Opinião Pública - 1544

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Ano 30 | Nº 1544| De 19 a 25 de janeiro de 2022| Diretor: João Fernandes | Gratuito | www.opiniaopublica.pt

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Via que faz a ligação à A7, em Seide, vai passar para alçada municipal

Obras na “estrada sem dono” em fase de conclusão p. 9

Espaço abriu há seis meses e o balanço é positivo, apesar de Registo Civil continuar com problemas

Vermoim

LOJA DE CIDADÃO ATENDE UMA MÉDIA DE 600 PESSOAS POR DIA p. 3

Palácio da Igreja Velha classificado Imóvel de Interesse Municipal p.9

Cultura Biblioteca vence prémio nacional

p. 2

Lousado Terminal Ferroviário dá mais um passo para a sua concretização p. 11 FC Famalicão:

Mafalda Guedes fala da sua ascendente carreira no ténis

Equipa feminina vence no reduto do Sporting CP Rui Pedro Silva continua a somar pontos pub

p.11


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CIDADE

opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Continental Mabor oferece equipamento de Imagiologia ao CHMA

A empresa produtora de pneus Continental Mabor, localizada em Lousado, ofereceu um equipamento de tecnologia de ponta de Imagiologia ao Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), no seguimento da sua política de responsabilidade social e ao seu papel de agente integrador na comunidade. A entrega do novo equipamento foi realizada a semana passada, na Unidade de Famalicão do CHMA, com a presença do administrador da Continental Mabor, Pedro Carreira; do presidente do Conselho de Administração do CHMA, António Barbosa, e do presidente da Câmara de Famalicão, Mário Passos Precisamente, Mário Passos elogiou a atitude da empresa, que classificou de “mais uma prova do sentimento de altruísmo que é cultivado e disseminado por esta empresa internacional que está sedeada em Famalicão”. “É este exemplo que queremos enaltecer e divulgar no nosso território procurando provocar um efeito positivo de contágio entre o tecido empresarial”, acrescentou o edil.

Mercado Municipal recebe feira de roupa em segunda mão “Out of the Closet” é uma feira de artigos de vestuário em segunda mão que vai decorrer na Praça – Mercado Municipal de Famalicão, nos últimos sábados de cada mês. A primeira feira realiza-se já no próximo dia 29 de janeiro, entre as 16h00 e as 20h00. Os interessados deverão efetuar a sua inscrição até dia 22 de janeiro, mediante o preenchimento de formulário, disponibilizado na página de instagram do evento, sob o nome @outofthecloset_market. As inscrições encontram-se limitadas a 20 vagas. O evento surge com o impulso de duas famalicenses Andreia Pinheiro e Inês Ferreira e é apoiada pelo Município. “Afirmando-se como Cidade Têxtil, Famalicão enquadra esta iniciativa no desenvolvimento de uma economia mais circular visando a redução do desperdício têxtil”, refere a autarquia em nota à imprensa.

FICHA TÉCNICA

CONSELHO EDITORIAL: Alexandrino Cosme, António Cândido Oliveira, António Jorge Pinto Couto, Artur Sá da Costa, Cristina Azevedo, Feliz Manuel Pereira, João Fernandes, Manuel Afonso e Almeida Pinto. ESTATUTO EDITORIAL: disponível em www.opiniaopublica.pt

DIRETOR: João Fernandes (CIEJ TE-759) jfernandes@opiniaopublica.pt CHEFE DE REDACÇÃO:

Cristina Azevedo (CPJ 5611) cristina@opiniaopublica.pt

REDACÇÃO: informacao@opiniaopublica.pt Carla Alexandra Soares (CICR-248), Cristina Azevedo (CPJ 5611).

DESPORTO: José Clemente (CO 1139), José Carlos Fernandes e Paulo Couto. GRAFISMO: Carla Alexandra Soares

Com o projeto “ODS: Juntos mudamos o mundo”

Biblioteca Municipal vence prémio nacional de Boas Práticas A Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, de Famalicão, acaba de vencer o Prémio Maria José Moura − Boas Práticas em Bibliotecas Públicas Municipais 2020 (7ª Edição), com o projeto “ODS: Juntos mudamos o mundo”, que visa dar a conhecer e sensibilizar a comunidade para os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Na sequência do Concurso de Escrita Criativa “Todos por um mundo melhor”, iniciativa deste projeto, está a ser criada uma coleção de livros interativos, a "Estante Virtual" que será constituída pelos 17 contos interativos representativos dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Até à data, já se encontram disponíveis quatro contos na "Estante Virtual", alojada no site da biblioteca: "As preocupações de Mariana", relativo ao ODS 1 (Erradicar a pobreza); "A fada de bom coração" referente ao ODS 2 (Erradicar a Fome); "A ilha dos doces", dedicado ao ODS 3 (Saúde de Qualidade); "O exemplo de Alice" respeitante ao ODS 4 (Educação de Qualidade). O "Prémio Boas Práticas em Bibliotecas Públicas Municipais" foi instituído pela Direção-Geral do Livros, dos Arquivos e das Bibliotecas, em 2014, para premiar anualmente serviços ou projetos inovadores e de grande impacto na

O projeto vencedor visa dar sensibilizar para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

comunidade, desenvolvidos pelas bibliotecas públicas municipais portuguesas Com a atribuição deste prémio pretende-se partilhar e divulgar as boas práticas, contribuindo para o reconhecimento e para a valorização do papel social das bibliotecas públicas. O prémio tem o valor monetário de 4.500 euros, destinados à aquisição de recursos e serviços para a melhoria da qualidade dos serviços de biblioteca. Nesta edição, foram ainda atri-

buídas menções honrosas aos projetos da Biblioteca Municipal Manuel da Fonseca, de Castro Verde, intitulado “Clube do Conto”, e ao projeto da Rede de Bibliotecas de Lisboa, designado "Aberta a todas as pessoas: servir a comunidade LGBTI na sua biblioteca”. O júri entendeu ainda destacar e saudar todas as bibliotecas que responderam aos desafios suscitados pela pandemia de Covid19, designadamente as bibliotecas de Alpiarça, Anadia, Mealhada, Oliveira do Hospital e Pombal.

Gerações e Câmara preparam regresso de “Hoje há Histórias na Cidade”

Depois de uma interrupção de dois anos, motivada pela evolução da pandemia de Covid 19, a Câmara Municipal de Famalicão e a Associação Gerações vão reeditar, no ano de 2022, o projeto “Hoje há histórias na Cidade”. O evento deverá acontecer no próximo dia 7 de maio, se as condições pandémicas o permitirem.

OPINIÃO: Adelino Mota, Barbosa da Silva, Domingos Peixoto, Mário Teixeira, José Luís Araújo, Sílvio Sousa, Vítor Pereira.

GERÊNCIA: João Fernandes

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DETENTORES DE MAIS DE 5% DO CAPITAL António Jorge Pinto Couto João Fernado da Silva Fernandes Voz On, Lda.

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A Associação Gerações reuniu, no passado dia 10 de janeiro com o vereador da Educação, Augusto Lima, e com as responsáveis da Biblioteca Municipal e da Educação, dando assim o pontapé de saída, para a realização da iniciativa. Em nota á imprensa, a gerações sublinha que as partes concordaram que o projeto representa uma mais valia para as crianças e para as famílias, “pelo que é com muito contentamento que deitam mãos à obra para o reeditarem de novo”. O desenvolvimento da capacidade de leitura das crianças, a contribuição para o fortalecimento do seu imaginário e o conhecimento de autores nacionais e internacionais de relevo na edição de livros para a infância foram as principais vantagens apontadas como intrínsecas ao Projeto “Hoje há histórias na Cidade”. Um outro objetivo é promover também a ligação da iniciativa aos estabelecimentos do Ensino Pré-Primário Oficial e às escolas do Ensino Básico como já aconteceu na última edição. Entretanto, ficou já marcada uma nova reunião para finais de janeiro, para continuar a prepara a iniciativa.

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opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

CIDADE

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Espaço abriu ao público a 26 de julho do ano passado e lá estão reunidos diversos serviços

Loja do Cidadão, aberta há seis meses, facilita vida aos famalicenses Carla Alexandra Soares Depois de seis meses em funcionamento, a Loja do Cidadão em Famalicão é uma aposta ganha. O espaço abriu ao público a 26 de julho do ano passado e lá estão reunidos diversos serviços com o objetivo de facilitar a relação dos cidadãos e das empresas com a Administração Pública. A estrutura é uma das maiores do país em termos de área, com cerca de 3000 m2, e tratou-se de um investimento municipal de dois milhões de euros, contando com uma comparticipação de cerca de 20% assegurados por fundos comunitários, através do Norte 2020. Passado meio ano de funcionamento, a opinião é unânime: os cidadãos passaram a ter a vida facilitada. “Já vim cá uma vez e tudo correu bem. Vim cá resolver a nacionalidade portuguesa e hoje vim cá continuar a resolver a mesma questão. Da última vez faltaram uns documentos e tive que os trazer cá hoje”, explica Talita Oliveira, ao OPINIÃO PÚBLICA (OP) satisfeita com o atendimento na Loja do Cidadão. A mesma opinião é partilhada pela famalicense Maria Lafaiete que considera o espaço “bom e que dá para manter o distanciamento”. “Já vim cá outra vez e consegui resolver facilmente o que tinha para resolver. Foi muito rápido”. Opinião positiva tem também Maria Costa que, entrevistada pelo OP à porta da Loja do Cidadão, sublinha que os serviços “estão melhor do que eram”. “O atendimento é mais rápido e não tenho nada a dizer contra. Só o facto de podermos fazer a marcação é muito bom e leva a que não estejamos muito tempo à espera”. Registo Civil continua a registar problemas Mas apesar do evidente ganho, os problemas relacionados com o tempo de espera nas conservatórias, especialmente no Registo Civil, persistem e transferiramse das antigas instalações. Esta é a perceção e experiência dos advogados que trabalham em Famalicão, que comunicaram, entretanto, o problema à Ordem dos Advogados, no sentido de granjearem algum apoio “para conseguirem um funcionamento aceitável”. Tal como explica a advogada Margarida Portugal ao OP, nos últimos meses “a situação tem-se tornado incomportável” e dá diversos exemplos. “Pedi certidões que nunca, até hoje, me responderam, solicitei marcações de processos de divórcio e em várias ocasiões foi-me dito que teria que

Em média, a Loja de Cidadão atende 600 pessoas por dia

esperar meses. Tenho, aliás, uma cliente que esperou seis meses pela concretização da conferência de divórcio. Já estive à espera três horas e o serviço nem abriu, porque não havia funcionário para o respetivo lugar”, explica Margara Portugal, que reconhece ser “difícil trabalhar nestas condições”. “Suponho que a alegação de falta de pessoal faça sentido em determinadas fases. Suponho que estejam a reorganizarse, que estejam a apanhar trabalho antigo...”, acrescenta. O novo espaço, recorde-se, inclui um conjunto de serviços públicos que estavam dispersos pela cidade, como as duas conservatórias (Registo Civil, Registo Predial, Comercial e Automóvel), os dois serviços de finanças do concelho, a delegação local da Segurança Social e um Espaço do Cidadão. A estrutura conta com cerca de uma centena de recursos humanos. Funciona nos dias úteis, das 9h00 às 16h30. Diariamente são atendidas mais de 600 pessoas nos diversos serviços, tal como sublinha Telma Silva, responsável na Loja do Cidadão. “Funciona de forma normal. Temos picos e temos muita gente todos os dias. Apesar desse grande número de pessoas, tudo flui normalmente”, sublinha, fazendo um balanço “muito positivo”. Sobre as queixas mais frequentes entre os utilizadores, Telma Silva aponta o tempo de espera como o que leva a mais descontentamento. “Sabemos que esta-

A falta de recursos humanos é a causa apontada para os problemas no Registo Civil

mos numa sociedade em que não estamos dispostos a esperar, por pouco que seja o tempo, especialmente num serviço público. Muitas vezes o tempo de espera é grande, é verdade, mas a maior parte das vezes é diminuto”, refere.

Atento aos problemas registados na Loja do Cidadão, especificamente na Conservatória do Registo Civil, está o presidente da Câmara Municipal que faz, não obstante, um balanço “muito positivo” de meio ano de funcionamento. “Tenho tido um feedback diverso, desde logo, em termos de condições físicas houve uma melhoria enorme relativamente ao que existia no passado”, refere Mário Passos que, mesmo não sendo da tutela da Câmara Municipal, quer ver os atrasos no Registo Civil resolvidos. “Temos relatórios feitos de dois em dois dias e aquilo que nos tem chegado é que há dias em que funciona muito bem, e estou a falar particularmente da Conservatória do Registo Civil, e depois há os outros dias em que há picos e que o serviço não consegue acudir a todas as solicitações”. Assim, e tendo consciência que se trata de falta de recursos humanos, Mário Passos tem feito pressão “de forma persistente e determinada, junto do Instituto de Registo e Notariados, tutelado pelo Governo, para que faça chegar mais recursos”. O edil garante ainda que vai aproveitar as Eleições Legislativas de 30 de janeiro para sensibilizar os candidatos à Assembleia da República para fazerem pressão junto do Governo e da tutela por forma a que sejam contratados mais recursos humanos para a Conservatória de Famalicão. pub


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CIDADE

opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

CDU preocupada com aumento de situações de crianças em risco Durante a pandemia, a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Famalicão viu o número de sinalizações de crianças e jovens em risco aumentar consideravelmente. Destas sinalizações a maior parte deve-se a situações de violência doméstica seguindose de absentismo escolar e negligência. São números que preocupam a CDU que, no passado dia 13 de janeiro, reuniu a diretora da CPCJ de Famalicão, Andreia Oliveira. Neste encontro, a CDU esteve representada por uma delegação que incluiu a eleita da Assembleia Municipal e candidata à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Braga Tânia Silva. Em comunicado, a CDU lembra que, durante a pandemia, a CPCJ famalicense não parou o seu normal funcionamento, exceto nas suas funções de sensibilização e alerta da comunidade, que eram presenciais e não se puderam realizar devido à situação pandémica, “dificultando a comunicação entre a instituição e a comunidade”. A coligação e esquerda refere ainda que, atualmente, não existem no concelho vagas suficientes em casas de acolhimento para receber crianças em situação de risco. A CDU considera esta carência como uma “falha grave, que põe o bem-estar destas crianças e jovens, que se encontram num momento, que por ele mesmo já é de grande instabilidade”. Nesse sentido, promete acompanhar o trabalho CPCJ, considerando que esta comissão “desempenha uma atividade de elevada importância social”.

