Edição 1455

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Ano 28 | Nº 1455| De 26 de março a 1 de Abril de 2020| Diretor: João Fernandes | Gratuito | www.opiniaopublica.pt pub

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O apoio será atribuído através de transferência bancária

Câmara atribui 267 bolsas de estudo ao ensino superior

p. 11

COVID 19 PROVOCA PRIMEIRAS VÍTIMAS MORTAIS E 48 INFETADOS EM FAMALICÃO Câmara toma medidas de apoio às empresas e cancela Festas Antoninas Drama vivido em lar de Cavalões durante o fim de semana CHMA já instalou urgência suplementar no Hospital de Famalicão (na foto) Centros de saúde têm 70 profissionais ausentes e reestruturam atendimento e horários

Obras Câmara avança com construção do Centro de Recolha Animal p. 5 Pedome

Marido asfixia mulher até à morte em Fradelos p. 7

Condutora condenada por morte de passageiro em acidente na VIM

p. 7

Câmara promove aulas de atividade física online

p. 4

Estado de Emergência o que mudou?

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opiniãopública: 26 de março de 2020

CIDADE

Homem detido em flagrante por violência doméstica A GNR de Famalicão deteve, no passado dia 20 de março, um homem de 39 anos, pelo crime de violência doméstica, no concelho de Famalicão. Na sequência de uma denúncia de desacatos entre um casal numa residência, os militares deslocaram-se ao local onde apuraram que o agressor tentava arrombar a porta do quarto onde se encontrava a sua esposa, de 34 anos, e os três filhos com idades compreendidas entre os 4 e os 9 anos. “O suspeito, enquanto tentava entrar no quarto, ameaçava de morte as vítimas, tendo sido de imediato detido”, explica o comando distrital da GNR, em comunicado. O homem foi presente ao Tribunal Judicial de Famalicão, para aplicação de medidas de coação.

Dois assaltos à padaria Desejos em dois dias Dois estabelecimentos da padaria e pastelaria Desejos, localizados na cidade de Famalicão, foram assaltados esta semana, em dois dias consecutivos. O primeiro assalto aconteceu na noite de domingo para segunda-feira, na padaria localizada junto à Praceta Cupertino de Miranda, em pleno centro da cidade. Os larápios partiram o vidro da porta de entrada do estabelecimento e, já no interior, arrombaram a máquina do tabaco. Segundo o OPINIÃO PÚBLICA conseguiu apurar, os assaltantes acabaram por não furtar nada, já que não conseguiram aceder ao dinheiro da máquina do tabaco. O alerta foi dado pelas funcionárias, quando chegaram para trabalhar, na segunda-feira, por volta das 7 horas, e depararam-se com a porta de entrada arrombada e os vidros partidos. Depois, na madrugada seguinte, de segunda para terça-feira, foi a padaria/pastelaria da Desejos na Avenida 25 de Abril a ser alvo de um assalto. Mais uma vez, os ladrões partiram os vidros do estabelecimento e entraram no interior. Até ao momento, não se sabe qual foi o material furtado.

Oferece consultas à distância

Clínica Oldcare disponibiliza apoio psicológico gratuito Os medos em relação à Covid-19, o isolamento social, a abrupta suspensão de rotinas e mudança de hábitos e a insegurança em relação ao futuro são aspetos que contribuem para aumentar a ansiedade e o stresse. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta para a necessidade de cuidar da saúde mental durante a pandemia. A pensar nisso, a Clínica Oldcare, localizada na Rua Ernesto Carvalho, em Famalicão, decidiu realizar atendimento psicológico, à distância, gratuitamente. As pessoas que desejam usufruir do serviço devem entrar em contacto com a Oldcare através do email famalicao@oldcare.pt, do telemóvel 919394371 ou das redes sociais Facebook e Instagram. “O serviço de apoio psicológico gratuito está a alcançar cada vez mais pessoas e a chegar mais longe. Hoje recebemos o contacto de uma estudante universitária portuguesa que está em Itália, na região da Lombardia. É gratificante podermos ajudar nesses tempos difíceis que vivemos em Portugal e no mundo.”,

FICHA TÉCNICA

CONSELHO EDITORIAL: Alexandrino Cosme, António Cândido Oliveira, António Jorge Pinto Couto, Artur Sá da Costa, Cristina Azevedo, Feliz Manuel Pereira, João Fernandes, Manuel Afonso e Almeida Pinto. ESTATUTO EDITORIAL: disponível em www.opiniaopublica.pt

DIRETOR: João Fernandes (CIEJ TE-95) jfernandes@opiniaopublica.pt

refere Susana Dias, diretora da Oldcare. Susana Dias salienta que desde o início do surto de Covid-19 em Portugal, a clínica está a disponibilizar nas redes sociais vídeos, imagens e textos com informações para a população sobre o novo coronavírus (prevenção, sintomas, etc.). Agora, com o isolamento social, a Oldcare está a intensificar o apoio aos famalicenses através das redes sociais. “Lançamos agora o apoio psicológico, mas já estamos a preparar formas de apoio noutras áreas. A equipa de fisioterapia, por exemplo, está a preparar aulas virtuais para a orientar a prática de atividade física como forma de prevenir perda de massa muscular e potenciais outros problemas causados pelo período de isolamento social”, sublinha Susana Dias. As instalações físicas da Oldcare estão temporariamente encerradas por causa do surto de Covid-19, mas as equipas de enfermagem, fisioterapia e gerontologia continuam a trabalhar, realizando cuidados domiciliários.

Este ano não haverá cerimónia de entrega e o apoio será feito através de transferência bancária

Câmara de Famalicão atribui 267 bolsas de estudo ao ensino superior Carla Alexandra Soares que criou condições para que tivessem o apoio mereA Câmara Municipal de Fa- cido”. malicão vai atribuir este ano Paulo Cunha lembrou 267 bolsas de estudo aos jo- ainda que as bolsas de esvens famalicenses que fre- tudo é uma das medidas de quentam o ensino superior, apoio social do município o que representa um esforço de Famalicão, à qual se junfinanceiro municipal no valor tam muitas outras. “São rede 167 mil euros. Os apoios taguardas sociais eficazes atribuídos oscilam entre os que asseguram condições 1100 euros e os 500 euros. às pessoas que estão em siA proposta para a atribui- tuação desfavorecida e que ção deste apoio ao ensino precisam de apoio para os superior foi aprovada, na seus projetos de vida. passada quinta-feira, em Desde a creche até aos sereunião do executivo munici- niores, temos muitos mopal. mentos de apoio”, referiu No final da reunião, aos sublinhando que “a bolsa jornalistas, Paulo Cunha, de estudo é um momento presidente da autarquia, su- crucial porque é o momento blinhava a importância de afirmação dos jovens fadeste apoio municipal, que malicenses e queremos “é um apoio absolutamente muito que as circunstâncias vital para que estes jovens financeiras e socio económipossam concluir os seus per- cas que cada familiar vive cursos educativos e sejam não impeçam os jovens de bem-sucedidos do ponto de prosseguir os seus objetivos vista do seu plano de estu- e concretizar os seus sodos, para que mais tarde nhos”. percebam que o território Este ano há uma ligeira onde nasceram, foi solidário redução no número de jocom eles, não se esqueceu e vens que vão receber a

bolsa da autarquia famalicense, o que neste caso sublinhou o edil - são boas notícias. “Baixamos de 288 para 267 o número de apoios. É também sinal de uma recuperação económica e financeira que estamos a viver. Portanto é de saudar esta redução, que resulta tão só do que podemos chamar de alívio das condições socioeconómicas e não duma retração do município”. Este ano, devido às medidas de contenção do novo coronavírus não haverá cerimónia de entrega das bolsas de estudo aos jovens. O apoio será atribuído através de transferência bancária. Informa-se ainda que na sequência do Plano de Contingência do município, a Casa da Juventude se encontra encerrada ao público, sendo que o atendimento é realizado via telefone, de segunda a sexta, no horário 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00.

Arquivo

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Este ano não haverá cerimónia de entrega de bolsas aos estudantes universitários

CHEFE DE REDACÇÃO: Cristina Azevedo (CPJ 5611) cristina@opiniaopublica.pt

REDACÇÃO: informacao@opiniaopublica.pt Carla Alexandra Soares (CICR-248), Cristina Azevedo (CPJ 5611).

DESPORTO: Jorge Humberto, José Clemente (CNID 297) e Pedro Silva (CICR-220).

GRAFISMO: Carla Alexandra Soares e Pedro Silva.

OPINIÃO: Adelino Mota, Barbosa da Silva, Domingos Peixoto, Gouveia Ferreira, J. Mário Teixeira, José Luís Araújo, Sílvio Sousa, Vítor Pereira. GERÊNCIA: João Fernandes

CAPITAL SOCIAL: 350.000,00 Euros.

