Opinião Pública - 1457

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Ano 28 | Nº 1457| De 9 a 15 de abril de 2020| Diretor: João Fernandes | Gratuito | www.opiniaopublica.pt pub

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São todos utentes do lar da instituição

Centro Social de Bairro regista seis mortes por Covid 19 p. 11

CENTRO DE RASTREIO DE FAMALICÃO JÁ ABRIU COM CAPACIDADE PARA 50 TESTES/DIA p. 3

Citeve 150 empresas disponíveis para fabricar máscaras e equipamento de proteção p. 4

Solidariedade Refood já não recolhe refeições mas continua a apoiar famílias p. 6

Covid 19 Famalicão é o segundo do distrito com mais casos p. 3

Desporto Dirigentes do FC Famalicão, AVC e GD Natação falam do futuro das provas p. 15 e 16

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CIDADE

opiniãopública: 9 de abril de 2020

Câmara criou agenda de espetáculos online

Numa altura em que todos os espetáculos da Casa das Artes estão cancelados, a Câmara Municipal de Famalicão criou uma iniciativa para que a cultura vá de encontro aos famalicenses. Chama-se “Há Cultura” e pretende promover o acesso livre, a partir de casa, a atividades culturais e valorizar os artistas locais, através de uma agenda de espetáculos online. Os espetáculos culturais podem ser acedidos a partir da página oficial de Facebook do programa Famalicão Comunitário, em www.facebook.com/famalicaocomunitario, e serão depois também partilhados na conta de Instagram do “Há Cultura” (@ha_cultura). As transmissões decorrem às quartas, entre as 10h00 e as 11h00, para crianças e seniores; às sextas e sábados à noite, às 21h30, para jovens e adultos, e ao domingo à tarde, entre as 16h30 e as 17h00, para toda a família. Refira-se que para a próxima sexta-feira, dia 10, está já marcado um espetáculo musical pela banda Hot Air Ballon, às 21h30. De referir ainda que o “Há Cultura” é desenvolvido em parceria com os agentes e coletividades culturais presentes no seio das 10 Comissões Sociais InterFreguesias do concelho.

As inscrições continuam abertas

Bolsa de Voluntários Covid 19 com 80 inscritos num dia Em 24 horas, a bolsa de voluntários criada pela Câmara de Famalicão para fazer face ao combate à propagação da pandemia da doença Covid-19 no concelho e para auxilio das pessoas, recebeu a inscrição de 80 pessoas com idades entre os 25 e os 45 anos. As tarefas com maior resposta são o apoio na alimentação, na compra de medicamentos e na ligação com as unidades de saúde para obtenção de receituário crónico. Entretanto, as inscrições continuam abertas e os interessados deverão fazer a sua inscrição no site do Banco de Voluntariado de Vila Nova de Famalicão disponível em http://voluntariado.famalicao.pt, onde devem indicar a sua disponibilidade em termos de tarefas a desenvolver. O objetivo é criar respostas em diversas frentes, nomeadamente no apoio a cidadãos institucionalizados, seniores e portadores de deficiência; a cidadãos com infeção COVID – 19; na compra de medicamentos nas farmácias e entrega no domicilio; na compra e entrega de bens de primeira necessidade e entrega

FICHA TÉCNICA

CONSELHO EDITORIAL: Alexandrino Cosme, António Cândido Oliveira, António Jorge Pinto Couto, Artur Sá da Costa, Cristina Azevedo, Feliz Manuel Pereira, João Fernandes, Manuel Afonso e Almeida Pinto. ESTATUTO EDITORIAL: disponível em www.opiniaopublica.pt

DIRETOR: João Fernandes (CIEJ TE-95) jfernandes@opiniaopublica.pt

CHEFE DE REDACÇÃO: Cristina Azevedo (CPJ 5611) cristina@opiniaopublica.pt

REDACÇÃO: informacao@opiniaopublica.pt Carla Alexandra Soares (CICR-248), Cristina Azevedo (CPJ 5611).

DESPORTO: Jorge Humberto, José Clemente (CNID 297) e Pedro Silva (CICR-220).

dora a Câmara Municipal. Este banco tinha cerca de uma centena de voluntários ativos. De acordo com o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, “Famalicão é um concelho solidário e temos cidadãos com grande responsabilidade social, que estão sempre disponíveis para ajudar, principalmente em momentos como estes que vivemos”.

Escola Cior recebe selo europeu de garantia de qualidade

Plataforma + Cidadania estendida à educação pré-escolar Tendo em consideração o panorama atual que vive face ao Covid 19, o Município Famalicão, em parceria com a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Ave, anuncia que a Plataforma +Cidadania, disponível em maiscidadania.cim-ave.pt passa a estar também disponível para a Educação Pré-Escolar. Destinada a crianças do pré-escolar e 1º Ciclo de Ensino Básico, encarregados de educação e docentes, esta ferramenta de suporte inovadora foi criada com o objetivo de prevenir e reduzir o abandono escolar precoce, e de promover um espaço de aprendizagem online seguro, dinâmico e interativo, de partilha de ideias e experiências, no âmbito do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar do Ave. Ao aceder a maiscidadania.cim-ave.pt encontram-se várias áreas e funcionalidades. Esta plataforma assume-se como um espaço seguro de aprendizagem, colaboração e partilha, unindo a comunidade educativa e contribuindo como um recurso adicional para o processo de ensino/aprendizagem que se pode continuar a desenvolver a partir do domicílio de cada um. Destaque para um sistema de gestão de crachás, integração do Currículo Local, com informação sobre o património e o poder local, conteúdos curriculares e conteúdos para trabalhar a Educação e Cidadania, bem como integração de projetos educativos e comunitários.

no domicilio; na ligação com as unidades de saúde para obtenção de receituário crónico, bem como ajudar na limpeza e higienização de espaços e acolhimento temporário de animais de companhia. Refira-se que esta Bolsa de Voluntários Covid 19, insere-se no Banco Municipal de Voluntariado que foi criado em 2008, tendo como entidade coordena-

A Escola Profissional Cior, de Famalicão, receberá muito em breve o Selo de conformidade EQAVET – Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e a Formação Profissionais. Isso mesmo consta do relatório preliminar elaborado por uma equipa de peritos independentes e já enviado à Agência Nacional para a

GRAFISMO: Carla Alexandra Soares e Pedro Silva.

OPINIÃO: Adelino Mota, Barbosa da Silva, Domingos Peixoto, Gouveia Ferreira, J. Mário Teixeira, José Luís Araújo, Sílvio Sousa, Vítor Pereira. GERÊNCIA: João Fernandes

CAPITAL SOCIAL: 350.000,00 Euros.

DETENTORES DE MAIS DE 5% DO CAPITAL António Jorge Pinto Couto

Qualificação e Ensino Profissional. “Para nós, a atribuição deste selo de garantia à escola, para além de um ato de reconhecimento da qualidade da educação e formação que ministramos é também um desafio e um compromisso assumidos por toda a comunidade escolar e parceiros no sentido de continuarmos a

TÉCNICOS DE VENDAS: comercial@opiniaopublica.pt Maria Fernanda Costa e Sónia Alexandra

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fazer cada vez mais e melhor”, justifica Amadeu Dinis, diretor da Cior. Este responsável refere ainda que é fundamental continuar com as “boas práticas, as melhores metodologias e a inovação permanente tudo orientado para a obtenção do sucesso nas suas múltiplas dimensões.” Com base nos diferentes critérios observados e analisados, os peritos/consultores relevaram a boa gestão da escola, a sua dinâmica de melhoria contínua, as boas práticas e os resultados alcançados, realidades também resultantes do facto Cior ter implementado e mantido há vários anos o Sistema de Garantia de Qualidade, norma ISO 9001:2015, em alinhamento com o EQAVET. Refira-se que o EQAVET foi instituído pela Recomendação do Parlamento Europeu e do Conselho de 18 de junho de 2009, no sentido de melhorar a Educação e Formação Profissional no espaço europeu.

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Tem capacidade para realizar 50 testes por dia

Centro de Rastreio de Famalicão já realiza testes com prescrição médica O Centro de Rastreio Móvel de Famalicão começou a funcionar na passada segunda-feira, com a realização dos primeiros testes ao Covid 19. Instalado no parque de estacionamento do Parque da Devesa, junto ao Citeve, este centro, que numa fase inicia terá a capacidade de realizar 50 testes por dia, funciona num formato onde as pessoas não precisam de sair do carro para efetuar o exame. Saliente-se que os testes são realizados unicamente aos cidadãos que tenham prescrição médica passada pelo Serviço Nacional de Saúde e são gratuitos. Depois de receberem a prescrição, os cidadãos deverão fazer a sua marcação obrigatória através do contacto 220125001. No primeiro dia de funcionamento, na tarde de segunda-feira, o movimento era feito de forma ordeira, com a Polícia Municipal de Famalicão a orientar os automobilistas que chegavam, para o local onde os testes ao novo coronavirus são realizados. Para esse efeito, o parque de estacionamento junto ao Citeve e o acesso ao mesmo estão encerrados, só podendo entrar as pessoas que vão realizar os testes. Refira-se que este centro de rastreio foi uma das medidas anunciadas pelo presidente da Câmara, Paulo Cunha, a semana passada para fazer face à pandemia de Covid 19 e foi criado em parceria com a Administração Regional de Saúde do Norte e a UNILABS. De acordo com Paulo Cunha, com esta medida a autarquia pretende “aumentar a capacidade de realização de testes, dimi-

O centro começou a funcionar na passada segunda-feira

nuindo a afluência ao hospital e aos centros de saúde e aumentando a capacidade do INEM”. E acrescenta: “é um sinal da autarquia naquilo que podemos fazer para ajudar as instituições que cuidam da saúde de todos nós”. O autarca espera também que este Centro de Rastreio Móvel contribua para que “cada vez mais famalicenses possam fazer o exame e assim ficar a saber se têm ou não o vírus”, mas alerta que os cidadãos devem seguir sempre as orientações das entidades de saúde. Apesar deste apelo, logo no dia em que o centro abriu, ouviram-se queixas.

Segundo alguns depoimentos de cidadãos já não era possível fazer marcações até ao final do mês de abril, por indisponibilidade de agenda. Na sequência disso, o presidente da Câmara escreveu na sua página de Facebook que "o número de testes diários e a seleção de quem o faz é da exclusiva responsabilidade das autoridades de saúde" e que "não se trata de sacudir responsabilidades, trata-se de respeitar competências e instituições". Refira-se que o centro funciona de segunda-feira a sábado, das 9 às 18 horas. C.A

CIDADE

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Famalicão é um dos concelhos com mais risco de infeção por coronavírus Uma equipa de investigadores do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, onde se integra o Centro de Recursos Naturais e Ambiente, desenvolveu um mapa que mostra o risco de infeção por Covid-19, em Portugal. O referido mapa é atualizado diariamente, com base nos dados divulgados pela Direção Geral de Saúde (DGS) e no número de habitantes de cada concelho. Com base no mapa atualizado, na passada segunda-feira, pode ver-se que o concelho de Famalicão é um dos que apresenta mais risco de infeção. Famalicão aparece no mapa com a cor rosa, a segunda mais grave, a seguir ao vermelho, que representa o maior risco de infeção. No ultimo boletim da DGS publicado ontem, quarta-feira, Famalicão regista 154 infetados por Covid 19, sendo o 14º concelho do país com mais casos. Famalicão continua a ser também o segundo concelho do distrito com maior número de infetados, só superado por Braga que regista 423 casos. Em terceiro lugar no distrito está Guimarães, com 149 casos, seguido de Barcelos com 107. pub


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CIDADE

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Na produção de máscaras e equipamentos de proteção individual

150 empresas disponíveis para colaborar com o Citeve Cristina Azevedo O Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e de Vestuário (Citeve), com sede em Famalicão, já registou a disponibilidade de 150 empresas do setor para iniciar a produção de máscaras e de equipamentos de individuais de proteção. O Citeve criou uma espécie de "manual de instruções" para as empresas nacionais que queiram dedicar-se ao fabrico de artigos essenciais ao combate à pandemia Covid-19, nomeadamente equipamentos têxteis hospitalares, como máscaras médicas, fatos ou batas de proteção. Essa informação técnica colocada ao serviço da indústria é fruto de um trabalho desenvolvido nas últimas semanas por uma equipa “completamente dedicada, que está a fazer centenas de testes a materiais e a produto acabado em tempo recorde, para que se possa colocar no mercado, tão depressa quanto possível, os produtos produzidos pelas empresas portuguesas”, explicou ao OPINIÃO PÚBLICA, o diretor-geral do Citeve, Braz Costa. Este responsável lembra que, apesar do o têxtil ser um setor “muito competente e com um grande domínio sobre as tecnologias de produção na sua área, o número de empresas portuguesas com experiência na área da produção de dispositivos médicos é muito pequeno”. Por isso, a investigação desenvolvida pelo Citeve é um apoio fundamental. E os resultados começam, agora, a aparecer. “Recebemos a disponibilidade de cerca 150 empresas para trabalhar nesta área e já foram entregues vários certificados de conformidade que dizem: este material é adequado à produção de máscaras cirúrgicas ou de fatos de proteção”, adianta Braz Costa, referindo também que, neste momento, há já empresas têxteis a fabricar esses artigos, devidamente certificados, e a entregar aos hospitais. Contudo, o processo de produção está ainda no início, porque as dificuldades foram muitas, sobretudo ao nível das matérias-primas necessárias para a produ-

Braz Costa, diretor-geral do Citeve

ção de máscaras. “É uma corrida contra o tempo e é quase como encontrar uma agulha no palheiro”, afirma. A escassez destas matérias-primas, face à crescente procura, causou dificuldades acrescidas. “A produção está muito concentrada na Ásia, sobretudo na China, Portugal não tem nenhuma empresa a trabalhar com estes materiais e na Europa são também muito poucas”, refere o responsável do Citeve, que nas últimas semanas procurou encontrar fornecedores, seja a partir da China ou de outros países, mas com baixa taxa de sucesso. Nesse sentido, o Citeve partiu para outro patamar, “que foi procurar em Portugal matérias-primas que sejam adaptáveis a essa utilização, que cumpram todos os requisitos de proteção e segurança e que permitam fazer uma produção em Portugal de forma mais independente”. À medida que essas matérias-primas