Livre apresenta candidatura pelo distrito liderada por Teresa Mota O Livre apresentou a semana passada a sua candidatura às eleições legislativas pelo Círculo eleitoral e Braga, que é encabeçada por Teresa Mota. O partido diz que está a concorrer num círculo eleitoral” multifacetado, urbano e rural, industrialiTeresa Mota zado e agrícola, mas também de grande desigualdade social”, e a candidatura do Livre, “vem também dar respostas às problemáticas locais”. Nesse sentido, a lista que concorre pelo círculo de Braga afirma que “em vez de propor um discurso do bota abaixo vem propor um caminho do bota acima, capaz de colocar Portugal e mais particularmente o distrito, numa posição capaz de enfrentar os desafios do século XXI”. Tendo como lema “o voto no Livre é útil”, o partido de esquerda afirma-se “útil para os trabalhadores do Vale do Ave e do Vale do Cávado, útil para pôr fim de uma vez por todas à poluição no rio Vizela, útil para impedir que a água seja mercantilizada, como é o caso em Barcelos. Diz-se ainda “útil para quem vive, circula e trabalha no quadrilátero Braga, Barcelos, Famalicão, Guimarães, útil para quem quer aceder à propriedade imobiliária ou pelo menos ao mercado de arrendamento, e útil para as pessoas de Terras de Bouro ou Celorico de Basto que têm igual direito ao acesso aos bens e serviços, principalmente os cuidados de saúde”.

Iniciativa realizou-se no auditório da Cespu, em Famalicão

PS reforça importância do SNS em fórum dedicado à saúde A Federação de Braga do PS promoveu em Famalicão um fórum dedicado à Saúde, sob o tema “Cuidados de Saúde na Região”, que contou com a participação de António Lacerda Sales, que exerce atualmente funções de secretário de Estado Adjunto e da Saúde; de Cláudia Carvalho, diretora do Serviço de Infecciologia do Hospital de Braga, Pedro Cunha, Diretor do Serviço de Urgência do Hospital de Guimarães; António Almeida Dias, presidente do Conselho de Administração da CESPU, e com a moderação de José Luís Carneiro, cabeça de lista do PS pelo círculo eleitoral de Braga. As administrações dos hospitais do distrito também estiveram presentes e, nas suas intervenções, destacaram o trabalho incansável dos enfermeiros, médicos e auxiliares, ao serviço de todos, todos os dias, mas sobretudo nos últimos dois anos de resposta à pandemia. Lacerda Sales referiu que “o SNS foi e é a garantia do direito fundamental de todos os cidadãos à proteção da saúde, independentemente da condição social, da situação económica, ou da localização geográfica de cada um”. “Foram os serviços públicos de saúde que responderam ao desafio de identificar casos, isolar contactos, testar e vacinar pessoas e tratar

Lacerda Sales foi um dos oradores convidados

doentes, sem exceção”, continuou o responsável, sublinhando que “às dificuldades acrescidas provocadas pela pandemia, o SNS respondeu com a confirmação da sua capacidade de reorganização e inovação, garantida através do reforço dos recursos humanos, financeiros, materiais e das infraestruturas ao seu dispor, que permitiram responder à emergência, realizar a campanha de vacinação e recuperar progressivamente a restante atividade assistencial”.

José Luís Carneiro aproveitou para falar do futuro e das propostas do PS para a próxima legislatura. “Vamos rever as redes de referenciação hospitalar, planeando a sua resposta em termos de volume de serviços, recursos humanos e infraestruturas e reforçar a autonomia na gestão hospitalar, nomeadamente em matéria de contratação de profissionais de saúde, com maior responsabilização e avaliação da satisfação pelos utentes e profissionais”, referiu.

Candidatos reuniram com autarcas de Famalicão, Braga e Barcelos

PSD preocupado com o “caos” nas acessibilidades do distrito

Momento da reunião com os autarcas locais em Famalicão

A candidatura do PSD pelo círculo eleitoral de Braga reuniu, a semana passada, com vários autarcas do distrito, num périplo que passou por Famalicão e durante o qual as acessibilidades estiveram em destaque. Os social-democratas entendem que “a falta de investimento público com que o governo PS deixou o país nos últimos seis anos está a provocar uma situação caótica ao nível das infraestruturas, com impacto particularmente agravado nos acessos a áreas

industriais e de expansão empresarial”. Liderada pelo cabeça de lista André Coelho Lima, a comitiva do PSD reuniu com os presidentes de Câmara de Braga, Famalicão, Barcelos, Vila Verde e Celorico de Basto. No final concluiu que reclamadas pelos autarcas estão requalificações de estradas nacionais e novos acessos, como a prometida duplicação de vias na EN14 que continua por concluir, o muito reclamado nó em Lama/Oliveira (Barce-

los), assim como ligações secundárias. Em causa estão ainda necessidades de ligações em Celorico de Basto e variantes com acessos a parques industriais em Oleiros e Gême no concelho de Vila Verde. “O governo PS bloqueou. Cansouse e esgotou-se. Incompreensivelmente, votou ao abandono este distrito”, diz André Coelho Lima, acrescentando que “são inúmeras as estradas absolutamente indignas, sem condições mínimas para circulação de automóveis ligeiros, quanto mais para o trânsito de pesados”. A situação gera “um impacto brutal nos moradores e populações locais”, conclui. Coelho Lima reiterou o compromisso do PSD em executar, “com maior celeridade”, o Programa Nacional de Investimentos 20-30 (PNI), aproveitando os reforçados fundos europeus, mas também evidenciou a aposta de Rui Rio no crescimento económico. “A estratégia é dar prioridade ao crescimento económico, como meio para reforçar o orçamento nacional. As novas receitas serão, uma parte, para reduzir a carga fiscal e, outra parte, para garantir investimento público”, precisou o candidato.


opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Cabeça de lista do CDS pelo distrito esteve no concelho

Famalicão é “exemplo de boa gestão autárquica” “A Câmara Municipal de Famalicão é um exemplo de boa gestão autárquica para todo o país. E o CDS-PP faz parte dessa história de sucesso há duas décadas”, afirmou o advogado José Areia de Carvalho, primeiro candidato do CDS-PP pelo Círculo de Braga às eleições legislativas do próximo dia 30 de janeiro, que esteve no concelho famalicense. “Tal como acontece em Famalicão, o CDS já deu mostras de lealdade aos portugueses e a Portugal, como aconteceu nos governos de Durão Barroso e Passos Coelho, em que a nossa participação foi fundamental para a estabilidade governativa”, lembrou o candidato centrista, que teve a seu lado, na vila de Riba d’Ave, o presidente do CDS local e vice-presidente da Câmara Municipal, Ricardo Mendes. O candidato pelo distrito de Braga lembrou que o partido tem dois vereadores na Câmara de Famalicão, para além de deputados municipais, presidentes de junta e membros das assembleias de freguesia, pelo que “a presença nas autarquias continua a ser fundamental para a implantação do partido”. Uma situação que ocorre também noutros concelhos de governação à direita no distrito, como em Braga ou Barcelos. Este quadro levou Ricardo Mendes a afirmar que “o voto no CDS no

Visita ao CIDIFAD em Riba d’Ave

dia 30 de janeiro é o único voto seguro”. Areia de Carvalho visitou a Cooperativa de Ensino Didáxis, agora confinada a uma escola em Riba d’Ave. “A Didáxis foi vítima da geringonça”, destacou, elogiando a resiliência da cooperativa de ensino e aventando a possibilidade de “reverter a situação” caso o CDS chegue ao governo. Ainda em Riba d’Ave, o candidato, acompanhado também por Ana Raquel Carvalho, candidata da lista do CDS, indicada pela Concelhia de Famalicão, visitou a Santa Casa da Mi-

sericórdia, onde ficou a conhecer o Centro de Investigação, Diagnóstico, Formação e Acompanhamento das Demências (CIDIFAD), uma nova unidade, que implicou um investimento da instituição na ordem dos 20 milhões de euros.“Fiquei absolutamente fascinado com as condições da nova estrutura de saúde direcionada para as demências, um problema emergente na nossa sociedade. Agora é preciso que o Estado faça o que lhe compete”, destacou. Areia de Carvalho visitou ainda os Bombeiros Voluntários Famalicenses.

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“Citeve é vital para o têxtil” diz Iniciativa Liberal

O cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) pelo distrito de Braga, Rui Rocha, este em Famalicão, a semana passada, em visita ao Citeve, numa ação de pré-campanha para as eleições legislativas Após um almoço com membros do Núcleo Territorial de Famalicão, Rui Rocha reuniu com o diretor do Citeve, Braz Costa, “numa conversa em que aproveitou para conhecer melhor a história deste centro tecnológico vital para a indústria têxtil e economia da região, bem como perceber as dinâmicas atuais do setor”, informou o partido, em nota à imprensa. No decorrer da reunião, em que o cabeça de lista foi acompanhado por dois elementos da coordenação do Núcleo de Famalicão, existiu um claro enfoque no futuro e sustentabilidade, sendo o Citeve e o CeNTI considerados duas instituições chave na partilha quer de conhecimento, como das melhores práticas à escala global. “O tema dominante da conversa foi a promoção de um desenvolvimento sustentável, que se mostra vital num setor como o têxtil, frequentemente associado a práticas menos sustentáveis”, refere a IL. O partido diz ainda que foi possível ter uma melhor ideia dos desafios que se avizinham para o setor e da contínua inovação que lhe está associada. “Assim, é para nós evidente a importância deste centro tecnológico para o desenvolvimento da região, quer pelos postos de trabalho altamente qualificados que propicia, bem como pela difusão do conhecimento que gera nas nossas empresas, permitindo que estejam na linha da frente à escala global”, conclui. pub


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opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

É o chef residente da cozinha experimental da Praça – Mercado Municipal

Álvaro Costa tem um ano para valorizar produtos e gastronomia de Famalicão Carla Alexandra Soares ritório famalicense, que fará o acompanhamento e consultoria na programação anual Álvaro Costa é oficialmente o chef residente do Mercado Municipal de Famalicão, sendo da cozinha experimental da Praça – Mer- o principal rosto do programa de animação cado Municipal de Famalicão. e o curador principal. A passagem de testemunho aconteceu O chef do FC Porto no passado sábado, dia 15 de janeiro, de Lígia Santos para Álvaro Costa e decorreu Com um currículo vasto, Álvaro Costa asdurante a realização de um showcooking. sume-se como cozinheiro, enófilo e gastróEm 2021, Lígia Santos foi a primeira chef a nomo. Nascido na freguesia de Pousada de assumir a direção anual da cozinha experi- Saramagos, é também apreciador de múmental do novo Mercado Municipal de Fa- sica, viagens e da gastronomia Nacional malicão. Em 2023, Álvaro Costa passará o Portuguesa. Desenvolve, atualmente, a função de testemunho ao chef Renato Cunha. A Cozinha Experimental da Praça é um chef executivo na equipa principal do FC espaço dedicado à promoção de works- Porto, e possui um projeto ligado a consulhops, degustações, showcookings, entre toria e apoio ao desenvolvimento gastronóoutras iniciativas, servindo como uma fer- mico na área da hotelaria, restauração e ramenta para uma programação gastronó- indústria alimentar. Participa regularmente mica atrativa, constituindo um lugar de em eventos ligados à gastronomia e enoloexperimentação e aprendizagem, no qual gia, como orador, e leciona, como formador se valoriza a missão do Mercado Municipal. externo, na Escola de Hotelaria e Turismo de O programa “Chef Residente” consiste Viana do Castelo. “Sempre foi o que quis fazer desde penuma colaboração ao longo de um ano com um chef de renome da região, com uma li- queno e acabei por fazer um percurso do gação profunda à sua gastronomia e ao ter- qual me orgulho”, referiu o chef ao OPINIÃO

CHMA promove formação para promover parto humanizado

É mais um passo para um parto humanizado no Centro Hospitalar do Médio Ave. Durante três dias (11,12 e 13 de janeiro) o serviço de obstetrícia e ginecologia do CHMA organizou a formação “Parir em Movimento – Anatomia Funcional do Parto Fisiológico” sob a orientação da especialista espanhola Nuria Vives. O curso foi frequentado por profissionais da área da Saúde da Mulher, do serviço do Obstetrícia do CHMA e dos cuidados primários do ACES de Famalicão, Santo Tirso e Trofa. Tal como sublinhou ao OPINIÃO PÚBLICA, Sarita Nápoles, médica Obstetra CHMA, tratou-se de uma formação sobre “parto em movimento, exatamente porque não queremos a mulher na cama”. Para a responsável pela formação, esta iniciativa e outras que se vão rea-

lizar nos próximos tempos, pretende “despertar os profissionais para mudar a forma de nascer em Famalicão”. A escolha da formadora Nuria Vives não foi ao acaso, já que tem uma vasta experiência no parto humanizado. “Tem vários livros publicados, sendo que um deles fala exatamente desta questão. Quanto mais a mulher se movimenta durante o trabalho de parto e o parto, mais fácil será para o bebé nascer”, explica Sarita Nápoles. Assim, a ação de formação contou com a participação de 20 enfermeiros parteiros, 4 enfermeiros dos cuidados de saúde primários e 10 médicos obstetras. O curso com a duração de cerca de 20 horas, terminou com uma parte prática, no auditório da Casa do Território, no Parque da Devesa. C.A.S.

Chef cozinhou prato de coelho e abóbora

PÚBLICA, referindo-se ao seu papel no FC Porto, que encara como “um grande desafio”. Quanto à missão que lhe foi dada na Praça, encara-a com muita satisfação e quer aproveitar a oportunidade para valorizar o que é local, nomeadamente a história e origens gastronómicas de Famalicão. “Para mim é sempre um prazer cozinhar em qualquer local. Famalicão é sempre um carinho especial porque eu nunca deixei de ser famalicense”, referiu Álvaro Costa que pretende utilizar o seu ano como curador da Cozinha Experimental da Praça para "cozinhar com a nossa história e origens, respeitando a sazonalidade dos produtos, o microcircuito de vida de cada produto e tirar o máximo de partido deles", tendo como re-

ferência a história e comportamentos à mesa, dos famalicenses. “Espero que os famalicenses possam olhar para a minha cozinha e sintam a minha paixão pelos tachos e panelas e que possam tirar partido disso”. A acompanhar Álvaro Costa na cozinha estiveram os chefs Lígia Santos e Renato Cunha, que o ajudaram a preparar Coelho na Abóbora. A escolha destes ingredientes não foi ao acaso e “dizem muito das nossas origens”. “A abóbora é um produto de época que tem uma ampla aplicação durante o outono e inverno e o coelho faz parte da cultura da produção de galináceos que este território tem desde sempre. O coelho faz parte da mesa dos famalicenses”.