DETENTORES DE MAIS DE 5% DO CAPITAL António Jorge Pinto Couto

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TIRAGEM DESTE NÚMERO: 20.000 exemplares, nº 1455


opiniãopública: 26 de março de 2020

CIDADE

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Infeções por Covid 19 aumentam no concelho

Famalicão já regista 48 casos positivos e quatro mortos Cristina Azevedo ternamento e quantos estarão a recuperar em casa, nem o grau de No concelho de Famalicão esta- gravidade dos mesmos. Este número de infetados é vam confirmados, até ao fecho desta edição (quarta-feira), 48 muito superior ao divulgado no úlcasos de infeção pelo novo coro- timo boletim epidemiológico da navírus, o Covid 19. Havia ainda 44 Direção Geral da Saúde (DGS) pupessoas suspeitas a aguardar os blicado ontem, quarta-feira, que resultados das análises e 247 pes- reportava apenas 14 casos confirsoas em vigilância ativa. Alguns mados no concelho de Famalicão, jornais afirmavam que haveria já embora com a salvaguarda de que quatro vítimas mortais em Famali- a informação reportada é relativa cão, mas esta foi uma informação a apenas 54% dos casos. Esta situação já motivou a inque não conseguimos confirmar. Os números foram adiantados dignação do presidente da Câao OPINIÃO PÚBLICA por fonte pró- mara de Famalicão, Paulo Cunha, xima da ARS Norte, que não que na sua conta no twiter escresoube, porém, adiantar quantos veu “Macelo Rebelo de Sousa gadeste 48 infetados estarão em in- rantiu aos portugueses que a

verdade iria sempre prevalecer, ainda que os números da pandemia pudessem assustar, mas a mentira continua”. Contatado pelo OP, o edil reiterou essas acusações. “O que pressinto, a nível nacional, é que há uma grande mentira em torno do número de infetados”, afirma Paulo Cunha que não percebe como é que a informação é só relativa a 54% dos casos e não a 100%. “Mas, mesmo admitindo que os 14 casos dizem respeito apenas a 54%, isso significaria que em Famalicão seriam 25 ou 26. Mas até esta conta está errada, porque a informação que recebi hoje [quarta-feira], enquanto

Aumento da capacidade avança no Hospital

CHMA já avançou com a instalação da Urgência suplementar O Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) tem neste momento em curso a instalação de uma extensão do Serviço da Urgência Médico Cirúrgica do Hospital de Famalicão, uma possibilidade que já tinha sido avançada ao OPINIÃO PÚBLICA, a semana passada, pelo presidente do Conselho de Administração do CHMA, António Barbosa, e que agora se concretiza. Esta urgência suplementar está a ser instalada no Edifício da Consulta Externa. “Esta medida surge na sequência das medidas de preparação para melhor enfrentarmos o atual período de crise”, explica a administração do CHMA, em nota à imprensa, adiantando ainda que “estão a decorrer reorganizações profundas dos serviços de urgência e de internamento nas duas unidades hospitalares, quer em Famalicão, quer em Santo Tirso”. Assim, além da urgência suplementar, no Hospital de Famalicão o internamento de Cirurgia Geral, no Piso 2, passará a acolher todos os doentes cirúrgicos (Cirurgia Geral, Ortopedia, Ginecologia e ORL). O Bloco de Partos e Urgência Obstétrica será mudada para os Quartos Particulares (Piso 1). Já o in-

ternamento de Obstetrícia passará para o antigo internamento de Cirurgia Mulheres, no Piso 2. Na Unidade de Santo Tirso, foi decidido a transferência das consultas de Saúde Mental para as instalações da Clínica da Mulher e da Criança; transferência das colheitas de sangue para a Consulta Externa; a criação de uma extensão do Serviço de Urgência Básica no edifício da Consulta Externa de Saúde Mental; e a instalação de mais 16 camas no Internamento Polivalente. Entretanto, com o objetivo de evitar deslocações desnecessárias ao hospital, o Serviço de Pediatria disponibiliza uma linha telefónica para esclarecimento e orientação de todas as dúvidas relacionadas com a população pediátrica. Para isso, existe um pediatra de permanência, à distância de uma chamada para o 252089168, entre as 9h00 e as 20h00. O CHMA está ainda a operacionalizar um sistema de prestação de informações pelo telefone ao familiar próximo do doente internado, evitando assim a deslocação ao hospital.

presidente de Câmara, do Comando Distrital de Proteção Civil, diz que Famalicão tem 48 casos. Afinal em que é que ficamos?”, questiona. Por isso, diz que “é com convicção, mas também com lamento”, que afirma que “o Governo português está a mentir aos portugueses quando afirma o número diário de infetados. Aliás, o autarca vai ainda mais longe e diz que o Governo “mente também quanto ao número de equipamentos suficientes para os profissionais de saúde, os bombeiros e as forças de segurança”. Já sobre as quatro vítimas mortais, Paulo Cunha disse não ter co-

nhecimento dessa situação. Uma coisa parece certa, este aumento dos casos em Famalicão estará relacionado com os casos registados, a semana passada, em Outiz e Cavalões, sendo que dos 48 infetados 18 são utentes do Lar Residencial Pratinha (ver notícia página 6) Questionado sobre se as autoridades de saúde deveriam ter agido de uma forma mais célere neste caso e tomado medidas preventivas, o edil famalicense disse s que está a aguardar “por informações oficiais acerca do resultado das análises feitas aos utentes e aos colaboradores para produzir uma declaração”.

Consultas programadas canceladas e algumas extensões encerradas

Unidades de saúde readaptam horário e funcionamento ao Covid 19 Cristina Azevedo O ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) de Famalicão alterou os horários de atendimento e o funcionamento das unidades de saúde de cuidados primários no concelho, face ao surto do Covid-19, tendo também desmarcado as consultas programadas. Das 15 unidades de saúde existentes no concelho, quatro Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), antigos centros de saúde, estão encerradas provisoriamente. É o caso de Gondifelos, Ruivães, S. Cosme e Fradelos, cujos os utentes passam a ser atendidos noutras unidades mais próximas. Apenas a UCSP de Lousado permanece aberta. Já as Unidades de Saúde Familiar (USF) estão todas em funcionamento. O ACES procedeu também à desmarcação das consultas programadas, para “evitar concentração de pessoas nas unidades”, justificou ao OPINIÃO PÚBLICA, fonte daquela estrutura que gere a rede de cuidados primários no concelho. Permanece o atendimento a situações agudas ou urgentes e os tratamentos de enfermagem, o atendimento a grávidas e a crianças menores de 12 anos, bem como a renovação de baixas e medicação crónica. As extensões de saúde estão também a proceder ao

atendimento e diagnóstico de potenciais doentes com infeção por Covid 19, que são atendidos em espaços diferentes. Para já o atendimento aos casos suspeitos de infeção pelo novo coronavírus estão a ser realizados em todas as unidades, mas o ACES equaciona centralizar este atendimento apenas nas USF de Famalicão, Ribeirão e Delães, face ao aumento do número de casos. Em nota à imprensa, o ACES lembra que tem alguns profissionais ausentes por diversas razões, a que acrescerá o número de infetados, segundo as previsões, sendo essa a razão para alterar o atendimento aos utentes. Ao que o OPINIÃO PÚBLICA conseguiu apurar, no início desta

semana o ACES tinha 70 funcionários ausentes, entre médicos, enfermeiros e pessoal administrativo, por motivos que se prendem, essencialmente com baixas médicas, apoio aos filhos e quarentena devido ao Covid 19. Nesse sentido, a direção do ACES apela aos utentes para que respeitem a desmarcação das consultas não urgentes e programadas e que não se dirijam às unidades para tentar ser atendido. Apela ainda àqueles que suspeitem ter sintomas de Covid 19 ou de estar infetados para que liguem sempre para a linha Saúde 24 (808242424) antes de se dirigir ao seu centro de saúde.


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CIDADE

opiniãopública: 26 de março de 2020 pub

Passam por informar empresários via email e criação de linha de apoio

Câmara Municipal toma medidas de apoio às empresas Carla Alexandra Soares Socialista. As empresas de Famalicão, tal como se A Câmara Municipal já tomou medidas para sente a nível nacional, demonstram diversos ajudar empresários famalicenses durante a receios sobre a sua sustentabilidade no fucrise provocada pelo Covid-19. A autarquia turo e, tal como sublinhou Augusto Lima, a famalicense, através do Gabinete Made In, maioria delas continua a laboral nestes temcriou uma linha de apoio e está a enviar um pos de emergência nacional. Mesmo assim, info-mail a todas as empresas famalicenses. e para salvaguardar a saúde dos trabalhaO objetivo é informar os empresários dores, tomaram medidas que passaram, sosobre as medidas entretanto anunciados bretudo, pela rotatividade das equipas. pelos ministros das Finanças e Economia de “Essa medida está a ser muito comum, mas apoio neste tempo de crise. Recordo que o até indicações em contrário, temos a inforGoverno anunciou um conjunto de linhas de mação que as empresas do concelho vão crédito no valor de 3.000 milhões de euros continua a laborar”. destinadas aos setores mais atingidos pela Covid 19: PS apresenta propostas pandemia em Portugal. Também o PS apresentou propostas Trata-se de um pacote de medidas excecionais, tendo em conta o Estado de Emer- para apoio aos famalicenses e às empresas gência, que foi, entretanto, declarado pelo face ao surto de Covid-19. Após manifestar apoio às medidas que Presidente da República, Marcelo Rebelo de o município entenda efetuar, Juliana Santos, Sousa. Outro objetivo deste Gabinete de Crise vereadora eleita pelo PS, concretizou algucriado em Famalicão é precisamente tirar mas das ideias dos socialistas famalicenses dúvidas sobre as medidas do Governo. E já na reunião de Câmara. Nas propostas apresentadas destacamexistem várias, sendo que as mais recorrentes têm a ver com o lay-off “e a questão de se a redução, durante três meses, em 35% apenas poder ser para 40% de redução do do valor da água para consumo residencial volume de negócios relativamente ao último e de 20% para consumo empresarial e a trimestre” e se a entidade patronal pode ou isenção total para os munícipes com tarifa não utilizar as férias para colocar os traba- social, além da suspensão nos próximos meses da cobrança de rendas e concessões lhadores em casa. “Estas são as dúvidas que mais nos são camarárias. A criação imediata de equipas municicolocadas”, sublinhou Augusto Lima, vereador do Empreendedorismo na Câmara Mu- pais de distribuição de bens alimentares esnicipal, no final da reunião do executivo da senciais e de medicamentos a pessoas e semana passada, onde foi questionado famílias com dificuldades de mobilidade é sobre o assunto pelos vereadores do Partido outra das propostas avançadas pelo PS.

