Opinião Especial - 1345

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Manuel Paiva, presidente da Liga Futsal de Famalicão

“O futsal é uma importante ferramenta para a formação social e desportiva das crianças” O título europeu conquistado pela seleção de futsal masculino foi a mais recente proeza do desporto português. A épica vitória frente à Espanha foi considerada, de forma unânime, como corolário do crescimento sustentado da modalidade em Portugal nos últimos anos. O trabalho realizado junto de crianças e jovens conferiu uma dimensão assinalável ao futsal, que já é, por estes dias, o segundo desporto com maior número de praticantes em Portugal, apenas superado pelo futebol. A criação de competições muitas delas com uma componente bem mais lúdica - foi um importante impulso para cativar maior interesse junto das crianças. Em Famalicão, se o futsal já era prática comum entre os graúdos, também passou a sêlo, de forma mais vincada, entre os miúdos a partir de 2008. O nascimento da Liga Futsal de Famalicão (LFF) revelou-se fundamental para criar uma envolvência notável do concelho em redor do futsal, fazendo com que figuras como Ricardinho ou Cardinal já sejam idolatrados por crianças e adolescentes. Num ano em que cumpre o 10.º aniversário, a LFF mantémse ativa na promoção da modalidade. A associação tem a seu cabo a organização de competições para os escalões de Minis, Pré-Escolas, Escolas, Infantis e Iniciados, nas quais participam 12 associações. Em atividade

estão perto de 500 atletas, que, domingo após domingo, entram em campo com o firme propósito de vencerem os jogos mas, sobretudo, divertirem-se. “O futsal é uma importante ferramenta para a formação social e desportiva das crianças, pois aprendem a cumprir regras e a interagir com outros miúdos”, sustenta Manuel Paiva, presidente e um dos fundadores da LFF. Ligado à modalidade há muitos anos, o representante máximo da associação frisa que o ingresso no futsal em idades tão precoces pode ter mais benefícios do que uma eventual passagem pelo futebol: “nos escalões inferiores, o mais importante é os miúdos estarem em permanente contacto com a bola e isso é potenciado no futsal”. Manuel Paiva aponta mesmo o exemplo do Brasil para lembrar que o futsal pode ser encarado como uma boa porta de entrada dos jogadores para o futebol. “Considero que pode existir um seguimento entre futsal e futebol e, nesse sentido, as equipas de futebol podem aproveitar o trabalho efetuado no futsal”. Logística a quanto não obrigas A LFF soube acompanhar o crescimento do futsal e já colhe, por isso, muitos elogios por parte das equipas participantes na competição. A homologação dos campeonatos, através de um protocolo celebrado com a Câmara Municipal de Famalicão,

a Associação de Futebol de Braga e a Federação Portuguesa de Futebol, foi o capítulo mais recente de uma história de que os responsáveis da LFF se

podem orgulhar. A máquina começou a trabalhar há dez anos e parece estar devidamente oleada. “A logística é muito simples, pois já

está tudo automatizado. As associações têm a tarefa de organizar uma jornada e tudo corre às mil maravilhas”, rejubila Manuel Paiva. Domingo é dia de jogo na LFF e sinónimo de romaria aos pavilhões nos quais se jogam os encontros do campeonato. “As partidas têm sempre uma assinalável moldura humana. Os familiares dos atletas criam uma envolvência muito interessante e indispensável nestas idades”. Entre o grupo de 12 associações, apenas o Grupo Cultural e Recreativo de Alvarelhos não pertence ao concelho de Famalicão. Apesar de a organização não ter “a pretensão de crescer desalmadamente”, Manuel Paiva admite que a competição se poderá alargar a mais equipas do concelho de Trofa. No entanto, alerta, existem ainda arestas por limar. “Poderemos fazê-lo desde que a autarquia trofense esteja disposta a colaborar, tal como faz a Câmara de Famalicão, nomeadamente com a cedência de pavilhões, na atribuição de subsídios financeiros e no pagamento de exames médicos dos jogadores”, ressalva o dirigente. Enquanto isso não se efetiva, a LFF olha para o futuro com otimismo e, simultaneamente, pragmatismo. Manuel Paiva reitera a intenção de manter “uma competição forte”, composta por “um número racional de equipas, de modo a que não se perca a atual organização da liga”. pub


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