Ano 28 | Nº 1460| De 30 de abril a de 6 maio de 2020| Diretor: João Fernandes | Gratuito | www.opiniaopublica.pt
pub
pub
Empresa de Joane responde à crise
Coindu retomou laboração e vai produzir por mês 3 milhões de máscaras
p. 9
Fábrica de Lousado recebeu a visita de António Costa e do ministro da Economia
CONTINENTAL MABOR COM PRODUÇÃO A 40% MAS ESPERA RECUPERAR ATÉ 2021 p. 8
Famalicão Número de desempregados sobe de 3.500 para 4.200 p. 3
Ação social Dar as Mãos vê duplicar pedidos de ajuda
p. 2
Obra Avenida 9 de Julho intervencionada até ao final do an0 p. 4
pub
Jovem de 19 anos perde a vida em acidente violento p. 7 pub
02
CIDADE
opiniãopública: 30 de abril de 2020
BV Famalicão surpreendem a cidade com momento musical original
Os Bombeiros Voluntários (BV) de Famalicão surpreenderam os moradores da Rua Luís Barroso, na cidade de Famalicão, com um momento musical, ao final da tarde da passada sexta-feira. O jovem trompetista Carlos Teixeira subiu à plataforma elevatória da corporação e tocou o tema “Let it be” dos Beatles, num gesto que procurou dar ânimo aos famalicenses neste tempo de confinamento pro causa do surto de Cpovid-19. “Quisemos trazer uma palavra de esperança e de alento às pessoas, para que acreditemos que juntos iremos vencer”, explicou ao OPINIÃO PÚBLICA o comandante da corporação, Sérgio Gomes. “A Rua Luís Barroso foi o local escolhido porque atravessa uma zona de forte densidade residencial e o objetivo”, como frisou Sérgio Gomes, “é que a mensagem passe ao maior número de pessoas possível”. Já o jovem músico Carlos Teixeira manifestou-se satisfeito por ter participado na iniciativa, considerando que “a música serve precisamente para isso, para confortar as pessoas”. “Espero ter deixado uma mensagem positiva”, acrescentou. Foram muitas as pessoas que vieram à janela ou à varanda dos apartamentos ouvir o clássico dos Beatles. A música também não deixou indiferentes os transeuntes que paravam para ouvir e até fotografar ou filmar o momento. No final, todos agradeceram com uma forte ovação.
Oficina empresta computadores aos alunos Em virtude da pandemia de Convid-19, a Oficina - Escola Profissional do INA fez um levantamento das necessidades dos seus alunos e disponibilizou já 21 computadores para que os estudantes possam não só acompanhar as aulas online, mas também executar os trabalhos propostos pelos docentes. A iniciativa faz parte de um conjunto de medidas que a Oficina tomou para assegurar a concretização do seu Plano de Ensino à Distância para o 3º período e pode ainda beneficiar mais alunos caso surja essa necessidade. Neste momento, cerca de 400 alunos estão a estudar a partir de casa, acompanhados por uma equipa de 30 professores e sete não docentes. A escola disponibiliza ainda um Gabinete de Apoio ao Aluno através dos contactos telefónicos, messenger, whatsapp e Skype/ZOOM. Os alunos e encarregados de educação podem ainda contactar o Gabinete de através do e-mail apoioaluno@oficina.pt.
FICHA TÉCNICA
CONSELHO EDITORIAL: Alexandrino Cosme, António Cândido Oliveira, António Jorge Pinto Couto, Artur Sá da Costa, Cristina Azevedo, Feliz Manuel Pereira, João Fernandes, Manuel Afonso e Almeida Pinto. ESTATUTO EDITORIAL: disponível em www.opiniaopublica.pt
DIRETOR: João Fernandes (CIEJ TE-95) jfernandes@opiniaopublica.pt
CHEFE DE REDACÇÃO: Cristina Azevedo (CPJ 5611) cristina@opiniaopublica.pt
REDACÇÃO: informacao@opiniaopublica.pt Carla Alexandra Soares (CICR-248), Cristina Azevedo (CPJ 5611).
DESPORTO: Jorge Humberto, José Clemente (CNID 297) e Pedro Silva (CICR-220).
Instituição já sente o impacto social da pandemia de Covid-19
Pedidos de ajuda à Associação Dar as Mãos duplicaram Cristina Azevedo* Os pedidos de ajuda à Associação Dar as Mãos duplicaram nas últimas semanas. Em entrevista ao programa “Roteiro Associativo” da Rádio Digital FM, os responsáveis da instituição e solidariedade famalicense reconhecem que o número de pessoas em dificuldades financeiras e sociais aumentou com o surto de Covid-19. Agostinho Fernandes, presidente da Dar as Mãos, revela que “com a paragem de muitas fábricas, com pessoas a não receber os salários, com os filhos e com as rendas que são um escândalo, as solicitações quase que duplicaram”. A cantina social da instituição, que dá alimentação aos sem abrigo, mas também entrega refeições a famílias carenciadas para levarem para casa, viu o número de refeições aumentar nas últimas semanas. “Estávamos a fornecer diretamente na nossa cantina refeições a cerca de 15 pessoas, hoje já estamos com 30”, aponta Bacelar Ferreira, outro dirigente da associação, adiantado que são também “mais nove as famílias a levar a refeição para casa”. Com a pandemia, a Dar as Mãos teve que elaborar também um plano de contingência por forma a garantir a segurança não só dos seus voluntários como das próprias pessoas que apoiam. Assim, o refeitório da cantina so-
Cantina da Associação Dar as Mãos teve que aumentar capacidade de resposta
cial está fechado, mas as refeições aos sem abrigo continuam a ser entregues, “apenas têm que as consumir lá fora, levando para isso a embalagem”, explica Bacelar Ferreira. Além das refeições, a associação apoia também várias famílias com a entrega de cabazes alimentares e bens de primeira necessidade, e também aqui as solicitações aumentaram. “Recebemos do Banco Alimentar bens para alimentar 42 famílias, mas estamos a distribuir o dobro, à volta dos 80 cabazes”, conta Bacelar Ferreira. Até ao momento, a associação tem conseguido atender aos pedi-
dos de ajuda, cuja necessidade é sempre validada pela Segurança Social, mas já começa a sentir dificuldades, sobretudo ao nível de produtos frescos, como carne e peixe, para a confeção das refeições. “Como está tudo fechado as dádivas são menores e muitas vezes temos que comprar. Por exemplo, as dádivas das escolas desapareceram”, aponta Agostinho Fernandes. Refira-se que, além da questão alimentar, a Dar as Mãos apoia ainda famílias em dificuldades no pagamento da renda da casa e dos medicamentos e até no fornecimento de roupa ou de móveis. *com Jorge Humberto
Agrupamento D. Sancho I assegura material informático do 7º ao 12º anos O Agrupamento de Escolas D. Sancho I lançou, no início deste mês, a campanha “Deixamos de ir à escola, mas a escola não pode deixar de vir até nós” que apelava ao empréstimo ou doação de computadores e tablets sem uso para que, posteriormente, pudessem ser cedidos aos alunos sem meios para assistir às aulas digitais. Ainda antes desta campanha, a Câmara Municipal de Famalicão disponibilizou tablets e computadores para que o maior número possível de alunos pudesse continuar a ir às aulas. Também as empresas parceiras do Agrupamento - Continental Mabor, Caixa de Crédito Agrícola, ROQ, S. Roque - Máquinas e Tecnologia Laser – e diversos elementos da comunidade educativa mostraram-se também solidários e cede-
GRAFISMO: Carla Alexandra Soares e Pedro Silva.
OPINIÃO: Adelino Mota, Barbosa da Silva, Domingos Peixoto, Gouveia Ferreira, J. Mário Teixeira, José Luís Araújo, Sílvio Sousa, Vítor Pereira. GERÊNCIA: João Fernandes
CAPITAL SOCIAL: 350.000,00 Euros.
DETENTORES DE MAIS DE 5% DO CAPITAL António Jorge Pinto Couto
ram diverso material informático. Com estes apoios, o Agrupamento D. Sancho I já assegurou que os alunos do 7º ao 12º anos dos cursos regulares e profissionais possuem o material informático que lhes permite continuar a
TÉCNICOS DE VENDAS: comercial@opiniaopublica.pt Maria Fernanda Costa e Sónia Alexandra
PROPRIEDADE E EDITOR: EDITAVE Multimédia, Lda. NIPC 502 575 387
“ir” à escola. O agrupamento, em nota à imprensa, assegura que continua a trabalhar para conseguir abranger todos os alunos e aproveita para agradecer a todos os que já contribuíram.
SEDE, REDACÇÃO E PUBLICIDADE: Rua 8 de Dezembro, 214 Antas S. Tiago - 4760-016 VN de Famalicão
IMPRESSÃO: Celta de Artes Gráficas, S.L. Gárcia Barbón, 87 Bajo - Vigo
INTERNET - www.opiniaopublica.pt
DISTRIBUIÇÃO: Editave Multimédia, Lda.
Serviços Administrativos: Tel.: 252 308146 / 252 308147 • Fax: 252 308149
NÚMERO DE REGISTO: 115673 DEPÓSITO LEGAL: 48925/91
CONTACTOS Redacção: Tel.: 252 308145 • Fax: 252 30814
TIRAGEM DESTE NÚMERO: 20.000 exemplares, nº 1460
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Dados dos primeiros dias de abril em Famalicão
Número de desempregados sobe de 3.500 para 4.200 Já se fazem sentir, no concelho de Famalicão, os efeitos sociais e económicos da pandemia do novo coronavírus. O número de desempregados aumentou de 3.500 em fevereiro para os 4.200 nos primeiros dias de abril. Os números foram dados a conhecer na quinta-feira da semana passada pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, quando questionado pelos jornalistas, no final da reunião do executivo. O edil adiantou que reuniu, recentemente, com responsáveis do Centro de Emprego de Famalicão e ficou a saber que o desemprego subiu, como seria expetável, “embora só uma empresa tenha encerrado no concelho neste período”. Significa isso, sustenta Paulo Cunha, que o aumento do desemprego no concelho se deve, sobretudo, “a não renovações de contratos a prazo ou à extinção do posto de trabalho de pessoas que estão próximo
da idade da reforma”. “Não há ainda casos de despedimentos em massa ou de despedimento coletivo”, acrescenta. De qualquer forma, o edil perspetiva que, relativamente ao desemprego, “só dentro de dois ou três meses é que teremos números que nos possam dar sinal do caminho que aí vem”.
Os trabalhadores do setor têxtil são, para já, os mais afetados, sendo que a empresa que encerrou era precisamente deste setor. “Será, talvez, um dos setores que mais irá sofrer com esta circunstância que estamos a viver, desde logo pela sua grande presença do ponto de vista exportador”, afirma Paulo Cunha, que,
porém, nota que “ainda é cedo para fazer uma leitura do desemprego por setores”. A Câmara de Famalicão pediu também ao Instituto da Segurança Social números sobre trabalhadores em lay-off no concelho, mas até ao momento não obteve resposta. C.A.
CIDADE
03
Casos de Covid-19 descem em Famalicão, são agora 332
Esta quarta-feira, o concelho de Famalicão registou, pela primeira vez, uma diminuição do número de infetados, depois de nos dois dias anteriores não ter registado qualquer novo casos de infeção por Covid19, segundo o Boletim Epidemiológico da Direção geral da Saúde (DGS) Depois da subida de 26 casos de sábado para domingo, o número encontra-se esteve-se estável nos 339 casos, na segunda e terça-feira. Já o último boletim, de ontem, quarta-feira, dá conta de uma descida do número de casos no concelho famalicense, para os 332. Ao nível do distrito, Famalicão continua a ser o terceiro concelho com mais casos, mas distancia-se cada vez mais de Braga, com um total de 1012 infetados, e de Guimarães, com 543. Dentro do quadrilátero urbano, Barcelos é o que regista menos casos, 200 no total. Em Portugal, os dados da DGS desta quarta-feira davam conta de 183 novos casos de contágio, elevando para 24.505 o número de pessoas infetadas pela doença. Estavam confirmadas 973 mortes devido à Covid-19, mais 25 que na terça-feira.
pub
04
CIDADE
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Na reunião de Câmara da passada quinta-feira
Vereadores do PS evocaram 25 de Abril e 1º de Maio Os vereadores do PS na Câmara de Famalicão apresentaram uma declaração política sobre do 25 de Abril e do 1º de Maio, na reunião do executivo desta quinta-feira, considerando que evocar estas datas é, nos dias de hoje, ainda mais imperioso. Considerando que em virtude da pandemia de Covid-19, as celebrações do Dia da Liberdade e do Dia do Trabalhador sofreram várias limitações, os vereadores socialistas defendem que o significado destes dias “não pode nunca deixar de ser assinalado, particularmente no doloroso e difícil contexto humanitário, social e económico que atualmente vivemos”, pelo que quiseram expressar, de forma solene, uma mensagem que “assinala, convoca e celebra” estas datas. Para os vereadores do PS, “nos dias de hoje, perante a crise e enormes desafios que se nos colocam, sentimos que, dependendo uns dos outros, só vamos resistir, sobreviver e triunfar se nos mobi-
lizarmos unidos por muitos dos valores e princípios de civilização que estão vivos no 25 de Abril e no 1 de Maio”. “Conquistas como o Serviço Nacional de Saúde, a preservação do trabalho, a solidariedade social ou o poder local democrático, assumem-se com uma atualidade espantosa e sentimos, talvez como nunca antes, como são essenciais e decisivas para a vida de todos nós”, acrescentam. Por isso, os eleitos socialistas entendem que estas datas oferecem “uma oportunidade única para refletir, encontrar orientação e avançar rumo à liberdade, solidariedade e progresso”. “A igualdade de oportunidades, a justiça social, o acesso à saúde e o direito ao emprego são causas fundamentais e pelas quais nos temos de superar, tal como Salgueiro Maia e os Capitães de Abril nos legaram”, concluem. O documento foi assinado pelos três vereadores do PS, Nuno Sá, Célia Menezes e Vítor Pereira.