Iniciativa arrancou na passada terça-feira no Facebook do município

Câmara de Famalicão promove aulas de atividade física online

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A Câmara de Famalicão não quer que isolamento e distanciamento social sejam sinónimos de sedentarismo e falta de exercício físico. Por isso, decidiu iniciar um conjunto de aulas online de diversas atividades físicas que, desde a passada terçafeira, são transmitidas através da página oficial do Facebook do município, disponível em https://www.facebook.com/municipiodevnfamalicao/. São aulas com exercícios diferenciados para os seniores, crianças, pessoas portadoras de deficiência, seniores com patologias associadas e público em geral. Decorrem online por tempo indeterminado, de segunda a sexta-feira e em cada dia haverá uma aula para cada tipo de público. Cada sessão tem a duração de cerca de 20 minutos. A iniciativa é promovida pelos técnicos municipais de desporto e tem como

objetivo incentivar os famalicenses a praticarem exercício físico sem saírem de casa. “Os tempos são de isolamento obrigatório, mas queremos que os famalicenses se mantenham ativos durante este período de tempo. Queremos chegar às pessoas que estão nas suas casas, levar-lhes alento e energia, porque o desporto cumpre uma função importantíssima, na vida das pessoas, não só ao nível físico, mas também psicológico”, explica o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha. Refira-se que no âmbito do Plano de Contingência Municipal ao Covid-19, a autarquia cancelou os vários programas desportivos desenvolvidos, de que é exemplo o “Mais e Melhores Anos”, destinado aos seniores, o “Famalicão em Forma” e também as Férias Desportivas das Páscoa, que se destinava às crianças.


opiniãopública: 26 de março de 2020

Câmara de Famalicão reforça desinfeção do espaço público

A Câmara Municipal de Famalicão reforçou, a semana passada, a operação de limpeza urbana com a desinfeção do espaço público e de todo o mobiliário urbano, de forma a minimizar os efeitos da propagação do novo Coronavírus junto da população. A medida que se insere no Plano de Contingência Municipal, irá continuar a

ser realizada nas próximas semanas, no horário habitual de limpeza, como medida de contenção da Covid-19. Os funcionários devidamente equipados pulverizaram, durante a noite, por todos os passeios do circuito de limpeza urbana, por todo o mobiliário urbano e por vários locais estratégicos de potencial contágio,

uma solução composta por Hipoclorito de Sódio com 0,5% de cloro ativo. Esta solução apresenta atividade desinfetante de amplo espectro e é amplamente utilizada em unidades de saúde e outras instalações e recomendado pela Organização Mundial de Saúde nestes tipos de procedimentos. O presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, salienta que “a autarquia está a acompanhar a situação da evolução do novo Coronavírus em permanência com as autoridades de saúde, reavaliando as medidas em função da evolução epidemiológica”. Entretanto, igual procedimento foi seguido pelas juntas de freguesia do concelho, que também procederam à desinfeção dos espaços públicos nas suas localidades.

Avançam as obras de construção do Centro de Recolha Animal

O Município de Famalicão aprovou, a semana passada, em reunião de Câmara, a adjudicação da construção do novo Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) que vai substituir as atuais instalações do Canil Municipal. A obra, que implica um investimento total de mais de meio milhão de euros, deverá arrancar ainda no primeiro semestre deste ano, caso estejam reunidas todas as condições face à atual situação de emergência nacional devido ao Covid-19. A obra, adjudicada à empresa Fernando Silva & Cª, Lda., tem um prazo de execução de 450 dias. Recorde-se que o CROA de Famalicão vai ser construído no lugar de Sertãos, em Calendário, junto às instalações atuais do Canil Municipal, numa área de cerca de 5500 metros quadrados. Segundo a autarquia, será um equipamento de qualidade que dotará o concelho de um espaço com condições para acolhi-

mento e tratamento de animais errantes. Estará equipado com cerca de 80 boxes para cães, 45 para gatos e 4 para outras espécies. Melhorar os objetivos sanitários, controlar doenças, melhorar o bem-estar animal e segurança da população, melhorar as condições de trabalho e a funcionalidade do espaço atualmente existente são preocupações que estão na base da construção deste novo equipamento. A Câmara Municipal assegura que o CROA estará ainda equipado com todas as condições para o cumprimento dos seus objetivos e das exigências e obrigações legais inerentes a um equipamento desta natureza. Entre outras valências, o espaço estará dividido em instalações por espécie (canil, gatil e outras espécies), instalações individuais e de grupo, celas de quarentena e de ninhadas, enfermaria, armazéns, gabinete veterinário, zona de desinfeção e zona de recreio e atividade física para cães e gatos.

CIDADE

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Festas Antoninas canceladas

Estão canceladas as Marchas Antoninas 2020 na sequência da pandemia do vírus Covid-19, por falta de condições para a preparação e ensaios por parte das associações participantes. A medida foi tomada pela Câmara Municipal depois de auscultadas as marchas inscritas naquele que é o momento alto das festas do concelho. Na sequência desta decisão, fica igualmente cancelado todo o programa cultural e desportivo da edição deste ano da romaria, cuja realização estava programada entre 5 e 13 de junho. As centenárias Antoninas são as maiores festas do concelho de Famalicão e um

dos grandes cartazes turísticos do Norte de Portugal. A sua interrupção este ano deve-se às circunstâncias excecionais provocadas pelo COVID-19. “É uma decisão que nos entristece, mas a saúde pública e a saúde dos nossos cidadãos está em primeiro lugar”, refere, a propósito, o presidente da Câmara, Paulo Cunha. Em aberto fica a possibilidade de realização das cerimónias religiosas do dia 13 de junho, Dia de Santo António e Feriado Municipal, cuja celebração será decida posteriormente, consoante a evolução do surto Covid-19. pub


FREGUESIAS

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Durante vários dias três pessoas cuidaram de 31 idosos, depois de oito funcionárias testarem positivo à Covid-19

Utentes de lar de Cavalões instalados no hospital militar do Porto Carla Alexandra Soares

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Foram horas de verdadeira angustia as que se passaram na Residência Pratinha em Cavalões. Depois de dias sem obter uma respostas, os 31 idosos que estavam na Residência Pratinha, em Cavalões, acabaram por ser retirados do local no domingo à noite. Os utentes foram transportados para o Hospital Militar do Porto, onde vão permanecer. A transferência para a unidade de saúdo portuense começou por volta das 19h30 e esteve a cargo do Comando Operacional Distrital de Operações de Socorro de Braga. Segundo Teresa Pedrosa, proprietária da instituição, a solução foi encontrada pela Segurança Social, Câmara Municipal de Famalicão e autoridades de saúde. Mas ainda antes desta solução viveram-se momentos de angustia. Durante vários dias apenas três pessoas prestaram assistência a estes idosos, depois de oito funcionárias terem testado positivo à Covid-19 e as restantes terem ficado de quarentena. A diretora técnica, em absoluto desespero, fez declarações à comunicação social em que relatava as horas vividas. “Somos três para 31 idosos, e não sabemos quanto tempo vamos continuar, nem se contraímos o vírus", afirmou Alexandra Vieira, diretora técnica da Residência Pratinha, que está grávida. Para além dela, também a proprietária e uma enfermeira asseguraram os cuidados a todos os utentes. "Estamos aqui 34 pessoas todas em risco porque não fizemos testes e não sabemos se contraímos o vírus. Os minutos

José Carmo/Global Imagens

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Idosos mais debilitados foram transportados para o Porto em ambulâncias

parecem horas. Alguém nos ajude". Alexandra Vieira assegurou que o contacto com a delegada de Saúde de Famalicão foi permanente e a possibilidade de colocar no lar uma equipa de profissionais que pudesse assegurar as necessidades também esteve em cima da mesa. Acabou por ser a outras das soluções apontadas pela responsável a prevalecer, ou seja, transferir os idosos para um local onde pudessem ser cuidados. As três cuidadoras regressaram a casa, estão de quarentena e a aguardar os resultados dos testes à Covid-19. A delegada de saúde de Famalicão não prestou declarações e remeteu esclarecimentos para a Direção-Geral da Saúde (DGS). Já a Câmara de Famalicão adiantou estar disponível para ajudar no que estava ao seu alcance e referiu que o caso estava entregue às autoridades de saúde. Assegurou a alimentação para os idosos que foi confecionada numa outra instituição e

transportada para Cavalões por técnicos da Câmara de Famalicão. Em comunicado, a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS -N) diz ter desenvolvido os procedimentos preconizados nas orientações técnicas nacionais e regionais, no âmbito da intervenção para prevenção e controlo da Pandemia de Covid-19, no caso da Residência Pratinha. A ARS Norte refere que, entre outras medidas, foi determinado o "isolamento profilático e vigilância ativa de todos os utentes e profissionais da instituição, enquanto contactos próximos de casos identificados". “Foi estabelecida articulação com a Câmara de Famalicão e o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Braga no sentido de assegurar os cuidados aos utentes". O comunicado adianta ainda que a Autoridade de Saúde Regional do Norte e as Autoridades de Saúde Locais continuarão atentas à evolução desta situação e a desenvolver as medidas consideradas necessárias, no âmbito das suas competências.

