Opinião Pública - 1459

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Ano 28 | Nº 1459| De 23 a 29 de abril de 2020| Diretor: João Fernandes | Gratuito | www.opiniaopublica.pt pub

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Caso aconteceu em setembro de 2019

Homem que alvejou irmão e cunhado acusado de tentativa de homicídio p. 4

O OP foi saber como está a unidade a responder ao surto de Covid-19

HOSPITAL DE FAMALICÃO COM APENAS 50% DA CAPACIDADE DE INTERNAMENTO OCUPADA O Hospital de Famalicão tem registada uma média de cerca três dezenas de inter- cisco Sampaio, médico cirurgião do Centro Hospitalar do Médio Ave, que contou ao namentos de doentes com Covid-19, o que corresponde a pouco mais de 50% da OPINIÃO PÚBLICA como está a responder o CHMA, e sobretudo a unidade de Famasua capacidade total para esta doença. Este é um dos dados avançados por Fran- licão, ao surto de Covid-19. p.4

BV Famalicenses com nove infetados recebem apoio e solidariedade

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Iniciativa ‘Comprar em Famalicão’ regista 3000 seguidores numa semana p. 5

25 de Abril Município celebra sem sessão solene mas com cultura online p. 9

Economia ACIF e Câmara criam plataforma de comércio online para as empresas p. 6 pub


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CIDADE

opiniãopública: 23 de abril de 2020

Famalicão ID promove visita de exposições sem sair de casa

A Câmara de Famalicão inaugurou, no passado sábado, data em que se assinalou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, uma nova ferramenta online que permite a visita de exposições sem sair de casa. A informação é disponibilizada através da plataforma “FAMALICÃO ID” (acessível em www.famalicaoid.org), e vai muito além das simples galerias de imagens, sendo que o cidadão poderá disfrutar dos diversos recursos produzidos no contexto de uma determinada exposição (posters, desdobráveis, catálogos, vídeos, notícias e informação de painéis) ou até relacionadas com a mesma (personalidades, edifícios, etc.). Os primeiros conteúdos disponibilizados dizem respeito à exposição fotográfica “Pinheiro Braga: O

Engenheiro regressa a casa”. Periodicamente serão lançadas mais exposições, as quais serão oportunamente divulgadas através da página oficial de Facebook do “FAMALICÃO ID”. A iniciativa é promovida pelo Município através do Gabinete do Património Cultural e, de acordo com os responsáveis, a aposta nesta medida, apesar de estar a ser trabalhada há já algum tempo, surge agora com um novo ênfase face à atual situação provocada pelo Covid-19. Promover o acesso a atividades culturais neste período de isolamento, reforçando a identidade famalicense e criando conteúdos pedagógicos/educativos para o contexto escolar, são alguns dos principais objetivos desta iniciativa.

PSP “apanha” homem a assaltar restaurante em Famalicão A PSP deteve, a semana passada, um homem de 35 anos que estava a assaltar um estabelecimento de restauração na cidade de Famalicão, concretamente o Restaurante Cubata. O assalto aconteceu durante a madrugada da passada quintafeira. Em comunicado a PSP conta que, pelas 3h50, a Polícia teve conhecimento, através de uma chamada telefónica, que estaria a decorrer um furto no interior de um estabelecimento de restauração, na cidade e Famalicão. Aquando da chegada ao local, o suspeito, encontrava-se a sair do interior do referido estabelecimento. Os agentes iniciaram uma perseguição ao suspeito, que “foi de imediato intercetado e detido, na Rua das Vinhas”, refere o comunicado. A PSP informa ainda que “para aceder ao interior do estabelecimento, o suspeito partiu o vidro da porta de entrada com um martelo” e, no já interior, partiu a máquina do tabaco, tendo furtado a quantia de 137,80 euros em dinheiro, que lhe foi apreendida. O detido foi presente no Tribunal de Famalicão.

FICHA TÉCNICA

CONSELHO EDITORIAL: Alexandrino Cosme, António Cândido Oliveira, António Jorge Pinto Couto, Artur Sá da Costa, Cristina Azevedo, Feliz Manuel Pereira, João Fernandes, Manuel Afonso e Almeida Pinto. ESTATUTO EDITORIAL: disponível em www.opiniaopublica.pt

DIRETOR: João Fernandes (CIEJ TE-95) jfernandes@opiniaopublica.pt

CHEFE DE REDACÇÃO: Cristina Azevedo (CPJ 5611) cristina@opiniaopublica.pt

REDACÇÃO: informacao@opiniaopublica.pt Carla Alexandra Soares (CICR-248), Cristina Azevedo (CPJ 5611).

DESPORTO: Jorge Humberto, José Clemente (CNID 297) e Pedro Silva (CICR-220).

Medida extraordinária adotada pela Câmara de Famalicão

Estão abertas as candidaturas ao programa de apoio às rendas Covid 19 Abriram a semana passada as candidaturas para o programa de apoio às rendas Covid-19. A medida anunciada pela Câmara de Famalicão, no âmbito do plano de reação à situação epidérmica e de intervenção social e económica, tem como objetivo ajudar as famílias famalicenses que sofreram perda de rendimentos por força da pandemia. Podem candidatar-se os agregados familiares que estejam a passar por dificuldades económicas, devido nomeadamente a uma situação de desemprego, a uma situação de lay-off, aqueles que tenham sofrido uma redução negociada de salário, redução de salário por baixa médica (doentes portadores do vírus), redução de salário por permanência em casa para apoio a descendentes, cônjuge, ascendestes ou outros dependentes, entre outras. Esta é “uma medida inovadora e pioneira que abrange quem não vive em casa própria, quem não tem crédito bancário, mas quem vive numa casa arrendada e que vai ter dificuldades devido a esta pandemia em cumprir com as suas obrigações com a habitação”, explica Paulo Cunha, presidente da autarquia. Todos os famalicenses que pretendam apresen-

tar candidatura podem fazê-lo através do link https://rendas.famalicao.pt/. Esta é feita exclusivamente online, mediante apresentação dos documentos solicitados, que comprovem a situação socioeconómica da família em questão, sendo que deverá ser renovada mensalmente. O objetivo deste apoio é evitar que o pagamento da renda do agregador familiar seja superior a metade da remuneração do mesmo agregado. Isto é, o montante será atribuído para ajudar a diminuir a taxa de esforço das famílias estando excluídos os agregados cuja taxa de esforço, após a perda de rendimentos, seja inferior a 50% do rendimento bruto mensal. A referência para calculo será o vencimento do mês de fevereiro de 2020 e a medida aplicar-se-á a todo o tipo de rendimentos – trabalhadores por conta de outrem e profissionais liberais. Para além deste apoio extraordinário, a autarquia decidiu ainda o prolongamento do prazo para admissão de candidaturas ao regime do apoio à renda, no âmbito do projeto “Casa Feliz”. O período de candidaturas tinha terminado a 31 de dezembro, sendo agora reaberto.

Instituição teve que readaptar as suas respostas sociais

Pasec envolve 140 adultos e 520 jovens em atividades online Faz agora um mês que como resposta às novas circunstâncias geradas pela pandemia de Covid 19 a associação famalicense Pasec teve de adaptar as suas respostas sociais. A escola de adultos e as atividades artísticas passaram a ser feita à distância, online, e envolveram, até ao momento 140 adultos e 520 crianças e jovens. Em nota à imprensa, a Pasec refere que Escola de Adultos “conseguiu adaptar de uma forma plena as suas respostas formativas”. Todas as aulas passaram a ser à distância ao nível de Línguas Estrangeiras, Informática e componente cívica. No caso em que não havia equipamentos disponíveis, os mesmos foram disponibilizados através de apoios de proximidade. Já as Companhias Artísticas da Pasec numa fase inicial passaram a reunir em pequenos grupos para manter os ensaios previstos. Entretanto, após algumas reformulações, foi possível melhorar a experiência de interatividade online através de novas plataformas web. Assim, os ensaios de Teatro passaram a conseguir envolver todas as crianças e jovens que estão integrados nos 11 grupos de Teatro em funcionamento na Com-

GRAFISMO: Carla Alexandra Soares e Pedro Silva.

OPINIÃO: Adelino Mota, Barbosa da Silva, Domingos Peixoto, Gouveia Ferreira, J. Mário Teixeira, José Luís Araújo, Sílvio Sousa, Vítor Pereira. GERÊNCIA: João Fernandes

CAPITAL SOCIAL: 350.000,00 Euros.

DETENTORES DE MAIS DE 5% DO CAPITAL António Jorge Pinto Couto

panhia de Teatro ADN. O mesmo aconteceu com os grupos da Companhia de Dança e Expressão Corporal Arena e da Companhia de Música ADV. A Companhia de Artes Visuais D’Art manteve os projetos em curso com a produção de ilustrações para livros pedagógicos e produção de cenários. No total estiveram envolvidas nas aulas à distância e no acompanhamento pedagógico à distância, mais de 140 adultos e nas Companhias Artísticas mais de 520 crianças e jovens. Ao nível dos eventos a PASEC alterou a Semana de Formação

TÉCNICOS DE VENDAS: comercial@opiniaopublica.pt Maria Fernanda Costa e Sónia Alexandra

PROPRIEDADE E EDITOR: EDITAVE Multimédia, Lda. NIPC 502 575 387

ANIMA Camp, incluída no Encontro Internacional de Animação Sociocultural para o período de 10 a 16 de setembro na Ilha da Madeira, quando estava inicialmente previsto para o mês de abril. A única resposta que ainda não foi possível reativar foi o apoio pedagógico aos jovens e adultos com deficiência. Neste momento a equipa técnica da Pasec Advantage, área que agrega os projetos ligados à Deficiência, está a terminar um plano de reativação à distância de apoio pedagógico às famílias com jovens com deficiência em situação mais crítica.

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opiniãopública: 23 de abril de 2020

CIDADE

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Cior desmantela salas de informática para distribuir computadores aos alunos A Escola Profissional Cior, de Famalicão, procedeu ao desmantelamento, nas suas instalações, de três salas de informática para distribuir os respetivos computadores pelos seus alunos mais carenciados, sem recursos informáticos e sem acesso à internet. “Para além de manifestarmos a consciência e a responsabilidade social da Escola, não podemos deixar nenhum aluno ou família para trás neste momento de emergência e de crise que vivemos”, afirmou o diretor da escola, Amadeu Dinis. Com este procedimento, a Direção da Cior tenta assegurar a efetiva “igualdade de oportunidades e natureza inclusiva” deste estabelecimento de ensino, na dinâmica e operacionalização da modalidade de ensino à distância dirigido a todos os seus alunos. Neste contexto, e após um levantamento efetuado foram distribuídos, numa “operação relâmpago”, por alunos dos diferentes cursos, anos e turmas, 70 computadores e respetivas pen wireless USB para acesso à internet sem fios. Entretanto, a Cior está a produzir viseiras para entregar a profissionais de saúde, bombeiros, forças de segurança e Instituições Particulares de Solidariedade Social do município, que se encontram na linha da frente na luta contra a pandemia. Pedro Veloso, diretor do Curso de Eletrónica, Automação e Comando, refere que esta “ideia e prática solidária” enquadra-se no “Movimento Maker-Portugal”, uma comunidade digital que surfiu há três anos, com cerca de oito mil pessoas, que alia “mentes criativas”, apaixonadas por impressão 3D ou não, que partilham conhecimentos e técnicas online. Para o efeito, este professor, no seu tempo livre disponível, com o apoio da direção da Cior, tem recorrido ao equipamento e capacidade instalada na escola, nomeadamente impressoras 3D.

PS propõe plano para transporte escolar e entrega massiva de máscaras O Partido Socialista de Famalicão veio, esta semana, em comunicado, expressar preocupação com o transporte escolar dos alunos do 11º e 12º ano de escolaridade, que poderão ter de regressar às aulas presenciais. Para isso, o PS propõe a criação de um plano de ação para o transporte escolar urgente, por parte da Câmara Municipal. O partido esclarece que que continua a aguardar "as diretivas do Ministério da Educação sobre a eventual reabertura das aulas presenciais pelo que é conveniente que a Câmara Municipal se previna atempadamente para organizar o transporte escolar", uma vez que existe a "necessidade de se promoverem as condições adequadas de distanciamento nos autocarros e se necessário, reforçar a frequência das viagens". O PS quer também que a Câmara Municipal avance com a entrega de máscaras reutilizáveis à população. "A oferta dessas máscaras a toda a comunidade famalicense é um pequeno gesto de sensibilização e, ao mesmo tempo, um pequeno contributo perante as dificuldades económicas que muitas famílias estão a enfrentar", afirma o líder da Concelhia socialista, Eduardo Oliveira. Destacando o papel que o Citeve tem tido neste processo, o dirigente pede ao município que “tome proveito desse trabalho e faça a aquisição de máscaras certificadas junto das empresas locais”.