Faleceu Benjamim Araújo, ex-diretor da Escola D. Sancho I A comunidade educativa do Agrupamento Escolas D. Sancho I está de luto. No passado sábado, dia 25 de abril, faleceu Benjamim da Costa Araújo, um famalicense que foi professor e ex-diretor da Escola Secundária D. Sancho I ao longo de vários anos. Benjamim Araújo fará sempre parte da história daquela escola de Famalicão onde começou por ser professor. Desde 1995 e até 2010, foi eleito como seu dirigente por vários mandatos consecutivos, tendo exercido os cargos de presidente do Conselho Diretivo (1995-1998), presidente do Conselho Executivo (1998-2009) e diretor (2009 -2010). Benjamim Araújo tinha 66 anos e o seu funeral realizou-se na passada segunda-feira, indo a sepultar no cemitério de Calendário. Em nota à nossa redação, a comunidade escolar do Agrupamento de Escolas D. Sancho I presta, “neste momento triste, numa sentida homenagem ao digno e excelente profissional que foi”. “A sua liderança revestiu particular espírito de missão, com notáveis contributos para a preservação da instituição enquanto edifício e enquanto modelo de ensino em diferentes áreas e ciclos de estudo”, pode ler-se na referida nota. O Agrupamento D. Sancho I realça ainda a faceta de “incansável obreiro da estabilidade” de Benjamim Araújo, que “possibilitou à comunidade académica um profícuo desenvolvimento em saudável ambiente de relações profissionais e humanas” Destaca também a sua “invulgar capacidade de mobilizar energias em benefício da melhoria da escola, envolvendo-se e motivando colegas”, acrescentando que Benjamim Araújo “ficará para sempre no coração e memória daqueles que com ele profissionalmente se relacionaram”.
Área social reforçada com dois milhões de euros para fazer face a esta e outras ajudas
Câmara de Famalicão já recebeu 100 pedidos de apoio à renda
Em 10 dias, perto de 100 famílias candidataram-se ao apoio extraordinário ao pagamento das rendas instituído pela Câmara Municipal no âmbito da pandemia de Covid-19. O número foi avançado na quinta-feira da semana passada, pelo presidente da Câmara de Famalicão, Paulo Cunha, no final da reunião do executivo municipal. As candidaturas foram abertas no passado dia 14 de abril e destinam-se a apoiar os agregados familiares, que tenham perdido rendimentos por causa do surto de Covid-19, no pagamento da renda da casa. Em 10 dias, as candidaturas chegam já a uma centena, “um número que impressiona”, diz Paulo Cunha, que acredita que vá ainda subir. As candidaturas estão agora a ser analisadas e o autarca es-
pera que, em breve, comecem a ser atribuídos os primeiros apoios. Recorde-se que o apoio é mensal e tem que ser requerido mensalmente e destina-se aos agregados familiares que estejam a passar por dificuldades económicas devido à pandemia, sendo as candidaturas devem ser apresentada online através do link https://rendas.famalicao.pt/, apresentando os documentos solicitados, que comprovem a situação socioeconómica. Entretanto, para fazer face às despesas com este e outros apoios, na reunião da semana passada, o executivo aprovou uma alteração ao orçamento para 2020, com o reforço de dois milhões de euros para área social.
Paulo Cunha explicou que esta verba pretende ser uma “almofada financeira” para as ajudas já provadas, mas também “para outras que possam vi a ser necessárias, porque todos sabemos que após esta crise de saúde pública, se seguirá uma crise económica e social”. Refira-se que a autarquia avançou já com um Plano de Reação à Situação Epidémica e de Intervenção Social e Económica, que envolve diversas ajudas às famílias que viram o seu rendimento mensal reduzir devido à pandemia da Covid-19. Assim, além da comparticipação extraordinária das rendas com a habitação, o plano envolve medidas com a atribuição de bolsas de estudo ou a redução da fatura da água para os famalicenses. C.A.
Avenida 9 de Julho intervencionada até ao final do ano A Avenida 9 de Julho vai ser intervencionada até ao final do ano garantiu o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ao deputado famalicense Jorge Paulo Oliveira. O anúncio foi feito pelo parlamentar do PSD, num comunicado enviado à imprensa. O ministro das Infraestruturas e Habitação, informou que o “IP tem prevista uma intervenção no troço da EN2024 designado por 9 de Julho, encontrando-se atualmente a ser projetadas as intervenções preventivas e corretivas para o ano 2020”, referiu Jorge Paulo Oliveira. O gabinete de Pedro Nuno Santos adiantou ainda que a obra de intervenção na conservação do pavimento e nos equipamentos de sinalização e segurança “deverá estar concluída no final do 2º semestre do corrente ano”. Recorde-se que, no início do passado mês fevereiro, Jorge Paulo Oliveira denunciou junto
do Governo a falta de manutenção na Avenida 9 de Julho, circunstância que se arrastava há vários anos e que contribuía para a elevada sinistralidade verificada naquela artéria. Ainda naquela interpelação, o deputado social democrata, mostrou-se surpreendido com o facto da N204 ter sido intervencionada em toda a sua extensão,
com início em Barcelos, mas essa intervenção ter terminado na “Rotunda do Marco”, o mesmo acontecendo com a intervenção levada a efeito na N206 que igualmente se iniciou na “Rotunda do Marco”, mas apenas em direção à Póvoa de Varzim, pedindo ao Governo que justificasse a exclusão da Avenida 9 de Julho.
opiniãopública: 30 de abril de 2020
CIDADE
05 pub
Gabinete de Emergência Social ativado em Famalicão
O Gabinete de Emergência Social de Famalicão, criado pelo município no âmbito do Plano de Reação à Situação Epidémica, reuniu-se pela primeira vez no passado dia 20 de abril, reunindo mais de 20 entidades sociais do concelho. Este Gabinete, coordenado pelo presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, tem como objetivo analisar e procurar todas as situações no concelho que tenham como causa a pandemia Covid 19, fornecendo um diagnóstico permanente e atualizado sobre as necessidades do concelho e dos impactos das medidas e respostas lançadas para o terreno pelas entidades oficiais do município. Para além dos responsáveis do município, fazem parte os responsáveis da ACIF, do Centro de Emprego, do Conselho de Administração do CHMA, do Hospital Narciso Ferreira, do ACES, da Segurança Social, do arciprestado de Famalicão, das instituições sociais do concelho; das Conferências Vicentinas; da CPCJ, do Núcleo Concelhio do CNE, da FECAPAF e ainda dos Agrupamentos de Escolas e das escolas não agrupadas. “É um verdadeiro observatório da realidade do concelho, com diversos parceiros sociais posicionados sobre as mais diversas áreas do território, para que nada nos escape, nenhum problema fique sem solução e ninguém deixe de ser apoiado”, disse Paulo Cunha durante a primeira reunião do grupo. Refira-se que compete à Câmara Municipal fornecer ao gabinete todos os meios humanos, logísticos, financeiros e outros que se revelem necessários ao cabal desempenho das funções que presidem à sua implementação.
PCP fala em abusos no trabalho e exige ‘forte intervenção inspetiva’ A Comissão Concelhia do PCP de Famalicão veio esta semana, em comunicado, exigir “uma forte intervenção inspetiva” para “combater o oportunismo atentatório dos direitos dos trabalhadores” que o partido diz estar a ser praticado por algumas empresas. Aproveitando o Dia do Trabalhador, que se assinala esta sexta-feira, 1 de maio, o PCP diz que tem recolhido no terreno “a insatisfação de muitos de que esta crise pandémica está a ser aproveitada por muitas empresas para acentuar a exploração sobre os trabalhadores, degradar as condições de trabalho, atacar os rendimentos e desencadear uma onda de despedimentos”. Nesse sentido, os comunistas famalicenses pedem “uma forte intervenção inspetiva, a ser urgentemente determinada pelo governo” e apelam também para que os trabalhadores “se mobilizem na própria defesa dos seus direitos”. “As medidas tomadas pelo governo, sendo positivas, não acautelam de modo suficiente o interesse dos trabalhadores e das micro, pequenas e médias empresas, onde se concentra a maioria do Emprego. Pelo contrário, favorecem o interesse do grande capital, que aproveita a ocasião para fazer despedimentos, sobretudo dos trabalhadores precários”, afirma a Concelhia do PCP. A estrutura comunista rejeita ainda “qualquer alusão à austeridade”, entendendo que “os baixos salários não reanimam a economia, nem asseguram reformas dignas no futuro, como também não ajudam à sustentação da Segurança Social e muito menos ao desenvolvimento do país”.
06
CIDADE
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Wingsys inova na prevenção do coronavírus após a pandemia
Empresa famalicense cria quiosque que dispensa desinfetante e mede temperatura Uma empresa tecnológica de Famalicão desenvolveu um quiosque prático com dispensador automático de desinfetante para as mãos e sistema de medição de temperatura corporal, para dar resposta ao “novo normal” da vida em sociedade decorrente da pandemia da Covid-19. A responsável da Wingsys, Inês Barbosa, explica que o quiosque começou a ser concebido há duas semanas e ficou pronto na segunda-feira. “Não há qualquer toque, é tudo feito através de sensores e de câmaras”, sublinha. A ideia de criar o quiosque
“hygistation” surgiu durante a crise provocada pela pandemia, mais concretamente nas últimas semanas, quando se começou a falar de “desconfinamento”. “O novo normal da vida em sociedade passará por fortes medidas de higiene e de prevenção, e é nesse campo que entram os nossos novos quiosques”, refere Inês Barbosa. Os quiosques foram concebidos para serem utilizados em espaços públicos como restaurantes, salas de espetáculos, estádios, lojas, cafés, estação ferroviárias, aeroportos, hospitais, hotéis, ‘shoppings’ ou
praias. Permitem a medição da temperatura corporal a 50 centímetros de distância, sem toque e de forma “rápida e precisa”. Asseguram ainda o reconhecimento facial (com base de dados de 30.000 ID e identificação de estranhos), a identificação e validação da utilização de máscara e a configuração do range de temperaturas e alertas. Além disso, permitem também adicionar sistema de gestão de filas espera por SMS ou sistema de voz “Senha Segura”, leitores de cartões, Scan, QRCode e outros periféricos. Isto ao mesmo tempo que disponibili-
zam informações úteis sobre eventos, ofertas e outras matérias. “O objetivo é manter as pessoas mais seguras e informadas em zonas sociais”, sintetiza Inês Barbosa. A Wingsys é uma marca da Fa-
masete – Technology Group, empresa fundada há 25 anos, em Famalicão, que é fabricante de soluções interativas e integra um grupo restrito de empresas portuguesas de tecnologia distinguidas pela Agência Nacional de Inovação.
pub
Exemplo da utilização de um quiosque “hygistation”
PS celebra 25 de Abril com entrega de equipamento a instituições O Partido Socialista (PS) de Famalicão tem promovido, ao longo das últimas semanas, a entrega de equipamento a várias entidades do concelho, que estão na linha da frente do combate à epidemia do Covid19. No âmbito das comemorações do 25 de Abril, o PS Famalicão entregou socas hospitalares, máscaras cirúrgicas e viseiras de proteção individual ao Hospital de Famalicão, às três corporações de bombeiros, à Cruz Vermelha de Ribeirão, à PSP e à GNR. Eduardo Oliveira, líder da Concelhia socialista, afirmou que o partido “tem apoiado e vai continuar a apoiar os soldados da linha da frente e que esta é também uma forma diferente de celebrar o 25 de Abril onde, à semelhança de 1974, os soldados de hoje também recebem o apoio coletivo da sociedade". Entretanto, o PS, a Juventude Socialista e as Mulheres Socialistas de Famalicão iniciam, na passada terça-feira, nas suas páginas de Facebook a publicação de um conjunto de vídeos de sensibilização, apresentados por profissionais de saúde do concelho. Os vídeos abordam temas como a utilização de máscaras, higienização das mãos, cuidados a ter com as crianças ou cuidados em espaços comuns, O PS Famalicão entende que, tão importante como usar proteção, é saber manusear corretamente os equipamentos e como prevenir situações de risco. Eduardo Oliveira refere, a título de exemplo, que "a utilização de luvas pode ter um efeito psicológico de proteção, mas são tão ou mais passíveis de transmissão do vírus quanto as mãos, se o utilizador não tiver exatamente o mesmo cuidado que tem, ou deve ter, quando não utiliza luvas".
opiniãopública: 30 de abril de 2020
FREGUESIAS
07
Calendário: despiste provoca a morte a jovem de 19 anos O despiste de um automóvel, na manhã da passada terça-feira, em Calendário, provocou a morte a um jovem de 19 anos e ferimentos ligeiros num outro jovem de 21 anos. O sinistro aconteceu na Avenida dos Descobrimentos, quando, por razões desconhecidas, o veículo, que circulava no sentido Famalicão-Porto, se despistou e acabou por embater num muro. O jovem de 19 anos ainda chegou a ser transportado para o Hospital de Braga, mas não resistiu à gravidade dos ferimentos e viria a falecer na unidade hospitalar. Já o ferido ligeiro foi transportado para o Hospital de Famalicão. O alerta foi dado por volta das 7h40 e a violência do embate obrigou ao desencarceramento dos dois ocupantes da viatura.
