Opinião Pública nº1484

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Ano 29 | Nº 1484| De 4 a 10 de novembro de 2020| Diretor: João Fernandes | Gratuito | www.opiniaopublica.pt

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É um dos 121 concelhos no país sujeito a maiores restrições

Famalicão no mapa vermelho da Covid 19

p. 4

Presidente da ACIF fala do impacto da pandemia no comércio tradicional

COMERCIANTES “DESESPERADOS” ESPERAM O MILAGRE DE NATAL A menos de dois meses do Natal e com o concelho sujeito a medidas mais restritivas, a fechar que nunca mais vão abrir”, diz o presidente da ACIF. A quadra natalícia não o OPINIÃO PÚBLICA dedica um especial ao comércio tradicional famalicense que, de- será igual à de outros anos, mas pode ser a última oportunidade de os comerciantes vido à pandemia de Covid 19, está a atravessar momentos muito difíceis. “Há lojas equilibrarem um pouco as contas. p. 3

Decisão Câmara mantém feiras em Famalicão, Joane, Landim, Riba d’Ave e Oliveira S. Mateus p. 3

Mogege Escola do 1º Ciclo vai beneficar de obras de renovaçãop. 9 Ensino Superior

“O Minhoto” FC Famalicão conquista Grande Prémio do Júri Coletivo Troféus distinguiram ainda sete atletas famalicenses

Especial distritais: GD Louro e UD Calendário

Aposta da Cespu na internacionalização traz mais alunos para Famalicão p. 6 pub


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CIDADE

opiniãopública: 3 de novembro de 2020

Autora do filme “Listen” vem a Famalicão no sábado

Salvador Malheiro no próximo “Quartas na Sede” do PSD

Realizadora Ana Rocha de Sousa confirmada no Ymotion

O vice-presidente do PSD e presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, é o convidado da sessão desta semana do “Quartas na Sede”, que neste mês de novembro terá a Mobilidade como tema central dos debates semanais promovidos pelo Partido Social Democrata de Famalicão. O autarca de Ovar é assim o orador convidado da tertúlia online desta quarta-feira, dia 4, marcada para as 21h00. “Mobilidade Sustentável - como atingir a neutralidade carbónica” é o tema escolhido. Recorde-se que os interessados em intervir devem inscrever-se através de mensagem privada enviada para o Facebook do PSD de Famalicão, onde será transmitida a conferência. Refira-se que Salvador Malheiro, além de autarca e vice-presidente do partido, é coordenador para a área temática de Ambiente e Energia do Conselho Estratégico Nacional do PSD e presidente da Comissão Política Distrital de Aveiro do PSD.

INAC apresenta programa de formação O Instituto Nacional de Artes Circenses (INAC), que tem escola em Famalicão, apresenta esta quinta-feira, dia 5, o programa de formação do seu 3º ano artístico. Será no decorrer de uma conferência em formato digital, através da plataforma Zoom, com início agendado para as 18 horas e que contará com a presença do vereador da Educação, Leonel Rocha. A iniciativa incluiu uma conversa subordinada ao tema” Sou profissional do Circo, em que posso ajudar?”, que pretende debater possibilidades de aproximação e criação de vínculos entre profissionais e programadores. Participam Álvaro Santos, diretor da Casa das Artes de Famalicão; Bruno Martins e Cláudia Berkeley, do Teatro da Didascália; Julieta Guimarães, da Erva Daninha (Porto), e Rui Torrinha, da Oficina, de Guimarães O discurso de encerramento estará a cargo de Roberto Magro, artista, dramaturgo, educador e diretor, formado na Académie Fratellini.

FICHA TÉCNICA

CONSELHO EDITORIAL: Alexandrino Cosme, António Cândido Oliveira, António Jorge Pinto Couto, Artur Sá da Costa, Cristina Azevedo, Feliz Manuel Pereira, João Fernandes, Manuel Afonso e Almeida Pinto. ESTATUTO EDITORIAL: disponível em www.opiniaopublica.pt

DIRETOR: João Fernandes (CIEJ TE-95) jfernandes@opiniaopublica.pt

CHEFE DE REDACÇÃO: Cristina Azevedo (CPJ 5611) cristina@opiniaopublica.pt

REDACÇÃO: informacao@opiniaopublica.pt Carla Alexandra Soares (CICR-248), Cristina Azevedo (CPJ 5611).

DESPORTO: Jorge Humberto, José Clemente (CNID 297) e Pedro Silva (CICR-220).

A realizadora Ana Rocha de Sousa, autora do filme “Listen”, que este ano arrecadou seis prémios no Festival de Cinema de Veneza, é presença confirmada no Ymotion, o Festival de Cinema Jovem promovido pela Câmara Municipal de Famalicão. A fase final do festival arrancou na passada segunda-feira, e decorrerá até sábado, 7 de novembro, dia em que serão conhecidos os vencedores dos oito prémios atribuídos pelo Ymotion, com natural destaque para o “Grande Prémio Joaquim de Almeida”, no valor de 2500 euros, que será entregue à melhor das 45 curtas em competição. A presença de Ana Rocha de Sousa no festival está agendada para sábado, às 17 horas, na Fundação Castro Alves, em Bairro. Para além da exibição de uma das suas últimas curtas-metragens, a realizadora portuguesa vai também estar à conversa com Rui Pedro Tendinha, jornalista e comissário do Ymotion, que

estará também à conversa com o ator e realizador Diogo Morgado, num tributo prestado pela organização do festival. Do programa geral do festival, destaque também para o dia 6, que ficará marcado pela organização da Mostra do Novíssimo Cinema Português, comissariada por Rui Pedro Tendinha e que consistirá numa conversa

com as atrizes Catarina Wallenstein e Sara Barradas sobre interpretação, e pela exibição das primeiras imagens do filme “Bem Bom” com uma conversa com Tozé Brito e Eduardo Breda, um dos protagonistas do filme inspirado na históriada banda portuguesa Doce. Já a sessão de encerramento do festival decorrerá no auditório do

Centro de Estudos Camilianos, no sábado à noite. Para além da atribuição dos prémios, oito no total, a grande final contará também com a atribuição, pela primeira vez, do Prémio Carreira ao ator português Nuno Lopes e com a habitual homenagem do festival, que este ano recairá sobre o ator brasileiro, Rodrigo Santoro.

Famalicão planeia estratégia para a habitação no concelho A Câmara de Famalicão estabeleceu um protocolo com a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) com o objetivo de planear e colocar em prática uma estratégia de habitação global para o território. A estratégia está assente no projeto “Habitar Famalicão” que se desdobra em várias ferramentas, desde logo, através da, já anunciada, plataforma online que reúne toda a informação sobre os programas de apoio à habitação existentes a nível nacional e municipal e que está alojada no portal oficial da autarquia. Nesta plataforma é ainda possível solicitar um atendimento personalizado ajustado a cada tipo de problema. O atendimento é feito depois através do Gabinete de Apoio à população e de promoção de acesso à habitação condigna, que prevê duas vertentes principais de atuação: por um lado, prestar apoio técnico a inquilinos e proprietários, e,

GRAFISMO: Carla Alexandra Soares e Pedro Silva.

OPINIÃO: Adelino Mota, Barbosa da Silva, Domingos Peixoto, Gouveia Ferreira, J. Mário Teixeira, José Luís Araújo, Sílvio Sousa, Vítor Pereira. GERÊNCIA: João Fernandes

CAPITAL SOCIAL: 350.000,00 Euros.

Foi criado um Gabinete de Apoio à população

por outro lado, facilitar o contacto entre o tecido social e a equipa de planeamento, constituída por arquitetos e investigadores da FAUP. O gabinete está a funcionar no

DETENTORES DE MAIS DE 5% DO CAPITAL António Jorge Pinto Couto

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opiniãopública: 3 de novembro de 2020

CIDADE

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Acórdão sobre juiz acusado de violência doméstica adiado pela terceira vez O Tribunal da Relação do Porto determinou, na passada sexta-feira, um novo adiamento, o terceiro, da leitura do acórdão do caso de um juiz de Famalicão pronunciado por violência doméstica sobre a ex-mulher. A leitura do acórdão está agora agendada para esta quarta-feira, 4 de novembro, depois de ter estado marcada para 16 de setembro, para 7 de outubro e para 30 de outubro.

Os dois adiamentos anteriores ocorreram porque o juiz arguido alegou que nesses dias tinha julgamentos urgentes, alguns deles relacionados precisamente com violência doméstica. Por não querer proferir o veredicto na ausência do arguido, a Relação forneceu às partes seis datas possíveis para remarcação da leitura do acórdão, recaindo a escolha na passada sexta-feira, 30 de outubro.

Contudo, a leitura da decisão judicial foi novamente remarcada para 4 de novembro, disse fonte judicial, justificando a opção pelas limitações às deslocações entre concelhos devido à pandemia da covid-19, impostas no passado fim de semana. Recorde-se que o juiz de primeira instância, Porfírio Vale, está a ser julgado pela 4ª secção criminal do Tribunal da Relação do Porto por alegada violência do-

méstica sobre a sua ex-mulher. O Ministério Público tinha arquivado uma queixa da mulher, mas a Relação do Porto e o Supremo Tribunal de Justiça determinaram que um coletivo de juízes julgasse o magistrado judicial por alegadamente “atormentar” a ofendida através de conversas telefónicas, correios eletrónicos e centenas de mensagens de telemóvel (SMS), a partir de 2015, ano de oficialização do divórcio. pub

Dias à Mesa regressam com as castanhas

Novembro é o mês das castanhas e em Famalicão elas são o mote para mais uma edição dos Dias à Mesa. Entre 12 e 15 de novembro, 16 restaurantes do concelho promovem a castanha nos seus menus. A iniciativa surge associada à XII edição dos Fins de Semana Gastronómicos promovida pela Turismo do Porto e Norte de Portugal. Os restaurantes aderentes são o Alfa; Amaury; Bisconde; Casa dos Frangos de Baltar; Casa Pêga; Churrascão Sousa; El Vagabundo; Fondue; Garfo Dourado; Marco; Moutados; O Caçarola; Oprato; Páteo das Figueiras; Tosco e Vinha Nova. Novembro é o último mês com Dias à Mesa, sendo que depois das Castanhas, haverá ainda Dias à Mesa com Massas. Recorde-se que uma das novidades desta edição é o “Passaporte Gastronómico”, que oferece um desconto de 10% nos restaurantes aderentes. Para além disso, o passaporte dá a oportunidade de jantar ou almoçar gratuitamente num restaurante à escolha.

Vigília de oração pelos seminários na sexta-feira A Igreja está a celebrar a Semana de Oração pelos Seminários, este ano subordinada ao lema “O Senhor chamou os que queria e foram ter com Ele” (Mc 3, 13). Ao longo desta semana, todos os cristãos são particularmente convidados a intensificar a sua oração pelos Seminários e, no Arciprestado de Famalicão será realizada uma Vigília de Oração, na próxima sexta-feira, dia 6, às 21h15. Devido à evolução da pandemia de Covid-19, a celebração decorrerá não apenas de modo presencial, mas também em formato online, com transmissão nos canais da Arquidiocese de Braga.


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CIDADE

opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Coleção de Serralves traz “Babel” de Jorge Pinheiro à Casa das Artes

Há uma nova exposição da Coleção de Serralves para ver em Famalicão. Desta vez a proposta é a obra “Babel” de Jorge Pinheiro que está, a partir desta quarta-feira, 4 de novembro, exposta no Foyer da Casa das Artes. Jorge Pinheiro (Coimbra, 1931) é reconhecido como um dos nomes mais influentes do contexto artístico português da segunda metade do século XX. Ao longo de uma carreira de mais de 50 anos, a sua obra baseia-se em princípios de matemática e semiótica, sendo particularmente inspirada na célebre sequência de Fibonacci, matemático italiano do século XII, segundo a qual cada número sucessivo resulta da soma dos dois números anteriores. A proposta que chega à Casa da Artes centra-se na obra “Babel”, a maior peça tridimensional do artista, produzida propositadamente para a exposição monográfica “Jorge Pinheiro: D'après Fibonacci e As Coisas Lá Fora”, desenvolvida em diálogo com o artista Pedro Cabrita Reis e realizada no Museu de Serralves em 2017. Para além desta obra escultórica de grandes dimensões, a exposição inclui um conjunto de obras sobre tela e sobre papel que evidenciam as investigações do artista em torno de arranjos musicais, combinações cromáticas e formulações geométricas. A mostra pode ser visitada até ao dia 23 de fevereiro de 2021. A entrada é livre.