Escola D. Sancho I apela ao empréstimo de computadores “Deixamos de ir à escola, mas a escola não pode deixar de vir até nós”. É com este lema que a Associação de Pais e Encarregados de Educação, em parceria com a Direção do Agrupamento de Escolas D. Sancho I, vai dinamizar uma campanha de recolha de computadores para que todos continuem a “ir à escola". Esta campanha solidária apela aos alunos que tenham algum computador em casa de que não precisem, que o cedam a um colega. Podem faze-lo de duas formas: ou entregar o computador diretamente ao aluno necessitado ou deixa-lo na escola sede do Agrupamento, que fará depois a entrega.

forem certificadas, Braz Costa acredita que a produção nacional destes equipamentos têxteis hospitalares “vai disparar”. “A moda vai ser diferente” Questionado sobre se esta pode ser uma fileira com futuro para a Indústria Têxtil e de Vestuário em Portugal, Braz Costa é perentório: “não sabemos o que vai ser o futuro depois desta pandemia, mas sabemos que vai ser diferente”. E novas oportunidades podem surgir. “Hoje ninguém tem dúvidas de que é tão importante ter a produção deste tipo de equipamento na Europa como ter produção de leite. E se a Europa decidir concentrar em si a produção deste tipo de equipamento, Portugal tem tudo para se poder posicionar e ser um país produtor”, afirma. De resto, para Braz Costa o setor pode ainda marcar pontos na fileira da moda e do vestuário. “Não tenho dúvidas de que

as próximas coleções das marcas vão incluir máscaras, da mesma forma que incluem sapatos ou pulseiras”, refere, para justificar que “a moda vai ser diferente”. “Depois do design, houve muita preocupação com o conforto; nos últimos tempos muita preocupação com a sustentabilidade – que vai obviamente continuar – mas será a questão da proteção que fará parte da engenharia de produto no futuro”, antevê Braz Costa. Por isso, o Citeve também já está a trabalhar nesse cenário: “em paralelo com todo o trabalho de combate ao coronavírus, estamos também a preparamo-nos para essa realidade, recuperando e reforçando muito do trabalho que já fizemos na área do efeito antibacteriano e antivírico das peças de vestuário”. veja em www.famatv.pt ou

BV Famalicenses querem saber onde estão infetados para poupar recursos A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários (BV) Famalicenses exige saber onde estão os infetados por Covid-19 na sua áera de atuação. Para isso, fez chegar uma carta aberta à Direção Geral de Saúde (DGS) onde indica quais os motivos que explicam o pedido de informação complementar. A direção da corporação elucida, em comunicado, que quando os bombeiros são chamados para um serviço não têm conhecimento se o doente se encontra ou não infetado pelo noco coronavírus, o que exige a que os profissionais tenham de sair sempre devidamente protegidos com "máscaras, toucas, óculos, batas, perneiras, fatos e luvas, a que acresce a desinfeção total dos veiculos e de equipamentos". Algo que representa um "custo de 80 euros por doente", denuncia a direção daquela Associação Humanitária. Desta forma, os BV Famalicenses pedem que a DGS ou a Delegação de Saúde de Famalicão comunique a morada dos doentes infetados, para que possam poupar recursos financeiros e materiais.


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Em causa o facto do distrito de Braga não ter sido prioritário

Jorge Paulo Oliveira questiona Governo sobre testes em lares O famalicense Jorge Paulo Oliveira, conjuntamente com outros deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral de Braga, solicitaram à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social que dê a conhecer os critérios que estão na base da decisão do governo em avançar com uma operação de testes de diagnóstico em lares de idosos em todo o país. Em causa está a prioridade dada aos lares situados nos distritos de Lisboa, Aveiro, Guarda e Faro, em detrimento dos “lares existentes no distrito de Braga, um dos territórios onde se registam mais casos” de infeção por Covid-19, dizem os deputados social democratas. E acrescentam: “trata-se de uma decisão que, salvo melhor explicação, se revela imprudente”. Recorde-se que perante este cenário, a CIM do Ave e os oito municípios que a constituem – Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Famalicão e Vizela – emitiram um comunicado no mesmo sentido, demonstrando o seu desagrado com esta decisão do Governo, afirmando a sua total solidariedade para

com as Instituições da Zona Norte. A ministra Ana Mendes Godinho, é igualmente, questionada sobre quando é que os lares do resto do país “e muito especificamente” os do distrito de Braga serão objeto dos testes de despiste, e se os testes são generalizados, isto é, se têm por destinatários todos os utentes, profissionais de saúde e demais colaboradores das instituições. Numa segunda interpelação, Jorge Paulo Oliveira recorda à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, que foi em Famalicão que a 22 de março o país ficou a conhecer a primeira situação dramática vivida num Lar de Idosos, com um elevado número de infetados, na Residência Pratinha, na freguesia de Cavalões. Cinco dias depois, assinala o social-democrata, foi registado um novo foco de infeção de Covid-19, no lar do Centro Social e Cultural S. Pedro do Bairro. Sendo publico que a Câmara Municipal se disponibilizou junto do Agrupamento de Centros de Saúde do Ave – Famalicão, bem como da Delegação de Saúde, para “suportar todos os encargos financeiros, logísticos

Jorge Paulo Oliveira

e operacionais para implementação do urgente rastreio de todos os utentes e colaboradores das 21 instituições daquele concelho, que abrangem 700 utentes e 1300 colaboradores”, Jorge Paulo Oliveira diz não compreender “porque razão não mereceu esta disponibilidade manifestada pelo executivo camarário uma resposta positiva”, solicitando ao Governo que justifique a sua decisão. pub

Para Jorge Paulo Oliveira, “este é um momento de união, mas união, não significa unicidade, e não dispensa a Assembleia da República e os Deputados de exercerem, com ponderação e sensatez, a sua função fiscalizadora. Quando há decisões do governo, como é manifestamente o caso, que nos causam estranheza, as mesmas merecem ser questionadas”.

Centro Qualifica prepara cidadãos para o futuro pós-pandemia O Centro Qualifica de Famalicão continua a apoiar os famalicenses que pretendem aumentar as suas qualificações, mas agora, em tempos de pandemia Covid-19, à distância. “É uma oportunidade para muitos cidadãos se prepararem para os desafios que serão colocados depois desta crise epidémica”, sublinha o Município de Famalicão, que gere o Centro, em nota à imprensa. Assim, o Centro Qualifica de Famalicão viabiliza a continuidade das inscrições, do encaminhamento para formação qualificante ou do desenvolvimento dos processos de Reconhecimento e Validação de Competência (RVCC), no sentido de assegurar a resposta adequada aos adultos, utilizando os recursos online. As inscrições podem ser feitas em www.famalicaoeducativo.pt.

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Núcleo de Famalicão teve que reformular a sua atividade devido à Covid 19

Refood já não recolhe refeições, mas continua a apoiar famílias Cristina Azevedo* soas em Famalicão, num total de 79 agregados familiares. “Com esta situação emerO Núcleo de Famalicão do Projeto Refood teve que readaptar gência, percebemos que a Retoda a sua atividade de assis- food podia constituir-se como tência aos mais carenciados, fator de risco, porque os volundevido à pandemia de Covid 19. tários teriam que ir fazer recoHoje, os voluntários do Refood lhas e entregar as refeições aos já não vão aos restaurantes re- beneficiários, estando em concolher as refeições que sobram tato com muitas pessoas, ou para entregar a famílias caren- seja, havia toda a propensão ciadas, mas com a ajuda de ou- para ter ali uma zona de contátras instituições, como a gio”, conta Estefânia Pereira. Apesar da adversidade, a asHumanitave – continua a apoiar as mais necessitadas, nomeada- sociação não baixou os braços mente, com um cabaz semanal. e decidiu continuar a sua mis“Tivemos que encerrar o são social, optando por districabazes com bens nosso centro operacional e re- buir alimentares às famílias. “Criaformular aquela que é a nossa princi- mos uma pequena equipa, de pal missão: resgatar o desperdí- oito ou nove elementos, todos cio alimentar, ou seja, toda a eles gestores, e estamos a encomida que diariamente iria tregar a cada agregado um para o lixo, e distribui-la pelas cabaz por semana”. Mas porque há famílias que famílias mais carenciadas localmente”, explicou ao OPINIÃO não têm condições para confePÚBLICA Estefânia Pereira, ges- cionar as refeições em casa, porque – como explica Estefâtora da Refood Famalicão. Uma das razões prende-se nia – e não têm água, luz ou com o facto de grande parte dos gás, a Refood, está a distribuir restantes estarem fechados ou também algumas refeições, elasó em serviço de takeaway, o boradas pela Humanitave, outra que fez diminuir “drastica- associação de Famalicão que se mente” a principal fonte de for- tornou parceira deste projeto. Além disso, com a parceria necimento de refeições da Refood. Por outro lado, a pró- da empresa famalicense Super pria associação “seguindo o 2000 estão também a ser entreseu dever cívico de proteção da gues sandes para as crianças saúde pública” entendeu que que, nesta altura estão em deveria proteger os seus cerca casa. Ana Sofia, outra gestora da de 150 voluntários que, semanalmente, apoiavam 206 pes- Refood Famalicão, não deixa de

salientar “o espírito solidário e a generosidade” que se vive na comunidade famalicense. “A sociedade civil tem-se mobilizado para nos entregar bens para colocarmos nos cabazes, o Município também tem colaborado muito connosco e o Núcleo de Famalicão é já considerado pelos dirigentes nacionais da Refood como um exemplo a seguir”, acrescenta. De resto, desde que começou a crise pandémica, os pedidos de ajuda não param. “Têm-nos chegado muitas situações novas. Os pedidos no Messenger da associação são diários”, afirma Estefânia Pereira, adiantando que a associação procura sempre dar uma resposta, quanto mais não seja encaminhando para os serviços de ação social ou para a Humanitave, que está a fazer a triagem dos casos mais urgentes. Refira-se que a Refood surgiu em Portugal em 2011, como um movimento independente, orientado por cidadãos 100% voluntários, tendo atualmente 60 núcleos espalhados pelo país. O de Famalicão começou a operar no terreno em fevereiro de 2016, depois de um ano de preparação. *com Pedro Silva veja em www.famatv.pt ou

Casa da Juventude com dinâmicas diárias para os jovens A Casa da Juventude de Famalicão está de portas fechadas, mas por estes dias as suas redes sociais têm sido uma janela aberta para os jovens do concelho. Todos os dias são lançadas propostas de atividades através da página de Facebook e Instagram, entre sugestões de leitura, desafios, jogos, conversas sobre psicologia e nutrição, dicas para o diaa-dia nesta fase de isolamento social, entre outras propostas. Em nota á imprensa, O Município assegura ainda que, apesar do encerramento ao público, a equipa da Casa da Juventude continua operacional e disponível para ouvir os jovens do concelho através do email casadajuventude@famalicao.pt.

A Humanitave colabora com a Refood na confeção de refeições

A entrega de cabazes alimentares é uma das soluções encontradas

GNR detém homem que tentava assaltar uma residência em Famalicão A GNR de Famalicão deteve na madrugada da passada terça-feira, um homem de 33 anos, por tentativa de furto, em Famalicão. Em comunicado, o Comando Distrital da Guarda explicou que o suspeito terá tentado furtar bens no interior de uma residência e, para tal, muniu-se de uma faca. Foi, no entanto, surpreendido pelo proprietário que avisou os militares e o reteve até à sua chegada. O suspeito tem antecedentes criminais, tendo já sido detido, em fevereiro, por furto de ouro noutra residência. Os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Famalicão.


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Empresa justifica com uma “falta de atividade imediata”

Sindicato acusa Trofa Saúde de fecho ilegal de hospital em Famalicão O Sindicato da Hotelaria do Norte acusou, a semana passada, o Grupo Trofa Saúde de encerramento temporário “ilegal” do seu hospital de dia em Famalicão e de obrigar os trabalhadores a escolherem entre férias forçadas ou redução salarial de 25%. Em comunicado enviado à Agência Lusa, o sindicato diz que “já protestou” junto da empresa e já pediu a intervenção “urgente” da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT). “A empresa alega o artigo 309º do Código do Trabalho, sabendo, como sabe, que tal norma não se aplica ao caso”, acrescenta. Aquele artigo alude a casos de “encerramento temporário ou diminuição temporária de atividade de empresa ou estabelecimento que não respeite a situação de crise empresarial”. Contudo, o sindicato alega que “o encerramento do hospital de dia de Famalicão foi feito sem que a empresa estivesse obrigada a tal e, por isso, é ilegal”. O Grupo Trofa Saúde não reagiu a esta acusação, mas a Lusa teve acesso a um email enviado

O Hospital de Dia do Grupo Trofa Saúde em Famalicão

pelos Recursos Humanos do Grupo a uma trabalhadora, que refere que a “catástrofe” provocada pela infeção de Covid 19 obrigou ao encerramento temporário dos serviços, por ter criado uma falta de atividade imediata, imprevisível e totalmente fora do controlo da empresa”.

Ou seja, os serviços “encerraram por motivos de força maior, encontrando-se a empresa a analisar as melhores formas de reação a esta crise que se instalou e de assegurar os postos de trabalho”, acrescenta. O grupo diz ainda que, “para que os trabalhadores não perpub

dessem rendimento, a empresa indicou como caminho que, durante este período, os dias fossem de compensação de horas e férias para os colaboradores”. Ressalva, contudo, que não obrigará qualquer trabalhador a gozar agora o seu período de férias, se não for essa a sua intenção e conclui dizendo que os trabalhadores que não quiserem gozar agora as férias continuarão a não ter que ir trabalhar, mas verão a sua retribuição reduzida em 25% durante o período do encerramento. O hospital do grupo em Famalicão fechou a 19 de março, mas os trabalhadores foram sendo, entretanto, informados da prorrogação do prazo de encerramento, que agora se situa em 20 de abril. “Estou de férias desde 16 de março. Se o fecho se prolongar até 20 de abril, cumpriria mais do que os 22 dias de férias a que tenho direito”, disse uma trabalhadora à Lusa. A mesma trabalhadora disse já contestou, dizendo que não aceitava, mas ainda não obteve qualquer resposta.