No socorro às vítimas estive- malicão. ram os Bombeiros Voluntários A PSP de Famalicão tomou de Famalicão com três veículos conta da ocorrência. e nove operacionais, apoiados por uma equipa da VMER de Fa-
PAN apresenta queixa sobre estado do rio Pelhe
A Concelhia do PAN de Famalicão apresentou uma queixa junto do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) relativa ao estado de poluição que se encontrava no rio Pelhe, no passado sábado. Num comunicado enviado à empresa, o partido revela que o rio Pelhe é “uma das preocupações” da Concelhia. O local sinalizado fica em Esmeriz e tem sido alvo de descargas ilegais, confirmadas pelo próprio SEPNA, que em resposta à denúncia do PAN Famalicão, a 30 de setembro de 2019, confirmou que “após diversas diligências realizadas aos locais visados (S. Marçal, Esmeriz, Barrimau e Calendário) em dias e horários diferenciados, foi possível verificar a existência de indícios de descargas de águas residuais para o rio Pelhe, não tendo sido possível identificar de forma cabal o autor de tais descargas.” Também a 25 de novembro de 2019, o PAN alertou junto dos serviços camarários para o estado do rio na travessia do Campo da Feira, na cidade de Famalicão.
pub
08
FREGUESIAS
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Junta de Gavião distribuiu tablets e viseiras pelas escolas
Fábrica de Lousado admite que está a passar um dos anos mais difíceis da sua história
Continental Mabor com produção a 40% mas espera recuperar até 2021
A Junta de Gavião distribuiu, na quinta-feira da semana passada, viseiras de proteção individual pelas escolas da freguesia, entre elas, o Jardim de Infância, a Escola do 1º Ciclo e Escola D. Maria II. O objetivo é proteger a comunidade escolar para o período de desconfinamento gradual que se aproxima, “com esperança de que juntos iremos ultrapassar esta situação", afirma a autarquia na sua página de Facebook. No mesmo dia, a Junta gaviense, juntamente com os docentes da Escola do 1º Ciclo e da Associação de Pais, adquiriu 12 tablets e dois hotspots de internet, que foram distribuídos por alunos carenciados, para que estes pudessem acompanhar as aulas à distância, garantindo a igualdade de oportunidade na aprendizagem.
Castelões cria projeto de educação parental "JUNTA a Família" "JUNTA a Família porque uma família feliz é aquela que está sempre junta”, é este o mote do novo projeto levado a cabo pela Junta de Freguesia de Castelões. Este projeto de educação parental arrancou na passada sexta feira, em direto no facebook da Junta de Castelões, numa sessão presidida por Fernanda Silva Couto, licenciada e mestre em Ciências de Educação pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. O primeiro tema abordado foi “Como manter a calma e apoiar os seus filhos durante a crise de coronavírus”. O presidente da autarquia, Francisco Sá, explica que o projeto surgiu com o objetivo de atenuar dificuldades sentidas nas famílias. “Pretende dotar e apoiar as famílias, através da exposição de algumas dicas, para melhor lidarem com o comportamento das crianças, proporcionando um ambiente mais seguro e previsível, dentro do que é possível." Os conteúdos a abordar nas sessões dos diretos serão baseados no programa de educação parental “anos incríveis”, que pretende capacitar os pais de práticas educativas positivas e eficazes, promovendo da qualidade da relação com os filhos e a potenciar o desenvolvimento social, emocional e académico dos mesmos.
Junta de Fradelos oferece kit com máscaras A Junta de Freguesia de Fradelos vai oferecer um kit com máscaras sociais. Os responsáveis vão distribuir pelas casas dos habitantes da freguesia de uma forma faseado o kit. Num post no Facebook, aquela autarquia pede atenção para “o uso de máscaras em espaços fechados com múltiplas pessoas, como medida de proteção adicional ao distanciamento social, à higiene das mãos e à etiqueta respiratória”.
António Costa e Pedro Siza Vieira visitaram a fábrica de Lousado
Cristina Azevedo A Continental Mabor retomou a laboração no dia 14 de abril e, na passada segunda-feira, o Primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, visitaram a unidade para sinalizar a importância da continuidade da produção industrial no país e, ao mesmo tempo, verificar como é que as empresas se estão a adaptar à nova realidade provocada pela pandemia de Covid-19. A Continental Mabor está a laborar apenas a 50%, motivada pelas quedas no setor automóvel. Pedro Carreira, administrador da fábrica de pneus de Lousado, em declarações ao OPINIÃO PÚBLICA explicou que os turnos de fim de semana estão distribuídos pela semana, pelo que, no total, a empresa está a trabalhar a 50%. “Isso significa que, numa semana, teremos 35 a 40% da produção normal”, acrescentou. Pedro Carreira não esconde que a multinacional alemã “está a trabalhar com dificuldades” e que 2020 “será um dos anos mais difíceis da história da empresa”, devido a uma “quebra brusca e clara do setor automóvel motivada pela pan-
demia de Covid 19”. Porém, o responsável assegura que as perspetivas para a fábrica de Lousado, que tem realizado investimentos de milhões de euros nos últimos tempos, continuam a ser as mesmas. “Apesar das adversidades, estamos a assegurar todas as condições para que, não sendo este ano, regressarmos aos nossos planos em 2021”, afirma. A curto prazo, o objetivo passa por “garantir os postos de trabalho de todos os colaboradores, sejam contratados a prazo ou a termo certo”. Neste regresso à atividade, a Continental Mabor adotou um plano de medidas e procedimentos face à pandemia, por forma a garantir a segurança de todos os seus colaboradores. Um plano que António Costa e Pedro Siza Vieira fizeram questão de conhecer na visita que realizaram à unidade, onde percorreram algumas seções de produção. No final, foi o ministro da Economia que falou aos jornalistas para dizer que os governantes vieram ver “como é que uma grande exportadora retoma a sua atividade, mas também perceber como é que as empresas se estão a adaptar a um novo contexto de trabalho, em que as regras de higiene,
saúde e segurança têm que ser mais exigentes”. No entender de Pedro Siza Vieira, a Continental Mabor demonstra que é possível “o distanciamento social, mais equipamentos de proteção individual e um cuidado muito grande na forma como se circula dentro da fábrica”. “É aquilo que vai passar a ser o nosso novo normal nos próximos tempos”, acrescentou. Apoios às empresas O titular da pasta da Economia foi também questionado pelos jornalistas sobre as queixas de vários empresários de que os apoios financeiros não estão a chegar às empresas com celeridade que é necessária. Pedro Siza Vieira disse estar convencido “que há apoios que já chegaram às empresas e outros que vão continuar a chegar, quer os pagamentos do lay-off simplificado quer as linhas de crédito que foram colocadas ao serviço”. E concluiu: “as coisas vão, seguramente, andar mais depressa do que algumas vez andaram na história dos apoios públicos à economia”. veja em www.famatv.pt ou
opiniãopública: 30 de abril de 2020
FREGUESIAS
9
Empresa de Joane não baixou os braços e repensou o seu modelo de negócio
Coindu retomou a laboração e vai produzir 3 milhões de máscaras/mês Cristina Azevedo A Coindu, com unidades de laboração em Famalicão (Joane) e Arcos de Valdevez, regressou, na passada segunda-feira, ao trabalho, depois de a 24 de março ter colocado os trabalhadores em regime de lay-off. O grupo empresarial vai passar a produzir máscaras tipo 2 e 3, para o grande público, prevendo a produção de cerca de 3 milhões de unidades por mês. Este grupo multinacional nascido em Portugal em 1988 e que nas duas unidades de Famalicão e Arcos de Valdevez emprega 2.900 pessoas viu-se, assim, obrigado a repensar o seu modelo de negócio, que até aqui passava pela produção de têxteis e componentes para automóveis. A pandemia de Covid 19 provocou uma queda vertiginosa na produção automóvel e a empresa localizada em Joane, face a esta adversidade, investiu na sua reconversão e passa agora a responder a uma das grandes necessidades atuais do mercado: a falta de material de proteção. “Neste momento, todos os nossos clientes pararam as produções de automóveis, pelo que fomos forçados a suspender totalmente a atividade, não só em Portugal, mas em todo o grupo. Isto significa para nós uma queda vertiginosa no volume de vendas, impossível de gerir se não conseguirmos diversificar a curto prazo a atividade, para retomarmos a laboração dos nos-
A Coindu tem duas fábricas em Portugal, uma em Joane e outra em Arcos de Valdevez
sos colaboradores, que constituem um ativo de fundamental valor na organização e nos países onde temos fábricas”, começou por explicar ao OPINIÃO PÚBLICA António Cândido Pinto, administrador da Coindu. De resto, esta situação provocada pela pandemia surgiu precisamente num momento em que a Coindu recuperava da forte crise financeira que sofreu entre 2017 e 2018. O ano passado a empresa, graças ao desenvolvimento de um agressivo e inovador sistema de produção (CPS), acompanhado por um
Castelões: adro da Capela Santo António com novas árvores O adro da Capela de Santo António, na freguesia de Castelões está com pavimento renovado e com novas árvores oferecidas pela Câmara Municipal de Famalicão. As raízes das árvores que antigamente ocupavam o adro estavam já a danificar todo o pavimento e muros de vedação daquele espaço. A remodelação contou ainda com o apoio da Junta de Freguesia e da Confraria de Santo António que procederam à substituição das árvores e regularização de todo o pavimento danificado.
significativo investimento tecnológico, conseguiu recuperar as perdas de volume e reposicionar-se como produtor preferencial de segmentos premium, como a Aston Martin, Porsche, Audi, BMW, Lamborghini, Volvo, VW, entre outras marcas. António Cândido Pinto está seguro que “o mercado será relançado, todavia, tardará alguns meses”. Enquanto isso, a Coindu não baixou os braços e “houve que repensar o modelo de negócio”. “Temos a vantagem de estarmos vocacionados para a customização, de lograr-
mos competitividade em volumes com grande complexidade de modelos e detalhe. Os nossos profissionais têm um perfil de perfeição, polivalência e flexibilidade, a par do nosso elevado nível tecnológico e capacidade instalada. Há que tirar partido disto e estamos a converter alguns dos nossos recursos para produção de material de proteção”, adianta o administrador. Produção inicia pelas máscaras sociais A estimativa da Coindu é pro-
duzir cerca de 3 milhões de máscaras mensais, com um aumento posterior se necessário. A produção iniciou pelas máscaras sociais em modo automático – níveis 2 e 3. O nível 2 destinase a uso comum, não médico, em espaços interiores com densidade relativa de pessoas, espaços comerciais, fábricas, transportes públicos e afins. Já as máscaras nível 3 destinam-se à mesma população, mas para espaços com pouca densidade de pessoas ou abertos. Numa fase posterior, a empresa poderá produzir máscaras cirúrgicas tipo I, já com características mais estritas em termos bacteriológicas, respirabilidade e retenção de partículas, constituindo já uma extensão médica ao âmbito inicial. “Para este efeito fizemos um investimento para uma linha automática, com soldadura por ultrassons e esperamos poder avançar para as seguintes, dependendo da necessidade do mercado”, adianta António Cândido Pinto. Na ótica da Responsabilidade Social, serão doadas máscaras a lares dos municípios de Famalicão e Arcos de Valdevez, em coordenação com os presidentes das respetivas Câmara Municipais. A Coindu está também em contacto com os Ministérios da Saúde, Economia e Segurança Social para tentas encontrar soluções para as necessidades correntes e pondera complementar este portfólio com a produção de vestuário hospitalar.