PS preocupado com aumento “acentuado” de casos de Covid A Concelhia de Famalicão do Partido Socialista (PS) está preocupada com o crescente número de infeções registadas pelo Covid 19 no concelho. Em nota enviada à imprensa, os socialistas recordam que em apenas uma semana, de 19 a 26 de outubro, registaram-se mais 174 casos de infeção entre os famalicenses. “A tendência de crescimento acelerado da Covid 19 no nosso concelho constitui uma enorme preocupação para todos nós. E por isso temos uma responsabilidade acrescida para cumprirmos as diretivas das Autoridades de Saúde e do Governo, para que possamos diminuir o risco de contágio”, diz a nota enviada pelo partido, que aproveita para lançar “um forte apelo” a todos os famalicenses. “Achatar a curva de contágios é o nosso dever cívico”. “Usar máscara, manter o distanciamento físico e higienizar as mãos, são atos de responsabilidade que devemos de cumprir e que farão toda a diferença”, acrescenta. Para o PS de Famalicão é necessário todos se imbuírem “de um grande sentido de solidariedade, responsabilidade, cooperação e respeito com todos os profissionais de saúde, com as nossas famílias e com todos nós”.

Paulo Cunha visitou a Escola Superior de Saúde neste arranque de ano letivo

Cespu com mais alunos e novo curso em Famalicão

Momento da visita de Paulo Cunha à ESSVA

Cristina Azevedo de organização”. Almeida Dias falava aos jorA Escola Superior de Saúde do nalistas, no final de uma visita Vale do Ave (ESSVA), instituição que o presidente da Câmara Mudo grupo CESPU, sediada em Fa- nicipal, Paulo Cunha, realizou à malicão, vai receber este ano ESSVA, na quarta-feira da semais de 800 alunos, um número mana passada, onde ficou a superior ao do ano passado. saber que, apesar das contin“O curso de Fisioterapia é gências atuais, a CESPU tem inmuito procurado – é uma das tenção de continuar a investir melhores escolas e fica muita em Famalicão e prepara já uma gente de fora. Enfermagem tam- nova valência. bém ficou completo e os outros “Vamos iniciar, dentro de cursos têm a procura tradicio- pouco tempo, a construção de nal”, refere Almeida Dias, dire- uma unidade clínica na área da tor da ESSVA, adiantando que motricidade humana, que vai este ano a escola tem um novo ocupar toda a base da escola”, curso, o de Imagem Médica, que anunciou Almeida Dias. faz a junção dos antigos cursos Aposta na internacionalziação de radiologia e radioterapia. Cerca de metade dos alunos Este ano letivo tinha assim tudo para ser bom, não fosse a da CESPU são estrangeiros, sopandemia de Covid 19. “É uma bretudo de países da União Eusituação que nos afeta bas- ropeia, uma estratégia de tante, enquanto escola de internacionalização elogiada saúde, porque os nossos locais por Paulo Cunha. “Nós gostade trabalho fora da escola são mos de ver os famalicenses um os hospitais, os centros de pouco por todo o mundo, mas saúde e as clínicas, que são lo- também gostamos de ver um cais de mais risco”, afirma o res- pouco de todo o mundo em Faponsável, reconhecendo “é um malicão. E a CESPU é, seguraum dos maiores bom ano do ponto de vista do mente, número de alunos, mas um ano contribuintes para que tenhamuito difícil do ponto de vista mos cidadãos de outras prove-

niências”, referiu. O edil diz que “são alunos que queremos que vivam cá num contexto o mais amigável e sociável possível e que, depois de cumprirem os seus percursos formativos, também possam realizar em Famalicão as suas dimensões familiar e profissional”. Isso – considera ainda o autarca – só ajudará o concelho “a ter maior diversidade do ponto de vista da empregabilidade e empresarial”. A oferta de alojamento para os estudantes também parece ter melhorado este ano. “Nos outros anos, os alunos estrangeiros sentiam muita dificuldade e, estranhamente, este ano sentimos menos pressão”, afirma Almeida Dias adiantando que a CESPU e a Câmara Municipal “têm procurado encontrar parceiros que possam ajudar a encontrar soluções de alojamento no concelho”. Paulo Cunha, por seu lado, reconhece que a autarquia tem consciência de que “algo tem de acontecer do ponto de vista da oferta”, sobretudo, “se quisermos – como queremos – que mais alunos venham para cá”.


opiniãopública: 4 de novembro de 2020

CIDADE

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Aumento de casos de Covid 19 faz soar os alarmes

Famalicão entre os concelhos de risco e alvo de medidas restritivas Famalicão é um dos 121 concelhos considerados com risco elevado de propagação da Covid 19 e, como tal, sujeito às medidas restritivas aprovadas pelo Conselho de Ministros do passado sábado. Em causa estão os concelhos onde se verifiquem 240 novos casos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, um lote onde Famalicão se incluiu tendo em conta a evolução da pandemia nas últimas semanas. Ao contrário do habitual, na segunda feira, a Direção Geral da Saúde (DGS) não divulgou os dados relativos aos concelhos do país – prometendo fazê-lo ao longo desta semana – pelo que, até ao fecho desta edição, não foi possível saber quantos novos casos se registaram na última semana (de 26 de outubro a 1 de novembro). De qualquer forma, nas duas semanas anteriores o concelho famalicense tinha registado um total de 280 novos casos, o que naturalmente fez disparar o alarme, à semelhança, de resto, do que aconteceu em todo o distrito de Braga e em praticamente todo o litoral Norte, pintados a vermelho no mapa de risco. Entretanto, ao longo da última semana foram sendo conhecidos alguns pequenos surtos em algumas instituições famalicenses. Foi o caso do Centro de Estudos de Riba d’Ave (CERA) que contabilizou seis infetados: quatro estudantes e duas professoras. Dois dos alunos pertencem à Escola Básica de Delães, outro frequenta a escola de Guardizela e

Arquivo

Cristina Azevedo

Dever de recolhimento domiciliário também vigora em Famalicão

outro de Vila das Aves. Também a Escola Básica da Lagoa confirmou a infeção de uma funcionária da valência do Jardim de Infância. O mesmo aconteceu no Jardim de Infância de Outiz que foi encerrado, após a confirmação de um teste positivo à Covid 19 numa criança que frequenta a instituição. Assim, procedeu-se ao isolamento de duas funcionárias, uma educadora e cerca de 15 crianças, para prevenção da propagação do vírus. Esta terça-feira soube-se também que duas turmas da Escola Boca do Monte, em Mogege, estão de quarentena em casa, uma do 1º ano e outra do 4º, num

total de 46 alunos, depois de uma professora ter testado positivo para o novo coronavírus. Por determinação da Delegação de Saúde de Famalicão, os alunos estão em casa, desde o início desta semana, a cumprir quarentena profilática. Casa das Artes antecipa horários Face ao crescente número de casos, a partir desta quarta-feira, Famalicão integra, assim, o lote dos concelhos que, nos próximos quinze dias, vão ter medidas mais restritivas. São elas o dever de recolhimento domiciliário; a obrigatoriedade de teletrabalho e de desfasamento de horários,

sempre que seja possível; o encerramento do comércio às 22 horas, incluindo centros comerciais, e fecho dos restaurantes pelas 22h30, com um máximo de 6 pessoas por mesa. Já as festas e celebrações não deverão ter mais de cinco pessoas, salvo se forem do mesmo agregado familiar. Também os equipamentos culturais, como teatros, cinemas ou salas de concertos, passam a encerrar às 22h30. A medida levou já a Casa das Artes de Famalicão a antecipar os horários de início dos espetáculos do próximo fim de semana para as 20h45. Em causa está o concerto de Tainá (sexta-feira, dia 6) e a

peça “Para Atravessar Contigo o Deserto do Mundo”, com Pedro Lamares e Lúcia Moniz (sábado, dia 7). Às pessoas que já tenham adquirido os seus ingressos e que seja impossível estarem presentes podem pedir o reembolso dos mesmos junto da entidade onde os adquiriram. No sábado, o Primeiro-ministro António Costa anunciou também a proibição de feiras e mercados levantes, contudo, após vários protestos, o Governo acabaria por passar essa decisão para as Câmaras Municipais, sendo que em Famalicão a feira semanal vai manter-se (ver notícia nesta página).

O mesmo se aplica às feiras de Joane, Landim, Oliveira S. Mateus e Riba d’Ave

Câmara Municipal mantém Feira Semanal

Arquivoo

A Feira Semanal de Famalicão, que tem lugar todas as quartas-feiras, vai continuar a realizar-se na observância das regras emanadas pela Direção Geral de Saúde (DGS), informou esta terça-feira a Câmara Municipal. Na sequência da publicação em Diário da República, segunda-feira, da resolução do Conselho de Ministros n.º 92-A/2020, que concede aos municípios a responsabilidade de autorizar a realização das feiras e mercados de levante nos seus territórios, o presidente da Câmara, Paulo Cunha, através de despacho emitido ontem, terça-feira, autorizou a realização da Feira Semanal de Famalicão e o funcionamento do Mercado Municipal. Entende o autarca que estão “verificadas e acatadas as condições de segurança e o cumprimento das orientações definidas pela Direção Geral de fere que “quer na Feira Semanal, quer no dispositivo de prevenção e fiscalização Saúde”. Mercado Municipal será solicitado à PSP da utilização de máscara no espaço púNo mesmo despacho, Paulo Cunha re- e à Polícia Municipal um reforço do seu blico por parte dos consumidores e ven-

dedores, verificação do distanciamento social e demais medidas de segurança” definidas quer no Plano de Contingência, quer nas orientações da DGS. Em relação às feiras e mercados de levante realizados nas freguesias de Joane, Landim, Oliveira S. Mateus e Riba d’Ave, a posição da autarquia é similar, sendo “autorizada a sua realização, verificadas que estejam as condições de segurança e o cumprimento das orientações definidas pela DGS, nomeadamente, a existência de um Plano de Contingência devidamente divulgado. Em relação a estas últimas, a autarquia sublinha que “a fiscalização da verificação do cumprimento das regras de funcionamento compete, em primeira instância à GNR e à Polícia Municipal”, devendo os respetivos presidentes de Junta de Freguesia solicitar a estas forças de segurança “um reforço do seu dispositivo de prevenção e fiscalização”.


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CIDADE

opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Escola de Artes ACE recebe selo de qualidade

A Escola de Artes ACE, com estabelecimentos no Porto e em Famalicão, acaba de receber o selo de qualidade EQAVET, um certificado europeu para o Ensino e Formação profissionais, anunciou esta semana a escola. O processo iniciou-se no passado mês de setembro, quando a ACE foi alvo de uma auditoria por parte da entidade competente, a ANQEP. Dessa aferição, a avaliação final considerou justificar-se a atribuição do Selo de Conformidade EQAVET à ACE para os próximos três anos, período máximo aplicável Refira-se que o EQAVET é um instrumento através do qual se pretende documentar, desenvolver, monitorizar, avaliar e melhorar a eficiência da oferta da Educação e Formação Profissional e a qualidade das práticas de gestão. Pressupõe uma monitorização regular e tem como objetivos promover a empregabilidade dos alunos recém formados, o equilíbrio entre a oferta e a procura das suas competências e qualificações, a par do acesso inclusivo à educação.

AML vai receber formandos da Escola Bento de Jesus Caraça

Re-Coffee nasceu em Famalicão há um ano

Jovem empresa lança sapatilhas produzidas com borra de cafés

A equipa da Re-Coffee

Sapatilhas vegan produzidas a partir de borras de café, borracha reciclada, fibras naturais de coco e de ananás, entre outras, para um público com consciência ambiental, mas que simultaneamente aprecia o design e o conforto. É esta a proposta criada e desenvolvida pela Re-Coffee, um projeto de jovens empreendedores iniciado em Famalicão por Rui Monteiro, estudante de Engenharia de Materiais na Universidade do Minho e que já trabalha na direção de qualidade de uma empresa, a mesma que lhe deu a oportunidade para passar as suas ideias para a prática. Foi no café, à mesa com os amigos, que lhe surgiu a ideia de integrar e valorizar as borras de café em materiais. “Não foi um processo fácil, foi preciso perceber como secar e esterilizar as borras para neutralizar a substância, mas descobri um mundo de

possibilidades”, explicou o jovem empresário, no decorrer de uma visita que o presidente da Câmara, Paulo Cunha, realizou à startup, no âmbito do programa “Roteiro Pela Inovação”. Rui Monteiro e a equipa jovem que o acompanha (a Kátia na comunicação, a Lídia na gestão e a Juliana no design) acreditam notoriamente no potencial do produto. O projeto Re-Coffee foi implementado em outubro de 2019 com o lançamento da primeira linha de sapatilhas. O revestimento da sapatilha é feito através da tal matéria-prima nova desenvolvida por Rui Monteiro e batizada de coffee leather, combinando 50% de borra de café e 50% de borracha reciclada. A sola possui 30% de borra de café e 70% de borracha reciclada. São borras de cerca de 33 cafés expressos em cada par de sapati-

lhas que estão à venda no Facebook e Instagram da Re-Coffee e no site da Etsy. O pioneirismo da marca valeulhe já o reconhecimento municipal com a atribuição do selo Famalicão Visão 25, na categoria Famalicão Made IN. “Deixo um rasgado elogio à iniciativa. Estão a aplicar de forma sublime a tese da economia circular, caminhando para o ideal de eliminação total de resíduos no processo produtivo”, disse Paulo Cunha não escondendo o orgulho de ver no seu concelho “germinar um projeto com este rasgo empreendedor por gente jovem e criativa”. A coleção Kaffa Line é unisexo e está disponível em modo Caramel, Coffee, Latte Pingatto, Late Machiatto e Red Velvet. Quanto à qualidade, as sapatilhas do Rui, umas Cofee, têm dois anos, “muito uso e ainda cheiram a café”.