BE pede ao Governo requisição civil O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo sobre o encerramento do hospital de dia de Famalicão do Grupo Trofa Saúde e propôs a requisição civil de instalações e profissionais de saúde daquele hospital. Para o deputado bloquista, Moisés Ferreira, “para além da clara ilegalidade laboral, há ainda a questão da irresponsabilidade deste grupo privado perante a comunidade, principalmente no momento epidémico que o país atravessa”. O dirigente bloquista defende que, "se estes grupos económicos não estão dispostos a colocar os seus recursos ao serviço do bem comum, então devem ser imediatamente requisitados e integrados no Serviço Nacional de Saúde”. Por isso, o Bloco de Esquerda quer saber “quando procederá o Governo à requisição das instalações, dos equipamentos e profissionais deste hospital”. pub


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PSD elogia medidas tomadas pela Câmara Municipal face à pandemia

Concelhia de Famalicão apresentou medidas complementares

PS propõe “Tem sabido atuar desinfeção no tempo certo e de forma sustentada” imediata dos lares “A Câmara Municipal tem sabido atuar no tempo certo, de forma refletida e sustentada”. Quem o afirma é o PSD de Famalicão que, esta semana, em nota de imprensa, veio elogiar a atuação da autarquia no combate à pandemia do novo coronavírus. “Felizmente os famalicenses tem podido contar com a Câmara Municipal de Famalicão, cuja resposta, ao longo destas semanas do estado de exceção que vivemos, tem sido absolutamente notável, em termos de apoio, empenho e proximidade, mobilizando meios, recursos e organização, um empenho que igualmente deve ser reconhecido aos profissionais de saúde, forças de segurança, corporações de bombeiros, voluntários e todos aqueles que cuidam dos nossos seniores institucionalizados em lares residenciais”, pode ler-se no comunicado. O PSD de Famalicão encontra no Plano de Reação à Situação Epidémica e de Intervenção Social e Económica, apresentado pelo presidente da Câmara, “as respostas necessárias para cuidar em primeiro lugar da saúde dos famalicenses, mas igualmente os instrumentos para atenuar impactos sociais e económicos negativos que sabemos de antemão recairão sobre as famílias, as instituições e as empresas do concelho”. A Concelhia social democrata entende ainda que

“se é verdade que as medidas municipais anunciadas têm sempre de ser vistas como complementares às que estão a ser desenvolvidas pelo Governo, não é menos verdade que muitas vão para lá daquilo que são as competências e responsabilidades da câmara municipal, outras atuam em domínios que o próprio Governo não considera e outras ainda assumem-se verdadeiramente inovadoras no panorama nacional”. A instalação de estruturas de retaguarda hospitalar, a disponibilidade para suportar os encargos financeiros para nos lares residenciais do concelho ou a implementação de um centro de diagnóstico móvel são exemplos de medidas que, no entender do PSD, extravasam as competências da autarquia. O PSD de Famalicão regista também “com imensa satisfação” que, “ao contrário do Governo, o executivo

municipal haja considerado o domínio da fiscalidade como um instrumento apropriado à atenuação das dificuldades sentidas pelas famílias e pelas empresas”, saudando a redução da taxa de IRS, o alargamento das reduções em sede de IMI e o alargamento da isenção da derrama. Também regista o pagamento de rendas às famílias que sofram perda de rendimentos por força do COVID-19, uma medida que o PSD classifica como “inovadora e pioneira que se assume como uma alternativa ao endividamento a que conduz a medida avançada pelo Governo”. Em face de todo este contexto o PSD de Famalicão saúda a Câmara Municipal pela forma sóbria e eficaz como se tem apresentado na linha da frente no combate à Pandemia Covid-19, expressando o seu total apoio às soluções encontradas e em curso.

Face ao plano de medidas apresentado, a semana passada, pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, o PS de Famalicão tomou algumas posições manifestando-se disponível para ajudar, mas também propõe medidas complementares. Em comunicado às redações, o líder socialista famalicense, Eduardo Oliveira, esclarece que "enquanto partido político na oposição municipal neste contexto muito particular em que vivemos, compete-nos apoiar o executivo". Porém, reconhece que as medidas apresentadas chegaram tarde face ao "tempo decorrido entre a declaração do Estado de Emergência dia 18 de março e o anúncio de medidas que irão ser tomadas durante o mês de abril". Nesse sentido, o PS apresenta algumas medidas, concretamente, que "o Município estabeleça contactos e parcerias com os restaurantes locais para que os mesmos forneçam, de forma organizada, as refeições necessárias aos vários profissionais que se encontram na linha da frente do combate á pandemia, naquilo que também é uma medida de estimulo à economia local".

Por outro lado, os socialistas propõem a “desinfeção imediata” dos lares de idosos, sugerindo que o Município transfira, temporariamente, os utentes que se encontram nos lares infetados com Covid-19 para efeitos de desinfeção, sendo ao mesmo tempo uma forma de controlar a propagação. "O Município instalou 200 camas em dois pavilhões do concelho, pelo que nos parece adequado e sensato utilizar temporariamente esses espaços para acolher os idosos que estão nos lares e, desta forma, proceder à adequada desinfeção dos espaços", refere Eduardo Oliveira, considerando ainda que, "na medida do possível e tendo em conta a disponibilidade das 200 camas, esta metodologia deve ser seguida com os restantes

Câmara renova pavimento em vias do centro urbano Enquanto dura o período de confinamento devido ao Covid 19 o Município de Famalicão está a aproveitar a redução do fluxo de transito para fazer obras nas vias da cidade e arredores, como a renovação do pavimento no centro urbano. A zona circundante à Rotunda D. Sancho I, no centro da cidade, é uma das zonas que está a ser intervencionada, esta semana, com a colocação de novo piso betuminoso e sinalização horizontal. Entretanto, outras principais s já foram ou estão a ser intervencionadas, concretamente nas áreas urbanas da União de Freguesias de Famalicão e Calendário e de Antas e Abade Vermoim, num investimento superior a 140 mil euros.

lares". O PS Famalicão destaca, igualmente, para a necessidade de se avançar rapidamente para a formação em proteção de risco para todos os funcionários que trabalham em lares de idosos. A outra medida era “implementar rapidamente uma bolsa de voluntariado municipal”, algo que já tinha concretizado pela Câmara Municipal. O líder socialista afirma ainda que "fica naturalmente agradado pelo Município ter aceite algumas das propostas do PS embora pudessem ser mais ambiciosas, como é o caso da redução da tarifa da água”. Garante, porém, que o PS mantém a disponibilidade para apoiar as propostas que o executivo camarário entenda submeter a votação.


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São todos utentes do lar da instituição

Centro Social de Bairro regista seis mortes por Covid 19 Ao fecho desta edição, seis utentes do lar de idosos do Centro Social de Bairro tinham falecido por infeção por Covid19. A última vítima do surto que surgiu na instituição foi um homem de 90 anos, da freguesia de Delães, que estava internado no Hospital de Famalicão. A quinta morte, também decorrida esta semana, foi uma mulher que faleceu na instituição. Tinha mais de 80 anos e era de Silveiros, em Barcelos. Também um utente do lar de Bairro, um homem de 89 anos, natural de bairro, que estava internado no Hospital de Famalicão viria a falecer na passada segunda-feira. Nesse mesmo dia, de manhã, faleceu uma outra utente vítima da infeção de Covid-19. A senhora tinha 81 anos, era natural de Riba d’Ave e estava inter-

nada no Hospital da Senhora da Oliveira, em Guimarães. As outras duas outras vítimas são também mulheres, uma com 78 anos, natural e Santo Tirso, que faleceu na quinta-feira da semana passada, dia 2 de abril, que testou positivo ao novo Coronavírus. A vitima já se encontrava internada no Hospital de Famalicão, mas acabou por não resistir à doença. A outra idosa que também contraiu a doença faleceu, já no dia 29 de março, com 91 anos e era natural de Riba de Ave, como o OPINIÃO PÚBLICA já tinha avançado na edição da semana passada. No total, a Covid 19 provocou já seis vítimas mortais entre os utentes do Centro Social de Bairro onde foi detetado, na última semana de março, um surto da doença. Na altura foi avançado que

existiam nove utentes contagiados, dos 50 residentes, assim como cinco funcionárias. Neste momento, desconhece-se se o número de infetados aumentou. Segunda vítima no lar de Cavalões Entretanto, no passado sábado, faleceu mais um idoso do Lar da Residência Pratinha, em Cavalões, vítima de Covid-19. O homem, de 85 anos, estava internado no Centro Hospitalar Médio Ave (CHMA), em Famalicão. O idoso foi um dos utentes que saiu do lar, tendo ido para a casa de familiares, antes dos restantes terem sido conduzidos para o Hospital Militar do Porto, depois do referido lar privado ter sido assolado com o surto do novo coronavírus. No total, dois utentes deste lar já faleceram.

Pelo menos 33 cemitérios encerrados no concelho Pelo menos 33 cemitérios do concelho estão encerrados pelas Juntas de Freguesias, como medida de segurança, no âmbito do surto de Covid-19. Muitas têm sido as medidas de contingência adotadas autarquias locais do concelho e o encerramento destes espaços públicos tem se revelado inevitável. Bairro, Brufe, Castelões, Cruz, Fradelos, Gavião, Landim, Louro, Lousado, Mogege, Nine, Oliveira Santa Maria, Pedome, Pousada de Saramagos e Requião são freguesias que já se encontram com os seus cemitérios encerrados ao público, abrindo exclusivamente para cerimónias fúnebres e com lotação limitada. O mesmo acontece nas vilas de Riba d’Ave, Joane e Ribeirão, assim como nas Uniões de Freguesias de Antas e Abade de Vermoim, de Avidos e Lagoa, de Ruivães e Novais, de Vale S. Cosme Telhado e

Portela e na união de de Freguesias de Seide. Estão ainda encerrados os cemitérios de Vale S. Martinho, Vermoim, Vilarinho das cambas e o Cemitério Municipal de Famalicão.

Entretanto, as juntas de freguesia estão a assegurar semanalmente um arranjo floral e velas no centro dos cemitérios, para homenagear todos os que lá estão sepultados.

Posto CTT Esmeriz abre para pagamento de reformas até 17 de abril A Junta de Freguesia de Esmeriz e Cabeçudos anunciou que o posto de CTT de Esmeriz, localizado na Rua Jorge Silva, está aberto até 17 de abril, apenas para pagamentos de reformas e outros assuntos prioritários. A freguesia explica que não há necessidade da população de risco, nomeadamente os idosos, se dirigirem ao posto CTT. Estes podem fazer-se representar, excecionalmente, por outra pessoa desde que esta traga consigo uma cópia do documento do benificiário da prestação social. Para evitar ajuntamentos de pessoas, tem de existir uma marcação prévia através dos números 252331105 e 935978644, sendo que o atendimento apenas irá decorrer entre as 9h30 e as 12h00. Aos cidadãos que estiverem impossibilitados de sair de casa, será o próprio executivo da junta a deslocar-se à habitação das pessoas para realizar o pagamento, mediante solicitação através dos contactos acima indicados.

Junta de S. Martinho e Vicentinos ajudam idosos e carenciados A Junta de Freguesia de Vale S. Martinho e a Conferência Vicentina organizaram um plano de ação, de apoio aos que mais precisam, que já está em prática, tendo em conta a pandemia do Covid-19 e seguindo as instruções da Direção Geral da Saúde (DGS. Assim, não deixando de reforçar o indicado pela DGS, o enfoque está nos idosos, nas pessoas com mobilidade reduzida e nas famílias carenciadas.

Desta forma, os técnicos destas duas entidades estão ao dispor destas pessoas para fazer compras, ir à farmácia e para deslocações de extrema necessidade. Quem necessitar deste apoio deve contactar o autarca de Vale S. Martinho, Manuel Oliveira (965036659) e os contactos da Conferência Vicentina da freguesia (965237081 ou 964188368).