Famalicão em Transição propõe mais espaço verde para a zona junto ao Tribunal A Associação Famalicão em Transição apresentou algumas propostas para o projeto de intervenção urbanística na área envolvente ao Tribunal de Famalicão, no âmbito do período de discussão pública que decorreu até ao passado dia 10. Em nota à imprensa, a associação afirma que o projeto segue um modelo de desenvolvimento que “continua a promover um conceito de ‘não-cidade’, sem coesão social e desintegrada do tecido empresarial de âmbito local, como comércio, serviços e pequenos ofícios”. Por outro lado, entende que o projeto apresenta “muito pouca área verde”, pelo que propõe a necessidade de envolvimento de especialistas ligados ao planeamento ecológico “para desenho de soluções que

“garantam o maior respeito pelas condições ecológicas e os recursos naturais existentes no local”. A associação propõe também a criação de um corredor ecológico de atravessamento da rua de S. Vicente que garanta a continuidade e ligação entre o Parque de Sinçães e a área verde dentro do projeto; Para a Famalicão em Transição o projeto apresenta “uma excessiva área comercial”, como tal propõe que não se comtemple a abertura de médias e grandes superfícies, mas que as mesas sejam convertidas em “zona mista de pequeno comércio, serviços e habitação”. Sugere ainda incluir no projeto uma barreira verde, com um misto arbóreo e arbustivo, a separar a Av. Eng. Pinheiro Braga do edificado.


opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Município será o centro das celebrações

Famalicão recebe comemorações dos 400 anos do nascimento de Molière No passado sábado, dia 15 de janeiro, celebraram-se os 400 anos do nascimento de Molière, dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres da comédia satírica. Para o efeito, a França está mobilizada para assinalar a efeméride a nível mundial e, em Portugal, Famalicão é o centro destas comemorações. Para tal, vai realizar-se o Festival de Teatro “400 anos do nascimento de Molière”, iniciativa que decorre de 5 a 7 de maio de 2022. O projeto, que está a ser preparado desde setembro de 2021, arrancou com uma ação de formação, na Casa do Território, que se prolonga por 2022, dirigida a professores de Francês e ministrada pelo formador Jan Nowak. Nesta ação estão a ser preparados cerca de 20 professores do ensino básico, de instituições de ensino da região Norte, que vão encenar com os seus alunos do 3º

ciclo uma das peças de teatro de Molière, na língua francesa, para o Festival de Teatro. Para além das escolas do Ensino Básico, também os alunos do Curso de Teatro da ACE Famalicão estão mobilizados para estas comemorações e vão apresentar um espetáculo baseado numa peça de Molière, nos dias 5 e 6 de maio, na Casa das Artes. No dia 7 de maio, decorre no Teatro Narciso Ferreira, em Riba d’Ave, com a presença da comunidade escolar, a representação em francês, pelos alunos do 3º ciclo, das peças selecionadas no âmbito da ação de formação, e onde serão eleitas as três melhores representações pelo júri do festival. Nesse mesmo dia, à noite, terá lugar o encerramento da iniciativa na Casa das Artes de Famalicão com a representação a solo de um ator da Comédie Française, seguida da atribuição dos prémios às turmas vencedoras.

Peça baseia-se nos incêndios de Pedrógão

Fértil apresenta “Hiena” na Casa das Artes de Famalicão O aproveitamento da catástrofe através da caridade é o mote da nova peça de teatro da companhia famalicense Fértil Cultural, que sobe ao palco da Casa das Artes, este fim de semana, de 20 a 22 de janeiro. O ponto de partida para esta peça surgiu durante uma viagem de carro onde, aquando as notícias da rádio, Rui Leitão, codiretor da Fértil Cultural e encenador da peça, ouve os casos de corrupção e de enriquecimento ilícito e fraude a partir de movimentos de caridade no pós-incêndios de Pedrógão Grande. É aí que surge a ideia das hienas, um animal reconhecido pela sua capacidade de sobrevivência e pela ingestão de alimentos difíceis. A convite da Fértil Cultural, Regina Guimarães pegou no tema e escreveu “Hiena”. Segundo o encenador, a ideia do espetáculo “passa por dar uma noção de conflito interno de como uma pessoa desesperada pelo dinheiro é capaz de tudo, até de ver na desgraça de outros a solução e de como isso é tão bem aceite que consegue ter aliados que acompanhem as suas ideias e que possam atacar em grupo”. O espetáculo

A atriz Neuza Fangueiro protagoniza “Hiena”

põe o público em constante tensão à volta da própria Hiena, num cenário provocador de dúvidas construído por Sandra Neves. Até onde é que poderá esta empresária, personagem interpretada por Neusa Fangueiro, lucrar ilicitamente enquanto desenvolve um projeto de ajuda humanitária? Na realidade, ela pretende contribuir para o bem-estar da população afetada pela catástrofe, mesmo que desviando parte das re-

ceitas obtidas para colmatar as suas dívidas. Será assim tão má? É a questão que se coloca. Um espetáculo que certamente irá gerar frenesim na opinião pública e que sobe ao palco com três sessões, esta quinta, sexta e sábado, às 21h30. A entrada custa seis euros, reduzindo para metade para estudantes, portadores do Cartão Quadrilátero Cultural e seniores.

CIDADE

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GNR detém dois homens por furtos e tráfico de droga A GNR, através do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Guimarães, deteve dois homens, de 30 e 40 anos, por furtos e tráfico de estupefacientes nos concelhos de Famalicão e Guimarães. As detenções aconteceram nos dias 11 e 12 de janeiro, tendo sido ainda identificados outros dois suspeitos, de 38 e 46 anos. No âmbito de uma investigação que decorria há cerca de seis meses, os militares da Guarda encetaram diligências policiais que cul-

minaram com o cumprimento de cinco mandados de busca, quatro domiciliárias e uma em veículo. Desta operação resultou a apreensão do seguinte material: 376 doses de haxixe, uma balança de precisão, quatro telemóveis, uma televisão, dois walkie-talkies e uma viatura. Foi ainda possível apurar que sob o suspeito de 38 anos, pendia um mandado de condução ao estabelecimento prisional para cumprimento de pena de prisão

efetiva de dois anos e nove meses, por furtos, tendo sido conduzido ao Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa. Já o detido de 40 anos, após ter sido presente ao Tribunal Judicial de Guimarães, foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva, tendo sido conduzido ao Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa, em Paços de Ferreira, aguardando condições no domicílio para passar a prisão domiciliária sob vigilância eletrónica.

Farmácia Cameira deixa o centro e muda-se para Av. do Brasil A Farmácia Cameira, uma das mais antigas do concelho, localizada no topo norte da Praça D. Maria II, no centro da cidade de Famalicão, vai mudar as suas instalações para a Avenida do Brasil. O pedido já foi apresentado ao Infarmed e à Câmara Municipal, que deu parecer favorável vinculativo na reunião do executivo da passada quinta-feira. Nos documentos enviados ao Município, a referida farmácia justifica a transferências de instalações pelo facto de estar situada num local onde existem mais três farmácias num raio de 250 metros, de os lugares de estacionamento serem reduzidos e de o edifício que ocupa ser “bastante antigo com

áreas de atendimento ao público muito reduzidas”. Deste modo, a Farmácia Cameira entende que a mudança para a Avenida do Brasil, onde não existe qualquer farmácia instalada, permitirá, por um lado, “aumentar a acessibilidade às populações” e, por outro, aumentar a área de atendimento público, bem como “a instalação e gabinetes para atendimento personalizado, permitindo a criação e serviços farmacêuticos”. A farmácia argumenta ainda que a nova localização dispõe de diversos lugares de estacionamento privativo destinados ao estabelecimento. pub


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FREGUESIAS opiniãopública: 19 de janeiro de 2022 pub

Angelina Castro lançou o seu primeiro livro

Sessão de apresentação decorreu no Centro de Estudos Camilianos

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“Um sonho tornado realidade”, é desta forma que a famalicense Angelina Castro, natural da freguesia de Castelões, classifica o lançamento do seu primeiro livro, dedicado ao público infanto-juvenil. O título “O Menino do Chapéu Arcoíris” remete para um “menino de caracóis loiros, que durante o sonho faz viagens, nas quais encontra amigos e dá a conhecer o seu mundo”, explicou a escritora em entrevista ao OPINIÃO PÚ-

BLICA. Com uma mensagem de esperança e de sonho, a obra conta com ilustração de Gabriela Said e foi apresentada na passada sextafeira, 14 de janeiro, no Centro de Estudos Camilianos. Tendo também como sonho a continuidade da escrita e o lançamento de mais obras, Angelina Castro não esconde que os livros sempre fizeram parte do seu crescimento. Após vários anos de profissão

como educadora de infância, foi precisamente durante este período de pandemia, em que também se debateu com uma doença autoimune, que Angelina Castro decidiu escrever “linhas de esperança, com valores que hoje em dia são essenciais”. O livro, disponível em vários formatos, pode ser adquirido entrando em contacto com a escritora ou online através do Grupo Editorial Atlântico.

Gavião celebra Festas de S. Vicente este fim de semana Realizam-se este fim de semana as festas em honra de S. Vicente em Gavião, com um programa que vai decorrer junto á capela daquele santo e que inclui as cerimónias religiosas e também animação musical. No sábado, 22 de janeiro, o dia começa com um grupo de Zés P’reiras a percorrer as ruas de gavião e Famalicão. À noite, a partir das 21h00, atuam os grupo Quatro Claves e Terceira Dimensão, seguindo-se uma sessão de fogo de artifício pela meia-noite. No domingo, dia 23, a manhã é dedicada às celebrações religiosas, com a procissão em honra de S. Vicente, pelas 10h45, seguida da missa campal. A partir das 15 horas regressa a animação, com o Grupo Infantil e Juvenil Santiago de Gavião, e com cantares ao desafio pelos Primos Lúzio. As festas encerram com o sorteio de prémios. Refira-se que a festa de S. Vicente em Gavião costuma acontecer no último fim de semana de janeiro, mas como este ano, esse fim de semana coincide com a realização das eleições legislativas, a comissão organizadora antecipou as festividades.

Festas de S. Sebastião em Gondifelos acontecem este fim de semana É já este fim de semana de 21, 22 e 23 de janeiro que decorrem as festas em honra de S. Sebastião na freguesia de Gondifelos. As festividades iniciam-se na sexta-feira, pelas 21h15, com a tradicional missa e procissão de velas em honra de Nossa Senhora

de Fátima. Já no sábado, após a novena e eucaristia em honra de S. Sebastião, pelas 19h15, chegam os cabeças de cartaz: o humorista Zé Pacóvio e a banda 4Mens, às 21h15 e 22h15 respetivamente. Segue-se a habitual sessão de

fogo de artificio, prevista para as 00h15. O último dia de festa fica marcado pela missa solene, pelas 10h30. Já pelas 15 horas, acontece o terço, sermão e procissão com a presença da fanfarra dos escuteiros de Gondifelos.


opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Humanitave envia contentor de ajuda humanitária para a Guiné-Bissau

A campanha das meias solidárias, levada a cabo na época natalícia pela Associação de Emergência Humanitária HumanitAVE, deu frutos. A verdade é que o dinheiro angariado correspondeu às expectativas e vai permitir assegurar os custos de envio de um novo contentor de ajuda humanitária para a GuinéBissau, local onde a associação famalicense tem vindo a desenvolver várias missões. Além de material médico e outros bens de primeira necessidade que seja possível transportar, o grande destaque vai para os livros de apoio, que serão uma preciosa ajuda para encher as prateleiras das bibliotecas escolares. Em entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, Tiago Costa, presidente da associação, explicou que os voluntários da HumanitAVE já estiveram no terreno a dar formação aos professores e bibliotecários e, portanto, este

contributo será fundamental para pôr em prática os conhecimentos adquiridos e fomentar a aprendizagem. Atualmente com onze projetos ativos, o responsável refere que todo o material enviado tem um propósito, até porque são feitos levantamentos atempados das principais necessidades. Com a recolha de livros a decorrer até ao próximo dia 22 de janeiro, Tiago Costa aproveitou o momento para agradecer a generosidade dos voluntários, comunidade em geral e empresas que se associam à causa. “É uma envolvência que faz bem a todos nós. Os contributos representam diferenças brutais em várias áreas, nomeadamente na saúde e educação, até porque falámos de um dos países mais pobres do mundo e o segundo com o sistema nacional de saúde mais frágil”, finalizou. J.M.

Maria José Gonçalves nos órgãos socais da Liga dos Bombeiros Portugueses A famalicense Maria José Gonçalves, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros de Riba d’Ave, integra os novos órgãos sociais da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), empossados no passado dia 8 de janeiro. Maria José Gonçalves assumiu a vice-presidência do Conselho Jurisdicional da LBP, cuja Direção é agora presidida por António Antunes que sucede a Jaime Marta Soares, que esteve 12 anos no cargo. Na cerimónia de tomada de posse, que decorreu em Lisboa, onde António Nunes mostrou-se preocupado com a situação dos bombeiros profissionais e voluntários e realçou a necessidade de devolver a prioridade de intervenção dos incêndios aos bombeiros.

