de automóveis. Tente também encontrar informações, em publicações credíveis, sobre quais os melhores modelos e os que causam menos problemas a médio prazo. A opinião de amigos e familiares também pode ajudar para saber as qualidades e defeitos das diferentes marcas e modelos. Decisão: tal como qualquer compra, por vezes os consumidores são levados pelo lado emocional esquecendo o lado mais racional. Rejeite o carro se tiver qualquer tipo de dúvida. Se tiver muitas duvidas peça uns dias para pensar. Nunca tome esta decisão impulsivamente. Leve ajuda: se já escolheu o carro e só lhe falta fazer o ‘test-drive’ leve alguém consigo que perceba de mecânica. Desta forma terá acesso a uma opinião de alguém de confiança. No caso dos carros usados, pode ser importante recorrer a algumas oficinas que fazem um exame a carros usados. Documentação do carro: antes de dar qualquer tipo de sinalização verifique se o automóvel tem todos os documentos em ordem. No caso de um carro usado, isso é fundamental. Verifique o registo de propriedade ou o livrete. Confirme também se o número do chassis e do motor é igual ao que consta no documento e se existe uma reserva no registo de propriedade a favor da entidade de crédito, uma vez que para a remover poderá ter um custo adicional. Convém que também tenha acesso ao livro de revisões, aos códigos de segurança e antirroubo, ao livro de instruções do carro, ao certificado de inspeção e ao comprovativo do pagamento do imposto do selo. Confirme a garantia do automóvel: se está a pensar em comprar o automóvel a um particular fique a saber que não existe obrigatoriedade da garantia. No entanto, o carro poderá ter a garantia do fabricante e, neste caso, há que confirmar se esta se encontra válida. Se adquirir o automóvel num ‘stand’ de usados terá direito a uma garantia de dois anos (ou no mínimo de um ano, caso haja acordo entre o comprador e o vendedor). Peça sempre por escrito os termos da garantia, como o prazo e as coberturas compreendidas bem como, as obrigações do comprador. http:www.saldopositivo.cgd.pt
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Selo da inspeção no para-brisas do carro é obrigatório? Afixar o selo destacável da inspeção no para-brisas faz parte dos hábitos dos portugueses, mas só foi obrigatório até 2012. Devido às alterações ao regime de inspeções técnicas de veículos é a ficha de inspeção do veículo que serve de comprovativo. Se não cumprir a inspeção obrigatória ou se for mandado parar e não tiver consigo a ficha de inspeção, arriscase a pagar uma coima entre 60 a 300 euros. Neste último caso, o condutor tem oito dias para apresentar a ficha à autoridade indicada pelo agente de fiscalização, se quiser que a coima aplicável fique entre os 30 a 150 euros. A inspeção técnica periódica do veículo é obrigatória e serve para verificar as condições de segurança dos veículos em circulação, para garantir a segurança de todos os utilizadores das estradas. No caso dos ligeiros de passageiros, a primeira inspeção ocorre quando o automóvel atinge os 4 anos. A partir daí tem de ser feita a cada 2 anos até o carro completar 8 anos, altura em que passa a ser anual. Todos os veículos devem ir à inspeção até ao dia e mês do registo da matrícula. O máximo de antecedência possível são três meses. Fonte: www.deco.pt pub
Rent-a-car está a crescer O negócio do rent-a-car está a crescer em Portugal. No ano passado, as empresas de rent-a-car adquiriram um total de 53.089 veículos ligeiros de passageiros e 4.343 ligeiros de mercadorias, o que traduz crescimento de 23,8% e 11,2%, respetivamente, informou a Associação dos Industriais de Aluguer de Automóveis sem Condutor (ARAC). “O Turismo é atualmente o maior mercado das empresas de rent-a-car representando cerca de 60% do seu volume de negócios. A atividade de aluguer de viaturas em regime de curta duração constituiu uma importante componente da economia nacional”, lê-se ainda no comunicado da ARAC, que representa 96% das empresas de aluguer de curta duração a operar de forma legal em Portugal Refira-se que o rent-a-car continua a afirmar-se de forma clara como o maior comprador de veículos automóveis em Portugal”, aponta a associação em nota à imprensa, sublinhando que, em dezembro, o total de aquisições de ligeiros de passageiros atingiu as 3.047 unidades, menos 878 veículos que em igual mês do ano anterior. Já o crescimento da frota disponível para aluguer que foi de cerca de 10%, cifrando-se em 88 mil veículos ligeiros de passageiros e 5 mil ligeiros de mercadorias (frota de pico), acrescenta a associação.