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CIDADE

opiniãopública: 23 de abril de 2020

Médico Francisco Sampaio conta como está a unidade a responder ao surto de Covid-19

Hospital de Famalicão com 50% da capacidade de internamento ocupada O Hospital de Famalicão tem registada uma média de cerca três dezenas de internamentos de doentes com Covid-19, o que corresponde a pouco mais de 50% da sua capacidade total para esta doença. Este é um dos dados avançados por Francisco Sampaio, médico cirurgião do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), que contou ao OPINIÃO PÚBLICA como está a responder o centro hospitalar, e sobretudo a unidade de Famalicão, ao surto de Covid19. “Temos conseguido, até à data, fazer face às afluências dos utentes que nos têm procurado”, afirma o médico que é também responsável pelo serviço da Viatura de Emergência Média de Emergência e Reanimação (VMER) do CHMA. Relativamente aos doentes com Covid 19, Francisco Sampaio explica que a capacidade de camas ainda não foi esgotada, sendo que a ocupação andará pouco acima dos 50%. “Ainda conseguimos alojar mais algum doente que seja necessário, o que quer dizer que têm entrado doentes, mas também já temos dado alta a outros”, acrescenta. O médico lembra que os doentes com infeção por Covid 19 têm um período de internamento um pouco mais longo que as situações normais, manifestando o seu regozijo por já terem doentes recuperados. É certo que também houve necessidade de, até ao momento, transferir cerca de meia dúzia de doentes para uma unidade mais diferenciada, já que o CHMA presta cuidados ao nível intermédio, não possuindo Unidade de Cuidados Intensivos, e também alguns doentes que faleceram. Francisco Sampaio não tinha presente o número exato dos doentes que recuperaram e que faleceram, mas adiantou que “não serão muito significativos,

A criação da urgência suplementar no pavilhão das consultas externas e a reestruturação de serviços que foi feita, no âmbito do plano de contingência do CHMA para fazer face à epidemia, contribuíram, segundo Francisco Sampaio, para que a resposta esteja a ser feita “de forma o mais tranquila possível. Nesse sentido, a urgência base do hospital passou a atender apenas doentes com problemas respiratórios, Covid ou não Covid, com acesso próprio, elevador próprio, enfermaria própria e equipa destinada só para eles. Já a urgência suplementar passou a receber todas as outras situações, “porque continuam a adoecer pessoas, continua a haver AVC’s ou enfartes do miocárdio”, lembra o nosso interlocutor, apesar de “a afluência à urgência ter diminuído significativamente, soA Urgência base do hospital apenas atende casos de doença respiratória bretudo nos casos menos urgenserão alguns”. Relativamente aos neste momento o CHMA “esta equipamentos suficientes para tes, das chamadas pulseiras verdes”. doentes internados, são essen- perfeitamente preparado e com equipar os seus profissionais”. cialmente idosos, nas faixas etárias dos 70 e 80 anos e alguns já com 90 anos. Arquivo

Cristina Azevedo

“Recurso humanos nunca faltaram” Há também registo de profissionais de saúde infetados que, segundo Francisco Sampaio, “foram casos leves que estão a recuperar bem ou até que já estão recuperados”. Houve ainda necessidade de colocar outros profissionais em quarentena, devido ao contato que tiveram com colegas ou doentes infetados. De qualquer forma, o médico cirurgião assegura que, com a reestruturação que foi feita pelo Conselho de Administração, “o hospital nunca teve falta de recursos humanos, embora com alguns sacrifícios dos profissionais”. Já no que concerne aos equipamentos de proteção individual, o responsável reconhece “que houve algumas pausas na entrega por parte dos fornecedores”, mas

“Não somos heróis, estamos a cumprir a nossa missão”

Francisco Sampaio assegura que o CHMA tem uma equipa de médicos e enfermeiros motivada para o combate em primeira linha à Covid-19, mas descarta o título de heróis, como sido apelidados os profissionais de saúde por este país fora. “Não somos heróis, estamos a cumprir a nossa missão. Fazemos o juramento de proteger a vida e

é para isso que trabalhamos”, afirma o médico cirurgião, salientando que “ao contrário de outras profissões que, em tempos de crise fazem greve, nós não fazemos e estamos disponíveis, motivados e empenhados”. Francisco Sampaio confessa, contudo, que nesta altura é já visível algum cansaço, sobretudo em termos psicológicos. “Já começa a ser difícil tolerarmos a máscara, que muitas vezes parece que nos abafa”, relata, mas acrescenta “estamos sempre prontos”. “O nosso trabalho são os doentes, o bem-estar deles. É essa a nossa preocupação e o que queremos é todos fiquem bem e que isto passe rapidamente”, afirma ainda. Francisco Sampaio acredita que no final de abril ou princípio de maio, as situações “comecem a ficar um pouco mais fáceis, mas alerta para os riscos. “É preciso não ter uma recaída. É bom reforçar todos os cuidados, como o uso das máscaras, o lavar as mãos, evitar aglomerações e proteger os idosos”.

Caso aconteceu em setembro de 2019

Homem que alvejou irmão e cunhado acusado de tentativa de homicídio O Ministério Público (MP) acusou de dois crimes de homicídio, na forma tentada, um homem que em setembro de 2019 disparou sobre um irmão e um cunhado, em Famalicão, alegadamente por causa de partilhas. Em nota publicada, na passada segunda-feira, na sua página, a Procuradoria-Geral Distrital do Porto acrescenta que o arguido, de 31 anos, é ainda acusado de detenção de arma proibida.

O MP considerou indiciado que o arguido, um irmão e uma irmã mantinham entre si divergências motivadas pela exploração de um restaurante, em Calendário, que o primeiro assumira no âmbito de partilhas. Nesse contexto, no dia 30 de setembro de 2019, pelas 15h00, em plena via pública, em Famalicão, o arguido “alvejou o irmão com dois tiros de uma pistola que trazia consigo, disparando a primeira

vez quando aquele acabava de se sentar ao volante do veículo automóvel”, lê-se na acusação. Já o segundo disparo terá acontecido quando a vítima fugia na viatura. Ainda segundo o MP, o arguido dirigiu-se de seguida ao restaurante, onde encontrou o marido da irmã, sentado na esplanada. “Anunciou-lhe que o ia furar, posto o que empunhou a pistola e disparou por duas vezes na sua direção, en-

quanto o mesmo fugia em direção ao interior do estabelecimento para se proteger”, acrescenta a acusação. Para o MP, o arguido “não logrou, por razões alheias à sua vontade, atingir nenhum dos familiares que visou”. Recorde-se que o homem foi detido pela Polícia Judiciária, algumas horas após o sucedido, já na madrugada do dia 1 de outubro. Está a aguardar julgamento em prisão domiciliária.


opiniãopública: 23 de abril de 2020

“Comprar em Famalicão” já regista 3000 seguidores do Facebook

Fama - Rádio e Televisão cria grupo para ajudar a alavancar a economia local A FAMA – Rádio e Televisão de Famalicão lançou na rede social Facebook um Grupo que pretende ser um contributo para o alavancar da economia famalicense nos difíceis tempos que nos esperam. Numa semana, o Grupo "Comprar em Famalicão - Fomentar a economia local entre empresas" chegou já aos 3.000 seguidores e continua a dar as boas vindas a todos aqueles que acreditam que grande parte da resposta à crise económica que se adivinha estará na promoção do fortalecimento da economia famalicense. Arcindo Guimarães, administrador do Grupo, lembra que em plena pandemia Covid-19, economistas alertam para aquela que poderá vir a ser a pior crise económica de todos os tempos. “Não há registo em toda a história de como atuar para fazer face a uma situação como esta”, refere. Porém, das muitas teorias que proliferam pelos meios de comunicação quanto às respostas que devem ser dadas pelos agentes económicos, parece haver um consenso generalizado: “as economias que privilegiarem o consumo local, as empresas que criarem laços e parcerias com fornecedores e clientes locais, irão conseguir recuperar mais rapidamente das perdas que esta pandemia provocou”.

É com base nesse prossuposto que surge “Comprar em Famalicão Fomentar a economia local entre empresas" que, ao fim de uma semana de existência, já conseguiu que a sua mensagem chegasse a milhares de pessoas. “Já deu para perceber que a grande maioria das pessoas acredita que cada um de nós tem de valorizar a comunidade onde vive para mais rapidamente todos recuperarmos dos efeitos nefastos que esta pandemia ainda vai causar”, afirma Arcindo Guimarães, ao mesmo tempo que lança o repto: “aproveitem este espaço para apresentarem a vossa empresa, o vosso negócio, seja ele grande ou pequeno”.

De salientar que esta iniciativa não partiu de nenhuma organização política, religiosa ou associação deste ou daquele grupo de empresários ou comerciantes. Partiu, sim, de uma empresa de comunicação social que está no mercado há 30 anos, conhecida por todos pelas marcas Rádio Digital FM, Jornal Opinião Pública e Fama TV. “Enquanto órgão de comunicação social multiplataforma, sabemos que temos os meios privilegiados para passar a palavra, assim como um papel crucial na defesa e promoção dos interesses dos interesses da nossa terra, sendo este o único motivo que nos move”, conclui o administrador do Grupo

CIDADE

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Câmara divulga restaurantes com takeaway e entrega ao domicilio

A Câmara de Famalicão está a divulgar através do portal www.famalicao.pt/restaurantes-take-away a lista de todos os restaurantes do concelho que estão a funcionar em serviço de takeaway ou com entregas ao domicilio. Segundo a autarquia, a listagem está permanentemente a ser atualizada pelos serviços municipais e tem como objetivo apoiar a restauração, um dos setores económicos mais afetados pela pandemia do Covid 19, bem como facilitar o contacto por parte dos consumidores. Numa página, os consumidores podem encontrar por freguesia o nome dos restaurantes em funcionamento, com os respetivos contactos telefónicos, email, assim como os endereços de páginas na internet ou de páginas nas redes sociais. “Em tempo de contingência devido ao coronavírus, os restaurantes de Famalicão souberam adaptar-se à nova realidade, abrindo serviços de takeaway, em alguns casos com entregas ao domicilio”, refere o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, acrescentando que “perante esta situação, a autarquia não poderia ficar indiferente e, estamos a tentar apoiá-los através das nossas ferramentas divulgando e partilhando contactos”. pub


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CIDADE

opiniãopública: 23 de abril de 2020 pub

Nova ferramenta “Comércio na Vila” foi lançada esta semana

ACIF e Câmara criam loja de comércio online Cristina Azevedo*

Cristina Azevedo

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A Associação Comercial e Industrial de Famalicão (ACIF) lançou esta semana, em parceria com a Câmara Municipal, uma plataforma de comércio online para ajudar o pequeno comércio a potenciar o seu negócio e as suas vendas em sites e nas redes sociais. A plataforma “Comércio na Vila” deverá ser lançada nos próximos dias e foi anunciada ao OPINIÃO PÚBLICA pelo presidente da ACIF, Fernando Xavier Ferreira. “Esta plataforma digital visa diminuir a dificuldade que existe das pequenas empresas em termos de colocação dos seus produtos em sites e redes socias e também na parte logística da entrega desses artigos aos clientes”, adianta o responsável. Assim, o objetivo é criar alguma economia de escala, com uma única empresa de distribuição. “Vai existir um central de recolha das mercadorias, na ACIF, que depois a distribuidora irá fazer expedir. Assim, em vez de cada comerciante ter que encontrar forma de expedir os seus produtos, fazem-no em conjunto utilizando apenas um interlocutor”, explica Fernando Xavier Ferreira. Com grande parte dos estabelecimentos fechados e com os restaurantes apenas em serviços de takeaway, o presidente da ACIF conta que o comércio e as empresas de proximidade estão a passar “momentos de angústia e de dificuldades, sobretudo de tesouraria”, mas também com a “a esperança e a resiliência que é característicos dos comerciantes e dos industriais, no fundo, de quem tem a coragem de ter um negócio”. Nesse sentido, a nova plataforma pretende ser um contributo para essa resiliência e “acrescentar maior atratividade e competitividade às empresas famalicenses”. Já o presidente da Câmara de Fa-

Grande parte das lojas estão fechadas há mais de um mês

malicão, Paulo Cunha, refere que o projeto “assume-se como uma iniciativa com múltiplas oportunidades para os comerciantes de todo o concelho e que aponta, desde logo, para uma estratégia de futuro, que já está a acontecer com a nova tendência de consumo de proximidade, e em que todos os famalicenses sairão a ganhar”. Esta loja virtual é aberta a todos os comerciantes do município, com ou sem estabelecimento físico, sendo gratuita para todos durante três meses, período que se estende até aos seis meses para os associados da ACIF. Nesta fase de arranque, o projeto privilegia as redes sociais, nomeadamente o Facebook e o Instagram. Críticas à banca De resto, a ACIF tem também vindo a apoiar os associados que pretendam candidatar-se aos às linhas de crédito disponibilizadas pelo Governo para apoiar a economia. “Temos os nossos departamentos jurídico, de contabilidade e comunicação em permanente contato com os associados, porque

estas linhas de apoio têm um grau de dificuldade enorme e a maior parte dos comerciantes não consegue ter a noção de quais são os verdadeiros procedimentos que devem ter”, explica o responsável. Neste processo, Fernando Xavier Ferreira não deixa de lançar algumas críticas à banca, que “cria um conjunto de entraves, que dificultam o acesso ao financiamento rápido”. “As empresas estão hoje com uma tremenda dificuldade de tesouraria e com uma incapacidade objetiva de fazer face às suas despesas e de pagar aos seus trabalhadores e aos seus fornecedores. A urgência é tremenda e tudo o que seja protelar e burocratizar, só dificulta o dia a dia às empresas”, afirma. Numa altura em que o país começa a planear a reabertura gradual da economia, passado este terceiro período do estado de emergência, o dirigente considera que essa medida “é necessária e urgente”, ma sublinha que deve ser feita “de forma progressiva, com todas as cautelas, para não comprometer a saúde pública”. *com Pedro Silva

Empresa famalicense Partteam cria sistema "Contacto Zero" A empresa famalicense Partteam & Oemkiosks desenvolveu uma tecnologia de prevenção ao Covid19. O “Contacto Zero” tem por objetivo eliminar o toque em situações do dia a dia, como por exemplo no atendimento ou na gestão de filas de espera, fornecendo assim uma solução de gestão de filas segura e higiénica aos clientes. Desta forma, os mupis digitais, quiosques interativos, paredes interativas, entre outros que a empresa desenvolve, dispensam a necessidade de toque por parte do utilizador através da utilização de scan, QRCode, SMS ou voz. Entre as várias soluções encontradas pela empresa estão,

por exemplo, as senhas que são imprimidas através de um sensor, cujas opções podem ser escolhidas através da voz. Ou mesmo, através do telemóvel que lhe permitirá ler o QRCode pretendido, que dará acesso a um website para ter acesso à senha pretendida, sem sair da viatura. Desde o início da pandemia de Covid-19 que a empresa tem encontrado formas de se reinventar e de ser útil, como é o caso das viseiras por si produzidas e entregues aos profissionais de saúde. Agora na sua área de negócio, a empresa continua empenhada Miguel Soares, CEO e fundador da Partteam & Oemkiosks, em declarações nas redes sociais, diz

sentir-se “orgulhoso da [sua] equipa” e admite que estas são “soluções adaptadas à realidade que estamos todos a viver”.


opiniãopública: 23 de abril de 2020

CIDADE

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Bombeiros que estão em casa homenagearam colegas que permanecem ao serviço