Moradores da Rua Padre Domingos Soares em Castelões ajudam a Refoods Os moradores da Rua Padre Domingos Soares, em Castelões, doaram bens alimentares à associação famalicense Refood. A iniciativa partiu de Liliana Esteves, uma das moradoras, que atentou no facto de, na maioria dos casos, serem doados bens alimentares não perecíveis para as refeições principais, tais como massa, arroz, óleo alimentar, entre outros. Porém, os "pequenos almoços e lanches das crianças ficam esquecidos" e com a diminuição de rendimentos das famílias, estas refeições secundárias são mais difíceis de suportar, explica Liliana Esteves. Por esse motivo, a moradora tomou a iniciativa de contactar os restantes habitantes da rua para que fossem doados bens alimentares tais como bolachas, papas, boiões de fruta, iogurtes, queijos, cereais e leite. "A recetividade foi ótima", contou ao OPINIÃO PÚBLICA a responsável pela iniciativa. Quanto à escolha da Refood, prende-se com o facto de dois familiares de Liliana Esteves serem lá voluntários e também por apreciar o trabalho desenvolvido pela associação, que diz acompanhar de perto. Os bens foram enrtegues no passado domingo.
10
FREGUESIAS
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Afirmação do chefe do núcleo de S. Cosme, que celebra esta quinta-feira 48 anos
“Mesmo em casa, nunca deixamos de ser escuteiros”
Carla Alexandra Soares O Agrupamento 364 de Vale S. Cosme, nasceu a 30 de abril de 1972. É um dos maiores Agrupamentos da região de Braga, contando neste momento com 112 elementos espalhados pelas quatro secções. Apresentando-se como uma força viva na freguesia, ajudando a paróquia em várias iniciativas, celebra, esta quinta-feira, dia 30 de abril, 48 anos de existência. Não fosse a pandemia de Covid-19, este fim de semana, tal como acontece todos os anos, seria de festa para celebrar quase meio século de vida. “O nosso agrupamento é o melhor lugar para estar, sentir, vivenciar, questionar, duvidar, e… querer ficar quando se tem de partir… . É por isso que a nossa história não acabará nunca.” É com esta frase e com um vídeo publicado na página do facebook do agrupamento que a festa é feita. Cumprindo o distanciamento físico, mas levando muito a sério a proximidade entre a família do Agrupamento 364. É precisamente ao ver as publicações e “movimentações” no facebook dos escuteiros de S. Cosme que se percebe o dinamismo e importância deste núcleo. Aliás, é precisamente esse dinamismo que o chefe Agostinho Gomes sublinha em entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, a propósito do aniversário.
“Tentamos, quase todos os dias, através das redes sociais, estimular os nossos escuteiros colocando desafios e ligando-os a nós”. A ideia, explica, é que mesmo estando em casa jamais deixem de ser escuteiros. Agostinho Gomes é escuteiro desde os seus cinco anos e hoje, aos 38, continua a calcorrear os caminhos do escutismo “querendo sempre mais e trabalhando todos os dias para ser melhor”. “Ser escuteiro é muito fácil. É gostar dos jovens, de acampar, de aventura, de ajudar. O meu percurso nos escuteiros já é muito longo. Passei, portanto, pelas quatro secções (Lobito, Explorador, Pioneiro e Caminheiro), até chegar onde estou hoje, a dirigente”, refere. Seguindo a velha máxima de que quem corre por gosto não cansa, o líder do Agrupamento 364 reconhece, porém, algumas dificuldades que a tarefa de liderar crianças e jovens impõe. Isto conjugando a vida familiar e profissional com uma missão, que é ser escuteiro. “O que me faz correr é gostar muito do escutismo, estar perto das crianças, dos jovens. Não é fácil e temos que gostar muito do escutismo para conciliarmos tudo”. Com a evolução das novas tecnologias, o escutismo enfrenta, nos dias de hoje, novas exigências, o que o torna “diferente” de há 30 anos atrás. “Os jovens vão fugindo um boca-
dinho daquilo que é o espirito de aventura. Era tudo diferente no passado, acampávamos mais...”, sublinha o chefe que não descura, porém, as novas tecnologias que ajudam a manter o contacto entre todos em tempos de pandemia. É do conhecimento geral que é cada vez mais difícil captar jovens para o escutismo, “que têm imensas ofertas para a ocupação dos seus tempos livres”. Mas o núcleo de Vale S. Cosme tem conseguido manter a média que passa os 100 elementos. Sem apontar o segredo, o líder diz “ter consciência que se trata de um número muito razoável, para o tamanho da freguesia”. Uma coisa é certa. Em tempos ditos normais, sem o confinamento e distanciamento social, as atividades multiplicam-se: “todos os primeiros domingos de cada mês participamos na eucaristia, e todos os fins de semana temos as reuniões da secção, temos acampamentos, atividades por secção, fazemos angariação de fundos para as nossas atividades, ações para causas solidárias”. Consciente que os pais dos escuteiros e toda a comunidade de Vale S. Cosme são parte importante na equação do sucesso, Agostinho Gomes sublinha que em dia de aniversário é importante “agradecer a todos que fazem parte desta família”.
DIREÇÃO Agostinho Gomes Chefe de Agrupamento José Carvalho Chefe Adjunto de Agrupamento Xavier Ribeiro Secretário de Agrupamento Domingos Brandão Tesoureiro de Agrupamento.
EQUIPAS DE ANIMAÇÃO I Secção: Célia Faria, Sérgio Barroso, José Carvalho, Vanessa Moura, Nuno Moreira, Bruno Gomes, Sara Sousa, Ana Azevedo. II Secção: Braulio Vilaça, Ilídio Vilaça, Ana Morais, Paula Gomes, Paulina Costa III Secção: Domingos Brandão, Sandra Gomes, José Morais, Cecília Azevedo, Cristiana Gomes, Tiago Gomes. IV Secção: Rafael Campos, Agostinho Gomes. FNA Vale S. Cosme: Pinto Ferreira
*com Jorge Humberto
pub
opiniãopública: 30 de abril de 2020
De Marafona a Pedro Gonçalves. A equipa eleita por Fábio Martins
DESPORTO
11
CRP Delães: investimento no novo recinto vai custar entre 800 mil e 900 mil euros
“Andámos sempre com a casa às costas durante a época” Pedro Sousa*
Aproveitando a pausa forçada nas competições, Fábio Martins elegeu um onze com os melhores jogadores com quem jogou. O extremo que representa o FC Famalicão, por empréstimo do SC Braga, escolheu quatro atuais companheiros para integrar a equipa. Na baliza, o camisa onze do Vila Nova colocou Marafona, com quem jogou no FC Paços de Ferreira e no SC Braga, e, neste momento, representa o Alanyaspor (Turquia). No quarteto defensivo, Fábio Martins escolheu Paulinho (AEK, Grécia), onde jogaram juntos no CD Chaves, Carlos Ponck (Basaksehir, Turquia), dividiram o balneário no FC Paços de Ferreira e CD Chaves, Néhuen Pérez, atual companheiro de equipa, e Nuno Sequeira, atualmente no SC Braga, equipa onde jogaram juntos. No meio campo, constituído por três jogadores, Gustavo Assunção e Pedro Gonçalves, atuais colegas de equipa, integram o onze. A outra vaga é preenchida por Pélé, atualmente a representar o Reading (Inglaterra) por empréstimo do AS Mónaco, foi companheiro de Fábio Martins no FC Paços de Ferreira. Na frente de ataque, estão Rafa (SL Benfica) e Paulinho (SC Braga), que jogaram com Fábio Martins no SC Braga. Por fim, a última vaga no onze foi para Diogo Jota (Wolverhampton) e que partilhou o balneário com o atual 11 do Vila Nova no FC Paços de Ferreira. No banco de suplentes, Fábio Martins deixou Vaná Alves, atual companheiro, Nélson Lenho (retirado), jogou com ele no CD Chaves, Bruno Viana (SC Braga), João Novais (SC Braga) e Alan (retirado), jogaram juntos no SC Braga, Davidson (Vitória SC), representaram, ao mesmo tempo, o CD Chaves, e, por fim, Rafael Assis (Londrina, Brasil), onde dividiram o balneário em duas equipas, no CD Chaves e no SC Braga.
FC Famalicão regressou segunda-feira aos trabalhos O Futebol Clube (FC) de Famalicão regressou esta segunda-feira aos trabalhos. O clube famalicense, através de um comunicado enviado à imprensa, revelou que todos os jogadores, elementos da equipa técnica e todo o staff foram submetidos a testes serológicos para avaliação da resposta imunitária ao novo coronavírus, por laboratório externo e certificado, garantindo que os mesmos podem retomar a atividade desportiva com toda a segurança. Ainda na nota, o Vila Nova explicou os procedimentos excecionais que vai adotar. Para além da higienização de todos os espaços do Estádio Municipal, o clube anunciou que, numa primeira fase, o plantel vai encontra-se dividido em grupos reduzidos. O FC Famalicão vai disponibilizar todos o material de treino individual para uso exclusivo por cada jogador, no qual se inclui equipamentos, bolas e garrafas para a indispensável hidratação do atleta. Todos os elementos vão ser monitorizados individualmente e diariamente, sendo, de igual forma, medida a temperaturas à chegada às instalações.
Esta foi uma temporada atípica para o Centro Recreativo e Popular (CRP) de Delães. Não só pelo facto de ter sido cancelada devido à pandemia de Covid-19, mas também porque andou a época toda a jogar com “a casa às costas. A equipa que milita na Série C da 1ª Divisão - AF Braga não jogou no seu estádio devido às obras que decorreram e decorrem no Campo da Portela. A formação de Delães teve de treinar no Campo de Ribes, Oliveira Santa Maria, e disputar os jogos da 1ª volta todos fora de casa. António Silva, presidente do CPR Delães, em entrevista à FAMA confessou que esta paragem forçada “foi benéfica” para ajudar na redução de custos. “Andámos sempre com a casa às costas durante a época. Foram jogos e treinos. Não fizemos nada no nosso campo. Começamos a época fora de casa e fizemos tudo com a casa às costas”, sublinhou o dirigente. A situação anormal que o clube viveu durante este ano desportivo teve a compreensão de quase todos os adversários. O CPR Delães teve de disputar todos os jogos da primeira volta do campeonato na casa dos oponentes e, segundo o líder do clube, só uma equipa é que não concordou. Assim, com a “casa às costas”, a formação de Delães teve de treinar e realizar alguns jogos no Campo de Ribes, em Oliveira Santa Maria. “Usámos o Campo de Ribes porque foi o que reuniu as melhores condições. É mais perto e o clube ajudou-nos muito. Nas portas dos clubes onde bati, a AD Oliveirense foi o que nos deitou logo a mão”, revelou. As obras sofreram um atraso e o mau tempo foi o fator apontado por António Silva para as obras não estarem mais adiantadas. Contudo, o presidente deixa a promessa de que a próxima temporada vai começar no Campo da Portela. “O próximo jogo do CRP Delães em casa já será nas novas instalações. O recinto estará pronto. Na próxima época, os treinos e jogos já serão na nossa casa”, confessou. O recinto renovado já recebeu uma vistoria da Associação Futebol de Braga, mas ainda falta dar a aprovação final ao novo sintético. “Ainda faltam
António Silva, presidente do CRP Delães
construir os muros à volta do campo. Contudo, fizeram uma pré-vistoria, onde nos indicaram como temos de fazer e está tudo em bom andamento”, rematou. As obras vão permitir alargar o tamanho do sintético. “O Campo da Portela era um dos mais pequenos e agora, com as obras, vai ser um dos maiores. As medidas do campo vão ser 65 metros largura e 105 metros de comprimento. Fica com as medidas até para receber jogos da Taça de Portugal”, afirmou. Este investimento na remodelação do recinto desportivo, que anda entre os 800 mil e os 900 mil euros, está a ser “a grande obra do clube”, faltando ainda algumas coisas a fazer. “Faltam os balneários, a bancada e a iluminação, que é o mais urgente”, apontou, acrescentando que a Câmara Municipal de Famalicão está a ajudar com uma parte. Por fim, António Silva quis deixar uma mensagem em jeito de chamada aos adeptos. “Queria que toda a gente regressasse ao Delães. Temos tido muitos adeptos, mas gostava que aqueles que se afastaram regressassem”, finalizou. *com José Clemente
Futuro do futebol português decidido nos próximos dias
A retoma das competições de futebol profissional em Portugal será decidida "nos próximos dias", garantiu hoje o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, após uma reunião com o primeiro-mi-
nistro. À saída do encontro com António Costa e os presidentes da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Pedro Proença, bem como os presidentes de FC Porto, Benfica e Sporting, Gomes
garantiu que a decisão será analisada "entre técnicos da FPF, com a Liga e as autoridades de saúde". A postura final poderá ser anunciada na quinta-feira, avançou, pelo primeiro-ministro, quando este revelar ao país "um conjunto de medidas para diminuir o confinamento", mas apenas "se os trabalhos com a Direção-Geral da Saúde" conduzirem os técnicos de saúde, liderados por Adalberto Campos Fernandes, a uma "posição definitiva". A possibilidade de usar menos estádios, e fazê-lo numa localização geográfica mais confinada, "enquadra-se na avaliação do risco", explicou Fernando Gomes em São Bento, e na tentativa de aferir "a prudência da retoma".