FREGUESIAS

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A via que faz a ligação à A7 vai passar para alçada municipal

Obras na “estrada sem dono” em fase de conclusão Fica resolvido, nas próximas semanas, o problema antigo da “estrada sem dono”, como ficou conhecido o acesso ao nó da A7 de Vermoim/Seide. A intervenção de requalificação e renovação da artéria, entre o acesso à autoestrada e a estrada nacional que liga Famalicão a Guimarães (EN 206), está em fase de conclusão e, a partir daí, conforme protocolado entre o Município de Famalicão, a Ascendi e as Infraestruturas de Portugal, a via passa para a esfera municipal. Trata-se de uma via infraestruturante que foi construída precisamente na sequência da abertura da autoestrada, sem que tivesse sido enquadrada formalmente, quer na rede viária nacional, quer na rede viária municipal. Daí o nome com que ficou conhecida. A indefinição e o mau estado da estrada fizeram com que o Município instaurasse uma providência cautelar em tribunal para obrigar a concessionária da A7, ou a Estradas de Portugal, a rea-

Mário Passos foi ver o andamento dos trabalhos

lizarem as obras urgentes de reparação, iluminação e conservação. Entretanto, as partes chegaram a um entendimento que resultou no acordo de realização das obras, por parte da Infraestruturas de Portugal e da Ascendi, com a posterior passagem da via para o domínio municipal. O presidente da Câmara Municipal, que visitou a obra na se-

mana passada, fala na resolução de “um grande problema de segurança rodoviária”, uma vez que a via “não estava infraestruturada e não havia uma entidade responsável pela sua manutenção”. Mário Passos diz que “valeu a pena a reivindicação que o município fez ao longo dos últimos anos, que garantiu uma solução a contento do interesse público”.

Classificação aprovada em reunião da Câmara de Famalicão

Palácio da Igreja Velha torna-se Imóvel de Interesse Municipal

O Palácio da Igreja Velha, localizado em Vermoim, acaba de ser declarado Imóvel de Interesse Municipal. A classificação foi aprovada na passada quinta-feira em reunião da Câmara de Famalicão. Além do palácio propriamente dito, a classificação abrange também, a Capela de S. Francisco de Assis e o Cruzeiro do Palácio da Igreja Velha, sendo que a área envolvente ficou fixada como Zona Especial de Proteção. “Trata-se da valorização de um património histórico, de grande relevância a nível arquitetónico” destaca o presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, para quem “esta classificação é uma forma de assegurar a sua preservação”. O Palácio da Igreja Velha, datado de 1881, é um exemplar de arquitetura de brasileiros torna-viagem do século XIX, com características e escala monu-

mental única no concelho de Famalicão. Foi alvo de obras de requalificação entre 2012 e 2015, pela atual proprietária, a sociedade imobiliária Vetorpredileto (Telhabel), que permitiram manter a sua qualidade arquitetónica e o bom estado de conservação. Graças a esta intervenção, o projeto, da autoria do gabinete de arquitetura Visioarq, recebeu o Prémio Internacional de Arquitetura “Architizer A+ awards” em 2017, e, em 2018, o Prémio de Reabilitação Januário Godinho. Refira-se que, para além do Palácio da Igreja Velha, existem outros dois imóveis no concelho famalicense, classificados como de interesse municipal, entre eles, o Solar de Vila Boa, na freguesia de Joane, classificado em 1977, e a Capela de São Gonçalo, na freguesia de Cavalões, classificada em 1978.


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PUBLICIDADE opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Falecimentos

Maria Esmeralda de Araújo Azevedo da Silva, no dia 5 de janeiro, com 71 anos, viúva de Serafim das Dores Moreira da Silva, de Brufe. João Manuel Areias da Silva, no dia 8 de janeiro, com 57 anos, solteiro, de Calendário. Alcina Pinto de Oliveira, no dia 10 de janeiro, com 82 anos, viúva de António Gomes de Faria, de Calendário. Agência Funerária do Calendário Calendário – Tel.: 252 377 207

Maria de Nazaré Silva Sousa, no dia 15 de janeiro, com 92 anos, viúva de Domingos Machado de Andrade, de Bairro.

Manuel Fernando Pontes da Silva, no dia 10 de janeiro, com 56 anos, casado com Maria Luísa de Lima Maia, de Santo Tirso.

António dos Santo Ferreira, no dia 14 de janeiro, com 83 anos, casado com Joaquina Carolina Teixeira, de Rebordões (Santo Tirso).

Rosário da Costa Vieira, no dia 10 de janeiro, com 98 anos, viúva de Reinaldo Fernandes Gomes, de Ruivães.

Fernando Mendes de Lima, no dia 12 de janeiro, com 79 anos, casado com Justina de Araújo Fernandes, de Sequeiró (Santo Tirso). Maria Moreira Reguenga, no dia 7 de janeiro, com 87 anos, viúva de José Araújo da Silva, de Sequeiró (Santo Tirso). Agência Funerária de Burgães Sede.: Burgães / Filial.: Delães Telf. 252 852 325

Maria Emília da Costa Couto, no dia 12 de janeiro, com 90 anos, de S. Martinho de Bougado (Trofa). Rosa da Costa e Silva, no da 14 de janeiro, com 87 anos, viúva de Manuel Pedrosa Azevedo, de S. Martinho de Bougado (Trofa). Augusto da Costa, no dia 16 de janeiro, com 79 anos, casado com Carminda da Conceição Gavinho Costa, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

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Ana Gomes da Silva, no dia 15 de janeiro, com 101 anos, viúva de Bernardino Pereira Cortinhas, da Palmeira (Santo Tirso). Delfim da Silva Fernandes, no dia 14 de janeiro, com 83 anos, casado com Lígia Dias Pereira, de Landim.

Agência Funerária da Lagoa Lagoa – Telf. 252 321 594

Maria Amélia Gonçalves Machado da Costa, no dia 12 de janeiro, com 86 anos, viúva de Manuel da Silva Alves, de Vila Nova de Famalicão.

Júlio Torres Nunes de Sousa, no dia 1 de janeiro, com 64 anos, casado com Emília Bebiana Pinheiro Pereira Leite, de Pevidém (Guimarães).

Firmino Manuel Rodrigues de Almeida, no dia 15 de janeiro, com 57 anos, solteiro, de Gavião.

José António Ferreira Pereira, no dia 4 de janeiro, com 57 anos, casado com Maria Emília Alves de Abreu, de Pevidém (Guimarães).

Maria Névia Cerejeira Campos, no dia 11 de janeiro, com 82 anos, solteira, de Ribeirão.

Op. Fabril para o 1º e 2º turno - Preferência por residentes no concelho de Famalicão

José Barbosa Martins, no dia 14 de janeiro, com 86 anos, viúvo de Maria Olinda Pereira de Sousa, da Palmeira (Santo Tirso).

Teresa de Jesus da Silva Costa, no dia 15 de janeiro, com 69 anos, viúva de David Azevedo Maia, de Ruivães.

Luís Jorge de Mesquita Teixeira, no dia 9 de janeiro, com 57 anos, de S. Martinho de Bougado (Trofa).

Empresa do sector alimentar de ultra congelados, em V. N. de Famalicão, recruta

Arminda de Oliveira Fernandes, no dia 14 de janeiro, com 76 anos, viúva de Fernando da Silva Pereira, de Gavião.

Maria de Lurdes Pereira, no dia 2 de janeiro, com 94 anos, viúva Albano Rodrigues Pereira Bastos, de Vila Nova de Famalicão.

Agência Funerária Rodrigo Silva, Lda Vila Nova de Famalicão – Tel.: 252 323 176

PRECISA-SE

Maria Júlia Monteiro, no dia 13 de janeiro, com 73 anos, viúva e José Maria de Carvalho Azevedo, de Landim.

Paulina Maria Araújo Oliveira de Magalhães, no dia 16 de janeiro, com 51 anos, casada com José Luís Araújo Ferreira Marques, de Novais.

Maria de Oliveira, no dia 10 de janeiro, com 92 anos, de Lemenhe.

Contactos: 252 320 180 ou envie currículo para belita.supermercados@gmail.com

Maria de Lurdes Maia da Costa, no dia 12 de janeiro, com 74 anos, viúva de Joaquim da Silva Osório, de Cabeçudos.

Agência Funerária Trofense, Lda (S. Martinho de Bougado) Trofa – Tel.: 252 412 727

Albino Gomes Ferreira, no dia 6 de janeiro, com 89 anos, viúvo de Maria Carolina Moreira, do Louro.

O Belita Supermercados está em processo de recrutamento para:

Manuel Diniz de Andrade, no dia 10 de janeiro, com 80 anos, viúvo de Maria da Conceição Pinto Carneiro Pina, de Landim.

António da Costa e Silva, no dia 13 de janeiro, com 80 anos, casado com Maria Augusta Sá Gonçalves, de Ribeirão. Júlia Mesquita de Carvalho, no dia 14 de janeiro, com 94 anos, solteira, de Lousado. Funerária Ribeirense Paiva & Irmão Lda Ribeirão – Telf. 252 491 433

Joaquina da Costa Martins, no dia 15 de janeiro, com 94 anos, de Cavalões. Agência Funerária Palhares Balazar– Tel.: 252 951 147

Delfina Manuela da Silva Ribeiro, no dia 5 de janeiro, com 83 anos, viúva de António de Oliveira, de Selho S. Cristóvão. Manuel Fernando Pinheiro da Silva, no dia 10 de janeiro, com 61 anos, casado com Ana de Jesus Pereira Gonçalves da Silva, de Cambeses S. Tiago (Guimarães). António Pereira, no dia 14 de janeiro, com 90 anos, viúvo de Joaquina Salgado da Silva, de Silvares (Guimarães). Maria da Silva Marques, no dia 15 de janeiro, com 97 anos, viúva de Domingos Rodrigues, de Pedome. Agência Funerária S. Jorge Pevidém– Tel.: 253 533 396

José Alves Pereira, no dia 12 de janeiro, com 74 anos, casado com Maria do Céu Moreira Faria, de Telhado. António da Costa Correia, no dia 12 de janeiro, com 59 anos, de Telhado. Agência Funerária das Quintães Vale S. Cosme – Tel.: 252 911 290


opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

FREGUESIAS

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Deputado famalicense visitou margens do rio em Bairro e Riba d’Ave

Despoluição da Bacia Hidrográfica do Ave é prioridade para Jorge Paulo Oliveira O deputado Jorge Paulo Oliveira considera urgente a elaboração de um Plano de Despoluição da Bacia Hidrográfica do Ave e sublinha ser imprescindível que abranja todos os municípios responsáveis pelos recursos hídricos da Bacia. Um tema que, alerta, “deve ser uma prioridade da política ambiental para o futuro Governo”, pode ler-se em comunicado enviado às redações. O candidato do PSD à Assembleia da República pelo Círculo Eleitoral de Braga lembra que o Governo agora cessante avançou em 2017 com um plano de intervenção, mas apenas para o Rio Vizela, deixando de fora parte considerável do percurso do rio que atravessa territórios com elevados níveis de industrialização e concentração populacional, como é o caso de Famalicão. O deputado famalicense de-

Jorge Paulo Oliveira na visita a Bairro

fende que "é absolutamente fundamental o envolvimento de todos os municípios e entidades num trabalho conjunto que preveja e calendarize medidas de vigilância,

Famalicão: Festival Laurus de regresso ao Louro em julho deste ano O festival Laurus Nobilis está de regresso ao Louro em julho deste ano. E a banda Manowar é a cabeça de cartaz, que vem a Portugal passados 11 anos do seu último concerto, em Lisboa. Segundo nota enviada à imprensa, a associação Ecos, que organiza este festival, destaca o impacto do festival pelo mundo e a vinda da banda de heavy metal norte-americana. “O festival nunca teve publicações que atingisse números tão avassaladores, como por exemplo um post, na pagina oficial do facebook do Laurus que já tem mais de 4.000 gostos, quase 200.000 pessoas alcançadas e cerca de 8.000 interações”, refere o comunicado, que acrescenta ainda que 70% são de pessoas do estrangeiro dos quatro cantos do mundo, “onde muitas já confirmaram a sua presença no Laurus”. Segundo a organização muitos bilhetes já foram adquiridos “e já esgotaram as dormidas em Famalicão e arredores para os dias do festival”. O festival de heavy metal vai decorrer de 21 a 23 de julho na freguesia do Louro.

Quim Barreiros é cabeça de cartaz no S. Vicente de Sezures A freguesia de Sezures celebra, este fim de semana, as festas em honra de S. Vicente, que têm Quim Barreiros como cabeça de cartaz. Também não faltará o tradicional arco, este ano com 25 metros de altura, que foi erguido a semana passada. A animação musical arranca esta sexta-feira, dia 21 de janeiro, às 22h00, com a atuação do grupo Terceira Dimensão, à qual se seguirá uma sessão de fogo de artifício. No sábado, pelas 15 horas,

tem lugar a procissão acompanhada pela Fanfarra dos Bombeiros Voluntários Famalicenses. À noite, a partir das 22h00, sobe ao palco o cantor Quim Barreiros. Pela meia-noite há nova sessão de fogo de artifício, seguida da atuação dos Chinelos com Vida. No domingo, às 10h30, é celebrada a missa solene em honra de S. Vicente e, às 15h00, há nova animação musical, que encerra as festividades.

prevenção, controlo e mitigação, por forma a potenciar os investimentos públicos e privados já realizados e a fomentar outros, tendo em vista a tão desejada despolui-

ção, que permitiria devolver o rio às comunidades e, por essa via, incrementar os níveis de qualidade de vida”. Jorge Paulo Oliveira, que dedicou um dia da campanha eleitoral a esta temática, visitou na freguesia de Bairro as margens do Rio Ave na sua interseção com o Rio Vizela, seu maior afluente, um local marcado por património industrial relevante e aproveitamento minihídrico único, tendo alertado para a importância que deve ser concedida a todo este ecossistema. Já em Riba d’Ave, numa visita às margens do Rio Ave guiada pelo responsável da H2Ave - Associação Movimento Cívico para a Dinamização e Valorização do Vale do Ave, ficou a conhecer o trabalho desenvolvido no domínio da preservação ambiental, nomeadamente na revitalização das margens daquele rio.

"Não faltam bons exemplos de intervenções na recuperação de açudes e suas azenhas, na dinamização de praias fluviais, no restauro de pontes históricas, na proteção dos ecossistemas ribeirinhos. Temos, por isso, o dever de despoluir e revitalizar esta bacia hidrográfica. Mas isso só é plenamente alcançável se formos capazes de garantir um rio ambientalmente protegido e patrimonialmente preservado", argumenta. De recordar que, recentemente, a Câmara de Famalicão apresentou uma candidatura de 1,2 milhões de euros ao COMPETE 2020, numa parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente, para a execução do projeto de recuperação e valorização hidrográfica da Bacia do Ave, nomeadamente os rios Ave, Pelhe, Guisande e o ribeiro de Beleco, em Ribeirão.