Coindu vai colocar trabalhadores em layoff A empresa Coindu, que possui fábricas em Famalicão e Arcos de Valdevez, vai colocar 2300 trabalhadores em layoff. Especialista na produção de têxteis para automóveis das marcas Porsche, Seat, Lamborghini e Mini, esta é a primeira grande empresa a recorrer ao mecanismo simplificado aprovado pelo Governo para permitir a suspensão temporária de contratos de trabalho. Este recurso utilizado pelas empresas pode custar ao Estado até mil milhões de euros por mês

e apenas vigora para as empresas que não optem pelo despedimento dos funcionários. O intuito desta medida permite suspender contratos ou reduzir a jornada laboral durante a crise é uma forma de proteger o emprego. Para já é conhecido que os trabalhadores da Coindu vão ficar em casa até 27 de abril e vão receber dois terços do salário-base, com 70% pago pela Segurança Social, conforme determinam as regras.

Cancelada Festa da Senhora dos Remédios Está cancelada a festa em honra de Nossa Senhora dos Remédios, em Calendário, que estava prevista para a semana de 4 a 10 de maio. Em nota à imprensa, a Mesa da Confraria de Nossa Senhora dos Remédios e Almas decidiu cancelar as festas, considerando as recentes medidas de contingência tomadas pela Direção-Geral da Saúde, pelo Governo e pela Conferência Episcopal Portuguesa, relativamente à contenção do Covid-19. Aquela Confraria decidiu ainda pela suspensão na participação nos funerais dos irmãos falecidos e na cobrança dos anuais, por tempo indeterminado. Relativamente ao sorteio, em benefício das referidas festas, será comunicada, em tempo oportuno, a decisão que vier a ser tomada sobre o assunto.


opiniãopública: 26 de março de 2020

GNR detém dois homens em flagrante por burla em Vermoim

FREGUESIAS

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Por não aceitar o pedido de divórcio da companheira

Marido asfixia mulher até à morte em Fradelos Cristina Azevedo

GNR recupera máquinas de construção civil furtadas em Oliveira S. Mateus

A GNR anunciou que o posto de Riba d’Ave recuperou três máquinas de construção civil na freguesia de Oliveira S. Mateus, em Famalicão, e identificou um suspeito, um homem de 57 anos. A ação decorreu a semana passada. Em comunicado, a GNR conta que, “no âmbito de uma ação de patrulhamento, os militares abordaram um veículo que, no interior da mala, transportava duas rebarbadoras de bateria e um laser que se apurou serem furtados”. As máquinas foram apreendidas e posteriormente entregues aos legítimos proprietários. O suspeito foi constituído arguido e os factos comunicados ao Tribunal de Famalicão.

Ao longo da manhã decorreram diligências pela GNR e PJ na casa de Fradelos

ção de moradias geminadas - terá ouvido gemidos e barulhos estranhos e alertou as autoridades, por volta das 9h45. Quando a GNR chegou ao local, encontrou a vítima já sem vida e o suspeito, que se preparava para fugir, foi detido de imediato e entregue à Polícia Judiciária (PJ), que também se deslocou ao local e ficou encarregue da investigação. Ao que conseguimos apurar, o homem é operário da construção civil e a mulher terá pedido o divórcio, a semana passada, que

não terá sido bem aceite pelo companheiro. O casal tem uma filha com 15 anos. Durante a manhã de segundafeira, uma equipa da PJ esteve em Fradelos, e também em Ribeirão, a recolher provas dos locais do crime. Jorge Branco foi ouvido, no dia seguinte, terça-feira, pelo juiz de instrução criminal do Tribunal de Guimarães, que lhe decretou a prisão preventiva. veja em www.famatv.pt ou

Acidente ocorreu em outubro de 2016 em Pedome

Condutora condenada por morte em acidente na VIM O Tribunal da Relação de Guimarães condenou a um ano de prisão, com pena suspensa, uma jovem condutora que em 2016 se despistou em Pedome, provocando a morte do passageiro que seguia a seu lado. A condutora, que na primeira instância tinha sido absolvida, foi condenada por homicídio por negligência. Por acórdão de 9 de março, consultado pela Lusa, a Relação aplicou-lhe ainda a pena acessória de proibição de conduzir veículos com motor pelo período de seis meses. O acidente registou-se no dia 18 de outubro de 2016, pelas 20h10, na via intermunicipal (VIM) que liga Joane, em Famalicão, a Vizela. Segundo o tribunal, o piso era em betuminoso e estava em “mau estado de conservação”, além de molhado e escorregadio por força dos chuviscos que se faziam sentir. A viatura conduzida pela arguida despistou-se e atravessou toda a VIM, acabando por embater noutro veículo. Um jovem de 21 anos, que seguia ao lado da arguida, acabou por morrer no local. Na primeira instância, a con-

dutora tinha sido absolvida por não ter sido possível apurar a velocidade a que a ela seguia. No entanto, a Relação considera não haver dúvidas de que a causa do embate foi a sua “condução deficiente”, traduzida no facto de ter violado o especial dever de cuidado que sobre si recaía de adequar a velocidade ao estado do tempo e condições particulares da estrada. “O perigo que representa uma condução de noite e nessas condições foi negligenciado”, sublinha o acórdão. Na altura do acidente, a arguida alegou que quem conduzia a viatura era o jovem que seguia a seu lado, mas posteriormente

acabou por confessar que era ela a condutora. Na medida da pena, a Relação ponderou, a favor da arguida, a inexistência de antecedentes criminais, o facto de já terem decorrido mais de três anos sobre a data do acidente e a sua integração familiar, profissional e social. Sublinhou, no entanto, que a jovem “não interiorizou a gravidade e desconformidade da sua conduta à lei”. “Na verdade, pese embora tenha admitido ter perdido o controlo do veículo, não reconheceu ter-se o mesmo devido à inadequação da velocidade que imprimiu ao veículo”, lê-se ainda no acórdão.

“O Minho”

A GNR de Joane deteve, na tarde da passada segunda-feira, dois homens, de 34 e 69 anos, pelo crime de burla em Vermoim. A detenção foi concretizada com base numa denúncia de que os suspeitos estariam a tentar efetuar um pagamento de produtos de valor diminuto – uma raspadinha -- com uma nota de 100 euros. Quando os militares chegaram ao local, o comerciante explicou que tinha sido vítima de burla pelos suspeitos no momento do pagamento da raspadinha com uma nota de 100 euros. Na sequência de diligência policiais, foi possível apurar que a referida raspadinha tinha sido adquirida num quiosque em Joane e não no estabelecimento de Vermoim, procurando os burlões enganar o comerciante e levar a que o mesmo lhe desse o troco de 100 euros. Na altura da detenção, a GNR apreendeu aos alegados burlões a raspadinha, a nota de 100 euros e ainda 110 euros em notas de vários valores. Os detidos foram constituídos arguidos e os factos foram comunicados ao Tribunal de Famalicão.