12 PUBLICIDADE
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Falecimentos Aires Costa Machado de Araújo, no dia 27 de abril, com 77 anos, casado com Teresa Sousa e Silva, de Jesufrei. Belarmino Nogueira Lopes Albuquerque, no dia 26 de abril, com 81 anos, de Ruílhe (Braga). Agência Funerária Arnoso - José Daniel Pereira Arnoso Santa Eulália - Telf. 91 724 67 03
António Ferreira Martins, no dia 23 de abril, com 72 anos, casado com Deolinda Luísa Carneiro da Silva Vilaça, de Rebordões (Santo Tirso). Teodoro de Almeida, no dia 25 de abril, com 94 anos, viúvo de Emília Cardoso Mota, de Burgães (Santo Tirso). Manuel Pereira de Almeida, no dia 25 de abril, com 88 anos, viúvo de Olinda Moreira Marques de Almeida, de Burgães (Santo Tirso).
Carlos André da Silva Cunha Ferreira, no dia 27 de abril, com 53 anos, casado com Elisabete Maria Leiras Sampaio, de Moreira de Cónegos (Guimarães).
Maria Lucília dos Santos Costa, no dia 26 de abril, com 63 anos, casada com Domingos José Sousa Ribeiro, de Santo Tirso.
Rosa Mendes Batista, no dia 28 de abril, com 82 anos, viúva de José Alves, de Conde (Guimarães).
Agência Funerária de Burgães Sede.: Burgães / Filial.: Delães Telf. 252 852 325
Agência Funerária Carneiro & Gomes Oliveira S. Mateus – Telm. 91 755 32 05
Aires Lopes de Araújo, no dia 23 de abril, com 86 anos, viúvo de Maria da Conceição Marques Silva, de Vila Nova de Famalicão. Emília Santos Fonseca, no dia 25 de abril, com 77 anos, casada com António Freitas da Silva, de Esmeriz. Agência Funerária Rodrigo Silva, Lda Vila Nova de Famalicão – Tel.: 252 323 176
Manuel Alves Cruz Machado, no dia 21de abril, com 55 anos, casado com Maria Altina da Silva Machado, de Sequeirô (Santo Tirso). Carlos da Silva Figueiredo, no dia 22 de abril, com 71 anos, casado com Maria da Conceição Ferreira Ribeiro, de Requião. Custódio Ferreira Gomes, no dia 23 de abril, com 69 anos, casado com Rosa Maria Machado Correia Gomes, de Castelões. Eng.º Benjamin da Costa Araújo, no dia 25 de abril, com 66 anos, casado com Laura da Felicidade Ramos Araújo, de Calendário.
Emília de Jesus de Oliveira Areal, no dia 23 de abril, com 84 anos, de S. Martinho de Bougado (Trofa).
Maria Augusta Marques da Silva, no dia 25 de abril, com 88 anos, viúva de Francisco Oliveira, da Lagoa.
Agência Funerária Trofense, Lda (S. Martinho de Bougado) Trofa – Tel.: 252 412 727
Fernando Ferreira de Mesquita, no dia 26 de abril, com 90 anos, casado com Maria Alice Moreira Gomes, de Landim.
Joaquim Azevedo Araújo, no dia 21 de abril, com 52 anos, casado com Helena Cândida Mendes Vilas Boas, de Santiago de Bougado (Trofa). Maria Elisa Moreira de Sousa, no dia 24 de abril, com 77 anos, viúva de Mário Silva Barros, de Santiago de Bougado (Trofa).
António Carlos Pereira Rodrigues, no dia 27 de abril, com 53 anos, casado com Rosa Maria Oliveira Costa Rodrigues, de Pousada de Saramagos. Agência Funerária da Lagoa Lagoa – Telf. 252 321 594
José Maria da Silva Reis Costa, no dia 24 de abril, com 80 anos, casado com Maria Amélia da Silva Couto, de Ribeirão.
Luís Maria Costa Ferreira, no dia 26 de abril, com 75 anos, viúva de Maria da Conceição Coelho Lopes, de Roriz (Santo Tirso).
Funerária Ribeirense Paiva & Irmão Lda Ribeirão – Telf. 252 491 433
Agência Funerária Riba D’Ave Riba D’Ave – 917 586 874
Delfim da Silva Oliveira, no dia 28 de abril, com 79 anos, viúvo de Maria de Jesus Vieira de Campos, de Vilarinho das Cambas.
Manuel Joaquim Pereira da Silva, no dia 25 de abril, com 71 anos, casado com Lucinda Gonçalves Rodrigues, de S. Tiago da Cruz.
Agência Funerária do Calendário Calendário – Tel.: 252 377 207
Joana Antunes Gomes da Silva, no dia 26 de abril, com 88 anos, viúva de Artur Mendes, de Joane.
Arminda Silva Ferreira, no dia 22 de abril, com 71 anos, viúva de António Correia da Costa, de Fradelos. Agência Funerária Palhares Balazar– Tel.: 252 951 147
Joaquim Ferreira Gomes de Oliveira, no dia 15 de abril, com 88 anos, viúvo de Maria da Adoração Gonçalves, de Airão Santa Maria (Guimarães). António Augusto Ferreira Gomes, no dia 18 de abril, com 89 anos, casado com Rosa Pereira da Costa, de Joane. Albertina Ascensão Soares Saldanha, no dia 16 de abril, com 80 anos, casada com José Pires, de Joane. José Gomes Martins, no dia 17 de abril, com 72 anos, casado com Maria de Fátima Carvalho Faria Martins, de Telhado. Agência Funerária da Portela Portela (Santa Marinha)– Tel.: 252 911 495
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Psicologicamente falando
PRAÇA PÚBLICA
13
Ouvi nas Caminhetas João Afonso Machado
Pertinentes questões, justas preocupações Marta Pamol
Pandemia O que foi e o que será Lembremo-nos, antes de mais, que este caminho só tem um sentido: em frente. Não vamos em direção a ontem, mas sim em direção ao amanhã e este amanhã será, certamente, diferente. Já se vê a luz ao fundo do túnel, mas não tenhamos pressa. Queremos voltar, com rapidez e impaciência, ao “antigamente”, para podermos regressar à “normalidade”. Contudo, importa talvez abrandar agora o passo, ou até mesmo parar um pouco se for preciso. Todas as situações têm algo para nos dizer e esta não é diferente. O que aprendemos? Em que é que mudámos? Pensamos agora de maneira diferente em relação a alguns assuntos? O que foi mais difícil? E mais fácil? Tentar responder a estas e a outras questões é essencial para que entremos na próxima etapa mais conhecedores de nós próprios e mais preparados. Depois de refletirmos sobre o que passou, debrucemo-nos então sobre o que nos espera. Lembremo-nos, antes de mais, que este caminho só tem um sentido: em frente. Não vamos em direção a ontem, mas sim em direção ao amanhã e este amanhã será, certamente, diferente. Sejamos honestos: esperar que tudo volte ao que era antes é irrealista. Há alterações que são permanentes e outras que ainda se vão prolongar. É fundamental, por isso, que façamos agora uma gestão equilibrada das nossas expetativas, para que não sejamos depois atropelados pela frustração. O que consigo prever? O que está no meu controlo? E o que não está? Aquilo que espero desta nova etapa é realista? O que preciso de ajustar em relação ao pré-pandemia? Aproveite este momento para preparar a sua mente para o que se segue. Marta Pamol Psicóloga Clínica e da Saúde Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses CP nº 21679
Neste inédito viver, continuo pensando como será amanhã. Percebe-se, a transição do “estado de emergência” para o de “calamidade pública” significa apenas um vago arejo das pessoas e a abertura dos jardins de infância; mais – e sobretudo - o regresso de muitos à vida profissional – porque sobre a doença vai reinando o pavor dos governantes quanto ao drama fatal que atinge a economia nacional. Já alguém se lembrou das discussões políticas, lá para o Outono, da troca de acusações entre os políticos, acerca do que é, ou não é, a austeridade? Entretanto, chegarão as férias. O Império (quase Inca) do Sol. Interrogo-me – o que serão férias em situação de pandemia? E as nossas praias? – rigorosos desenhos geométricos de toalhas estendidas à distância de dois metros cada uma das demais que as rodeiam? Essa fotografia, via aérea, não seria uma praia – antes uma parada militar, digo eu. E depois a nossa costa é longa, longuíssima de uns 800 quilómetros. Com expoentes de muita concentração de veraneantes, em que a vigilância será
tão fácil quão difícil (oficiais não faltarão, mas os bastantes para manter o bivaque?...); e com vastas manchas fora de controlo, onde o banhista espertalhão buscará refúgio, para si e para a namorada e, no auge da euforia, desafiando entusiasticamente todo o grupo de amigos. Ocorre-me, por exemplo, o infindo areal entre a Figueira da Fiz e a praia do Pedrogão. Conheço razoavelmente bem a região, caminhos através de pinhais que levam às dunas, o aprazível selvático de praias pouco ou nada frequentadas. Esquecendo, é óbvio, os perigos de um mar traiçoeiríssimo e não vigiado. Enfim… De tudo resulta um plano que se constrói alicerçado numa vilegiatura famalicense. Deixando o sol na sua santa paz e indo acordar a sombra, a pedir-lhe um pouco de frescura. A colecionar recantos em que ao silêncio – isto é: à ausência de gentes – se junta a necessária dose de beleza e de natureza. Talvez não seja muito fácil o empreendimento. Mas o mundo roubou-nos todos
os lugares para onde ir descansadamente. Sobretudo depois das fronteiras – diga-se o que se quiser, mas as estatísticas da pandemia em Portugal são ainda suportáveis face às hecatombes diariamente conhecidas por toda a Europa fora. Cá dentro, restaria então o Interior mais recôndito. Indo ao mapa da incidência do Covid19, ainda topamos alguns concelhos desinfectos. Nas cercanias da serra da Estrela, nos desertos e planaltos da Idanha… Mas os nativos respectivos, nesta fase do campeonato, decerto dispensam a nossa visita. O dinheiro não é tudo, nem compra a Saúde onde ela não dispõe de meios para ser administrada. Caso bicudo, pois. Mas sem umas voltinhas, sem umas imagens bonitas, sem movimento, como entender o mundo e a vida? Tem a palavra Famalicão. Mais alta a sua voz do que todos os desmandos urbanísticos de décadas praticados em tão minhoto concelho. Ouvi nas caminhetas, Agosto há de ser um merendeiro prolongado sobre os arvoredo dos santuários…
Chão Autárquico Vieira Pinto
25 de Abril, a Festa da Democracia No dia 25 de Abril, no passado sábado, decorreu mais uma festa da democracia, que os portugueses democratas comemoraram com a alma inteira. As comemorações oficiais decorreram sob o signo da polémica, causada por alguns pequenos, da Assembleia da República, que afinal, não queria ir à festa. Porém, a festa realizou-se mesmo, pois, em democracia, ordenam as maiorias. Com efeito, as cerimónias realizaram-se mesmo com os condicionalismos e as circunstâncias apertadas, pelo desconhecido e invisível Covid-19 embora, com muito menos pessoas. Decorreram,
assim, com a pompa e circunstância festiva possíveis. Mas houve festa! Como dizem, os demais do senso comum, o 25 de abril não é pertença de ninguém. É de todos os que gostam da democracia, dos seus valores e dos seus princípios. Deverá ele ser uma festa apartidária? Claro que sim. Nestas comemorações, mesmo para os velhos do Restelo, o discurso do Presidente da República foi claro e inequívoco. Na verdade, dizia ele: quaisquer circunstâncias não invalidam as celebrações do dia 25 de Abril, do dia da restauração das liberdades, coletivas e individuais; do dia
10 de Junho; do dia de Camões e da portugalidade; do dia 5 de outubro, do dia da Implantação da República, e do dia 1 de dezembro, dia da Restauração. Datas marcantes da nossa história e da nossa portugalidade. Assim o disse, alto e de bom som, para que todos, grandes e pequenos, ouvissem. E ouviram. Alguns, sobretudo os pequenos, ficaram zangados! Porém, convenhamos, democraticamente, Magister, dixit. Depois, pela tarde daquele grande dia da restauração da liberdade, as comemorações continuaram, sob o signo das criatividades individuais e coletivas. Na
verdade, confinado, o povo, para se livrar do inimigo comum que por aí anda, ele cantou, do cimo das suas janelas e varandas, em uníssono, o grande hino que marcou aquela madrugada do 25 de abril de 1974, “Grândola, vila morena”. Agora, todos sabemos a sua idade! Mais, pelo meio da tarde, vemos descer pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, uma gigante bandeira de Portugal, desfraldando, sob o vento que passa, notícias de liberdade do meu país, que afinal é pertença de cada um de nós. Viva o 25 de Abril. Viva a liberdade.