FREGUESIAS/PRAÇA PÚBLICA

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Pelos quatro cantos da ca(u)sa Domingos Peixoto

Não ficará tudo bem Tem vindo a ser divulgado um lema para o pós covid19: “Vai ficar tudo bem”. Numa espécie de “post scriptum” acrescenta-se: “fique em casa”. A primeira frase é uma espécie de incentivo, pelo menos de esperança. Já a segunda é um apelo à quietude, não algo estático, antes um convite ao não convívio social. E esta sim é uma verdadeira atitude de cooperação “ativa” de cada um de nós contra a pandemia, não esquecendo todas as outras regras aconselhadas pelas autoridades. Quanto a estas normas há um problema, grave a meu ver, que é a proliferação de opiniões isoladas ou coletivas que visam desautorizar os seus pares investidos de responsabilidades acrescidas. Mas não quero falar disto. Tentemos ir ao encontro do lema. Pergunta-se, das pandemias, das crises bélicas, das catástrofes, das recessões económicas, de quanto mal tem passado pelo mundo ficou tudo bem no futuro? Não, não ficou. As vidas, dor, sofrimento, bens materiais, natureza destruídas jamais regressaram! É verdade, nasceram novas pessoas que adquiriram bens, refizeram-se economias, constituíram-se novos Estados, a natureza tem uma grande capacidade de regeneração, mas não ficou tudo bem, muito pelo contrário. Também é verdade que alguns lucram (e muito) com a crise; e que quem se “safar” tem a possibilidade de aspirar, pelo menos por algum tempo, a uma vida renovada. Dito de outro modo, voltar aos “erros do passado, esquecendo” que o mundo deve ser um lugar de convívio, de cooperação, de igualdade e de paz social. É uma utopia?! Certamente que seria muito melhor viver com esse sonho do que com os dramas e sofrimento que perseguem a humanidade. Podemos crer que os três meses de covid19 iniciado no oriente e se desenvolveu para ocidente, que tanto quanto é apreendido pelo que se vai sabendo aos poucos, terá uma durabilidade idêntica nos vários países em que se vai manifestando, tenha levado a alguma melhoria do meio ambiente, mas que infelizmente tornará ao “seu normal”. E o grande problema do “vai ficar tudo bem”, é que, precisamente, signifique o regresso a todo o anterior estado de coisas, na China, na Europa e na América, claro por todos os continentes e países! Nós vemos que a economia parou. Vemos líderes mundiais influentes que, inicialmente, “ignoraram” o vírus em nome do lucro. O resultado é já um desastre social, sem poupança de vidas e com certeza uma crise muito maior do que inicialmente ponderada por alguns. A frase pode ser o incutir de uma fé que nos anime mas é, sobretudo, infelizmente, uma forma de muitos dar de si uma imagem de propaganda enganadora, à procura de objetivos pessoais que o povo já vai pondo de parte. Não, não vai ficar tudo bem. Há muita dor que não cura mais. Muita amizade que já só é saudade. Muito amor que não volta mais! Na saúde temos que ter esperança que os cientistas encontrem rapidamente um antídoto, para este e outros males que afligem populações um pouco por todo o lado. Na economia temos que passar a por o Homem e o seu bem estar no centro das atenções. Não me parece que seja isso, mesmo em Portugal, que ocupe as mentes dos detentores do capital e de alguns políticos. É verdade que, um pouco como a natureza, temos capacidade de nos adaptarmos às circunstâncias. O povo manifesta muito espírito de sacrifício, porém, um dia soçobra. Uma palavra final para os profissionais da saúde empenhados no combate ao covid19: os seus rostos já têm marcas profundas. Fazem um esforço tremendo de que podem recuperar fisicamente mas sua moral ficará afetada para toda a vida. Isso deve fazer-nos refletir. Não ficará tudo bem…


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opiniãopública: 9 de abril de 2020

Falecimentos Camila de Almeida, no dia 31 de março, com 84 anos, viúva de António da Silva Martins de Almeida, de Bairro.

Serafim Azevedo da Silva, no dia 1 de abril, com 56 anos, de Oliveira Santa Maria.

Maria Martins Braga, no dia 2 de abril, com 91 anos, solteira, de Arnoso Santa Maria.

Maria de Assunção Martins Ribeiro, no dia 31 de março, com74 anos, viúva de José Maria Jesus Mesquita, de S. Simão de Novais.

Clara Pontes Lopes, no dia 2 de abril, com 79 anos, casada com João Teixeira da Mota, de Costa (Guimarães).

Maria de Lourdes Begónha Nogueira, no dia 6 de abril, com 76 anos, viúva, de Burgães (Santo Tirso).

Manuel Novais Silva, no dia 1 de abril, com 72 anos, casado com Maria de Fátima Morais Oliveira, de Jesufrei.

Maria de Jesus Vaz de Sousa, no dia 2 de abril, com 78 anos, de Burgães (Santo Tirso).

Zulmira Dias Pereira, no dia 6 de abril, com 81 anos, casada com José Delfim Dias de Azevedo, de Riba d’Ave.

Maria Celeste Gomes da Silva, no dia 31 de março, com 71 anos, solteira, de Ruilhe (Braga).

Agência Funerária Riba D’Ave Riba D’Ave – 917 586 874

Agência Funerária Arnoso - José Daniel Pereira Arnoso Santa Eulália - Telf. 91 724 67 03

Maria Madalena Barbosa Pinheiro Moreira, no dia 2 de abril, com 69 anos, casada com José Maria de Campos Moreira, de S. Miguel do Couto (Santo Tirso).

Constantino Freitas de Castro, no dia 4 de abril, com 48 anos, solteiro, de Vilarinho (Santo Tirso).

Maria de Lurdes Pinto Ribeiro, no dia 5 de abril, com 89 anos, viúva de Manuel Martins Cardoso, de Cambeses (Barcelos).

Hilário dos Santos Moreira, no dia 3 de abril, com 91 anos, casado com Maria da Glória Mendes Monteiro, de Vilarinho (Santo Tirso).

Maria Bárbara Velhinho Lima, no dia 3 de abril, com 85 anos, viúva de Adelino Fernandes Lima, de S. Tomé de Negrelos (Santo Tirso).

Manuel Monteiro de Carvalho, no dia 7 de abril, com 74 anos, casado com Antónia da Silva Mendes, de Oliveira Santa Maria. Agência Funerária Carneiro & Gomes Oliveira S. Mateus – Telm. 91 755 32 05

Elvira Monteiro, no dia 31 de março, com 71 anos, solteira, de Sequeirô (Santo Tirso). Manuel Luís da Silva Pedreira, no dia 31 de março, com 57 anos, casado com Ana Maria Castro Coelho, de Delães.

José Artur Meireles de Sousa, no dia 3 de abril, com 60 anos, casado com Paula Maria Marcelino Fernandes de Sousa, de Santo Tirso.

Joaquina Ribeiro da Silva, no dia 2 de abril, com 94 anos, viúva de Henrique Correia Sá Fernandes, de Landim.

Manuel Pereira, no dia 3 de abril, com 92 anos, viúvo de Ester Gomes Monteiro, de Monte Córdova (Santo Tirso).

Irene Ferreira Camões de Sousa, no dia 2 de abril, com 78 anos, viúva de Ernesto Carneiro Dias de Sousa, de Bairro.

Maria Ferreira Martins, no dia 5 de abril, com 84 anos, casada com António Moreira da Silva, de Rebordões (Santo Tirso).

José Albino Paredes, no dia 5 de abril, com 78 anos, casado com Alzira Conceição Pereira, da Lagoa.

Idalino de Oliveira Ferreira, no dia 5 de abril, com 81 anos, casado com Laurinda da Conceição da Cunha Almeida, de Roriz (Santo Tirso). José Carneiro, no dia 6 de abril, com 89 anos, viúvo de Rosa de Fátima Ferreira Machado, de Bairro. Agência Funerária de Burgães Sede.: Burgães Filial.: Delães Telf. 252 852 325

Maria de Fátima Gonçalves Roque, no dia 30 de março, com 78 anos, solteira, de Vila Nova de Famalicão. António Carvalho da Silva, no dia 4 de abril, com 84 anos, casado com Rosa do Vale Mendes da Silva, de Vila Nova de Famalicão. Rosa Afonso Rodrigues Loureiro, no dia 4 de abril, com 88 anos, viúva de Egídio Marques Valente de Matos, de Beduído (Estarreja). Maria Manuela Gonçalves Antunes Roque, no dia 5 de abril, com 73 anos, casada com Jorge Maria Costa Azevedo, de Vila Nova de Famalicão. Agência Funerária Rodrigo Silva, Lda Vila Nova de Famalicão Tel.: 252 323 176

Manuel da Costa e Silva, no dia 5 de abril, com 71 anos, viúvo de Margarida Pereira Nunes, de Landim. António Torres Silva, no dia 6 de abril, com 54 anos, de Requião. Rosendo dos Santos Oliveira, no dia 6 de abril, com 69 anos, casado com Maria da Conceição Cruz Fernandes Oliveira, do Louro. José Ribeiro Machado, no dia 6 de abril, com 82 anos, viúvo de Maria das Dores Rodrigues Gondar, de Riba d’Ave. Aires Martins Barroso, no dia 6 de abril, com 68 anos, de Vila Nova de Famalicão. Agência Funerária da Lagoa Lagoa – Telf. 252 321 594

Clementina Maria Dinis, no dia 2 de abril, com 95 anos, viúva de Carlos Martins da Silva, de Brufe. Alberto da Silva, no dia 4 de abril, com 88 anos, casado com Júlia da Costa Simões, de Calendário. Agência Funerária do Calendário Calendário – Tel.: 252 377 207

Virgínia de Oliveira Pinto, no dia 1 de abril, com 86 anos, viúva de Artur Pereira, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Laura da Costa Carvalho, no dia 3 de abril, com 94 anos, viúva de António da Silva Gomes, de Ribeirão.

José Campos Maia, no dia 4 de abril, com 86 anos, viúvo de Arminda Fernandes Fonseca, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Olívia da Ascensão Moreira da Fonseca, no dia 4 de abril, com 79 anos, casada com Manuel Faria Machado, de Ribeirão.

José Luís da Fonseca Alves, no dia 6 de abril, com 72 anos, casado com Ana Maria Rodrigues Tranquada da Silva Alves, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Germana da Costa Moreira, no dia 5 de abril, com 81 anos, de S. Tiago de Bougado (Trofa).

Agência Funerária Trofense, Lda (S. Martinho de Bougado) Trofa – Tel.: 252 412 727

Luísa Raquel Maia Faria, no dia 3 de abril, com 32 anos, casada com de José Francisco da Costa, de Fradelos. Funerária Ribeirense Paiva & Irmão Lda Ribeirão – Telf. 252 491 433

Maria Aurora Monteiro da Costa, no dia 1 de abril, com 80 anos, casada com Luís Ferreira Vilaça da Silva, de Vale S. Cosme. Agência Funerária das Quintães Vale S. Cosme – Tel.: 252 911 290


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Diário famalicense

Apontamentos A Covid 19

SEXTA-FEIRA – 3.4.20 – Não apetece ouvir notícias. É sempre a mesma coisa. Esperemos pela conferência de imprensa do meio-dia. SÁBADO – 4.4.20 – Já deu para perceber que vamos ter de conviver com este vírus. Provavelmente vamos regressar lentamente à vida anterior, mas inseguros, tal como nos tempos em que havia gripes e andávamos mesmo assim na rua e nos transportes. Se assim for – e pode não ser, pois a situação pode modificar-se de uma semana para outra – temos de nos preparar. A ideia de usar máscaras, ainda que rudimentares, parece-me óbvia. Não protege inteiramente, mas dão alguma proteção. Se o vírus se transmite por gotículas expelidas pela boca então as máscaras ajudam a proteger. Viram a “grande entrevista” de Pedro Simas (virologista) na RTP 3 na “Grande Entrevista” da passada 5ª feira, dia 2.4.20? Vale a pena ver.

SEGUNDA-FEIRA- Dia 6.4.20 – Em Famalicão o número de infetados subiu para 145, mais dois do que domingo. Em Portugal estão confirmadas 311 mortes devido à infeção de Covid-19, mais 16 do que no dia anterior. O número de contagiados também subiu para os 11730, um aumento de 452 relativamente a domingo. MÁS NOTÍCIAS – 6.4.20 Confirma-se o receito de que esta doença veio para ficar e que vamos ter de conviver com ela sem proteção eficaz até haver vacina. Ou seja, dentro de um ano pelo menos. É o que resulta, por exemplo, de ouvir ontem na SIC Notícias, no noticiário das 22 h. a opinião do virólogo Pedro Simas. MÁSCARAS E VISEIRAS – 6-420 - Isto vai obrigar ao lento regresso à vida “normal” com especiais cuidados e de entre estes o uso de máscaras. Máscaras para todos, ainda que não sejam as melhores. No limite até um lenço faz a diferença. Dá alguma proteção. O mais importante é o distanciamento social. E agora aparecem em força as viseiras. TERÇA- FEIRA - 7.4.20 – A Direção Geral de Saúde anunciou hoje, no seu boletim epidemiológico, o registo de 345 mortes e 12.442 casos de Covid-19 em Portugal. O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 311 para 345, mais 34, enquanto o número de infetados aumentou de 11.370 para 12.442, mais 712. O número de casos recuperados subiu de 140 para 184.

FAMALICÃO - 4-4-2020 - Aumentou para 121 o número de QUARTA-FEIRA – 8.4.20 – casos confirmados com a covid- Apesar de tudo as notícias de 19 no concelho de Famalicão. Na ontem vindas do Presidente da região Norte há 6280 infetados. República, depois de ouvir especialistas, dão algum ânimo. VePAÍS – 4-4-20 - Segundo o re- remos! Santa Páscoa! latório agora anunciado pela Direção-Geral de Saúde, em Portugal há 10.524 infetados, repub gistando-se também um aumento, para 266 o número de óbitos, mais 20 do que no dia DAS 16H ÀS 20H anterior. Há, ainda, o aumento 300€/MÊS FIXO de pessoas recuperadas: 75 M/F casos. Estranho este baixo número de recuperados. ZONA:FAMALICÃO/STºTIRSO/TROFA

PART-TIME

DOMINGO - 5.4.20 - Segundo o último relatório da DireçãoGeral da Saúde subiu, para 143, o número de infetados no concelho de Famalicão. Recorde-se que ontem havia registo de 121 casos. No plano nacional, há 11278 casos confirmados, mais 754 que este sábado; subiu, ainda, para 295, o número de óbitos.

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Ouvi nas Caminhetas

António Cândido Oliveira

QUINTA-FEIRA – 2.4.20 - O concelho de Vila Nova de Famalicão passou a ter 107 infetados, segundo o boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicado esta quintafeira. É uma subida de 8 pessoas, relativamente ao dia de ontem. Em Portugal, o número subiu para 9034, sendo que já faleceram 209 pessoas devido ao novo coronavírus no país. Há ainda 1042 doentes internados e 240 estão nos cuidados intensivos. Quando às pessoas já recuperadas, o número subiu para 68 casos. (fonte: FAMATV)

PRAÇA PÚBLICA

CONTACTO: 252 044 173

Como será no fim?