Uma mulher de 36 anos foi morta, esta segunda-feira de manhã, pelo marido, num contexto de violência doméstica, em Fradelos. A vítima, Carla Barbosa, de 36 anos, foi asfixiada até à morte pelo companheiro, Jorge Branco, de 44 anos, que foi detido e aguarda agora o desenrolar do processo judicial em prisão preventiva. O casal residia em Ribeirão, mas tomava conta da casa de amigos emigrantes, localizada na Urbanização do Engenho, em Fradelos, onde ia uma a duas vezes por semana, segundo apurou o OPINIÃO PÚBLICA junto de vizinhos. E foi nesta casa, em Fradelos que o homicídio foi consumado. O agressor terá tentado estrangular a mulher ainda na casa de ambos em Ribeirão e, pensado que já estaria morta, transportando-a na mala do carro para Fradelos. Contudo, Carla Barbosa ainda estava viva e o marido voltou a asfixiá-la, consumando o homicídio. Um vizinho da casa ao lado – já que se trata de uma urbaniza-

Condutora tinha sido, em primeira instância, absolvida


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DESPORTO

opiniãopública: 26 de março de 2020

PART-TIME

Seguiu as conquistas do pai e agora quer ser ele a singrar no futebol

DAS 16H ÀS 20H 300€/MÊS FIXO M/F

“Eu gosto de entrar duro, ser forte e agressivo”

ZONA:FAMALICÃO/STºTIRSO/TROFA

CONTACTO: 252 044 173

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Tem o sonho de ser campeão do mundo e estreou-se no futebol profissional pelo Futebol Clube (FC) de Famalicão. Gustavo Assunção veste a camisola 12 do Vila Nova, o mesmo número com que o pai, Paulo Assunção, vestiu no Atlético de Madrid. Na rubrica, “O Outro Lado”, o jogador de 19 anos jogou a defesa central, lateral direito, extremo, avançado e na posição de médio ofensivo. Na última fase das camadas jovens, decidiu ocupar a posição onde o progenitor sempre jogou, médio defensivo. Com mais saída de bola, Gustavo aprendeu a ser agressivo em campo graças ao pai. “Eu gosto de entrar duro, ser forte e agressivo. Não vou mudar isso”, admitiu. Se antigamente, o pai era o centro das atenções, agora, Gustavo é quem dá autógrafos. E a sucessão pode não ficar por aqui. O camisola 12 tem dois irmãos mais novos que jogam no FC Famalicão e, segundo Gustavo, há qualidade para singrarem como acontece com ele e como se passou com o pai. O apoio de João Pedro Sousa foi importante. “O treinador foi como um pai para mim dentro do clube”, afirmou o médio. O plantel é jovem, mas “muito maduro”. Esse foi um fator encontrado por

Gustavo Assunção para explicar a época que o clube está a realizar. Desafiado a escolher o jogador que mais o surpreendeu, o camisa 12 não hesitou. “Rúben Lameiras. Ele pega na bola e consegue trocar as voltas a qualquer adversário em dois segundos. Ninguém sabe para onde vai sair o drible dele. Parece que tem uma mola no joelho”, revelou. Porém, há um jogador que Gustavo Assunção escolhia para jogar sempre ao lado dele. “Entendo-me muito bem com o Pedro Gonçalves. Ele ajuda-me muito. Eu ajudo-o muito e completamonos muito bem”, indicou.

FC Famalicão: Pedro Gonçalves e restante plantel solidário Pedro Gonçalves, jogador do FC Famalicão, vai, em conjunto os empresários Jorge Mendes e Jorge Pires, oferecer um ventilador ao Hospital de Chaves. Natural de Vidago, concelho de Chaves, o jogador que se têm destacado no emblema famalicense acedeu ao pedido feito pelo amigo enfermeiro Daniel Bernardo. A chegada do equipamento está prevista para a segunda semana de abril. Este é mais um gesto solidário, depois de o plantel do FC Famalicão ter ajudado o Centro Hospitalar Médio Ave. O clube famalicense uniu-se

para dar uma ajuda ao CHMA e presenteou a unidade de saúde do concelho com dois termómetros de infravermelhos. Este equipamento serve para o rastreio e acompanhamento de pessoas infetadas com Covid-19. O dinheiro foi angariado através de uma “caixinha de multas” e os jogadores decidiram entregar, ajudando o CHMA neste combate ao novo coronavírus. Em declarações à FamaTV, António Machado, presidente do Conselho de Administração do CHMA, confirmou a doação e revelou mais algumas ofertas feitas por entidades famalicenses.

Liga NOS sem data para regressar Após uma reunião esta segunda-feira de manhã, a Comissão Permanente de Calendários (CPC) esclarece que ainda não há condições para definir uma data em concreto para o reinício das competições. SL Benfica, FC Porto, Sporting CP, CD Tondela, Gil Vicente FC, CD Cova da Piedade, Leixões SC e Mafra FC compõem a CPC e chegaram à conclusão que ainda não se pode aferir uma data para as competições profissionais (Liga NOS e Liga Pro) regressarem. Os responsáveis reuniram-se, esta segunda-feira de manhã, por videoconferência, pedindo aos clubes para terem atenção e não apresarem o reinício dos treinos em conjunto.


Estado de Emergência nacional: afinal, o que mudou? Estou infetado com Covid-19 ou suspeito que possa estar. Posso sair à rua? Não. Durante esse tempo e tendo essa condição, o isolamento é obrigatório no hospital ou em casa. Se não o fizer, será sancionado pelas autoridades, será encaminhado para o hospital ou para casa e incorre pelo crime de desobediência civil. Tenho mais de 70 anos, fazendo parte do grupo de risco, posso sair de casa? Principalmente na faixa etária de risco, é imperativo ficar em casa. Apenas pode sair em casos muito excecionais, como por exemplo, fazer compras ou ir à farmácia. Há também outra exceção. Caso tenha de ir ao banco ou aos CTT levantar a reforma.

existe cada vez mais patrulhamento nas ruas para evitar que este tipo de situações aconteça. Posso ir a um centro comercial? Vão estar, praticamente, todos encerrados. Contudo, aqueles que possuírem um supermercado vão estar abertos para que as pessoas possam ir adquirir os bens essenciais. Haverá medidas de segurança. O número de pessoas no supermercado é limitado a 4 clientes por cada 100 m2. Deve utilizar meios com maior segurança para pagar, tal como os cartões multibanco contactless, que fazem agora pagamentos até 50 euros. Ao contrário do que foi especulado inicialmente, os idosos não terão um horário excecional para realizar as suas compras nas superfícies comerciais. Porém, há supermercados que já optaram internamente por adotar essa medida, ou por dar prioridade de acesso à faixa etária de risco.

Quem não faz parte do grupo de risco. Pode sair de casa? Sim, mas só em casos de necessidade. Pode ir trabalhar, se Os restaurantes estão abertos? a sua função não for passível de teletrabalho. Caso contrário, Para atendimento direto ao público, não. Contudo, pode pedir take-away. O Governo apelou e incentivou para que sejam feitem de ficar em casa. tas as entregas de comida ao domicílio e também pode recorOs transportes públicos estão em circulação? rer às compras online. Sim. Contudo, a lotação foi reduzida. Os postos de combustíveis também estão em funcionamento se tiver, obrigatoria- Posso frequentar estabelecimentos de atendimento ao público? mente, de deslocar-se de carro. Não. Os cafés, barbearias, salões de estética, assim como balPosso sair à rua para brincar com os filhos? cões de atendimento público não urgentes, tal como as Lojas Sim, mas desde que sejam curtos espaços de tempo e desde do Cidadão, estão todos encerrados. Contudo, permanecem que tome todas as precauções necessárias. Existem, no en- abertos os postos de abastecimento, quiosques, farmácias, tanto, muitas atividades para se fazer em casa. padarias e pastelarias e os supermercados, que podem agora, devido ao Estado de Emergência, ter horários reduzidos. Posso sair à rua para levar o meu animal a passear ou para fazer exercício físico? É possível fazer ou ir a funerais? Sim, mas a deslocação tem de ser de curta duração. Os pas- Sim. Mas há limitações. Serão adotadas medidas específicas seios higiénicos são permitidos, numa zona perto da sua área do ponto de vista da organização para que não haja aglomede residência. Deverá fazê-los sozinho ou, no máximo, acom- rados de pessoas. Apenas pode comparecer um número panhado por uma pessoa. Não pode fazer paragens pelo ca- muito limitado de pessoas, que é definido por cada paróquia. minho, nem deslocações muito grandes. Posso ir à missa? Partilho a guarda dos meus filhos com o outro progenitor. Estão proibidas as celebrações de cariz religioso e de outros Posso ir levá-los ou recebê-los tal como faço até agora? cultos que impliquem uma aglomeração de pessoas. Mas Sim. As normas aprovadas pelo Governo estabelecem que, existem soluções online. por razões de assistência à família, se possa ir à rua. Estou descontente com as medidas tomadas pela minha enPosso ir ao banco? tidade patronal. Posso fazer greve? Pode. Contudo, os bancos têm informado os clientes para Não. O direito à greve está suspenso com o Estado de Emerusarem os sites ou aplicações online. gência. Posso usar o carro para passear? Neste caso, não pode. As deslocações podem ser feitas só para necessidades excecionais, nomeadamente para ia ao supermercado, farmácia ou para ir trabalhar. De referir ainda que

Os próximos dias são sinónimo de medidas extremas para os portugueses e para o país. Aliás, medidas que há já 45 anos não eram tomadas em Portugal, e determinam agora um conjunto de regras bem definidas que devem ser cumpridas por todos, cuja desobediência implicará diversas consequências. O Estado de Emergência vigorará, em Portugal, até às 23h59 de dia 2 de abril, mas há a possibilidade de este ser renovado por mais quinze dias, consoante o estado em que se encontrar o país e dependendo da evolução do novo coronavírus. Mas afinal, o que implica o Estado de Emergência na vida prática dos cidadãos? Enumeramos algumas questões que o vão ajudar a perceber quais os direitos e liberdades que ficaram suprimidos e quais os novos deveres a cumprir.