pub
Famalicão
Barbosa: Rua Santo António, Tel. 252 302 120 Calendário: Rua da Liberdade, Tel. 252 378 400/1 Cameira: C. Mouzinho Albuquerque, Tel. 252 323 819 Central: Praça D. Maria II, Tel. 252 323 214 Nogueira: Av. Marechal H. Delgado, Tel. 252 310 607 Valongo: Rua Adriano Pinto Basto, Tel. 252 323 294 Gavião - Av. Eng. Pinheiro Braga, 72 - Telef. 252 317 301 Marinho: Edif. S. José - Estalagem - Telf. 252 921 182 Martins Ventura: R. C. Cerejeira - Lousado - Telf. 252 493 142 Estação: Largo da Estação - Nine - Telf. 252 961 118 Ribeirão: Rua Quinta Igreja 9 - Ribeirão - Telf. 252 416 482 Joane: Rua S. Bento, nº 217 - Telf. 252 996 300 Landim: Estrada Nacional 204/5, nº 693 - 252321765
Famalicão Quinta,30
Serviço Barbosa
Sexta, 1
Central
Sábado, 2
Calendário/Ribeirão
Domingo, 3
Nogueira
Segunda, 4
Valongo
Terça, 5
Gavião
Quarta, 6
Barbosa
Vale do Ave
Almeida e Sousa: Covas - Oliv. Stª Maria - Telf. 252 931 365 Bairro: Av. Silva Pereira, Telf. 252 932 678 Delães: Portela - Delães - Telf. 252 931 216 Riba de Ave: Av. Narciso Ferreira, Telf. 252 982 124
Vale do Ave
Serviço
Quinta, 30 Sexta, 1 Sábado, 2 Domingo, 3 Segunda, 4 Terça, 5 Quarta, 6
Almeida e Sousa Riba de Ave Bairro Almeida e Sousa Gavião Riba de Ave
Serviço de disponibilidade
Paula Reis: R. José Elisio Gonçalves Cerejeira, nº 629 Calendário - Tel. 252 378 057 Maceiras: Louro - Telf. 252 310 425 Marques: Largo da Igreja - Fradelos - Telf. 252 458 440 Oliveira Monteiro: Largo Igreja - Cabeçudos - Telf. 252 331 885 Pedome: Av. S. Pedro, 1139 - Pedome - Telf. 252 900 930 Pratinha: Largo do Cruzeiro - Cavalões - Telf. 252 375 423 S. Cosme: Vale S. Cosme - Telf. 252 911 123 Arnoso: Av. Joaq. Azevedo - Arnoso Sta. Maria - Telf. 252 916 612
14 PRAÇA PÚBLICA
opiniãopública: 30 de abril de 2020 pub
Pelos quatro cantos da ca(u)sa Domingos Peixoto
Talvez corrupção
pub
Com a pandemia, Portugal e o mundo estão dominados pelo covid19, pelas suas consequências: por um lado, milhões de infetados, milhares de internados, mortos e de recuperados; por outro lado, centenas de experiências à procura da vacina salvadora e dos medicamentos curativos numa corrida que mais parece a procura do primeiro lugar num qualquer prémio, dados os anúncios aqui e ali de que já está quase; em terceiro lugar, das acusações de responsabilidade, de quem tomou as melhores e as menos efetivas medidas de controlo e impedimento da propagação; e, em último lugar, a defesa das economias nacionais e mundiais, perante a crise social, sendo que muitos “interessados”, empresários e políticos, defendem que esta se sobreponha aos interesses da saúde, logo, que as pessoas só interessam enquanto números que podem ser descartadas. Neste panorama geral aconteceu o 46º aniversário do 25 de Abril!, que, para não destoar do ambiente do momento, também foi envolto em muita polémica! Um democrata não tem dificuldade em “aceitar” que cada partido interprete, no âmbito da ideologia que promove, que o objeto da revolução fosse, precisamente, a sua cartilha. Não esqueçamos que na ditadura havia partido único que “promovia a farsa eleitoral”, autorizando a (CDE) Comissão Democrática Eleitoral a concorrer em cada distrito, censurando-lhe as listas, prendendo previamente os seus membros mais influentes, viciando os votos descarregados e limitando o voto aos chefes de família! A CDE tentava incorporar democratas membros dos partidos prévios à revolução, facto que gerou sempre muita controvérsia, sobretudo nas eleições presidenciais. As opiniões fora do “testo”
Daí que os populismos contra o regime democrático pós Abril, se assumidos no Estado Novo como no pretérito sábado, iam diretos da Assembleia da República, mesmo da tribuna oratória, para as masmorras ou degredo! Até nos pode parecer, aqui e ali, em André Ventura e Telmo Correia que tocam pontos com que estamos de acordo. Mas, imaginem caros leitores, se vigorassem os seus preceitos, que regime nos governava? eram logo silenciadas com as masmorras sem culpa formada, a deportação e o desaparecimento puro e simples. Daí que os populismos contra o regime democrático pós Abril, se assumidos no Estado Novo como no pretérito sábado, iam diretos da Assembleia da República, mesmo da tribuna oratória, para as masmorras ou degredo! Até nos pode parecer, aqui e ali, em André Ventura e Telmo Correia que tocam pontos com que estamos de acordo. Mas, imaginem caros leitores, se vigorassem os seus preceitos, que regime nos governava? Certamente não era de direito, nem democrático, nem representativo da maioria do povo – os votantes no PS, PPD, BE, PCP, PAN, Verdes, IL e Joacine, mesmo tendo em conta que a abstenção foi muito elevada. Regressáramos a 24 de Abril de 1974, sem tirar nem pôr! Atentemos apenas na corrupção e justiça, embora em André tudo esteja do avesso; foram três minutos a descascar na República, no presidente, na assembleia da república, nas instituições públicas e no governo, acabando a pedir: “queremos a quarta república”! Nós podemos não estar de
acordo com quanto se fez desde há 46 anos, maioritariamente governados por PPD, PS e CDS. Certamente que houve opções “erradas”. Mas, foi tudo corrupção? Bandidos? Não houve eleições livres e democráticas? O sistema judicial não funcionou? O que aconteceu no setor público é diferente do sucedido no privado? Fiquemos com essas dúvidas, mas também com uma certeza: somos um país livre, que até, numa sessão solene da liberdade permite tais estapafúrdios. Nas minhas leituras do confinamento percorro, agora, “correspondência de José de Azevedo e Menezes, Política, Cidadania e Cultura, volume II”. Termino com um excerto, dirigido ao vulto famalicense, paradigmático da sociedade portuguesa, já no final da monarquia: de Inácio de Menezes (seu primo), Abril/1890, “Hoje quando um ministro de Estado quer ser agradável a um amigo ou lhe dá centenas de contos ou emprego rendoso”… A primeira república chegaria 20 anos depois, a segunda foram duas ditaduras, a terceira é a democracia. O que será a quarta república? Talvez a corrupção, André…
Manuel Loureiro presidente da Fagricoop
“Em dois anos, só em Famalicão, perdemos onze empresas agrícolas” Carla Alexandra Soares
O
PINIÃOESPECIAL: Vivemos tempos difíceis, diferentes e estranhos… Esta pandemia trouxe novos desafios, nomeadamente para os agricultores. Como presidente da Fagricoop qual é o feedback que tem da atividade do leite e dos produtores? Manuel Loureiro: Como agricultores, onde me incluo, acho que se não apanharmos o vírus, a nossa vida não mudou muito e é, felizmente, de alguma normalidade. Ou seja, de casa para o campo e do campo para casa. Já no que diz respeito à Cooperativa estamos a passar algumas dificuldades. Mandamos pessoal para casa, encerramos o balcão de atendimento ao público, o bar. Quanto ao armazém criámos uma estrutura para que as pessoas possam ser atendidas sem entrar nas instalações. Claro que tudo isto se traduz num prejuízo muito grande, porque muitas pessoas deixaram de comprar e o volume de
negócios caiu. Mas o meu medo não é quanto ao presente. Eu tenho muito medo é do futuro.
“Claro que tudo isto se traduz num prejuízo muito grande (...). Mas o meu medo não é quanto ao presente. Eu tenho muito medo é do futuro.”
Mas considera que estão a ser tomadas medidas para proteger as empresas e os agricultores? Pelo conhecimento que tenho acho que estão a ser tomadas algumas medidas que poderiam ajudar a resolver este problema, que é a quebra de rendimento. O grande problema é que as medidas existem, as empresas candidatam-se e depois bloqueia tudo. Ou seja, existem diversos entraves para que o apoio aconteça efetivamente. O vírus apareceu de repente, as empresas fecharam de um dia para o outro, os recursos desapareceram e agora a ajuda do Estado não chega, ou se chegar não é coop seja responsável e faça parte do processo, a recolha do leite é feita com a rapidez necessária. através da Agros e enquanto essa reE no caso da Fagricoop, que medidas colha estiver garantida e não houver tomaram para ajudar os vossos asso- nenhum problema que obrigue a fábrica a fechar, os nossos produtores ciados nesta crise pandémica? Os recursos da Fagricoop advêm, também não sentem diretamente. numa percentagem muito grande, da Agora, se algo acontecer é uma quesprodução de leite. Embora a Fagri- tão de dois a três meses para os pro-
dutores de leite fecharem. Seria um desastre total para a nossa agricultura. Na última reunião do executivo, a Câmara de Famalicão avançou que está a preparar um projeto de apoio ao escoamento de produtos locais endógenos. Uma das medidas, por exemplo, é que os produtores de frutos vermelhos, que têm dificuldade em exportar, possam colocar os produtos no mercado de proximidade. Como vê esta medida? Nós participamos nessa medida. Fizemos reuniões de trabalho com a Câmara no sentido de colaborar. Claro que é uma boa ideia para ajudar ao nível da horticultura e outro tipo de atividades. Agora, o que é preciso para que as pessoas consigam vender os seus produtos é que não apareçam uma série de requisitos que não sejam viáveis. É uma ideia fabulosa, mas convém que facilite a vida das pessoas e o acesso a esses postos de venda. »»»»»continua
16
ESPECIAL
opiniãopública: 30 de abril de 2020
»»»»»continuação Precisamente há um ano, numa entrevista ao OPINIÃOESPECIAL, referia, num cenário pouco animador, que não via um futuro muito risonho para a produção de leite por várias razões. Esta visão pessimista mantém-se? Mantém-se exatamente. Não concebo a ideia que de um litro de leite custe menos que um café, um quarto de águas. Não faz sentido absolutamente nenhum. Isto tendo em conta o trabalho que dá e a disponibilidade que é necessária numa vacaria, que é de 24 horas por dia. Atendendo a tudo isto, o agricultor é terrivelmente mal pago pelo litro do leite, que é muito barato para o consumidor. E há diversos problemas associados a isto, nomeadamente, o desaparecimento das quotas, a maior asneira de sempre, que faz com que o mercado esteja liberalizado e nós pequenos agricultores, que somos minifundiários, temos um poder de concorrência, naturalmente, muito inferior. Além disso, temos colegas da Europa em que os governos subsidiam os excedentes que acabam por chegar a outros países, como a Portugal, muito baratos. O mercado competitivo é que manda e isso interfere diretamente com a Lactogal, que distribui a totalidade do leite, o que se traduz na redução de contratos com os produtores. Portanto, a produção de leite não está mal, mas o futuro preocupa-nos dadas estas circunstâncias. Mas os portugueses não preferem o leite nacional? Claramente que sim. Há dois tipos de consumidores: aquele que só compra o mais barato, e não quer saber da origem do produto, e a maioria dos consumidores que preferem o produto que conhecem, que sabem ter qualidade e, sobretudo, que é de produção nacional. E não há melhor leite que o nosso. Em Famalicão, referiu na mesma entrevista, que o número de produtores de leite tem vindo a decrescer de forma significativa, tendo em contas estas dificuldades. Esta tendência mantém-se? Sim, todos os anos continuamos a perder agricultores. O ano passado perdemos uns 6 ou 7 agricultores e este ano serão 3 ou 4. Por causa de todas as dificuldades, em dois anos, só em Famalicão, já perdemos 11 empresas agrícolas. Temos passado uns anos de crise, seja a nível geral ou na agricultura, e o fechar de portas dos agricultores traz outro problema para a Cooperativa. É que também nos deixam de comprar fatores de produção e são clientes que desaparecem. E os que aparecem são muito poucos.
“O agricultor é terrivelmente mal pago pelo litro do leite, que é muito barato para o consumidor. E há diversos problemas associados a isto, nomeadamente, o desaparecimento das quotas, a maior asneira de sempre...”
A Cooperativa tem feito alguma sensibilização, tomado medidas, para ajudar a minimizar este problema? Estas questões são discutidas quase diariamente e temos feito chegar a quem de direito, na Agros, o nosso desagrado em relação à luta pelo preço. E acho que têm sido dados passos pela direção da Agros para tentar melhorar o preço. Mas o problema está na Lactogal e nos seus acionistas e aí é muito complicado. Na verdade, temos tentado minimizar o mal, porque não o conseguimos eliminar. O caminho que temos feito é o de criar alternativas à produção de leite, ou seja, deixarmos de estar tão dependentes da produção do leite. Estamos a apostar novamente no biológico e especificamente na produção de cogumelos, um projeto que já começou o ano passado. Já conseguimos fazer alguns negócios, nomeadamente com Itália, que têm corrido muito bem. Mais recentemente fizemos também um contrato para fornecer uma superfície comercial. Ou seja, estamos a dar passos para que as pessoas, os nossos associados, continuem a trabalhar a terra noutro sentido.