As marcas e modelos que vendem mais Em 2017, pelo 20.º ano consecutivo, a Renault foi a marca que mais automóveis vendeu em Portugal. O ranking foi dado a conhecer logo no início do ano, sendo que agora também já se sabe quais foram os modelos preferidos dos portugueses. A marca francesa também ocupa o primeiro lugar, com o Clio a renovar o estatuto de modelo automóvel mais vendido em Portugal. Foram comercializados 12.743 Renault Clio, o que representa um peso de quase 6%, mostram os dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal solicitados pelo Negócios. Nas duas posições seguintes também não houve mexida no ranking, sendo que a Renault consegue colocar mais um modelo no pódio. A preferência dos portugueses por marcas francesas é notória, já que, entre os 10 modelos mais vendidos, cinco são de origem gaulesa. A ascensão mais notória pertence contudo a uma marca nipónica, já que o Nissan Qashqai surge em quarto lugar (era sétimo em 2016), após um aumento das vendas de 21% no ano passado. Em sentido inverso estão duas marcas da Volkswagen, com o Golf a passar da 4.ª para a 6.ª posição e o Polo do 6.º para o 8.º lugar. Entre os modelos que mais aumentaram as vendas no ano passado, destaca-se a Dacia Sandero (41%) e o Fiat Tipo, que mais do que duplicou as vendas. Seat Ibiza, BMW Serie 2 e Ford Fiesta protagonizaram as maiores quedas. No que respeita a nível mundial, o Toyota Corolla, a pickup Ford Série F, o Volkswagen Golf e o Honda Civic foram, por esta ordem, os quatro modelos de automóveis mais vendidos no mundo, durante o ano passado.
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Sistema eCall obrigatório a partir de 1 de abril O sistema eCall tem de estar obrigatoriamente instalado em todos os novos modelos de veículos ligeiros de passageiros e comerciais à venda na União Europeia a partir de 31 de março de 2018. Estes sistemas contam com chamada de urgência e assistência geolocalizada, que permitem o envio imediato dos serviços de emergência ou de assistência técnica para o local onde tenha ocorrido um acidente, ou um incidente mecânico, ganhando um tempo que pode ser crítico nos casos mais dramáticos. Em Portugal os centros operacionais na-
cionais do 112 já estão prontos desde novembro do ano passado para receber chamadas eCall. De acordo com os dados geridos por, a presença do eCall em todo o parque automóvel poderia reduzir em 10% as vítimas mortais envolvidas em acidentes de trânsito. Esta mesma norma garante a privacidade dos dados dos utilizadores deste serviço, sendo apenas transmitidos em caso de acidente ou problema técnico, os dados essenciais para localizar e identificar o veículo e informação do número de ocupantes.
Os sistemas eCall ativam-se em caso de indisposição do condutor, acidente ou avaria mecânica. Ao ativar o botão “SOS”, o veículo é de imediato colocado eletronicamente em contato com uma plataforma de assistência, onde um operador telefónico fala com o condutor e, levando em conta dados como a localização da viatura e a gravidade dos feridos, ele avisa imediatamente os serviços de emergência competentes. A chamada de urgência também é ativada de forma automática se os airbags dispararem. Caso não haja resposta por parte dos ocupantes do veículo, a plata-
forma de assistência alerta de imediato os serviços de urgência (112). Em caso de avaria, pode recorrer-se à chamada de assistência localizada. Funciona de um modo similar ao da chamada de emergência, ativando-se através de um botão com o logótipo da marca. Neste caso é enviada aos serviços de assistência mecânica uma mensagem com a localização via GPS do veículo, podendo-se reparar a viatura no local ou levá-la ao reparador oficial mais próximo. Fonte: www.sapo.pt pub
Seguro: obrigatório
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Quem possui carro tem, obrigatoriamente, de contratar um seguro automóvel. A sua companhia de seguros deve informá-lo de forma clara sobre as coberturas contratadas, limites de cobertura do capital, o que fazer em caso de sinistro, valor do prémio e formas de pagamento, assim como de todos os pormenores inerentes ao seguro.