Mercado Municipal: estão abertas as candidaturas para produtores locais

A Associação de Moradores das Lameiras (AML) assinou. na passada sexta-feira, um protocolo de cooperação com Escola Profissional de Bento Jesus Caraça. Ao abrigo deste protocolo a AML irá a receber formandos dos vários cursos lecionados por aquela escola profissional. A formalização em "papel" da colaboração entre as duas instituições foi concretizada pelo presidente da AML, Jorge Faria, e pelo diretor da Bento de Jesus Caraça, Manuel Freitas. Jorge Faria referiu que “a formalização destes protocolos surge como uma mensagem para a comunidade, de que, nos dias de hoje, todos devemos ser cooperantes e conseguir criar uma sintonia que permita que as instituições apresentem serviços de excelência para melhor servir a população de Famalicão”.

A novo Mercado Municipal de Famalicão vai ter um espaço reservado aos produtores locais, para que possam vender ocasionalmente os seus produtos agrícolas, agroalimentares e pecuários, mas também para que os famalicenses e habitantes dos concelhos limítrofes possam vender os excedentes dos seus quintais e hortas. As candidaturas para a ocupação do Mercado dos Lavradores, como é designado o espaço, já estão abertas e podem ser efetuadas presencialmente, mediante marcação, no Balcão Único do Município e nas Juntas de Freguesia do concelho, ou através do envio de formulário próprio para o email camaramunicipal@famalicao.pt. A inscrição é gratuita. O Mercado dos Lavradores funcionará de segunda a sábado, das 07h00 às 13h00. A periodicidade de venda, a indicação do espaço/terreno onde se localiza a exploração e a indicação dos produtos que pretende vender são alguns dos elementos que devem ser indicados no formulário de inscrição, disponível em www.famalicao.pt/formularios-famalicao.

Recorde-se que a renovação do Mercado Municipal está a decorrer, prevendo-se que possa abrir ao público no início do próximo ano. A obra tem um custo total de quatro milhões de euros e conta comverbas aprovadas no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU, que garantiram um cofinanciamento FEDER de 3,1 milhões de euros.


opiniãopública: 4 de novembro de 2020

CIDADE

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Paulo Cunha visitou o Centro de investigação criado no concelho

Universidade do Minho quer consolidar-se em Famalicão O reitor da Universidade do Minho (UM), Rui Vieira de Castro, entregou, na terça-feira da semana passada, a bandeira da universidade ao presidente da Câmara Municipal de Famalicão, Paulo Cunha, num gesto que marcou a presença da instituição em Famalicão. “Com este gesto não estamos propriamente a querer marcar território”, disse o reitor em tom de brincadeira, “mas estamos a demonstrar a nossa intenção e a nossa ambição de consolidar a Universidade do Minho neste território através de um projeto com futuro”. Paulo Cunha aproveitou o momento para visitar o Centro de Investigação da UM, criado há cerca de um ano no Centro de Investigação e Inovação e Ensino Superior de Famalicão (CIIES), em Vale S. Cosme. Acompanhado por Rui Vieira de Castro, o edil inteirou-se sobre o trabalho desenvolvido nos dois laboratórios que já funcionam na estrutura e sobre os projetos para o futuro. Neste momento, a UM já investiu em Famalicão mais de um milhão de euros em equipamen-

Momento da visita de Paulo Cunha a um dos laboratórios

tos para apetrecharem os laboratórios de Biotecnologia Alimentar e de MicroNano Fabricação. De acordo com o reitor, para além do equipamento, “a Universidade trará para o concelho, a curto prazo, cerca de 30 inves-

tigadores e, por arrastamento, estudantes de doutoramento e estudantes de mestrado e outros investigadores que farão aqui os seus estudos”. O reitor não escondeu a ambição de criar em Famalicão um pub

verdadeiro polo da UM. “Nós criamos aqui estas duas unidades, mas a nossa perspetiva é bastante mais ambiciosa. Verdadeiramente o que nós esperamos é ir construindo a ideia de uma universidade multipolar,

com uma presença mais vincada em Famalicão”, afirmou o responsável que vincou como fator positivo o ambiente empresarial existente no concelho. Satisfeito com as intenções da UM, o presidente da Câmara Municipal disse que “Famalicão é hoje um concelho fortemente industrializado e é o epicentro de grandes empresas, reunindo um potencial enorme, para através de parcerias, como esta com a Universidade do Minho, afirmar-se no contexto nacional e internacional”. O autarca salientou ainda a importância “do ambiente propicio à partilha de conhecimentos e à inovação”, tendo em conta a proximidade destas estruturas ao TECMEAT, Centro de Competências do Agroalimentar, que também está instalado no CIIES, assim como a um conjunto de empresas e entidades ligadas ao agroalimentar. “Temos aqui reunidas as condições essenciais para que o resultado seja o que ambicionamos”, referiu Paulo Cunha, referindo-se à aposta do município no setor das Carnes. pub


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CIDADE

opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Em causa estão ações de formação que receberam, mas não ministraram

Dois bombeiros acusados de burla e falsificação em Famalicão O Ministério Público (MP) acusou dois bombeiros pelos crimes de burla e falsificação num processo relacionado com formação que teriam de dar, mas não deram, em Famalicão, prejudicando o Programa Operacional Potencial Humano (POPH) em 38.663 euros. Segundo nota hoje publicada na página da Procuradoria-Geral Distrital do Porto, o MP considerou indiciado que os arguidos, em 2014, desempenhavam a função de formadores por conta de uma sociedade comercial com sede em Famalicão, que tinha como atividade, entre outras, a promoção de ações de formação variadas. Esta sociedade, em 2012, conseguiu a aprovação de candidatura para ministrar Unidades de Formação de Curta Duração, nomeadamente de ambiente, segurança, higiene e saúde no trabalho, primeiros socorros, tipos de acidentes e formas de atuação, saúde e socorrismo e elaboração de planos para lidar com situações de emergência, entre outras.

Ainda segundo o MP, os arguidos, sabendo de antemão que seriam escolhidos como formadores pela referida empresa, decidiram divulgar as ações de formação junto dos elementos da corporação de bombeiros em que trabalhavam, um como

2.º comandante e o outro como bombeiro. A sociedade comercial organizou 15 ações de formação, calendarizadas para o período que decorreu de março a outubro de 2014, colocando os arguidos como formadores das mesmas.

No entanto, e ainda de acordo com a acusação, os arguidos, “conforme tinham já combinado entre si, não deram curso a qualquer formação, limitando-se a remeter à sociedade comercial organizadora, para efeitos de receberem os pagamentos como formadores, a documentação burocrática como se a tivessem mesmo ministrado, nomeadamente os registos dos sumários da formação supostamente dada e as respetivas folhas de presenças com as assinaturas dos formandos forjadas”. Deste modo, os arguidos receberam 11.000 euros respeitantes a remuneração a que não tinham qualquer direito, sendo 8.000 para um e 3.000 para o outro. Deram, assim, causa a que o POPH fosse prejudicado em 38.663,36 por ter pagado ações nunca realizadas, correspondendo o valor de 10.623,76 euros aos encargos com a alimentação dos formandos, o de 11.000 aos encargos com os formadores e o de 17.039,60 a outras despesas.

Serviço da Oldcare é gratuito e assegura anonimato

Linha de apoio psicológico para profissionais de saúde criada em Famalicão A Clínica Oldcare, de Famalicão, criou uma Linha de Apoio Psicológico para os profissionais de saúde. O atendimento é gratuito e os profissionais de saúde podem usufrui-lo de forma anónima. “O objetivo é proporcionar apoio a quem tem estado na linha de frente ao combate a covid-19”, explica Susana Dias, diretora clínica da Oldcare, acrescentando que os profissionais de saúde estão “sobrecarregados e sob forte pressão” desde a primeira onda da pandemia e agora ainda mais com o agravamento da mesma A responsável considera que é “essencial cuidar de quem cuida”, destacando que “há profissionais exaustos, com ansiedade, stresse crónico, depressão e síndrome de Burnout”. Susana Dias salienta que, com

o número de casos diários a crescer e o número de internamentos a aumentar, não se vislumbram tempos fáceis para quem atua no combate a covid-19. “Precisamos dos profissionais de saúde e as suas famílias precisam dos pais, mães, filhos, maridos, esposas que eles são. Precisamos cuidar dessas pessoas e procurar ajudar a evitar o esgotamento físico e mental que, infelizmente, muitos já sentem”, destaca. Recorde-se que, em abril, a Ooldcare criou uma Linha de Apoio Psicológico para ajudar as pessoas a cuidar da saúde mental durante a pandemia da Covid 19. O serviço foi realizado de forma gratuita e registou, em média, uma chamada por dia. A maior parte das chamadas foi efe- cisavam de apoio médico. Tam- ansiedade devido ao isolamento emocionalmente difíceis devido à tuada por pessoas com doenças bém foram registadas chamadas social e contactos feitos por pes- perda de familiares próximos com mentais pré-existentes e que pre- feitas por pessoas com crise de soas que estão a viver momentos Covid 19.

Famalicão

Barbosa: Rua Santo António, Tel. 252 302 120 Calendário: Rua da Liberdade, Tel. 252 378 400/1 Cameira: C. Mouzinho Albuquerque, Tel. 252 323 819 Central: Praça D. Maria II, Tel. 252 323 214 Nogueira: Av. Marechal H. Delgado, Tel. 252 310 607 Valongo: Rua Adriano Pinto Basto, Tel. 252 323 294 Gavião - Av. Eng. Pinheiro Braga, 72 - Telef. 252 317 301 Marinho: Edif. S. José - Estalagem - Telf. 252 921 182 Martins Ventura: R. C. Cerejeira - Lousado - Telf. 252 493 142 Estação: Largo da Estação - Nine - Telf. 252 961 118 Ribeirão: Rua Quinta Igreja 9 - Ribeirão - Telf. 252 416 482 Joane: Rua S. Bento, nº 217 - Telf. 252 996 300 Landim: Estrada Nacional 204/5, nº 693 - 252321765

Famalicão Quarta, 4

Serviço Valongo

Quinta, 5

Gavião

Sexta, 6

Cameira

Sábado, 7

Central

Domingo, 8

Calendário/Ribeirão

Segunda, 9

Nogueira

Terça, 10

Valongo

Vale do Ave

Almeida e Sousa: Covas - Oliv. Stª Maria - Telf. 252 931 365 Bairro: Av. Silva Pereira, Telf. 252 932 678 Delães: Portela - Delães - Telf. 252 931 216 Riba de Ave: Av. Narciso Ferreira, Telf. 252 982 124

Vale do Ave

Serviço

Quarta, 4 Quinta, 5 Sexta, 6 Sábado, 7 Domingo, 8 Segunda, 9 Terça, 10

Riba de Ave Almeida e Sousa Bairro Delães Riba de Ave Almeida e Sousa

Serviço de disponibilidade

Paula Reis: R. José Elisio Gonçalves Cerejeira, nº 629 Calendário - Tel. 252 378 057 Maceiras: Louro - Telf. 252 310 425 Marques: Largo da Igreja - Fradelos - Telf. 252 458 440 Oliveira Monteiro: Largo Igreja - Cabeçudos - Telf. 252 331 885 Pedome: Av. S. Pedro, 1139 - Pedome - Telf. 252 900 930 Pratinha: Largo do Cruzeiro - Cavalões - Telf. 252 375 423 S. Cosme: Vale S. Cosme - Telf. 252 911 123 Arnoso: Av. Joaq. Azevedo - Arnoso Sta. Maria - Telf. 252 916 612


opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Quatro detidos por furto de veículo e condução perigosa em Nine A GNR de Famalicão deteve, a semana passada, dois homens de 18 e 27 anos e duas mulheres de 20 e 21 anos pelos crimes de furto de veículo e condução perigosa, na freguesia de Nine. Em comunicado, o comando distrital explica que, no âmbito de uma ação de patrulhamento, os militares da Guarda “detetaram duas viaturas furtadas, em Braga e em Famalicão, que, perante a presença policial, iniciaram uma fuga”. Foram seguidas e uma das viaturas foi imobilizada na freguesia de Nine, “tendo-se verificado que tinha sido furtada há pouco tempo na zona de Braga, acabando os quatro ocupantes detidos”. Em simultâneo, a segunda viatura furtada, que se havia separado da outra durante a fuga, foi abandonada no centro da cidade de Famalicão. Foi ainda possível apurar que o grupo furtou uma carteira do interior de um veículo estacionado na cidade de Braga. Os quatro detidos foram presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Famalicão, ficando sujeitos à medida de coação de termo de identidade e residência. A ação contou com o reforço do Destacamento de Intervenção de Braga e com o apoio da Polícia de Segurança Pública.