Neste momento já temos mais de 20 produtores de cogumelos a trabalhar connosco. A parte técnica e comercial estavam pouco trabalhadas e é aqui que a Cooperativa entra para darmos o suporte necessário para escoarmos os produtos a nível nacional e internacional. Temos falado de muitas dificuldades, nomeadamente na produção do leite. Que apoio e que medidas é que o Ministério da Agricultura tem tomado para ajudar os agricultores portugueses? O Governo tenta que o consumidor opte pelo produto nacional. É claro que as grandes superfícies e unidades de distribuição não querem saber disso, porque a preocupação vai para a margem de lucro. Se não houver uma intervenção da parte do Estado no sentido de incentivar todos a procurar o que é nacional, não valerá a pena. Por outro lado, são criados apoios, que acabam por não ajudar nada. Ou seja, na minha opinião, estas medidas não passam de atos políticos, que não produzem efeitos nenhuns, porque são introduzidas cláusulas de forma a que os agricultores não tenham acesso. Em 100 agricultores só dois conseguem reunir todas as condições para ter acesso. Isto é ridículo. Quantos sócios tem a cooperativa e que tipo de apoio proporciona? Temos atualmente mais de 1000 sócios e temos contado com novos devido à criação da secção de produção de cogumelos. Refira-se que a Cooperativa tem uma missão que passa não só por vender os produtos ligados à agricultura, mas oferecemos, igualmente, um conjunto de serviços especializados. Não é nosso objetivo dar lucro, mas sim sermos sustentáveis enquanto, ao mesmo tempo, proporcionamos apoio aos sócios naquilo que eles necessitem. Nesse sentido, a Cooperativa tem os médicos veterinários e os técnicos especializados que acompanham as culturas, quer seja nos projetos como nos campos. Além disso, procuramos dar a formação necessária que os cooperadores necessitam. Quais são os objetivos para o futuro? O objetivo é público e passa por vender as atuais instalações da Cooperativa e construirmos um novo espaço em Calendário. Mas, acima de tudo, passa por ter uma cooperativa interventiva e com capacidade para ajudar os nossos cooperadores a desenvolver a sua atividade, promovendo a sua sustentabilidade, mas também garantindo a nossa. Acreditamos que num prazo de dois anos, o nosso futuro será diferente.
pub
opiniãopública: 30 de abril de 2020
ESPECIAL
17
Loja agrícola da Fagricoop
Já conhecida pela maior parte dos famalicenses, a Fagricoop possui uma loja que é uma referência na atividade agrícola do concelho, cujo objetivo é ser reconhecida pela qualidade dos serviços e bons preços. Dispõe, por isso, das mais variadas soluções nas áreas da agricultura, pecuária, jardim, bricolage e casa. Está aberta, durante a semana das 9 às 18 horas (com pausa entre as 12h30h e as 13h30), e aos sábados, das 9 às 12h30. Refira-se que a loja faz entregas ao domicílio no prazo máximo de 24 horas após a compra. Procurando sempre a melhor resposta para quem a procura, na loja Fagricoop é feito o acompanhamento das mais diversas culturas, desde a instalação à colheita. É
feito, igualmente, o aconselhamento personalizado aos clientes, na área da fitossanidade, fertilização, sanidade e alimentação animal e nos sistemas de rega. Na loja é dada ainda resposta a questões de enologia, viticultura, fruticultura, horticultura, forragens de outono/inverno e primavera/verão e dos pequenos frutos, em voga nos dias que correm. Procurando responder às áreas mais procuradas e exploradas, na viticultura, a Loja da Fagricoop dispõe de enxertos-prontos, postes, arames, tricolores, tutores, fertilizantes específicos para a viticultura, tesouras de poda e de outros acessórios; na enologia, leveduras, desinfetantes, clarificantes, filtros, rolhas em cortiça e garrafões em PET e tem
Arquivo
Arquivo
reconhecida pela qualidade
ainda um protocolo com um laboratório para as análises de vinho. Na fruticultura e horticultura, pode encontrar neste espaço plantas e sementes e de um conjunto de fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos destinados a uso em culturas tradicionais, mas, ao mesmo tempo, de produtos específicos para a agricultura biológica. Na área das culturas forrageiras, pode encontrar sementes paras as mais diversas culturas e fertilizantes específicos. Mas não se fica por aqui. Para a casa, a Loja possui um conjunto de utensílios como recipientes de vários tamanhos, vassouras, sacos de lixo, detergentes para roupa e fertilizantes para plantas de interior. Também
dispõe de diversos tipos de ferramentas e máquinas para jardinagem e acessórios para máquinas agrícolas, como por exemplo bancos para tratores e baterias para todo tipo de máquinas. Para comercializar fitofarmacêuticos para todas as culturas, a Fagricoop tem instalações certificadas e pessoal com formação específica sobre o tema, o que lhes permite aconselhar de forma responsável, conforme obriga a Lei 26/2013 de 11 de Abril. De resto, a loja tem rações para os vários tipos de espécies domésticas: bovinos, caprinos, aves de criação, suínos, coelhos e aves recreativas.
Rui Pedro Ribeiro, Fagricoop pub
18
ESPECIAL
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Agricultura biológica já ocupa 7% das terras agrícolas em Portugal
Em Portugal, 7% das terras agrícolas já são cultivadas em modo de produção biológica, uma percentagem que está em linha com a média europeia, de acordo com dados divulgados pelo gabinete de estatística da UE, o Eurostat. Segundo os dados avançados no final do ano passado, Portugal surge à frente de países como a Alemanha (6,8%) ou França (6%), mas está ainda aquém da Áustria (23,4%), da Estónia (19,6%) e da Suécia (19,2%). No conjunto do espaço comunitário, a área dedicada à agricultura biológica, em 2017, era de 12,6 milhões de hectares, mais 25% do que em 2012. Em Portugal, há 253,7 mil hectares dedicados à produção agrícola biológica, mais 26,4% que em 2012.
Nova Lei sobre Identificação Animal
A identificação Eletrónica (microchip) passou a ser obrigatória para todos os cães, gatos e furões. Decreto-lei 82/2019 O novo regulamento (UE), em vigor desde 25/10/2019, vem estabelecer as novas regras de identificação e registo de animais de companhia. Segundo o decreto-lei 82/2019, a identificação eletrónica, através da colocação prévia de um microchip por parte de um Médico Veterinário e seu respetivo registo no Sistema de Informação de Animais de Companhia (SIAC) passou a ser obrigatória para todos os cães, gatos e furões, independentemente da sua data de nascimento. Contudo, há prazos diferentes: - 12 meses (até outubro de 2020), para aplicar microchip e registar cães nascidos antes de julho de 2008, animais que até agora não eram obrigados à identificação eletrónica; - 36 meses (até outubro de 2022), para aplicar microchip e registar gatos e furões, nascidos antes de 25 de outubro de 2019; - 12 meses (até outubro de 2020), para cães já identi-
ficados eletronicamente, mas não registados; - 12 meses (até outubro de 2020), para animais que estão registados em nome de pessoa coletiva para proceder à correção do registo e passar o registo para pessoa singular; - Cães, gatos e furões nascidos após 25 de outubro de 2019, têm até os 120 dias de idade (ou até à perda dos incisivos de leite) para aplicar microchip e registar; É também obrigatório o registo de animais que, oriundos de outros países, permaneçam em Portugal mais de 4 meses. Com a exceção de cães de raças consideradas perigosa ou potencialmente perigosa, o pagamento de taxas de licenciamento nas Juntas de Freguesia perde efeito. No entanto, caberá a cada freguesia decidir se será cobrada qualquer tipo de taxa (que não o licenciamento animal), aconselhando os tutores dos animais a procurar essa informação junto da vossa Junta de Freguesia de residência. Todas estas informações e dúvidas adicionais podem ser esclarecidas na Fagricoop, através dos serviços técnicos lá existentes. pub
opiniãopública: 30 de abril de 2020
Apoio administrativo todos os dias, todo o ano
ESPECIAL
19
Os serviços com mais relevância são diversos • Candidaturas PU;
de profilaxia de mastites, o programa de qualidade do leite e do sistema de autocontrolo de • Medidas agroambientais; resíduos antibióticos do leite, donde têm resultado benefícios para os produtores de leite ade• Candidaturas novas ao benefício fiscal de ga- rentes; sóleo agrícola; • Análises laboratoriais: ao leite mastítico (anti• Manifestos do vinho; biogramas) e contagem de células somáticas (prova de estábulo); às silagens e outros alimen• Guias do vinho; tos das explorações, para elaboração de arraçoamentos; ao solo, para correções e fertilizações; • Registos vitivinícolas; ao vinho para tratamento e correção; • Declarações de existências; A secretaria da Fagricoop está aberta todos os dias úteis, durante todo o ano. A Fagricoop disponibiliza assim aos agricultores, um serviço permanente que procura abranger todas as necessidades ao nível da relação entre os agricultores e os vários serviços do Ministério da Agricultura e entidades que necessitem para o exercício da sua atividade. Estes serviços de apoio às candidaturas, não obstante os tempos que vivemos, continuam a ser prestados nos serviços da Fagricoop. De todos os apoios submetidos, salienta-se o período de candidaturas ao Pedido Único (ajudas ao rendimento dos agricultores), cujo período, por causa da pandemia de Covid-19 foi prolongado até 15 de junho. A cada pedido único é dado a devida atenção, de forma a poten-
ciar o máximo rendimento, tendo em conta as caraterísticas de cada exploração. Além das candidaturas, são também prestados serviços de apoio, nos mais diversos âmbitos, nomeadamente no que diz respeito a investimentos na agricultura, licenças de água e implementação do referencial GlobalGap. Este último diz respeito à necessidade premente que o mercado exige, tendo em conta a capacidade de exportação dos nossos produtores, e com isso conseguir responder às exigências, que são muitas e cada vez com maiores competências. A secretaria da Fagricoop está sempre atenta aos desenvolvimentos ao nível da legislação e novas exigências que poderão entrar em vigor e que digam respeito ao setor agrícola.
• Guias de movimentação de bovinos e de pequenos ruminantes; • Informação dos resultados da classificação do leite produzido. Estes resultados estão disponíveis via Internet, podendo os produtores estar ligados diretamente; • Abate de bovinos para autoconsumo; • Apoio técnico, nomeadamente colheita de amostras de solo dos terrenos de cultivo, na ordem das centenas, e consequente trabalho de aconselhamento/recomendação das sementeiras/culturas e seus tratamentos; conselhos de aplicação e acompanhamento até à colheita; • Com o “SEGLAB” mantiveram-se alguns trabalhos na área da qualidade do leite de que se salienta a introdução do programa de vacinação Bovicontrol; as provas de estábulo, o programa
• No que respeita ao processo de legalização da atividade agrícola, a cooperativa tem ajudado os seus associados a preparar os processos de legalização, estando neste momento dois técnicos da cooperativa a acompanhar/preparar os processos no que diz respeito a averbamentos e licenciamentos da exploração pecuária, para detenções caseiras, classes I, II e III. Nesta medida, a Fagricoop tem um protocolo com a Câmara de Famalicão, onde os pedidos de parecer face à inconformidade com o PDM são realizados pela cooperativa, em vez de ser o próprio a ter de se dirigir aos serviços da autarquia; • Na Fagricoop é feita a recolha de resíduos, embalagens de fitofármacos, em colaboração com a “Valorfito”. Para o efeito existe uma calendarização específica; • É realizada a recolha das embalagens de medicamentos, com colaboração com a “Valormed”, sendo possível a entrega das embalagens durante todo o ano;
pub
20
ESPECIAL
opiniãopública: 30 de abril de 2020
As ervas aromáticas que deve plantar Cultivar hortícolas com sucesso requer dedicação e algum espaço - além do conhecimento para o fazer corretamente. E depois de acabarem é necessário plantá-las novamente. O mesmo não acontece com as plantas aromáticas perenes. Plantas anuais como o manjericão ou o endro devem ser plantadas novamente todo o ano, mas a maioria das outras plantas aromáticas usadas qualificam-se como plantas perenes. “Adormecem” quando os invernos são frios, para depois se recuperarem novamente a cada primavera. Existem duas opções quando se trata de começar a cultivar plantas perenes: pode plantá-las diretamente no solo ou cultivá-las em vasos. O início da primavera é a melhor época para plantar ao ar livre, mas pode colocar as plantas no solo em qualquer época do ano, desde que não esteja congelado. Se optar pelo cultivo em vaso, esta é uma ótima opção para quem estiver nas regiões mais frias e quiser começar imediatamente, ou quem quiser colheitas durante o ano todo. A pequena estatura das plantas aromáticas perenes torna-as grandes candidatas a janelas, pátios, varandas e decks.