Promotores do investimento assinaram contrato de urbanização para a Unidade de Execução

Terminal Ferroviário de Mercadorias da Península Ibérica mais próximo da realidade

Momento da assinatura do contrato de urbanização nos Paços do Concelho

Está dado mais um passo para a construção do maior terminal ferroviário de mercadorias da Península Ibérica em Famalicão pela Medway, empresa líder no transporte ferroviário de mercadorias em Portugal, num investimento estimado em 63 milhões de euros. Na semana passada foram celebradas, nos paços do Concelho, as assinaturas do contrato de urbanização, com as entidades promotoras, para a Unidade de Execução da Área de Acolhimento Empresarial de Lousado, Esmeriz e Cabeçudos, onde vai ficar implantado o empreendimento. O presidente da Medway, Carlos Vasconcelos, referiu que, apesar dos atrasos, “o processo vai mesmo para a frente”. “Estamos entusiasmados”, disse o responsável, adiantando que a construção do terminal deve arrancar no início do segundo semestre deste ano. A nova infraestrutura poderá começar a operar no

início de 2023. Com quatro linhas férreas de 750 metros, o terminal terá uma área de 220 mil metros quadrados e capacidade para 11 mil TEU (cada TEU equivale a cerca de 6,1 metros, o comprimento de um contentorpadrão de mercadorias). “Todos percebemos a importância deste projeto para Portugal. É um investimento fundamental para o desenvolvimento económico do país e a sua implementação em Famalicão, no centro de uma região que é uma verdadeira locomotiva económica nacional, é a garantia para a sua rentabilização”, disse Mário Passos, presidente da Câmara Municipal. Com a ligação ferroviária direta, através da Linha do Minho, bem como com as acessibilidades rodoviárias, através de diversas vias principais, este terminal pretende potenciar a indústria exportadora local, facilitando a logística das suas mercadorias, contribuindo, desse modo, para a economia e o emprego da região.


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PRAÇA PÚBLICA

opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Diário famalicense

Pelos quatro cantos da ca(u)sa

António Cândido Oliveira

Domingos Peixoto

Ainda o urbanismo, mas não só

20 anos Foi em 16 de Dezembro de 2001, estávamos em vésperas da entrada no euro (€), a que se convencionou chamar a “moeda única”. Nesse dia, em VNFamalicão, consumou-se, objetivamente, a “grande cisão” no PSFamalicão e, consequentemente, a vitória da coligação de direita famalicense “Mais Ação Mais Famalicão) PSD/CDS, liderada por Armindo Costa e Nuno Melo. Tema já muito referido e lembrado, inclusivamente por mim, mas nunca será demais para nos situarmos e atualizarmos na história autárquica recente, pós 25 de Abril! do município. Isto porque, um pouco a exemplo do que o governo do PS fez com apoio maioritário parlamentar à esquerda, nomeado pela “insuficiência” de maioria Passos/Portas, Armindo Costa reverteu quase todas as medidas tomadas pelo PS já “esfrangalhado” na câmara. Recordo aqui apenas duas dessas medidas para poder ir ao assunto concreto que aqui quero trazer por hoje: - suspensão do projeto para uma travessia de Talvai para a zona a norte do hospital sem interferir com a av. 9 de Julho, ali junto ao antigo tribunal; - conflito judicial com os promotores imobiliários contíguos ao Parque de Sinçães. No primeiro caso tudo permanece na mesma, haveria de jurar sem a mais pequenina alteração! Na segunda reversão a coligação apressou-se a “indemnizar em 500.000€ o proprietário”. Neste caso só há cerca de 2 anos começaram obras de construção locais! Vamos, então, ao assunto dos nossos dias: A intervenção imobiliária na zona circundante ao Palácio da Justiça, uma obra do tempo de Costas; Alberto, ministro e Armindo, presidente de câmara. Antes de mais uma retificação. Eu pensava que era a área a sul do tribunal mas, afinal, é quase toda a área envolvente, inclusive a nordeste, com ligação à rua de Gavião Real e, pasmese, também aqui está envolvida uma significativa área de plantação de

kiwis, sabe-se lá se ela também antes subsidiada e agora descartada! Já lá vão 20 anos e - apetece dizer, como o poema e a canção: “…é muito tempo…” - a coligação não avançou com nada, sendo que “o grande proprietário” e mecenas bracarense - de que há muito pouco tempo partiu para a eternidade talvez o seu principal obreiro, a quem se presta homenagem - aproveitou para hegemonizar a sua titularidade de vários lotes (à exceção de 1), a intervencionar! Diz a autarquia, com enorme relevo publicitário, que “teve em conta o prolongamento do corredor verde para norte, a renaturalização do ribeiro que corre a par do bairro de S. Vicente, a duplicação da av. Pinheiro Braga e a regularização do trânsito com a criação de 2 novas rotundas entre a da Variante Nascente e a de S. António”. Pois bem, terreno preservado à construção pela câmara de Agostinho Fernandes, tal qual o da Devesa. Será que o corredor verde vai ter as características estruturantes e emblemáticas do parque de Sinçães com a manutenção de uma significativa área de permeabilização pluvial e com a interligação intrínseca com 3 instituições das vidas cultural, laboral e social famalicenses? E quanto ao imobiliário vai manter uma separação e preservação de limites razoáveis para o chamado crescimento harmonioso da cidade? E quanto à duplicação da via, afinal os exemplos socialistas das av. Carlos Bacelar, Marechal Humberto Delgado e Descobrimentos, com todo o enorme esforço da criação de canais de saneamento e do ribeiro de Talvai são ótimos para serem seguidos? Só mais uma questão; está equacionada uma eventual poluição do ribeiro que por vezes dá à boca de saída da ribeira de Talvai já em pleno Parque da Cidade antes de desaguar no pelhe? Não tive “capacidade” de entrar na discussão pública via zoom, mas não é a primeira vez que me empenho nestas questões famalicenses. 20 anos é muito tempo… pub

PAISAGEM DE FAMALICÃO - Lia-se no FAMATV do dia 14 de janeiro de 2022; Famalicão vai mostrar como evoluiu a paisagem no seu território nos últimos 6.000 anos. É algo muito ambicioso e a notícia era vaga. Irei ver porque se trata de uma exposição na Casa do Território. Não sei, no entanto, se verei, e muito gostaria, como era a paisagem de Famalicão por volta de 1800 (início do século XIX) pouco antes da criação do nosso concelho em 1836. Camilo Castelo Branco escrevia que por aquela data as quadrilhas de ladrões atuavam no centro da vila como nas fraldas do Marão. SERÁ DESTA? - A Casa Voga, uma casa com muita história, já saiu da Rua Adriano Pinto Basto para a Praça D. Maria II. O edifício do Hotel Garantia está pronto para obras. O aviso lá está (embora um pouco escondido) a dizer que já tem licença para construir 4 pisos acima da soleira (e 2 abaixo) desde 2020. Era bom ver uma maquete do edifício ou uma gravura que desse uma ideia do que vai surgir ali. A imprensa local pode fazê-lo e prestaria um bom serviço. Aliás, quem deveria ter mais interesse nisso era o próprio dono da obra (Promoções Turísticas e Hoteleiras Garantia, SA, melhor o rosto desta sociedade. Quem é?). O prazo previsto para concluir é de 1820 dias o que me parece excessivo. Quase cinco anos para fazer aquela obra? CENTRO HISTÓRIO - O Centro Histórico da cidade vai ficar melhor ou pior depois das obras ainda em curso, mas já na fase final? O manto de pedra e o défice de árvores leva-me a dizer que vai ficar pior. Espero enganar-me.

Mas o centro histórico não é só a Praça D. Maria II, melhor o antigo campo da feira. Do centro histórico fazem parte os Paços do Concelho, a Rua Adriano Pinto Basto, a Rua de Santo António, a Praça 9 de Abril, a Rua Direita, a Av. 25 de Abril e Narciso Ferreira e algumas ruas mais. Toda essa zona não precisa de que se gaste muito dinheiro, mas precisa de cuidados. O piso dos passeios, quase todo calçada portuguesa, necessita de ser alisado e tapados os buracos. Por sua vez o piso das ruas, quase toda em paralelos, assim deve continuar, por razões ambientais, mas devidamente cuidado. Não cedam à tentação de meter lá alcatrão! URBANIZAÇÃO Á VOLTA DA CIDADE - É melhor não visitar a cidade na periferia. Se formos por Antas, Calendário, Brufe e Gavião encontraremos demasiadas ruas estreitas, becos, ruas sem saída e sem passeios. É muito difícil remendar agora o mal que foi feito. HOSPITAL - Temos o direito de saber como evoluciona a pandemia no país e no nosso concelho. No país sabemos e basta acompanhar a net e TV, pois ela é fornecida diariamente. No nosso concelho não. Neste momento e pelo que julgo saber os números estão a crescer muito em infetados e em internados no nosso Hospital (Hospital São João de Deus – CHMA). Mas importa saber, semana a semana, qual a situação vinda de fonte segura. Não temos essa informação de forma completa. Falha dos meios de comunicação social locais.

Chão Autárquico Vieira Pinto

Parábolas dos tempos que correm O Vasco, caminhava, num dia chuvoso e frio, com o seu guarda-chuva, debaixo do qual abrigava Carolina, sua amiga de caminhada. Então dizia, ele para a Carolina: Sabes? – O Reino do Céus é semelhante a este guardachuva aberto, para nos defendermos da intempérie que traz a chuva, o frio e o vento, neste inverno agreste e tempestuoso. - Ao que Carolina respondeu: - Pois, como também sabes? - a chuva é poder de vida. É o sangue essencial para que a terra, árida e sequiosa, possa manter as correntes profundas que vão circulando no seu interior, gerando o freático da terra produtiva, para alimentar todo o homem. De resto, assim é, porquanto, o sabemos e experimentamos, quando movidos pela sede, nos sentamos agradecidos, consolados e confortados, como o veado que caminhando no deserto, anseia e encontra as águas vivas para se saciar e descansar. -E, em tom monocórdico, dizia o Vasco; - Na verdade, sem a chuva, a terra tornava-se árida, inóspita, sem vida e sem esperança. Porém, não é apenas a chuva rigorosa e fria e, o

vento que desmancha o barracão, onde dorme o homem pobre que, impede este, de viver e de lutar por uma vida melhor, quando tem como ancora a esperança. Carolina, diz também: Olha, o Reino dos Céus é ainda semelhante ao fogo que o trabalhador ascende para se aquecer e refugiar-se do frio, quando o vento norte sopra gélido e forte, com a terra a levantar dentes de velha, com o rigor do gelo. E, com toda esta intempérie, o trabalhador é obrigado a prosseguir as suas tarefas agrícolas. Mas, quando pode, logo se refugia na lareira do seu abrigo, aquecendo o corpo, encantando seus olhos e regalando seus ouvidos, com as chamas cambiantes de variadas cores. Ele sabe e sente o vento que sopra lá fora, e, lhe desmancha o frágil barracão, perante a força da natureza. Por fim, diz, ainda, o Vasco: - Olha, o Reino dos Céus, será ainda semelhante àquele homem que transportando um carro de lenha, encontra um vizinho com uma masseira de pão, bem cozido, com uma côdea que ri, com pequenas fissuras. O homem da lenha,

olhou para o pão e desejou comer. E, o homem do pão, olhou para a lenha e sonhou comer o pão aquecido pela lenha. Ambos se olharam, mas as suas bocas não brotaram uma palavra, nem um gesto de partilha. Desalentados, seguiram seu caminho. Naquela noite, o homem do pão morre de frio e, o homem da lenha morre de fome. Ora, perante isto, pergunta, alguém, a Rabi Samuel: Explica-nos as parábolas do guarda – chuva, do fogo e do pão sem lenha, e da lenha sem pão. – É simples, diz: - O homem não tem poder para mudar as forças da natureza. Isso, é com o Criador! Não pode mexer nas fontes das chuvas nem dos rios. Pode, isso, sim minorar os efeitos mais penosos da natureza. O guardachuva e o frio, são disso, acabado exemplo. O certo é que o homem da lenha e o homem do pão fragilizaram no espírito da partilha, tal como no compromisso de solidariedade, como fizeram o Vasco e a Carolina, partilhando ambos o mesmo guarda-chuva, no seu caminhar.


Nulo frente ao Paços de Ferreira

Famalicão muito trabalhou, mas só conseguiu o empate pacense. O jogo terminou com o nulo no marcador, a distribuição de pontos agradou mais aos Paços, o Famalicão merecia mais, trabalhou muito, jogou com raça e atitude, mas efetivamente a expulsão acabou por condicionar a equipa nos últimos 20 minutos. Foi acima de tudo um bom jogo de futebol onde o Famalicão conseguiu uma vez mais não sofrer golos e Rui pedro Silva vai somando pontos em todos os jogos efetuados na Liga. Em 3 jogos disputados somou 5 pontos, dois empates e uma vitoria.

0-0 Estádio Municipal de Famalicão Árbitro: Hélder Malheiro Assistentes: André Campos e Rui Cidade VAR: Vasco Santos AVAR: Luciano Maia

FC Famalicão Paços Ferreira André Ferreira Delgado Marco Baixinho Maracás Antunes Luiz Carlos (Matchoi 80 ) Sthephen Eustáquio, Nuno Santos (Diaby 64 ) Uilton Lucas Silva Hélder Ferreira (João Pedro 64 )

Treinadores Rui Pedro Silva

César Peixoto

Cartões Amarelos: Alexandre Penetra (26 e 69 ); Maracás (33 ); Alex Nascimento (67 ); Diaby (74 ) e Dylan Batubinsika (90+3 ).