Se não respeitar alguma destas normas o que me acontece? Neste caso as autoridades farão um tipo de fiscalização pedagógica, explicando as regras a quem não as respeitar. Será detido de resistir às forças de autoridade. pub


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ESPECIAL

opiniãopública: 26 de março de 2020 • Leitura. Por vezes incutir o hábito da leitura nas crianças não é tarefa fácil. Procure livros adequados à idade de cada criança ou então estabeleça um horário por dia para o conto de uma história. • Implementar o “Do It Yourself”. O objetivo é ensinar as crianças que elas próprias conseguem fazer os seus brinquedos e criar novos jogos. O Pinterest é ótimo para isso, com ideias simples e materiais fáceis de encontrar em casa. Também a internet também está repleta de canais que ensinam a fazer origamis, artesanato e a reutilizar objetos. • Podcast. Os podcasts têm ganho muita popularidade e já existem diversos autores que os produzem conteúdos lúdicos específicos para crianças. • Jogo dos “altos e baixos”. Mesmo estando em casa, o dia de cada um tem certamente altos e baixos. Experimente falar sobre o assunto com as crianças de forma a entender como estão a encarar todo o panorama atual, perceber como está a ser o seu dia e o que é possível fazer para o melhorar.

#FiqueEmCasa

• Crie um projeto comum. Pode ser montar um avião modelo, ensiná-lo a jogar xadrez, basquetebol no pátio ou ainda verem uma série em conjunto. Além de ser uma valiosa lição no que toca a começar e a terminar um projeto, podem fazer coisas muito divertidas.

e divirta-se com os mais pequenos O novo coronavírus instalou-se e desacelerou a vida de alguns pais que se viram obrigados a fazer uma pausa nos seus empregos para os acompanharem nas atividades escolares e tomarem conta dos seus filhos. Está na altura de deixar para segundo plano o emprego, os objetivos pessoais e as rotinas diárias, para dar um pouco mais de atenção às crianças lá de casa que, por vezes, ainda não têm consciência do panorama atual e pode tornar-se bastante difícil convencê-los de que ficar em casa é um extremamente necessário. Quer seja este o caso, quer procure algumas atividades para fazer com os mais pequenos durante os fins de semana em casa, apresentamos algumas sugestões para realizar nestes dias tão pouco habituais.

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• Que tal um passeio virtual? As novas tecnologias têm a capacidade de nos levar a todo o lado sem sairmos de casa. Com o encerramento dos espaços vários públicos, são vários os museus que disponibilizam nos seus sites uma visita virtual. Pode sempre optar por fazer-lhes uma visita com as crianças e até explicar todo o enquadramento dos mesmos.

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ESPECIAL

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Take Away: uma opção para animar os dias de isolamento

A verdade é o que os dias de isolamento Explicamos de seguida como deve proque vivemos atualmente podem ser mo- ceder para que se mantenha a si e aos ounótonos. O que há de melhor para que- tros em perfeita segurança. brar a rotina do que a refeição que mais • Evite encomendar alimentos não progostamos, sem sequer precisarmos de cessados tais como saladas frias ou sushi. sair de casa? • Opte pelo máximo distanciamento fíApesar do Estado de Emergência e do sico dos profissionais que vão fazer a enencerramento de todos os estabeleci- trega. Não deve ser feita aquela passagem mentos de atendimento ao público, os habitual de mão a mão, mas, sim, deixar a restaurantes estão autorizados a perma- comida num local para que possa ser reconecer abertos em regime take away ou lhida pelo cliente. de entregas ao domicílio. Aliás, vários são os restaurantes e pastelarias em Fa• O ideal é fazer o pagamento destas malicão que o continuam a fazer. refeições à distância, através das aplicaMesmo para aqueles que continuam ções móveis ou por cartão multibanco. a trabalhar, esta pode ser uma excelente Evite pagar em numerário. opção para que, nestes tempos instáveis, não precisem de despender do seu • Não se esqueça de lavar as mãos tempo para ir ao supermercado e prepa- logo que lhe seja possível. rar refeições. Apesar de todas as aparentes vantaSe seguir à regra estes cuidados, não gens, há cuidados a ter. E se tem algum haverá qualquer possibilidade de contágio receio quanto a esta opção, saiba que pelo novo Coronavírus e poderá disfrutar ao serem cozinhados, os alimentos não da sua refeição em casa, confiando nos apresentam nenhum risco de propaga- seus cuidados e também nos cuidados dos ção do vírus. locais onde irá frequentar.

Sabe quanto tempo perdura o Coronavírus nas superfícies? Os dados que irá ler de seguida, farão certamente a diferença na hora de adotar comportamentos de higiene e de distância social. O estudo levado a cabo pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infeciosas (NIAID) chegou à conclusão que não só o Coronavírus é transportado pelos indivíduos, como é capaz de infetar, em gotículas no ar até cerca de três horas, daí a distância social de segurança recomendada de pelo menos dois metros. Além disso, ficou ainda comprovado que a viabilidade do vírus em superfícies lisas tais como plástico ou metal, é até 72 horas. Já no papel e no papelão, o vírus não é viável 24 horas após ter sido depositado. Por fim, quando realizado o teste em moedas, verificou-se que foram necessárias quatro horas para o vírus ser inativado e considerado incapaz de infetar uma pessoa.

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opiniãopública: 26 de março de 2020

Regras da DGS para fazer compras

Pandemia leva pessoas a optarem por mercados tradicionais, mais perto de casa

Mercados de proximidade ganham nova dimensão Carla Alexandra Soares

Face à pandemia do novo coronavírus, todas as precauções são poucas nas idas às compras. Agora, as visitas devem ser as menos possíveis e existem regras bem definidas para que este não seja um espaço de propagação do vírus. Por exemplo, o número de clientes por cada 100 metros quadrados é de apenas quatro pessoas. Desta forma, para que possa proteger-se a si e aos outros deve começar por fixar apenas uma pessoa da família para se dirigir ao supermercado, de preferência alguém que não pertença a um grupo de risco. É importante que não se esqueça de levar uma lista de compras, para que não se esqueça de nenhum produto e não traga coisas que não precisa, e que podem ser essenciais a outras famílias. Porém, convém sempre trazer algumas unidades de cada produto para que não precise de se dirigir ao supermercado com frequência. Apesar das próprias cadeias das áreas de distribuição superficiais, estejam a fazer um grande esforço para que não exista uma quebra de abastecimento dos supermercados, é essencial que não exista um açambarcamento de produtos. Aquando da sua visita vai reparar que a maioria das lojas

disponibiliza à entrada gel hidroalcoólico e papel para uso dos clientes. No entanto, é preferível levar os seus próprios sacos de compras de casa de modo a evitar os carrinhos de compras e os cestos. Dentro da loja mantenha a distância de segurança face aos outros consumidores, no mínimo 1,5 metros e procure não manipular os alimentos como por exemplo, fruta e vegetais. De seguida, para pagar, privilegie as formas de pagamento que não envolvam contacto próximo entre consumidores e funcionários da loja. Um deles, é através da utilização do telemóvel para registo dos bens, assim como para finalizar a compra, ou mesmo pelos cartões de multibanco contactless que, a partir de agora, podem efetuar compras até 50 euros. Por fim, quando chegar a casa há que lavar de imediato as mãos, antes de qualquer outra atividade. A regra de ouro é fazê-lo com água corrente e sabonete ou sabão sempre mais de 20 segundos. Para sua proteção, deixe os sacos repousarem algum tempo antes de colocar os alimentos nos respetivos sítios. Arrume só o essencial como congelados, iogurtes, entre outros.

A vida de todos nós mudou. Pelo menos, a nossa perspetiva da vida mudou certamente. Há tantos com tantas certezas e há tantos, muitos mais, com tantas dúvidas. O mundo está em suspenso, as pessoas (a maioria) recolheram-se, as ruas ficaram vazias e as maiores cidades do mundo, mesmo aquelas que nunca dormiam, ficaram em silêncio. Já ninguém tem tanta certeza do que planeou, do rumo da sua própria vida, sobre o que vai acontecer amanhã, na semana seguinte...

Todos, ou quase todos, perceberam a fragilidade da sua própria existência e foram obrigados, por força da sobrevivência, a priorizar. Sair para o trabalho e deixar os filhos na escola, jantar fora, tomar café com um amigo, ir ao cinema, ir ao centro comercial, ao cabeleireiro, à missa, jantar em casa dos pais, aproveitar o fim de semana para saborear uma esplanada. Pareciam coisas inabaláveis, certo? Mas o tal inimigo que estamos a combater e é invisível nos provou que não são. Pela nossa vida e pela vida de todos, não são.

No mundo inteiro, esta pandemia do Covid-19, tirou a vida, até ao momento que este texto foi escrito, a mais de 19 mil pessoas e há 420 mil infetados. São este os números que devem deixar as pessoas em sentido, porque não são números. São pessoas, com nomes, família, uma casa, netos, filhos… Na Itália, dizem os moradores de Bergamo, na Lombardia, que não há falta de nada nos supermercados. A única coisa que esgotou na cidade foram os caixões e as cremações estão em lista de espera.

