Comer carne? Sim, com moderação! Muito se tem falado, nos últimos anos, sobre o consumo de carne. A Organização Mundial de Saúde (OMS) trouxe, há algum tempo, toda uma nova perspetiva sobre as carnes, particularmente as salsichas, bacon e chouriço. Estas carnes processadas, bem como a carne vermelha, passaram a estar na lista dos produtos potencialmente cancerígenos, associados sobretudo ao cancro do colo-retal. Porém, estas recomendações já eram conhecidas anteriormente. Justamente, após várias notícias sobre os efeitos do consumo de carne processada, a Direção-Geral da Saúde (DGS) tem vindo a esclarecer a população. De acordo com a evidência científica, os cidadãos podem reduzir o risco de cancro se adotarem comportamentos saudáveis de alimentação e atividade fí-
sica. Assim, pelo menos um terço dos tipos mais comuns de cancro pode ser prevenido através, desde logo, pela cessação do consumo de tabaco, redução do consumo de álcool, adoção de uma alimentação saudável e prática regular de exercício físico. A eficácia destas medidas será tanto maior quanto mais precocemente se inicie, preferencialmente logo na infância. Estas medidas estão inscritas no Código Europeu Contra o Cancro. São recomendações que os cidadãos podem tomar individualmente, contribuindo, assim, para a prevenção do cancro. Já no que à carne diz respeito, e tendo em conta a evidência científica reunida recentemente pela OMS e a Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro, devemos reduzir o consumo de carne processada (enchi-
dos, carne de fumeiro, chouriços, salsichas, carne enlatada). Na prática, o consumo destes alimentos deve ser feito em momentos ocasionais e não frequentemente. Podemos também diminuir, por precaução, o consumo de carne vermelha (vaca, porco, cabrito, outros) para valores até 500 gramas por semana. Porém, a dose acima da qual existe risco comprovado ainda não está totalmente esclarecida. De acordo com a Direção-Geral da Saúde, a carne continua a ser considerada um alimento relevante para ser incluído moderadamente na dieta humana e numa alimentação diversificada pelo seu elevado valor proteico, vitamínico e mineral. Se gostar de carne, não prescinda dela, mas consuma-a, como todos os outros alimentos, mode-
radamente. Também a Associação Portuguesa dos Nutricionistas recomenda o consumo diário alimentos que nos protegem contra o cancro como as frutas, vegetais, cereais completos (obtidos a partir de farinhas menos refinadas, os mais escuros, ou mesmo integrais) e leguminosas (feijão, grão de bico, lentilhas). A carne proporciona uma série de benefícios ao organismo e o que importa é variar a nossa alimentação e eleger, preferencialmente, carnes sem gordura aparente. Quanto à confeção, o melhor é utilizar sempre a menor quantidade de gordura possível, dando preferência ao azeite, que tolera temperaturas elevadas (cerca de 180 °c) sem se degradar.
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