BV Famalicenses com nove infetados recebem apoio e solidariedade Cristina Azevedo Os Bombeiros Voluntários de Famalicenses têm nove elementos infetados com o Covid19 e, no passado fim de semana, a corporação recebeu manifestações de apoio e solidariedade, quer por parte da outra corporação da cidade – os BV de Famalicão – quer dos próprios “guitas” (nome por que são conhecidos os voluntários dos Famalicenses) que quiseram homenagear os colegas que estão de piquete no quartel. Entre os nove infetados (chegaram a ser dez, mas um já está recuperado), o caso mais grave é o de um bombeiro de 56 anos, que está internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Braga. O doente está em coma induzido, mas em situação estável. “As indicações que temos é que está a evoluir favoravelmente”, disse ao OPINIÃO PÚBLICA o comandante dos BV Famalicenses, Bruno Alves, adiantando que os restantes bombeiros infetados estão a recuperar em casa. De resto, o presidente da Associação Humanitária dos BV Famalicenses, António Meireles, garantiu que a capacidade de resposta da corporação “não está comprometida” e que a segurança e integridades dos bombeiros “está salvaguardada”, através de medidas preventivas que foram tomadas, aditando ainda que as próprias instalações são desinfetadas várias vezes ao dia. Atualmente, a corporação está a operar

A homenagem aconteceu no passado domingo

apenas com os bombeiros profissionais, por forma a proteger os voluntários e capacidade de resposta a prazo. Foram precisamente esses voluntários, que estão em casa, que no passado domingo quiseram prestar apoio e homenagem aos colegas profissionais que se encontram de serviço. Ao final da tarde, algumas dezenas de operacionais, alguns acompanhados de familiares, dirigiram-se ao quartel nos seus automóveis, de onde saíram para dar uma forte ovação aos colegas que todos os dias estão ao lado da população, no socorro e no com-

batem à pandemia. O gesto foi organizado pelo departamento de comunicação da corporação e deixou o comandante sensibilizado. “Quero deixar um enorme obrigado e um enorme abraço a todos os operacionais destaca casa. São homens e mulheres de uma fibra que não é fácil de encontrar”, referiu Bruno Alves. O responsável reconheceu que os operacionais que estão a serviço estão “motivados, mas exaustos”, agradecendo, por isso, o conforto que os restantes colegas lhe vieram dar no domingo. “Estou de coração cheio porque

sinto que tenho um verdadeiro corpo de bombeiros”. “Regressem rápido” Bruno Alves não esqueceu aqueles que foram atingidos pelo novo coronavírus, a quem manifestou o desejo de rápida recuperação. “Regressem rápido, estes operacionais estão à vossa espera, o comandante está à vossa espera, porque esta casa, tendo a falta de um elemento, é mais vazia”. De resto, o comandante aproveitou também para agradecer e inúmeras manifestações de apoio que a corporação tem recebido da comunidade, neste momento difícil. E deixou um agradecimento especial aos Bombeiros Voluntários de Famalicão que, também no domingo, publicaram na sua página de Facebook um vídeo de solidariedade, que começa com estas palavras: “Irmãos Famalicenses, queremos ajudar-vos a suportar o peso que esta terrível pandemia trouxe ao vosso quartel. Os vossos soldados são, para nós, irmãos de guerra nesta luta contra a Covid-19”. E acrescentando: “hoje, não há bombeiros de cima nem de baixo”. Palavras que não deixaram Bruno Alves indiferente. “Ficamos muito sensibilizados e contem também connosco quando necessitarem, nas horas difíceis”, afirmou. No final da homenagem no quartel, os voluntários dirigiram-se às casas daqueles que estão infetados para lhes transmitirem força e entregar um pão de ló. pub


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opiniãopública: 23 de abril de 2020

Deputado pede explicações ao Banco de Portugal

Jorge Paulo Oliveira alerta para proteção dos créditos das famílias famalicenses No âmbito da pandemia da doença Covid-19, o Parlamento aprovou medidas excecionais de proteção dos créditos das famílias, mas, segundo o deputado famalicense do PSD, Jorge Paulo Oliveira, nem tudo parece estar a correr bem. “Tem chegado ao nosso conhecimento, relatos de famalicenses e de outros cidadãos residentes no distrito de Braga, denunciando entraves no acesso ao mecanismo da moratória, alegadamente criados por algumas agências bancárias, e que importa esclarecer junto do Banco de Portugal, pois, a confirmarem-se estas denuncias, objetivamente está-se a impedir que as famílias possam beneficiar de uma especial proteção absolutamente essencial neste momento difícil que o país atravessa”, justificou Jorge Paulo Oliveira, primeiro subscritor do requerimento dirigido à entidade de supervisão bancária, e que conta com a assinatura de outros deputados do PSD eleitos pelo circulo eleitoral de Braga. Recorde-se que por força da legislação aprovada pela Assembleia da República, desde o dia 27 de março, as famílias cujos elementos foram colocados em redução do período normal de trabalho, viram suspensos os seus contratos de trabalho, se encontrem desempregados ou sejam trabalhadores de entidades cujo

Jorge Paulo Oliveira

estabelecimento ou atividade tenha sido objeto de encerramento determinado durante o período de estado de emergência, têm direito a suspender o pagamento das prestações devidas ao banco pelo crédito para aquisição de habitação própria e permanente. A ideia é aliviar os encargos mensais das famílias, porém, no requerimento dirigido ao Banco de Portugal, os deputados do PSD dizem que, alegadamente, muitos cidadãos têm sido confrontados “com decisões, interpretações e solicitações” de agências bancárias “ora para negar no todo ou em parte o acesso a estes mecanismos de

ajuda, ora para imporem exigências documentais, aparentemente, sem cobertura legal”. O deputado famalicense assinala que o Banco de Portugal é responsável pela supervisão e fiscalização do regime de acesso a esta moratória, solicitando que este esclareça se a legislação aprovada carece de regulamentação especifica da responsabilidade da supervisão e cuja falta esteja a inviabilizar a operacionalização deste mecanismo de proteção das famílias e se produziu informação complementar que evite eventuais diferenças de interpretação do diploma aprovado pelo Parlamento.

BE quer eliminação imediata das carências habitacionais O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda (BE) questionou o Governo e todas as câmaras municipais do distrito de Braga para conhecer as políticas municipais de habitação e avaliar o impacto da nova legislação a nível municipal na eliminação das carências habitacionais da população. Os deputados bloquistas lembram, nos documentos entregues na Assembleia da República, que o direito à habitação está consagrado no artigo 65º da Constituição da República Portuguesa e que, recentemente, este direito foi densificado pela Lei de Bases da Habitação que prevê diversos instrumentos para uso das Câmaras e assembleias Municipais na prossecução do direito à habitação.

nesse sentido, o BE pretende “aferir se já foram encontradas soluções para as famílias em situação de precariedade habitacional” e, para isso, solicitou informação às 14 câmaras municipais do distrito, incluindo a de Famalicão, O partido entende que “as carências habitacionais devem ser eliminadas rapidamente pelos municípios, com apoio do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, e, sendo necessário, proceder à requisição civil de fogos habitacionais desocupados ou não utilizados, de forma a assegurar condições de habitação condigna a todas as famílias, até para permitir o cumprimento das recomendações de higiene e segurança da saúde emitidas pela Direção Geral de Saúde”.

Refood e JP fazem levantamento de computadores para alunos A Juventude Popular (JP) de Famalicão, juntamente com a Refood, está a realizar o levantamento de computadores disponíveis para entregar aos alunos mais carenciados. Em comunicado, a JP apela a todos aqueles que tenham computadores que já não utilizem, que procedam à sua entrega. Posteriormente, a reparação do

equipamento e a instalação de todo o software necessário será efetuada sem qualquer custo associado. “A distribuição será realizada pelas famílias mais carenciadas do concelho, que a Refood bem conhece através do trabalho que desenvolve diariamente, fazendo dela uma importante parceira deste projeto”, explica a JP.


topiniãopública: 23 de abril de 2020

Programa comemorativo reajustado por causa da pandemia

Famalicão celebra 25 de Abril sem sessão solene, mas com cultura online Em Famalicão vai assinalar-se o 46º aniversário do 25 de Abril sem a habitual sessão solene, mas com um programa cultural evocativo da data que será totalmente transmitido online, a partir da página de Facebook do município. Este ano, e devido ao atual contexto de emergência nacional provocado pela pandemia de COVID-19, não se realizará a tradicional sessão solene extraordinária da Assembleia Municipal, mas a autarquia famalicense, em articulação com a Assembleia, tem preparado um conjunto de apontamentos de grande simbologia, promovidos no âmbito do projeto de descentralização cultural “Há Cultura”, que por estes dias tem ido ao encontro dos famalicenses através de uma programação online. A Banda de Famalicão, que todos os anos abre as comemorações durante o hastear da bandeira, vai protagonizar o primeiro momento do dia, às 10h00, com a interpretação da marcha de rua “A Filarmonia”. Pelas 11h00, os famalicenses vão poder assistir a um momento de poesia, com a interpretação de poemas relacionados com a Revolução dos Cravos por parte do famalicense João Teixeira. Às 17h00 está agendado um concerto de música de intervenção com o músico Tiago Rocha, com a interpreta-

CIDADE

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PCP de Famalicão quer Grândola Vila Morena e Hino Nacional à janela A Concelhia de Famalicão do Partido Comunista Português (PCP) apela aos famalicenses que no dia 25 de abril vão à janela para celebrar a data. O partido quer que as pessoas entoem, às 15h00, o “Grândola Vila Morena” e o “Hino Nacional” de forma a celebrar o dia da liberdade. Com este gesto, a concelhia comunista pretende dar “sentido à liberdade conquistada e aos valores de Abril, afirmando a nossa independência e soberania nacionais, com a profunda convicção de que ao medo e à resignação vão-se sobrepor a esperança no futuro e a luta por um país e uma vida melhores”, afirma em nota à imprensa.

ção de sete canções associadas à revolução de Abril da autoria de músicos portugueses como Zeca Afonso e José Mário Branco. Ao longo do dia os famalicenses serão também desafiados a responder no Facebook do projeto Famalicão Comunitário à questão “O que é, para si, a liberdade?”, partilhando imagens, ví-

deos, poemas, desenhos e outras formas de expressão que remetam para o significado e importância da liberdade. Todos os momentos culturais são promovidos no âmbito do projeto “Há Cultura” e serão transmitidos no facebook do Município de Famalicão, em www.facebook.com/municipiodevnfamalicao. pub

Ensino à distância

Autarquia já distribuiu 400 computadores e 250 hotspots pelos alunos A Câmara de Famalicão está a desenvolver um trabalho com os Agrupamentos de Escolas e Escolas Profissionais do concelho para apoiar as famílias e facilitar o trabalho dos mais novos para que o terceiro período corra pelo melhor, nestes tempos condicionados pela pandemia da Covid-19. Neste âmbito, em conjunto com as escolas a autarquia já conseguiu dar resposta às necessidades reportadas, com a atribuição de cerca de 400 computadores e tabletes, que estão a ser distribuídos pela comunidade escolar. Aos alunos do 9º ano e do secundário que não dispõem de ligação à internet, a autarquia está a distribuir hotspots, abrangendo um total de cerca de 250 alunos, já referenciados. No que diz respeito aos alunos do 1º ciclo, do 2º ciclo e dos 7º e 8º anos, a autarquia tem desenvolvido estratégias para responder às diversas necessidades,

desde logo, com a distribuição e oferta das fotocópias com os trabalhos definidos pelos professores. “É na maioria dos casos um trabalho invisível, mas de grande mérito e que permite que a escola funcione em casa e que os alunos se mantenham em pé de igualdade na aprendizagem”, salienta o presidente da Câmara, Paulo Cunha. Destaque ainda para a disponibilização dos recursos humanos afetos ao pelouro

da Educação (docentes, psicólogos, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais) que continuam a acompanhar os alunos referenciados com dificuldades de aprendizagem. No que se refere às refeições escolares, o município continua com o serviço da refeição diária, servida em takeaway, na escola de proximidade da residência do aluno. Neste momento, estão a ser servidas cerca de 200 refeições.


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FREGUESIAS

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Junta de Ruivães e Novais adquire computadores e máscaras para os mais necessitados

Didáxis empresta material informático a alunos A Didáxis procedeu, na passada segunda-feira, à entrega, a título de empréstimo, de equipamentos informáticos aos alunos carenciados que frequentam a instituição de ensino. Com esta iniciativa, a Didáxis pretende promover a igualdade de oportunidades no contexto de ensino à distância, ajudando os estudantes com mais necessidade a terem acesso a material para acompanhar os restantes. pub

A Junta de Freguesia de Ruivães e Novais vai adquirir computadores para ceder aos alunos do 2.º e 3.º ciclo de ensino básico que não têm este tipo de equipamento, para que possam continuar a evoluir no ensino à distância Na sua página de Facebook, a autarquia anuncia que já aprovou esta medida, que tem como objetivo “fazer face e adaptação de todos os meios possíveis e necessários de apoio às famílias com crianças e jovens a estudar e que não tenham recursos informáticos à disposição”. A identificação das famílias que necessitam

deste apoio foi previamente elaborada pelos agrupamentos de escolas da área geográfica daquela união de freguesias. Entretanto, a Junta de Ruivães e Novais avançou também com a encomenda de máscaras comunitárias a serem cedidas à população que delas necessitem e que não tenham recursos ou meios para adquirirem no comércio. Na sua página de Facebook, a autarquia informa que quem precisar deve fazer chegar o seu pedido à Junta de Freguesia, que depois procederá à entrega do material.

Junta de Joane oferece material hospitalar à USF da vila A Unidade de Saúde Familiar (USF) de Joane recebeu, a semana passada, uma doação de material hospitalar por parte da Junta de Freguesia. A USF explica que a autarquia joanenses tem vindo a dar grande uma ajuda para que possam continuar a prestar cuidados e a intervir com maior segurança e prevenção. "Gestos de solidariedade como estes são bem-vindos e merecidos de respeito para com as instituições que nos têm apoiado", agradece a USF de Joane na sua rede social.

ACES com ajuda das freguesias na distribuição de receitas Com o encerramento temporário das unidades de saúde em Gondifelos, Vale S. Cosme, Fradelos, Lousado e Ruivães devido ao surto do Covid 19, o Agrupamento de Centros de Saúde Ave-Famalicão (ACES) está a reorganizar os serviços, separando o tipo de atendimento. Esta medida levou o ACES a pedir a colaboração das juntas de freguesia para garantir o acesso fácil à prescrição de medicação aos utentes com reduzida mobilidade. A colaboração consiste na criação de um ponto de

recolha dos pedidos de prescrição de medicação, a definir por cada união de freguesias ou freguesia, que assumirá a entrega dos pedidos na unidade de saúde correspondente e a consequente entrega do receituário a cada utente. O ACES sublinha que se trata de uma forma de ajudar os cidadãos com mais dificuldade em se deslocarem, seja pela insuficiente resposta de transporte pública, ausência de transporte privado ou por dificuldades motoras.