Câmara avança com obras na Estrada Municipal 309

Já arrancaram as obras de reparação do pavimento na Estrada Municipal 309, nas freguesias de Vale S. Martinho e União de freguesias de Vale S. Cosme, Telhado e Portela. A obra da Câmara l de Famalicão implica um investimento de cerca de 95 mil euros e está entregue à empresa Batufam, Lda com um prazo de execução de 30 dias. De acordo com a memória descritiva, a empreitada visa retificar o pavimento em faixa de rodagem, que se encontra deteriorado tanto pelo seu desgaste no tempo, como também pelas intervenções que aconteceram ao nível da rede de saneamento básico. “Trata-se de uma obra fundamental para a mobilidade nesta zona do concelho, que abrange o cruzamento com a estrada 206, no lugar de Cruz de Pêlo até ao limite do concelho de Famalicão, na freguesia de Portela”, explica a propósito o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha. Os trabalhos irão ser executados somente na faixa de rodagem, fazendo intervenções numa faixa de cada vez, condicionando assim o trânsito, que se fará de forma alternada.

Requalificação da Fonte dos Travassos em Landim concluída A Junta da Freguesia de Landim anunciou, a semana passada, a conclusão das obras de requalificação da Quelha da Fonte dos Travassos. Segundo já autarquia, a fonte e os antigos tanques do local já foram reparados, esperando-se agora a aplicação de focos de iluminação pública. A Junta congratula-se, desta forma, com os melhoramentos efetuados neste local afirmando que "dá gozo ver as pessoas a usufruírem deste espaço”.

FREGUESIAS

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Autarca quer construir Casa Mortuária até final do mandato

Mogege vai avançar com obras na escola do 1º ciclo Cristina Azevedo* A Junta de Mogege vai avançar com obras na escola do 1º ciclo da freguesia até ao final deste ano. A informação foi adiantada pelo autarca local, José Carlos Lima, em entrevista, esta semana, à Fama Rádio e Televisão. O presidente da Junta sublinha que a requalificação da escola é uma “necessidade urgente” e que para o período das férias de Natal já está programada a colocação de nova caixilharia com vidos duplos, “para maior conforto térmico das nossas crianças e restante comunidade escolar”. José Carlos Lima quer também que a zona do receio seja intervencionada, nomeadamente, com a colocação de cobertura “para que as crianças tenham aulas de educação física com mais algum conforto”. Até ao final do mandato, que termina no próximo ano, o autarca quer ainda concretizar a construção da Casa Mortuária. “No centro da freguesia temos o cemitério, a igreja, o salão paroquial, um parque de lazer e falta-nos a casa mortuária”, afirma José Carlos Lima, que acredita que o processo “está bem encaminhado” e que a obra, orçada em mais de 100 mil euros, terá “condições para ser concluída até ao final do mandato”. “O projeto está concluído, também já temos o terreno, que pertence à Igreja e há vontade do pároco em realizar essa obra, bem como o compromisso da Câmara Municipal em apoiar financeiramente”, acrescenta. Entretanto, neste momento estão a decorrer obras de repavimentação em algumas vias, das quais o autarca destaca a

Rua das Fontaínhas, que dá acesso a uma zona industrial da freguesia. “Além da repavimentação do piso, estamos também a construir passeios, porque as pessoas que trabalham nessa zona industrial moram perto, vão almoçar a casa a pé e vão para o trabalho a pé”, explica o presidente da junta, assegurando que esta é uma filosofia que tem procurado seguir em todas as intervenções na rede viária, isto é, criar condições para os automóveis, mas também para os peões. De resto, José Carlos Linha, que cumpre o seu segundo mandato à frente dos destinos da Junta de Mogege, diz que o mais importante “são as pessoas” e, por isso, ao longo destes últimos oito anos, procurou criar condições para a realização de dinâmicas culturais, que fomentassem o sentido de comunidade. E dá como exemplos a realização do Trail Penedo da Moura ou o surgimento do Grupo de Teatro de Juventude. “Todos os meses havia uma atividade na sede da Junta, para sermos mais comunidade, para

convivermos e encontrarmo-nos mais”, conta. É certo que a pandemia veio alterar esta realidade, mas o autarca acredita que “quando a tormenta passar”, este continuará a ser o caminho. Recandidatura é praticamente certa Entretanto, dentro de sensivelmente um ano haverá eleições autárquicas e José Carlos Lima irá recandidatar-se a um terceiro mandato, integrando novamente uma lista independente. Há quatro anos foi eleito pelo Movimento Independente de Mogege, com o apoio da coligação PSD/CDS-PP, um cenário que espera repetir em 2021. “Começamos assim, temos de acabar assim. Nas autarquias, sobretudo nas freguesias, dada a proximidade, os eleitores não olham muito à cor política, mas às pessoas. Isso não quer dizer que os partidos não sejam importantes e o apoio que tivemos e temos da coligação é importante, até pela logística”, conclui o autarca. *com Carla Alexandra Soares

Paulo Cunha foi ver frente de investimentos em Riba d’Ave O presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, visitou a semana passada a vila de Riba d’Ave e registou que a freguesia começa agora “a dar sinais claros de crescimento e progresso consolidados nas mais diversas áreas”. “É um trabalho gigante que está a ser desenvolvido pela Junta de Freguesia, que tem feito esforço imensurável pelo progresso da vila”, afirmou o edil Acompanhado pela presidente de Junta, Susana Pereira, e pelo vereador das freguesias, Mário Passos, Paulo Cunha percorreu vários espaços da localidade inteirando-se dos projetos realizados e ouvindo as ambições para o futuro. Neste momento, para além da reabilitação do Teatro Narciso Ferreira, que renascerá em breve como um polo cultural do concelho, a autarquia tem investido muitos milhares de euros no melhoramento da rede viária. Depois

de concluídas as obras de requalificação das ruas Luís de Camões e António Gonçalves, a autarquia irá comparticipar a beneficiação da Rua Conde de Riba de Ave, um importante eixo rodoviário da vila. No que diz respeito à área desportiva, a Câmara Municipal decidiu atribuir uma verba de 160 mil euros para comparticipar as obras de beneficiação das instalações desportivas do Riba de Ave Hó-

quei Clube. “As obras estão à vista de todos. Dentro daquilo que está ao nosso alcance tudo tem sido feito pelo futuro de Riba de Ave”, afirmou a presidente de Junta que aproveitou a presença de Paulo Cunha para demonstrar a vontade de ver nascer na vila um parque verde. “É o nosso próximo grande projeto”, sublinhou Susana Pereira.


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opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Emília Maria Vieira, no dia 24 de outubro, com 88 anos, viúva de Manuel da Silva Gonçalves, de Lordelo (Guimarães).

Américo de Sá, no dia 30 de outubro, com 92 anos, viúvo de Palmira Ferreira da Silva, de Lousado.

José Gonzaga Freitas da Cunha, no dia 31 de outubro, com 85 anos, casado com Emília Margarida Machado Ribeiro, de S. Martinho do Campo (Santo Tirso).

Agência Funerária Guimarães Sousa Lousado– Tel.: 911 124 387

Maria Fernanda Neto de Mariz, no dia 31 de outubro, com 63 anos, casada com Manuel Carvalho da Silva, de Monte Córdova (Santo Tirso).

Maria da Conceição da Costa Miranda Araújo, no dia 31 de outubro, com 74 anos, viúva de António Machado de Araújo, de Oleiros (Guimarães).

Agência Funerária Riba D’Ave Riba D’Ave – 917 586 874

Agência Funerária da Portela Portela (Santa Marinha)– Tel.: 252 911 495

Isaurinda Costa Azevedo, no dia 29 de setembro, com 82 anos, casada com Camilo da Costa e Silva, de Fradelos. Lucas Santos Miranda, no dia 1 de novembro, com 48 anos, casado com Carla Cristina Araújo Ferreira, de Fradelos. Agência Funerária Palhares Balazar– Tel.: 252 951 147

Falecimentos Rosa Dolores Marques Ribeiro, no dia 27 de outubro, de Airão Santa Maria (Guimarães). Armindo da Costa e Silva, no dia 28 de outubro, com 67 anos, casado com Maria José da Costa Oliveira e Silva, de Sequeirô (Santo Tirso). Laurinda de Jesus Costa Gomes, no dia 28 de outubro, com 83 anos, casada com Fernando Ferreira Gomes, de Vale S. Martinho. Jorge Manuel Vieira, no dia 28 de outubro, com 53 anos, solteiro, de Cabeceiras de Bastos. Constantino Armindo Quintas Ferreira, no dia 29 de outubro, com 88 anos, casado com Carolina Roriz Pereira, de Areias (Santo Tirso). Manuel Eduardo Marques Fangueiro, no dia 29 de outubro, com 50 anos, casado com Andreia Carina Oliveira Alves, da Carreira. António Carneiro, no dia 30 de outubro, com 92 anos, casado com Adelaide Pereira Garcês Carneiro, de Antas S. Tiago. Manuel Pereira Carneiro, no dia 30 de outubro, com 87 anos, casado com Idalina Ferreira Cardoso, de Requião. Jerónimo Mendes Fernandes, no dia 31 de outubro, com 71 anos, casado com Maria de Fátima Vaz Fernandes, de Cabeçudos. Manuel Augusto Norte Pinheiro da Silva, no dia 31 de outubro, com 80 anos, viúvo de Maria da Conceição Silva Carvalho Silva, de Vale S. Martinho. Virgílio Almeida Mendes, no dia 29 de outubro, com 71 anos, solteiro, de Areias (Santo Tirso). Manoel Castro Lopes, no dia 1 de novembro, com 85 anos, casado, de Landim. David de Almeida e Castro, no dia 1 de novembro, com 83 anos, casado com Maria Alice Pereira Lima e Castro, de Landim.