José Carlos Fernandes Fez quase tudo a equipa famalicense para derrubar um muro construído pelos pacenses, mas não conseguiu vencer, permitindo assim que a equipa, comandado por César Peixoto, conquistasse pela primeira vez um ponto em casa do Famalicão O Famalicão foi quase sempre superior ao seu adversário, somente com a expulsão (duplo amarelo) de Alexandre Penetra, aos 70 minutos, é que a formação do Paços conseguiu equilibrar e a espaços ter algum ascendente, contudo, pouca mossa criaram na baliza de Luiz Júnior. No onze inicial, houve nas duas

FC Famalicão

Luiz Júnior Alexandre Penetra Dylan Batubinsika Alex Nascimento, Adrián Marín Charles Pickel Pêpê Marcos Paulo (De La Fuente 73 ) Ivo Rodrigues Pedro Marques (Bruno Rodrigues 60 ) Simon Banza

equipas o mesmo número de alterações em relação à partida anterior. Rui Pedro Silva deixou de fora Ricielli, castigado, e Ruben Lima, lesionado, ainda Ivan Jaime e Bruno Rodrigues, que foram substituídos por Alex Nascimento, Adrián Marín, Marcos Paulo e Pedro Marques. Do outro lado, César Peixoto fez entrar Lucas Silva, Nuno Santos, Luiz Carlos e Maracás, por troca com Nuno Lima, Rui Pires, Fernando e Denilson. Mudou de estratégia Rui Pedro Silva, apresentou um 4x4x2, com Pedro Marques a apoiar Banza na frente de ataque. César Peixoto jogou da mesma forma que tinha feito frente ao Benfica, uma linha de três centrais. Depois de alguns minutos de estudo e equilíbrio, o Famalicão pegou nas rédeas do jogo, o perigo passou a rondar a baliza de André Ferreira. O golo podia ter acontecido, primeiro Pêpê Rodrigues num forte remate a bola saiu a rasar a trave; depois Banza corres-

pondeu de cabeça a um excelente cruzamento do lado direito, para grande defesa de André Ferreira; por fim e quase em cima do intervalo, Pedro Marques fez o mais difícil, em excelente posição e sem marcação rematou de cabeça com a bola a bater no relvado e a sair por cima da barra. Ao intervalo merecia muito mais o conjunto famalicense. No reatamento ninguém mexeu, mas não demorou muito para que se registassem alterações, No Famalicão Bruno Rodrigues entrou para o lugar de Pedro Marques, ganhou mais velocidade e mais pendor ofensivo. Respondeu César Peixoto a refrescar a equipa. Era, contudo, o Famalicão que continuava por cima, Bruno Rodrigues, acabado de entrar cruzou para a cabeça de banza, mas uma vez mais, uma boa defesa de André Ferreira, que brilhou a remate do ponta de lança famalicense, que foi a figura do jogo. À passagem do minuto 70, surge

EARO com bons resultados nas Provas de Preparação de Pista Coberta em Braga A Escola Atletismo Rosa Oliveira (EARO), de Joane, participou, no passado sábado, nas Provas de Preparação na Pista Coberta no Altice Fórum em Braga, com os seus jovens atletas a obterem bons resultados. Em Iniciados, Maria Machado venceu os 1500 metros e Gonçalo Rodrigues foi terceiro. Mariana Maciel venceu os 600 metros Infantis, Mariana Martins foi 3ª, Rafaela Araújo 4ª, Ana Silva 5ª , Luísa Castro 6ª e Tiago Silva também venceu os 600 metros. No domingo, a ERAO também participou com alguns atletas juvenis e juniores nas Provas de Preparação na Pista Coberta em Braga. Ana Marinho foi 1ª nos 1500 metros extras e Ana Faria foi 2ª. Participaram ainda, Cátia Silva, Diana Silva, Maria Baltar, Tomás Pereira e Pedro Castro.

a expulsão de Alexandre Penetra, que viu o segundo amarelo e consequente vermelho, aqui talvez algum exagero do árbitro Hélder Malheiro, que deixou o Famalicão reduzido a dez elementos. Aí, os castores cresceram um pouco, assumiram as despesas da partida, por duas vezes estiveram perto de poderem marcar. Uilton obrigou Luiz Júnior a boa defesa, depois João Pedro, também acabado de entrar viu Alex Nascimento tirar o pão da boca, quando parecia que tinha tudo para faturar, aqui um corte do central famalicenses que foi festejado quase como um golo. Mesmo com dez, o Famalicão não virou a cara à luta, o jogo ia caminhando para o final e surgiu mais uma excelente oportunidade para o Famalicão. Canto movimentado por Ivo Rodrigues e Bruno Rodrigues no primeiro poste desviou de cabeça para mais uma extraordinária defesa de André Ferreira, era efetivamente a noite do guarda redes


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opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

Liberdade FC: Maria Rodrigues é vice-campeã zona norte de corta-mato

A atleta do Liberdade FC, Maria Rodrigues, do escalão de Iniciados, alcançou o 2º lugar no Campeonato de Zona Norte de CortaMato Jovem, que se realizou no passado sábado, em Felgueiras, conquistando, assim, o título de Vice-Campeã da Zona Norte de Corta-Mato. Os restantes atletas da associação e Calendário que participaram na prova obtiveram os seguintes resultados: no escalão de Benjamins A, Gabriel Sathler (12º); no escalão de Benjamins B, Carolina Faria (8ª), Lara Sathler (17ª), Teresa Lopes (18ª), Leonor Lopes (22ª) e João Costa (10º); no escalão de Infantis, Camila Araújo (16ª) e Dinis Sousa (14º); no escalão de Iniciados, Maria Rodrigues (2ª), Clara Costa (11ª), Mafalda Araújo (25ª) e Nuno Vieira (8º); no escalão de Juvenis, Inês Sousa (7ª) e Beatriz Faria (14ª); na competição geral que reunia os atletas Juniores, Seniores e Veteranos, Joana Ferreira (17ª geral e 3ª Júnior), Eduardo Salazar (41º geral e 8º Júnior) e Tânia Silva (5ª da geral e 4ª sénior). No mesmo dia, a competir na cidade da Póvoa de Varzim, o veterano Armindo Araújo cortou a meta no 5º lugar do seu escalão na Corrida dos Reis 2022.

Badminton: FAC participou no 1º Torneio de Clubes Sénior Decorreu no passado fim de semana, no Centro de Alto Rendimento das Caldas da Rainha, o 1º Torneio de Clubes Seniores em badminton, organizado pelo clube ARECO. O Famalicense Atlético Clube (FAC) competiu com oito atletas. Nos absolutos, destaque para Catarina Martins, que saiu vencedora da prova de Singular Senhora, e para Simão Ferreira, que alcançou a final da prova de Singular Homem. Juntos, Catarina e Simão foram, ainda, semifinalistas na vertente de Par Misto. Beatriz Campos foi vencida por Catarina Martins, ficando-se pelos quartos de final da prova de Singular Senhora, tal como Joana Oliveira, colega de equipa. Nesta categoria participou, ainda, Tiago Araújo na prova de Singular Homem. Na categoria C, Carolina Veloso competiu na prova de Par Senhora e Par Misto, respetivamente, com os parceiros Inês Silva e Diogo Barbosa, que também disputaram as provas

de Singulares. No próximo fim de semana, realizar-se-á a primeira Jornada Zonal de Não Seniores e de Seniores. Sónia Gonçalves na Estónia Realizou-se, na semana passada, na cidade de Tallin, na Estónia, o “Yonex Estonian International 2022” que marcou o início da nova época desportiva, e no qual participou a atleta do FAC, Sónia Gonçalves. Sónia competiu no dia 14 de janeiro, sexta-feira, na prova de Singular Senhora, defrontando na primeira ronda a atleta russa Alina Busygina. O encontro terminou com um resultado de 21-15/21-10 a favor da atleta russa. A convocatória para esta competição contemplou também Adriana Gonçalves que, após infeção confirmada por Covid-19 e consequente realização de um período de isolamento profilático, não conseguiu marcar presença no torneio internacional.

Futebol feminino: FC Famalicão vence Sporting CP Em jogo a contar para a terceira jornada da Liga BPI, a equipa sénior feminina do FC Famalicão deslocou-se a Alcochete para defrontar o Sporting CP e venceu por uma bola a zero. Depois de um jogo bastante equilibrado para ambas as partes e de várias oportunidades, o FC Famalicão marcou o golo da vitória segundos antes do apito final. A autora do golo foi Daniela Silva. Numa jogada rápida de contra-ataque, Daniela Silva conseguiu tirar da sua rente algumas adversárias e rematar para a baliza e fazer assim o único golo da partida. Com esta jornada o FC Famalicão soma 6 pontos, igualando o Sporting CP, o SL Benfica e o SC Braga, sendo que estes dois últimos têm menos um jogo. Esta quarta feira o FC de Famalicão volta a jogar, desta vez para a Taça de Portugal, frente ao Varzim SC. A partida está agendada para as 19h30 no Campo do Aguçadoura FC. Depois, no dia 29 de janeiro, a equipa feminina recebe, na Academia do FC de Famalicão, a formação do Clube Albergaria, a partir das 15 horas.

Riba d’Ave HC vence Infante de Sagres

Marta Archer Photos

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O Riba d’Ave Hóquei Clube (RAHC) jogou, no passado sábado, a 13ª jornada do Campeonato Nacional da II Divisão Zona Norte visitando o reduto do Clube Infante de Sagres. Os ribadavenses levaram a melhor perante os portuenses por 1-5, com um 1-1 em tempo de intervalo. A turma ribadavense vinha de uma vitória a meio da semana (4-3 frente ao CD Póvoa, jogo em atraso da 10ª jornada), mas com uma exibição descolorida, e procurava neste jogo retificar índices qualitativos e físicos no seu jogo. E a ver-

dade, é que a equipa de Raúl Meca não podia pedir melhor começo de jogo. Logo aos 4 minutos, “Miccoli” definia bem ao segundo poste e abria o marcador. O equilíbrio foi a nota dominante dos 25 minutos iniciais com os portuenses a darem boa réplica e a justificarem a igualdade, que surgia aos 15 minutos, numa forte “stickada” de meia-distância de Bernardo Marques, um dos goleadores da prova. Na etapa complementar voltou a entrar melhor o RAHC. Logo aos 2 minutos, o angolano Anderson

Nery, à entrada da grande área, rematava na passada e apontava o 12. Era notória a aceleração de jogo que os ribadavenses imprimiam e o capitão Miccoli elevava para 1-3 aos 5 minutos, após jogada de insistência ao segundo poste. Segundos depois, os portuenses dispunham de uma grande penalidade, mas Álvaro Shehda, também com uma boa exibição individual, parava o remate do jovem ex-ribadavense Carlitos Figueira. Os portuenses batiam-se com brio, mas o RAHC assumia o domínio de jogo e impedia com eficácia as investidas locais. No espaço de dois minutos o RAHC mostrava doses letais de eficácia e experiência com Renato Castanheira a faturar em dose dupla (16’ e 18’). Este jogo marcou o fim da 1ª volta, com os ribadavenses ainda com um jogo em atraso fora de portas diante o Académico da Feira, que se jogará a 26 de janeiro, às 21h30. No próximo sábado, às 21h30, há Taça de Portugal, com jogo grande em Riba d’Ave. O campeão nacional e europeu, Sporting CP, visita o Parque das Tílias para os 16 avos de final da prova.

Famabasket regressa às competições As equipas da formação do Famabasket regressaram às competições, no passado fim de semana, com algumas condicionantes, devido a isolamentos e lesões. A equipa feminina sub14 deslocou-se à ATC para disputar o primeiro jogo do torneio complementar da AB Braga e sentiu algumas dificuldades, face a uma equipa mais rotinada e mais forte fisicamente. A ATC acabaria por vencer por 49-19. Os sub14 masculinos tiveram jornada dupla, neste inicio da fase de qualificação para os campeonatos nacionais. No sábado recebeu o BC Barcelos, na reedição do duelo entre campeão e vice-campeão regional, e desta vez o Famabasket foi mais forte, vencendo por 6047. O jogo foi sempre muito equilibrado, mas na parte final a equipa do Famabasket conseguiu maior serenidade e maior eficácia nos momentos decisivos.

No domingo foi a vez de receber o SC Maria da Fonte, e voltou a assistir-se a um jogo muito equilibrado de inicio ao fim. Ao entrar no último minuto a vantagem era da equipa da casa, mas o desgaste da equipa, que apresentou algumas baixas forçadas, impediu um maior discernimento em lances cruciais, permitindo à equipa adversária conseguir a vitória. Nos próximos fins de semana a equipa volta a ter jornadas duplas, estando tudo em aberto, sendo o objetivo principal ficar nos dois primeiros lugares, que dão acesso ao campeonato nacional. Os sub16 voltaram à competição no domingo de manhã, depois de um longo período de paragem. O jogo foi decidido apenas nos últimos segundos. Os jovens atletas do Famabasket não conseguiram segurar a vantagem.


opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

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Mafalda Guedes, tenista famalicense

“Ténis significa esforço e dedicação, mas também muito amor e diversão” Carla Alexandra Soares campeã nacional de pares femininos”. Depois foi vice-campeã naMafalda Guedes só tem 17 anos, cional de singulares e campeã mas já tem um vasto currículo no nacional de pares femininos e ténis. Natural de Famalicão, come- pares mistos, títulos que revalidou çou o seu percurso no Ténis Clube já várias vezes. A par disto a atleta de Famalicão, mas neste momento já foi chamada várias vezes à seleé atleta da Escola de Ténis da Maia. ção. Recentemente, a tenista famaOs resultados, sublinha, não license sagrou-se campeã nacional aparecem por acaso e a tenista fade equipas no escalão sub-18 ao malicense fala num percurso de serviço da Escola de Ténis da Maia. muito trabalho, que requer organiA prova realizou-se na última se- zação, boa gestão dos horários e mana do ano de 2021. A equipa da muita disciplina. “É um bocado ET Maia, constituída por Mafalda complicado, não vou mentir. Mas Guedes, Maria Santos e Maria João tenho o hábito de ser muito orgaFonseca, defrontou na primeira jor- nizada. Há coisas que tenho que nada a equipa do CAD e venceu por deixar de lado, atividades com os 2-1. Na segunda e decisiva jornada meus amigos que deixo de fazer defrontou o LX Team e voltou a ven- porque tenho competições ou treicer por 2-1. nos”, explica. Somam-se os resultados posiDesde sempre uma aluna de tivos de Mafalda, que começou no excelência, Mafalda Guedes conseténis com 5 anos. Desde logo os gue conciliar a sua vida de estutreinadores “disseram que eu dante com os treinos diários na tinha muito jeito e, depois de expe- Maia. “Quando penso em ténis rimentar outros desportos, fiquei penso em esforço, dedicação, trano ténis”, explica em entrevista ao balho, mas também muito amor e OPINIÃO SPORT. diversão porque sem isso não conLogo no primeiro ano de te- seguia”, sublinha a tenista que nista, Mafalda Guedes jogou o seu quer entrar na faculdade e estudar primeiro torneio e venceu, jogou o medicina, tendo a noção que a exisegundo e o sucesso repetiu-se. gência é elevada e, provavelmente, “Com estes resultados passei logo terá que fazer escolhas. Uma coisa menos para já, apostar na modali- pandemia veio complicar as contas à tenista que à conta do confinapara o escalão acima. No meu pri- é certa. Desistir do ténis não é dade. “Está tudo em aberto”. A par de outras modalidades, a mento sentiu “uma baixa física meiro ano de sub 12 sagrei-me opção para Mafalda que quer, pelo

muito grande”. “Foi muito difícil para mim voltar ao nível que eu estava a jogar. Com o tempo fui conseguindo chegar ao mesmo nível, mas foi preciso muito trabalho e enfoque”. Mesmo assim, em termos individuais, Mafalda Guedes termina uma época extremamente complicada, devido à Covid 19 com a anulação de diversos torneios. “Foi muito frustrante para mim porque só consegui competir no segundo semestre deste ano”. Para Mafalda Guedes o ténis está a evoluir em Portugal e, com isso, a granjear mais apoios. Para isso contribui, defende, o “bom trabalho” da Federação, mas também os apoios que têm sido cada vez mais. “Com isso, nota-se que em Portugal existem, cada vez mais, melhores jogadores. Se continuarmos assim daqui a uns anos vamos ter melhores resultados e atletas a destacarem-se ainda mais”. Sobre o seu futuro, a jovem tenista tem consciência que tem muito para evoluir e muitos aspetos para trabalhar. “Toda a gente diz que eu tenho muito potencial e tudo depende de mim. Se continuar a trabalhar bem e a esforçarme acho que vou ter um futuro grande pela frente”, conclui. pub