Sabor ao largo No supermercado “Sabor ao Largo”, em Landim, Fernanda Almeida, que estava precisamente a repor as prateleiras, depois do fim de semana de grande correria às compras, não tem dúvidas que as pessoas têm rotinas diferentes e que os clientes da sua loja são, agora, mais. “Vêm cá pessoas que antes não vinham. E sinto que os mais velhos fazem compras menos vezes e levam em mais quantidade”, explica a comerciante que sublinha que os clientes mais novos nunca tiveram a tentação de “açambarcar”. Aliás, a este propósito, Fernanda assegura que, na sua loja, tudo é feito para que não falte nada nas prateleiras, desde os produtos mais frescos a todos os outros.

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ESPECIAL

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Mercadinho da Elsa Em Vale S. Martinho, no “Mercadinho da Elsa”, as coisas não são muito diferentes e a proprietária Elsa Lopes tomou outras medidas de apoio aos seus clientes. “Basta que nos liguem, fazem a sua encomenda, nós preparamos, o pagamento é feito via transferência bancária e é só vir cá buscar”. Com este procedimento evita-se o contacto com outras pessoas e com o dinheiro. As pessoas têm levado mais coisas para evitar ir às compras todos os dias. “Temos clientes que trabalham e têm mais dificuldades em vir cá e levam em mais quantidade, por outro lado, outras por dificuldades financeiras, não podem fazer muitas compras duma só vez”, explica Elsa Lopes. Quanto ao principal grupo de risco, os mais velhos, a comerciante reconhece que tem sido difícil convencê-los a não saírem de casa. “Gostam muito de fazer as suas compras e alguns vêm todos os dias, nem que seja para levar apenas uma coisa”. Respeitando o que dizem ser as indicações da DGS, na loja só podem estar, de cada vez, três clientes, assegura Elsa Lopes, que têm respeitado a distância de segurança.

No momento em que Portugal entra na fase mais critica e os números que nos preocupam a todos sobem em flecha, são estes factos e são as notícias que nos chegam de fora que devem estar bem presentes em cada gesto do nosso dia a dia, mesmo nas coisas mais simples. Mudança de vida, mudança de hábitos A vida está de facto a mudar, mas nós temos que nos adaptar, sobretudo, ao que é urgente. E nem tudo é negativo. Houve quem reaprendesse a brincar com os filhos, a jogar às cartas, a ler, a ver um bom filme e até a fazer bolos e outras experiências culinárias. As pessoas tornaram-se mais próximas, mais solidárias, olham com mais cuidado para os seniores da sua família e ajudam o vizinho que não pode sair de casa. No rol das coisas mais simples estão as compras e aqui houve também grandes mudanças nos hábitos das pessoas e os famalicenses não são exceção. O OPINIÃO PÚBLICA fez uma ronda por quatro mercados de proximidade do concelho, que sentiram precisamente essa alteração.

Mercado Azevedo

IC Supermercados

Em Vilarinho das Cambas, no “Mercado Azevedo” há também dezenas de avisos a pedir que as pessoas adotem todas as medidas de segurança, nomeadamente, o distanciamento social. Para além disso, no espaço podem estar apenas oito clientes, o que tem sido respeitado por todos. O proprietário, Sérgio Azevedo, que garante que nada vai faltar na sua loja, sentiu, a semana passada, um maior fluxo de clientes, que não eram habituais. “Agora, tudo voltou à normalidade e aqui não sentimentos que as pessoas tenham mudado os hábitos”. Quanto aos mais velhos, Sérgio Azevedo sente que ficam mais por casa e que outros fazem as compras por eles, “sobretudo os filhos”. respeitado a distância de segurança.

Do lado oposto do concelho, na vila de Riba d’Ave, no “IC Supermercado”, à custa do Covid 19, também foram tomadas medidas para ajudar a evitar o ajuntamento de pessoas. Na loja só podem estar quatro clientes de cada vez e por todo o espaço comercial é bem visível o pedido para que seja respeitado o distanciamento de segurança. Mas, apesar de já o fazerem antes da pandemia, agora foi reforçada a entrega porta a porta das compras encomendadas. Neste espaço, onde nunca faltou nenhum produto, frescos ou não, sentiu-se a diminuição de frequentadores mais velhos que pedem aos seus filhos ou vizinhos que façam as compras por si. Quanto aos outros continuam a vir, mas menos vezes, levando para mais tempo e essencial. O que vai acontecer depois desta tempestade ninguém sabe. Alguns defendem que as coisas nunca mais serão iguais e que todos daremos mais valor às coisas simples da vida. Assim seja. Enquanto a tempestade atinge o seu momento mais feroz, todos temos um papel. Mesmo afastados, estarmos cada vez mais próximos.

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opiniãopública: 26 de março de 2020

Falecimentos Abílio Costa Carvalho, no dia 22 de março, com 69 anos, casado com Maria de Fátima da Silva Meira, da Portela. Maria de Belém Alves Mendes, no dia 21 de março, com 83 anos, viúva de João Pereira Miranda, de Airão Santa Maria (Guimarães). Joaquim Fernando Pereira Teixeira, no dia 20 de março, com 73 anos, casado com Maria Madalena Salgado Correia de Barros, de Airão Santa Maria (Guimarães). Agência Funerária da Portela Portela (Santa Marinha)– Tel.: 252 911 495

Manuel da Costa Faria, no dia 21 de março, com 84 anos, viúvo de Deolinda Pereira Sampaio, de Cambeses (Barcelos). António Fernando Araújo de Fonseca, no dia 15 de março, faleceu em França, com 59 anos, casado com Maria de Lurdes Fernandes, de Tebosa (Braga). Agência Funerária Arnoso - José Daniel Pereira Arnoso Santa Eulália - Telf. 91 724 67 03

Jaime Fernandes Martins, no dia 18 de março, com 81 anos, viúvo de Maria José Ferreira, de Roriz (Santo Tirso). Ernesto Carneiro Borges, no dia 19 de março, com 80 anos, casado com Maria do Carmo Ribeiro de Sousa, de Delães. Maria Alice Ramos Marques, no dia 20 de março, com 78 anos, casada com José Maria Ferreira Moreira, de Rebordões (Santo Tirso). Lucinda Moreira da Silva, no dia 23 de março, com 92 anos, casada com Manuel da Cruz Rodrigues, de São Romão Coronado (Trofa). Abílio de Azevedo Lima, no dia 24 de março, com 78 anos, casado com Ana Machado Queiróz, de Sequeirô (Santo Tirso).

Ana Patrícia Ferreira Borges Carvalho de Azevedo, no dia 17 de março, com 40 anos, de Mouquim. José Manuel Campos Mesquita, no dia 20 de março, com 86 anos, viúvo de Olinda Ferreira da Costa, de Antas S. Tiago. Agência Funerária Rodrigo Silva, Lda Vila Nova de Famalicão – Tel.: 252 323 176

Maria Amélia da Costa Reis, no dia 22 de março, com 94 anos, viúva de Joaquim Alves Soares, de S. Martinho de Bougado (Trofa). Agência Funerária Trofense, Lda (S. Martinho de Bougado) Trofa – Tel.: 252 412 727

Maria de Lurdes de Azevedo Paiva, no dia 22 de março, com 84 anos, viúva de Manuel Araújo da Costa, de Ribeirão. José Sá Cerejeira Reis, no dia 23 de março, com 86 anos, de Lousado. Carla Manuela Pinto de Sousa Barbosa, no dia 23 de março, com 35 anos, de Ribeirão. Funerária Ribeirense Paiva & Irmão Lda Ribeirão – Telf. 252 491 433

Agência Funerária de Burgães Sede.: Burgães / Filial.: Delães Telf. 252 852 325

Adriano da Cunha Abreu, no dia 17 de março, com 78 anos, casado com Maria Emília de Abreu Salgado, de Guardizela (Guimarães). Jaime dos Anjos Ribeiro, no dia 22 de março, com 92 anos, viúvo de Deolinda de Oliveira de Araújo, de Moreira de Cónegos (Guimarães).

Ana de Fátima de Abreu Mendes, no dia 10 de março com 63 anos, de S. Cristovão de Selho (Guimarães). Manuel Mendes, no dia 12 de março, com 85 anos, casado com Balbina Martins de Faria, de Ronfe (Guimarães). Josefa Rodrigues Faria, no dia 14 de março, com 75 anos, casada com Álvaro Oliveira Macedo, de S. Cristovão de Selho (Guimarães).

Maria de Fátima Abrunhosa Borges, no dia 22 de março, com 78 anos, casada com Francisco Manuel Neves Borges, de Vila Flôr.

Rui Manuel Carvalho da Costa, no dia 17 de março, com 38 anos, solteiro, de Vale S. Martinho.

Agência Funerária Carneiro & Gomes Oliveira S. Mateus – Telm. 91 755 32 05

Agência Funerária S. Jorge Pevidém– Tel.: 253 533 396

Maria Helena Sampaio Viana, no dia 17 de março, com 89 anos, viúva de Abílio de Sousa Ribeiro, de Avidos.

José Ribeiro de Barros, no dia 19 de março, com 93 anos, viúvo de Maria Ermelinda Amália e Vasconcelos Ribeiro, de S. Mamede de Negrelos (Santo Tirso).