João Afonso Machado

O tempo vai excessivamente vagaroso nesta nossa ânsia de novidades boas. Mais a mais, Famalicão está sendo especialmente castigada na doença, com números acima de Guimarães ou de Oeiras, por exemplo. A vida por cá anda num silêncio quase sepulcral. Com uma boa nota: o tom afável, a disciplina nas filas à porta dos supermercados, a britânica observância das regras cautelares sobejamente recomendadas. Em todos os olhares sobrando compreensão, benevolência, solidariedade. Vivemos um momento ímpar da História contemporânea. Deus quererá, a grande maioria de nós terá oportunidade de a contar aos vindouros. O médio prazo será doloroso, como talvez nunca antes, pobre coitada da nossa endemicamente débil economia!, mas para já o importante é ganhar a guerra da Saúde. Entretanto vamos aprendendo. Se mais não for a estarmos a sós connosco. Entre campos e bosques, ainda que povoando apenas a nossa imaginação. Ou assumidamente dentro de casa. Viver é ler, é, mais ainda, pensar. Projetar e prevenir. Avaliar. Colocarmo-nos no

lugar de quem sofre para melhor compreender o sofrimento. O mundo tem estranhas formas de evolução, perante as quais o conformismo não é, seguramente, o remédio ideal. Esquecendo nunca o fatal princípio – não há efeito sem a sua respetiva causa… Posto em cima de um penedo, os velhos parceiros de caça – canídeos, pois claro, – arfando da corrida no monte, tudo me ocorre espreitando em redor. Torga cantava - «Na tarde calma ondula/A invisível ramagem de um poema/Uma sentida brisa,/Que apenas se adivinha,/Percorre o mundo íntimo das coisas/E acorda em sobressalto/As folhas do silêncio». E eu no verso de Torga leio esse apelo à meditação. Sobre as coisas e sobre as pessoas. Sobre prioridades. Sobre o plurissecular duelo entre a humildade e o orgulho. Sobre todos os parâmetros por que se hão de guiar vidas afinal tão frágeis, tão permeáveis à doença. Aquilo que a «sentida brisa» deveria primeiro «acordar em sobressalto» era a verdade e o compromisso. No fundo, a serenidade do «silêncio das folhas».

Chão Autárquico Vieira Pinto

“A ternura é húmida” Raul Brandão

A sociedade humana caminha cabisbaixa, triste, de olhos húmidos, na incerteza e com medo. Medo dos tempos vindouros, mas sobretudo, medo dos tempos do presente e de amanhã. Mas, este será, com certeza, o tempo da esperança. É o tempo de tecer a esperança, como diz o teólogo Frei Bento Domingues. A própria igreja está, agora, também temporariamente, impedida de poder fazer a pregação deste tecido do mais puro linho de esperança, aos seus crentes e não só. Mas, como também diz Frei Bento Domingues, os crentes podem alimentar-se deste valor teológico, fora dos locais de culto. De facto, hoje os media prestam um alto serviço social, ao levar, até às casas de cada um, as pregações da doutrina evangélica da esperança. E é, assim, que vemos as celebrações, desde a praça de S. Pedro, em Roma, até à igrejas mais simples, a entrarem pelas casas adentro, designadamente aos domingos. Por outro lado, “A religião bem entendida é aquela que se pode realizar com espírito de verdade”, e, também no íntimo de cada um e em qual-

Famalicão

Barbosa: Rua Santo António, Tel. 252 302 120 Calendário: Rua da Liberdade, Tel. 252 378 400/1 Cameira: C. Mouzinho Albuquerque, Tel. 252 323 819 Central: Praça D. Maria II, Tel. 252 323 214 Nogueira: Av. Marechal H. Delgado, Tel. 252 310 607 Valongo: Rua Adriano Pinto Basto, Tel. 252 323 294 Gavião - Av. Eng. Pinheiro Braga, 72 - Telef. 252 317 301 Marinho: Edif. S. José - Estalagem - Telf. 252 921 182 Martins Ventura: R. C. Cerejeira - Lousado - Telf. 252 493 142 Estação: Largo da Estação - Nine - Telf. 252 961 118 Ribeirão: Rua Quinta Igreja 9 - Ribeirão - Telf. 252 416 482 Joane: Rua S. Bento, nº 217 - Telf. 252 996 300 Landim: Estrada Nacional 204/5, nº 693 - 252321765

quer lugar, como melhor diz, Frei, Bento Domingues. Na verdade, a esperança deverá se a mola que fará alavancar a vida de cada um e de todos nós. Vejamos na própria Sofia de Mello Breyner Andresen, na sua “Obra Poética”, Matriarca da arte das letras da Poesia: “Por que será que não há ninguém no mundo Só encontrei distância e mar Sempre sem corpo os nomes ao soar E todos a contarem o futuro Como se fossem o único presente Olhos criavam outras as imagens Quebrando em dois o amor insuficiente Eu nunca pedi nada porque era Completa a minha esperança” Na verdade, também por aqui passa a esperança que foi, a esperança que é e a esperança que será nos tempos vindouros; enquanto, hoje, com tudo o que vemos, ouvimos e lemos, palmilhamos os caminhos molhados com a ternura que é húmida, nestes tempos tão vagarosos!

Famalicão Quinta,9

Serviço Nogueira

Sexta, 10

Gaviao ribeirao

Sábado, 11

barbosa

Domingo, 12

cameira ribeirão

Segunda, 13

central

Terça, 14

calendário

Quarta, 15

nogueira

Vale do Ave

Almeida e Sousa: Covas - Oliv. Stª Maria - Telf. 252 931 365 Bairro: Av. Silva Pereira, Telf. 252 932 678 Delães: Portela - Delães - Telf. 252 931 216 Riba de Ave: Av. Narciso Ferreira, Telf. 252 982 124

Na realidade, o que todos querem para si mas se negam dar aos seus semelhantes. Um ancestral motivo de incompatibilidades. Algo que, em casos extremos de alarme, como o que nos atormenta o Presente, nunca poderia acontecer – mas acontece. Tomado assim de pensamentos mais bisonhos, desci abaixo do penedo e volvi embora. Valem-me, por norma, os cães – jamais vi um abandonar o seu dono, acontecendo amiúde o inverso… – como companhia no regresso. Isto está para durar, insisto, e é o que se ouve nas caminhetas. Deve ser assim, deve. Não que agora as frequente muito, às caminhetas, abeirando-me, somente, por necessidade de alimento, do supermercado, onde as filas cá fora continuam longas – e sempre compreensivas, benevolentes e solidárias. Ou na rua ou com a minha mente, concluo. Só no desconhecido vingarão as raízes do que for amanhã. No termo deste longo dia de tormenta. A todos, nesta Páscoa diferente, o meu voto de que a saibamos viver com fé e esperança.

Vale do Ave

Serviço

Quinta, 9 Sexta, 10 Sábado, 11 Domingo, 12 Segunda, 13 Terça, 14 Quarta, 15

Almeida e Sousa bairro delães riba de ave almeida e sousa bairro

Serviço de disponibilidade

Paula Reis: R. José Elisio Gonçalves Cerejeira, nº 629 Calendário - Tel. 252 378 057 Maceiras: Louro - Telf. 252 310 425 Marques: Largo da Igreja - Fradelos - Telf. 252 458 440 Oliveira Monteiro: Largo Igreja - Cabeçudos - Telf. 252 331 885 Pedome: Av. S. Pedro, 1139 - Pedome - Telf. 252 900 930 Pratinha: Largo do Cruzeiro - Cavalões - Telf. 252 375 423 S. Cosme: Vale S. Cosme - Telf. 252 911 123 Arnoso: Av. Joaq. Azevedo - Arnoso Sta. Maria - Telf. 252 916 612


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opiniãopública: 9 de abril de 2020


opiniãopública: 9 de abril de 2020

DESPORTO

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Jorge Silva, presidente do FC Famalicão fez referência à subida caso o campeonato não prossiga

“A Federação tem de colocar a equipa feminina na primeira divisão” Pedro Sousa* Esta paragem forçada nas competições não estava nos planos de ninguém e vai obrigar a uma adaptação quando tudo voltar ao normal. A Liga Portugal e a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) estão a ter “um discurso cauteloso”, segundo Jorge Silva, presidente do Futebol Clube (FC) de Famalicão. “É o aconselhável a ser feito porque ninguém sabe a evolução desta pandemia”, completou. Porém, o líder do clube famalicense traça uma possibilidade que lhe agrada, mantendo, no entanto, a evolução da pandemia como fator decisivo para tomar qualquer decisão. “Penso que a melhor solução, se for possível, é retomar no início de junho. Os clubes investiram e a verdade desportiva só é encontrada quando as equipas jogam e se encontram os vencedores”, salientou. Para quem gosta de futebol, esta paragem é vista com “tristeza”, mas o presidente defende que “o mais importante é a saúde das pessoas e não podemos menosprezar isso”. O cancelamento dos campeonatos de formação foi uma inevitabilidade e Jorge Silva considera que era uma “irresponsabilidade continuar, mediante a quantidade de crianças e jovens que interagem nas provas”. O futebol feminino, porém, merece um tratamento diferente. O investimento do clube na formação feminina foi “enormíssimo” e apesar desta situação ser incon-

trolável, o líder famalicense defende que “é importante perceber a grandeza dos projetos e fazer uma análise”. “O ideal, em competição, será levar o campeonato até ao fim. Se o cenário for de interrupção das provas, a nossa posição é muito clara: a Federação, forçosamente, tem de colocar o FC Famalicão na primeira divisão, pelo campeonato que está a realizar”, afirmou assertivamente. Contudo, disputar a Taça de Portugal pode estar “fora de hipóteses”. “Neste momento, o mais importante são os cam-

peonatos. Existem as descidas e subidas, onde o investimento é sempre maior no campeonato”, concluiu. O que não para são as obras da Academia FC Famalicão. A nível competitivo está tudo em standby, mas os aprontos continuam a bom ritmo. “Os trabalhadores estão a trabalhar, em zonas muito dispersas, em contexto de segurança máxima, onde estão em equipas de dois homens e separados das restantes. A segunda fase está a andar em pleno”, referenciou.

Com isto, Jorge Silva aponta para o início da próxima temporada a conclusão da segunda fase. Depois das obras, a academia vai contar com “três campos de futebol de 11, um campo de futebol de 7, um campo de futebol de 5, equipamento de secretaria e residência de apoio, uma zona de equipamentos com ação direta para o futebol com cerca de 2700 metros quadrados”, sendo que a equipa feminina vai ter um “departamento completamento autónomo para o futebol feminino”. Porém, é preciso ter cautelas. A pandemia trouxe e vai trazer repercussões que pode levar o clube a repensar investimentos. “Esta situação colocou-nos a todos em alerta máximo e o foco será naquilo que temos”, aludiu, acrescentando que a concentração tem de estar “no processo da formação e no futebol feminino”. Há modalidades que estavam pensadas, mas a ambição do clube não permite que sejam projetos de curta passagem. “Temos de ser firmes e sólidos porque não podemos ter ações meramente circunstanciais e de momento”, afirmou. Por fim, Jorge Silva reservou um abraço a todos os sócios do FC Famalicão e deixou uma promessa. “.Logo que seja possível retomamos. Acredito que ainda esta época possamos fazer algo dentro da nossa academia”, concluiu. * com José Clemente

Coordenador do AVC defende que este ano não deviam existir nem subidas nem descidas nos campeonatos

“Não vamos pensar que foi o ano zero, mas o ano mais um” Pedro Sousa* os escalões, mas Paulo Marques afirmou que “o treino não é o funO Atlético Voleibol Clube (AVC) de damental”. “Não há plano que reFamalicão foi mais uma equipa sista. Não há capacidade para que teve de se adaptar à realidade gerirmos um plano. Há capacidade atual. A pandemia de Covid-19 para sensibilizarmos as pessoas trouxe novos desafios que tiveram para as mantermos ativas. Querede ser preparados por dirigentes e mos é que se mexam 20 a 30 mitreinadores. No clube de voleibol nutos por dia. Se o fizerem, feminino, Paulo Marques, coorde- quando regressarmos, não vai ser nador, revelou que estão “a tentar assim tão difícil”, acrescentou. não perder contato com as atleA Federação Portuguesa de Votas”. “Temos uma rede montada leibol decidiu suspender todas as entre todos os treinadores. Temos competições que organiza até 31 desafios, dia sim dia não, para as de agosto. O AVC de Famalicão reatletas se manterem ativas e se velou aos pais dos atletas que ia divertirem”, começou por dizer na seguir “as normativas dos órgãos conversa com o OPINIÃO PÚBLICA. nacionais, do Governo e da DSG”. O clube, para este interregno, Nos campeonatos ainda exisaté criou a máxima “não interessa tem muitas decisões por definir, quando vamos estar juntos. Inte- mas Paulo Marques considera que ressa é estarmos juntos no melhor esta temporada, agora suspensa, possível” para manter as atletas devia ser considerada como uma motivadas no dever cívico que época de “fair play desportivo”. toda a sociedade tem de cumprir. “Na minha opinião, penso que “Queremos que estejam logo pre- não devem haver subidas e desciparadas para que possam entrar das. Este teria sido o ano de verno pavilhão, para estarem com as dadeiro fair play desportivo e de amigas e praticar o desporto que preparação para a próxima mais gostam”, prosseguiu. época”, argumentou. O plano de treino foi montado O coordenador considera que e é entregue às jogadoras de todos ninguém pode “dar por perdido

todo o tempo investido e o investimento” e que mais vale “pensar que este foi o ano em que treinamos mais a competir”. “Investimos na equipa sénior. Estávamos bem lançados. Fomos à Final Four da Taça de Portugal e estamos na ronda de elite do campeonato. Vamos assumir que foi um ano de treino fantástico. Não vamos pensar que foi o ano zero, mas o ano mais um”, acrescentou. Por isso, não considera que foi um ano desportivo perdido, mas sim “um ano perdido competitivamente”. “Toda a gente esteve ativa. Toda a gente lutou, batalhou e teve focada. Sorrimos nas vitórias e choramos nas derrotas. Foi um ano muito rico”, analisou. Paulo Marques ainda tem a esperança que esta temporada seja considerada como uma época “pedagógica, principalmente para a formação”. Contudo, o caso “é mais complicado a nível da equipa sénior” porque há “patrocinadores que têm vindo a ajudar, mas que agora, face à crise, não vão conseguir auxiliar”. “Esse vai ser o maior desafio”, apontou Paulo

Marques. “Estou preocupado com duas questões fundamentais. Uma é mobilizar, outra vez, as pessoas. É fundamental. Acarinhar de novo e perceber qual foi a realidade que vivemos. Cada treinador vai

ter de perceber que houve atletas que passaram bem o tempo, outras nem por isso e vão ter de dar três semanas ou um mês para ajudar a adaptação”, acrescentou. *com José Clemente


DESPORTO

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FC Famalicão alia-se a campanha do Banco Alimentar Contra a Fome O Futebol Clube de Famalicão, através da Fundação do Futebol – Liga Portugal, associou-se a uma iniciativa levada a cabo pelo Banco Alimentar Contra a Fome. A ação solidária tem a intenção de distribuir bens alimentares a várias instituições/OPSS/Lares de acolhimento do país inteiro, servindo para ajudar as famílias mais vulneráveis nesta fase de combate à pandemia de Covid-19. Esta iniciativa está aberta a qualquer pessoa, sendo possível fazer a doação de duas formas. – Participação no programa de voluntariado, em que a inscrição poderá ser feita através do link: https://app.aplanet.org/signup/b7801733-351f-4a0d-a5f88e2578fb69cf , inserindo o nome e contacto de e-mail. Após estes passos, serão contactados diretamente pelo Banco Alimentar Contra a Fome. – Através da campanha “alimente esta ideia”, que está disponível para doação de bens alimentares, via online, através do site: https://alimentestaideia.pt/ .