Junta de Pedome imprime fichas gratuitamente aos alunos A Junta de Freguesia de Pedome anunciou que vai imprimir gratuitamente fichas escolares para os alunos da freguesia, de forma a ajudar as famílias nesta fase difícil. Para usufruir do serviço, os alunos devem enviar os respetivos conteúdos que desejam imprimir para o email junta.pedome@sapo.pt . No mesmo email, deve ser identificado a morada, telefone e nomes dos encarregados de educação para que seja mais fácil o processo de entrega das fotocópias.

Recreio do João vandalizado há semanas consecutivas O Recreio do João, situado na Freguesia de Vermoim, no Largo Nossa Senhora do Amparo, tem sido alvo de atos de vandalismo há semanas consecutivas. A fotografia retrata a situação encontrada na quarta feira da semana passada, mas o cenário repete-se há anos, explica a própria instituição que, apesar de várias queixas apresentadas à GNR de Joane e de pedidos de vigilância noturnos, não vê a situação resolvida. A gerência tem suspeitas que seja um grupo de jovens que nem com a situação atual de Estado de Emergência Nacional parou de se encontrar no local. Se ao início era apenas encontrado lixo no local, agora a situação agravou-se e chega a encontrar-se urina e fezes. Os responsáveis pela creche denunciam esta falta de civismo numa tentativa de que os atos de vandalismo terminem, uma vez que “as valências que servem para dar maior conforto às crianças, nomeadamente a relva sintética, estão agora a detorar-se devido a este crime público”, afirmam.


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FREGUESIAS

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É dos poucos do concelho que não encerrou

Junta mantém cemitério de Calendário aberto, mas com regras Com praticamente todos os cemitérios do concelho fechados porque causa da pandemia de Covid 19, o cemitério de Calendário é dos poucos que permanece aberto ao publico. A presidente da Junta de Freguesia de Famalicão e Calendário justifica esta decisão com a necessidade que as pessoas têm em termos emocionais de frequentar estes locais. Estela Veloso frisa, no entanto, que o cemitério está aberto, mas com regras de distanciamento social, que são fiscalizadas por um funcionário e que, segundo a autarca, têm sido cumpridas pela população. “O cemitério é grande tem três entradas e saídas e não podem

estar mais que 15 pessoas. No entanto, eu tenho passado por lá quase todos os dias e reparo que nunca estão mais de duas ou três pessoas”, conta Estela Veloso. A autarca recorda que antes da pandemia, o cemitério de Calendário era muito venerado e frequentado todos os dias. “O facto de agora encontrarmos muito poucas pessoas significa que elas estão a seguir as regras de distanciamento e de autoproteção”. A Junta de Freguesia chegou a ponderar o fecho, mas “foram muitas as pessoas que nos pediram para não o fazer”, conta Estela Veloso. E acrescenta: “Até agora não tenho ninguém a criticar esta postura do executivo,

Homem detido por roubo em bomba de combustíveis O Comando Territorial de Braga da GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal de Barcelos, deteve, no passado dia 16 de abril, um homem de 34 anos por roubo num posto de abastecimento de combustível, na freguesia de Delães. No seguimento de um roubo feito na bomba de combustível, com recurso a uma arma branca, os militares, após diligências de investigação, localizaram o autor do assalto e detiveram-no no momento em que tinha acabado de adquirir estupefacientes, tendo sido recuperados 30 euros dos 210 euros roubados. O suspeito possui antecedentes criminais por furto e foi também, no dia 15, constituído arguido num processo de violência doméstica, por ameaça e coação psicológica sobre a mãe. Na operação do dia 16 foi-lhe apreendido 32 doses de heroína, 28 doses de cocaína, um telemóvel e a navalha utilizada no roubo. Os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Guimarães. A ação contou com o reforço dos postos toda GNR de Joane e Riba d´Ave.

Dez idosos regressaram ao lar de Cavalões

Um grupo de 10 idosos da Residência Pratinha, em Cavalões, regressou, na passada segunda-feira a este lar privado. O grupo deixou o Hospital das Forças Armadas, no Porto, para regressar ao lar, que estava a pronto para os receber novamente, depois de os testes à Covid19 terem sido negativos. Recorde-se que estes idosos foram transportados para o Hospital das Forças Armadas, no Porto, no passado dia 23 de março, depois de um surto do novo coronavírus entre funcionários e utentes na instituição de cavalões. Agora, depois de conhecidos os resultados dos testes à Covid-19, confirmou-se que não se encontravam infetados, pelo que puderam regressar ao lar. Os idosos foram transportados por ambulâncias dos Bombeiros Voluntários de Famalicão.

nem nas redes sociais. As pessoas estão satisfeitas, entram, veneram, rezam um bocadinho e saem. Não há convívio nem conversa e, enquanto assim for, o cemitério vai continuar aberto”. Entretanto, em breve deverá entrar também em funcionamento o sistema de videovigilância daquele local, uma medida que a Junta de Freguesia decidiu tomar, face ao elevado número de assaltos que ali se verificavam. “As obras atrasaram porque houve atrasos no fornecimento das câmaras, que vão agora ser instaladas”, justificou a autarca. pub


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FREGUESIAS

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Empresa famalicense continua a conquistar investidores estrangeiros

Grupo israelita confia à Gabriel Couto a construção de dois novos projetos imobiliários no Porto A construtora famalicense Gabriel Couto foi a empresa selecionada pelo grupo israelita Taga-Urbanic para a construção de dois novos projetos imobiliários localizados no concelho do Porto: “João das Regras” e “Paraíso 49”. O primeiro empreendimento imobiliário, localizado na Rua João das Regras, será composto por dois volumes, sendo um dos volumes em altura o e outro alongado, que darão lugar a 44 unidades habitacionais de tipologia T0 e duas de tipologia T1, numa organização de espaços residenciais de pequenas dimensões, apoiados e complementados por uma grande sala de estar de condomínio, espaço de lavandaria e um amplo espaço de estar no exterior comum, além de um espaço técnico de arrecadação. Os 44 estúdios (T0) têm as áreas oscilam entre os 26 e os 30 metros quadrados, compostos por kitchenette, sala-quarto e wc, enquanto os T1 terão dimensões superiores que oscilam entre os 33 e os 55 metros quadrados. São habitações concebidas para estudantes, empresários e/ou famílias que valorizam sofisticação, segurança e conforto. Estruturalmente, a fachada e a parede do lado poente do edifício existente na Rua João das Regras serão mantidas, sendo necessário particular atenção relativamente à sua preservação e consolidação enquanto a nova estrutura não estiver funcional. Este empreendimento imobiliário irá ainda manter a traça caraterística desta zona residencial. Quanto ao segundo empreendimento, trata-se de um edifício de habitação multifamiliar e encontra-se localizado na Rua do Paraíso, que será constituído por oito pisos, três subterrâneos, um rés-do-chão, três pisos superiores e ainda um recuado, que albergará um total de 18 apartamentos (um T0+1, nove T1, três T1+1, três T2 e dois T3).

Este novo empreendimento encontra-se inserido numa zona residencial de excelência da cidade do Porto e será o resultado de um projeto de arquitetura arrojado e contemporâneo, sendo que ao nível dos diversos acabamentos, foram selecionados materiais de alta qualidade que asseguram grande durabilidade e constância. Mantendo também a traça característica desta zona residencial, será preservada a fachada existente do edifício original, sendo a mesma integrada na nova arquitetura. Este novo edifício enquadra-se no tipo de empreendimento para residência permanente, e não para o mercado de aluguer de

curta duração. São garantidos, por exemplo, sucesso das empreitadas, cumprimento dos lugares de estacionamento privados para objetivos propostos e dos padrões de qualidade expectáveis, esperando que estas todas as frações criadas. duas novas empreitadas sejam as primeiras “Um sinal de confiança” de muitos outros futuros projetos a executar Para Daniel Costa, diretor comercial do pela Gabriel Couto para o grupo Taga-Urbagrupo Gabriel Couto, “a adjudicação destes nic”. dois novos empreendimentos imobiliários é Refira-se que o grupo israelita Taga-Urbaum sinal inequívoco da confiança que os nic pretende investir em Portugal cerca de grupos investidores, nacionais e estrangei- 100 milhões de euros até 2023. Este grupo ros, têm vindo a depositar na competência tem vindo a desenvolver com sucesso, proe capacidade técnicas, e na qualidade do jetos imobiliários e hoteleiros em outras citrabalho desenvolvido pela empresa”. E dades, nomeadamente em Londres, Berlim acrescenta: “Será com enorme empenho e e Nova Iorque, estando também a avaliar oudeterminação que trabalharemos em prol do tros mercados, contudo, Portugal é, neste momento, a sua maior aposta a curto e médio prazo. De realçar que, desde que chegou a Portugal, o grupo já efetivou mais de uma dezena de aquisições imobiliárias, entre terrenos e imoveis para construir e/ou reabilitar, sendo que esta foi apenas a primeira ronda de investimentos do grupo em Portugal. O grupo israelita tem como objetivo criar, nos próximos cinco anos, um portefólio de cerca de 700 apartamentos reabilitados, tanto no Porto como em Lisboa. De realçar que o grupo Gabriel Couto apresenta no seu portfólio destes últimos anos, vários projetos privados, sendo a sua maioria empreendimentos hoteleiros e imobiliários. Para Asaf Baumer, “Chief Operating Officer” do grupo Taga-Urbanic em Portugal, “como profissionais, estamos constantemente há procura da criação de parcerias prósperas e duradouras e estamos entusiasmados com a oportunidade de desenvolver estes projetos com uma empresa de construção com 70 anos. A reputação e o profissionalismo do grupo Gabriel Couto foram mais que provados na última década, assegurando-nos que fizemos a escolha certa de forma a fornecer aos nossos clientes a melhor qualidade existente, hoje, no mercado Português”.


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FC Famalicão: torneio solidário de FIFA 20 dá 500 euros à Médicos do Mundo O Futebol Clube de Famalicão organizou um torneio solidário de FIFA 20. O Pro Clubs Draft colocou frente a frente jogadores da equipa principal do emblema famalicense e gamers. No final, a equipa liderada por Nico Shiappacasse triunfou na prova e doou o prémio de 500 euros à Associação Médicos do Mundo, que é uma organização não governamental que presta cuidados de saúde às populações vulneráveis em Portugal e no resto do mundo.

Riba D’Ave HC: Hugo Azevedo pendura os patins

Hugo Azevedo, jogador e treinador do Riba D’Ave Hóquei Clube (HC), vai terminar a carreira de atleta no final da presente temporada e dedicar-se exclusivamente ao papel de treinador. O anúncio foi feito na página de facebook do jogador. Hugo Azevedo, para além dos ribadavenses, onde iniciou a carreira, jogou no OC Barcelos e na AD Valongo. Aliás, em termos de títulos, foi no clube do Porto que teve mais sucesso. Em 2013/2014, Hugo Azevedo fez parte da equipa que conquistou o título de campeão nacional de hóquei em patins. Em 2014/2015 conquistou a supertaça portuguesa pelo mesmo emblema. No anúncio no facebook, o agora apenas treinador do Riba D’Ave HC, agradeceu às pessoas que o acompanharam durante 30 anos de carreira, onde confessa-se “um atleta orgulhoso, honrado e determinado que lutou sempre no máximo das suas capacidades por cada clube que representou”.

UEFA diz que ligas estão prontas para jogar à porta fechada As ligas europeias de futebol estão prontas para voltar à competição à porta fechada e, dessa forma, limitar o impacto negativo da suspensão causada pela pandemia de covid-19, disse hoje o presidente da UEFA. Segundo Aleksander Ceferín, "há opções que permitem reatar taças e campeonatos e levá-las até ao fim", para limitar o "impacto terrível" que causaria a suspensão definitiva da época 2019/20, a nível económico, para clubes e ligas. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, o dirigente explicou que o importante "é trazer alegria às pessoas nestes tempos difíceis e algum semblante de regresso ao normal, mesmo que os jogos só possam ser vistos na televisão" e as medidas de segurança tenham de ser respeitadas nos treinos e nos jogos.

António Silva “Tonau”, treinador do FC Tirsense

“Houve muito investimento e as pessoas estão à espera de festejar uma subida” Pedro Sousa* “O Futebol Clube (FC) Tirsense estava a fazer uma época de recordes”. Foi assim que António Silva, mais conhecido por Tonau no mundo de futebol, deu o mote para uma conversa com a FAMA. Esse trajeto do clube na Divisão de Elite da Associação Futebol (AF) do Porto deixa alguma preocupação no clube depois da decisão da suspensão do campeonato devido à pandemia de Covid-19. “Ninguém é culpado, mas temos de premiar aqueles que, até à data, estavam a fazer campeonatos excecionais”, acrescenta o técnico. Com apenas duas derrotas na prova e 15 golos consentidos, Tonau concorda com a tomada de decisão da AF Porto. A associação vai premiar os clubes que estão em posição de subida e atribuirlhes o prémio, no entanto, não vão haver descidas de escalão. O treinador famalicense defende que o futebol profissional e não profissional deviam ter o mesmo tratamento, ou seja, deviam jogar as restantes jornadas dos respetivos campeonatos. “A FPF disse que ia analisar quais eram as duas equipas que subiam à II Liga. Na minha opinião, subiam as quatro primeiras classificadas das quatro séries”, completou. Para o treinador, a AF Porto “está a fazer de tudo para que o FC Tirsense e o SC Salgueiros consigam entrar nos campeonatos nacionais”, deixando-o mais descansado em relação às decisões federativas. Porém, não está fácil arranjar uma forma de conciliar as equipas da Divisão de Elite no escalão acima devido a alguns condicionalismos. “Se tudo empancar vai ser uma injustiça para

nós. Houve muito investimento e as pessoas estão à espera de festejar uma subida”, revela Tonau. A posição do clube é só uma. Quer jogar e não ganhar na secretária. A decisão dos play-offs pode estar em cima da mesa, mas Tonau considera que o comunicado da AF Porto vá impossibilitar a sua realização. “Pelo menos, os que estão em primeiro têm direito à subida”, sublinhou, fazendo referência, novamente, ao FC Tirsense e ao SC Salgueiros. Convidado a assumir o clube na temporada passada, o técnico não hesitou. “. Na altura, perguntaram-me o porquê de aceitar o trabalho. Achei o projeto interessante de um clube histórico”, justificou. O investimento foi “forte” e o objetivo era chegar ao Campeonato de Portugal. “Temos uma equipa praticamente de Campeonato de Portugal. Passamos a treinar durante o dia porque assim temos mais tempo para a preparação”, revelou. O clube ficou conhecido por ter uma massa adepta bastante presente, sobretudo, na tempo-