Elzeário Alves Roriz, no dia 19 de março, com 94 anos, viúvo de Emília Alves da Silva, da Lagoa. Amália Pereira Fernandes, no dia 19 de março, com 82 anos, viúva de Alcino Freitas da Silva, de Landim. Maria Leonor da Silva Oliveira, no dia 22 de março, com 73 anos, de Vila Nova de Famalicão. Rita de Jesus Araújo e Silva, no dia 23 de março, com 79 anos, casada com António Marques Cardoso, de Ruivães. Agência Funerária da Lagoa Lagoa – Telf. 252 321 594

Elvira da Costa, no dia 20 de março, com 91 anos, viúva de Braz Martins, de Codessos (Paços de Ferreira). Artur Caldas Lopes, no dia 21 de março, com 75 anos, casado com Maria de Freitas Ferreira, de Vilarinho (Santo Tirso). José Ferreira Monteiro, no dia 21 de março, com 81 anos, casado com Amélia Martins de Sousa, de Roriz (Santo Tirso). Maria de Fátima Silva Dores, no dia 21 de março, com 66 anos, casada com Manuel Dias da Silva, de Santo Tirso. Agência Funerária Riba D’Ave Riba D’Ave – 917 586 874

Zeferino Dias Martins, no dia 18 de março, com 82 anos, viúvo de Florinda Santos e Silva, de Fradelos. José Ferreira de Sá, no dia 18 de março, com 82 anos, casado com Elvira Ferreira de Macedo, de Gondifelos.

Maria de Fátima da Silva Ribeiro Pereira, no dia 24 de março, com 62 anos, casada com Joaquim da Silva Ribeiro, de Calendário.

Agência Funerária Palhares Balazar– Tel.: 252 951 147

Agência Funerária do Calendário Calendário – Tel.: 252 377 207


opiniãopública: 26 de março de 2020

PRAÇA PÚBLICA

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Pelos quatro cantos da ca(u)sa

Epidemias

Domingos Peixoto

Vivemos dias difíceis, não tanto pelas coisas e afazeres do dia a dia, que costumamos designar por fazer pela vida. Até já dizemos, com uma frequência banal, que estamos a travar uma guerra. Há quem se insurja com a aplicação do termo ao combate ao coronavirus. Não é o caso do PR, que encontra várias razões que justificam a sua aplicação. Concordo. O covid 19 é o bicho, a epidemia contra o qual travamos a guerra. Mas a doença avivou outras epidemias muito mortíferas, nomeadamente para a democracia! Quando o problema alastrou na China achamos que era lá longe, uma coisa relacionada com o tipo de animais que comiam, pensando que só o “nojo” que nos causava tal alimentação já era suficiente para que a desgraça deles não chegasse a estas bandas. Como se os animais de que nos alimentamos não causassem a outros povos alguma relutância, isto para ser suave. O problema cresceu e em tempo de comunicações supersónicas irradiou para os outros continentes. Entretanto cavalgava aqui ao lado, terrível, o governo foi deitando água na fervura, a DGS ia dizendo que se estavam a tomar medidas. Os especialistas avisavam da grave complexidade do malfeitor. O desconhecimento quase total da sua gestação era o problema. Grassou então outra epidemia, qual seja a de comentadores televisivos e publicações nas redes so-

ciais. Aqueles alardeando sabedorias políticas que o governo não tinha, capacidades técnicas e materiais que a DGS era incapaz de mobilizar, falência generalizada do SNS por ação direta dos governos da geringonça e do atual. Os das redes sociais usando de sarcasmo com o problema e de uma linguagem depravada pondo em causa os democratas e virtualizando as tomadas de posição da extrema direita, xenófobas, racistas e nazistas! Chegaram os primeiros casos. A gravidade, a agressividade, a disseminação do vírus constatadas pelos efeitos causados em Itália e já em Espanha, “ditaram” algum apaziguamento opinativo. O Governo, a DGS, o SNS, a Proteção Civil, a generalidade dos Municípios vão respondendo com alguma eficácia. A evolução é rápida, o governo, as instituições de saúde pública e os hospitais vão agravando as medidas. Começa a instalar-se o medo… a maioria dos portugueses recata-se e acata. Alguns acham que só acontece aos outros… O PR toma medidas para decretar o Estado de Emergência (EE). Na AR há algum dramatismo e um ou outro remoque contra a governação. O EE é declarado. O governo começa a aplicá-lo. Bastonários e sindicatos da área da saúde e partidos políticos, não o chega, contêm-se. O covid 19 galga Portugal. Os profissionais da saúde resistem heroicamente - e os portugueses reconhecem - com o SNS. Há algu-

Ouvi nas Caminhetas João Afonso Machado

Será o que primeiro ocorre dizer: tão estranhos dias! Todos estes, parecendo uma televisão ligada a debitar um infindo filme de terror, a preceito escolhido para nos tolher o sono. O enredo de um inimigo invisível que, em qualquer esquina, nos pode, de um perdigoto só, condenar ao hospital, a sabe-se lá que mais! Não durmamos, pois, em cima da realidade. E tratemos de a conhecer bem, o meio ideal de evitar pânicos e superstições. Como estará a pandemia a evoluir em Portugal? Depois da alarmante notícia do lar de idosos em Cavalões – oxalá as senhoras afetadas recuperem depressa, queira Deus os idosos encaminhados para o Porto vejam o mal passar-lhes ao lado, para susto já têm o bastante – depois desse inacreditável episódio, dizia, a perturbar ainda mais o nosso diário desassossego, creio que os olhares dos portugueses em geral se viram para os números. No momento em que escrevo este texto, pouco antes do almoço, segunda 23, as contas oficiais mantém-se inalteradas em relação ao dia anterior. Nem mais um óbito! Nem sequer um outro contaminado a acrescer à lista dos 1600! O que, sinceramente, me aflige. Fosse essa a verdade! No entanto, é tal a inverosimilhança, a ideia de uma contagem volumosa, trabalhosa, assustadora, prevalece, quase antevemos a Ministra da Saúde com agrafos na boca e medo da reação das pessoas, as notícias oriundas de Itália e de aqui ao lado, em Espanha, avolumam o pessimismo, apontam caminhos árduos de muitas contrariedades ainda. Também porque, consta, italianos e espanhóis possuem, outrossim, as suas marginais poveiras e vilacondenses e um domingo solarengo é sempre um

mas debilidades, sabemos, sobretudo relacionadas com equipamentos e meios de proteção individual, mas será injusto acusar o governo, as instituições da administração central, a DGS, as autarquias, as IPSS, as forças de segurança e militares ou a proteção civil de falta de empenho. Falta de dinheiro. Há demagogia e populismo em excesso. Acordou a epidemia dos “sabichões” das redes sociais, daqueles que decretavam e governavam tudo sem contestação, que agora elogiam decisões chinesas e russas só possíveis em ditadura, que elogiaram as tomadas de posição inglesa, americana e brasileira segundo as quais lá seria o melhor do mundo em termos de covid 19, porém, por ali as coisas estão a degenerar. É difícil de compreender…Tudo para dizer que os decisores portugueses são uns irresponsáveis! Com toda a sinceridade, até podemos chegar aos níveis de Itália e Espanha, o que não me parece. Mas os nossos meios são, proporcionalmente, inferiores. E não acredito que um profissional de saúde responsável trabalhe sem as condições mínimas de segurança individual e para os outros. Como não creio que seja uma boa conduta todo o tipo de partidarização que se tem visto um pouco por toda a parte, das questões nacionais às autárquicas. É uma epidemia que sairá cara, politicamente, a quem nela incorre.

Dias nunca imaginados convite… Assim ninguém facilita a vida a alguém. Sirvam ao menos os areais mais distantes, a montanha… ou o parque da cidade, despovoado como anda, para uma marchazinha forçada, castigar o corpo é confortar o espírito. Outro não é o nosso quotidiano. Visto de dentro da minha janela, num breve, muito breve, instante de reflexão, uma experiência única. (Logo depois da reflexão, o incómodo, a irritação…) O dito filme que nos habitámos a pensar, só decorreria na televisão. Não, vivemo-lo diariamente nas ruas quase desertas, num mundo laboral perto da paralisia, em contas sobre a economia nacional de que fugimos a sete pés, bastanos para já a peste, os cuidados de saúde. Temos pela frente o fantasma da incerteza. Para quando uma barbearia, ao menos, para cortar o cabelo, aparar a barba? Um nadinha de futebol para entreter? Um café para o encontro com os amigos, três dedos de conversa? Para quando a mochila às costas, o bloco-notas, a máquina fotográfica e uma viagem algures num mundo desconhecido? Não para tão cedo. E nessa contingência, sem sequer uma biblioteca aberta ao público, valenos apenas a ferramenta caseira. Sinistramente, o meu relógio-de-cuco avariou. O silêncio abateu-se sobre uma casa inteira habituada ao matraquear do seu pêndulo no hall da entrada. Insisto, nada sobra para além da ferramenta caseira. Quero dizer, da nossa imaginação extravasando paredes a ver se o tempo acelera um bocado e nos transporta – se possível a todos – para além do pesadelo. Assim termino, com amizade e os meus votos de paz, resistência e saúde muito especialmente para os famalicenses.

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opiniãopública: 26 de março de 2020


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