FPF cancela campeonatos que organiza É oficial. A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) cancelou todos os campeonatos que organiza, não aplicando subidas e descidas. O comunicado publicado no início desta quarta-feira indica que deu “por concluídas, sem vencedores, todas as suas competições seniores que se encontram nesta data suspensas, não sendo atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas”. Contudo, o órgão desportivo apontou que vai analisar e comunicar “com a maior brevidade possível de que forma serão indicados os dois clubes que acedem à II Liga de futebol, bem como os representantes de Portugal na Liga dos Campeões de futebol feminino e de futsal masculino”.

UEFA esclarece que não há datas definidas para terminarem campeonatosa A UEFA esclareceu, este domingo, que não há datas limites para as competições terminarem. O órgão europeu de futebol disse que houve uma má interpretação das declarações de Aleksander Ceferín à televisão alemã ZDF. Através de um comunicado, a UEFA afirmou que o “presidente foi muito claro em que não podia dar datas específicas para o final da época”. Este esclarecimento surge após ter saído na imprensa a data 3 de agosto como limite para se conheceram as equipas que vão disputar as provas europeias na próxima temporada. O organismo que tutela o futebol europeu diz estar, juntamente com Associação Europeia de Clubes e a Associação das Ligas Europeias, a verificar todas as possíveis formas para terminar a temporada desde 17 de março. “A primeira prioridade de todos os membros do grupo de trabalho é preservar a saúde pública. Uma das opções estudadas recorrentemente foi a de jogar em julho e agosto, se necessário, dependendo da permissão das autoridades nacionais”, acrescenta o comunicado. Por fim, a UEFA acentuou que “não é verdade” o facto de Ceferín ter apontado a data limite de 3 de agosto. Quase todos os campeonatos estão parados devido à pandemia de Covid-19, faltando 10 jornadas para terminar a Liga NOS. Nesta altura, o FC Famalicão é sétimo classificado, em igualdade pontual com o sexto, o Vitória SC.

O treinador do GD Natação defende que o cancelamento dos JO não era o “desejável”

“Adiar os Jogos Olímpicos foi a única forma possível” Pedro Sousa “Estamos a viver com muito medo e muitas incertezas”. Foi assim que Pedro Faia, treinador do Grupo Desportivo Natação de Famalicão começou a conversa com o OPINIÃO PÚBLICA. A pandemia de Covid-19 condicionou todas as coletividades de vários desportos e, por vezes, não é fácil gerir as emoções. Porém, é o pós-pandemia que está a preocupar. “Vamos tudo fazer, a todos os níveis, para atenuar o impacto que vai surgir após esta situação terminar”, salientou o técnico do clube famalicense. A interrupção obrigatória nas provas chegou “numa fase decisiva” para as equipas de natação, tornado ainda “mais difícil gerir” esta situação. “Era o culminar de uma época de trabalho. Estávamos todos a realizar uma boa preparação para os campeonatos nacionais e queríamos traduzir o esforço em resultados positivos”, revelou, acrescentando que os nadadores viram o “esforço de uma temporada ir por água abaixo”. O contato com os atletas está a ser feito diariamente, mas treinar fora de água não é fácil porque toda a gente gosta de sentir “o cheiro a cloro, de molhar os pés e estar na água”. “Cada treinador de uma secção elaborou um plano de treino e fazemos um

treino por videoconferência, onde temos o prazer de nos ver, o que já uma satisfação. Temos de manter este contacto porque os atletas merecem e queremos regressar ainda mais fortes”, completou. A vontade de regressar é “enorme”, mas a situação exige cautela. “Acreditamos que seja possível regressar brevemente ao trabalho. Contudo, não depende da nossa boa vontade”, referiu. Os Jogos Olímpicos de Tóquio, que iam ser disputados no verão deste ano, foram adiados para 2021. Pedro Faia considera que cancelarem a competição “não seria de todo o desejável”, preferindo o adiamento. “Adiar os Jogos Olímpicos foi a única forma possível. Não havia outra solu-

ção”. Este adiamento, apesar de ser o “mais aconselhável” muda a próxima temporada e oferece outra oportunidade. “Há atletas que vão ter outras possibilidades de conseguir os mínimos para entrar nos Jogos Olímpicos”, apontou. Porém, o treinador mantém a fé na realização dos campeonatos nacionais ainda esta temporada. “Quero ainda a realização dos campeonatos este ano”, afirmou, mas frisou o facto de os atletas “precisarem de tempo” para prepararem a competição. “Estamos expectantes porque o evoluir da situação é que vai tornar possível a realização dos campeonatos”, acautelou. *com José Clemente

Pedro Gonçalves marca mais um golo solidário Depois da doação de um ventilador, de 2500 máscaras e 50 fatos de proteção individual ao Hospital de Chaves e aos Bombeiros de Vidago, Pedro Gonçalves voltou a ter um gesto solidário com ligações flavienses, de onde é natural. O camisa 28 do Futebol Clube (FC) de Famalicão prometeu uma camisola sua a Bruno Coelho. O segurança de uma superfície comercial confirmou e agradeceu o gesto do atleta do Vila Nova. Pedro Gonçalves, neste interregno, tem estado em destaque. Para além destes dois gestos de solidariedade, o médio da equipa famalicense participou numa iniciativa da Liga Portugal, onde enfrentou Lourency, jogador do Gil Vicente FC, numa partida de FIFA 20. O jogador do FC Famalicão venceu o duelo. Ainda, mais recentemente, enfrentou Ricardo Horta numa partida de Football Manager 2020.

Miguel Pereira/Global Imagens

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Textos: Carla Alexandra Soares

Viva esta Páscoa dentro de si Vive-se no seio da igreja Católica o expoente máximo das suas celebrações: a Páscoa, que está fortemente enraizada nas tradições portuguesas. Mas este ano temos uma Páscoa especial. E não, não vamos abordar os aspetos difíceis, aqueles que todos os dias são recordados insistentemente. Vivem-se momentos estranhos, mas históricos por causa da pandemia do Covid-19. E que, provavelmente, não se repetirão na nossa existência. Olhando o que vai pelo mundo, as pessoas foram obrigadas a repensar objetivos, a redefinir prioridades e viver mais para dentro, para dentro de si, sobretudo. Tal como diz o arcipreste Francisco Carreira na sua mensagem pascal, a “Páscoa tem sempre esta capacidade transformadora do mundo do pranto, da tristeza, do medo e da morte em mundo de novos horizontes, das lágrimas enxugadas, da esperança experimentada e de vida nova”. É desta forma que este ano, especialmente, o desafiamos a viver a Páscoa. De forma positiva e olhando para o nosso interior, para a nossa fé, para o que nos move e para os que amamos. É tempo de fazer uma introspeção espiritual, refletindo os aspetos a serem melhorados e os valores a ter em conta, como o amor ao próximo e o valor da vida. Nesta Páscoa lembre-se daqueles que gostaria de ter à mesa e não tem, por força desta vida nova que vivemos. E veja-o como uma oportunidade. A oportunidade de fazer melhor. De abraçar com mais força, de estar mais vezes com os que ama, de sorrir mais e aproveitar os pequenos momentos. E “com o nosso coração, assim, animado e fortalecido pela ressurreição de Cristo, não vemos neste acontecimento pandémico apenas dificuldades e problemas, perturbação e medo. Vemos também oportunidades.” É um desafio que não é fácil. Mas possível. Como o Papa Francisco, disse “estamos todos no mesmo barco” e “ninguém se salva sozinho”, e que no meio desta “tempestade que desmascara a nossa vulnerabilidade” precisamos de “despertar e ativar a solidariedade e a esperança” e “renovar a nossa fé pascal”.

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ESPECIAL

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Tudo mudou, menos a Páscoa

Este ano a Páscoa não é como a temos vindo a viver e a celebrar desde há muito tempo. Por isso, estamos todos a reinventar a Páscoa. Não a Páscoa em si, mas o modo de a viver e de a celebrar. Os rituais alteraram-se substancialmente, mas a sua essência permanece. Apesar de termos que fazer tudo de forma condicionada e contida, estamos a constatar que este mal da pandemia do coronavírus Covid – 19 espevitou a nossa criatividade e está a dar-nos a oportunidade de sairmos da rotina, de alguns hábitos e costumes que já não produzem os seus efeitos. Os sinais de que a Páscoa está a ser vivida e celebrada estão nas nossas Igrejas Domésticas, as famílias, onde pais e filhos se reúnem para celebrar os mistérios da fé. Não têm faltado subsídios para a família celebrar em casa a sua fé. Não faltam também os sinais visíveis das cruzes ornamentadas nos jardins ou nas portas das casas. Não faltarão também as velas à janela ou nos varandins das casas para assinalar que a família está em vigília pascal, unida a toda a Igreja universal a celebrar a Páscoa. A Páscoa tem sempre esta capacidade transformadora do mundo do pranto, da tristeza, do medo e da morte em mundo de novos horizontes, das lágrimas enxugadas, da esperança experimentada e de vida nova. A Páscoa será sempre este convite a sintonizar a nossa respiração com aquele sopro imenso e intenso que incessantemente une o visível ao invisível, a terra e o céu, o instante e o eterno, a nossa pobreza e a riqueza de Deus. A Páscoa é a semente aberta, a desabrochar, a rebentar de força e de vida, a crescer e a transformar-se em planta, em árvore, em acontecimento novo. A Páscoa revela sempre o supremo excesso do Amor que Deus tem por nós. O filósofo Gabriel Marcel diz: “Amar é dizer: tu não morrerás!”. A Páscoa é este grande sopro inesperado, excessivo, e mesmo louco do Amor de Deus, revelado em Jesus Cristo. O que a Páscoa nos dá não é a morte mas a vida intensa, amada e desejada por Deus. Por isso, a Páscoa apresenta-se-nos como o coração do tempo. Dela tudo nasce, tudo depende e tudo ganha alento e sentido. Com o nosso coração, assim, animado e fortalecido pela ressurreição de Cristo, não vemos neste acontecimento pandémico apenas dificuldades

e problemas, perturbação e medo. Vemos também oportunidades. Aqui está a nossa oportunidade para a mudança. Tudo mudou! Tudo está a mudar! E eu como estou a encarar esta oportunidade de mudança!? O mundo, isto é, a família, os idosos, os agentes de saúde, os mais pobres e frágeis, os presos, os indigentes, os injustiçados, só serão diferentes quando eu perceber a importância e o valor que cada um destes tem na minha vida. Vou cuidar deles!? Com o Covid-19 ou em qualquer outra situação, não deixemos de nos empenhar, ainda mais e seriamente, na superação destes flagelos, cada um de nós cumprindo o seu papel com responsabilidade. Estes gestos e atos são já ações pascais, transformadoras. Com o Papa Francisco, bem sabemos que “estamos todos no mesmo barco” e “ninguém se salva sozinho”, e que no meio desta “tempestade que desmascara a nossa vulnerabilidade” precisamos de “despertar e ativar a solidariedade e a esperança” e “renovar a nossa fé pascal”. A Páscoa é o Coração do Tempo! Vamos então centrar-nos no que é essencial. O Papa Francisco, numa inédita oração pela humanidade, deu o tom: “É o tempo de reajustar a rota da vida rumo a Ti, Senhor, e aos outros. (...) O Senhor interpela-nos e, no meio da nossa tempestade, convida-nos a despertar e ativar a solidariedade e a esperança, capazes de dar solidez, apoio e significado a estas horas em que tudo parece naufragar. (...) O Senhor desperta, para acordar e reanimar a nossa fé pascal. Temos uma âncora: na sua cruz, fomos salvos. Temos um leme: na sua cruz, fomos resgatados. Temos uma esperança: na sua cruz, fomos curados e abraçados, para que nada e ninguém nos separe do seu amor redentor”. Em Cristo ressuscitado, o nosso rosto expresse verdadeira alegria e confiança. Tenhamos todos o rosto de gente salva. Agora é a vida do Ressuscitado a marcar o tempo. Vivamos n’Ele, com Ele e como Ele. A todos e a cada um de vós, a todas as comunidades e a todas as famílias, desejo uma Páscoa santa e fecunda.