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opiniãopública: 19 de janeiro de 2022

CCDR: Tiago Pereira sagra-se campeão regional no triplo salto e em altura O Clube de Cultura e Desporto de Ribeirão (CCDR) participou, com vários atletas dos escalões de juvenis, juniores e sub-23, nos Campeonatos do Norte de Pista Coberta, que se realizaram nos dias 8 e 9 de janeiro. Destaque para Tiago Pereira, com duas vitórias nas provas de salto em altura, ultrapassando a fasquia de 1.82 metros, e triplo salto com a marca de 13.22 metros. É de realçar que o atleta é juvenil, competindo com atletas de escalões superiores. Joana Marques esteve também em excelente plano com um segundo lugar na prova de salto em altura, com a marca de 1.53 metros, realizando um novo recorde pessoal, atingindo assim os mínimos de acesso ao Campeonato Nacional Sub-18. Já Ana Fernandes alcançou na prova de salto em comprimento a terceira posição com a marca

de 4.53 metros. Entretanto, no passado sábado, os atletas mais jovens do CCDR participaram nas Provas de Preparação, que se realizaram no Altice Fórum em Braga. Referência para os seguintes resultados: Inês Silva (iniciada): 4,06 metros, na prova de salto em comprimento; Eduarda Andrade (iniciada): 3.85 metros, na prova de salto em comprimento; Rodrigo Cardoso (iniciado): 11,11 segundos, nos 60 metros barreiras e 44.75 segundos, nos 300 metros; Luís Sousa (iniciado): 11.99 segundos, nos 60 metros barreiras e 4.85 metros, no salto em comprimento; Tomás Azevedo (juvenil): 9.87 segundos, nos 60 metros barreiras; Guilherme Santos (iniciado): 3.95 metros no salto em comprimento; Gonçalo Veloso (iniciado): 6,29,71 minutos, nos 600 metros.

Voleibol: fim de semana vitorioso para o FAC Em voleibol, a equipa sénior do FAC recebeu e venceu o FC Amares em mais uma jornada da segunda fase. O resultado foi de 3-0, com os parciais de 25-17, 25-14 e 25-16. A equipa famalicense cumpriu-se, assim, mais um objetivo para o apuramento para a fase nacional. Já a equipa de juvenis deslocou-se ao ALA de Gondomar, onde também venceu por 3-2 com os parciais de 20-25, 18-25, 25-21, 25-20 e 12-15. Foi um jogo muito equilibrado, com o FAC desfalcado dos dois distribuidores, tendo de prescindir de um bom atacante para colmatar essa falta. Polivalente como jogador, João Sá fez esquecer a ausência dos colegas e desempenhou a função com muita competência.

Basquetebol: FAC com nova vitória A equipa sénior de basquetebol do FAC deslocou-se, no passado domingo, à cidade do Porto para defrontar a UAA Aroso, que venceu por 50-64. Frente ao atual 3º classificado que tem vindo a atravessar uma boa fase, o jogo começou equilibrado e assim se manteve até ao intervalo (15-12, 19-21). O FAC entrou bem do descanso e conseguiu ir aumentando a vantagem até ao final, fruto de um excelente trabalho defensivo, dando assim mais um passo importante para o apuramento para a segunda fase. Na próxima semana, o FAC recebe o CD Póvoa Sub23 num encontro entre os líderes da série B, num jogo marcado para sábado, às 21h00, no Pavilhão Municipal de Famalicão.


Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados

“Estou convicta que 2022 será, definitivamente, o ano da retoma e do crescimento económico”

ros, com um nível de faturação zero e com os apoios a tardarem. A máquina da Segurança Social fez, também ela, um grande esforço de adaptação e reinvenção, mas não estava preparada – como se viu – para responder à avalanche de pedidos. Felizmente, com o passar dos meses a máquina foi oleada, e também com a articulação entre a Ordem e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social foi possível corrigir processos que estavam parados ou bloqueados por meros detalhes burocráticos. Diria que nos últimos meses – pelo feedback que temos recebido dos empresários – os apoios que tardam em chegar são pontuais.

Passados quase dois anos do início da pandemia, as coisas estão melhores para as empresas. A pandemia de Covid 19, que ainda obriga muitos setores a funcionar a conta gotas, trouxe grandes dificuldades, mas Paula Franco, bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), avança que nos últimos meses os apoios que tardam em chegar são pontuais.

Continua a ser, certamente, uma fase de grande trabalho para os contabilistas certificados, que foram e são, mais uma vez, o braço direito das empresas na adaptação a uma nova realidade? Os contabilistas certificados, já em situações normais, nunca param. Agora imagine o seu trabalho em situações extraordinárias como a que vivemos vai para dois anos. Esta crise está a ser terrível para todos, mas demonstrou, à sociedade, que estes profissionais foram e continuam a ser a solução para que muitas empresas não tivessem encerrado portas.

Carla Alexandra Soares OPINIÃO PÚBLICA: A pandemia de Covid-19 veio mudar tudo, especialmente a economia. Na verdade, passados dois anos continuamos a viver tempos muito difíceis e com consequência graves para a economia. No que diz respeito a medidas tomadas pelo Governo, como o lay off simplificado, passado este tempo, e em jeito de balanço, considera que são satisfatórias? PAULA FRANCO: Admito que seja uma frase feita e já algo batida, mas ninguém estava preparado para o que aconteceu e muito menos que a pandemia se arrastasse por quase dois anos. Da noite para o dia, todas as profissões tiveram de se reinventar e outras houve, que pela especificidade da sua função, não podiam, de modo algum, ser desempenhadas em teletrabalho, tiveram, pura e simplesmente de encerrar, em especial durante os meses de confinamento mais duro. O pacote de apoios foi vasto e diversificado, mas se tivesse de eleger, creio que o lay-off simplificado foi uma medida fundamental para que muitas empresas tivessem conseguido sobreviver, resistindo à adversidade.

ram-se apropriadas? Nunca ninguém está satisfeito com os apoios. O argumento é que são sempre insuficientes. O que até é compreensível, visto que muitos setores ficaram completamente paralisados durante muitos meses, como foi o caso dos estabelecimentos de diversão noturna, só para citar o exemplo mais eloquente. Mas considero que o governo fez um grande esforço de mobilização de recursos financeiros. Para além do lay-off simplificado, tivemos o Apoiar.pt que foi provavelmente a linha de apoio financeiro mais completa e que abrangeu um maior número de atividades empreA propósito das medidas, qual é o eco que vai sariais, nomeadamente no âmbito da tendo dos contabilistas certificados? Revela- restauração e no auxílio ao pagamento de

rendas. Aos contabilistas certificados coube o hercúleo trabalho, em estreita ligação com a sua Ordem, de «decifrar» toda esta panóplia de apoios aos empresários. Há um ano, numa entrevista ao OPINIÃO PÚBLICA, revelou que as grandes dificuldades se prendiam com o facto de o dinheiro não chegar às empresas e das linhas de crédito. São questões que persistem? De facto, os primeiros meses de pandemia foram aflitivos para os empresários e os contabilistas certificados testemunharam in loco os casos dramáticos que se iam sucedendo. É terrível ter que pagar ordenados, rendas e despesas fixas como a água, a luz e os segu-

Em relação ao Orçamento de Estado para 2022, que acabou por não ser aprovado, era, na sua opinião "muito virado" para o IRS, para as famílias e a ação social, e "pouco virado" para as empresas, podendo conduzir ao desalento dos empresários… Era, de facto, um documento ainda muito condicionado pela pandemia, à semelhança, aliás, do anterior. Contudo, acabou por ser chumbado na Assembleia da República e até maio ou junho deste ano teremos o país a ser gerido em duodécimos. Veremos qual é o veredito dos portugueses nas eleições legislativas e cá estaremos para analisar a proposta do Orçamento do Estado para 2022 que for »»»»»»»»»» (continua) pub


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«««««««««« com o facto de as remunerações auferidas apresentada no Parlamento pelo governo noutras áreas serem superiores. A questão de saído do ato eleitoral. acabar com as baixas avenças é um problema que persiste. O rendimento da maior parte dos Na nova proposta que vai surgir depois das contabilistas não é compatível com as enoreleições de 30 de janeiro, o que espera que mes exigências de responsabilidade e rigor mude, para ir de encontro ao interesse dos que recaem sobre esta profissão. O salário empresários? médio de um contabilista já se aproxima do saPara começar, não se avizinham tempos fá- lário médio do país, mas ainda se situa num ceis, apesar de estar convicta que 2022 será, patamar abaixo. Há que alterar esta realidade definitivamente, o ano da retoma e do cresci- e isso só acontecerá se continuarmos o esforço mento económico. Oxalá a pandemia fique, de elevação profissional que o conselho diredefinitivamente, ultrapassada. Seja qual for o tivo, por mim liderado, tem encetado desde partido que saia vencedor das eleições a 30 2018. Mas há um aspeto que joga a favor da de janeiro, é urgente definir como prioridade profissão. As dificuldades são muitas, mas as absoluta um pacto entre o Estado e as empre- oportunidades também. Veja-se o caso do sas para recuperar o tecido económico nacio- Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em nal. Do ponto de vista fiscal, tem de haver uma que acredito que os contabilistas podem ter política que castigue menos as empresas em um papel fundamental na sua execução e em termos dos impostos e que assente em incen- fazer chegar estes fundos à economia real. tivos à criação de emprego. Também entendo Com decisões políticas ponderadas e um rigoque o sistema fiscal tem de ser simplificado. roso controlo na aplicação das verbas, o PRR não será uma oportunidade desperdiçada. E quanto às famílias, considera que o novo documento deve ter em consideração o aumento Na sua mensagem de Ano Novo, sublinha que, da carga fiscal? de uma forma paradoxal, a pandemia de É um equilíbrio verdadeiramente instável con- Covid-19 reforçou o papel dos contabilistas cerseguir reduzir os impostos, para as famílias e tificados em Portugal e no mundo… para as empresas, e manter o défice público Os contabilistas foram heróis nesta batalha, e as receitas do Estado num patamar susten- ainda sem fim à vista. Como lhe dizia anteriortável, ao mesmo tempo que, em 2023, tere- mente, os contabilistas certificados demonsmos que, previsivelmente, apresentar, de traram que foram e são a solução para as novo, contas a Bruxelas. O endividamento pú- empresas. E não só em Portugal, mas no blico é, provavelmente, o principal calcanhar mundo inteiro. Souberam prestigiar e defender de Aquiles do nosso contexto financeiro e se a profissão, contribuindo para amortecer a nada se fizer nos tempos mais próximos pode- queda das empresas e, consequentemente, mos ter uma autêntica “bomba-relógio” nas da economia, mesmo com prejuízo da sua vida mãos. À semelhança das empresas, também pessoal. Desta pandemia vamos extrair muitas a classe média tem sido muito castigada com lições, mas provavelmente a mais simbólica é uma elevadíssima carga fiscal que deve ser ali- esta: as crises – e esta é uma das maiores dos viada. De qualquer, e como sublinhei no início últimos 100 anos - também servem para cresda resposta, a «ginástica» orçamental que tem cermos, aprendermos e aproveitarmos as oportunidades. E já agora, junto-lhe outra leide ser feita não se afigura simples. tura: a recuperação e a retoma económica deComo representante dos contabilistas, que pendem, em grande medida, do trabalho que lidam com os números todos os dias, como é estes profissionais desempenham junto do teque vê o futuro? cido empresarial. É esta tremenda responsaEsta é, sem margem para dúvidas, uma profis- bilidade social e profissional que pesa sobre são com margem de progressão. E prova disso os ombros dos cerca de 68 mil homens e mué a crescente falta de contabilistas certifica- lheres, mas que, ao mesmo tempo, os deve dos, que se começou a manifestar em 2019, fazer regozijar. É a demonstração de que o seu mas que se acentuou em tempo de pandemia. trabalho é de interesse público e contribui Há muita procura e pouca oferta. Um dos pro- para o bem-estar de todos e para a prosperiblemas que leva muitos jovens a enveredarem dade da vida em comunidade. Fica aqui a por outros caminhos profissionais, tem a ver minha sentida e grata homenagem.

Natural e residente em Lisboa, Paula Franco (51 anos) é contabilista certificada, consultora fiscal, formadora e foi colaboradora do departamento técnico e posteriormente assessora dos dois últimos bastonários da OCC, Domingues de Azevedo e Filomena Moreira, prestando apoio técnico aos membros no domínio da fiscalidade, contabilidade e segurança social. A 5 de março de 2018 tornou-se o terceiro bastonário da história da instituição. É autora de pareceres técnicos, de variados artigos publicados em diversos meios de comunicação social e interlocutora em sessões de esclarecimento e seminários sobre fiscalidade e contabilidade. Como membro de grupos de especialistas de organizações internacionais como a EFAA e o CILEA, importou as melhores práticas e contributos internacionais para a profissão em Portugal.