Joaquim Martins Vieira, no dia 31 de outubro, com 86 anos, casado com Maria Alice Alves Neto, de Monte Córdova (Santo Tirso). Emília Martins Pereira, no dia 29 de outubro, com 85 anos, viúva de Joaquim Castro Ferreira, de Roriz (Santo Tirso). Júlio da Silva Fernandes, no dia 30 de outubro, com 89 anos, viúvo de Eufrasina Ferreira Neto. Agência Funerária de Burgães Sede.: Burgães / Filial.: Delães Telf. 252 852 325

José Faria Fernandes, no dia 1 de novembro, com 81 anos, casado com Josefa Areias da Silva Araújo, de Ronfe (Guimarães). Teresa de Belém, no dia 1 de novembro, com 90 anos, viúva de Manuel Oliveira, de Serzedelo (Guimarães). Carlos Abel Pereira Guimarães, no dia 31 de outubro, com 57 anos, casado com Maria da Conceição Ribeiro Martins Pereira, de Guardizela (Guimarães). Agência Funerária Carneiro & Gomes Oliveira S. Mateus – Telm. 91 755 32 05

Maria Augusta da Fonseca, no dia 1 de novembro, com 83 anos, casada com Ângelo da Costa Moreira, de Jesufrei. Maria Augusta Moreira Pinto, no dia 31 de outubro, com 85 anos, solteira, de Arnoso Santa Maria. Alcino Moreira de Oliveira, no dia 31 de outubro, com 80 anos, casado com Maria José de Oliveira Faria, de Brufe. António Ferreira de Sá, no dia 30 de outubro, com 88 anos, casado com Lúcia Pinto da Silva, de Nine. António Gomes Barbosa, no dia 27 de outubro, com 96 anos, viúvo de Eva Faria Pinto, de Arentim (Braga). Agência Funerária Arnoso - José Daniel Pereira Arnoso Santa Eulália - Telf. 91 724 67 03

Rosa Figueiredo da Silva, no dia 1 de novembro, com 74 anos, viúva de Armindo Cardoso Sousa, de Antas S. Tiago. Maria Virgínia Campos da Silva Valinhas, no dia 2 de novembro, com 84 anos, casada com Fernando Carvalho Figueiredo, de Antas S. Tiago. José Flávio Machado dos Santos, no dia 2 de novembro, com 74 anos, solteiro, de Landim. Agência Funerária da Lagoa Lagoa – Telf. 252 321 594

Glória da Silva Rebelo, no dia 30 de outubro, com 98 anos, viúva de António Machado da Silva, de Antas S. Tiago. Agência Funerária Rodrigo Silva, Lda Vila Nova de Famalicão – Tel.: 252 323 176

José dos Santos Mendes, no dia 29 de outubro, com 79 anos, casado com Luciana dos Santos Martins, de Covelas (Trofa). Manuel Fonseca de Oliveira, no dia 30 de outubro, com 59 anos, solteiro, de Ribeirão.

Palmira da Costa Amorim, no dia 27 de outubro, com 93 anos, viúva de Manuel Moreira da Silva, de S. Martinho de Bougado (Trofa). Maria Vitória Gil Reis Gomes, no dia 29 de outubro, com 80 anos, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Maria Armandina Fernandes, no dia 31 de outubro, com 94 anos, viúva de Hermes Fernandes da Rocha, do Porto. Funerária Ribeirense Paiva & Irmão Lda Ribeirão – Telf. 252 491 433

António Alvim Moreira Martins, no dia 30 de outubro, com 84 anos, casado com Maria Adelaide da Conceição Lúcio, de S. Tiago de Bougado (Trofa).

Isolina Pedrosa de Campos, no dia 25 de outubro, com 87 anos, viúva de João Dias da Costa Gomes, de Vale S. Cosme.

Agência Funerária Trofense, Lda (S. Martinho de Bougado) Trofa – Tel.: 252 412 727

Agência Funerária das Quintães Vale S. Cosme – Tel.: 252 911 290


opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Bússola José Miguel Silva

"A César o que não é de (César)" Quando a 13 de outubro de 1996 o Partido Socialista venceu, com 45% dos votos, as eleições reginais nos Açores, retirou do poder o Partido Social Democrata, que governara a região até então. Ora há dois factos curiosos nestas eleições, o primeiro é que, apesar de ter ganho as eleições, o PS garantiu os mesmos deputados que o partido derrotado, o PSD, tendo ambos conquistado 24 lugares na assembleia regional, ficando o CDS com 3 e a CDU com 1, num total de 52 assentos. A segunda curiosidade é que o Presidente da República da altura, o socialista e ex-presidente da Câmara de Lisboa e ex-secretário geral do PS, Jorge Sampaio, saiu a terreiro em defesa da legitimidade democrática atribuída pelo povo ao resultado eleitoral, impedindo qualquer coligação natural entre o PSD e o CDS, que retirasse o poder ao PS. Para tal, alegava na altura que o voto do povo não pode ser subalternizado e subjugado a interesses partidários e jogadas de bastidores, o mesmo é dizer, quem ganhou merece governar. Nessa altura é, então, formado na região um governo do PS com o apoio do CDS. Este governo trouxe um elevado custo para o CDS e para democraticidade da região. Desde então, o Partido Socialista governou a seu bel-prazer a região, onde instituiu uma cultura de controlo, medo e opressão democrática, que em muto prejudicou os açorianos e esta região autónoma que continua a ser a região mais pobre da Europa, mas beneficiou o Partido Socialista e em especial a família de Carlos César, atual presidente do Partido Socialista. Com a realidade dos Açores conseguimos caricaturar muito do que aconteceu em Portugal continental, lá como cá, ou seja, quando o PS ganha, perde o povo. Senão vejamos, em 1995, o PS pela mão de António Guterres assume o governo, saindo em 2001, após um desaire eleitoral nas eleições autárquicas, em Lisboa, Porto e Vila Nova de Famalicão. Guterres faz o discurso do pântano e abandona o país à sua sorte, com um défice mais elevado do que estava previsto no pacto euro (lembro que estávamos em plena implementação da moeda única que viria a circular nos nossos bolsos, meses mais tarde, no início de 2002). A coligação PSD/CDS ganha as eleições legislativas, apesar da desconfiança e oposição presidencial, pois todos estamos lembrados da frase proferida por Jorge Sampaio “há mais vida para além do défice”, em clara oposição à vontade do governo em colocar o país com as contas certas. Em 2004, o mesmo Jorge Sampaio decide dissolver a Assembleia da República e promove eleições antecipadas. Em sequência desse resultado eleitoral, o benjamim de Guterres e Sampaio, José Sócrates, chega ao poder. O resto já se conhece, Sócrates consegue a triste proeza de atingir o défice de 11.2%, em 2010, e de pedir ajuda externa no dia 6 de abril de 2011. Em 2015, a coligação que governou o país no período difícil da troika, vence as eleições legislativas, mas não consegue a maioria parlamentar para governar, já que o Partido Socialista mete a autoproclamada ética republicana na gaveta, derruba o governo, junta-se a trotskistas e maoistas e comunistas e assume os destinos do país. Em 2015, o Partido Socialista acaba de uma só vez com duas tradições da República portuguesa, a primeira quando não permite governar quem ganha eleições, a segunda quando para governar se junta a forças políticas de protesto e apologistas de regimes não democráticos, derrubando nas palavras de António Costa o muro à sua esquerda, demonstrando o carácter de quem se predispõe a qualquer meio para alcançar e se manter no poder. Agora, em 2020, os resultados eleitorais açorianos deram a vitória ao PS, mas, desde a interpretação eleitoral aplicada em 2015, não de forma suficientemente clara para governar. Assim sendo e apesar do pedido do PS, o CDS não irá apoiar o vencedor, mas antes um modelo alternativo, encabeçado pelo PSD em conjunto com o PPM. Há mais de 25 anos que o Partido Socialista põe e dispõe como lhe apetece do país, como resultado disso não será novidade verificar que continuamos a ser um dos países mais pobres da Europa. Desejamos, assim, que a vitória do Centro Direita nos Açores seja o início do fim de um regime socialista que tomou conta do país e nos tem, enquanto cidadãos, como reféns de um regime plutocrático e discricionário. Que em breve o ar do anticiclone dos Açores chegue ao continente...

PRAÇA PÚBLICA

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Diário famalicense António Cândido Oliveira

Delegado de Saúde e presidente da Câmara O combate à pandemia que nos cerca faz-se a nível mundial (OMS), europeu (CE), nacional (Governo), regional (Regiões Autónomas e ARS) e concelhio. É do nível concelhio que pretendemos falar. Porque devemos começar a combater a doença a nível local, ao nível mais próximo de nós. Para isso, para além do comportamento de cada um de nós, importa termos orientações dentro do nosso município. Vejo duas entidades nucleares para o efeito que devem estar bem articuladas. A câmara municipal com o presidente da câmara municipal (PCM) à frente, bem conhecido de todos nós, cabendo-lhe lutar pelo bem estar e saúde dos munícipes (e temos visto PCM a dar bom exemplo disso) e a autoridade de saúde concelhia na qual exerce papel de relevo o que antes chamávamos “delegado de saúde” e que agora poucos de nós sabem sequer o nome. Fui procurar na net e encontrei nos delegados de saúde de Famalicão o nome de Drª Maria de Fátima Freitas de Sousa Basto com morada em Delães e encontrei, por sua vez, em autoridades de saúde concelhias os nomes do Dr. Manuel António da Silva Dias, residente na Rua Cupertino de Miranda (junto ao Hospital) em Famalicão, da Drª M.ª Elizabete da Cunha Pereira Machado e do Dr. Eduardo José Soares Esteves Gouveia (adjuntos). Devo dizer que não sei se esta lista está atualizada e as com-

petências de cada um destes órgãos. Desejo, porque não sou jornalista nem tenho tempo, que os meios de comunicação social deem o devido relevo a estas personalidades que tão necessárias são neste momento. As entrevistas são uma boa forma de os colocar em contacto connosco. O mesmo se diga, sobre esta matéria, do presidente da câmara municipal, Dr. Paulo Cunha. Ele deve estar muito próximo dos famalicenses nestes momentos, informando, esclarecendo, orientando e reclamando se for o caso. Fui consultar a net e coloquei como pesquisa “Famalicão site oficial”. O primeiro que me apareceu foi o do F.C. Famalicão. Só em segundo me apareceu o site do município. Neste, o primeiro plano vai para a Gala do Desporto, depois não se vê com destaque de 1ª página qualquer informação da Covid 19. Deveria haver informação destacada. Estamos a atravessar um momento muito difícil e todos devemos estar unidos para melhorar a situação sanitária da nossa freguesia, do nosso concelho. PS – A propósito de freguesia, informo que escrevi muito recentemente um texto intitulado “ A criação, extinção e modificação de autarquias locais” que pode ser lido em https://www.publico.pt/2020/11/01/opiniao/opiniao/criacao-extincao-modificacao-autarquias-locais-1937335

Pelos quatro cantos da ca(u)sa Domingos Peixoto

Santos e Finados Dizia eu que o governo não foi eleito e não seria julgado pela questão do covid19! Se em relação à primeira parte da afirmação não há quaisquer dúvidas, o mesmo (já) não se pode dizer do julgamento do governo. Mas acho que é injusto – fala a alma de um socialista… Bem se sabe que a carambola tanto surte diretamente como de “repique”, mas no bilhar grande que é o país as sensibilidades divergem muito, poderá dizer-se que há jogadas para todos os gostos. O que eu não contava, e creio que uma grande parte dos portugueses que tinha esperança na esquerda parlamentar atual é que “outra esquerda” se sobrepusesse às necessidades do país e do Estado. E creio, infelizmente, que a este respeito há culpa de todas as partes, embora de díspares dimensões. Pode ir para o diabo a minha opinião, o que conta são mesmo as coisas em concreto. Quanto ao OE, inopinadamente, está complicada a sua viabilidade com o alcance que os portugueses precisam, na iminência, diz-se, de uma grave crise social que não deixará de assolar-nos. Parece mesmo que à vista de água no porão alguns ratos começaram a abandonar o barco, em vez de procurar reparar a avaria sem produzir rombo maior. Esta parte ainda falta comprovar, o que acontecerá ou não até daqui a pouco mais de

20 dias! Decorrente daquela, ou por via desta, não deixará de agravar-se a crise na saúde pública, quando nos princípios da pandemia, contra todos os agoiros, foi capaz de lhe dar uma resposta muito assertiva. Diz-se que com muitos prejuízos e agravamentos de outras patologias, o que nada me custa a crer, até porque tenho familiares a quem isso aconteceu. Mas é muito estranho que estando todo o pessoal da saúde em funções, salvo os que entretanto adoeceram, se reformaram ou por qualquer outra razão deixaram o SNS, e com toda a certeza uma boa parte não está afeta ao combate ao covid19, pura e simplesmente se tenha deixado muita gente para trás, a fazer fé nas Ordens e alguns comentadores e dirigentes políticos. Se assim for muitas dessas pessoas têm levado “uma boa vida” no seu trabalho! Quanto aos interesses corporativistas e ideológicos não há que ter dúvidas: querem-nos sempre em primeiro lugar mesmo que o barco esteja cada vez mais no fundo… Demagogia e hipocrisia são “parceiras” estimáveis. Começaram na Páscoa, continuaram nas celebrações do 25Abril!, do 1º de Maio, passaram pelas cerimónias do 13 de Maio em Fátima, chegaram à festa do Avante!, prosseguiram com a “indústria” do futebol, passaram ao 13 de Outubro em Fátima após um fim de se-

mana atribulado, chegaram à F1, pasmaram todos nas ondas da Nazaré, passaram para os dias de todos os Santos e Fieis defuntos nos cemitérios e, esperava-se, mas já não vai acontecer no motociclismo GP! É bem verdade que o governo e as autoridades de saúde agem um pouco “à toa” dadas as pressões, os interesses e as opiniões malévolas que enfrentam, e é aqui que já tenho dúvidas que o governo não venha a ser julgado! Está muita a gente a apostar no “quanto pior melhor”, esquecendo 5 anos de sucesso, relativo é certo, e prevendo dias muito difíceis para que lhes falta a coragem de prosseguir o caminho! Acusam que a “comunicação” não entra no ouvido das pessoas… Mas que pessoas? Se o povo está ordeiro, se acata as orientações, se não é a fonte principal das infeções do covid? Não. Outras vozes se “alevatam”, divulgam e exploram à exaustão significados e afirmações que bem sabem que não foram os pretendidos… Um simples exemplo: um cemitério não juntaria 27.000 “assistentes”… É verdade, porém são milhares de cemitérios, seriam milhões de pessoas amontoadas! Não preciso de ir longe: O Louro está sempre a abarrotar; Cavalões, Bastuço S. Estevão e S. João, Passos S. Julião, Nine, Cambeses são casos que eu bem conheço, qual deles o mais repleto. Há Santos e Finados. E políticos que querem arruinar o povo! Não é Rui Rio…