Que coberturas possui? Ao contratar um seguro, informe a sua seguradora sobre os riscos que pretende segurar e tome conhecimento das coberturas abrangidas, principais exclusões e restrições. O que cobre o seguro automóvel obrigatório? Segundo o Instituto de Seguros de Portugal, o seguro obrigatório de automóvel assegura o pagamento de indemnizações por danos corporais e materiais causados a terceiros e às pessoas transportadas, com exceção do condutor do veículo. O seu seguro cobre tudo? Ao contrário do que habitualmente dizemos, este tipo de seguros não é contra todos os riscos, pois na realidade não existe nenhum seguro automóvel que cubra todos os riscos. Os seguros de danos próprios cobrem os danos sofridos pelo veículo seguro, mesmo que o condutor tenha sido responsável pelo sinistro. Franquia? Não se esqueça de verificar os valores da franquia, ou seja, a importância que fica a seu cargo em caso de sinistro. A franquia permite de facto reduzir o prémio do seguro, mas por outro lado, pode aumentar os custos de reparação dos danos para o tomador do seguro, em caso de sinistro. Declaração Amigável de Acidente Automóvel (DAAA) É um formulário que se preenche em caso de acidente automóvel, como meio de o participar à companhia de seguros. É conveniente que a declaração seja preenchida no local do acidente e pouco tempo depois deste ter ocorrido. O preenchimento da DAAA não implica o reconhecimento do segurado como culpado. Todavia, é uma forma de facilitar a regularização do sinistro por parte da seguradora, tornando mais célere o processo. O que fazer em caso de sinistro? O segurado deve obter, no local, os elementos de identificação dos condutores, das matrículas das viaturas, do nome da seguradora, do número da apólice e ainda os contactos das testemunhas que
assistiram ao acidente. De seguida, o tomador do seguro, se entrar em acordo com os restantes condutores, deve preencher com eles a mesma declaração amigável e cada um ficar com um exemplar para entregarem ao seu segurador. Caso o acordo não seja possível, cada condutor deve preencher o seu próprio formulário e entregar à companhia de seguros. Sempre que seja possível, devem ser anexadas fotografias dos danos e do local do acidente. A presença da polícia poderá ser solicitada, quando existe pleno desacordo entre as partes envolvidas e quando existem danos pessoais. Prazos de pagamento do prémio Tenha em conta que se não pagar o prémio do seguro dentro dos prazos que constam na fatura/recibo, a seguradora cessará o contrato e terá de celebrar um novo.
O que é a carta verde e para que serve? A carta verde é um documento que, habitualmente, vem anexado ao certificado de apólice de seguro. Na União Europeia e noutros países aderentes a este sistema, a carta verde substitui o certificado de apólice de seguro. É uma garantia de cobertura mínima obrigatória de responsabilidade civil em caso de acidente no estrangeiro. Este sistema foi criado em 1953, pela Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas. A União Europeia definiu posteriormente a estrutura de aplicação do sistema nos países membros com o objetivo de construir um Mercado Único de Segurança Automóvel. Assim, foram estabelecidos direitos e obrigações, nomeadamente a livre circulação de veículos na União Europeia. Assim, todos os veículos têm de ter um seguro automóvel com cobertura mínima de responsabilidade civil; proteção das vítimas (condutor e passageiros) em situações de sinistralidade, ainda que provocadas por um veículo sem seguro ou não identificado; proteção e indemnização das vítimas de acidente num outro Estado Membro que não o seu ou num país extra comunitário, mas que seja membro do sistema.
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