rada passada num jogo frente ao Freamunde, onde colocou 10 mil pessoas no estádio. “É um clube muito grande. Merece estar na II divisão nacional e consolidar o lugar nessa divisão. Colocar 10 mil adeptos no estádio faz inveja a clubes no principal escalão português”, prosseguiu. “Os resultados chamaram os tirsenses. Se não existir qualidade e resultados, nenhum adepto gosta de ir ao estádio. Está aqui um gigante adormecido. O FC Tirsense é um clube mítico com uma grande massa humana”, rematou. A contratação de Tonau foi para criar um projeto de subida até à II Liga. “O projeto é Campeonato de Portugal primeiro e depois II Liga. Foi esse o objetivo que me foi proposto. É um desafio aliciante, mas muito complicado”, frisou. Já no final da entrevista, Tonau pediu “bom senso” às pessoas que tomam as decisões porque considera os campeonatos distritais um “trampolim para as divisões profissionais”. *com José Clemente


opiniãopública: 23 de abril de 2020

António Cândido Oliveira

Vieira Pinto

Apontamentos em tempo estranho QUINTA-FEIRA - Dia 16.4.20 - Segundo a DGS, no seu boletim de hoje, registaramse 629 mortes e 18.841 infetados com Covid-19 em Portugal. De ontem para hoje o número de óbitos subiu de 599 para 629, mais 30, enquanto o número de infetados aumentou de 18.091 para 18.841, mais 750. O número de casos recuperados cresceu de 383 para 493. No concelho de Vila Nova de Famalicão e segundo o boletim publicado esta quinta-feira pela DireçãoGeral da Saúde, o número de infetados de Covid-19 subiu para os 246. É uma subida em 11 casos relativamente ao dia anterior. HIDROFER - 17.4.20 - Esta fábrica da freguesia da Carreira orgulha-nos, como famalicenses, quando vemos e ouvimos na RTP e na FAMATV que produz 18.000 zaragatoas por hora e as oferece ao Serviço Nacional de Saúde. A indústria nacional merece ser bem acarinhada para não ficarmos dependentes do exterior. SÁBADO – 18.4.20 – Mais 30 óbitos, aumentando de 657 para 687. Infetados: 19.685, ou seja, mais 663. Recuperados: 610 mais 91. Em Famalicão: 259 casos confirmados. 50.000 MÉDICOS – Não fazia ideia mas em Portugal há mais de 50.000 médicos (53.657 em 2018). Sei que são de muitas especialidades, mas são muitos não são? (Fonte: Pordata) 30.000 ADVOGADOS - Já quanto a advogados julgava que havia mais do que

médicos. 32.368 em 2018 (Fonte: Pordata). DOMINGO- 19.4.20 - Mais 27 óbitos, aumentando de 687 para 714. Infetados: 20.206, ou seja, mais 521. Recuperados: 610 - igual GENTES DA TERRA –19.4.20 - Ouvi este domingo de manhã o programa “Gentes da Terra” da Rádio Digital com agrado. Não ouvi todo, mas ouvi ainda a presidente de Junta dos calendarenses e famalicenses falar nomeadamente da situação atual de quase vazio de frequência da Junta e da situação parecida quando para lá entrou há 39 anos com 18 anos de idade. Com agrado ouvi também falar a Diretora do Centro Social do Calendário, das 100 colaboradoras (!) que nele trabalham e do orgulho que tem por manter o Centro praticamente livre da Covid 19. Impressionou-me ainda o profissionalismo do jornalista da RD que conduziu as entrevistas. SEGUNDA FEIRA – 20.4.20 – Infetados: mais 657. Óbitos: mais 21. Recuperados: 610 ESTUDO EM CASA – Recomeçaram as aulas no ensino básico através da RTP 2. TERÇA-FEIRA – 21.4.20 - Infetados: 21.379, mais 516. Óbitos: 762, mais 27. Recuperados: 917, mais 307. QUARTA- FEIRA – 22.4.20 – Infetados: 21.982, mais 603. Óbitos: 785, mais 23. Recuperados: 1143. Famalicão: 288 casos confirmados (Fonte: FAMATV).

Pelos quatro cantos da ca(u)sa

O signatário da presente crónica é nortenho. Mais concretamente é, com muito orgulho, natural do Douro. Sua esposa é alfacinha de gema, tal como alfacinhas são seus dois filhos. Não raro, costuma dizer entre os seus, que em Lisboa, existe uma rua do ouro. Porém, nós, a Norte, temos um rio Douro, (com o néctar, vintage). É, com este toque de subjetividade, que se inicia esta resenha, nada nos movendo contra o sul. Antes pelo contrário, gostamos do Sul, passando por Lisboa, Évora, Grândola e Tavira. Sim, ali, onde o céu é mais azul. Mas o verde, tem mais beleza! Porém, constatamos, estupefactos, os desmandos verbais de gente do Sul, através da TVI. De fato, esta televisão, afirmou que o covid19 é mais suscetível no Norte, porque as suas gentes são, além do mais, maleducadas e mais pobres. Assim, como consequência castigadora, somos assaltados pelo mal, designado covid19. A TVI prestou-se, assim, a um trabalho bem ao nível da mediocridade, sem decoro, e mesmo com ofensa, às gentes nortenhas, sobretudo pela falta de isenção e de seriedade. Este inimigo, bem o sabemos, passeia-se por todo lado,

A carta endereçada Domingos Peixoto

O normal de uma carta é ser endereçada e ter remetente. Mas isso é o envelope, o que por vezes designamos de “subscrito”. O importante da carta é o conteúdo, a missiva, mas a esta não é indiferente nem o emissor nem o destinatário. Basta que nos lembremos das Epístolas de vários dos apóstolos de Jesus e das pessoas a quem a mesmas se destinavam. Uma coisa é certa: a carta é um meio de comunicação já muito antigo. Então qual a razão de eu estar para aqui a discorrer, tentando alinhavar um objetivo? O assunto é político, se quisermos politicopartidário. Vivemos dias estranhos, dissonantes do que ainda há cerca de dois meses era o tema forte e objeto das discussões políticas mais acaloradas. Digamos assim das posições governamentais versus as da oposição, por algumas vezes muito intensas e, até, dramatizadas… Adveio o covid19 e tudo se alterou. O alarmismo, o populismo, o oportunismo e a exacerbação ini-

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ciais provocaram medo e insegurança nos portugueses, dando do país uma imagem de incompetência e irresponsabilidade. Com o avanço da doença e das respostas nacionais, e, em função da perceção e das tragédias reais de que fomos tomando consciência, as divisões partidárias deram lugar a um consenso alargado, na base do qual estão, indubitavelmente, os atuais titulares das instituições estatais e dos partidos políticos. Destes Homens e Mulheres e não de outros quaisquer. Porém, não falta quem queira sangue. Estamos a falar de entendimento acerca do vírus. Exclusivamente! Mantenho na retina e no ouvido a intervenção séria e apelativa do deputado Batista Leite, dirigindo-se aos portugueses, no debate sobre o primeiro período do estado de emergência. A democracia não se suspendeu. Faz todo o sentido que continue a haver o debate democrático. Porém, no país, “quase só há es-

paço para coronavírus” e, desde há pouco, para a retoma económica. E aqui, sim, há polémica e visões muito diferentes desde, por um lado as associações patronais, os “reacionários” e a direita e centro partidários a, por outro lado as associações sindicais, os “revolucionários” e a esquerda partidária. Paralisamos… Suspender a greve e negociações laborais aos sindicatos, permitir despedimentos, com Estado a pagar milhões que vão para as empresas, não ajudam ao combate ao covid19. Não sei como terminar o meu artigo, há muito para dizer mas

Famalicão

sob a forma de parasita, em pessoas de todas as regiões. De resto, ele próprio vai devastando também pela culta, educada e rica capital! Na verdade, ele anda a norte e a sul, a nascente e a poente. Não poupa ninguém. Só poupa, veja-se, as ricas gentes de uma TVI, com estigma. Estas verdades do oráculo desta estação de televisão, são bem o toque de democraticidade do seu serviço de televisão, com a opinião das suas verdades editadas e oraculizadas. Convenhamos, esta estação de televisão transforma, não raro, os seus credos na imposição aos seus espetadores, em verdades impostas. Na verdade, perguntamos, por anda a ética e a deontologia profissional deste canal de televisão? De facto, este Norte, muito se orgulha, além do mais, de ser a região do país com a melhor percentagem do PIB, decorrente dos dados industriais; da melhor média escolar do ensino superior; do melhor índice de produção por cada trabalhador (com certeza muito melhor do que o índice dos que trabalham na TVI); do exponencial sucesso no setor do turismo, de uma cidade que nunca foi vencida (a mui nobre e leal cidade invicta).

tenho “medo”. Da falta de democracia, dos arrogantes, da intolerância e da estultícia! Talvez transcrever algumas frases paradigmáticas de vários autores na Visão 1415, e pedir, leiam tudo: - Mia Couto: “Um gentil ladrão”; - Rui Tavares Guedes: “Convém não descansar em cima de relatórios ou de supostas análises, por mais sérias que possam parecer”; - Dom Januário Torgal Ferreira: “Eram tantos a berrar ‘chega de Estado, basta de Estado’ e agora é vêlos nus e desgraçados, de roupinha nas mãos, a virarem-se para o Estado e a dizer: ‘Ó papá, salve-nos!”; - Isabel Moreira: “Retirem-nos a liberdade – o abominável consenso”; - Domingos Abrantes: “Sentia-

Barbosa: Rua Santo António, Tel. 252 302 120 Calendário: Rua da Liberdade, Tel. 252 378 400/1 Cameira: C. Mouzinho Albuquerque, Tel. 252 323 819 Central: Praça D. Maria II, Tel. 252 323 214 Nogueira: Av. Marechal H. Delgado, Tel. 252 310 607 Valongo: Rua Adriano Pinto Basto, Tel. 252 323 294 Gavião - Av. Eng. Pinheiro Braga, 72 - Telef. 252 317 301 Marinho: Edif. S. José - Estalagem - Telf. 252 921 182 Martins Ventura: R. C. Cerejeira - Lousado - Telf. 252 493 142 Estação: Largo da Estação - Nine - Telf. 252 961 118 Ribeirão: Rua Quinta Igreja 9 - Ribeirão - Telf. 252 416 482 Joane: Rua S. Bento, nº 217 - Telf. 252 996 300 Landim: Estrada Nacional 204/5, nº 693 - 252321765

Famalicão Quinta,23

Serviço Gavião

Sexta, 24

Cameira

Sábado, 25

Central

Domingo, 26

Calendário

Segunda, 27

Nogueira/Ribeirão

Terça, 28

Valongo

Quarta, 29

Gavião

Vale do Ave

Almeida e Sousa: Covas - Oliv. Stª Maria - Telf. 252 931 365 Bairro: Av. Silva Pereira, Telf. 252 932 678 Delães: Portela - Delães - Telf. 252 931 216 Riba de Ave: Av. Narciso Ferreira, Telf. 252 982 124

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Norte sem educação, Sul com desmandos

Chão Autárquico

Diário famalicense

PRAÇA PÚBLICA

Enfim, um Norte com as melhores industrias de produção do país, designadamente nas áreas do mar, dos têxtis, do calçado, da pecuária, da agricultura, (estas duas últimas, mesmo com as suas condicionantes); dos transportes, públicos e privados, etc. Assim como a existência de um comércio de grande dinamismo, não só no meio urbano, mas também no meio fluvial e rural. Mas, a TVI ofendeu, também, os pergaminhos de instituições públicas e privadas, assim como vultos da cultura, do teatro, da música, das artes, e das letras (na prosa e poesia), como sejam, entre tantos outros, Ferreira de Castro, Camilo Castelo Branco, Raul Brandão, José Régio, Sofia de Mello Breyner, Miguel Torga. O Norte, é tudo assim, e muito mais, desde Aveiro, até ao Minho, mas passando pelas demais regiões do rincão sempre lindo, de todo, este jardim português. Todo ele, à beira mar plantado, como diz o poeta Tomaz Ribeiro, no seu poema “Portugal”.Aos senhores da TVI não basta pedir desculpas, impõe-se e exige-se, no mínimo, bem mais seriedade e isenção, sobretudo, no que respeita à informação.

me enterrado vivo. Não havia som, não sabia se era noite ou dia, qual era o dia da semana”. Voltando ao tema. A carta que Rio endereçou aos seus militantes tinha dois limites, um objetivo: a necessidade do consenso contra a pandemia, e, outro subjetivo: nomeadamente os seus autarcas, na medida em que houve críticas retaliatórias contra a DGS, o Estado. Nelas se enquadram as posições do deputado JPO acerca do SNS e dos testes, alegadamente não prioritários em Braga! Costa deve fazer o mesmo aos militantes autarcas e, ou opositores de autarquias PPD. Com a postura de Rio, autêntico estadista, o PS que se cuide quanto a resultados eleitorais futuros! E que continue a democracia…

Vale do Ave

Serviço

Quinta, 23 Sexta, 24 Sábado, 25 Domingo, 26 Segunda, 27 Terça, 28 Quarta, 29

Riba de Ave Bairro Almeida e Sousa Delães Almeida e Sousa Bairro Delães

Serviço de disponibilidade

Paula Reis: R. José Elisio Gonçalves Cerejeira, nº 629 Calendário - Tel. 252 378 057 Maceiras: Louro - Telf. 252 310 425 Marques: Largo da Igreja - Fradelos - Telf. 252 458 440 Oliveira Monteiro: Largo Igreja - Cabeçudos - Telf. 252 331 885 Pedome: Av. S. Pedro, 1139 - Pedome - Telf. 252 900 930 Pratinha: Largo do Cruzeiro - Cavalões - Telf. 252 375 423 S. Cosme: Vale S. Cosme - Telf. 252 911 123 Arnoso: Av. Joaq. Azevedo - Arnoso Sta. Maria - Telf. 252 916 612


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opiniãopública: 23 de abril de 2020

Teresa Martins Correia, no dia 17 de abril, com 96 anos, viúva de José Mendes, de Calendário.