P.e Francisco Carreira, Arcipreste de Vila Nova de Famalicão


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ESPECIAL

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Famílias desafiadas a colocar uma cruz e uma vela em local visível Devido à pandemia do vírus Covid19 e estando os cristãos impedidos de celebrar a Páscoa nos moldes habituais, não podendo tomar parte das diferentes celebrações do Tríduo Pascal e do Domingo da Ressurreição e não se podendo realizar também a tradicional Visita Pascal, cada família foi desafiada, pelo arciprestado de Famalicão, a colocar em lugar de destaque alguns símbolos, fazendo de sua casa a Igreja de Jesus. Tal como sublinha o arcipreste de Famalicão, em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL (OE), “os tempos de maior tristeza e dificuldade trazem também consigo a beleza e a riqueza de tudo o que de novo e de melhor sermos capazes de descobrir e trabalhar em nós e na nossa relação com os outros”. Atitudes que, de resto, salienta Francisco Carreira são próprias do tempo da

Quaresma. “A Igreja desafia todas as famílias cristãs a deixar que em cada casa o Senhor possa celebrar a Sua Páscoa, isto é, que cada família celebre este mistério de Vida e de amor na intimidade e na comunhão plena com Jesus”. Assim, e embora abundem as propostas apresentadas, o arciprestado destacou dois dos desafios lançados. Cada família cristã é convidada a colocar uma Cruz Pascal, florida, no seu jardim ou porta de casa no dia de Páscoa, podendo a mesma ali permanecer e ser cuidada até à celebração do Pentecostes. Apela-se à criatividade, podendo a Cruz ser decorada com um tecido branco, flores ou outros materiais, cujas cores e formas expressem alegria. E tal como podem comprovar as fotos reunidos pelo OE, são já muitas as famílias de todo o concelho que aderiram a

esta dinâmica e já no Domingo de Ramos, colocaram essa Cruz e partilharam imagens nas redes sociais. “Por isso, são já muitas as casas onde se destaca esse sinal maior do amor de Deus à humanidade, ora decorada com ramos de oliveira e palmeira, ramos secos e coroas de espinhos ou ainda tecidos e flores de cor roxa”. Além da Cruz, as famílias são também convidadas, respondendo a um apelo de D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga, a colocar uma vela acesa em local visível, janela ou va-

rada, por exemplo, na noite de sábado, unindo-se assim a toda a Igreja, em vigília, enquanto se aguarda a madrugada da Ressurreição. Tratam-se de dois pequenos símbolos, mas que certamente “ajudarão cada família a fazer de sua casa a Igreja doméstica, assim como a rezar e a firmar-se na certeza de que Cristo está connosco também neste caminho da paixão desta pandemia, entregando-Se sempre por amor a nós e assumindo o peso da nossa Cruz. Ao

mesmo tempo, o Senhor Jesus Ressuscitado é a Luz que ilumina a terra inteira e sempre nos resgata das amarras das trevas de todas as nossas dores e perdas”, sublinha o pároco Francisco Carreira. E tendo em conta as inúmeras imagens que nos chegaram das cruzes dos famalicenses, pode ver as dezenas de fotografias de todo o concelho em Famatv.pt. Na noticia, que está também partilhada no facebook, pode deixar, nos comentários, a cruz que fez para celebrar a Páscoa. pub


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“A Semana Santa do próximo ano será especial” A Confraria das Santas Chagas é quem tem a responsabilidade de organizar a Semana Santa em Famalicão. E mais uma vez, tal como tem acontecido nos últimos anos, a aposta da edição deste ano seria a cultura aliada às celebrações religiosas. Em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, José Pedro Sousa, o responsável pela Confraria das Santas Chagas, admitiu que se viveram momentos de “desilusão” quando tudo foi cancelado devido à pandemia do Covid-19. “É um esforço de muitos anos e este ano culminaria numa programação um pouco diferente, que procurava que a Semana Santa em Famalicão tivesse uma forte ação cultural”. Acabou por apenas se realizar a primeira atividade prevista, a representação dos quadros de Caravaggio. “Houve um momento, em que depois de tanto trabalho, que me senti mal quando tudo foi cancelado, e esse momento marcou-me imenso”, admitiu José Pedro Sousa, que ao passar nas ruas desertas da cidade no Domingo de Ramos sentiu “um aperto”. Chegou a estar previsto manter a decoração das ruas, no sentido de haver algo para lembrar esta época que se vive, mas, tal como explica o responsável, a Confraria acabou por decidir não o fazer, e a explicação é simples: “Depois refletimos que não tinha sentido porque se estão a pedir às pessoas para ficarem em casa, não saírem, colocar na rua a decoração seria, de certa forma, incitar as pessoas a virem para o exterior”. Quanto aos dias que se vivem, o responsável não tem dúvidas que a Páscoa deste ano é diferente, mas “é marcante na história da fé”. É, por este ponto de vista, desafiante, considera, porque vai obrigar as pessoas, com todo o tempo que têm e privados de

todas as celebrações, a procurarem respostas. “Este ano não podemos fingir, porque se as igrejas estão fechadas, os nossos corações devem estar abertos”. “Está tudo cancelado, mas não quer dizer que a Páscoa esteja cancelada”, sublinha José Pedro Sousa, que espera que no próximo ano, muitas das atividades que estavam previstas na programação sejam realizadas. Aliás, o membro da Confraria não tem dúvidas, que passada a tempestade “a próxima Semana Santa será especial porque vamos ter tempo para a maturar”. “As pessoas vão valorizar mais tudo aquilo que agora não têm e, por isso, a Páscoa de 2021 será diferente e especial”.

ESPECIAL

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Visita Pascal em Castelões

Devido ao plano de contingência, o dia de Páscoa não terá o tradicional compasso, casa a casa. Mas há muitas paróquias que encontraram a solução possível para levar o compasso às pessoas. É o que vai acontecer na freguesia de Castelões. Num esforço conjunto, entre a Comissão Fabriqueira da Paroquia, o pároco José Carlos Barbosa e a Junta de Freguesia, no dia de Páscoa a Ressurreição de Cristo vai ser anunciada em todas as ruas, entre as 9h30 e as 13h00. No dia de Páscoa, do adro da igreja sairão duas viaturas, uma com amplificação sonora e outra com a Cruz, anunciando a Ressurreição de Cristo. Para esta momento pede-se às pessoas que coloquem uma colcha branca nas janelas ou outro pano de preferência branco, bem como uma cruz feita de qualquer material ornada com flores. Quando o veículo passar pede-se às famílias, que estejam às varandas ou janelas, sendo que não é possível estabelecer uma hora certa para essa passagem. “Lembramos que não devem sair para a rua quando o veículo passar, nem reunir na mesma casa outros familiares e amigos que não sejam dessa mesma habitação”, relembra a autarquia na nota publicada nas redes sociais. pub


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ESPECIAL

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O que significam os Símbolos da Páscoa A Páscoa é uma festividade importante para os cristãos, pois celebra a morte e ressurreição de Jesus Cristo, um episódio bíblico interpretado como a passagem para novos tempos e novas esperanças para a humanidade. A Páscoa para os judeus - Pessach (“passar além”, na tradução do hebraico) é comemorada pela conquista da liberdade pelos hebreus, que viviam como escravos no Egito, simbolizando o retorno à vida digna. Essa libertação coincidiu com o início da primavera, assim fundiram-se numa só festa, a renovação da natureza e o renascimento de Israel, como eram chamados os hebreus. Os rituais que precedem a Semana Santa começam 40 dias antes da Páscoa, período conhecido por "Quaresma" - quando os cristãos se dedicam à

Círio Pascal O Círio Pascal é uma grande vela, decorada com as letras gregas alfa e ômega, que significam “início” e “fim”, respetivamente, e usada durante as missas da Semana Santa. Durante a Vigília Pascal é inserido na vela os cinco pontos das chagas de Cristo na cruz. É acesa no Sábado de Aleluia e sua Luz representa a Ressurreição de Cristo.

penitencia do jejum, para lembrar os 40 dias passados por Jesus no deserto e também o sofrimento que ele suportou na crucificação. A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, onde a estrada era enfeitada com folhas da palmeira. A Sexta Feira é o dia da celebração da morte de Jesus na Cruz. O Sábado de Aleluia é o dia da celebração da missa da meia noite, na passagem para o Domingo da Ressurreição. No domingo é celebrada a Páscoa - o Domingo de Páscoa, o dia da Ressurreição de Jesus e sua primeira aparição para seus discípulos. Durante a Semana Santa, vários símbolos fazem parte do ritual das comemorações, entre eles:

Os ramos de palmeira A Semana Santa começa com o Domingo de Ramos, que lembra a entrada de Jesus em Jerusalém, ocasião em que as pessoas cobriam a estrada com folhas de palmeira, para comemorar sua chegada. Atualmente, as folhas de palmeiras são usadas na decoração das Igrejas durante as comemorações da Semana Santa, como um sinal de “boas-vindas a Cristo”.

Cordeiro

Coelho de Páscoa

Este é um dos símbolos mais antigos da Páscoa, lembrando a aliança que Deus teria feito com o povo judeu no Antigo Testamento. Naquela época, a Páscoa era celebrada com o sacrifício de um cordeiro. Para os cristãos, Jesus Cristo é o “cordeiro de Deus que tirou os pecados do mundo”.

O coelho de Páscoa tornou-se o símbolo da fertilidade e da vida, devido a particularidade deste animal de se reproduzir em grandes ninhadas. Está relacionado com a Páscoa por representar a esperança de vida na Ressurreição de Jesus Cristo. Vários povos da antiguidade já consideravam o coelho como símbolo da fertilidade, pois com a chegada da primavera, eram os primeiros animais a saírem de suas tocas. Com o passar dos tempos, os coelhinhos de chocolate entraram para os costumes das festividades da Semana da Páscoa.

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D. Jorge Ortiga quer velas à janela e sinos a tocar no domingo de Páscoa O Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, em carta pastoral enviada aos sacerdotes católicos da Arquidiocese, pede “às famílias que, para exteriorizarem a sua fé na noite de sábado para domingo de Páscoa, coloquem na janela uma ou mais velas. Recordar-nos-ão o batismo e convidar-nos-ão a ser luz no mundo”. O prelado acrescenta que, “durante o Domingo de Páscoa, os sinos devem tocar festivamente. A criatividade pastoral pode e deve ser usada para inventar outros sinais que manifestem a alegria pascal,

nomeadamente um almoço festivo, com muitas ou poucas coisas, antecedido de um momento de oração”. Na carta pastoral, D. Jorge Ortiga realça que “há mensagens, contactos telefónicos, saudações pela internet” e conclui: “Tudo deve seguir o que a fantasia da caridade sugere. E digo mais uma vez: acrescentalhe a melodia dos gestos, como possas e quanto o amor te ditar. O teu gesto diz: Estou a teu lado, à tua frente, a teu lado, no teu meio, atrás de ti”. A celebração no Sábado será

às 21h e no Domingo às 11h30, poder ajudar “pessoas com ambas na Sé Primaz. Ambas fome, desempregados” e os “empregados e trabalhadores transmitidas pela internet. dos centros sociais que virão a Arcebispo pede aos sacerdotes ter dificuldades por causa da que contribuam nova situação económica”, agraO arcebispo de Braga pediu, decendo os contributos dos pánuma mensagem dirigida aos rocos da Arquidiocese de Braga. sacerdotes diocesanos, que Para o arcebispo, a Igreja contribuam para o Fundo Parti- não se pode ficar pelo “mero lhar com Esperança com o equi- exigir às pessoas” e será necesvalente a um ordenado para que sário “encontrar soluções que, “esta Páscoa seja uma Páscoa de um modo novo e totalmente de páscoas”. diferente, garantam a sustentaD. Jorge Ortiga pretende bilidade de todas as instâncias assim dar “consistência” ao da Arquidiocese”. Fundo Social Diocesano para O Fundo Partilhar com Espe-

rança foi criado em 2010, por ocasião da crise económica de então, e tem como objetivos contribuir para a solução dos problemas sociais da Arquidiocese e cooperar no aprofundamento e atualização da ação social da Igreja na Arquidiocese de Braga. O arcebispo de Braga deixou a ideia de que é altura de retirar “lições a partir do que nos é dado a viver” e convidou os sacerdotes a refletir sobre “a Igreja do futuro”, que deve encarar “sinodalmente” os “novos desafios”. pub


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Vista a sua melhor roupa e coloque a mesa para receber a Páscoa

No domingo celebra-se o dia de Páscoa. Se estivéssemos numa situação normal, as famílias iriam juntar-se para o almoço, muitas receberiam o Compasso em casa e o dia seria de grande alvoroço. Já se sabe, o dia não será igual ao dos outros anos. Mas não deixe que seja apenas mais um dia. Tal como sublinha o padre Francisco Carreira em entrevista ao OE, as famílias devem preparar-se para viver o dia de forma especial. Ou seja, o almoço deve ser especial e todos se devem vestir com dignidade para festejar a Ressurreição de Jesus Cristo. “Para que seja um dia vivido com intensidade, é importante que alguém em casa assuma as rédeas e faça com que todos recordem e vivam o mistério da Páscoa”. Para o arcipreste de Famalicão é também importante colocar em prática “alguns esquemas de oração” que possam relatar o que aconteceu na manhã de Páscoa. “Uma das formas é pegar na bíblia e ler um dos relatos da ressurreição de Jesus, partilhando uns com os outros a Palavra de Deus”. Mas há mais. É também importante a reunião da família, a que vive junta em casa, à volta da mesa. Mas para o pároco é importante que não descure o cuidado a ter com a mesa e com a refeição, que deve ser especial. “Durante a tarde a família pode reunir-se para ver um filme que seja relacionado com a Ressurreição ou com a vida de Cristo”. Para o dia ser ainda mais especial as pessoas não se devem esquecer dos sinais exteriores, como a colocação da Cruz, flores à porta ou colchas brancas na janela. pub