Perfil


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Tabelas de IRS 2022 isentam salários e pensões até 710 euros também a um ajustamento das taxas aplicáveis nos patamares de rendimento salarial seguintes. Uma pessoa solteira e sem dependentes que ganha até 718 euros, o ano passado descontava 4% de IRS todos os meses. Caso ganhe até 739 euros, descontava 7,2%. Este ano o limite destes escalões sobe para 720 e 740 euros e as taxas aplicáveis de IRS descem para, respetivamente, 1,8% e 4,5%. Nos escalões seguintes, os valores limite genericamente são mantidos, mas as taxas de IRS aplicáveis recuam entre 0,1 pontos percentuais (p.p.) e mais de 1 pp – como sucede em alguns dos patamares mais altos de rendimento. De qualquer o modo, o despacho de inícios de dezembro salvaguarda que “nas situações em que o processamento dos rendimentos foi efetuado em data anterior à da entrada em vigor das novas tabelas de retenção na fonte de IRS e o pagamento ou a colocação à disposição venha a ocorrer já na sua vigência, no decurso do mês de janeiro, devem as entidades devedoras ou pagadoras proQuais as taxas aplicáveis a cada ceder, até final do mês de patamar de rendimento? fevereiro de 2022, aos acertos deAlém da subida do valor a par- correntes da aplicação àqueles tir do qual se começa a descontar rendimentos das novas tabelas de IRS, as novas tabelas procedem 2022”.

Nas tabelas de IRS para 2022, já publicadas em Diário da República, salta, desde logo, à vista que os salários e pensões até aos 710 euros vão ficar isentos de pagar o imposto a partir deste mês. E há ajustes das taxas de IRS aplicáveis nos diferentes patamares de rendimento. O valor mínimo de referência para a aplicação da taxa de IRS mudou em 2022, passando dos atuais 686 euros para os 710 (+24 euros). E isto reflete o efeito da atualização do salário mínimo nacional, que em janeiro passou a ser de 705 euros. “A atualização da remuneração mínima mensal garantida, que atualmente é o referencial para aplicação do mínimo de existência, obriga ao ajustamento das tabelas de retenção na fonte de IRS para 2022, permitindo que um maior número de contribuintes fique dispensado ou veja reduzido o pagamento deste imposto”, lê-se no despacho publicado no dia 2 de dezembro, onde também se pode consultar as tabelas de IRS para 2022.

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Compensa mais entregar o IRS em conjunto ou separado? Desde 2017 que o Fisco dá aos contribuintes a possibilidade de, a cada ano, escolherem a forma como entregam as declarações de IRS: em conjunto ou separado do parceiro. A opção é válida tanto para casados como para unidos de facto, basta que no momento de entregar a declaração, assinalem a opção pretendida. Quando a assunto é fiscalidade, tudo se resume a contas e números. Por isso, escolher se entrega o IRS em conjunto ou separado é uma questão de matemática. Na equação entra o que cada um ganha (rendimentos), o que todos gastam (despesas dedutíveis) e as taxas de IRS. Ao declarar as suas despesas sozinho, está a assumir-se como único responsável pelos seus rendimentos e despesas durante o ano que passou. Se, pelo contrário, juntar a sua declaração de IRS com a do seu parceiro, o Estado considera a média dos rendimentos dos dois como um só valor a tributar. Vamos começar pelo pior, que são as deduções à coleta. Estas deduções são despesas específicas que, quando declaradas devidamente pelos contribuintes, dão do IRS, ou seja, sobre o que tem ber). nhum contribuinte pode descontar direito ao abatimento de uma per- de pagar ao Estado (ou, pelo conTodas as deduções à coleta mais do que determinado valor centagem do total sobre a coleta trário, somam ao que tem a rece- têm um teto máximo, isto é, ne- sobre a sua coleta. O problema é

que quando entrega a declaração em conjunto esses limites máximos não duplicam – ou seja, se forem um casal com muitas despesas dedutíveis em sede de IRS vão ficar a perder porque, a partir do momento em que alcançam o limite máximo de dedução, todas as despesas seguintes deixam de ser consideradas. Percebe-se, assim, que casais com muitas despesas dedutíveis em sede de IRS podem sair beneficiados pela declaração do IRS em separado, porque assim cada um pode apresentar despesas e atingir, individualmente, o teto máximo, aumentando a bonificação. E os filhos, como ficam? Se optar por apresentar o IRS em conjunto, é fácil: os filhos vão aparecer todos nessa declaração, juntamente com as respetivas despesas. Se, pelo contrário, optar por submeter a declaração em separado, os filhos podem ser distribuídos (por exemplo, um por cada declaração), para aumentar os benefícios. Se só houver um filho, o nosso conselho é que o adicione à declaração do elemento do casal que tiver maiores rendimentos, porque é ele que mais beneficia das deduções bonificadas. pub


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Contabilista credenciado é uma bússola para a sua empresa Qualquer empresa, independentemente da sua dimensão ou área de atividade, tem de ter contabilidade organizada. É obrigatório por lei. Isso faz com que tenha de contar com um contabilista credenciado ou uma empresa de contabilidade. Existem bolsas fornecidas pelo Estado quando vai abrir uma empresa, mas também pode aconselhar-se com colegas ou amigos ou procurar na Web. Atualmente, os contabilistas têm de estar registados na OCC – Ordem dos Contabilistas Certificados. Só dessa forma podem exercer a sua profissão e constar como contabilistas de pessoas individuais ou coletivas. Mas, o que pode esperar de um contabilista credenciado? Um contabilista credenciado é um apoio fundamental na gestão de qualquer empresa. Não só porque mantém a escrita contabilística em dia, entregando as declarações de impostos obrigatórias e as respetivas guias de pagamento, mas também porque ajuda na gestão diária. Além disso, o contabilista credenciado

também pode ajudar a decidir qual o melhor regime fiscal, incluindo regime de IVA, para cada um dos seus clientes. Cada empresa é um caso e para cada uma há opções a tomar. Cabe também ao contabilista extrair declarações que sejam essenciais à relação da empresa com o Estado. Por outro lado, um contabilista certificado é um precioso auxiliar de gestão, podendo apoiar em questões de tesouraria, decisões de contratações ou dispensas de pessoal. Pode ainda prestar apoio na contratação de créditos bancários, incluindo garantias e cauções, ou noutros instrumentos financeiros de investimento. Mais do que um mero prestador de serviços, um contabilista certificado é uma bússola, um barómetro que ajuda o comandante do navio (a empresa) a navegar por mares turbulentos como são os mercados atuais. Quanto mais ouvidos der ao seu contabilista, menos riscos irá correr e maiores serão as suas probabilidades de sucesso.

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A história da Contabilidade A história da Contabilidade é tão antiga quanto a própria história da civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade social de proteção à posse e de perpetuação do objeto material. Deixando a caça, o Homem voltou-se à organização da agricultura e do pastoreio. A organização económica acerca do direito do uso do solo acarretou outras preocupações, rompendo a vida comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada pessoa criava sua riqueza individual. A origem da Contabilidade está ligada à necessidade de registos do comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos fenícios, sendo que a prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas principais cidades da Antiguidade. A atividade de troca e venda dos comerciantes semíticos requeria o acompanhamento das variações de seus bens quando cada transação era efetuada. As trocas de bens e serviços eram seguidas de simples registos ou relatórios. Mas as cobranças de impostos, na Babilónia já se faziam com escritas, embora rudimentares. Um escriba egípcio contabilizou os ne-

gócios efetuados pelo governo de seu país no ano 2000 a.C. À medida que o Homem começava a possuir maior quantidade de valores, preocupava-lhe saber quanto poderiam render e qual a forma mais simples de aumentar as suas posses. Foi a preocupação com o futuro que levou o Homem aos primeiros registos, a fim de que pudesse conhecer as suas reais possibilidades de uso, de consumo, de produção etc. Com o surgimento das primeiras administrações particulares aparecia a necessidade de controle, que não poderia ser feito sem o devido registo, a fim de que se pudesse prestar conta da coisa administrada. A medida em que as operações económicas se tornaram complexas, o seu controle refinou-se. As escritas governamentais da República Romana (200 A.C.) já traziam receitas de caixa classificadas em rendas e lucros, e as despesas compreendidas nos itens salários, perdas e diversões. No período medieval, diversas inovações na contabilidade foram introduzidas por governos locais e pela igreja. Mas é somente na Itália que surge o termo Contabilitá.


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Contabilidade organizada ou regime simplificado?

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Se é trabalhador independente ou tem uma pequena empresa aberta em nome individual deve declarar os seus rendimentos para que o Fisco avalie se tem que os tributar ou não. Existem duas opções à sua disposição: contabilidade organizada ou regime simplificado. É comum haver dúvidas sobre qual a melhor opção, por isso esclarecemos as caraterísticas, vantagens e desvantagens de cada uma. Existem três caraterísticas básicas que diferenciam cada um dos regimes: o valor máximo dos rendimentos, a dedução de despesas e a exigência ou não de um técnico oficial de contas a gerir os seus números. No caso do regime simplificado, os rendimentos devem ser inferiores a 200 mil euros, apenas algumas despesas contam para efeito de IRS, e não precisa de contratar um contabilista certificado. Na contabilidade organizada, os rendimentos são superiores a 200 mil euros, é possível a dedução de despesas, e é obrigatório contratar um contabilista certificado. Contabilidade organizada: este é o regime fiscal mais eficiente para atividades de maior complexidade, maiores volumes de negócios e quando as despesas com a atividade são superiores a 25% dos rendimentos. Ao escolher ter contabilidade organizada, está a optar por tributar os rendimentos que resultam da sua atividade comercial ou de um negócio que possa ter. Este regime fiscal é obrigatório nas seguintes situações: Todo o tipo de sociedades, como sociedades anónimas ou sociedades por quotas; Todos os profissionais liberais ou empresários em nome individual que tenham um rendimento anual líquido superior a 200 mil euros. Regime simplificado: este tipo de

tributação é a opção mais frequente dos trabalhadores independentes. Aliás, o regime simplificado é atribuído por defeito pela Autoridade Tributária e Aduaneira no momento em que um empresário em nome individual ou profissional liberal abre atividade. Este caracteriza-se pela tributação dos rendimentos auferidos pela aplicação de coeficientes, não considerando os gastos da atividade. Ser sujeito passivo residente em Portugal; Ter um montante anual ilíquido de rendimentos inferior a 200 mil euros. Vantagens e desvantagens dos dois regimes fiscais A contabilidade organizada ou regime simplificado têm vantagens e desvantagens. No regime de contabilidade organizada tem a vantagem de poder deduzir grande parte das despesas profissionais, desde combustível a estadias, material informático, renda do espaço comercial, entre outros. As obrigações legais são as maiores desvantagens de ter contabilidade organizada. Nomeadamente, ter que elaborar dossiers fiscais anuais e contratar um contabilista certificado, anteriormente designado técnico oficial de contas, que lhe pode custar entre os 150€ e os 200€ por mês. Apesar de este ser um valor acrescido às despesas, o fato é que permite uma organização das contas de forma a apurar o lucro ou prejuízo de forma precisa. No caso do regime simplificado a grande vantagem é que, como o nome indica, o processo é mais simples. Tem menos obrigações fiscais e despesas associadas. Por exemplo, não tem de contratar um profissional de contabilidade para organizar as contas, o que significa um gasto a menos. Tem a desvantagem de não se poder deduzir todas as despesas relativas ao exercício da atividade.


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O Futuro da Profissão de Contabilista “A realidade das organizações exige profissionais especializados, não só detentores de competências técnicas específicas de contabilidade, mas também reveladores de qualidades como a flexibilidade, a inovação, a gestão de conflitos, a postura ética e profissional, exigindo a estes profissionais um grau de formação e conhecimento cada vez mais aprofundados”. A profissão de Contabilista tem passado, nos últimos anos, e continuará a passar no futuro, por uma transformação muito significativa e necessária. A crise económica e financeira que vivemos e, mais recentemente, a pandemia COVID-19, afetaram todos os países a nível mundial e vieram também ajudar a alterar o papel dos contabilistas que foram essenciais para ajudar o mundo empresarial a responder efetiva e proativamente aos novos desafios humanos e tecnológicos. Num cenário de grandes dificuldades, e em virtude da grande competitividade entre as empresas, exige-se às organiza-

ções que tenham os recursos certos para conseguirem identificar, avaliar e responder adequadamente aos desafios atuais. As empresas como um todo começam a perceber que a informação contabilística é essencial em vários domínios, seja para

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definir a área de atuação de uma empresa, as quantidades e características dos produtos a produzir ou dos serviços a prestar, para estudarem novos públicos-alvo ou novos segmentos de mercado, para fazerem novos investimentos, para a internacionalização e inovação e para contratar pessoas e serviços. Os avanços tecnológicos e a digitalização, cuja importância se acentuou com a pandemia COVID-19, têm um impacto muito grande no mundo dos negócios, obrigando a repensar muitas profissões, transformando, de forma irreversível, o mundo, quer nas relações pessoais quer na atividade empresarial. E por isso, também os contabilistas têm que agarrar esta transformação como uma oportunidade de reinventarem a profissão e saberem-se afirmar como parceiros decisivos das empresas, fazendo-as perceber que a contabilidade e os seus profissionais são uma mais-valia para o negócio e um auxílio decisivo na tomada de decisões. No caso específico da função contabilística, a digitalização trará benefícios na redução da utilização do papel e na redução do tempo despendido no cumprimento de obrigações (nomeadamente de obrigações fiscais), fazendo diminuir os custos de cumprimento, e auxiliando no

tratamento de dados e informações, que se apresentam, cada vez em maior quantidade, podendo reduzir a margem para a ocorrência de erros e atrasos. Estes benefícios da digitalização permitirão aumentar as horas disponíveis para os contabilistas se dedicarem a funções mais importantes e próximas dos centros de decisão e de financiamento das atividades. A realidade das organizações exige profissionais especializados, não só detentores de competências técnicas específicas de contabilidade, mas também reveladores de qualidades como a flexibilidade, a inovação, a gestão de conflitos, a postura ética e profissional, exigindo a estes profissionais um grau de formação e conhecimento cada vez mais aprofundados. E aqui há um importante papel do ensino e da ligação dos profissionais da contabilidade aos centros de aprendizagem, às instituições de ensino superior, aos centros de investigação e aos encontros científicos onde a ciência da contabilidade é debatida. Liliana Ivone da Silva Pereira Professora-adjunta da Escola Superior de Gestão do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave

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