Rui Manuel Silva Fonseca Santos, no dia 14 de abril, com 67 anos, de Vila Nova de Famalicão.

Agência Funerária do Calendário Calendário – Tel.: 252 377 207

Jorge Alberto Rodrigues de Carvalho, no dia 18 de abril, com 62 anos, solteiro, de Oliveira Santa Maria.

Manuel Ferreira Leal, no dia 13 de abril, com 70 anos, casado com Maria Odília Sousa Leal, de Gondifelos. Maria Gonçalves Ferreira, no dia 16 de abril, com 91 anos, viúva de António Oliveira Costa, de Gondifelos. Maria da Conceição de Azevedo Torres, no dia 17 de abril, com 87 anos, casada com Adelino Domingues Costa, de Fradelos. Agência Funerária Palhares Balazar– Tel.: 252 951 147

Manuel Ferreira Machado, no dia 18 de abril, com 88 anos, viúvo de Adelaide da Costa, de Riba D’Ave. António Ribeiro da Silva Castro, no dia 19 de abril, com 84 anos, casado com Maria do Céu Amorim Rodrigues, de Guardizela (Guimarães). Maria de Jesus Salgado Monteiro, no dia 20 de abril, com 77 anos, casada com Ludgero Alberto Barroso Gomes de Almeida, de Vilarinho (Santo Tirso). Emília de Oliveira, no dia 21 de abril, com 93 anos, viúva de Luís Alves, de Guardizela (Guimarães). Agência Funerária Riba D’Ave Riba D’Ave – 917 586 874

Falecimentos Isabel Maria Ferreira Gomes, no dia 19 de abril, com 56 anos, de S. Lázaro (Braga). Adelino Maia Rodrigues, no dia 14 de abril, com 70 anos, casado com Maria Cândida Leite Veiga, de Sezures. Agência Funerária Arnoso - José Daniel Pereira Arnoso Santa Eulália - Telf. 91 724 67 03

Glória da Silva Ferreira, no dia 15 de abril, com 71 anos, casada com Gonçalo de Afonseca Machado, de Delães. Olívia Ferreira de Andrade, no dia 15 de abril, com 92 anos, viúva de António Joaquim Ferreira da Silva, de Bairro. Maria Aurora da Cunha Ferreira, no dia 15 de abril, com 72 anos, casada com José Joaquim Dias Freitas Guimarães, de Moreira de Cónegos (Guimarães). Hélder Ricardo de Araújo Vieira, no dia 17 de abril, com 36 anos, casado com Susana Manuela de Sousa Costa, de Gondar (Guimarães). Maria Pacheco Neto, no dia 17 de abril, com 81 anos, solteira, de Vila das Aves (Santo Tirso). Maria da Conceição Saldanha Couto, no dia 19 de abril, com 77 anos, casada com Francolino de Oliveira Fernandes, de Oliveira Santa Maria.

Alzira Celina Coelho de Oliveira, no dia 14 de abril, com 70 anos, viúva de António Fernandes Silva, de Bairro. Margarida da Silva Correia, no dia 16 de abril, com 88 anos, viúva de Manuel Pereira, de Monte Córdova (Santo Tirso). António Correia Andrade, no dia 16 de abril, com 75 anos, de Delães. Maria Fernanda Pereira de Oliveira, no dia 18 de abril, com 87 anos, viúva de Abílio Dias Cruz e Silva, de Sequeirô (Santo Tirso). Ana Belém Batista de Carvalho, no dia 19 de abril, com 89 anos, viúva de José Alves, de Bairro. Maria Otília Correia de Freitas, no dia 19 de abril, com 80 anos, viúva de Clemente Vieira, de Rebordões (Santo Tirso). Joaquim Ribeiro Pereira, no dia 21 de abril, com 80 anos, casado com Maria da Glória de Macedo Morais, de Oliveira S. Mateus. Maria dos Anjos Sobral Faria, no dia 21 de abril, com 82 anos, casada com José Maria da Silva Pereira, de Bairro. Agência Funerária de Burgães Sede.: Burgães / Filial.: Delães Telf. 252 852 325

Emília Pereira, no dia 20 de abril, com 91 anos, viúva de Luís Araújo, de Oliveira S. Mateus.

Manuel Pinto Osório, no dia 14 de abril, com 88 anos, casado com Otília do Céu Caldeira, de Areias (Santo Tirso).

Agência Funerária Carneiro & Gomes Oliveira S. Mateus – Telm. 91 755 32 05

Laurinda Abreu Ribeiro, no dia 16 de abril, com 83 anos, viúva de Avelino Faria Gonçalves, de Delães.

Elvira Ramos Veloso Pinto, no dia 16 de abril, com 100 anos, viúva de Isac Moreira Pinto, de Vila Nova de Famalicão. José Augusto Machado da Cunha Mendes, no dia 18 de abril, com 63 anos, casado com Maria Alice Varela Ferreira, de Brufe. Mário da Silva Campos, no dia 20 de abril, com 69 anos, viúvo de Maria de Jesus da Silva Carvalho Campos, de Vermoim. Agência Funerária Rodrigo Silva, Lda Vila Nova de Famalicão – Tel.: 252 323 176

Adelino Fernandes Machado, no dia 17 de abril, com 88 anos, casado com Maria Luísa Marques Carneiro, de Lama (Santo Tirso). Olinda Alves da Silva, no dia 17 de abril, com 89 anos, viúva de António Carvalho Moreira, de Areias (Santo Tirso). Cármen de Jesus Martins Pereira Ribeiro, no dia 19 de abril, com 56 anos, viúva de Joaquim Alves da Fonseca, de Bente. Secundino José de Sousa Moreira, no dia 19 de abril, com 67 anos, casado com Ana da Silva Azevedo, de Areia (Santo Tirso). João Pinto de Oliveira, no dia 20 de abril, com 84 anos, casado com Maria da Conceição Rocha Matos, de Antas S. Tiago.

Alberto Pedrosa da Silva, no dia 15 de abril, com 72 anos, casado com Paulina da Silva Ferreira, de S. Martinho de Bougado (Trofa). Maria Augusta de Araújo Campos, no dia 15 de abril, com 93 anos, viúva de Avelino Rodrigues Cruz, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Agência Funerária da Lagoa Lagoa – Telf. 252 321 594

Joaquim Teixeira dos Santos, no dia 15 de abril, com 81 anos, casado com Maria Inácia da Costa Macedo, de Calendário.

Maria Alice Vaz Correia Oliveira, no dia 16 de abril, com 90 anos, viúva de Américo Luís de Sousa Oliveira, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

António Joaquim da Silva Pereira, no dia 16 de abril, com 71 anos, casado com Maria Fernanda Pereira de Sá, de Lousado.

António Oliveira de Matos, no dia 19 de abril, com 80 anos, casado com Arnaldina de Azevedo Carvalho, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Maria da Conceição da Silva Neves, no dia 19 de abril, com 82 anos, viúva de José Guilherme Rodrigues da Silva, de Lousado.

Agência Funerária Trofense, Lda (S. Martinho de Bougado) Trofa – Tel.: 252 412 727

Funerária Ribeirense Paiva & Irmão Lda Ribeirão – Telf. 252 491 433


A solidão que se acrescenta à solidão da morte O luto por estes dias, em tempos de Covid-19, não é só o luto pelos que nos morrem. É o luto pelas palavras que não dissemos, pela última imagem que não tivemos, pela homenagem que não fizemos, pelos abraços que não demos. O distanciamento social impõe-se até na hora da morte. É um luto que são vários. E que se negligenciado nos pode ficar perigosamente colado à pele. Há tantas imagens que nos assolam a mente. A da mãe ou do pai, que parte de urna fechada, e a do filho obrigado a dizer adeus à pressa. Sem poder confortá-los em afetos, os párocos disponibilizam-se para ministrar uma cerimónia exequial quando a Covid se for. Para que se amoleçam mágoas. Os agentes funerários, numa posição delicada, vestem uma pele diferente e sentem-se pequenos perante tanta dor. E não podem confortar ninguém, como sempre fizeram. E para proteção de todos há tantas novas regras. Mesmo que não haja proteção possível para o vazio que a pandemia traz. Às regras rigorosas impostas nos hospitais, em nome da prevenção do contágio, vieram juntar-se as limitações aos rituais fúnebres. É assim desde que, em meados de março, foi declarado o estado de emergência em Portugal. Como a da urna fechada. Ou as das restrições aos velórios. Limitações que apoquentam e indignam, que nos deixam sem saber o que fazer ou pensar a seguir. E ainda as alterações a nível burocrático, ditadas pelo fecho de serviços e o confinamento obrigatório, que tornam tudo muito demorado e fazem com que o sofrimento se arraste. Na lista de agravantes deste luto há ainda que incluir o facto de, em tempo de pandemia, nos habituarmos a ver a morte amplificada e generalizada nos meios de comunicação social. Para perceber a realidade em Famalicão, o OPINIÃO ESPECIAL falou com cinco agentes funerários, que descrevem a sua realidade, não deixando de lembrar que a Covid-19 "mudou quase por completo" os funerais, com novos rituais de despedida minimalistas, compreendidos pelas famílias, por vezes numa solidão indigente, mas sempre repletos de equipamento de proteção e cuidados redobrados das funerárias. Por estes dias, os agentes funerários são muito mais do que isso. Com a comunicação reduzida ao mínimo entre hospitais e familiares dos doentes, são muitas vezes as funerárias que acabam por dar a notícia à família da morte. Têm sido, por vezes, as únicas pessoas presentes nos funerais, fazendo a vez de familiares e amigos quando estes não podem estar. Fatos brancos de corpo inteiro de proteção contra contaminação biológica, máscaras com o mesmo objetivo e que cobrem todo o rosto, luvas em cima de luvas e sapatos cobertos são a nova farda de trabalho. Depois há o isolamento dos corpos, que começa nos hospitais. O assunto é duro, cheio de frieza. Não se contorna, não se deve evitar. Porque há pessoas, que não são números, que passam por isto todos os dias. A morte não é como devia ser. Nos cemitérios vivem-se dias de solidão indigente. Textos: Carla Alexandra Soares

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ESPECIAL

ESPECIAL

opiniãopública: 23 de abril de 2020

O Luto em tempo de Pandemia

Velórios sem missa e funerais limitados a dez pessoas Velórios sem missa, com o caixão fechado e junto da sepultura ou do crematório. Funerais sem cortejo, mais breves e com o máximo de dez pessoas. A prioridade da Direção Geral de Saúde (DGS) foi precisamente estabelecer procedimentos que as funerárias devem seguir no caso de cadáveres de pessoas infetadas com Covid-19. Segundo as normas da autoridade de saúde, o cadáver não deve estar vestido e deve ser colocado num saco impermeável — “preferencialmente dupla embalagem”. O corpo é depois colocado num caixão fechado que não deverá voltar a ser aberto. “De preferência”, lê-se na diretiva emitida pela DGS, “deve optar-se pela cremação, “embora não seja obrigatório fazê-lo”. Outras instruções, podem ser lidas na página oficial da DGS. Ainda que não haja, pelo menos para já, um único procedimento geral aplicado por todas as agências funerárias, há regras que já são comuns. Ainda antes de o Governo estabelecer “regras genéricas” para cerimónias fúnebres, já várias funerárias tinham passado a adotar por modo próprio regras mais restritivas nas cerimónias fúnebres. Sem demora, a Associação Nacional de Empresas Lutuosas (ANEL) deu indicações às funerárias associadas sobre como devem proceder em todos os funerais, em tempos de pandemia. E nestas indicações para a generalidade dos funerais (quer seja por Covid-19 ou não) já constam muitos dos procedimentos recomendados

pela DGS para os casos de infeção. Nas recomendações enviadas às associadas da ANEL está a não realização de velórios. Por consequência, e tal como na recomendação da DGS, o cadáver é colocado nu, num saco impermeável, e colocado num caixão que não deve ser aberto. Ou seja, os familiares ficam impedidos de ver o ente querido uma última

vez, bem como de escolher a roupa com a qual querem que seja enterrado ou cremado. Já os funerais devem ser realizados diretamente do local do óbito para o cemitério pretendido, o qual deverá ser o mais próximo possível do local do óbito. Estas cerimónias podem contar com a presença de um celebrante (o padre, por exemplo)

Quem morre no hospital é tratado como se tivesse Covid-19 Os doentes que morrem nos hospitais, mesmo que a causa não seja covid-19, “estão a ser todos tratados da mesma forma”: corpo colocado em duplo saco e sem roupa, condicionado, numa urna fechada, sem os familiares se poderem despedir. À partida, são todos suspeitos. A Direcção-Geral de Saúde (DGS) recomenda que “não deve haver lugar à preparação do corpo de pessoas infetadas ou suspeitas de covid19 pelas agências funerárias, dado que já foi preparado (limpo e seco) pela equipa de saúde/autópsia”, ou seja, os enfermeiros. Recomenda ainda o mínimo manuseamento e a cremação dos corpos e determina que, em caso de enterro, as urnas não sejam abertas. “Antes da covid-19, o corpo era preparado, vestido, e apresentado na urna, na igreja ou capela, para velório”, mas agora não é assim por causa do risco de contágio, descreve Carlos Almeida, presidente Associação Nacional de Empresas Lutosas (ANEL). A urna é fechada na casa mortuária e transportada para o cemitério ou crematório, onde apenas cinco ou dez pessoas podem assistir a uma breve cerimónia fúnebre.

Para haver normas gerais no sector, a DGS, tendo em conta o risco de contágio, alargou a todos os óbitos os procedimentos que são exclusivos para pessoas que morreram vítimas de coronovírus, para evitar a propagação da pandemia, E quem morre em casa? O presidente da ANEL acrescenta que, no caso de morte no domicílio, também deixou de ser feito o tratamento do corpo. “Vamos todos equipados com roupa, luvas e máscara de proteção individual, porque a pessoa pode estar infetada e ninguém

saber”, justifica Carlos Almeida. Também as autópsias são desaconselhadas nos casos suspeitos ou confirmados de covid-19, assim como qualquer tipo de manuseamento do cadáver. “Há um grande risco para a saúde pública, porque ainda não se sabe qual é a persistência e a durabilidade do vírus”, elucida Ricardo Dinis, presidente da Associação Portuguesa de Ciências Forenses. “Se for indispensável realizar nos casos de morte violenta, faz sentido enviar zaragatoas para um laboratório local, por forma a aferir se o cadáver é eventualmente covid-19 positivo”, resume.