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PRAÇA PÚBLICA

opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Opinião Liberal

Chão Autárquico Vieira Pinto

Diogo Pinto

Estaremos a reinventar a roda? Ao longo dos milénios, foram inúmeros os problemas que solucionamos como espécie, o que nos permitiu garantir a nossa subsistência e até elevar continuamente o nosso bem-estar. Sendo o nosso cérebro uma máquina particularmente oleada para identificar padrões, fomos capazes de identificar soluções para problemas suficientemente generalizáveis para serem úteis ao longo das gerações. Os modelos mentais, como é o exemplo da “a Navalha de Ockham”, são pequenos conceitos que encapsulam estes “pedaços de sabedoria ancestral”, auxiliando-nos na tomada de decisões. Ora, dado o contexto político, económico, e social português, procuraremos em alguns modelos mentais a direção necessária para que Portugal atinja o seu potencial e garanta sustentabilidade para as gerações vindouras. Comecemos então pelo modelo mental supracitado, “a navalha de Ockam”. Este diz-nos que devemos tender para explicações para fenómenos que requerem menos assunções, visto que estas corroem as fundações de um qualquer argumento. Analisemos então algumas das assunções do socialismo. Esta ideologia assume que um grupo seleto de indivíduos é capaz de escolher o que é melhor para todos os restantes. Ao mesmo

tempo, este “grupo” não se aproveitará dos poderes a eles atribuídos na obtenção de vantagens desleais. Por outro lado, organizações públicas são intrinsecamente motivadas a serem eficientes na gestão dos seus recursos, visto não terem de “competir” pela sua sobrevivência. Dou ao leitor a oportunidade de tirar as suas próprias ilações sobre o quão plausíveis estas assunções são realmente. Também ganharíamos muito se os nossos políticos estivessem familiarizados com o “dividir para conquistar”, particularmente se aplicada à estratégia de impostos. Se “dividirmos” o problema da obtenção de fundos para alimentar o Estado, depressa nos aperceberíamos que basearmo-nos numa carga fiscal que asfixia o consumo e a iniciativa privada, previnem o crescimento dos mesmos. Esta é uma estratégia de puro parasitismo, que ganharia muito mais em “conquistar” soluções a longo prazo, como a diminuição e otimização da máquina do Estado e o não esbanjamento de dinheiros públicos em empresas falidas. Eu não tenho dúvidas de que somos um povo incrivelmente capaz. Temos de parar de nivelar por baixo, e ao invés, erguer o nosso olhar para o pódio, pois somos nós, o povo português, que detemos o poder de atribuir direção ao nosso país e garantir a prosperidade do mesmo.

Pela cidade, tropeçando nas obras A cidade fechou para obras. E, desde logo, fecharam os principais parques de estacionamento, como aqueles do antigo espaço da feira semanal e do parque Dª Maria II. Mas, não só, também os acessos à cidade, a norte, pela zona escolar e para esta mesma zona escolar, tal como a entrada pela zona da estação dos caminhos de ferro e do Centro de Saúde do Alto da Vila, se encontram embargados, para a realização de obras. De facto, não se trata de um embargo de obras, mas sim de um embargo à mobilidade, no acesso das pessoas para dentro da própria cidade. Todas estas obras entraram de rompante na cidade, perturbando, não só os munícipes, como, todos quantos visitam a cidade de Vila Nova de Famalicão. Mas prejudicam, essencialmente, os comerciantes que são o núcleo central da dinâmica de uma cidade. Com efeito, a câmara terá planeado todas estas obras, conjuntamente com as obras de renovação do mercado municipal. Obras estas, que, passada a tempestade de

outono, chegará, desta vez a bonança, lá para o inverno de 2021. Durante todo este tempo, os famalicenses muito irão convocar, a si próprios, a paciência, a educação e o civismo, para enfrentar esta ousadia de obras que, não obstante os prazos de execução previstos, vão ser tuteladas, também pela padroeira Santa Engrácia! Prejudicada ficará, no tempo da realização destas obras, a economia ligada à atividade comercial da cidade. Este prejuízo, começa, já no natal, que se aproxima, pois, não vislumbramos formas acessíveis de mobilidade para aceder às atividades comerciais com as comodidades habituais. Quaisquer obras trazem à vida dos cidadãos sempre muitos incómodos, a uns maiores que a outros. Porém, decorridas estas, a engomadeira dar-lhes-á o lustro final, com brilho atraente, o que, a todos trará muito contentamento e felicidade. Afinal, os incómodos já passaram. Afinal, como diz Fernando Pessoa: “Deus

quer, o homem sonha, a obra nasce”. A partir daí, é só usufruir daqueles espaços todos os dias e com eles gozar a brisa da tarde dos tempos vindouros, sentados, lendo o livro do poeta ou outro. Entretanto, o famalicense médio perguntará do seguinte modo: Não poderiam ser executadas todas estas obras por fases, minimizando tantos incómodos à mobilidade das pessoas? – Afinal, a meta, 2025 dos corredores de fundo, ainda se encontra lá longe! Por outro lado, pela nossa cidade vêm-se já os preparativos para a iluminação do natal. Assim, este ano, aquela iluminação terá duas funções, a saber: a primeira, trazer a alegria natalícia à vida da cidade e, a segunda, consiste no facto de, havendo melhor luz na cidade, as pessoas não irão tropeçar nas obras com a suas compras natalícias. Reforce-se, pois, a iluminação de natal, para acender a chama da esperança, pois a luz do dia a dia vai assaz melancólica e taciturna, nos tempos que correm! pub


Decisões polémicas do VAR e árbitro marcaram a partida

Famalicão perde em Braga num jogo com bastantes peripécias 1-0 Estádio Municipal de Braga Árbitro: Rui Costa Aux: João Bessa Silva e Nuno Manso VAR/AVAR: Hélder Malheiro e Rui Cidade

SC Braga FC Famalicão Matheus Ricardo Esgaio Tormena Bruno Viana Sequeira Al Musrati (Schettine 74’) André Castro Iuri Medeiros (André Horta 82’) Paulinho Nico Gaitán (João Novais 74’) Galeno (Francisco Moura 83’)

Vaná Edwin Herrera Patrick William Riccieli Srdar Babic Gil Dias Gustavo Assunção Iván Jaime (Trevisan 69’) Joaquín Pereyra (Lukovic 78’) Rúben Lameiras (F. Valenzuela 78’) Trotta (Dyego Sousa 59’)

Treinadores Carlos Carvalhal

João Pedro Sousa

Golos: Bruno Viana (74’) . FC Famalicão

Cartões Amarelos: Vaná (30’) Nico Gaitán (32’) Gustavo Assunção (32’) Babic (73). Cartões Vermelhos: Riccieli (66’).

dicação do VAR e após visionamento de imagens, reverteu a decisão e sancionou o golo, o único da partida. Já em período de compensação, Schettine esteve perto de poder fazer o segundo golo, mas uma vez mais uma grande intervenção de Vaná Alves conseguiu evitar. Os 6 minutos de compensação dados por Rui Costa, foram suficientes para o Famalicão ainda causar calafrios na Pedreira. Nos últimos instantes, num lance de bola parada, Vaná também foi à área contrária, num lance que mesmo após o apito final, fez com que os jogadores ficassem à espera da decisão do VAR e de Rui Costa num pretenso penalti a favorecer o Famalicão que acabou por não dar em nada. O Braga venceu com justiça, mas acabou por ser um jogo polemico, pelas decisões do árbitro e do VAR, que ajudaram a criar ainda mais celeuma a uma jornada onde a arbitragem esteve pela negativa.

José Carlos Fernandes O FC Famalicão perdeu pela segunda vez no campeonato, perante um adversário com estrutura de candidato ao titulo, permitindo assim, que o Sp. Braga conquistasse o sexto triunfo consecutivo, subindo ao terceiro lugar da classificação com 12 pontos, enquanto o Famalicão ocupa o 12º lugar com 6 pontos. A equipa bracarense acabou por ser superior ao Famalicão, num encontro em que, infelizmente, o VAR assumiu um papel principal, mesmo para lá do pretenso apito final. Passando ao futebol jogado no relvado, o Sp. Braga manietou por completo o Famalicão, mas estava

com dificuldades para ultrapassar Vaná, que foi uma das figuras da partida. A pressionar alto desde o inicio, o Braga empurrou o Famalicão para o seu meio-campo e podia ter chegado ao golo aos 16 minutos: excelente passe de Paulinho a isolar Iuri Medeiros, mas Vaná Alves foi lesto e conseguiu fechar bem o ângulo ao remate do avançado da casa. Num curto espaço de tempo, Vaná, na estreia a titular esta época, mostrou todo o seu valor: entre os minutos 25 a 27, foi fundamental para conseguir manter o nulo com três defesas a remates de Esgaio, Galeno e Castro.

O jogo estava virado para os da casa e, aos 30 minutos, Iuri Medeiros, uma vez mais, criou perigo, o remate em arco quase dava num grande golo. O Famalicão encontrava dificuldades em ter posse de bola e só aos 37 minutos conseguiu um lance de perigo: Lameiras, que esteve longe do habitual, obrigou Matheus a defesa apertada. O nulo ao intervalo castigava a má pontaria do Braga, mas premiava a boa exibição de Vaná. No segundo tempo, o Braga perdeu algum gás, mas nem assim o Famalicão conseguiu criar grande perigo, com exceção de um lance

do recém entrado Dyego Sousa, que por pouco não aproveitou um falhanço de Matheus. Minutos depois, o Famalicão ficou reduzido a 10, por expulsão de Riccieli, num lance de vídeo árbitro e polémico. Carvalhal aproveitou a superioridade numérica e refrescou a equipa, lançando João Novais e Schettine. Logo de seguida surgiu o golo bracarense, uma vez mais num lance com “chancela” VAR. O central Bruno Viana, numa recarga após mais uma boa defesa de Vaná Alves, rematou para o golo. O árbitro assistente até assinalou fora de jogo, mas Rui Costa, por inpub


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DESPORTO

opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Figueiredo’s Runners com 9 títulos no Campeonato da Europa de Estrada A Associação Figueiredo’s Runners and Friends conquistou nove títulos no Campeonato da Europa de Estrada que se realizou na ilha da madeira, entre os dias 29 a 31 de outubro. Os quatro irmãos famalicenses Davide, Agostinho, Manuel e Joaquim Figueiredo conquistaram vários títulos, incluindo o lugar mais alto do pódio em nove provas. Assim Davide Figueiredo conseguiu o 1º lugar em M45 10km, em corta mato de estafetas M45 e em M45 na meia maratona. Alcançou ainda os primeiros lugares coletivos em M45 10km e M45 na meia maratona. Já Manuel Figueiredo ficou em 1º lugar no corta mato de estafetas M55, conseguindo ainda o 2º posto na meia maratona M55 e o último lugar coletivo do pódio em M55 10km. Finalmente, Agostinho Figueiredo logrou o 1º lugar corta mato de estafetas M35.

Ténis: Mafalda Guedes sagra-se campeã em pares no Algarve A tenista famalicense, Mafalda Guedes, sagrou-se campeã em pares no torneio internacional do Júnior Open, que decorreu no Algarve Mafalda Guedes disputou, nas duas últimas semanas, dois torneios internacionais de sub-18 que se realizaram no Algarve. Entre 12 e 17 de outubro participou no Vale de Lobo Júnior Open no qual sagrou-se campeã em pares, juntamente com a sua colega Matilde Morais, batendo na final uma dupla constituída por uma atleta húngara e por uma atleta inglesa, pelos parciais de 6-4 e 6-2. Já no Portimão Júnior Open ITF U18, que se realizou entre 20 e 25 de outubro, a Mafalda alcançou as meias-finais em singulares, perdendo para uma atleta Espanhola que viria a sagrar-se campeã.