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“Profissionais de saúde são símbolo de Cristo Ressuscitado nesta Páscoa” Nesta altura de maior fragilidade e, ao mesmo tempo, de entrega, duplicam-se os elogios aos profissionais de saúde que todos os dias arriscam a sua vida pela de todos nós. A este propósito, D. Américo Aguiar fez fortes elogios a todos os que durante esta pandemia sacrificam o seu tempo, a sua saúde e a presença junto das famílias para poderem estar na linha da frente. “Os profissionais de saúde e outros que estão na linha da frente durante a pandemia de coronavírus são símbolo de Cristo Ressuscitado”, diz o bispo D. Américo Aguiar. O bispo auxiliar de Lisboa, fez os maiores elogios a todos os que se sacrificam nesta altura pelo bem comum, pedindo aos restantes que cumpram as reco-

mendações das autoridades e fiquem em casa. “Nestes dias de Semana Santa e Domingo de Páscoa, em que a tradição e os nossos valores cristãos nos levariam a circular, a única ordem é de ficar em casa e obedecer às recomendações”, disse o bispo, em declarações à Renascença. “Depois de tudo isto passar, teremos tempo para nos abraçarmos, dar beijinhos, reencontrar e fazermos verdadeiramente festa, porque só dessa maneira podemos verdadeiramente viver o Domingo de Páscoa com a consciência tranquila de cada um fazer o que tem ao seu alcance para nos salvarmos todos.” Mas tal só será possível graças a “esses homens e mulheres, que significam hospital, que significam vida, pub

que significam salvação e que significam também Cristo ressuscitado, com toda a certeza.” Para D. Américo Aguiar “não há dinheiro que pague este exemplo, este testemunho, esta dádiva da própria vida, esta dádiva de anos de vida que estes homens e mulheres estão a dar a tantos e tantos desta maneira tão heroica.” “Não temos palavras para lhes agradecer, e certamente depois de vencermos esta pandemia, que é um momento de refletirmos sobre o reconhecimento a tantos e a tantas, que nos momentos de verdade, do país, da nação e da história, se revelam mais uma vez e acima de tudo para aqueles que tivessem dúvidas, como referência da sociedade”, conclui. pub


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Nesta Páscoa fique em casa

Durante cinco dias, os portugueses só poderão circular dentro do seu concelho de residência. A única exceção é a deslocação para o trabalho. Os cinco dias correspondem ao período de Páscoa, entre os dias 9 e 13, ou seja, entre esta quintafeira e a próxima segunda-feira. É um confinamento que fica determinado ao abrigo do novo período do estado de emergência. A decisão foi tomada no dia em que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que “este vai ser porventura o nosso maior desafio dos últimos 45 anos” contra o adversário “imprevisível”, mas também “insidioso”, ou seja, a Covid-19. Numa declaração ao país, Marcelo avisou que se ganhou uma batalha, adiouse o pico, mas não se pode desbaratar a contenção. O Presidente disse ainda, num mês em que se junta a Páscoa e os 45 anos do 25 de Abril, que “só ganharemos abril, se não facilitarmos, se não baixarmos a guarda”. Mais: será o “maior desafio da vida de todos nós”, em que as desigualdades também se vão agravar. Quem não cumprir as regras, deslocando-se para fora do concelho onde reside por outros motivos que não o trabalho, incorre num crime por desobediência. A medida já estava acautelada no decreto presidencial que foi aprovado no Parlamento, através da clarificação das regras sobre a suspensão do direito à resistência. O crime de desobediência está previsto no Código Penal, art.o 348.o, e prevê penas até um ano ou multa de 120 dias. pub

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Fique em casa e faça os seus ovos Páscoa

O Ovo da Páscoa é um símbolo pascal, feito de chocolate e, normalmente, recheado com surpresas. A ideia é presentear amigos e familiares (principalmente as crianças) com ovos de chocolate durante a Páscoa. Do ponto de vista religioso, o ovo é considerado símbolo do nascimento e da vida. A relação com a Páscoa, comemorada pelos cristãos, está a partir da Ressurreição de Jesus Cristo, que representa a esperança de uma nova vida para toda a humanidade. Durante as festividades realizadas com a chegada da Primavera, depois do Inverno, os ovos (de galinha) eram cozidos e pintados com desenhos que lembravam plantações e outras figuras relacionadas à colheita. A esperança de fertilidade do solo e de abundantes colheitas eram representadas com a troca dos ovos coloridos. A arte de pintar ovos e dá-los como presente também passou

a ser um ato comum nas festividades cristãs, onde se desenhavam imagens de Jesus e de Maria, principalmente. Com o passar do tempo, o ovo de chocolate entrou para as tradições do período das festas da Semana Santa. Alguns autores acreditam que a tradição do ovo de chocolate surgiu depois do século XVIII, sendo uma invenção de confeiteiros franceses. Em muitos países também existe a tradição de esconder ovos de Páscoa para as crianças procurarem. Na verdade, até agora estávamos habituados a que, sem pensar muito, íamos ao supermercado e comprávamos os nossos favoritos para oferecer à família e aos mais pequenos. Mas as coisas estão diferentes. E numa celebração pascal certamente diferente fica a receita para um desafio. Junte os seus filhos na cozinha e faça o seu ovo de chocolate em casa.

Receita

Ingredientes: 200 gr Chocolate Negro 150 gr Chocolate Branco Pastilhas de chocolate com cobertura colorida

Descrição 1. Derreta em banho-maria 200gr de chocolate cortado aos bocados. Após 2/3 do chocolate estar derretido, retire do tacho, mexemos até que o restante derreta com o seu próprio calor. 2. Sobreponha a taça noutra maior, com um pouco de água da torneira. Mexa o chocolate para arrefecer até aos 30º/32º. 3. Barre o chocolate em moldes com a ajuda de um pincel. Leve ao frigorífico por 10 minutos. 4. Passado esse tempo, retire e coloque outra camada de chocolate negro. Volte a colocar no frigorífico mais 10 minutos. 5. Entretanto derreta o chocolate branco, tal e qual como o negro, exceto que deve ser aquecido até ao máximo de 45º, e deverá ser arrefecido até aos 27º/28º. 6. Tire o molde do frigorífico, acrescente uma camada de chocolate branco e deixe repousar mais 10 minutos no frio. 7. Depois, com a parte de trás de uma faca raspe a superfície do molde, que está com chocolate nos rebordos. 8. Agora coloque as pastilhas de chocolate com cobertura coloridas em metade, pincele o rebordo com chocolate e cole a outra metade. 9. Com o dedo solde a junção e já está! 10. Repita o processo com os restantes e estão pronto para o coelho da páscoa os darem às crianças.


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Aproveite o seu tempo e organize a sua casa As escolas fecharam, alguns de nós estão a trabalhar a partir de casa, outras pessoas estão de férias e outras ainda com o seu trabalho em suspenso. Todas as atividades exteriores, e que nos roubam tempo no nosso dia a dia, não existem e 99% do nosso dia é passado dentro de portas. Numa equação algo simples, podemos juntar o nosso tempo livre, que é passado dentro de casa, com as limpezas feitas habitualmente na Páscoa. Sim, há coisas muito mais interessantes para se fazer, mas, de certa forma, limpar aquele armário, a dispensa, a cozinha ou o roupeiro de forma profunda tem algo de libertador. Este ano ninguém vai receber o compasso pascal em casa, mas estamos nós em casa todos os dias, a toda a hora, e o nosso espaço de conforto estar organizado e limpo ajudará a sentirmo-nos melhor. Em suma, o importante mesmo é refrescar a casa e adaptá-la aos nossos gostos. Ainda assim, esta tarefa que se vai adiando e que pode parecer árdua, pode tornarse muito mais simples. Damos-lhe algumas dicas para que possa aproveitar o processo e sentir-se realizado com o resultado final. Excesso de bens materiais: Por vezes não damos conta que lá estão, outras vezes falta a coragem para os deitar fora. A realidade é que, no meio de tanta arrumação, deitar fora tudo o que esteja a mais pode ser a solução para os seus problemas. As vantagens são muitas: da próxima vez que pensar em arrumar a sua casa, vai encontrar menos coisas e vai conseguir gerir melhor o seu espaço. Para além de conseguir ajudar os outros, doando esses bens aos que mais precisam, irá certamente sentir-se bem consigo próprio ao ver esses mesmos bens ganharem uma nova vida.

sozinha. Entre arrastar móveis, lavar varandas, tapetes, cortinas, trocar a roupa e calçado de Inverno para as peças mais frescas de primavera, vai ver que, quando feitas em conjunto, todas as tarefas vão parecer mais leves e divertidas.

Inclua toda a família: Uma das razões pelas quais as limpezas de Páscoa podem ser exaustivas é o facto de ser difícil realizá-las

Livre-se da humidade: Um dos passos para uma limpeza profunda é livrar-se da humidade acumulada durante o inverno antes de

Reveja a sua decoração: Livre-se da decoração de inverno e tudo o que a faça lembrar essa estação. Pense em colocar invés disso uma decoração colorida e divertida e entre no espírito de Páscoa. As opções são muitas: desde coelhos, ovos da Páscoa, ramos de flores e bomboneiras.

prosseguir com as limpezas. Os principais causadores deste problema são a secagem da roupa dentro de casa, a falta de iluminação solar e o excesso de vapores. A solução passa por arejar bem a casa, recorrer à ajuda do desumidificador e lavar as manchas de humidade. Tanto o limão como o sal marinho, vinagre branco ou bicarbonato de sódio são eficazes na remoção de manchas. Mantenha o cheirinho a limpo: Uma das maiores gratificações depois de todo o trabalho que as limpezas de Páscoa acarretam, é o cheiro a limpo que permanece na casa. No entanto, ele não se mantém por muito tempo. Uma dica é fazer o seu próprio ambientador. Basta misturar água com gotas de limão, lavanda ou qualquer outro cheiro a seu gosto. pub


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Papa reza sozinho na praça São Pedro

Pela primeira vez na história milenar da Igreja Católica, o papa rezou sozinho diante da imensa praça vazia de São Pedro e deu a bênção ao mundo pela pandemia do novo coronavírus que o atormenta... O evento foi um ritual inédito, durante o qual deu a bênção "Urbi et Orbi" a todos os fiéis, e que perante o vazio arrepiante, foi transmitido pela televisão, internet e rádio a partir de Roma... "Deus onipotente e misericordioso, olha a nossa dolorosa situação: conforta teus filhos e abre nossos corações à esperança, porque sentimos sua presença de Pai

em nosso meio", afirmou, ao abrir a oração. A bênção de Francisco reforçou a gravidade da emergência global, principalmente na Itália, um dos países mais atingidos pela Covid-19. Durante a oração, o sumo pontífice sublinhou que a emergência atual pode ser uma oportunidade para "redefinir o curso da vida", principalmente reaproximando as pessoas, já que todos estavam "muito preocupados com a sua imagem e não com os outros", disse Francisco, também lembrando da importância daqueles que fazem trabalhos considerados mais simples na sociedade. "Nossas vidas são tecidas e apoiadas por

pessoas comuns, geralmente esquecidas, que não aparecem nas manchetes dos jornais e revistas ou nas grandes passadeiras vermelhas, mas, sem dúvida, escrevem hoje os eventos decisivos da nossa história", disse, referindo-se aos médicos, enfermeiros, trabalhadores de supermercados, de limpeza, entre outros... A bênção permitiu que os católicos obtivessem o perdão de seus pecados, algo de extrema importância num momento tão difícil, com medidas de confinamento que afetam mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo.

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Padre da Trofa doa 80 mil euros destinados ao hospital de São João Temos vivido momentos de grande desafio, a todos os níveis. Desde o início desta pandemia do Covid-19, nos meios de comunicação social multiplicam-se as notícias negativas, difíceis de assistir. Mas neste especial dedicado à Páscoa queremos dar eco também às notícias positivas, àquelas que nos inspiram, especialmente na Semana Santa. Eis um bom exemplo duma notícia que vale a pena ler. O padre de uma freguesia do vizinho concelho da Trofa, doou 80 mil euros para a aquisição de material para o hospital de São João, devido à pandemia da Covid-19. O padre Rui Alves, de 36 anos, explicou ao OPINIÃO ESPECIAL que os cerca de 80 mil euros foram angariados em São Mamede e em São Romão, na vila do Coronado, para obras nas paróquias, mas decidiu doar o dinheiro ao Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto. O conselho de administração do CHUSJ, fez saber, entretanto, o material que faz mais falta, e foram já encomendadas 36 bombas de perfusão e cinco monitores, que deverão chegar àquela unidade hospitalar na próxima semana.

Os 60 mil euros arrecadados na paróquia de São Mamede do Coronado seriam para reabilitar a residência paroquial, enquanto os 20 mil euros de São Romão do Coronado destinavam-se a obras de requalificação da capela de S. Bartolomeu, do salão paroquial e

de um parque. "Este dinheiro foi angariado com cortejos, donativos individuais e cantar de janeiras, entre outras iniciativas. Esta ideia surge pela urgência social que todos vivemos. As obras poderão ser realizadas mais à frente. Agora é o momento

de salvarmos vidas humanas e essas não têm preço. Este dinheiro não é meu, é do meu povo que o confia a mim, e espero ser sempre digno dessa mesma confiança", afirmou Rui Alves. O pároco lembra que, "ao longo da história, e ao contrário do que

muito se diz e escreve, a Igreja esteve sempre na linha da frente" na ajuda em situações como a que vivemos atualmente, por causa do novo coronavírus. "Esta é hora de esquecermos o que nos possa desunir e dar verdadeiramente as mãos. São Paulo, a determinada altura da sua vida, faz a seguinte afirmação: `mostra-me as tuas obras e eu dir-te-ei a tua fé´. Não acredito numa verdadeira espiritualidade se não vivermos uma autêntica humanidade. E já que o caminho vai ser longo, aprendamos o que este tempo nos está a ensinar e sejamos todos mais simples e mais humanos", apela o padre Rui Alves. O Centro Hospitalar Universitário de São João congratulou-se com o gesto e agradeceu a ajuda. "O CHUSJ agradece a enorme generosidade e solidariedade demonstradas pelo Padre Rui Miguel Alves, da Paróquia de São Romão de Coronado, neste momento de enorme dificuldade para todos. A história que envolve esta doação, muito além da importância e da necessidade do material oferecido, sensibiliza imenso os profissionais do CHUSJ", refere o hospital, numa reação enviada à Lusa. pub


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