“junto da sepultura ou do crematório” e ter, no máximo, dez pessoas, desde que sejam “familiares mais próximos”. Já os trabalhadores de cada funerária devem seguir procedimentos exigentes de higiene, com equipamentos de proteção individual. E nas viaturas fúnebres não devem ser transportados familiares nem amigos do defunto.

Oldcare faz balanço positivo da linha de apoio psicológico Passado quase um mês desde a criação da Linha de Apoio Psicológico gratuito para ajudar as pessoas a cuidar da saúde mental durante a pandemia da Covid-19, a Clínica Oldcare regista um balanço positivo da atividade deste serviço. Segundo nota enviada á imprensa, a maior parte das chamadas tem sido efetuada por pessoas com doenças mentais pré-existentes e que precisam de apoio médico. Também foram registadas muitas chamadas feitas por pessoas que estão com crise de ansiedade devido ao isolamento social e contactos feitos por pessoas que estão a viver momentos emocionalmente difíceis devido à perda de familiares próximos com Covid-19. “A linha foi criada para ajudar as pessoas a lidar com os medos em relação à Covid-19. Sabemos que o isolamento social, a abrupta suspensão de rotinas e mudança de hábitos e a insegurança em relação ao futuro são aspetos que contribuem para aumentar a ansiedade e o stresse”, explica Susana Dias, diretora da Oldcare, que recebe, em média, pelo menos uma chamada diária. Algumas das chamadas telefónicas vieram de outros pontos do país e, inclusive, do estrangeiro. Todos os casos são orientados e devidamente encaminhados consoante a resolução necessária. Para tal, a Oldcare atua em articulação com duas instituições do concelho. Além de chamadas com cariz de apoio psicológico, por vezes, surgem situações que se referem a outros tipos de necessidades. Neste sentido, a clínica agradece à Refood e à Humanitave, instituições que têm apoiado na resolução dessas situações.


ESPECIAL

opiniãopública: 23 de abril de 2020

O Luto em tempo de Pandemia

Vivemos tempos singulares, é um facto. Com o aparecimento da pandemia da Covid-19 surge uma nova forma do Ser Humano encarar a vida, mas também a morte. No que respeita à finitude, os rituais anteriormente a ela associados sofreram alterações drásticas. Com as restrições feitas aos velórios e aos funerais a despedida torna-se incompleta e atípica, pois o facto de não ver um caixão fechado dificulta a validação da morte. De certa forma, os funerais ajudam a reduzir a dor da perda e contribuem para o processo de aceitação e continuação da vida. Por sua vez, os velórios davam a oportunidade das pessoas fazerem a despedida, homenagear e dignificar a vida de quem partiu. Eram momentos que tinham um forte cariz de suporte social, que permitiam às pessoas receber o apoio dos outros num momento de dor e de perda. Mais do que nunca fazem falta os abraços sentidos, o ombro amigo, as palavras de conforto e a companhia dos que amamos. Então, perante esta nova realidade, como pode o Ser Humano lidar com a morte nestes tempos delicados que vivemos? Adaptando-se e encontrando novas formas de fazer o luto. O contacto activo e regular com a rede de suporte social, sejam os amigos, familiares ou pessoas da nossa confiança, deve ser mantido. Mesmo com o confinamento deve-

No luto não hesite em pedir ajuda...

“Lembre-se que uma forma de homenagear e perpetuar a existência dos que partiram é mante-los vivos nos nossos corações e pensamentos.”

mos e podemos continuar a apoiarmo-nos. É importante que, apesar das limitações a que estamos sujeitos devido ao isolamento social, consigamos continuar a trocar experiências e partilhar os nossos sentimentos e emoções com quem nos rodeia. Para fazê-lo em segurança podemos recorrer às ferramentas que estão ao nosso alcance, usar a internet, as redes sociais e as videochamadas. É certo que não substituem o contacto presencial porém atenuam a dor da distância e a solidão por vezes sentida. Para quem esta a fazer o luto é

crucial que mantenha a rotina na medida do possível, acordar e fazer as refeições nos horários habituais, apanhar ar puro e luz solar (respeitando sempre as medidas de segurança), abrir as janelas de casa, fazer exercício e actividades que sejam prazerosas e induzam o relaxamento. A pessoa deve permitir-se viver o luto, aceitando que faz parte do processo sentir-se triste, ansioso, revoltado e até com sentimentos de culpa por não ter conseguido fazer a despedida da forma que achava que era merecida. O luto é um processo natural, que precisa ser vivido para ser su-

ESPECIAL

perado. No caso de ter um parente ou amigo em luto, mantenha o contacto, mostre que mesmo à distância valoriza o que a pessoa está a vivenciar e respeite a forma como se sente. Mostre-se solidário e empático com a dor do outro, cuide mesmo não estando fisicamente presente. Permita que a pessoa fale abertamente do que está a sentir e que recorde o ente querido que partiu, se assim o desejar. O acompanhamento psicológico, nesta fase, pode ser necessário. Não elimina a dor da ausência, no entanto, a terapia promove a memória saudável daqueles que partiram. É fundamental encontrar a paz e homenagear os entes queridos, através de lembranças positivas e da gratidão pelos momentos partilhados. Pode, se achar necessário, encontrar uma forma alternativa de honrar a vida de quem partiu, fazendo uma homenagem póstuma. Quando esta fase passar, convoque família e amigos para um momento conjunto de celebração e recordação. Procure fazer uma “despedida”, se isso o fizer sentir melhor, o ajudar no processo de luto e lhe trouxer algum alento. Lembre-se que uma forma de homenagear e perpetuar a existência dos que partiram é mante-los vivos nos nossos corações e pensamentos. Daniela Torres Psicóloga Clínica Oldcare - Famalicão

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“O que mais custa é ver o sofrimento das famílias...” Funerária Rodrigo Silva

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Carlos Silva, gerente

A Funerária Rodrigo Silva fica no centro da cidade e, com a chegada desta nova realidade, adaptou-se rapidamente às circunstâncias. “O que mais nos custa é não podermos responder aos nossos clientes da forma que gostaríamos”. É desta forma que Carlos Rodrigo Silva, gerente desta funerária, apresenta a maior alteração que sentiu com a chegada do Covid-19, que obrigou a transformações profundas. A falta do habitual acompanhamento religioso e assistir ao desespero das famílias “que não podem receber os abraços dos amigos”, são outros fatores que desgastam Carlos Silva que, até ao momento, fez quatro funerais de pessoas que morreram com a infeção de Covid-19. No que diz respeito ao dia a dia da funerária e ao seu trabalho que mantém o seu fluxo normal, os procedimentos sofreram alterações profundas desde a utilização do equipamento apropriado, do transporte do corpo do hospital e de todo o seu tratamento até ser sepultado. Com fornecedores que se precaveram, a Funerária Rodrigo Silva não teve dificuldades para encontrar todo o material necessário para a proteção dos colaboradores e todos os procedimentos são levados à risca. Num assunto que tem gerado muita polémica, a cremação, Carlos Rodrigo Silva é aberto na sua opinião e considera “lamentável que a cremação não seja obrigatória porque não se sabe ao certo se num corpo que seja enterrado o vírus desapareça”, não deixando de sublinhar que em jogo “está a saúde de todos”. Desde o primeiro minuto do início da pandemia, que um dos serviços desta funerária é explicar às famílias que as coisas mudaram. “Todas aceitaram sem grandes problemas e têm sido muito atenciosas. Mesmo a sofrer são muito atenciosas”.


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opiniãopública: 23 de abril de 2020

O Luto em tempo de Pandemia

Agências funerárias em França continuam a transportar corpos para Portugal Agências na região parisiense de portugueses e luso-descendentes continuam a fazer transladações para Portugal e afirmam que têm lidado com casos de portugueses mortos em França devido à Covid-19. A Agência Lusa tentou apurar junto da Secretaria de Estado das Comunidades o número total de portugueses ou luso-descendentes que morreram em França devido à Covid-19, sem, até agora, ter obtido qualquer resposta. Joaquim Cardoso é dono da Pompes Funèbres Cardoso, uma agência funerária com duas representações na região parisiense e que opera há mais de 30 anos nesta área. O empresário diz que tem visto um aumento no seu volume de trabalho entre 30% a 40% desde o início da pandemia em França e que as medidas segurança são todas rigorosamente cumpridas, incluindo nos transportes dos corpos para Portugal. “É mais complicado para a passagem de fronteiras, porque as fronteiras voltaram a ter controlos, portanto traz uma complicação a mais para o condutor. Nos primeiros transportes, as famílias não podiam acompanhar porque tinham de ficar 14 dias em Portugal, em quarentena”, referiu Joaquim Cardoso, garantindo que passar Espanha “é o mais complicado”. Também Elodie Alves, proprietária da Pompes Funèbres Alves E.F.G., relata a mesma situação e confirma que que tem lidado com casos de portugueses que morreram em França devido à Covid-19. “Possível é sempre [levar o corpo para Portugal], mas temos de ter precauções diferentes. Pomos uma proteção a mais à volta da urna”. No entanto, esta agência oferece outra opção: “Se as pessoas não quiserem que a pessoa seja transladada sem que a família vá ao funeral, nós propomos, depen-

dendo das cidades, enterrar o corpo num jazigo provisório em cimento e podemos deixar o corpo lá por seis meses no máximo. Quando vier o momento em que a epidemia for embora, tiramos a urna dessa sepultura e levamos a urna para Portugal”. Elodie Alves, cuja agência se situa no 20.º bairro de Paris, diz que 98% dos funerais que organiza atualmente estão ligados à Covid-19 e que as pessoas estão conformadas com as restrições no luto. Mas as celebrações fúnebres reduzidas a 20 pessoas no máximo, as restrições em relação ao acompanhamento em fim de vida nos hospitais e muitas famílias não terem a oportunidade de um último adeus, acabam por afetar os mais próximos das vítimas de covid-19. “As famílias, quer sejam francesas ou portuguesas, aceitam o que se passou. Mas em casa é mais complicado. Uma família que não pode assistir ao funeral ou que não pode acompanhar, ir à Igreja… Mesmo para as famílias portuguesas que ficam cá [é difícil]”, sublinhou Joaquim Cardoso. Nas morgues dos hospitais da região parisiense – uma das regiões mais fustigadas devido à pandemia -, Joaquim Cardoso diz que está tudo a funcionar de forma normal, apesar de estarem completas. As funerárias em França são consideradas como “serviço público” e continuam abertas mesmo durante o período da quarentena. Tanto Joaquim Cardoso como Elodie Alves relatam que os funcionários “têm medo de ficar doentes”, mas continuaram a trabalhar cumprindo as regras de segurança que são constantemente atualizadas pela Federação Francesa de Funerárias e pelas respetivas prefeituras de polícia nas regiões onde trabalham.

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“As pessoas não estão a fazer o luto” Funerária de Calendário

Manuel Moreira, gerente

Na Agência Funerária de Calendário os dias que se vivem são também “mais difíceis”. As mudanças lá sentidas são as mesmas que muitas outras agências sentiram, que têm a ver, sobretudo, com o processo de luto das famílias. “Mesmo antes das pessoas falecerem a família está já impedida de contactar, o que se prolonga depois da morte. Isto é terrível”, sublinha Manuel Moreira, o gerente desta agência que já fez “alguns funerais” de pessoas infetadas por Covid-19. Na impossibilidade de se abrir a urna, a mesma pergunta é feita por diversas famílias aos agentes funerários. “Como pode ter a certeza que é o meu pai que está ali?”. Manuel Moreira sublinha que a psicologia do luto diz que para fazer-se o luto é necessário que as famílias vejam a urna aberta para terem a certeza que o fim chegou. “Isso não está a acontecer o que provoca muitas situações difíceis”. Não obstante, o gerente considera que as famílias com que tem lidado já estão preparadas para lidar com todas as transformações e, em momento algum, criaram algum problema. Quanto aos novos procedimentos tudo está a ser cumprido com rigor, sendo que Manuel Moreira chama a atenção para a falta de condições da morgue de Famalicão, “especialmente nesta altura”. “Em Famalicão não existe uma sala, uma casa de banho onde possamos colocar os fatos de proteção, entre outros problemas”. “Há locais em que mal saímos dos carros, mas em Famalicão somos nós que vamos buscar os corpos aos frigoríficos”. Quanto aos fatos de proteção e o outro material, Manuel Moreira assume que teve algumas dificuldades para o adquirir, mas que estão ultrapassadas. Quanto à procura, o gerente da Agência de Calendário diz que a procura não aumentou com o Covid-19, pelo contrário, sublinha que o número de óbitos desceu no mês de março em Famalicão em comparação com o período homólogo do ano passado.


ESPECIAL

opiniãopública: 23 de abril de 2020

O Luto em tempo de Pandemia

Ajude os outros e ajude-se a si mesmo Se alguém morre de coronavírus ou de complicações daí resultantes, várias situações podem ser particularmente difíceis para a família e amigos. O controlo de infeção pode implicar que os membros da família não tenham a oportunidade de acompanhar nas últimas horas e dias de vida, ou mesmo de se despedirem. Dependendo do caso, a doença pode progredir e tornar-se grave muito rapidamente, o que pode levar ao choque. Se não puderam estar presentes no momento da morte e não puderem ver o corpo, pode ser ainda mais difícil aceitar a realidade de um luto. Em momentos de trauma considerável, as pessoas tendem a procurar certezas. No entanto, no momento, essa certeza não existe, o que pode aumentar o sentimento de angústia. O enquadramento social da crise faz com que as pessoas em luto estejam expostas a histórias que destacam a natureza traumática da morte. Ou podem ter sido os próprios enlutados a ter testemunhado momentos angustiantes diretamente. As imagens mentais assim criadas são perturbadoras e podem ser geradoras de transtorno de stress pós-traumático. Se os serviços de saúde ficarem sobrecarregados, amigos ou familiares também podem ter preocupações com os cuidados que a pessoa recebeu antes de morrer. Por sua vez, isso

poderá levar a sentimentos de raiva e culpa. Mais ainda: uma pessoa enlutada, pode ver-se na inevitabilidade de ficar a viver sozinha na mesma casa que compartilhou com aquele que perdeu, ampliando a construção de memórias dolorosas. Outra situação: se crianças e adolescentes estiverem isolados, poderá ser difícil para os cuidadores conseguirem acompanhar a forma como estão a vivenciar a situação e ajudálos a lidar com as suas emoções e medos. Conversar com amigos e familiares

pode ser muito reconfortante. Isso pode ser feito pelo telefone ou internet (se disponível), em caso de isolamento. Tente manter contacto com amigos e familiares em luto, mesmo que não possa visitá-los. Verifique se podem falar ao telefone ou pela Internet. Deixe-os falar sobre como se sentem e sobre a pessoa que morreu falar pode ser uma das estratégias mais úteis para lidar com o impacto da perda. Se está preocupado sobre a existência de sintomas ou flashbacks, sugira que entrem em contacto com um clínico geral para obter mais conselhos e suporte.