Prémios desportivos distinguiram ainda mais sete atletas

FC Famalicão recebe alta distinção de “O Minhoto” FC Famalicão conquistou o “Grande Prémio do Júri Coletivo – O Minhoto” que se junta a mais cinco galardões atribuídos a famalicenses O FC de Famalicão foi distinguido na XXIII edição dos troféus desportivos “O Minhoto”, galardões atribuídos anualmente por votação de um extenso Júri composto por 97 elementos, entre jornalistas desportivos de órgãos locais, regionais e nacionais dos diferentes meios de comunicação social, e ainda entidades ligadas ao desporto. O clube recebeu uma das mais importantes distinções que junta agora ao seu vasto palmarés. Mas nesta edição foram ainda galardoados, do concelho de Famalicão, Tiago Machado, que levou para casa o troféu “Consagração”; Sofia Oliveira, que triunfou nas “Artes Marciais”; André Carvalho, com o “Minhoto Ciclismo 2019”; Tiago Reis, que conquistou o troféu “Desportos Motorizados”; e Vanessa Rodrigues, com o troféu “Voleibol”. Também Gonçalo Alves, hoquista famalicense que se sagrou Campeão do Mundo em 2019, e José Silva, jovem famalicense que com apenas 13 anos conquistou o título de Campeão da Europa de Wushu Kungfu, receberam a Distinção Especial dos Troféus Desportivos “O Minhoto”. Este prémio especial é levado a cabo todos os anos pela organização e pretende distinguir o mérito e a dedicação de todos quantos conquistaram o lugar mais alto do pódio. A XXIII Gala anual de entrega dos troféus relativos ao ano de 2019, estava prevista para o passado mês de março, mas foi adiada em sequência da pandemia de Covid 19. A Organização considerou não ser oportuno realizar a Gala mas entendeu manter a entrega dos troféus de forma a preservar os propósitos da iniciativa “homenagear o mérito dos envolvidos no fenómeno desportivo da região”. Assim a entrega dos troféus aconteceu de forma descentralizada, em dias distintos, nos concelhos de origem de cada um dos premiados e numa cerimónia que contou apenas com a presença destes e dos convidados para a entrega dos mesmos. A iniciativa contou com colaborações

FC Famalicão

Sofia Oliveira

Tiago Machado

Tiago Reis

Vanessa Rodrigues

diversas, entre as quais os municípios da região do Minho, o Instituto Português do Desporto e Juventude, a Confederação do Desporto de Portugal, o Comité Olímpico de Portugal, o Comité Paralímpico de Por-

tugal, a Fundação Inatel, o Turismo do Porto e Norte de Portugal, várias federações e associações de clubes, além das restantes pessoas e entidades envolvidas no fenómeno desportivo da região.

V Gala do Desporto já tem nomeados O presidente do Grupo Desportivo de Natação de Famalicão, José Fernandes; o presidente do Liberdade Futebol Clube, Zeferino Pinheiro, e os atletas da Gindança, Sérgio Costa e Rita Almeida são os três nomeados ao Prémio Excelência da 5ª edição da Gala do Desporto de Famalicão, promovida anualmente pela Câmara Municipal para premiar o mérito desportivo dos atletas, associações e clubes do concelho. Este ano, e tendo em conta as implicações da pandemia da Covid-19 nas competições desportivas, a autarquia decidiu reduzir o número de galardões atribuídos pelo júri da iniciativa por considerar não estarem reunidas as con-

dições de igualdade entre candidatos. Assim, para além do Prémio Excelência será ainda entregue o troféu “Famalicense D’Ouro” na categoria de “Evento Desportivo do Ano”. A prova Famalicão Dança, organizada pela Gindança; o Famalicão Extreme Gaming, organizado pela Associação de Desportos Eletrónicos, e o Campeonato Portugal 4x4, organizado pela Associação Trilhos do Norte, são os três eventos nomeados nesta categoria. O vencedor será escolhido através de uma votação online que está a decorrer no portal do Município, em www.famalicao.pt, até ao dia 8 de novembro. À semelhança dos últimos anos, esta

é também a altura em que Famalicão consagra os atletas e equipas que na última época arrecadaram o título de campeões nas diversas modalidades e competições, com a atribuição dos Galardões dos Campeões a mais de 170 homenageados. Refira-se ainda que devido à pandemia da COVID-19, a cerimónia deste ano que estava agendada para o dia 8 de novembro, está cancelada. Os vencedores das duas categorias a votação serão divulgados nas diversas plataformas do Município de Famalicão. Todos os troféus serão oportunamente entregues pelo presidente da Câmara Municipal, de forma descentralizada, a todos os galardoados.


Cristina Aguiar, presidente do Grupo Desportivo do Louro

“A manutenção é o nosso objetivo” Carla Alexandra Soares* A presidente do Grupo Desportivo (GD) do Louro está em perfeita sintonia com o treinador João Mendanha. O objetivo da líder é, seguramente, garantir a manutenção, mas tendo em vista melhores resultados. Cristina Aguiar, consciente que as infraestrutura do clube a que preside não permite sonhar mais alto, quer que toda a estrutura trabalhe para “alcançar outros patamares no futuro”. “Temos que fazer muito melhor do que na época passada, que foi uma aprendizagem para não voltarmos a cometer erros”. Mais uma vez em linha com o treinador, Cristina Aguiar sublinha a importância de não ter um plantel “muito grande” e a aposta foi claramente na qualidade da juventude. “O nosso objetivo era que houvesse mais responsabilidade, competitividade e também mais dinâmica entre eles”.

Tal como sublinha a presidente do Louro, apesar da formação não estar posta de parte, os juniores não têm atletas suficientes para poder avançar para a competição daí o aparecimento de uma equipa “B”. Assim, Cristina Aguiar quer, por um lado, aproveitar os atletas que estavam já em competição e aqueles que subiram a séniores e que não tiveram a oportunidade de jogar na Divisão de Honra. Por outro lado, a responsável quer chamar ao clube “miúdos que tenham feito a formação aqui”. “Queremos que o Louro ganhe a mística que já teve no passado”. A presidente não esconde que esta opção também acontece por questões orçamentais. “Temos que pensar que na distrital não se pode entrar em loucuras e pagar valores que são completamente incomportáveis para qualquer clube. Nós, GD Louro, temos que ter consciência disso e ter os pés bem assentes na terra”, explica. Sobre o novo figurino da Divi-

são de Honra da AF Braga, a responsável considera ser “a única forma plausível” que os responsáveis encontraram para resolver a

zonas. Nós não temos que fazer muitas deslocações. É tudo muito próximo e na área limítrofe da nossa freguesia”. Sobre a ausência de pessoas a ver os jogos, apesar de ter consciência que a pandemia que atravessamos “ser uma incógnita”, Cristina Aguiar defende que há condições para abrir as portas dos campos de futebol, desde que se cumprissem todas as normas exigidas para todos estarem em segurança. “Acho que não seria um grande problema”, defende a responsável que faz as contas: “no caso da Distrital se temos um campo de futebol com uma capacidade de duas mil pessoas, 10% são 200 pessoas. Numa situação normal, em cada jogo às vezes não chega a esse número”. “Se pudéssemos abrir os jogos nem que fosse a pouca gente seria benéfico porque, por calendarização dos jogos que vão pouco que seja, é uma fonte de rerealizar-se. “Pelo que percebi não ceita. Vivemos disso”. há muita circulação. Se reparar*com José Clemente mos está muito dividido por pub


João Mendanha, treinador do Grupo Desportivo do Louro

“Temos obrigação de fazer mais e melhor” Carla Alexandra Soares* clube na sua passagem pela Associação de Futebol de Braga”, Para o treinador da equipa sénior sublinha João Mendanha. do GD Louro o objetivo para esta Esta temporada a Divisão de época é claro: a manutenção e Honra da AF de Braga vai contar lutar para ficar nos primeiros com 12 equipas para disputar quatro lugares. Ou seja, João um campeonato “muito equiliMendanha deseja que a presta- brado”. Por isso o técnico consição da sua equipa seja condi- dera que todas as equipas cente com “aquilo que é a podem almejar os primeiros estrutura do clube”. quatro lugares. “Obviamente Sem querer repetir a história que quem se organizar melhor, da época passada, o treinador é quem trabalhar melhor, quem perentório: “temos obrigação de for mais regular terá mais sufazer mais e melhor e é para isso cesso”, aponta João Mendanha que vamos lutar”. lembrando, contudo, que o camO Grupo Desportivo (GD) do peonato é pequeno, ou seja, a Louro milita na Divisão de Honra margem de recuperação não é da Associação de Futebol de muito grande. “Nós não somos Braga e, na época passada, não diferentes e queremos lutar fosse a pandemia e a interrup- pelos quatro primeiros lugares”. ção do campeonato, teria desO plantel para esta época cido de divisão. A esse ainda não está fechado, mas o propósito, e em tom de brinca- treinador não está preocupado deira, o treinador diz que o clube porque gosta, particularmente, “foi salvo, desportivamente, de trabalhar com planteis pepelo Covid”. quenos. “Este ano em que o “O último lugar que ocupáva- campeonato é mais pequeno em plica o técnico que recorda que podem ir buscar jogadores para mos o ano passado não condiz número de jogos, faz sentido ter o facto do GD Louro ter uma a equipa sénior ainda mais sencom a história e passado do um plantel mais pequeno”, ex- equipa de sub-23 onde se tido faz.

Contudo, em termos de constituição do plantel Mendanha optou por manter muitos jogadores do ano passado, “aqueles que nos davam mais garantias”. “E fomos buscar alguns jogadores que achamos que trazem a qualidade necessária para que o Louro possa fazer um bom campeonato”, destaca, ressalvando, contudo, que o facto do ano passado o Louro estar em último lugar não era por ter maus jogadores. “Se calhar foi um ano menos bem estruturado de alguma forma, mas todos temos responsabilidade nisso, como é óbvio”. Sobre o novo figurino do Campeonato, adotado por causa da pandemia, o treinador do GD Louro defende que não há nenhuma solução que agrade a todos. Por isso apela a que se confie no modelo adotado e que as equipas se adaptem à realidade. “Não é hora de nos queixarmos, mas sim lutarmos todos para que isto vá para a frente”. *com José Clemente pub


GRUPO DESPORTIVO LOURO

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ESPECIAL

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Rui Faria, presidente da União Desportiva de Calendário

“Queremos assegurar a manutenção” Carla Alexandra Soares* Pela primeira vez a disputar a divisão de Honra da Associação de Futebol (AF) de Braga, os objetivos da União Desportiva (UD) de Calendário são claros e objetivos: a manutenção. “Com os pés assentes na terra, vamos fazer uma época de trabalho para a manutenção” explica o presidente da coletividade Rui Faria. Consciente que se vai assistir a mais uma temporada atípica, o responsável teve que fazer muitas mudanças no clube, que acabou de subir de divisão. “Começamos pela equipa técnica, que este ano é diferente. Quanto à equipa ficamos com o núcleo duro”. Assim, no plantel contam-se 16 atletas do ano passado, bem como outros reforços que chegaram ao clube par garantir melhores resultados. “É uma competição que nos leva a maiores exigências e, por isso, reforçamo-nos bem”, assegura Rui Faria que aposta também

na capacidade da equipa técnica “que está contente com os elementos que conseguiu para completar o plantel”. Apesar destas apostas, o presidente reforça a ideia da manutenção, já que a subida está fora de questão “por diversos fatores”. Em plena pandemia de Covid 19, o presidente do UD Calendário considera que as medidas operadas pela AF de Braga para os jogos distritais, ou seja, a divisão em três séries, “são benéficas”. “No meu ponto de vista vai ser uma série muito competitiva neste quadro inicial”, defende o responsável que aponta a qualidade das equipas como fator essencial para esta competitividade. No caso do UD Calendário o presidente está confiante no plantel e equipa técnica, liderada por Pedro Ribeiro, para cumprir o calendário competitivo. “O treinador escolheu alguns atletas que eram fundamentais em algumas partes do nosso plantel. A nossa equipa técnica conseguiu ir buscar aqueles jogadores que, eventual-

mente, já estavam previstos”, explica o presidente que fala em “pedras essenciais” para o reforço necessário e deixar satisfeita a equipa técnica. O impedimento de ter público nas bancadas para assistir aos jogos por causa da Covid 19, Rui Faria adota uma postura otimista e refere que o UD Calendário “vai sempre tentar fazer o melhor”. A esse propósito, Rui Faria avança que financeiramente o UD Calendário “está estável”. “Ao longo destes sete anos fizemos muitas obras e agora, nesta fase, estamos bem financeiramente”. Numa perspetiva mais global, o responsável tem consciência que os clubes vão ter, por causa das alterações a que a pandemia obrigou, despesas acrescidas. “A falta de pública implica falta das mais variadas receitas que, ao longo da temporada, dá alimento a um clube”. Por isso, Rui Faria não tem dúvidas que ainda se vão viver tempos difíceis em todos as coletividades. *com José Clemente pub