Lavanda Usos: aromatizante para bebidas e sobremesas; as flores podem ser usadas em arranjos secos e remédios de ervas. Instruções para cultivo: plantar em solo bem drenado num local ensolarado. Cortar as hastes das flores à medida que vão secando. Dica para prosperar: a lavanda gosta do solo seco, tenha cuidado para não regar em demasia. Salva Usos: carne, molhos para massas e outros pratos salgados. Instruções para cultivo: plantar em solo bem drenado, em local ensolarado. Dica para prosperar: reduzir os caules em cerca de 30% no outono para estimular o crescimento. Alecrim Usos: um ingrediente essencial em muitos pratos salgados; os talos da planta podem ser cortados para uso como espetos para espetadas. Instruções para cultivo: plantar em solo bem drenado, em local ensolarado. Dica para prosperar: o alecrim gosta do solo seco, é necessário cuidado para não regar em demasia. Hortelã Usos: aromatizante para bebidas e sobremesas Instruções de cultivo: plantar em zona com sombra e irrigar várias vezes por semana durante o tempo quente e seco; tolerante a solo mal drenado. Dica para prosperar: desde que tenha humidade, a hortelã é difícil de matar. É importante saber que deve ser plantada em vasos se não quiser que se espalhe por todo o quintal. Tomilho Usos: um ingrediente essencial em muitos pratos salgados, especialmente para os italianos. Instruções para cultivo: plantar em solo bem drenado, em local ensolarado. Dica para prosperar: reduzir os caules em 50% no outono para estimular o crescimento. Orégãos Usos: um ingrediente essencial em muitos pratos salgados, especialmente para os italianos. Instruções de cultivo: plantar em solo bem drenado, num local ensolarado ou parcialmente ensolarado. Dica para prosperar: cortar os talos cerca 30 por cento depois da floração, no verão. Cebolinho Usos: excecional em omeletes; usar em qualquer prato para adicionar um pouco de sabor a cebola. Instruções de cultivo: plantar num local ensolarado e irrigar pelo menos uma vez por semana durante o tempo quente e seco. Dica para prosperar: o cebolinho cresce a partir de raízes carnudas que podem tornar um vaso superlotado. Dividir as raízes em tufos do tamanho de um punho e colocá-las em solo fresco a cada dois ou três anos. Fonte: Modern Farmer
opiniãopública: 30 de abril de 2020
ESPECIAL
21
Medidas excecionais de Bruxelas para agricultura não respondem em pleno a alguns sectores A Comissão Europeia propôs medidas excecionais de apoio ao setor agrícola, face à Covid-19, um contributo que, para o Governo português, “é positivo”, mas “não responde em pleno” a alguns setores com mais dificuldades. Em comunicado, o Ministério da Agricultura avançou que, em resposta a uma declaração conjunta dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), Bruxelas apresentou “linhas de ação de um pacote de medidas excecionais que pretendem reforçar a resposta aos efeitos derivados da pandemia Covid-19”. Em causa estão medidas de apoio à armazenagem privada nos setores de produtos lácteos (leite em pó desnatado, manteiga e queijo) e carne (bovinos, ovinos e caprinos). Por outro lado, o pacote prevê a flexibilização dos programas de apoio ao mercado para o vinho, frutas e legumes, azeite, apicultura e regime escolar da UE (leite, frutas e legumes), bem como “derrogações excecionais nas regras de concorrência da União Europeia, aplicáveis aos setores do leite, flores e batatas, permitindo aos operadores, adotar medidas de mercado de auto-organização”. De acordo com o Governo, as propostas regulamentares estão ainda em consulta pública e votação pelos Estados-membros, sendo que as medidas devem ser publicadas até ao final deste mês. Citada no mesmo documento, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, afirmou que, “em termos gerais, este pacote de medidas é positivo e aborda alguns dos aspetos identificados por Portugal, sem prejuízo de haver necessidade de reforço ou esclarecimento sobre as medidas propostas”. Para a titular da pasta da Agricultura, trata-se de “um contributo positivo, mas não definitivo, pois não responde em pleno a alguns dos setores que registam mais
dificuldades”. A 8 de abril, Maria do Céu Albuquerque já tinha referido que Portugal estava a aguardar “luz verde” de Bruxelas para a ativação de um conjunto de medidas excecionais para travar o impacto do novo coronavírus no setor agrícola. “Pedimos um conjunto de medidas excecionais, nomeadamente, para armazenamento privado, para o pa-
gamento para a redução de produção, por indemnização ao potencial produtivo, mas todas estas medidas são excecionais e têm que ser ativadas pela Comissão Europeia, que ainda não deu resposta em relação a esta matéria”, apontou, na altura, a ministra da Agricultura, que falava aos jornalistas no final da reunião do grupo de acompanhamento e avaliação das condições de abastecimento e do retalho. pub
Pandemia ameaça agricultura. Cereais e setor do vinho em risco Não é surpresa que alguns setores vão ser fortemente prejudicados pela pandemia de covid-19. A agricultura é um deles. Um grupo de trabalho criado pelo Governo – o Grupo de Acompanhamento e Avaliação das Condições de Abastecimento de Bens nos Setores Agroalimentares e do Retalho – avaliou os riscos da pandemia para a agricultura portuguesa e detetou vários problemas, sendo que alguns dos problemas já se começam a sentir. Segundo foi avançado, o setor do vinho é um dos mais importantes para a agricultura nacional, mas também um dos que já se começa a ressentir com os efeitos. O documento do grupo de trabalho adianta que “o encerramento da restauração e da hotelaria, com a quebra abrupta do turismo, estarão a diminuir o consumo doméstico anual entre os 30% a 35%”. “O cancelamento de encomendas internacionais (e obstáculos logísticos na exportação para os mercados europeus) e a perda de poder de compra que se seguirá, agravarão a previsível quebra anual nas vendas na ordem dos 50%”, acrescenta. Além do vinho, os problemas estendem-se à pecuária. Em relação aos suínos,
o setor estava a atravessar uma boa fase, nomeadamente com o aumento de 78% das exportações para a China, até ter sido bombardeado com a pandemia. Os cereais também atravessam tempos difíceis. No milho temem-se “eventuais dificuldades nas importações para garantir o aprovisionamento das indústrias, quer para alimentação humana, quer animal, por perturbações nos mercados de origem tradicionais, ou nos transportes”. Já no trigo, o grupo de trabalho sublinha que “é bastante provável que a produção de cereais, principalmente os de primavera/verão venha a estar comprometida, reflexo de constrangimentos na obtenção de sementes e de fatores de produção”. O documento reflete ainda que, no que toca ao arroz, há receios de “eventuais dificuldades nas importações para garantir o aprovisionamento das indústrias sobretudo para alimentação humana, mas também para a indústria de alimentos para animais”. Nas frutas e legumes, as preocupações voltam-se para a “possibilidade de rutura de stocks de fatores de produção, por impossibilidade de acesso a pontos de aquisição específicos como os fitofármacos”.
22
ESPECIAL
opiniãopública: 30 de abril de 2020
“Alimente quem o Alimenta”: Projeto incentiva ao consumo de bens portugueses O Ministério da Agricultura lançou o projeto "Alimente quem o Alimenta", uma campanha que visa apoiar os agricultores e promover o consumo de produtos nacionais. Durante uma visita ao Banco Alimentar em meados de abril, Maria do Céu Albuquerque, Ministra da Agricultura, anunciou o projeto, reforçando o carácter social da iniciativa, que visa ajudar os agricultores a entregarem produtos frescos e de qualidade, numa altura em que não é possível exportar os mesmos devido à pandemia de covid-19. No agro portal pode descobrir como colaborar neste projeto. "Pedimos a todas e a todos que colaborem connosco neste desafio e nos ajudem a alimentar este projeto. Já sabemos que, caso seja possível, todos devemos ficar em casa. Mas um dos motivos que nos poderá obrigar a sair será a compra de bens essenciais. Por isso, nesse momento, lembre-se: quando a necessidade de sair à rua chegar, procure sempre os produtos locais e ajude a nossa Agricultura. Por si, por todos nós, pela nossa saúde, pelo nosso país", pode lerse no texto associado à campanha.
Produção de cogumelos ganha terreno em Portugal
O leite e os seus benefícios Segundo a Direção Geral de Saúde, o leite é um alimento de elevado valor nutricional, apresentando quantidades interessantes de vitaminas e minerais. Destacam-se a vitamina B12, vitamina D, cálcio e fósforo. O cálcio é o mineral que predomina no leite, pelo que é importante referir que esse mesmo cálcio é o melhor absorvido em toda a nossa alimentação. O teor de gordura é variável com o tipo de leite, sendo que o leite magro, por ser pobre em gordura é também pobre em vitaminas que a ela se associam (por exemplo a vitamina D). As proteínas presentes nesta bebida são de alto valor biológico. Tal como as proteínas, a quantidade de lactose (açúcar do leite) é constante entre as três variedades (gordo; meio-gordo e magro). Conheça alguns dos benefícios de incluir o leite na sua alimentação.
Ossos: o leite e os produtos lácteos fornecem cálcio, fosforo, magnésio e proteínas essenciais para a formação e reparação óssea. Um consumo adequado destes produtos ao longo da vida permite manter a densidade óssea em níveis adequados protegendo contra doenças como osteoporose.
zido de doenças cardiovasculares. Esta ligação pode dever-se a vários componentes presentes no leite mas está sobretudo associada ao cálcio. O consumo diário de cálcio pode reduzir os níveis de colesterol LDL no sangue bem como evitar a sua oxidação, o que ajuda a prevenir a incidência de doenças cardiovasculares.
Dentes: a concentração de cálcio e fósforo presente no leite e derivados é benéfica para o desenvolvimento e manutenção da saúde dos dentes. A proteína mais abundante do leite, a caseína, ajuda a prevenir as perdas de cálcio e fósforo do esmalte quando os dentes são expostos a alimentos muito ácidos.
Obesidade: o consumo de leite e derivados como parte de uma dieta completa, variada e equilibrada está associado à manutenção de um peso corporal saudável e à diminuição da acumulação de gordura visceral.
Tensão arterial: um número crescente de estudos sugere que consumir 2 a 3 porções de leite e derivados integrados numa alimentação saudável, pode ajudar a reduzir a pressão arterial tanto em adultos como em crianças. Boa saúde cardiovascular: diversos estudos apontam para a ligação entre o consumo de leite e o risco reduOs cogumelos conquistaram os portugueses e há cada vez mais variedades no mercado, com os japoneses "shiitake" a ganhar terreno aos "champignons" franceses. Com o aumento da produção os produtores pedem um setor mais organizado que facilite o escoamento da produção. Essa é, de resto, a missão da Fagricoop que ajuda os produtores de todo o país a escoar a sua produção. Mas Ibraim Barbosa, presidente da direção da Unifungi, uma associação que representa cerca de 500 produtores de cogumelos, não tem dúvidas em apontar a falta de organização como o principal problema desta atividade, penalizando a comercialização. A maior dificuldade prendese com o escoamento do produto. "Eu acredito no potencial do cogumelo. Acho que há espaço para crescer, mas não vamos chegar lá comercializando cogumelo fresco", defendeu o respon-
sável da Unifungi, apelando a uma maior aposta do setor agroalimentar nos produtos transformados que acrescentem "valor e inovação ao cogumelo", como por exemplo patês ou queijo com cogumelos. Do lado dos consumidores, o interesse é crescente e multiplicam-se os festivais gastronómicos e encontros micológicos em todo o país. Segundo dados da Autoridade de Gestão do PDR2020, nos últimos cinco anos foram apresentados 571 projetos de produção de cogumelos ao abrigo dos programas comunitários na agricultura (PRODER e PDR2020), num investimento total de cerca de 40 milhões de euros. França e Espanha são os principais compradores, de acordo com os dados do Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural relativos à exportação.
Hidrata: o leite é uma boa escolha para a hidratação corporal por ser muito rico não só em água como em minerais. Saúde ocular: o leite é rico em vitaminas B2 e A que constituem dois componentes essenciais para a manutenção da saúde ocular. Fontes: www.gds.pt e www.lifestyle.sapo.pt/saude/
Covid-19: estudantes que trabalhem na agricultura terão isenção do IRS O Ministério da Agricultura anunciou que os estudantes, a partir dos 18 anos, que queiram trabalhar na agricultura estão isentos de IRS, uma medida de combate à falta de mão-de-obra no sector, face à Covid-19. “Está já prevista a isenção de IRS, até 2194,04 euros para rendimentos de trabalho obtidos por estudantes, designadamente no período de férias escolares. Esta poderá também ser agora uma solução para combater a eventual falta de mão-de-obra no sector, durante este período”, avançou, em comunicado, o ministério tutelado por Maria do Céu Albuquerque. No documento, o executivo lembrou que, face ao impacto do novo coronavírus, foi elaborado um plano de emergência para o sector
agrícola que prevê, entre outros pontos, que os colaboradores em regime de lay-off (redução do horário ou suspensão dos contratos de trabalho) simplificado poderão trabalhar na agricultura, nomeadamente, “nas áreas de produção alimentar, apoio social, saúde, logística e distribuição”.
Por sua vez, os títulos de residência dos trabalhadores imigrantes empregados na agricultura, que terminem durante este período, mantêm-se válidos “para efeitos de celebração de contratos de trabalho, acesso ao serviço nacional de saúde e prestações sociais de apoio.
opiniãopública: 30 de abril de 2020
ESPECIAL
23
24
PUBLICIDADE
opiniãopública: 30 de abril de 2020