ESPECIAL

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Fale abertamente com os seus filhos sobre a morte As crianças e os jovens são fortemente afetados pelo que está a acontecer à sua volta, neste momento difícil. As suas vidas estão a mudar e já terão percebido as preocupações e os medos sobre o vírus, bem como a possibilidade de que os próprios, ou alguém que amam e de quem dependem, possam ficar doentes. Poderão estar particularmente preocupados com os avós, parentes mais velhos e familiares com problemas de saúde ou deficiências possam morrer. Também perceberão outras preocupações que os pais e responsáveis podem ter sobre a situação. Se algo de mais grave acontecer, converse honestamente com os seus filhos, especialmente sobre os factos e as emoções, e valide que podem falar do que sentem. Questione-os sobre o que sabem - eles podem estar a obter informações incorretas ou distorcidas. Com uma criança mais nova, poderá ser necessário ir faseando a transmissão da informação. Falar sobre a situação e sobre a possibilidade de existir uma morte é uma conversa contínua. Não há problema em dizer-lhes que não tem todas as respostas para algumas das suas perguntas. Não faça promessas ("A avó vai ficar bem"), mas assegure-lhes que são amados e apoiados. Informe-os sobre os planos do que pode acontecer se um familiar ficar doente. Se estiver em isolamento em família, crie uma rotina com eles, ajudando-os a fazer algum exercício, mesmo que não possam sair de casa. Ajude-os a manter o contacto com amigos e parentes, por telefone ou através da internet. Ao mesmo tempo, não seja duro consigo mesmo, nem defina metas irrealistas sobre o que pode fazer nestas circunstâncias excecionais. Tente garantir que todos têm o seu espaço e algum tempo para relaxar. Sempre que possível, permita que as crianças e os jovens façam algumas escolhas sobre o que fazem, pois isso poderá ajudá-los a ter algum sentido de controlo sobre as suas vidas.

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“Sinto que não estamos a dar a mesma dignidade aos funerais” Funerária de Riba de Ave

José Silva, gerente

A pandemia também trouxe dias diferentes e mais difíceis à Agência Funerária de Riba d’Ave. Apesar de no passado já terem algumas cautelas na desinfeção e na proteção, tal como acontece com outras agências, estas, agora, intensificaram-se. “Apesar das pessoas esquecerem-se, nós também fazemos parte dos chamados grupos de risco, e estamos na reta final. Também temos que nos salvaguardar e às nossas famílias”, sublinha José Silva, o gerente. Consciente das medidas a tomar, o responsável adquiriu todo o material necessário desde o primeiro momento, não tendo encontrado dificuldades. O problema veio a seguir, quando teve que repor esse material. Para além da dificuldade em encontrar, pagou um preço muito mais elevado. “Antes de tudo isto, pagava por uma caixa de 50 máscaras cirúrgicas pouco mais de cinco euros, agora pelo mesmo número são-me cobrados 50 euros mais IVA”. Mais uma vez, o grande desafio da Agência Funerária de Riba d’Ave é lidar com a dor das famílias “que não podem ter a certeza absoluta que é o pai ou a mãe que está prestes a ser sepultado”. Por isso, José Silva é mais uma voz que se junta a outras de que “o luto não está a ser feito da forma normal. Vai ser mais lento e doloroso”. Outro aspeto que vai ficar na memória do gerente é o facto de, apesar de não poderem manusear o corpo que chega da morgue, as famílias enviam na mesma a roupa, “que é colocada dentro do caixão”. “É o que mais me tem custado, sintome como o antigo cangalheiro”. “É impossível os funerais terem a mesma dignidade e há dias que chego a casa e estou mesmo mal”, desabafa. Funerais de pessoas que morreram de Covid-19, a Funerária de Riba d’Ave já fez sete, mas o fluxo de trabalho não aumentou.


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ESPECIAL

ESPECIAL

opiniãopública: 23 de abril de 2020

O Luto em tempo de Pandemia

Raiva e culpa no processo de luto Dê espaço à sua tristeza Pode haver um forte sentimento de que umas mortes são mais trágicas do que outras. Enquanto a maioria das pessoas concorda que é particularmente chocante e comovente quando uma criança ou jovem morre, qualquer morte pode ser uma tragédia para os amigos e parentes deixados para trás. Em tempos de crise mundial como esta, algumas pessoas podem sentir que outras consideram que há perdas menos dignas de simpatia. É comum as pessoas publicarem mensagens nas redes sociais dentro deste tom: "se é jovem e saudável, provavelmente ficará bem". Mesmo que não seja essa a intenção, pode parecer que estão a dizer que as pessoas mais velhas e vulneráveis valem menos. Perante a severidade das circunstâncias atuais, há pessoas que tendem a desvalorizar os seus próprios problemas e sentimentos, entendendo que possam ser menos merecedores de atenção e sentirem culpa por ocupar as ajudas e apoios que estão a ser disponibilizados. Mas há que dar espaço à sua própria tristeza e luto, se for caso disso. Lembre-se que o facto de haver quem esteja ativamente na linha da frente a prestar cuidados, não faz com que o seu pedido de ajuda seja menos importante e merecedor de intervenção. Os seus sentimentos são igualmente válidos. Sim, mesmo nas circunstâncias trágicas atuais. Falar sobre o que sente pode ajudar, assim como recordar quem morreu e partilhar as suas memórias. Se sentir que a cobertura de notícias feitas pela comunicação social é um motivo de ansiedade, faça pausas regulares. Escolha fontes de informação fidedigna para consultar uma vez por dia.

No processo de luto, é comum haver a presença de sentimentos como a raiva e a culpa. Quando alguém morre súbita ou traumaticamente, estes sentimentos poderão emergir de forma mais acentuada. Sentir raiva é uma resposta compreensível perante o sentimento de perda de controlo, impotência ou abandono. A morte no contexto desta pandemia, pode gerar mais motivos para sentir raiva. Pode sentir-se raiva, por exemplo, porque o seu amigo ou familiar não foi alvo dos cuidados que deveria, em hospitais que estão sobrecarregados e cujas equipas clínicas são forçadas a tomar decisões difíceis. Pode sentir-se raiva das entidades oficiais, se acreditarem que as mesmas deveriam ter tomado outras medidas de proteção e controlo. Ou ainda, pode sentir-se raiva porque houve pessoas que arriscaram e colocaram em risco os demais e facilitaram o contágio. Pode até sentir-se raiva pela pessoa que faleceu, por não se ter protegido convenientemente. Resolver internamente este sentimento de raiva, tende a ser um ato de equilibro emocional muito difícil. Falar dos seus sentimentos com alguém da sua confiança, poderá ser uma ajuda

essencial. Em algumas circunstâncias, a raiva poderá ser um motor para fazer frente às adversidades e promover mudanças positivas e construtivas, no entanto, as medidas excecionais atuais, de restrição e isolamento, obrigam ao adiamento desta estratégia. Também o sentimento de culpa é frequentemente experienciado por alguém que está a viver um processo de luto. A necessidade de culpabilizar alguém pela morte, traumática ou prematura, pode ser muito forte. Noutros casos, a auto culpabilização é um

sentimento com o qual é menos difícil de lidar, do que reconhecer alguma responsabilidade da pessoa que faleceu, ou de outros. A morte neste contexto poderá acentuar mais este sentimento. Resolver a culpa pode ser um processo demorado, num equilíbrio emocional difícil de atingir. Conversar sobre os seus sentimentos com alguém em quem confia pode ser um recurso fundamental. Lembre-se que estes tempos são excecionais e que, a maioria das pessoas, tenta fazer o melhor possível, dentro das circunstâncias atípicas que vivemos.

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“As pessoas estão sensibilizadas”

Funerária Palhares

Jorge Araújo, gerente

Não há dúvidas que os tempos estão diferentes e a Funerária Palhares mudou os principais procedimentos e regras. Mas há algo que nunca vai mudar, garante Jorge Araújo, gerente desta funerária: a relação e preocupação com as famílias “que estão a passar por momentos terríveis”. No capítulo do que mudou, Jorge Araújo não hesitou em seguir todos os procedimentos e a proteção está no nível máximo. “Temos equipamento dos pés à cabeça, tal como se vê nas televisões, para não termos a infelicidade de contrair a doença”. Com o material necessário (fatos, luvas, viseiras, máscaras) sempre em stock, o gerente da Palhares nunca teve dificuldade em o conseguir. Lembrando o importante papel das funerárias no momento da morte, para Jorge Araújo a grande dificuldade prende-se com a comunicação das mudanças às famílias “que por vezes não entendem”. “Mas na maioria estão sensibilizadas e sabem que os tempos exigem estas medidas”, assegura o responsável. “É para o bem de todos e por isso aconselho toda a gente a usar máscara e garantir o distanciamento social”. A Funerária Palhares tem sede na freguesia de Balazar, concelho da Póvoa de Varzim, mas faz muitos funerais nas freguesias vizinhas de Famalicão. Tendo em conta este trabalho nas comunidades mais rurais, onde toda a gente se conhece pelo nome, o que mais custa a Jorge Araújo é não poder cumprimentar toda a gente e dar uma palavra de conforto. “Ando nesta vida desde que nasci e nunca vivi algo semelhante. Sentimo-nos impotentes. É muito triste, não podemos fazer nada”. Apesar do caudal de trabalho não ter aumentado, o gerente da Palhares adiantou que “já fez alguns funerais de pessoas infetadas”, nos concelhos vizinhos, onde também trabalha, e vivenciou de perto a dureza de quem se despede à distância.


ESPECIAL

opiniãopública: 23 de abril de 2020

O Luto em tempo de Pandemia

ESPECIAL

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Covid 19 está a afetar saúde mental de mais de 80% de portugueses Cerca de 82 por cento dos portugueses sente que o coronavírus está a ter algum efeito negativo na sua saúde mental. A conclusão provém do questionário “Opinião Social” do Barómetro Covid-19 da Escola Nacional de Saúde Pública que recolheu 160.157 respostas entre 21 de março e 10 de abril. Além destes dados, o questionário fez perceber ainda que um quarto dos inquiridos afirma sentir-se ansioso, em baixo, ou triste “todos os dias” ou “quase todos os dias”. Desses, a maioria são mulheres e pessoas em teletrabalho. Os investigadores apontam como possível explicação para este fenómeno o facto de as mulheres em teletrabalho poderem estar a sentir dificuldades em gerir a sua atividade profissional em simultâneo com a vida pessoal e familiar. Ainda de acordo com o estudo, quase um terço das

pessoas reportou distúrbios de sono; um quarto diz sentir que não consegue fazer tudo o que precisava de fazer; e 23% confessa estar sempre a pensar na Covid-19. À “Lusa“, Sónia Dias, coordenadora científica do estudo, explica que são “os idosos quem se sente, com menor frequência, agitado, ansioso ou triste quando comparados com a população entre os 26 e os 65 anos”. Os investigadores alertam ainda para um possível aumento do consumo de comida calórica, tabaco e álcool. “Uma percentagem de participantes, que nos chama a atenção, revela que aumentaram os comportamentos prejudiciais à sua saúde, dado que 16% admite comer mais doces, gorduras ou comidas mais calóricas e 8% reconhece estar a fumar mais ou a beber mais álcool”, explica Sónia Dias. Quem está a adotar este tipo de comportamentos re-

porta sentir-se ansioso com mais frequência. De acordo com o questionário, as mulheres são quem mais consome alimentos hipercalóricos. Para lidar melhor com a situação em que o país está mergulhado, 80% dos inquiridos afirma a importância do contacto com os familiares e amigos, mesmo que à distância. Mais de metade procura manter rotinas e aproveita o tempo para pôr em prática os seus hobbies favoritos. Cerca de 45% diz limitar ao máximo a quantidade de informação que lê sobre o vírus. “Os nossos resultados mostram que é essencial que se divulguem, de forma clara e simples, estratégias de promoção de comportamentos saudáveis, do bem-estar e da qualidade de vida, nomeadamente na área da alimentação saudável e promoção da atividade física”, defende a investigadora.

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“Temos passado momentos difíceis”

Funerária das Quintães

Fátima Braga, gerente

Com máxima precaução trabalha também, por estes dias, a Agência Funerária Quintães. Em momento de grande angustia, Fátima Braga, a gerente desta agência segue, escrupulosamente, todas as regras que foram impostas durante esta crise provocada pela pandemia. “Utilizamos os fatos e todos os materiais de proteção, mantemos as devidas distâncias e seguimos todas as regras”, explica a gerente da funerária que fala num processo complexo que veio trazer outras exigências. “Temos que ir devidamente equipados ao hospital buscar o corpo, depois temos que desinfetar todos os locais onde estivermos, nomeadamente o carro funerário”. Numa fase inicial, Fátima Braga teve dificuldades em adquirir todo o material necessário de proteção. Agora já armazenou para se precaver, “até porque ninguém sabe até quando isto vai durar”. “Temos passado momentos difíceis, especialmente comunicar estas mudanças à família, que fica ainda mais triste porque não se pode despedir dos seus”, desabafa a responsável que “também tem sentido um peso enorme”. A sede da Agência Funerária de Quintães está localizada na freguesia de Vale S. Cosme e Fátima Braga conhece pelo nome todas as famílias com quem trabalha, “o que torna o processo ainda mais pesaroso”. “Mas todas têm acatado bem estas mudanças. Com muita dor e sofrimento, mas não tenho tido problemas nenhuns”. Apesar de não ter feito nenhum funeral de alguém que tenha morrido infetado, os processos são semelhantes e também neste caso as curtas cerimónias têm tido um número reduzido de participantes. Sem sentir um aumento de procura, Fátima Braga “está a trabalhar normalmente” e deixa um conselho às pessoas. “Que todos sejam carinhosos uns com os outros, respeitosos, porque há pessoas que estão a sofrer muito”.


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