UNIÃO DESPORTIVA CALENDÁRIO

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ESPECIAL

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Pedro Ribeiro, treinador da União Desportiva de Calendário

“Estou muito contente com o plantel” Carla Alexandra Soares* diferença. Por outro lado, e atendendo a um pedido do presidente, Pedro Ribeiro assume, pela pri- Rui Faria deposita também grande meira vez, o papel de treinador confiança na experiência dos jogaprincipal e começa pela Divisão de dores que transitam da época pasHonra da Associação de Futebol de sada “Estou muito contente com o Braga. Nos comandos da equipa de plantel e com os reforços”, asseCalendário, e na mesma linha da vera Pedro Ribeiro que, apesar de direção, é claro nos objetivos para ter o seu plantel fechado, não ena temporada que se aproxima, ou cerra, em definitivo as portas “para algum reforço que possa vir para seja, a manutenção. “Vai ser uma divisão muito acrescentar mais valor à equipa”. Sem querer desiludir “o grupo complicada. De 36 equipas que vão fazer parte, são muitas aquelas que forte” que é a UD Calendário, o podem descer de divisão”, explica jovem treinador quer contruir para o treinador para sustentar a sua a dignidade do clube e colocar os jogadores em campo “a demonstese para a manutenção. Quanto ao plantel, escolhido trar quem é o Calendário e a nossa sobretudo por si, Pedro Ribeiro diz ambição e vontade de jogar e gaque lhe dá garantias para fazer um nhar”. Pedro Ribeiro estreia-se como bom campeonato. “Embora tivéssemos perdido cinco ou seis joga- treinador principal, mas ressalva dores que faziam parte do onze que esteve dois anos, no escalão base da época passada, consegui- de seniores, como adjunto em dois mos combater isso com reforços clubes: primeiro no Viatodos e a dante a líder de balneário. Mas nhecem. Para já a experiência está com qualidade”, explica o treina- época passada no Calendário. “Claro que é uma diferença penso que tenho tudo para correr a ser boa”, acrescenta. dor que acredita que a jovialidade Para Pedro Ribeiro, que coe valor dos reforços podem fazer a muito grande porque passei de aju- bem, porque os jogadores já me co-

nhece outras casas também pelo seu papel que cumpriu enquanto jogador, defende que o UD de Calendário deve ser um dos clubes com melhor infraestruturas. “Estou a falar de material, balneários e tudo o que é preciso para um jogador estar bem e conseguir jogar”. Quanto às mudanças operadas nos distritais por causa da pandemia, o treinador defende que “não vai ser benéfico para ninguém”. “Uma equipa pode fazer uma fase regular e acabar em sexto ou sétimo lugar e, mesmo assim, descer de divisão porque não se sabe que equipas nos calharão na fase seguinte”. No que diz respeito à falta de pessoas nas bancadas, Pedro Ribeiro diz que não lhe agrada, “mas também não deve agradar a ninguém”. “Futebol sem adeptos perde a essência, ainda por cima num clube que está habituado a ter casa cheia, seja fora ou em casa”, conclui o treinador. *com José Clemente pub


Natal pode ser a tábua de salvação para o comércio tradicional Carla Alexandra Soares Uma das áreas da economia que mais têm sofrido com a pandemia é o comércio, especialmente o de proximidade. Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de Famalicão (ACIF), e no sentido de ajudar a economia local, é urgente que as pessoas percebam que fazer as compras na sua rua, freguesia ou cidade é o mais seguro a fazer. Apesar de comprometido, o Natal afigura-se como a última oportunidade para os comerciantes locais equilibrarem um pouco as contas e, este ano de 2020, não ser o pesadelo total. Em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, Fernando Xavier Ferreira critica a falta de apoio do Governo, as medidas tardias e “a dificuldade de informação que não está a ser bem veiculada”. Em Famalicão o responsável diz que os comerciantes “estão desesperados” e que há imensas lojas que estão a fechar “para nunca mais abrir as portas”. “O dever de confinamento, o medo instalado na sociedade e a indefinição das políticas está a causar tudo isto”, defende o presidente da ACIF que apesar de se considerar otimista, vê com “imensa preocupação” o futuro próximo. “As pessoas estão desorientadas, sem dinheiro, a ficar sem empregos”. As medidas anunciadas no passado sábado pelo Primeiro ministro António Costa, acrescen-

tam preocupação à preocupação de Xavier Ferreira que defende que passada uma primeira vaga, e com outros conhecimentos do vírus, todos deveríamos conseguir fazer mais e melhor. “Estamos a viver mais um período muito complicado para o comércio de proximidade e as medidas anunciadas trazem uma grande preocupação para a restauração, sendo que a maior é o estado de medo que está completamente instalado”. Para além dos apoios estatais que faltam, o presidente da ACIF irá propor ao presidente da Câmara mais apoios para os comerciantes de Famalicão. “Temos a autarquia de Vizela, por exemplo, que está a pagar a luz e água aos comerciantes. É um apoio e pode ser este ou outro”. Acho que as empresas não têm que ser subsídio-dependen-

tes, mas estamos a viver uma excecional situação que requer obrigatoriamente ações e apoios excecionais. As autarquias também podem ter aqui um papel importante nesta ajuda. Campanha de Natal diferente Cumprindo o seu papel de braço direito dos comerciantes, a ACIF está a desenvolver uma campanha de Natal que brevemente irá colocar na rua, destacando todos os pontos que o comércio local tem a seu favor. “Está provado cientificamente que os espaços arejados e os espaços exteriores são menos propensos à propagação do vírus. O que quer dizer que o comércio de proximidade tem uma vantagem comparativamente aos centros comerciais”. O presidente da associação sublinha a adaptação “exemplar”

dos comerciantes famalicenses a todas as normas da DGS, o que, no seu entender, vem dar ao comércio de proximidade todas as garantias às pessoas para fazerem as suas compras de forma segura. “Não têm filas, nem magotes, como tem nos centros comerciais. Tenho a certeza que na maior parte dos casos os comerciantes locais só querem é que as coisas resultem e corram bem”, defende Fernando Xavier Ferreira. “Vamos fazer a nossa campanha, mas terá que ser ajustada tendo em conta o contexto da pandemia que estamos a viver”, explica o responsável que tem mantido várias reuniões com o vereador da Economia, Augusto Lima para serem criadas condições para que não haja aglomerados de pessoas. Sem o carrocel e outras atividades, será desenvolvida “uma campanha de Natal mais personalizada, mais loja a loja”. “Levantando um pouco o véu, vamos fazer um sorteio de Natal para apelar às compras nestes espaços.” “As pessoas não vão deixar de dar uma lembrança aos seus familiares. Se calhar é neste ano muito mais importante do que nos anos anteriores porque as famílias estarão reduzidas de alguns elementos que já não estão connosco fruto desta pandemia. Assim, a valorização da família e do valor da vida está mais vincada em cada um de nós”, conclui.

Compras no comércio tradicional aumentaram no confinamento Entre os meses de março e agosto as compras realizadas nas lojas de comércio tradicional em Portugal verificaram um aumento de 44%, quando comparado com o mesmo período de 2019, segundo revelam os dados da plataforma SIBS Analytics divulgados a 11 de outubro. De acordo com a mesma plataforma, o valor das operações de pagamento eletrónico apresentaram ainda um crescimento de 42% em mercearias, face ao mesmo período de 2019. Em sentido inverso, registaram-se descidas acentuadas em lazer e viagens (76%) e em alojamentos turísticos (20%). Foram ainda verificadas quebras em moda e acessórios (46%), em perfumaria e cosmética (33%) e na decoração e artigos para o lar (37%). João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, explica que “por força do confinamento e da diminuição dos movimentos pendulares e para se evitar as grandes aglomerações, o comércio alimentar de proximidade passou a exercer um papel fundamental”. pub


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ESPECIAL

opiniãopública: 4 de novembro de 2020

Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Famalicão

“Queremos criar uma atmosfera positiva neste Natal” A praticamente dois meses do Natal, o núcleo da cidade de Famalicão está em completa transformação. Em entrevista ao OPINIÃO ESPECIAL, o presidente da Câmara sublinha que tudo está a ser feito para que estas obras prejudiquem o menos possível o dia a dia dos famalicenses, nomeadamente as compras no comércio tradicional. Sobre o Natal, Paulo Cunha quer, através da iluminação e decoração trazer alguma normalidade à vida das pessoas. Carla Alexandra Soares OPINIÃOESPECIAL: O núcleo urbano de Famalicão está a sofrer uma intervenção profunda. Que obras são estas que estão a transformar a cidade? PAULO CUNHA: Trata-se de um dos maiores investimentos públicos de sempre na requalificação de um espaço público citadino famalicense. A empreitada vai abranger todo o quarteirão urbano localizado entre as praças D. Maria II e Mouzinho de

Albuquerque e ruas adjacentes, uma área que reclamava intervenção há muitos anos, dotando-as de mais e melhores zonas sociais e, simultaneamente, de mais espaços para peões e para os modos de transporte suaves. Em breve, teremos um centro urbano mais atrativo, sustentável e acessível, com mais mobilidade, mais comércio, mais estacionamento, mais ambiente, mais segurança e mais vida.

dimensão aqui à volta. Só no campo da feira são 800 lugares 6 dias por semana. E é bom não esquecer que este parque se encontra a cerca de três minutos a pé do centro da cidade. A propósito do Natal, a iluminação das ruas já está a decorrer. É, precisamente, uma estratégia para chamar as pessoas ao centro da cidade para fazer as suas compras? O Natal é sempre uma época especial. E, neste ano em particular, queremos através da iluminação natalícia e da decoração das ruas trazer alguma “normalidade” à vida dos famalicenses. Queremos criar uma atmosfera positiva, alegre e repleta de esperança em melhores dias do que os que vivemos atualmente. Tem sido um ano tão difícil e atípico para todos, mas não podemos baixar os braços. Viver o Natal na medida do possível é uma forma de nos mantermos positivos.

Estamos a semanas do Natal e das compras natalícias. Acha que esta intervenção pode prejudicar as compras no comércio tradicional? Tudo está a ser feito para que as obras tenham o menor impacto possível no dia a dia das pessoas. Claro que há incómodos inevitáveis, mas os famalicenses não se podem esquecer que existem alternativas válidas para contornar esses incómodos. A questão do estacionamento por exemplo. É verdade que durante as obras estão fechados dois parques mas a nossa cidade oferece estacionamento gra- Já há data para a ligação da ilumituito como nenhuma outra da sua nação natalícia? pub


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Sim. A iluminação será ligada a 20 de alterações com a evolução da de novembro. pandemia no país. É um processo em aberto. As outras atividades que a Câmara Municipal costuma promover, no- Ainda em relação às obras, existem meadamente o mercado de Natal, a alternativas para o estacionamento iluminação central e a árvore gi- daqueles que vêm ao centro fazer gante, têm condições para aconte- as compras? cer este ano? Como referi anteriormente, Vila Fruto do contexto que vivemos Nova de Famalicão é uma cidade atualmente devido à pandemia da que ao contrário de muitas outras, Covid 19, a dinâmica de Natal so- ainda mantém estacionamento grafreu fortes condicionalismos e tuito próximo do centro da cidade. dentro das atividades programa- Para além do campo da feira que das, aquelas que não implicam oferece 800 lugares de estacionagrandes aglomerações de pes- mento, seis dias por semana, soas, existe ainda a possibilidade temos ainda o Parque da Devesa

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junto à Central de Camionagem, o Parque da Casa das Artes, o Parque do Estádio Municipal e o Parque da Estação. Para além destes, os famalicenses podem ainda estacionar nos parques de estacionamento do Auchan e do E-Leclerc, que disponibilizam largas centenas de estacionamento público nas entradas Norte e Este da cidade. E temos ainda os parques pagos. Para quando a conclusão destas obras? A intervenção em curso tem um prazo de execução de um ano. pub


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